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Ciclo de Krebs Bioquímica Vitória da Conquista - BA 2017 BIOMEDICINA 2º Semestre – Matutino Sumário 1. Introdução............................................................................................................................ 3 2. Desenvolvimento ................................................................................................................. 3 2.1. Conversão de piruvato a acetil-CoA ............................................................................ 3 2.2. Reações do ciclo de Krebs .......................................................................................... 4 2.2.1. Condensação de acetil-CoA e oxaloacetato ........................................................ 4 2.2.2. Citrato é isomerizado a isocitrato ......................................................................... 5 2.2.3. Isocitrato é oxidado e descarboxilado a alfa-cetoglutarato ................................. 5 2.2.4. Oxidação do α-cetoglutarato em succinil-CoA..................................................... 6 2.2.5. Síntese do succinato ............................................................................................ 6 2.2.6. Síntese do fumarato ............................................................................................. 6 2.2.7. Hidratação do fumarato para produzir malato ..................................................... 7 2.2.8. Regeneração do oxalacetato ............................................................................... 7 3. Conclusão............................................................................................................................ 8 3 Ciclo de Krebs 1. Introdução O ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs é a via comum pela qual as moléculas de combustível orgânico da célula são oxidadas durante a respiração celular. O ciclo de Krebs faz parte do processo de degradação aeróbica em eucariotas, conhecido como respiração celular. Esse processo foi postulado pela primeira vez em 1937 por Hans Krebs e representa uma maneira eficiente para que as células produzam energia durante a degradação de moléculas ricas em energia. Os elétrons removidos de produtos metabólicos intermediários durante o ciclo de Krebs são usados para reduzir as moléculas de coenzima nicotinamida adenina dinucleótida (NAD +) e flavina mononucleotídica (FAD) para NADH e FADH2, respectivamente (The Gale Encyclopedia of Science, 2004 ). 2. Desenvolvimento 2.1. Conversão de piruvato a acetil-CoA Nas células eucarióticas, o piruvato é transportado do citosol para a mitocôndria, onde é transformado em acetil-CoA pelo complexo da piruvato- desidrogenase (CPD) condições aeróbias.. O processo é irreversível e consiste na transferência do grupo acetila, proveniente da descarboxilação do piruvato, para a coenzima A. Esta coenzima tem justamente a função de carregadora de grupos acila, aos quais se liga por seu grupo sulfidrila terminal, estabelecendo uma ligação tioéster rica em energia (MARZZOCO et al, 2015). O CPD contém três enzimas diferentes —piruvato desidrogenase, di- hidrolipoil transacetilase e di-hidrolipoil desidrogenase — e cinco cofatores — tiamina pirofosfato (TPP), ácido lipoico, coenzima A (CoA), flavina adenina dinucleotídio (FAD) e nicotinamida adenina dinucleotídio (NAD+) (MARZZOCO et al, 2015; VOET et al, 2013). A primeira etapa é a descarboxilação do piruvato e a ligação do grupo hidroxietila ao TPP, catalisada pela piruvato desidrogenase. Esta mesma enzima é responsável pela oxidação do grupo hidroxietila a acetila e sua transferência à forma oxidada (forma dissulfeto) do ácido lipoico, que se reduz a ácido acetil-lipoico. A próxima enzima do complexo, a di-hidrolipoil transacetilase, transfere o grupo acetila para a coenzima A, formando acetil-CoA e a forma dissulfidrila do ácido lipoico. Esta forma reduzida do ácido lipoico é oxidada pela terceira enzima, a di-hidrolipoil desidrogenase, uma flavoproteína contendo FAD, que recebe os prótons e elétrons 4 e os transfere finalmente para o NAD+, que incorpora um próton e dois elétrons. O NADH formado é oxidado na cadeia de transporte de elétrons (MARZZOCO et al, 2015). 