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COOPERATIVA COOPRIMA

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COOPERATIVISMO E DESENVOLVIMENTO LOCAL: COOPERATIVA COOPRIMA NO MUNICIPIO DE PRIMAVERA-PA 
Andresa Sta Brigida de Aviz¹; Jéssica Alane Neves De Alencar¹; Paula Mesquista do Nascimento¹; Eleci Terezinha Dias da Silva²; Luiz Cláudio Moreira Melo Júnior²
¹Estudo realizado sobre cooperativismos no município de Primavera -Pará
²Graduanda em Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, Capanema, PA. 
Resumo:	 Com o objetivo de identificar o perfil do cooperante na agricultura familiar desenvolveu-se uma pesquisa na cooperativa Cooprima, localizada no município de Primavera – PA. Foram elaborados questionários estruturados, e aplicados aos agricultores familiares. O instrumento de pesquisa constava com a identificação dos agricultores, idade, grau de escolaridade e produção por área. Na pesquisa realizada constatou-se que a idade média dos produtores foi de 31 A 60 anos. O nível de escolaridade foi de que 60% dos horticultores cursaram apenas ensino fundamental. O cultivo que mais se destacou foi das hortaliças, devido ao seu retorno econômico rápido. Conclui-se que a cooperativa ainda enfrenta dificuldades devido á falta de assistência técnica.
Palavras-chave: Cooperativismo, horticultura, agricultura familiar 
INTRODUÇÃO
Com o grande avanço da globalização e do agronegócio, o mercado vem se tornando cada vez mais competitivo e trazendo empecilhos a culturas mais tradicionais e sem muitos recursos, havendo uma necessidade de se buscar formas para reverter e enquadrar pequenos produtores dentro do seu desenvolvimento local, de forma social e econômica. Nesse sentido, o cooperativismo vem sendo apontado como um importante mecanismo de sobrevivência ao atual modelo capitalista mundial (FUSFELD, 2001 apud DA SILVA E RATZMANN HOLZ, 2008). 
Além disso, Lenz (2002) afirma que a cooperativa é um sistema de colaboração total, e não se restringe tão somente as práticas produtivas dos seus membros, abrangendo assim as demais atividades associativas de forma coletiva. Por conseguinte, a prática cooperativista é utilizada como ferramenta de auxílio para a superação das dificuldades individuais, além de revelar uma competitividade reduzida, gerando benefícios de extrema importância para esse tipo de organização, sobretudo no setor agrícola, e especialmente na produção de agricultores (LAGO et. al., 2006).
No âmbito da agricultura familiar, a criação de associações e cooperativas vem sendo destacada pela literatura como um canal importante de produção, organização de produção, agregação de valor e de comercialização da produção (PIRES, 2003).
Vale ressaltar que a idéia de desenvolvimento local emerge com bastante complexidade e ainda sem uma definição precisa (Oliveira, 2006). Mas, de uma forma genérica, o desenvolvimento local está vinculado à melhoria das condições de vida, promoção de mudanças, a partir da utilização de recursos endógenos e visando a mobilização da sociedade em defesa de interesses coletivos (Idem, 2006).
O presente trabalho tem como objetivo analisar as condições socioeconômicas do produtor rural da cooperativa Cooprima com sede em Primavera- PA, que atua na produção orgânica e comercialização de hortaliças, para o mercado interno, como estratégia de sustentabilidade, mantendo também a produção convencional. 
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada na cooperativa Cooprima que fica localizada no município de Primavera– PA, e tem como lema “Produção rural com consciência ambiental”, fica localizada á 4 quilômetros do centro da cidade e a cerca de 200 km de Belém. Aplicando-se questionários à 27 cooperados, com perguntas de múltipla escolha, durante o mês de Abril de 2017, os quais objetivaram avaliar a opinião dos agricultores cooperados a respeito de perspectivas sócio econômicas. 
A Cooprima e coordenada por Joelma Trindade Nunes, de 42 anos, começou em 2009, reunindo 30 produtores rurais. A iniciativa conquistou doações de terras do setor privado, instalações de rede elétrica e a perfuração de poços artesianos. A divisão dos lotes foi realizado da seguinte forma, cada família adquiriu 1 hectare de terra dentro da cooperativa, para ser trabalhado com o que fosse de sua melhor aptidão. Também foram instaladas caixas d’água, que ficou em media 1 caixa d’água a cada 4 família, o que contribui para o sucesso do uso de irrigação na área. Os lotes são separados por ruas com nomes de arvores importes para o meio ambiente, como exemplo o bloco ipê amarelo.
O método utilizado para o levantamento de dados foi o de entrevista estruturada, que se caracterizam pela apresentação ao entrevistado, questões planejadas com a finalidade de obter respostas apropriadas que preencham os objetivos da pesquisa. As perguntas estavam relacionadas à renda familiar, escolaridade, disponibilidade de assistência técnica, dificuldades e melhorias que a cooperativa apresenta. 
	RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram entrevistadas 27 famílias, sendo que destas em 10 residências as informantes eram do sexo feminino e em 17 residências foram os homens que responderam o questionário. Ressaltando que a cooperativa funciona com 30 famílias, mas devido a ausência por motivos desconhecidos, não foi possível entrevistar todos. Com relação a idade dos informantes observou-se a maioria dos entrevistados situa-se entre as idades de 31 a 60 anos. 
A analise do numero de pessoas que reside na casa, revela que a maior parte dos entrevistados possui de 3 a 5 pessoas convivendo no âmbito familiar. Correlacionado com isso, confirmou-se também que em grande maioria apenas os adultos exercem atividades de trabalho, em apenas 2 famílias foi ressaltado que as crianças trabalham, sendo 3 em uma casa e 2 em uma outra.
Quando entrevistados com relação ao índice de escolaridade ( tabela 1 ) revela-se que 17 agricultores possui apenas o ensino fundamental incompleto; sendo justificado por haver grandes empecilhos para o agricultor conseguir conciliar estudos e o trabalho no campo. Os entrevistados com ensino superior completo concluíram a graduação em Geologia.
Tabela I
Perfil dos entrevistados quanto a escolaridade
	Escolaridade
	Analfabetos
	Ensino Fundamental Incompleto
	Ensino Fundamental Completo
	Ensino Médio
	Ensino Superior
	N° de pessoas
	2
	17
	4
	1
	2
FONTE: Questionários aplicados às famílias envolvidas na pesquisa.
A grande maioria das famílias (98 %) possui a renda de um salário mínimo, ou seja, novecentos e trinta e sete por mês. Este rendimento está relacionado com a comercialização dos produtos que são produzidos na cooperativa, dentro de uma área que está estimada em 1 hectare para cada família. Apenas 2 entrevistados possuem acima de 1 salário mensal, devido exercer outra forma de trabalho fora da cooperativa.
O principal meio de produção exercida na cooperativa é pratica da Olericultura, que é definida com a área da horticultura que tem como finalidade a exploração de hortaliças, que engloba culturas folhosas, tubérculos, bulbos, raízes e frutos. Todos os entrevistados produzem hortaliças, porém 20% exercem também a atividade da produção de aves tanto para a comercialização como para seu próprio consumo. 
Tabela II
Produção por área da cada cooperado 
	Hortaliças 
	Frutas
	 Aves
	Coentro 
(Coriandrum sativum)
	Banana
	Galinhas
	Alface
(Lactuca sativa)
	Mamão
	
