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PREVENÇÃO E CONTROLE 
DE RISCOS EM MÁQUINAS, 
EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES
Autora: Patrícia Grassiani Crespo
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
621.8
C921p Crespo, Patrícia Grassiani
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, 
 Equipamentos e Instalações / Patrícia Grassiani 
 Crespo. Indaial : Uniasselvi, 2012.
 228 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830-641-0
 1. Engenharia de máquinas.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza
 Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
 Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
 Equipe Multidisciplinar da 
 Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller
 Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
 Profa. Jociane Stolf
 
 Revisão de Conteúdo: Prof. Lírio Ribeiro 
 Revisão Gramatical: Profa. Iara de Oliveira
 
 Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090
Copyright © UNIASSELVI 2012
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Patrícia Grassiani Crespo
Possui graduação em Engenheira Civil 
pela Fundação Universidade Regional de 
Blumenau (2000), Especialização em Engenharia 
de Segurança do Trabalho pela Universidade Federal 
de Santa Catarina (2003) e Mestrado em Engenharia 
Ambiental pela Fundação Universidade Regional 
de Blumenau (2003). Atualmente, é engenheira de 
segurança do trabalho - UNISESMT. Tem experiência 
na área de Engenharia Civil, com ênfase em 
Engenharia de Segurança do Trabalho.
Sumário
APRESENTAÇÃO ......................................................................7
CAPÍTULO 1
Máquinas e Equipamentos.......................................................9
CAPÍTULO 2
Caldeiras ............................................................................... 41
CAPÍTULO 3
Vasos de Pressão ................................................................ 81
CAPÍTULO 4
Indústria da Construção Civil .......................................... 109
CAPÍTULO 5
Arranjo Físico ................................................................... 167
CAPÍTULO 6
Segurança em Instalações Elétricas ............................. 197
7
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
No estudo que segue, teremos a oportunidade de conhecer, identificar e 
avaliar os possíveis riscos envolvendo máquinas e equipamentos, com o objetivo 
de propor medidas de controle, a fim de proporcionar um ambiente de trabalho 
saudável e seguro.
A seguir, a disciplina será focada no entendimento de máquinas e 
equipamentos. Sendo assim, conheceremos os seus mecanismos, bem como as 
formas de se fazer segurança pelo método prevencionista, isto é, implantação de 
dispositivos de segurança, inspeções e identificações de riscos, antecipando-nos 
às consequências indesejáveis.
A autora.
CAPÍTULO 1
Máquinas e Equipamentos
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Apresentar conceitos fundamentados na legislação para o reconhecimento 
preventivo dos riscos.
� Analisar máquinas e equipamentos.
� Descrever procedimentos de segurança eficazes.
11
Máquinas e Equipamentos Capítulo 1 
Contextualização
Na disciplina de Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, 
Equipamentos e Instalações, teremos a oportunidade de conhecer, identificar e 
avaliar os possíveis riscos envolvendo máquinas e equipamentos, com o objetivo 
de propor medidas de controle, a fim de proporcionar um ambiente de trabalho 
saudável e seguro.
A seguir a disciplina será focada no entendimento de máquinas e 
equipamentos presentes na NR 12. Sendo assim, é imprescindível conhecer a 
Norma Regulamentadora que fornece as diretrizes para fazermos um ambiente 
de trabalho seguro e livre de possíveis acidentes.
Lembre-se, é importante conhecer a máquina para que possamos agir 
diretamente na segurança da “máquina humana”.
Máquinas e Equipamentos na NR 12
Por se tratar de causadores de graves lesões nos trabalhadores que realizam 
suas atividades com máquinas e equipamentos, este setor laboral deve ser estudado, 
analisado com totais princípios da segurança prevencionista. 
Sendo assim, devemos observar todos os itens da NR 12 e adequarmos 
nosso ambiente de trabalho.
O setor industrial brasileiro é composto por maquinários e equipamentos 
antigos e obsoletos, fabricados em torno de três décadas atrás e que continuam 
em plena atividade. Devido a esta realidade, muitas são as máquinas e os 
equipamentos que não possuem proteções com a função de evitar ou minimizar 
os riscos pertinentes à indústria. 
Máquinas sem proteção são fontes eminentes de danos à saúde e bem-estar 
do trabalhador da empresa. Porém, não podemos esquecer que existem formas 
de reduzir os riscos e os acidentes de uma forma viável economicamente e até 
mesmo fabricadas na própria empresa.
As empresas devem oferecer um ambiente de trabalho saudável e seguro 
ao seu trabalhador. Para que isso seja possível, todas as máquinas e os 
equipamentos com acionamento repetitivo devem ter dispositivos de segurança, 
conforme disposto na NR 12- Máquinas e Equipamentos.
Segundo a legislação pertinente, as medidas de proteção de máquinas e 
equipamentos devem ser adotadas seguindo a ordem de prioridade:
12
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
1) medidas de proteção coletiva;
2) medidas administrativas ou de organização do trabalho; 
3) medidas de proteção individual.
Em oito de julho de 1978, através da Portaria n° 3.214, foi aprovada 
a NR 12, norma específica para máquina e equipamentos. 
Esta Norma Regulamentadora e seus anexos definem 
referências técnicas, princípios fundamentais e medidas 
de proteção para garantir a saúde e a integridade física 
dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a 
prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases 
de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos 
de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, 
comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em 
todas as atividades econômicas. (MTE, 2012).
A NR 12 sofreu sua primeira alteração em 1983. Em 1994, foi-
lhe acrescentado o anexo de mortosseras e, em 1996, o de cilindros 
de massas. Em 1997 e em 2000 ocorreram mais duas modificações 
nesta NR. 
A NR pode ser obtida, na íntegra, pelo site http://www.mte.
gov.br/seg_sau/nr_12_texto.pdf
No ano de 2010, a NR 12 passou por uma grande reformulação, alcançada 
de forma tripartite, sempre com o objetivo de:
• Orientar sobre práticas de segurança de máquinas.
• Fazer com que a fabricação de novas máquinas já tenha intrínseca a 
segurança na sua concepção.
• Adequar às máquinas existentes para a segurança.
• Reduzir as assimetrias regionais quanto à proteção dos trabalhadores.
• Reduzir os acidentes relacionados às máquinas e equipamentos.
• Prevenção de acidentes.
No contexto, a NR 12, em seus objetivos, priorizou pontos que anteriormente 
Norma 
Regulamentadora 
e seus anexos 
definem referências 
técnicas, princípios 
fundamentais 
e medidas de 
proteção para 
garantir a saúde e 
a integridade física 
dos trabalhadores 
e estabelece 
requisitos mínimos 
para a prevenção 
de acidentes 
e doenças do 
trabalho nas 
fases de projeto 
e de utilização 
de máquinas e 
equipamentos 
de todos os 
tipos, e ainda à 
sua fabricação, 
importação, 
comercialização, 
exposição e 
cessão a qualquer 
título, em todas 
as atividades 
econômicas.
13
Máquinase Equipamentos Capítulo 1 
eram brandos e até mesmo inexistentes. O nome da norma também mudou, 
passando a ter como título, NR 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e 
Equipamentos. «O mais importante da nova versão são as informações mínimas 
para que a máquina seja concebida de forma segura. Queremos em médio prazo 
uma nova geração de máquinas», afirma a coordenadora do GTT da NR 12, a 
auditora fiscal da SRTE/RS, Aida Becker (BECKER et al., 2012).
Figura 1 - Mudanças da NR 12
Fonte: Disponível em: <http://www.slideshare.net/Rosali_
Bispo/nr12-2>. Acesso em: 13 out. 2012.
 
A nova NR 12 revoluciona no que tange à proteção dos trabalhadores e o 
uso das máquinas. A versão que antecede as modificações de 2010 contava com 
apenas seis itens principais e mais dois anexos, um relacionado a motosserras 
e outro para cilindros de massa. A nova NR 12 conta com dezenove textos 
principais, três apêndices, sete anexos e um glossário. 
As explicações tornaram-se mais detalhadas e claras, adequadas às tecnologias 
existentes, principalmente quanto às instalações e aos dispositivos de segurança.
a) Princípios Gerais
12.1. Esta Norma Regulamentadora e seus anexos definem 
referências técnicas, princípios fundamentais e medidas 
14
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
de proteção para garantir a saúde e a integridade física 
dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a 
prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases 
de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos 
de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, 
comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em 
todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância 
do disposto nas demais Normas Regulamentadoras – NR 
aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, nas 
normas técnicas oficiais e, na ausência ou omissão destas, 
nas normas internacionais aplicáveis.
12.1.1. Entende-se como fase de utilização a construção, 
transporte, montagem, instalação, ajuste, operação, limpeza, 
manutenção, inspeção, desativação e desmonte da máquina 
ou equipamento.
12.2. As disposições desta Norma referem-se a máquinas e 
equipamentos novos e usados, exceto nos itens em que 
houver menção específica quanto à sua aplicabilidade.
12.3. O empregador deve adotar medidas de proteção para o 
trabalho em máquinas e equipamentos, capazes de garantir 
a saúde e a integridade física dos trabalhadores, e medidas 
apropriadas sempre que houver pessoas com deficiência 
envolvidas direta ou indiretamente no trabalho.
