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A POLITICA DO CORNELISMO NO BRASIL: Reflexos dos anos de 1889 para os dias atuais

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2
A POLITÍCA BRASILEIRA NAS MÃOS DA ELITE que elite? Quando? Onde?
 Fernando Henrique Soares Paiva¹
 Isabela Alice Nunes de Almeida2
 Josué dos santos Reis dos Santos3
 José Auricélio Pires4
	
 Hingrid Renalle Farias Bezerra 
	
RESUMO
O presente artigo analisa o cenário politico brasileiro em dois momentos. Desta forma, busca-se analisar a perduração da politica elitista no período republicano, mais precisamente na republica velha em comparação com a politica atual no Brasil, verificando e exemplificando estes momentos. Este trabalho foi desenvolvido por intermédio de pesquisas realizadas em livros, artigos científicos e sites. Dessa forma, foi possível compara e verificar tal conduta no cenário politico brasileiro. 
Palavras-chave Politica; Politica Elitista; República; Brasil; Coronelismo; Brasil Republica; Politica dos governadores; Poder; Constituição de 1889; Politica atual.
1 INTRODUÇÃO 
Ao longo da historia a politica apresentou formas diversificadas, dando assim características para sua importância no decorrer do tempo. Dessa forma, podemos ressaltar tais manifestações do pensamento politico, os debates, partidos políticos ou a estrutura organizacional do Estado. Logo, historicamente o termo politica é de origem grega o qual foi mencionado pela primeira vez na polis (cidade-estado). Sendo assim, Soltau e Fabricio (2012, pag. 5), descreve: 
“politikós termo grego que indicava os procedimentos relativos às cidades-estados. Termo que da origem a palavra politica, palavra que, etimologicamente origina de polis (cidade). Poderíamos afirmar, portanto, que politica é a arte de gerir os destinos da cidade”. 
Destarte, as mudanças que houve para se chegar ao termo que conhecemos por politica é perceptível nos dias atuais, com alguns acréscimos ora legal ora não. Como já dizia Maquiavel (2009) que a política é estabelecida entre os indivíduos de forma precisa, sendo ela o resultado das relações de poder, que nem sempre são definidas racionalmente, sendo instável e transitória. Por conseguinte, verifica-se presente na politica do Brasil, destacando-se precisamente no período republicano tendo inicio em 1889, perpassando ate hoje de maneiras diferentes porem visíveis.
A partir do que foi apresentado faremos uma analise de tal politica, que se vem fazendo presente no atual cenário politico do Brasil. Desta maneira é necessário analisar e comparar esta forma de politica, conhecida por politica elitista, nos anos de 1889 precisamente na republica velha, com a atual politica.
Em virtude do que foi e será exposto, tomamos como base de estudo para esta formulação, o uso de livros, artigos científicos e sites. 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Uma breve abordagem sobre o Coronelismo
A política Brasileira em forma de República, desde seu início no século XIX, está nas mãos da elite existente no país, que até então permanece influenciando decisões nos processos políticos, sendo essa pequena parcela da população a única beneficiada desde o estabelecimento da primeira constituição brasileira. Influencia essa que se alongou no decorrer dos anos, chegando ao ponto de manipular a implantação de uma república a partir de 1889. E nesse fator que ocorre a influência do coronelismo na vida pública, a política, a economia, tudo a mando do seu poder. Assim também pode se afirmar que a devida implantação da república ocorreu consequentemente para interesses dessa elite. Com a troca de poderes do império para a república a elite manteve ainda mais poder para comandar o país conforme suas vontades, como mostra Queiroz.
O coronelismo se integra, pois, com um aspecto específico e datado dentro de um conjunto formado pelos chefes que compõem o mandonismo local brasileiro - datado porque, embora aparecendo a apelação de coronel desde a segunda metade do Império, é na Primeira República que o coronelismo atinge sua plena expansão e a plenitude de suas características. O coronelismo é, então, a forma assumida do mandonismo local a partir da proclamação da República; o mandonismo teve várias formas desde o Colônia, e assim se apresenta como o conceito mais amplo em relação aos tipos de poder político-econômico que historicamente marcam o Brasil. (Queiroz, 2006, p.177-178).
