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Trabalho de Sociologia de extensão rural 
O que é estrutura fundiária?
A estrutura fundiária é a forma como são distribuídas as propriedades rurais de um país. A realidade da distribuição de terras no Brasil é uma herança do sistema colonial – da “Lei das Sesmarias” – onde havia o predomínio de grandes propriedades de terras – as “plantations” – cuja produção estava voltada ao mercado externo. 
A estrutura fundiária brasileira é extremamente conservadora: os latifúndios com mais de mil hectares ocupam 44,4% das terras. A maioria dos proprietários, cerca de 48%, é pequena. Já os grandes latifundiários, que representam apenas 1% dos donos de terras no Brasil, controlam quase metade delas.
Nas últimas décadas, o governo brasileiro tomou algumas medidas para tentar corrigir essa desproporcionalidade. Houve assentamentos de produtores rurais sem terras, apoio à agricultura familiar, crédito rural e outros programas. Contudo, isso não mudou de forma significativa a estrutura fundiária brasileira.
A maior concentração fundiária ocorre nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. O Sul apresenta a menor concentração fundiária do país, mas mesmo em tal região as propriedades rurais não são bem divididas.
Estrutura Fundiária do Brasil: divisão de terras
O Estatuto da Terra afirma que os espaços rurais podem ser classificados das seguintes maneiras:
Minifúndio
 
Áreas com extensões menores que 100 hectares utilizadas para agricultura de subsistência (familiar). Cerca de 70% dos alimentos consumidos pela população brasileira são produzidos nessas regiões.
  
Latifúndio (exploração ou dimensão)
Os latifúndios por dimensão são os espaços voltados para a agroindústria. A produção serve ao propósito do mercado de exportação.
 Geralmente os latifúndios por dimensão são voltados para produção de soja, laranja, milho e outros insumos. (Foto: Pixabay)
Já os latifúndios de exploração correspondem às terras improdutivas compradas para impulsionar a especulação imobiliária – obtenção de imóveis com o intuído de vendê-los ou aluga-los em determinados ciclos do mercado.
 
Empresa rural
Pequenas e grandes propriedades também voltadas para agroindústrias. Produção em larga escala de matérias-primas e criação de gado. Com isso, se faz necessário o uso de tecnologias, mãos de obra especializadas, aplicação de adubos químicos (agrotóxicos, fertilizantes, etc) e biotecnologia.
  Estrutura Fundiária na colonização
A estrutura fundiária do Brasil é caracterizada pela acumulação de terras por parte dos grandes latifundiários. Esse cenário teve origem no Brasil Colônia e ainda excita amplas discussões.
A colonização portuguesa motivou os primeiros problemas na estrutura fundiária do Brasil.
 
A implantação das capitanias hereditárias concentrou os territórios conquistados em quinze lotes, começando pelo litoral. Essas terras eram administradas por capitães donativos – membros da classe nobre, comerciária e burguesa.
 
Em seguida, entrou em vigor a Lei das Sesmarias: o donatário doava pedaços da sua capitania para os colonos selecionados pela coroa. Eles eram encarregados pelo cultivo e repasse da produção.
Origem da Estrutura Fundiária do Brasil
A colonização portuguesa motivou os primeiros problemas na estrutura fundiária do Brasil.
  
A implantação das capitanias hereditárias concentrou os territórios conquistados em quinze lotes, começando pelo litoral. Essas terras eram administradas por capitães donativos – membros da classe nobre, comerciária e burguesa.
  
Em seguida, entrou em vigor a Lei das Sesmarias: o donatário doava pedaços da sua capitania para os colonos selecionados pela coroa. Eles eram encarregados pelo cultivo e repasse da produção. 
Os donatários eram responsáveis pela equilíbrio econômico e judicial, sendo rapidamente substituídos caso a sua capitania não rendesse lucros.
Com o passar dos anos, o mercado externo passou a ser abastecido pelas lavouras de cana-de-açúcar na região Nordeste e pelo intenso fluxo do tráfico negreiro. O controle sobre a terra continuou nas mãos das famílias de latifundiários.
  
No ano de 1850, no qual foi criada a Lei de Terras, o governo decidiu que as propriedades ocupadas fossem registradas como privadas e as demais (tidas como públicas) encaminhadas para venda.
  
Os efeitos dessa lei afetaram diretamente os escravos libertos e os imigrantes europeus que chegaram para trabalhar nas plantações de café. O acesso à terra tornou-se impossível e o poder de acumulação permaneceu entre a classe de fazendeiros.
  