12.4. São consideradas medidas de proteção, a ser adotadas nessa 
ordem de prioridade:
a) medidas de proteção coletiva;
b) medidas administrativas ou de organização do trabalho; e
c) medidas de proteção individual.
12.5. A concepção de máquinas deve atender ao princípio da falha 
segura.
Fonte: NR 12. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/
seg_sau/nr_12_texto.pdf>. Acesso: 01 out. 2012.
b) Arranjo físico e instalações
Nos locais de instalação de máquinas e equipamentos, as áreas de 
circulação devem ser devidamente demarcadas e em conformidade com as 
15
Máquinas e Equipamentos Capítulo 1 
normas técnicas oficiais.
Os espaços ao redor das máquinas e equipamentos devem ser adequados 
ao seu tipo e ao tipo de operação, de forma a prevenir a ocorrência de acidentes e 
doenças relacionados ao trabalho.
Os locais de instalação, manutenção e circulação devem estar devidamente 
demarcados, devendo ter no mínimo 1,20 m (um metro e vinte) para a circulação. 
 
Os espaços ao redor das máquinas e equipamentos devem ser adequados 
ao seu tipo e ao tipo de operação, de forma a prevenir a ocorrência de acidentes e 
doenças relacionados ao trabalho e as circulações de acesso às máquinas devem 
estar totalmente desobstruídas.
É fundamental que as áreas de circulação entre as máquinas 
sejam projetadas, afim de proteger o trabalhador durante sua 
movimentação. Sendo assim, é necessário manter a limpeza e 
organização. Além disso, o ambiente deve ser nivelado e resistente às 
cargas a que está sujeito. 
Na elaboração do projeto, que deve ser planejado por 
profissional legalmente habilitado, deve-se atentar para as fixações, 
amortecimentos, nivelamento, ventilação, alimentação elétrica, 
pneumática e hidráulica, aterramento e sistemas de refrigeração e 
medidas preventivas.
A estabilidade é outro fato importante no projeto, pois é uma 
medida preventiva que evitará que as máquinas não se desloquem 
com ações como: vibrações, choques, forças externas previsíveis, 
forças dinâmicas internas ou qualquer outro motivo acidental.
Figura 2 - Disposição do layout
Fonte: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/
ABAAAAoRQAL/layout-processo>. Acesso em: 13 out. 2012.
É fundamental 
que as áreas de 
circulação entre as 
máquinas sejam 
projetadas, afim 
de proteger o 
trabalhador durante 
sua movimentação. 
Sendo assim, 
é necessário 
manter a limpeza e 
organização. Além 
disso, o ambiente 
deve ser nivelado e 
resistente às cargas 
a que está sujeito.
16
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
c) Instalações e dispositivos elétricos
 Toda máquina e equipamento que possuir em seu sistema 
instalações elétricas deve ser projetado e mantido de forma que sejam 
prevenidos os perigos de choque elétrico, incêndio, explosão e outros 
tipos de acidentes. Também se deve executar o aterramento, conforme 
normas técnicas oficiais vigentes, a fim de proteger partes condutoras 
que possam estar sob tensão.
Os quadros de energia das máquinas e equipamentos devem 
atender aos seguintes requisitos mínimos de segurança:
1) possuir porta de acesso, mantida permanentemente fechada;
2) possuir sinalização quanto ao perigo de choque elétrico e restrição 
de acesso por pessoas não autorizadas;
3) ser mantidos em bom estado de conservação, limpos e livres de 
objetos e ferramentas;
4) possuir proteção e identificação dos circuitos e
5) atender ao grau de proteção adequado em função do ambiente 
de uso. 
Figura 3 - Quadro de energia sem proteção
 
Fonte: Disponível em: <http://www.slideshare.net/Rosali_
Bispo/nr12-2>. Acesso em: 13 out. 2012.
Toda máquina e 
equipamento que 
possuir em seu 
sistema instalações 
elétricas deve ser 
projetado e mantido 
de forma que sejam 
prevenidos os 
perigos de choque 
elétrico, incêndio, 
explosão e outros 
tipos de acidentes.
17
Máquinas e Equipamentos Capítulo 1 
d) Dispositivos de partida, acionamento e parada
Fornece parâmetros de segurança para instalação de dispositivos de 
partida, acionamento e parada das máquinas. Tais dispositivos não podem estar 
localizados em zona perigosa e, em caso de emergência, poderão ser acionados 
por outra pessoa que não o operador. 
O acionamento de máquinas e equipamentos somente deverá 
ser realizado por pessoa autorizada. Para isso, deve existir sistema 
que possibilite o bloqueio de seus dispositivos de acionamento.
Os componentes de partida, parada, acionamento e outros 
controles que compõem a interface de operação das máquinas devem:
1) operar em extra baixa tensão de até 25 V (vinte e cinco 
volts) em corrente alternada ou de até 60 V (sessenta volts) 
em corrente contínua; 
2) possibilitar a instalação e funcionamento do sistema de parada de 
emergência, conforme itens de 12.56 a 12.63 e seus subitens da 
NR 12.
Figura 4 - Máquinas sem proteção adequada
Fonte: Disponível em: <http://cinecafe.wordpress.com/
tag/charles-chaplin/>. Acesso em: 13 out. 2012.
e) Sistemas de segurança
As áreas (zonas) de perigo das máquinas e equipamentos devem 
O acionamento 
de máquinas e 
equipamentos 
somente deverá 
serrealizado por 
pessoa autorizada. 
Para isso, deve 
existir sistema que 
possibilite o bloqueio 
de seus dispositivos 
de acionamento.
As áreas (zonas) de 
perigo das máquinas 
e equipamentos 
devem possuir 
sistemas de 
segurança, 
caracterizados por 
proteções fixas, 
proteções móveis 
e dispositivos 
de segurança 
interligados, que 
garantam proteção 
à saúde e à 
integridade física 
dos trabalhadores.
18
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
possuir sistemas de segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções 
móveis e dispositivos de segurança interligados, que garantam proteção à saúde 
e à integridade física dos trabalhadores.
O filme mostra as condições de trabalho na China. http://www.
youtube.com/watch?v=PrDYWTFv-3g
As máquinas e equipamentos que ofereçam risco de ruptura de suas partes, 
projeção de materiais, partículas ou substâncias, devem possuir proteções que 
garantam a saúde e a segurança dos trabalhadores.
Quando a proteção for confeccionada com material descontínuo, devem ser 
observadas as distâncias de segurança para impedir o acesso às zonas de perigo, 
conforme previsto no Anexo I, item A da NR 12.
Figura 5 - Alcance sobre estruturas de proteção
Fonte: ABNT NBRNM-ISO 13852 - Segurança de Máquinas - Distâncias de 
segurança para impedir o acesso a zonas de perigo pelos membros superiores.
19
Máquinas e Equipamentos Capítulo 1 
f) Dispositivos de parada de emergência
Todas as máquinas devem conter um ou mais dispositivos de parada de 
emergência, sendo estes dispositivos responsáveis pela segurança em situações 
de perigo eminente à função.
Os dispositivos de parada de emergência têm a finalidade de 
interromper o movimento da máquina, impossibilitando que o operador 
trabalhe normalmente até que a ação que levou a interrupção do ato 
tenha sua causa conhecida. Devem ser monitorados por relé ou CLP 
de segurança.
Tais dispositivos de parada de emergência não devem ser 
utilizados como dispositivos de partida ou de acionamento. São 
geralmente encontrados no mercado na forma de botões tipo 
“cogumelo” na cor vermelha. Devem ser instalados em locais de fácil 
visualização ou próximos à máquina, sempre ao alcance do operador.
Além dos botões usuais e mais conhecidos, também existem 
outras formas de dispositivos de segurança, tais como:
Figura 6 - Dispositivos de Segurança
Fonte: Disponível em: <http://www.automasafety.com.br/produtos/
protecao-de-maquinas.html>. Acesso em: 14 out. 2012.
 
Os dispositivos 
de parada de 
emergência 
têm a finalidade 
de interromper 
o movimento 
da máquina, 
impossibilitando que 
o operador trabalhe 
normalmente até 
que a ação que 
levou a interrupção 
do ato tenha sua 
causa conhecida.
20
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Devem existir acessos permanentemente fixados e seguros a todos os seus 
pontos de operação, abastecimento, inserção de matérias-primas e retirada de 
produtos trabalhados, preparação, manutenção e intervenção constante.
Consideram-se meios de acesso elevadores, rampas, passarelas, 
plataformas ou escadas de degraus.
Figura 9 - Escolha dos meios de acesso 
conforme a inclinação - ângulo de lance
Fonte: EN 14122 – Segurança de Máquinas – Meios de acesso permanentes às máquinas.
Legenda da Figura 9:
A: rampa.
B: rampa com peças transversais para evitar o escorregamento.
Figura 7 - Cortina de Luz
Fonte: Disponível em: <http://
www.automasafety.com.br/
produtos/protecao-de-maquinas.
html>. Acesso: 14 out. 2012.
Figura 8 - Tapete de segurança 
Fonte: Disponível em: <http://
wagnernascimento.webnode.com.
br/dispositivos-complementares/>. 
Acesso em: 14 out. 2012.
21
Máquinas e Equipamentos Capítulo 1 
C: escada com espelho.
D: escada sem espelho.
E: escada do tipo marinheiro.