Como mencionado, Queiroz revela que o coronelismo teve maior força quando se implantou a república, com a troca de sangue no poder, eles tomaram mais força, pois o tal sangue que foi trocado seria o deles que posteriormente iria comandar definitivamente o poder político. A transição desse poder foi pouco perceptiva pela comunidade local, nem todos sabiam que o Brasil imperial agora seria uma República, o historiador e cientista político Boris Fausto analisa esse processo como "episódio, a passagem de império para república foi quase um passeio”. Sem apoio democrático, a república veio a ser implantada sem que a população brasileira obtivesse conhecimento do fato. Portanto, pode-se constar que de forma alguma a elite pretendia revelar seus interesses ao povo; que somente veio a ter força no processo politico com a constituição de 1934 quando Getúlio Vargas outorga a constituição. Portanto, essa força logo foi quebrada com uma ditadura pelo próprio Getúlio Vargas, e então é bem claro que a elite não quer que a classe baixa como maioria tenha acesso a politica.
Esse fator é com facilidade observada nos governos pelos coronéis de menos donos de fazendas de fazendas e os donos dos cafezais conhecidos como café com leite, processo na qual a elite comandava conforme suas forças e vontades. Boris Fausto mostrou um estudo revelando a troca de favores do estado com esses coronéis. Entretanto, esse fator ainda mostra-se muitos vivo no meio social, muita das vezes apresentado nas politicas municipais um exemplo disso é a politica apresentada na região pocense, onde candidatos mencionados a politica municipal sempre se mostram filiados a algum empresário, o pagamento vem com o emprego cedido a alguém a mando da elite, ou um secretario e assim por diante. Essa cultura causa atraso politico e econômico deixando assim o Brasil a mando de senhores da elite. Sabemos que o eleitorado brasileiro vem da classe baixa, porem muitos acabam exercendo seu poder sobre o voto forçado pelo seu patrão, mais uma vez o empresário mostrando sua força, caso contrário, o trabalhador sair da vontade de seu patrão acaba perdendo o emprego. Podemos ver essa situação também nos tempos iniciais da politica brasileira, quando o voto era em aberto, o senhor coronel levava seu trabalhador para votar no candidato no qual ele ajuda, isso ficou conhecido como voto de cabresto.
Os chefes políticos municipais apoiados pelas oligarquias estaduais, conhecidos como “coronéis”, garantiam, por meio da influência pessoal que possuíam ou pelo uso de violência, a vitória de candidatos favoráveis aos interesses do governo, recebendo em troca grande apoio financeiro, político ou até mesmo militar quando tinham a supremacia local ameaçada por grupos políticos rivais. Esse escambo político tornou-se possível graças às condições marginais a que estavam relegados os tradicionais chefes locais. O declínio financeiro de algumas regiões distantes dos grandes centros decisórios, como o Estado de São Paulo e Rio de Janeiro, possibilitou a aproximação entre os líderes estaduais e os mandatários regionais, interligando esse poder local a uma rede nacional de dominação. Considerando os limites de acesso às massas rurais dispersas pelo interior decorrente do desenvolvimento incipiente da radiodifusão, resta ao poder estadual se aliar aos chefes regionais, dando-lhes um voto de confiança na intermediação entre eleitores e governo (MENDONÇA, 2000, p. 317-318). 
Diante deste ponto de vistapolítico, o coronelismo foi de suma importância às pretensões do governo e de forma consequente das elites agroexportadoras que dele participavam, facilitando por meio de ações fraudulentas, a reprodução de resultados eleitorais favoráveis a estes e abortando traumatismos entre grupos rivais, tão comuns nos primeiros anos do regime republicano. Como ressalta José Murilo de Carvalho, 
Nesse paraíso das oligarquias, as práticas eleitorais fraudulentas não podiam desaparecer. Elas foram aperfeiçoadas. Nenhum coronel aceitava perder as eleições. Os eleitores continuavam a ser coagidos, comprados, enganados, ou simplesmente excluídos. Os historiadores do período concordam em afirmar que não havia eleições limpas. O voto podia ser fraudado na hora de ser lançado na urna, na hora de ser apurado, ou na hora do reconhecimento do eleito (CARVALHO, 2008, p. 41). 
Embora durante toda a república velha a maior parte da população brasileira estava centrada no campo, de acordo com os argumentos de alguns homens ilustres da época – quase todos ligados à tradição agrária –, as inclinações rurais do país, eram as práticas coronelistas que puderam se desenvolver sem grandes contestações, em razão da baixa instrução da população rural e da violência provocada pelos coronéis contra as vozes contrárias que porventura pudessem se insurgir. Mesmo considerando o número significativo de imigrantes chegados ao Brasil no início do século XX, em tese mais politizados que os brasileiros, eram poucos aqueles que tinham consciência política desenvolvida, já que a maior parte desses imigrantes eram oriundos do campo em seus países de origem (et al. BATALHA, 2006, p. 165-167). 