Estrutura Fundiária do Brasil: reforma agrária
A reforma agrária – um estatuto que almeja a redistribuição igualitária de terras – é uma tentativa de ajustar os séculos de acumulação. Essa estrutura é garantida pela Constituição Federal, sendo o Estado responsável pela compra e desapropriação de áreas tidas como improdutivas.
Pela lei, A União tem o dever de repassar essas terras para as famílias de agricultores e prestar o devido apoio financeiro. No entanto, colocar em prática essas recomendações tem sido um grande empecilho.
A reforma enfrenta diversas barreiras, começando pela resistência dos grandes latifundiários. Além disso, as famílias dos assentados necessitam de financiamento público para compra de insumos e maquinário, o mínimo para produzir e quitar os possíveis empréstimos.
As normas de compra das terras também alimentam diversas críticas, pois a União, ao pagar pela propriedade, acaba impondo uma série de regras que continuam beneficiando apenas os latifundiários.
Esse fato se mantém presente nos relatórios do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra. A instituição afirma que o governo do Brasil, de 2003 a 2009, comprou mais de 40 milhões de hectares destinados para a reforma agrária, mas somente 3 milhões foram utilizados.
Diante desses dados surge a questão dos conflitos no campo. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, o país registrou mais de 20 mortes em 2018, principalmente de lideranças indígenas ou integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Torna-se evidente que a criação de uma nova estrutura fundiária do Brasil depende diretamente da reforma agrária. A distribuição de terras pode estimular o crescimento da produção de alimentos, o mercado de exportação, na geração de novos postos de trabalho e, sobretudo, na queda das taxas de desigualdades e assassinatos no campo.
Afinal, o que é reforma agrária?
Quando pensamos em reforma agrária, a primeira coisa que nos vem à cabeça é uma redistribuição de terras. Na prática, ela não está muito longe disso.
Uma reforma agrária é uma reorganização das terras no campo. Acontece quando grandes porções de terra, até então concentradas na mão de um ou de poucos proprietários, são divididas em pequenas porções e distribuídas a outros donos, até então impossibilitados do acesso à terra.
· Como trazido pelo professor Doutor em Economia Política, Eduardo E. Filippi, ela pode ser entendida de 3 formas: Distribuição massiva de terras para os membros de um grupo, em momentos de grandes revoluções, como a Revolução Francesa, quando as terras da Igreja e dos Nobres foram distribuídas entre a burguesia vencedora e seus aliados.
· Distribuição de terras do Estado, durante processos de colonização de áreas desérticas ou desabitadas. Exemplo é o que aconteceu com a Lei de Propriedade Rural dos Estados Unidos em 1862. As pessoas interessadas em colonizar o país recebiam lotes de 65 hectares (sendo 1 hectare equivalente a 10.000 m² – o tamanho médio de um campo de futebol) e adquiriam sua posse se o cultivassem por 5 anos.
· Distribuição de terras que não cumprem com sua função social. É o modelo mais comum no Brasil e a ferramenta dos movimentos sociais que visam acesso à terra. Esses grupos realizam “assentamentos rurais”, ou seja, se estabelecem em uma porção de terra que consideram sem “função social”, na expectativa de que ela seja desapropriada e distribuída entre os membros do assentamento.
A Constituição de 1988 e a reforma agrária
Promulgada em 5 de outubro de 1988,a Constituição Cidadã, além de reforçar a ideia de função social da terra, traz, no Capítulo III, que:
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. 
Ou seja, a partir de 1988, o Estado brasileiro se comprometia a realizar a reforma agrária em seu documento mais importante, a Constituição.
O órgão responsável pela realização dessa prática seria o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que já existia desde 1970.
Com isso, estavam estabelecidos os meios jurídicos para a realização da reforma agrária. Mas se ela já é prevista em Constituição há mais de 30 anos, por que, ainda hoje, é tão polêmica no Brasil?
Para que possamos entender melhor isso, é preciso conhecer a questão agrária brasileira.
A questão agrária no Brasil
REFORMA AGRÁRIA
A concentração de terras no Brasil surge no século XVI com a implantação das Capitanias Hereditárias, ou seja, terras dadas pela Coroa aos portugueses com interesse de colonização. Desde então, acompanhando o modelo do Brasil Colônia, as terras são distribuídas de maneira desigual até os dias atuais, formando assim os latifúndios (grandes propriedades de terras), pertencentes a um grupo pequeno de grandes fazendeiros.
Por consequência dessa concentração de terras gerada por esse modelo político de distribuição, algumas encontram-se em estado improdutivo, isto é, não sendo utilizada para produção agrícola, além do fato da terra ser mantida para especulação fundiária. Nesse sentido, surge como solução a “Reforma Agrária”, um meio de política pública com o intuito da redistribuição fundiária em um Estado.
No Brasil, as propostas de Reforma Agrária começaram a vigorar no século XX no sentido político. Em 1962, a lei de n°4.132, assinada por João Goulart, que estabeleceu os casos de desapropriação por interesse social. Em seguida, em 1964, a lei n °4.504 (Estatuto da Terra).
Apesar de serem leis criadas e destinadas à questão da Reforma Agrária, na prática segue sendo falha, visto que ainda há grande concentração desses latifúndios. Isso se observa pelo fato desse impasse não ser tratado de maneira eficiente, pois mesmo havendo o modelo distributivo, o problema ainda é presente. A reformulação deve ser dada de maneira sistêmica, desde a redistribuição até ao sistema de crédito rural aos pequenos produtores.
Tendo em vista o contexto da Reforma Agrária no Brasil, surge o MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra) em 1984, movimento social com o intuito de garantir que a Constituição seja aplicada, desde o direito a propriedade e a denúncia da especulação fundiária. O papel do MST é tão ativo até os dias de hoje, inclusive agora na pandemia, deu grande suporte para combate a fome no Brasil. Portanto, o movimento nos mostra a emergência e importância da redistribuição dessas terras para o país e sua população, além de provar que a desigualdade é uma questão histórica e enraizada.

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