Sugiro que você pesquise na NR 12 outros aspectos como: 
Componentes pressurizados, Transportadores de materiais e 
Aspectos ergonômicos.
h) Riscos adicionais
12.106. Para fins de aplicação desta Norma, devem ser 
considerados os seguintes riscos adicionais:
a) substâncias perigosas quaisquer, sejam agentes biológicos 
ou agentes químicos em estado sólido, líquido ou gasoso, que 
apresentem riscos à saúde ou integridade física dos trabalhadores 
por meio de inalação, ingestão ou contato com a pele, olhos ou 
mucosas;
b) radiações ionizantes geradas pelas máquinas e equipamentos 
ou provenientes de substâncias radiativas por eles utilizadas, 
processadas ou produzidas;
c) radiações não ionizantes com potencial de causar danos à saúde 
ou integridade física dos trabalhadores;
d) vibrações;
e) ruído;
f) calor;
g) combustíveis, inflamáveis, explosivos e substâncias que reagem 
perigosamente; e
h) superfícies aquecidas acessíveis que apresentem risco de 
queimaduras causadas pelo contato com a pele.
Fonte: NR 12. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/
seg_sau/nr_12_texto.pdf>. Acesso: 01 out. 2012.
22
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Sugiro que você pesquise na NR 12 outros aspectos que são 
importantes você conhecer como: 
• Componentes pressurizados.
• Transportadores de materiais.
• Aspectos ergonômicos.
• Manutenção, inspeção, preparação, ajustes e reparos.
• Sinalização.
• Manuais.
• Procedimentos de trabalho e segurança.
• Procedimentos de trabalho e segurança.
• Projeto, fabricação, importação, venda, locação, leilão, cessão a 
qualquer título, exposição e utilização.
• Outros requisitos específicos de segurança.
• Disposições finais.
• Anexos da NR 12:
I – Motosserras;
II – Máquinas para panificação e confeitaria;
III – Máquinas para açougue e mercearia;
IV – Prensas e similares;
V – Injetoras de materiais plásticos;
VI – Máquinas para calçados e afins;
VII – Máquinas e implementos para uso agrícola e florestal.
Atividade de Estudos: 
1) Observar a figura e identificar os itens de segurança implantados 
na máquina.
23
Máquinas e Equipamentos Capítulo 1 
Fonte: Disponível em: <http://www.beltraneprojetos.com.
br/page5. aspx>. Acesso em: 16 out. 2012.
 ____________________________________________________
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Componentes das Máquinas e 
os Riscos Associados
Como já conhecemos no assunto anterior a NR 12, agora vamos 
estudá-la com seus detalhes e pormenores.
Primeiramente, vamos conhecer o conceito de máquinas, 
para melhor entendermos o contexto e a importância de se realizar 
segurança neste item.
“MÁQUINA”:
Conjunto de peças ou de componentes ligados 
entre si, em que pelo menos um deles se move, 
com os apropriados atuadores, circuitos de 
comando e potência etc., reunidos de forma 
solidária com vista a uma aplicação definida, 
“MÁQUINA”:
Conjunto de peças 
ou de componentes 
ligados entre si, em 
que pelo menos 
um deles se move, 
com os apropriados 
atuadores, circuitos 
de comando e 
potência etc., 
reunidos de forma 
solidária com vista 
a uma aplicação 
definida, tal como 
a transformação, 
o tratamento, a 
deslocação e o 
acondicionamento 
de um material.
24
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
tal como a transformação, o tratamento, a deslocação 
e o acondicionamento de um material. Considera-se 
igualmente como “máquina” um conjuntode máquinas que, 
para a obtenção de um mesmo resultado, estão dispostas 
e são comandadas de modo a serem solidárias no seu 
funcionamento (NBR NM 213-1, 2000).
A nova NR 12 estabeleceu preceitos para que a segurança de máquinas e 
equipamentos seja item primordial durante a execução de seu projeto, isto é, a 
prevenção de acidentes seja intrínseca. As medidas de segurança devem elidir ou 
minimizar ao máximo ações perigosas e limitar a exposição dos trabalhadores a 
estas ações.
Além do risco mecânico, que é o primeiro a vir em nossa mente quando 
pensamos em máquinas, podemos encontrar outros riscos, tão efetivos quanto 
o mecânico, e causadores de danos à saúde do trabalhador, devido a sua 
concentração, intensidade e tempo de exposição. Podemos classificá-los de uma 
forma mais abrangente como: biológico, ergonômico, químico, físico e de acidente 
(neste se encaixa o mecânico). 
Iniciaremos com os riscos encontrados nas máquinas. Primeiramente 
veremos o risco mecânico e a associação com os componentes das máquinas, 
o qual é o grande causador de lesões e danos à saúde do trabalhador, pois é um 
dano imediato e de grande impacto na vida laboral de quem o sofre.
Existem muitos riscos mecânicos criados pelas partes móveis dos diferentes 
tipos de máquinas. O contato com as partes móveis das máquinas é considerado 
como fonte de mais de 10% de todos os acidentes ocupacionais na Suécia, a 
partir de 1979, quando este item foi incluído na estatística sobre a origem das 
lesões ocupacionais. (DÖS; BACKSTRÖM, 1998).
A seguir, vamos estudar, de uma forma prática, os tipos de equipamentos e a 
associação dos riscos, respectivamente.
Figura 10 - Exemplo de risco mecânico
 Esquema Risco Considerar Ocorrência
Arrastamento. Conexão;
Diâmetro;
Inércia (massa);
Forma, estado 
da superfície;
Acessibilidade.
Diversos tipos 
de mecanismos 
de máquinas.
25
Máquinas e Equipamentos Capítulo 1 
Impacto;
Esmagamento;
Arrastamento;
Seccionamen-
to;
Cisalhamento.
Conexão;
Diâmetro;
Inércia (massa);
Forma, dimensão 
das aberturas e 
das saliências;
Distância entre 
parte rotativa e 
fixa;
Acessibilidade.
Polias;
Volantes;
Ventiladores.
Arrastamento;
Corte;
Esmagamento;
Seccionamen-
to;
Cisalhamento.
Conexão;
Diâmetro;
Inércia (massa);
Forma, dimensão 
das aberturas e 
das saliências;
Distância entre 
parte rotativa e 
fixa;
Acessibilidade. 
Tupias;
Serra Circular;
Fresas.
Arrastamento;
Seccionamen-
to;
Queimadura;
Projeção.
Conexão;
Inércia (massa);
Excentricidade;
Distância entre 
parte rotativa e 
fixa;
Acessibilidade. 
Retificadoras;
Moinhos.
Arrastamento;
Cisalhamento.
Conexões,
Inércia;
Dimensões;
Giro.
Centrífugas;
Câmaras 
rotativas de 
secagem.
 Esquema Risco Considerar Ocorrência
26
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Impacto;
Arrastamento;
Seccionamen-
to.
Conexões;
Inércia;
Dimensões;
Giro;
Acessibilidade.
Trituradores;
Moedores;
Misturadores. 
. .
Esquema Risco Considerar Ocorrência
Esmagamento;
Arrastamento;
Queimadura.
Conexões;
Inércia;
Material;
Forma da super-
fície;
Temperatura;
Dimensões;
Acessibilidade.
Engrenagens;
Cremalheiras;
Laminadoras;
Máquinas de 
impressão.
Esmagamento;
Cisalhamento;
Impacto.
Inércia;
Força;
Afastamentos.
Máquinas para 
madeira;
Prensas;
Máquinas de 
moer;
Unidade de 
avanço.
Cisalhamento;
Seccionamen-
to;
Arrastamento;
Esmagamento;
Impacto.
Inércia;
Força;
Avanço min./
máx.;
Acessibilidade.
Dobradeiras;
Unidades de 
avanço.
 Esquema Risco Considerar Ocorrência
27
Máquinas e Equipamentos Capítulo 1 
Corte;
Seccionamen-
to.
Forma da peça;
Gravidade do 
dano.
Serra fita.
Impacto;
Perfuração.
Força;
Frequência.
Máquina 
costura;
Máquina prega-
dora;
Grampeadeira.
Arrastamento;
Queimadura;
Corte.
Força;
Forma, estado 
da superfície;
Emendas.
Transporte por 
banda;
Deslocamentos 
por correias.
Arrastamento;
Impacto.
Conexões;
Inércia;
Diâmetro;
Forma, estado 
da superfície;
Acessibilidade.
Mandril;
Retíficas;
Furadeiras 
verticais e 
horizontais.
 Esquema Risco Considerar Ocorrência
28
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Impacto;
Esmagamento;
Arrastamento.
Disposição 
relativa;
Frequência do 
movimento;
Força;
Amplitude;
Dimensões das 
aberturas e ou 
da parte que 
gira.
Árvore de 
cames; Excên-
tricos.
Esmagamento;
Arrastamento;
Seccionamen-
to;
Impacto;
Queimaduras.
Conexões;
Tensão;
Dimensões;
Força;
Forma.
Transportado-
res de banda;
Polias e cor-
reias;
Correntes de 
transmissão.
Impacto;
Cisalhamento;
Esmagamento;
Seccionamen-
to.
Conexões;
Tensão;
Dimensões;
Força;
Forma.
Manivelas;
Bielas.
Impacto;
Projeção.
Material (coesão 
e homogeneida-
de);
Inércia;
Excentricidade;
Pressão.
Discos de 
corte;
Discos de 
amolar;
Rebolos.