Essa estrutura social facilitou o controle do trabalhador rural. A grande propriedade e também a presença efetiva do coronel na fazenda que inibiam posições mais ousadas por parte dos trabalhadores. Nesta medida em que se torna privado o espaço da propriedade, de pertencimento do coronel, tornando-se a autoridade máxima e indiscutível. De nem uma forma está sendo negadas as resistências por parte dos trabalhadores aos desmandos cometidos. Como relata Maria de Lourdes Mônaco Janotti, alguns dos casos de abuso que ganharam notoriedade, como o que envolveu uma família de imigrantes italianos e Diogo Eugênio Sales, irmão de Campos Sales, embate que ficou conhecido como o Caso Longaretti (et al. JANOTTI, 1999, p. 30-52). Como menciona Otavio Ianni (2005, p. 132-135), a consciência política entre o proletariado rural resultou de um processo lento e gradual que só ocorreram graças às transformações no âmbito produtivo. 
Conforme as previsões constitucionais, apenas os eleitores brasileiros e alfabetizados poderiam votar, sendo esse um dos artifícios que permitiu o controle do eleitorado no campo. A simples assinatura ou mesmo que seja o desenho do próprio nome eram estes suficientes para validar o voto desse eleitor, mesmo que muitas das vezes tinha ao seu lado a companhia de um capanga do coronel lhe indicando de maneira mínima delicada em quem este deve votar. O fato do voto não ser exercido de forma secreta ampliava o número de casos de violência contra o eleitorado. Conhecido historicamente como “voto de cabresto”, tendo em virtude da truculência a qual os eleitores eram submetidos na escolha do candidato. Essa prática foi bastante usada em algumas regiões do país, de forma especial nas regiões mais afastadas, o que foi configurada como fator responsável para garantir nos municípios a hegemonia dos representantes das oligarquias estaduais. 
Estes então contavam com o apoio das elites estaduais, o coronel atua com bastante energia em seu reduto eleitoral, também conhecidamente chamado de “curral”, mesmo que seu poder não seja inconteste, embora que as disputas com outros coronéis rivais não eram incomum, uma vez conquistada a confiança dos grupos estaduais, era quase que impossível ser derrotado. A vitória dos coronéis em seus municípios era a mesma vitória da oligarquia estadual que ele representava. 
Diante disso a consolidação do “sistema oligárquico”, foi levada a cabo por Campos Sales, dando ao regime republicano uma relativa tranquilidade. A solidarização entre as esferas federal e estadual possibilitou ao grupo governista controlar as sucessões eleitorais, correndo poucos riscos por parte de grupos insatisfeitos (LESSA, 1987). 
Já que o presidente estava constitucionalmente impedido de se suceder a si mesmo, era fatal que houvesse grande agitação política, de quatro em quatro anos (a duração do período presidencial), à medida que a liderança situacionista procurava acordo entre os líderes das principais máquinas políticas estaduais para a indicação de um sucessor. Uma vez acertada a indicação, contudo, isso já equivalia à eleição, de vez que os governos estaduais tinham poder para dirigir as eleições e não hesitavam em manipular os resultados para enquadrá-los nos seus arranjos pré-eleitorais (SKIDMORE, 2003, p. 21-22). 
Esse hermético e intenso joguete político, o estado de São Paulo foi o grande e primeiro beneficiário, tendo como cúmplice o estado de Minas Gerais. A conhecida “política do café-com-leite”, como foi denominada o implícito acordo entre os dois estados, garantindo hegemonia dessas oligarquias no cenário nacional, sendo poucas às vezes na história da República Velha que os estados paulistas e mineiros se viram ameaçados frente aos estados de menor expressão. 
Foi em São Paulo e Minas que o coronelismo, como sistema político, atingiu a perfeição e contribuiu para o domínio que os dois estados exerceram sobre a federação. Os coronéis articulava-se com os governadores, que ser articulavam com o presidente da República, quase sempre oriundo de um dos dois estados (CARVALHO, 2008, p. 56). 