2.2. Reações do ciclo de Krebs Fonte: Bioquímica Clínica, 2017. 2.2.1. Condensação de acetil-CoA e oxaloacetato O ciclo do ácido cítrico começa com a condensação de uma unidade de quatro carbonos, oxaloacetato, com uma unidade de dois carbonos, o grupo acetila 5 da acetil-CoA. O oxaloacetato reage com acetil-CoA e H2O, formando citrato e CoA (BERG, 2014). Essa reação, que consiste em uma condensação aldol seguida por hidrólise, é catalisada pela citrato sintase. O oxaloacetato primeiro se condensa com acetil- CoA e forma citril-CoA, uma molécula rica em energia porque contém uma ligação tioéster oriunda da acetil-CoA. A hidrólise de citril-CoA tioéster em citrato e CoA impulsiona a reação global na direção da síntese de citrato. Em suma, a hidrólise do tioéster possibilita a síntese de uma nova molécula a partir de dois precursores (BERG, 2014). 2.2.2. Citrato é isomerizado a isocitrato O citrato é isomerizado a isocitrato, com a formação de um intermediário, o cis-aconitato, por ação da aconitase. O grupo hidroxila não está localizado apropriadamente no citrato para a descarboxilação oxidativa que ocorre subsequentemente. Assim sendo, o citrato é isomerizado a isocitrato para permitir que a unidade com seis carbonos sofra descarboxilação oxidativa. A isomerização do citrato é conseguida graças a uma etapa de desidratação seguida por uma etapa de hidratação. O resultado é a permuta de um H e um OH. A enzima catalisadora das duas etapas é denominada aconitase por causa de um intermediário cis- aconitato (BERG, 2014). A aconitase é uma proteína ferro-enxofre ou proteína ferro não heme porque contém ferro que não está ligado a heme. Em vez disso, seus quatro átomos de ferro formam complexos com quatro sulfetos inorgânicos e três átomos de enxofre de cisteínas, deixando um átomo de ferro disponível para se ligar ao citrato por meio de um de seus grupos COO– e um grupo OH. Esse grupo Fe-S participa na desidratação e na reidratação do substrato ligado (BERG, 2014). 2.2.3. Isocitrato é oxidado e descarboxilado a alfa-cetoglutarato A enzima isocitrato desidrogenase catalisa a reação de descarboxilação do isocitrato, formando CO2 e α-cetoglutarato. A isocitrato desidrogenase necessita de Mn+2 como cofator, cuja função é estabilizar o intermediário oxalosuccinato formado temporariamente na reação. A reação de catálise de isocitrato em α-cetoglutarato é um importante ponto de controle do ciclo, pois a isocitrato desidrogenase é uma enzima alostérica e sofre inibição por ATP e NADH e ativação por ADP e NAD+. Durante a reação, o oxalosuccinato não abandona o sítio enzimático; na verdade, a catálise pode ser dividida em dois passos: primeiro ocorre a oxidação do isocitrato em oxalosuccinato que, como referido, não deixa o sítio enzimático; e, posteriormente, se processa a descarboxilação do oxalosuccinato produzindo 6 finalmente α-cetoglutarato e CO2. Nessa etapa do ciclo, ocorre a formação de NADH: o par de elétrons perdido na oxidação do isocitrato é imediatamente aceito pelo NAD+ formando, então, NADH (PINTO, 2017). 2.2.4. Oxidação do α-cetoglutarato em succinil-CoA O α-cetoglutarato é transformado em succinil-CoA com a formação da segunga molécula de CO2, graças à atuação do complexo α-cetoglutarato desidrogenase, semelhante ao complexo piruvato desidrogenase quanto à estruturae ao mecanismo de reação. Trata-se, em ambos os casos, da descarboxilação oxidativa de um α-cetoácido (piruvato ou α-cetoglutarato) e ligação do grupo remanescente (acetila ou succinila) à coenzima A, formando um tioéster (rico em energia), com participação de TPP, ácido lipoico, FAD e NAD+, que é reduzido a NADH. (MARZZOCO et al, 2015). 