 Esquema Risco Considerar Ocorrência
29
Máquinas e Equipamentos Capítulo 1 
Queimaduras;
Arrastamento;
Impacto;
Projeção;
Perfuração.
Inércia;
Volume;
Temperatura;
Material;
Pressão.
Rebolos;
Lixadeiras;
Retíficas.
Fonte: Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/cest/arq/PRINCIPIOS_
BASICOS_DE_PROTECAO_MECANICAFUNDACENTRO.ppt>. Acesso em: 18 out. 2012.
É importante conhecermos os tipos de riscos envolvidos nas atividades 
laborais, pois através deste conhecimento poderemos identificá-los e orientar 
quanto às ações de segurança. 
OUTROS RISCOS
Ruído
Deve-se verificar junto à máquina e próximo ao aparelho auditivo do traba-
lhador os níveis de ruídos emitidos pelo equipamento. Detectado ruído acima 
do limite de tolerância, faz-se necessária medida de proteção, primeiramente 
coletiva, administrativa e individual.
Vibrações
Deve-se observar a existência de vibração no local de trabalho e ao redor da 
máquina, verificando se essa vibração atinge os trabalhadores vizinhos. Se a 
vibração for confirmada através de levantamento ambiental, devem-se introdu-
zir medidas de atenuação, tais como: amortecedores, barreiras de absorção 
sonora... 
Temperaturas 
extremas
Deve-se verificar se a máquina emite calor para o ambiente de trabalho ou se 
retira o calor e resfria o local. Após a verificação através de avaliação ambien-
tal, são necessárias ações que neutralizem ou minimizem tal risco, tais como: 
barreira de proteção, pausas de trabalho, controle médico.
Incêndio ou 
explosão
Realizar a proteção de qualquer mistura explosiva que possa entrar em conta-
to com fontes de calor ou faíscas.
A neutralização deste risco, muitas vezes, dá-se de forma bastante simples, 
como rotulagem de embalagens, afastamentos necessários...
Emissão de
poeiras ou 
gases
Durante o funcionamento da máquina, verificar se emite poeiras ou gases, 
através de avaliação ambiental. No caso de comprovação, ações de medidas 
coletivas devem ser adotadas, tais como exaustores.
 Esquema Risco Considerar Ocorrência
30
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Radiações
Verificar a existência de fontes de radiação e se são nocivas à saúde do 
trabalhador. Os raios podem ser encontrados em equipamentos de controle de 
qualidade de materiais.
Ergonomia
As máquinas existentes no setor produtivo devem estar adequadas a seus 
operadores. Estes não devem estar expostos a esforços repetitivos, posição 
estática. Deve-se observar a existência de quinas, organização, pausas 
regulares de 10 minutos para cada hora trabalhada, se possuem assentos 
adequados, a iluminação, umidade, ventilação...
Biológico
Devem-se verificar medidas de controle no caso demanipulação com sangue, 
material biológico, vírus...
Algumas medidas de proteção, como vacina para os operadores, fazem-se 
necessárias.
Eletricidade Verificar o contato direto com linhas energizadas ou ausência de aterramen-
tos. Também verificar se o sistema de acionamento está protegido.
Trabalho em 
altura
Em trabalhos que exijam que o operador da máquina se locomova em locais 
elevados, deve-se observar a existência de plataformas adequadas, piso 
antiderrapante, guarda corpo, rodapé, corrimão e fixação da base da máquina 
em solo eficiente.
Após conhecermos os riscos envolvidos nas atividades laborais, podemos 
dar andamento aos estudos referentes às máquinas e aos equipamentos.
Riscos e Procedimentos 
Envolvendo Prensas e Similares, 
Máquinas Injetoras e Cilindros
Prensas são máquinas utilizadas na conformação e corte de materiais 
diversos em que o movimento do martelo (punção) é proveniente de um 
sistema hidráulico/pneumático (cilindro hidráulico/pneumático) ou de um 
sistema mecânico. Assim, o movimento rotativo é transformado em linear 
através de sistemas de bielas, manivelas ou fusos.
Quanto ao sistema de transmissão do movimento do martelo, 
as prensas apresentam diversas modalidades. Neste trabalho 
abordaremos as mais utilizadas no parque industrial brasileiro. 
(Adequação à NT 16/2005, 2006).
Prensas são 
máquinas utilizadas 
na conformação e 
corte de materiais 
diversos em que 
o movimento do 
martelo (punção) é 
proveniente de um 
sistema hidráulico/
pneumático 
(cilindro hidráulico/
pneumático) ou 
de um sistema 
mecânico.
31
Máquinas e Equipamentos Capítulo 1 
As máquinas similares possuem funções de risco equivalentes às prensas. 
São utilizadas para conformar, moldar, cortar furar e vazar peças.
Figura 11 - Estrutura da Prensa
Fonte: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/
contentABAAAAgeUAF/prensas>. Acesso em: 17 out. 2012.
A seguir vamos conhecer algumas das classificações de Prensas.
a) Prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta – PMEEC
Esse tipo de máquina é amplamente utilizado no setor metal-mecânico 
brasileiro devido à sua relativa simplicidade construtiva, que possibilita sua 
fabricação por empresas com baixa capacidade tecnológica, seu baixo custo de 
aquisição comparado às demais prensas e à precisão da descida do martelo no 
ponto morto inferior (FIERGS, 2006).
Em relação aos acidentes do trabalho, diversos estudos apontam que 
entre os acidentes com prensa, as PMEEC são as maiores responsáveis pelos 
acidentes com este sistema, certa de 35,6% do total, conforme estudo realizado 
pelo Ministério do Trabalho em Emprego entre o ano de 2011 e 2006. 
http://portal.mte.gov.br/portal-mte/
PONTO MORTO INFERIOR
32
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
A PMEEC possui uma característica que lhe é peculiar, ela é classificada 
como uma máquina de ciclo completo ou de revolução total, isto é, após ser 
acionado seu processo produtivo no PMS (ponto Morto Superior), passando para 
o PMI (Ponto Morto Inferior) e fechando o ciclo no PMS, não existe a possibilidade 
de interrupção do movimento do martelo. 
Figura 12 - Localização do PMS e do PMI
 
Fonte: Becker e colaboradores (2012).
O maquinário é de baixo custo e seu comando de fácil entendimento, sendo 
simples sua operação. Porém é um equipamento de baixa confiabilidade, pois suas 
peças geralmente encontram-se com grandes desgastes e fadiga, uma vez que 
são submetidas a grandes esforços. Seu operador necessita desprender esforço 
físico para operá-la e não permite o uso de equipamentos de segurança elétrico.
O grande risco durante a operação da PMEEC ocorre pela alta 
velocidade da queda do martelo e pelo chaveta rotativa, que é uma 
peça sujeita à fadiga e à possibilidade de trincas em sua estrutura, o 
que acentua o “repique” da prensa. 
As principais causas do repique são (FIERGS, 2006):
• Após ter efetuado uma volta, a chaveta não encontra a lingueta e 
continua o ciclo.
• Retardamento do retorno da lingueta para sua posição inicial 
(desengatada).
• Neste caso, a prensa para o ciclo, contudo a chaveta se mantém em 
PONTO MORTO SUPERIOR
PONTO MORTO INFERIOR
O grande risco 
durante a operação 
da PMEEC ocorre 
pela alta velocidade 
da queda do 
martelo e pelo 
chaveta rotativa, 
que é uma peça 
sujeita à fadiga 
e à possibilidade 
de trincas em sua 
estrutura, o que 
acentua o “repique” 
da prensa.
33
Máquinas e Equipamentos Capítulo 1 
posição instável, podendo retomar novo ciclo sem o acionamento do operador.
• Ruptura da chaveta devido à fadiga.
b) Prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem- PMEFE
As prensas excêntricas com freio/embreagem têm seu 
funcionamento através de um motor elétrico que transmite movimento 
de rotação para o volante que gira em falso. Esta máquina pode ter 
sua parada em qualquer momento antes de se encerrar o ciclo de 
descida do martelo. Seu acionamento ocorre através de pedal elétrico, 
pneumático ou hidráulico, ou comando bi manual. Devemos sempre 
lembrar que uma das causas de acidente em PMEFE são os pedais, 
portanto, devemos evitá-los e substitui-los por controle bi manual. 
Caso não seja possível esta substituição, deve-se executar proteção 
para que não sejam acionados acidentalmente. 
As PMEFE têm um custo elevado na sua instalação, necessitam 
que sejam realizadas manutenções constantes e sua estrutura interna e 
acionamento é complexa. Porém é altamente confiável. 
 
Possui também o risco de repique e quando os parafusos esféricos venham 
a quebrar, pode ocorrer a descida do martelo sem controle. No caso de prensas 
com altura elevada, deve-se prever sistemas de proteção coletiva e individual ao 
mecânico ou eletricista, a fim de evitar queda da máquina.
Nestas máquinas, algumas medidas de proteção devem ser elaboradas, tais 
como: treinar o operador para que não sobrecarregue a prensa, regulando a altura 
do martelo, para aumentar a produtividade. Deve-se atuar de forma administrativa, 
através de procedimentos executivos, afim de orientar seus trabalhadores 
na execução correta de suas funções no momento da troca e instalação dos 
estampos e na troca da matéria-prima.
c) Prensa Hidráulica
São máquinas que trabalham com uma força constante em 
qualquer ponto do movimento do martelo. Seu acionamento pode ser 
realizado por um pedal elétrico, pneumático ou hidráulico, ou comando 
bi manual. O movimento do martelo é lento e pode ser interrompido a 
qualquer momento, igual à PMEFE.