Com brechas presentes na primeira constituição republicana e as habilidades política de Campos Sales foram os fatores que possibilitaram a arquitetura e consolidação do sistema oligárquico. Com grande importância é possível concordar com a análise feita por Leonardo Trevisan: 
A república brasileira, gerada entre o ventre oligárquico, manchada pela escravidão, conhece, em seu primeiro período, a tentativa do imobilismo, a desesperada tentativa de freio à roda da História, a tentativa mesquinha e egoísta dos donos do poder, de manter o país agrário, rural, conivente a seus interesses (TREVISAN, 1982, p. 65). .
Avista disso, o coronelismo não se tornou, conforme as argumentações de Carvalho (2008, p. 56), “apenas um obstáculo ao livre exercício dos direitos políticos. Ou melhor, ele impedia a participação política, porque negava os direitos civis”. Essas grandes transformações do ponto de vista desses direitos apenas tornaram-se possíveis quando processadas a partir de 1937, durante o Estado Novo, e se concluirão depois de 1945, embora o golpe militar de 1964 tenha sido um retrocesso aos avanços conquistados.
2.2 O coronelismo “maquiado” do Século XX
A situação política atual Brasileira mantém ainda vivo os traços do coronelismo. Fazendo-se das características marcantes do coronelismo, tais como: mandonismo, assistencialismo, curral eleitoral, nepotismo e voto de cabresto. Reflete-se nestes casos como o Programa bolsa- família onde cidadãos passam a receber uma ajuda financeira para complemento da renda ou como a única fonte de renda, os centros sociais que oferecem auxílio clínico (fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, odontologia, etc...), bolsas em colégios particulares em vez de na verdade trabalhar para que o ensino público no brasil seja de qualidade, além de comandar os meios de comunicação da região (jornais, tv, rádio) e estes são donos das principais atividades da região (padarias, fazendas, etc).
De acordo com o Jornal GGN em uma reportagem realizada em 24 de Julho de 2019, fez um levantamento sobre as áreas cujo proprietário é parlamentares, estes buscam está pertinentes a estas áreas mas distantes afim de encontrarem apoio para sua possível consagração ao parlamento: 
[...] um extenso levantamento das fazendas declaradas por deputados esenadores à Justiça Eleitoral, no ano passado, quando concorriam à vaga no Legislativo e descobriu que as regiões da Amazônia Legal e do Matopiba (formada pelo estado do Tocantins e partes do Maranhão, Piauí e Bahia), todas elas consideradas as últimas fronteiras agrícolas do país, concentram a maior parte das terras dos parlamentares.
A cada ano que passa há uma maior influência na manutenção do status do coronelismo, isso passa a acontecer já que é inversamente proporcional ao desenvolvimento das atividades urbanas, como o comércio e a indústria. Ou seja, o poder político está cada vez mais fortalecido pela ausência do poder privado na região. Onde o cidadão que ganham o seu salário, pedaço de terra é do ''coronel'' e para que este cidadão não venha perder seu pão de cada dia e seu lugar para sobreviver ele apoia fervorosamente este coronel ou seu apoiador e em vez de tê-lo como má pessoa o tem como um Deus, tanto que é normal os coronéis serem padrinhos dos filhos dos trabalhadores da região. Como vimos a ausência do poder privado da região acentua o coronelismo, pois quem faz investimentos, gera renda e emprego, ativa a economia da cidade é o coronel.
Caso similar ao coronelismo ocorrido ao anteceder as eleições presidenciais de 2018:
https://oglobo.globo.com/brasil/mp-do-trabalho-processa-havan-acusada-de-coagir-funcionarios-votar-em-bolsonaro-23120279
Diante disso o ''coronelismo corresponde a uma quadra da evolução de nosso povo'', isto é, o sucesso do coronelismo deu-se após a transição do império para a república e foi feita de maneira precária, sem a devida preocupação social de como ficaria o povo e o país na nova forma de governo, sem um plano educacional para desenvolver senso crítico aos cidadãos, sem chances de eles crescerem financeiramente com o seu trabalho. Há quem diga que a televisão acabou com o coronel'', mas como diz o ditado: '' se não podemos vencer o inimigo, que nos junte a ele'' e foi diante disso que houve, uma adaptação ao meio, em que os ''coronéis'' com todo o prestígio político, econômico e com uma aura de pai dos pobres acabaram que se transformando em donos dos meios de comunicação (tv, rádio e jornais), ou seja, o cidadão acredita que o coronel além de levar a comida na mesa, oferecer um pedaço de terra para morar que ele leva também informação para o povo se instruir.