2.2.5. Síntese do succinato Succinil-CoA sintetase catalisa a clivagem de succinil-CoA com a síntese de um nucleósido trifosfato. Essa etapa possui uma sequência de três subetapas para a reação da succinil-CoA-sintase de mamíferos: 1. A succinil-CoA reage com Pi para formar succinil-fosfato e CoA (explicando a reação de troca de 18O). 2. O grupo fosforila do succinil-fosfato é transferido para um resíduo de His da enzima, liberando succinato (explicando o resíduo de 3-fosfo-His). 3. O grupo fosforila é transferido da enzima para o GDP, formando GTP (explicando a reação de troca de nucleosídeo difosfatado) (VOET et al, 2013). 2.2.6. Síntese do fumarato As reações 6, 7 e 8 têm como propósito chegar à formação do composto que deu início ao ciclo, o oxalacetato. Na etapa 6, especificamente o succinato sofre conversão em fumarato por meio da enzima succinato desidrogenase. A succinato desidrogenase é a única enzima do ciclo do ácido cítrico que se encontra ancorada na membrana mitocondrial interna e catalisa a reação reversível de desidrogenação do succinato. A reação requer o grupo FAD (em vez do NAD), que atua como aceptor de elétrons sendo transformado em FADH. Em decorrência da presença desse grupo fortemente unido de forma covalente à enzima succinato desidrogenase, ela é chamada de flavoproteína (por causa da flavina presente na molécula do FAD) (PINTO, 2017). 7 A análise global da reação mostra que o FAD sofre redução a FADH2, enquanto o succinato é oxidado em fumarato. Posteriormente, o FADH2, transfere seus elétrons para a cadeia transportadora de elétrons, colaborando para a formação do gradiente eletrônico no espaço intermembranar, que depois será utilizado na síntese da molécula do ATP. Os elétrons oriundos do FADH2 dão origem a 1,5 ATP, em vez de 2,5 ATP, como é o caso do NADH+ (PINTO, 2017). 2.2.7. Hidratação do fumarato para produzir malato A sétima etapa do ciclo trata de uma hidratação reversível. Nesse processo, uma molécula de água incorpora-se à dupla ligação trans da molécula do fumarato, transformando-o em malato (Figura 14.21). A enzima que catalisa a reação é a fumarase (Figura 14.22), que apresenta estereoespecificidade. Embora o malato apresente duas formas isoméricas, L e D-malato, somente o isômero L-malato é produzido (PINTO, 2017). 2.2.8. Regeneração do oxalacetato Conclui o CAC, uma vez que o oxalacetato que deu início à via é regenerado para que possa novamente unir-se a um acetato oriundo da molécula do acetil-CoA, sendo convertido em citrato. A etapa 8 é uma reação de oxidação mediada pela enzima malato desidrogenase (Figuras 14.23 e 14.24). A reação é dependente de NAD+ que, posteriormente, é convertido em NADH. A variação-padrão de energia livre para essa reação é de +6,67 kcal mol–1, indicando claramente que a formação de oxalacetato a partir do malato não é energeticamente favorável. No entanto, a imediata condensação do oxalacetato similar ao que ocorre com o acetil-CoA pela citrato sintase desloca o equilíbrio da reação, tornando-a favorável. De fato, a síntese de citrato é altamente exergônica (–7,7 kcal mol–1) de modo que a conversão de malato em oxalacetato é uma reação acoplada (PINTO, 2017). 8 3. Conclusão Desta forma, ciclo de Krebs é uma série 8 de reações que oxida o grupo acetila da acetil-CoA, proveniente da conversão do piruvato formado na glicólise, a duas moléculas de CO2, três NADH, um FADH e um ATP para cada molécula de ácido pirúvico que entrou na molécula, de forma a conservar a energia livre liberada para a utilização na produção de ATP (VOET et al, 2013). 9 Referências The Gale Encyclopedia of Science. Janeiro, 2004. Disponivel em: <https://www.highbeam.com/doc/1G2-3418501287.html> Acesso em: Novembro, 2017. VOET, Donald, et al. Bioquímica, 4ª edição. ArtMed: 2013. [Minha Biblioteca]. MARZZOCO, Anita, et al. Bioquímica Básica, 4ª edição. Guanabara Koogan: 2015. [Minha Biblioteca]. BERG, Jeremy Mark, et al. Bioquímica, 7ª edição. Guanabara Koogan: 2014. [Minha Biblioteca]. PINTO, Wagner Jesus. Bioquímica Clínica. Guanabara Koogan: 2017. [Minha Biblioteca].
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