Como possui sua movimentação mais lenta que as outras 
prensas, tem-se a “falsa” impressão de que não ocorrem acidentes durante seu 
As prensas 
excêntricas 
com freio/
embreagem têm 
seu funcionamento 
através de um 
motor elétrico que 
transmite movimento 
de rotação para o 
volante que gira 
em falso.
São máquinas que 
trabalham com uma 
força constante em 
qualquer ponto do 
movimento 
do martelo.
34
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
uso, porém algumas ações devem ser tomadas para que o acidente seja evitado, 
tais como:
• Ter a zona de prensagem enclausurada;
• Possuir comando bi manual, este dispositivo de segurança garante que o 
operador mantenha as duas mãos no dispositivo bi manual até que a prensa 
execute a operação; se ele retirar a mão do dispositivo, a prensa para 
automaticamente. 
• Escada de acesso tipo marinheiro;
• Relés de segurança;
• Cortina de luz;
• Sempre que possível acoplar em sua estrutura os sistemas de segurança, 
pois estes não podem comprometer a segurança do trabalhador.
d) Martelo Pneumático
A pressurização da câmera pneumática é a forma de funcionamento 
desta máquina e quando a válvulalibera o ar comprimido, possibilita que 
o martelo tenha sua descida por gravidade. 
Os riscos envolvendo o martelo pneumático ocorrem pela ausência 
de delimitação da zona de prensagem, pela falta de proteção fixa das 
cintas, volantes e polias. A manutenção deve ser executada somente 
quando as energias (elétrica, hidráulica, pneumática e de gravidade) 
das máquinas estejam bloqueadas. Os pedais devem ser substituídos 
por comando tipo bi manuais.
e) Dobradeira
Seu princípio de funcionamento é o mesmo das prensas 
mecânicas ou hidráulicas. Máquina que tem seu funcionamento através 
do acionamento de pistões os quais entram em funcionamento quando 
o operador aciona o pedal. A descida do martelo é lenta e dobra o 
material conforme a matriz.
Os riscos desta máquina são encontrados em seus eixos, que 
podem vir a atingir pessoas que estão em sua proximidade. A reposição de 
material, feita de forma manual, é outro risco eminente, pois o operador entrará na 
zona de prensagem. 
Sistemas de segurança implantados na zona de prensagem são fundamentais 
A pressurização da 
câmera pneumática 
é a forma de 
funcionamento 
desta máquina 
e quando a 
válvula libera o 
ar comprimido, 
possibilita que 
o martelo tenha 
sua descida por 
gravidade.
Seu princípio de 
funcionamento 
é o mesmo das 
prensas mecânicas 
ou hidráulicas.
35
Máquinas e Equipamentos Capítulo 1 
para assegurar a integridade do operador. Pode-se fazer uso de cortinas de luz, 
comando bi manual, relés e proteções dos batentes traseiros. 
Figura 13 - Zona de prensagem
Fonte: Silva (2008).
Atividades de Estudos: 
1) O que é PMEFE? Quais são as medidas de controle de acidentes?
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
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2) O que é um PPRPS?
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
36
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Programas de Segurança para 
Máquinas
Sabemos que nenhuma gestão de segurança funciona com efetividade se os 
próprios trabalhadores não estiverem envolvidos, seja na etapa de projeto seja na 
implantação. 
Toda a empresa deve investir em treinamentos de segurança e capacitação 
específica para seus trabalhadores. Assim, as novas tecnologias não irão tornar-
se um pesadelo na vida laboral dos envolvidos. Para que os programas de 
segurança sejam efetivos, o primeiro passo é o investimento em capacitação. 
As instalações e manutenções de máquinas devem sempre ser executadas por 
profissionais treinados.
Segundo a NR- 12 (2010), os operadores de máquinas e 
equipamentos devem ser maiores de dezoito anos, salvo na condição 
de aprendiz, nos termos da legislação vigente. E a capacitação deve:
• ocorrer antes que o trabalhador assuma a sua função;
• ser realizada pelo empregador, sem ônus para o trabalhador;
• ter carga horária mínima que garanta aos trabalhadores executarem 
suas atividades com segurança, sendo distribuída em, no máximo, 
oito horas diárias e realizada durante o horário normal de trabalho;
• ter conteúdo programático conforme o estabelecido no Anexo II desta Norma; 
• ser ministrada por trabalhadores ou profissionais qualificados para este fim, 
com supervisão de profissional legalmente habilitado, que se responsabilizará 
pela adequação do conteúdo, forma, carga horária, qualificação dos instrutores 
e avaliação dos capacitados.
Assim como falamos dos treinamentos, existem outras formas de prevenção 
de acidentes com máquinas, porém devemos sempre relacionar os preceitos da 
NR 12 a qual especifica que devemos adotar em ordem de prioridade as medidas:
• de proteção coletiva;
• administrativas ou de organização do trabalho; 
• de proteção individual.
A manutenção preventiva é uma solução de segurança que se dá de forma 
administrativa, isto é, são procedimentos internos que resultam em um ganho 
Os operadores 
de máquinas e 
equipamentos 
devem ser maiores 
de dezoito anos, 
salvo na condição 
de aprendiz, 
nos termos da 
legislação vigente.
37
Máquinas e Equipamentos Capítulo 1 
para a empresa, por se tratar de uma manutenção planejada, que previne a 
manutenção corretiva. Como a manutenção preventiva estabelece programação 
de reparos, lubrificação, ajustes, recondicionamentos de peças, minimiza riscos 
que estão, muitas vezes, propícios a ocorrer de forma inesperada. 
Os principais objetivos da manutenção preventiva são o aumento de 
qualidade do produto e da produção; aumento da vida útil do equipamento; 
redução de custos e, principalmente, a redução de acidentes do trabalho. A 
sinalização dos setores e máquinas também são fatores de segurança e que 
elidem risco de forma coletiva. 
Porém o programa de maior conhecimento existente para máquinas, 
específico para a redução de acidentes de prensas e similares, é o PPRPS- O 
Programa de Prevenção de Riscos de Prensas e Similares, que é o planejamento 
estratégico e sequencial das medidas de segurança que devem ser implementadas 
em prensas e equipamentos similares com o objetivo de garantir proteção 
adequada à integridade física e à saúde de todos os trabalhadores envolvidos 
com as diversas formas e etapas de uso das prensas e/ou dos equipamentos 
similares. (CONVENÇÃO COLETIVA, 2006).
ht tp: / /www.smetal .org.br /SMetal /AppFi le/Convencao/
convencao_de_prensas_2006.pdf
O PPRPS deve ser aplicado nos estabelecimentos que possuam prensas 
ou equipamentos similares, estabelecendo aos trabalhadores os procedimentos 
de trabalho e pormenorizando a sequência das atividades próximas às zonas 
de prensagem, a fim de elidir o acidente. O PPRPS deve ser elaborado pela 
empresa e ficar à disposição de todos os trabalhadores, representantes da CIPA 
e das fiscalizações.
No PPRPS deve ter uma planta baixa de cada equipamento, relação de 
equipamentos encontrados na empresa e esta relação deve identificar e descrever as 
máquinas individualmente e com suas particularidades. Na descrição deve constar:
• Tipo de prensa ou equipamento similar; 
• Modelo;
• Fabricante;
38
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
• Ano de fabricação;
• Capacidade;
• Definições dos Sistemas de Proteção e sua forma de funcionamento;
• Cronograma de implantação dos sistemas;
• Plano de manutenção (este deve ter livro próprio, ficha ou informatizado).
a) Outros programas de Segurança que estão sendo desenvolvidos:
1) PPRMIC - Programa de Prevenção de Riscos em Máquinas da Indústria 
da Construção: no momento o único programa que desenvolve prevenção 
de risco em máquinas da construção civil é o PCMAT (Programas de 
Condições e Meio Ambiente do Trabalho- Construção Civil).
2) PPRMMC - Programa de Prevenção de Riscos em Máquinas para 
Movimentação de Cargas.
3) PPRMIP - Programade Prevenção de Riscos em Máquinas Injetoras 
de Plástico.
4) PPRMPC - Programa de Prevenção de Riscos em Máquinas de 
Panificação e Confeitaria.
5) PPRMMA - Programa de Prevenção de Riscos em Máquinas para 
Mercearias e Açougues.
Atividades de Estudos: 
1) Qual a NR que trata da segurança de Máquinas e Equipamentos? 
E quais são as suas prioridades na adoção de medidas de 
segurança?
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
39
Máquinas e Equipamentos Capítulo 1 
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
2) Quais os riscos encontrados em máquina e equipamentos?
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
Algumas Considerações 
Este capítulo objetivou fornecer conhecimento acerca da execução dos 
serviços relacionados a maquinas e equipamentos com enfoque em determinações 
da NR12.
Vimos à importância de possuirmos um sistema operacional, ou seja, a 
produção com todos os tipos de sistemas de segurança implantados nas nossas 
máquinas e equipamentos.