	Jambu
(Acmella oleracea)
	Laranja
	
	Cenoura 
( Daucus carota )
	Limão 
	
	Pimentão
(Capsicum annuum)
	
	
FONTE: Questionários aplicados às famílias envolvidas na pesquisa.
 Os produtores justificam a maior produção de hortaliças, devido a demanda destes produtos, acrescentando que a principio a maior finalidade da cooperativa seria de abastecimento para as escolas do município. As espécies olerícolas apresentam um ciclo de desenvolvimento curto em relação a outras espécies, trazendo consequetemente um retorno financeiro mais rápido, e sendo assim um fator levado em consideração a respeito de seu uso em maior escala dentro da cooperativa. 
A respeito das tecnologias
que são utilizadas, todos os entrevistados responderam que usam a irrigação como método de controle hídrico das culturas que são produzidas, através do métodos de aspersão e gotejamento; assim como a adubação orgânica e plasticultura que são também usadas por todas as famílias cooperadas. A pulverização com o uso de insumos como fungicidas e herbicidas, não é utilizada por 20% dos entrevistados, sendo justificada por falta de auxilio em qual seria o seu melhor uso, no caso; assistência para esses produtores.
Tabela III
Tecnologia utilizada na área 
	Irrigação 
	100%
	Pulverização
	80%
	Adubação Orgânica
	100%
	Plasticultura
	100%
							
FONTE: Questionários aplicados às famílias envolvidas na pesquisa
A falta de assistência técnica é um grande problema que os agricultores enfrentam na cooperativa, segundo relatos dos mesmos, desde o inicio do ano atual (2017) não recebem assistência dos órgãos públicos locais, sendo justiçada por mudanças de lideranças políticas. Quando questionados com relação com as dificuldades encontradas, todos os entrevistados relatam a ocorrência de pragas e doenças nas suas culturas e a falta de conhecimento de como lidar com essa problemática
CONCLUSÕES
Concluiu-se que a Cooperativa tem como sua finalidade a produção de hortaliças, alguns frutos e aves de corte e postura. O que é produzido por esses cooperados, é usado tanto para o comercio como para a subsistência. Enfrentam grandes empecilhos com a necessidade de se haver assistência técnica no local, afim de que haja um auxilio nas referidas atividades de trabalho. 
REFERÊNCIAS
DA SILVA, Leonardo Xavier; RATZMANN HOLZ, Viviane. El cooperativismo y su comportamiento frente al capitalismo. In: Revista Cooperativismo & Desarrollo: julio – diciembre 2008.
LAGO, A.; HEGEDÜS, P. de; MACHADO, J. A. D. ; FAGAN, S. . Principais causas do não associativismo entre agricultores familiares do município de Nova Palma (RS, Brasil) e estratégias de extensão. In: XLIV Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 2006, Fortaleza-CE. Anais XLIV Congresso da SOBER, 2006. v. Unico.
LENZ, M. M. Conflito de identidade dos assentados de reforma agrária do MST? Ed. São Leopoldo: Unisinos, 2002.
PIRES, Maria Luiza Lins e Silva. A (re) significação da extensão rural a partir da ótica da inclusão: a via cooperativa em debate. In: Jorge T. R. de Lima (org.). Extensão Rural e desenvolvimento sustentável. Recife, Bagaço, 2003. 
OLIVEIRA, Maria Marly de. Associativismo e Cooperativismo no desenvolvimento local. In. SANTOS, Maria Salett Tauk, CALLOU, Ângelo Brás Fernandes. Associativismo e Desenvolvimento Local. Recife: Bagaço, 2006.

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