A algumas décadas atrás, o ministro Victor Nunes Leal escreveu "Coronelismo, enxada e voto", publicado em 1948. É  um estudo da vida política brasileira a partir do sistema do coronelismo, que o autor considera sistema político. Proprietários de terras, chefes políticos, senhores do bem e do mal, os coronéis são figuras marcantes na história e na literatura brasileiras.
Os coronéis fazendeiros não eram militares de carreira. Estes pertenciam à Guarda Nacional, milícia cidadã, da qual teoricamente faziam parte todos os eleitores. No período Imperial (1822-1889), o voto era censitário (baseado na renda), só uma elite votava.
Os fazendeiros legalmente adquiriam a patente de coronel, que lhes dava o direito de constituir tropas provisórias em caso de conflito. Dessa forma, controlavam também a polícia, seu principal instrumento de abuso do poder.
Durante a república velha nos anos de 1889 a 1930 o presidente Campos Sales (1898-1902) criou a "política dos governadores", dando forma às relações sociopolíticas dentro dos limites do "é dando que se recebe". Esse episodio da historia brasileira deu início a uma cadeia de favores, que se estendia desde o relacionamento entre o presidente da República e os governadores dos Estados até o relacionamento entre os coronéis e os trabalhadores rurais. Dessa forma num encadeamento de forma autoritária, as decisões deveriam ser acatadas em todos os níveis da população para que tais reivindicações fossem atendidas.
Sem haver uma legislação que protegesse os trabalhadores rurais, por meio de concessão dos coronéis, residiam dentro das fazendas e recebiam um ordenado miserável. Em troca disso, aceitavam o voto de cabresto, elegendo os candidatos apoiados pelo patrão. Na República Velha, a votação não era secreta, o que permitia a averiguação do voto pelos membros da mesa eleitoral. Os desobedientes sofriam desde uma advertência verbal até o castigo físico, além de correr o risco da perda do emprego e da moradia.
Diante do exposto o coronelismo representou a tentativa de conservação do poder privado frente a sua decadência. O seu principal ponto era a relação de compromisso entre o poder privado decadente e o poder público fortalecido.
A imposição do regime representativo, em base ampla a essa inadequada estrutura social, havendo incorporado à cidadania ativa um grande volume de contingente eleitoral incapacitado para o consciente desempenho de sua missão política que vinculou os detentores do poder público, em larga medida, aos condutores daquele rebanho eleitoral.
2.3 O Coronelismo aos dias de hoje 
Não existe mais o bico de pena, do voto de cabresto, mas existe o sistema de aliança, que é mais fluido. As alianças vão desde a base até o topo. É urbano. O coronel tradicional tinha cartucheira atravessada no peito. O neocoronel é um homem de cidade. Esses são bacharéis, pessoas ilustradas, mas que sabem onde está o peso da máquina, onde está a força do poder. E costumam penetrar nas universidades. É um coronelismo ilustrado, mas é um coronelismo. 
O coronelismo moderno é identificado como a formação de clãs familiares. Essas  grandes famílias se apropriaram do poder no Brasil, principalmente nas regiões mais pobres, rateando a máquina pública entre seus representantes. Elas rateiam o poder, colocando seus representantes nas posições decisórias. De acordo com o cientista politico em uma entrevista ao Site Plataforma pela Reforma do Sistema Politico, Ricardo Costa Oliveira, “somos uma república de famílias”. E todas essas famílias que se perpetuam no poder são representadas, quase que invariavelmente, por homens brancos e ricos”. 
O Nordeste é um exemplo proporcionalmente quanto em números absolutos. Onde a cada dez parlamentares que assumiram o mandato por um dos nove estados nordestinos, seis têm algum parentesco com outras figuras do mundo político. A prática da política em família é comum a 97 dos 161 deputados da região.
Disponivel em: https://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/familias-mandam-no-nordeste-mas-nao-so-la/
Esse novo modelo de coronelismo contribui a formar as maiores bancadas hoje existentes, quais sejam: “a do boi”, “a da bala”, que estas se aliam com a chamada bancada da bíblia. Conservadoras e apoiadoras do status quo, que adotam a tese de que  é preciso mudar sem que nada seja alterado. As questões ambientais, dos direitos humanos  e do uso de parcelamento racional da terra, seja no espaço urbano ou rural, ou seja, para essas elites temas inconvenientes e até proibidos. 