Os acidentes com máquinas e equipamentos são, muitas vezes, possíveis de 
serem evitados, porém quando não são identificados, os riscos, antecipadamente, 
comprometem não só a máquina mais os trabalhadores, podendo alastrar-se para 
a sociedade, devido à extensão do acidente.
É primordial, ao finalizarmos este capítulo, entendermos que o funcionamento 
de uma caldeira implica o agrupamento de vários conceitos de segurança: desde a 
concepção do projeto, a instalação do equipamento, a manutenção, as inspeções 
rotineiras até a percepção do término da vida útil do equipamento. 
Por meio do conceito sólido de caldeiras, poderemos entender melhor o próximo 
capítulo, que trata de vasos de pressão, também regulamentado pela NR 13.
40
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 213-1: 
Segurança de máquinas: Conceitos fundamentais, princípios gerais de projeto 
Parte 1: Terminologia básica e metodologia. Rio de Janeiro, 2000.
BECKER, Aida Cristina et al. Manual de segurança em dobradeiras, prensas e 
similares. Porto Alegre: Abimaq, 2012.
BRASIL. Máquinas e acidentes de trabalho. Brasília: MTE/SIT; MPAS, 2001. 
(Coleção Previdência Social, v. 13).
CONVENÇÃO COLETIVA. 2006. Desponível em: <http://www.smetal.org.br/
SMetal/AppFile/Convencao/convencao_de_prensas_2006.pdf->. Acesso em: out. 
2012.
DÖS, M.; BACSTRÖM, T. Moving Parts of Machines. In: ENCYCLOPEDIA of 
occupational health and safety. 4. ed. v. 2 1998. p. 58.1 – 58.82.
FIERGS. Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul. O Brasil 
está diante de um processo de desindustrialização? Estudos técnicos: unidade 
de estudos econômicos, 2006.
NR 12. Disponível em: < http://www.mte.gov.br/seg_sau/nr_12_texto.pdf>. 
Acesso: 01 out. 2012.
OIT. Organização Internacional do Trabalho. Convenção sobre proteção de 
máquinas. Genebra: OIT, 1963.
SILVA, Kleber Pereira de Araújo e. Proteção de Máquinas. 2008. Monografia 
(Especialização em Segurança do Trabalho) - Araraquara, 2008.
SILVA, L. F. Acidentes de trabalho com máquinas: Estudo a partir do Sistema 
de Vigilância do Programa de Saúde dos Trabalhadores da Zona Norte de São 
Paulo, em 1991. 1995. Dissertação (Mestrado) – FSP, Universidade Federal de 
São Paulo, 1995.
CAPÍTULO 2
Caldeiras
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 � Apresentar conceitos fundamentados na legislação para o reconhecimento 
preventivo dos riscos. 
 � Analisar máquinas, equipamentos e descrever procedimentos eficazes. 
43
Caldeiras Capítulo 2 
Contextualização
Não são raros os acidentes envolvendo caldeiras no meio produtivo, seja 
por falha mecânica seja por falha humana. Para que os ambientes laborais 
sejam vistos de uma forma segura, é fundamental desenvolvermos uma visão 
prevencionista. Sendo assim, devemos ter clareza dos procedimentos os quais 
devem ser executados com equipamentos pressurizados, isto é, o envolvimento 
da segurança, da concepção até a manutenção das caldeiras.
Por se tratar de um equipamento que, quando da ocorrência de um acidente, 
gera um grande impacto pontual e social, torna-se fundamental estabelecer 
uma percepção de gestão de segurança e é com esta visão que traremos a 
fundamentação a seguir.
 
Caldeiras: Definições e 
Funcionamentos
Necessitamos conhecer o conceito de caldeira previsto pela 
NR 13, a qual descreve que: Caldeiras a vapor são equipamentos 
destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à 
atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os 
refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de 
processo. (BRASIL, 2006).
Quando estudamos caldeira, devemos lembrar o funcionamento 
de uma “panela de pressão”, isto é, temos uma estrutura com água no 
seu interior que, quando aquecida, produz vapor através da pressão 
interna. Uma caldeira é composta por uma estrutura de metal e 
acoplados a ela componentes que possibilitam a produção maior ou 
menor de energia. 
Segundo Martinelli Júnior (1998), os principais componentes das 
caldeiras são:
• Aquecedor de Ar: aproveita o calor residual dos gases de combustão pré-
aquecendo o ar utilizado na queima de combustível. Aquece o ar entre 120 e 
300 ºC, dependendo do tipo de instalação e do tipo de combustível queimado.
• Câmaras de Combustão: às vezes se confundem com a fornalha, em 
outras, são completamente independentes. É um volume que tem a função de 
Caldeiras a vapor 
são equipamentos 
destinados 
a produzir e 
acumular vapor sob 
pressão superior 
à atmosférica, 
utilizando qualquer 
fonte de energia, 
excetuando-se 
os refervedores 
e equipamentos 
similares utilizados 
em unidades de 
processo. (BRASIL, 
2006).
44
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
manter a chama numa temperatura elevada com duração suficiente para que 
o combustível queime totalmente antes dos produtos alcançarem os feixes 
(dutos) de troca de calor.
• Caldeira de Vapor (Tambor de Vapor): constituída por um vaso fechado à 
pressão, contendo água que será transformada em vapor.
• Chaminé: tem função de retirar os gases da instalação, lançando-os na 
atmosfera (tiragem).
• Cinzeiro: local de deposição das cinzas e restos de combustível que caem da 
fornalha.
• Condutos de Fumo: são canais que conduzem os gases da combustão até 
a chaminé.
• Economizador: utilizando o calor residual dos gases, aquece a água de 
alimentação. É normalmente instalado após os superaquecedores. Além de 
melhorar o rendimento da unidade, sua instalação minimiza o choque térmico 
entre a água de alimentação e a já existente no tambor.
• Fornalha: principal equipamento para a queima do combustível. Entre as suas 
funções estão incluídas a misturaar-combustível, a atomização e vaporização 
do combustível e a conservação de uma queima contínua da mistura.
• Grelhas: utilizadas para amparar o material dentro da fornalha, podendo ser 
fixas, rotativas e inclinadas.
• Queimadores: Responsáveis pela queima de combustível.
• Reaquecedor: tem função equivalente a dos superaquecedores. A sua 
presença torna-se necessária quando se deseja elevar a temperatura do 
vapor proveniente de estágios intermediários de uma turbina.
• Retentor de Fuligem: tem como função separar a fuligem resultante da 
queima não estequiométrica do combustível dos gases antes destes saírem 
pela chaminé.
• Superaquecedor: consiste em um ou mais feixes tubulares, destinados a 
aumentar a temperatura do vapor gerado na caldeira.
45
Caldeiras Capítulo 2 
Figura 14 - Caldeira Flamotubular Vertical
Fonte: Martinelli Júnior (1998).
 
Lembre-se de que o Ministério do Trabalho (BRASIL, 2006) estabelece que 
alguns equipamentos não devem ser entendidos como caldeiras, segue relação:
46
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
• Trocadores de calor do tipo Reboiler, Kettle, Refervedores, TLE, etc., cujo 
projeto de construção é governado por critérios referentes a vasos de pressão.
• Equipamento com serpentina sujeita à chama direta ou gases aquecidos e 
que geram, porém não acumulam vapor, tais como: fornos, geradores de 
circulação forçada e outros.
• Serpentinas de fornos ou de vasos de pressão que aproveitam o calor residual 
para gerar ou superaquecer vapor.
• Caldeiras que utilizam fluido térmico e não o vaporizam.
Os equipamentos pressurizados são utilizados pela indústria há 
muitos anos e vêm evoluindo devido às novas tecnologias e legislações 
de segurança, conforme veremos a seguir.
Foi no ano de 1698 que ocorreu a invenção da primeira máquina a 
vapor com interesse industrial, porém, como era totalmente desprovida 
de segurança e possuía risco de explosão devido à pressão excessiva 
com que o vapor era condicionado, não teve grande aceitação (Figura 
15). No ano de 1712, ocorreu o aperfeiçoamento desta máquina por 
Thomas Newcomen, porém, em 1769, o aperfeiçoamento principal 
ocorreu com James Watt (Figura 16). 
Figura 15 - Máquina de Thomas Newcomen
Fonte: Godoy (2009).
Os equipamentos 
pressurizados 
são utilizados 
pela indústria há 
muitos anos e vêm 
evoluindo devido às 
novas tecnologias e 
legislações 
de segurança.
47
Caldeiras Capítulo 2 
Foi James Watt que fixou o cavalo-vapor como unidade de 
medida para determinar a potência de uma máquina. Na época, 
considerou a carga que um cavalo poderia elevar. Hoje o cavalo-vapor 
é a potência necessária para elevar a um metro de altura uma massa 
de 75 kg em um segundo (http://www.if.ufrgs.br/~leila/vapor.htm).
Figura 16 - Máquina de James Watt
Fonte: UNICAMP (2003).
Em 1856, Stephen Wilcox projetou um gerador de vapor com tubos inclinados 
(Figura 17) e através da sociedade entre Stephen Wilcox e George Babcock este 
tipo de caldeira passou a ser produzida com grande sucesso comercial.
Figura 17 - Máquina de tubos inclinados
Fonte: UNICAMP (2003).
48
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Em 1880 Alan Stirling desenvolveu uma caldeira de tubos curvados (Figura 
18), cuja concepção básica é ainda hoje utilizada nas grandes caldeiras de tubos 
de água.
Figura 18 - Máquina de tubos curvados
Fonte: UNICAMP (2003).
Todos os modelos de caldeira apresentados acima provocaram 
acidentes envolvendo explosões, devido ao sistema ser movido a 
fogo direto e ao grande acúmulo de vapor no recipiente. Nenhum dos 
sistemas foi projetado com uma visão prevencionista, isto é, havia 
ausência de segurança nos equipamentos.
 
NR 13
Durante o século XIX, vários acidentes ocorreram com caldeiras, porém 
como a maioria dos equipamentos se encontrava em locomotivas e navios, 
as intervenções se davam nos meios de transporte a vapores e raramente os 
acidentes eram registrados em fábricas e teares. 
Já estudamos na disciplina de Introdução à Segurança do 
Trabalho, sobre a Revolução Industrial, mudança da produção 
artesanal para as máquinas. A caldeira foi introduzida após este 
acontecimento.
Todos os modelos 
de caldeira 
apresentados 
acima provocaram 
acidentes 
envolvendo 
explosões.
49
Caldeiras Capítulo 2 
 O fato de maior importância no que se refere a acidentes de caldeiras 
ocorreu em 1905, envolvendo a explosão de uma caldeira flamotubular na fábrica 
de sapatos Brockton (Massachusetts), nos EUA (Estados Unidos da América), 
que causou a morte de 58 funcionários, mais 177 feridos, e a destruição total de 
um quarteirão. (FUNDACENTRO, 1997).
A Figura 19 mostra a fábrica Brockton antes da Explosão da Caldeira 
flamotubular, que se situava no andar térreo (A), cuja operação era 100% manual, 
ou seja, totalmente dependente da presença do operador para a execução de 
manobras e para a atuação nas emergências. (FUNDACENTRO, 1997).
Figura 19 - Fábrica Brockton – Antes da Explosão da Caldeira
Fonte: FUNDACENTRO (1997, p.10).
Durante uma perda de nível da água, o operador tomou a ação 
que nunca deveria ter tomado: completou o nível da caldeira com 
água fria, que veio a gerar um choque térmico, trincando os tubos de 
fumaça e possibilitando a passagem de água líquida para a fornalha. 
Na fornalha, a água foi rapidamente vaporizada e se expandindo a 
um volume superior a 1.600 vezes do normal ocasionou uma forte 
explosão. Na Figura 20 é apresentado o destroço da fábrica Brockton 
após a explosão da caldeira e da destruição total de um quarteirão. 
(FUNDACENTRO, 1997).
Durante uma perda 
de nível da água, 
o operador tomou 
a ação que nunca 
deveria ter tomado: 
completou o nível 
da caldeira com 
água fria, que veio 
a gerar um choque 
térmico, trincando 
os tubos de fumaça 
e possibilitando 
a passagem de 
água líquida para a 
fornalha.
50
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Figura 20 - Fábrica Brockton – Depois da Explosão da Caldeira
Fonte: FUNDACENTRO (1997, p.10).
Procure pesquisar em sua região qual foi o último acidente 
envolvendo caldeiras e o que propiciou este fato? 
Após este evento, a preocupação com acidentes envolvendo equipamentos 
pressurizados, tipo caldeiras, aflorou entre a comunidade norte-americana, 
surgindo, em 1908, o código ASME (American Society of Mechanical Engineers). 
ASME é uma associação profissional de engenheiros mecânicos 
dos Estados Unidos que foi fundada em 1880.
Segundo Cruz e Silva (2008), este código padronizou critérios de projeto e 
começou a ser adotado rapidamente nos EUA pela maior parte dos estados e 
empresas americanas. É dividido em várias seções:
• Seção I: trata de Caldeiras;
• Seção IV: trata de Caldeiras de Aquecimento, que utilizam o vapor apenas para 
o aquecimento de produtos e operam com pressões inferiores a 20 kgf / cm2;
51
Caldeiras Capítulo 2 
• Seção VI: trata de regras recomendadas para o cuidado e operação de 
Caldeiras de Aquecimento;
• Seção VII: regras recomendadas para o cuidado e operação de Caldeiras;
• Seção VIII: (Divisão 1= Projeto padrão e a Divisão 2= Projeto alternativo) trata 
só de vasos de pressão.
No ano de 1978, no Brasil, foi publicada a Lei Ordinária no 6514, que incluiu 
na CLT dois artigos de obrigatoriedade de itens de inspeções de caldeiras, fornos 
e recipientes pressurizados. Em 1978, no Brasil, a Portaria no 3.214 estabeleceu 
28 NRs (Normas Regulamentadoras), entre elas a NR 13, próprias para 
equipamentos pressurizados.
Somente em 1984 ocorreu a primeira revisão da NR 13 (Portaria SSMT 
02/1984), queabrangeu também vasos de pressão. Porém, mesmo com tais 
modificações, a NR 13 não alcançou o seu objetivo de minimizar acidentes 
com equipamentos pressurizados. Sendo assim, o Ministério do Trabalho criou 
um grupo tripartite, isto é, participação do Governo, empresas e trabalhadores, 
para que realizasse uma nova revisão da NR 13. No ano de 2008, foi publicada 
a Portaria SIT no 57/2008, que mudou principalmente a linguagem desta norma.
É importante ressaltarmos, acadêmico(a), que a NR 13 classifica as caldeiras 
por categoria, conforme sua pressão e volume. São elas: 
 
• caldeiras enquadradas na categoria “A”: são aquelas cuja pressão de 
operação é igual ou superior a 1900 Kpa (19,98 Kgf/cm2);
• caldeiras enquadradas na categoria “C”: são aquelas cuja pressão de 
operação é igual ou inferior a 588 Kpa (5,99 Kgf/cm2) e o volume é igual ou 
inferior a 100 (cem) litros;
• caldeiras enquadradas na categoria “B”: são todas as caldeiras que não se 
enquadram nas categorias anteriores. 
A classificação de caldeiras leva em consideração a pressão de operação e 
o volume interno da caldeira. Dessa forma, quanto maior a energia, maiores serão 
os riscos envolvidos. 
Leitura direcionada à aplicação da NR 13. http://portal.mte.gov.
br/geral/manual-tecnico-de-caldeiras-e-vasos-de-pressao-nr-13.htm
52
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
A Norma Regulamentadora 13 cujo título é Caldeiras e Vasos de Pressão 
estabelece todos os requisitos técnicos e legais relativos à instalação, operação e 
manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a prevenir a ocorrência de 
acidentes do trabalho. A NR 13 tem a sua existência jurídica assegurada, em nível 
de legislação ordinária, nos artigos 187 e 188 da CLT. (FIEB, 2008).
Documentos Complementares na verificação da segurança de 
caldeiras.
ABNT NBR 5413 - Iluminância de interiores.
ABNT NBR 12177 - Inspeção de segurança de caldeiras 
estacionárias aquotubular e flamotubular a vapor.
ABNT NBR 12228 - Tanque estacionário destinado à estocagem 
de gases altamente refrigerados: inspeção periódica.
Capítulo V do Título II da CLT - Refere-se à Segurança e 
Medicina do Trabalho.
NR 13 - Manual técnico de caldeiras e vasos de pressão. 
Editado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Portaria MTE no 23, de 27/12/94 - Determina os prazos para 
adaptação dos empregadores e penalidades.
NR 13. http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamenta 
doras-1.htm
Já estudamos a classificação das caldeiras conforme sua categoria (pressão 
e volume). Agora, vamos conhecer os tipos mais usuais de caldeiras.
Tipos de Caldeiras
Existem elementos na composição de uma caldeira que vão caracterizar o 
tipo de equipamento a ser utilizado, tudo estabelecido em projeto.
53
Caldeiras Capítulo 2 
 Segundo Mucciacito (2012), os geradores de vapor são caracterizados 
por alguns elementos, conforme:
 
• A Pressão Máxima de Trabalho Permitida - PMTP ou Pressão Máxima de 
Trabalho Admissível - PMTA é a de maior valor de pressão compatível com 
o código de projeto, a resistência dos materiais utilizados, as dimensões do 
equipamento e de seus parâmetros operacionais. Com o intuito de evitar que 
este valor possa ser ultrapassado, são colocados dispositivos automáticos de 
descarga de vapor em excesso, denominados de válvulas de segurança.
• Pressão de prova: Ensaio hidrostático no qual deve ser submetido o gerador.
• Capacidade de evaporação ou potência do gerador: É o peso de vapor que 
é capaz de produzir em uma hora. 
A produção normal de vapor define a quantidade de vapor capaz de ser 
gerado por uma caldeira em condições de pressão de regime, temperaturas 
e eficiência garantida pelo fabricante. A produção máxima contínua de vapor 
define a descarga máxima de produção de vapor capaz de ser gerado por 
uma caldeira em regime contínuo. A produção de “picos” corresponde à maior 
descarga de vapor, em determinados períodos de tempo, capaz de ser obtida 
no mesmo gerador.
• Superfície de aquecimento ou calefação: Compreende as partes metálicas 
que se encontram em contato com uma das suas faces com água e vapor 
da caldeira e pela oposta com os produtos da combustão. A medição desta 
superfície efetua-se pelo lado exposto às chamas. A superfície sempre é 
definida em m². Quanto maior o volume da caldeira, maior será sua potência.