Exemplo pautado na matéria publicada no jornal Folha UOL:
Esse coronelismo está presente entre os integrantes da  base de  formação do chamado “centrão”, que  em sua  maioria possui um perfil conservador. Com 42% do total de cadeiras da Câmara, controla 53% da bancada evangélica, 49% da bancada da bala e 46% da bancada ruralista. (estimativas de acordo com o site do jornal Folha de São Paulo, Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/06/1780784-unido-novo-centrao-pauta-governo-temer-e-planeja-comandar-camara.shtml)
As promessas ora feitas aos eleitores estão presentes em cada período eleitoral, uma vez que apresentadas de forma similar e sem conteúdo. Estão baseados em mensagens do protetor para o seu protegido em um contexto de assistencialismo voraz. Interessa ao coronelismo entreter o eleitor com pão e circo. Daí porque impressionam as cifras pagas a bandas musicais pelos grupos políticos que monopolizam o poder em localidades pobres como meio de alegrar a população tão carente. 
Trecho de Matéria publica sobre casos semelhantes à prática de coronelismo
Disponível em: http://blogs.jornaldaparaiba.com.br/cidadaniaetc/2013/12/27/show-de-presente-e-quem-paga-conta/Vale ressaltar que o Congresso Nacional não vive, dentro das agruras trazidas à Nação, num estado calamitoso. Dir-se-á que o poder emana do povo.  Contudo, o voto pertence ao eleitor e não ao eleito que este seria apenas o seu delegado. Na verdade, essa classe politica já não mais nos representa. 
É possível dizer que a saída para isso é a educação e as formas como o recall, instrumento já testado em democracias, como a norte-americana e a suíça, com resultados positivos. Porém, para que o recall seja adotado, como meio para expurgar os representantes políticos indesejados, será preciso uma emenda constitucional que, de certa forma não estaria nas cogitações do Congresso Nacional que temos.
Além disso, é mister que se diga que não há solução fora do que prevê a  Constituição. Em um Congresso Nacional onde se formam maiorias conservadoras e reacionárias e há poucas esperanças de avanços.  
3 CONCLUSÃO
Dessa forma, foi possível fazer uma analise pacifica em relação ao que conhecemos e denominamos como politica elitista. Logo, realizamos comparação entre dois momentos da historia, a Republica velha com a contemporaneidade, visualizamos atos nos meios políticos que se repetem, pelo viés de pesquisas em artigos científicos e livros. Sendo assim, verificamos a problemática para o aprofundamento deste artigo. 
REFERÊNCIAS
BATALHA, Cláudio H. M. Formação da classe operária e projetos de identidade coletiva. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (Org.). O Brasil republicano: o tempo do liberalismo excludente - da proclamação da República à Revolução de 1930. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. v. 1. p. 163-189.
CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
IANNI, Otavio. A formação do proletariado rural no Brasil. In: STEDILE (Org.). A questão agrária no Brasil: o debate na esquerda: 1960-1980. São Paulo: Expressão Popular, 2005. p. 127-144
.
JANOTTI, Maria de Lourdes Mônaco. Sociedade e política na Primeira República. São Paulo: Atual, 1999.
LESSA, Renato. A invenção republicana. São Paulo: Vértice, 1987.
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Hedra, 2009.
MENDONÇA, Sonia Regina de. Estado e sociedade: a consolidação da república oligárquica. In: LINHARES, Maria Yeda (Org.). História geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
QUEIROZ, Maria Isaura Pereira. (2006) O Coronelismo Numa Interpretação Sociológica. In: FAUSTO, Boris (Org.) História Geral da Civilização Brasileira. 2oed., São Paulo: DIFEL, p.155-188.
SKIDMORE, Thomas. Brasil: de Getúlio a Castelo. 13. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003.
SOLTAU, A. M. V.; Fabricio, E. L. História do pensamento político e econômico. Indaial: Uniasselvi, 2012.
TREVISAN, Leonardo. A República Velha. 5. ed. São Paulo: Global, 1982.
1 Fernando Henrique Soares Paiva
 Isabela Alice Nunes de Almeida
 Josué dos santos Reis dos Santos
2 Hingrid Renalle Farias Bezerra
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Historia (HID0537/6) – Prática do Módulo VI - 13/11/19

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