• Superfície das grelhas ou volume da fornalha nas caldeiras que 
queimam carvão ou petróleo: Este elemento determina a capacidade de 
produzir em um dado tempo, um peso de vapor, tanto maior quanto mais 
elevado seja seu valor.
• Outras características que devem ser consideradas: seu peso, superfície 
dos superaquecedores de vapor, economizadores de água de alimentação, 
aquecedores de ar, volumes das câmaras de água e vapor, entre outros. Para 
a seleção de um gerador, deverão ser considerados: tipo de combustível, 
equipamento de combustão, pressão e temperatura do vapor, variação da 
demanda de vapor, eficiência térmica desejável, curso de instalação, operação 
e manutenção, espaço disponível e amortização do investimento.
54
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
a) Caldeiras Flamotubular
Também conhecidas como Pirotubulares, Fogotubulares ou, ainda, 
como Tubos de Fumaça são aquelas nas quais os gases da combustão 
(fumos) atravessam a caldeira no interior de tubos, que se encontram 
circundados por água, cedendo calor à ela. (MARTINELLI JÚNIOR, 
1998).
A caldeira do tipo Flamotubular (Figura 21), possui seu sistema 
de funcionamento através de uma fornalha (A) que faz a queima 
de combustível e através desta combustão são liberados gases 
quentes que percorrem a caldeira e entram nos tubos (B) que estão 
localizados dentro do casco (D) imersos em água. Este procedimento 
aquece a água e a faz evaporar, gerando vapor d´agua. O controle 
do equipamento é efetuado em um comando de chaves e botoeiras 
elétricas encontrado no painel. 
Figura 21 - Caldeira Flamotubular
Fonte: Disponível em: <http://uol.com.br/caldeiras>. Acesso em: 22 out. 2012.
Esse tipo de caldeira já foi classificada como manual, isto é, sua execução 
e procedimentos operacionais eram realizados pelo operador responsável. 
Nesse caso, as falhas humanas eram comuns e ocasionavam sinistro, cujas 
consequências seriam imprevisíveis.
Atualmente, a linha de produção dos principais fabricantes no Brasil 
(AALBORG, BIOCHAMM, STEAMMASTER, TENGE) já apresenta este modelo 
de caldeira com diversas condições de automação, principalmente: chave 
sequencial de partida e intertravamento controlado por CLP - Controlador Lógico 
Programável. (NOVAES, 1984).
Também 
conhecidas como 
Pirotubulares, 
Fogotubulares 
ou, ainda, como 
Tubos de Fumaça 
são aquelas nas 
quais os gases 
da combustão 
(fumos) atravessam 
a caldeira no 
interior de tubos, 
que se encontram 
circundados por 
água, cedendo 
calor à ela.
55
Caldeiras Capítulo 2 
De uma forma prática, no Quadro 1 serão apresentadas às vantagens e 
desvantagens das caldeiras Flamotubulares.
Quadro 1 - Vantagens e desvantagens do uso das Caldeiras Flamotubulares. 
CALDEIRAS FLAMOTUBULARES
VANTAGENS DESVANTAGENS
Custo de aquisição mais baixo Baixo rendimento térmico
Facilidade de manutenção Partida lenta devido a grande quantidade de água
Exigem pouca alvenaria Pressão limitada a 18 kg/cm2
Dispensam tratamento rigoroso da 
água de alimentação
Apresentam dificuldades para instalação de economiza-
dor, superaquecedor e pré-aquecedor
Fonte: Cruz e Silva (2008).
As fornalhas das caldeiras flamotubulares devem ser dimensionadas para 
que a combustão ocorra completamente no seu interior, para não haver reversão 
de chama que vá atingir diretamenteos espelhos, diminuindo a vida útil da 
caldeira. (BIZZO, 2003).
As caldeiras flamotubulares podem ser divididas em equipamentos verticais 
e horizontais, sendo estes últimos mais usuais e podendo ser constituídos de 
fornalhas lisas ou corrugadas; traseira seca ou molhada.
Se você quiser conhecer mais sobre geradores de vapor, 
existem bons livros sobre este assunto.
PERA, Hildo. Geradores de Vapor de Água. São Paulo: 
EPUSP, 1996.
BAZZO, Edson. Geração de Vapor. Florianópolis: Ed. UFSC, 
1995.
TORREIRA, R.P. Geradores de Vapor. São Paulo: Companhia 
Melhoramento, 1995.
56
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Figura 22 - Caldeira Flamotubular Vertical
Fonte: Disponível em: <http://www.chdvalvulas.com.br/artigos_tecnicos/
caldeiras/flamotubulares.html>. Acesso em: 23 out. 2012.
Figura 23 - Caldeira Flamotubular Horizontal
Fonte: Disponível em: <http://clubedovapor.blogspot.com.br/>. Acesso em: 23 out. 2012.
b) Caldeiras Aquatubulares
Nas caldeiras aquatubulares, ao contrário das caldeiras flamotubulares, a 
57
Caldeiras Capítulo 2 
água que será evaporada circula no interior dos tubos de troca térmica 
e o calor proveniente da queima do combustível circula na parte 
externa (casco). 
Nessas caldeiras, a pressão e a temperatura do vapor geradas 
são bem maiores que as das caldeiras flamotubulares. Existe, 
também, a possibilidade de superaquecimento do vapor saturado e 
suas vazões são bem maiores que nas flamotubulares. Dessa forma, 
as entalpias do vapor gerado são bem altas, possibilitando, assim, o 
acionamento de turbo-geradores. Desse modo, esse projeto se tornou 
o ideal para as termoelétricas. (NOVAES, 1984).
As caldeiras aquatubulares consistem em dois ou mais cilindros, 
inferior e superior, que são interligados por tubos. A água ao ser aquecida 
passa no interior de tubos que, por sua vez, são envolvidos pelos gases de combustão.
Estas caldeiras são praticamente 100% automatizadas. No Quadro 2 
apresentaremos as vantagens e desvantagens do uso das Caldeiras Aquatubulares.
Quadro 2 - Vantagens e desvantagens do uso das Caldeiras Aquatubulares
CALDEIRAS AQUATUBULARES
VANTAGENS DESVANTAGENS
Redução do tamanho da caldeira quando 
comparada com a produção de vapor Redução do tamanho da caldeira
Menor temperatura na câmara de combustão Custo de aquisição mais alto
Eliminação da necessidade de uso de 
refratários de alta qualidade Manutenção mais prolongada
Rápida entrada em regime Necessitam de tratamento rigoroso da água 
de alimentaçãoFácil inspeção nos componentes
Fonte: Cruz e Silva (2008).
Existem as caldeiras chamadas mistas ou multitubulares. Embora sejam 
raras, elas ainda existem e possuem em sua estrutura partes aquatubulares e 
partes flamotubulares.
Não há limite físico para capacidades. Encontram-se, hoje, caldeiras que 
produzem até 750 t/h de vapor com pressões até 3450 atm. (BIZZO, 2003).
As caldeiras aquatubulares possuem queimadores para óleo, 
para gás, ou ambos. 
As caldeiras 
aquatubulares 
consistem em dois 
ou mais cilindros, 
inferior e superior, 
que são interligados 
por tubos. A água 
ao ser aquecida 
passa no interior de 
tubos que, por sua 
vez, são envolvidos 
pelos gases de 
combustão.
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 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Figura 24 - Caldeiras Aquatubulares
Fonte: Disponível em: <http/uol.com.br/caldeiras>. Acesso em: 15 out. 2012.
Atividades de Estudos: 
1) Cite vantagens e desvantagens das caldeiras Flamotubulares e 
das Aquatubulares e compare qual delas é mais apropriada para 
as empresas que possuem caldeira no seu meio produtivo.
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2) Quando a caldeira for projetada para receber uma PMTA, 
podemos intervir e aumentar esta pressão mesmo que seja o 
mínimo?
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Caldeiras Capítulo 2 
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Risco e Causas de Acidentes
Lembre, por se tratarem de equipamentos que trabalham 
com uma grande quantidade de vapor sob pressões elevadas, são 
potencialmente perigosas e devem ser mantidas sob controle durante 
todo o seu funcionamento ou não.
As caldeiras englobam diferentes riscos, tais como: explosões, 
incêndio, choque elétrico, queda, ferimentos e intoxicações. Para 
que sejam evitados acidentes com caldeiras e para que possamos 
preveni-los, devem ser realizadas inspeções e controles minuciosos, 
visto que, quando não se há um controle efetivo sobre o equipamento, 
os riscos tornam-se latentes, possibilitando o acidente, que ocorre por 
diferentes razões.
 
a) Ausência de água na caldeira
A falta de água possibilita um superaquecimento da estrutura da caldeira que 
é o metal. Pelo procedimento correto, deve-se aquecer a água, que, por sua vez, 
transfere este calor à estrutura. Quando isto não ocorre, as superfícies recebem calor 
diretamente por radiação ou mesmo por convecção na zona de alta temperatura 
que devem estar obrigatoriamente inundadas por água líquida. Este processo de 
ausência de água faz com que ocorra o aumento de temperatura do metal, podendo 
atingir seu limite de escoamento (diminuição da resistência). Nesse 
ponto, ocorre a ruptura da caldeira, ocasionando uma explosão. 
Atualmente, os equipamentos mais modernos já possuem um 
sensor de nível d´água, que faz a alimentação automática de água. 
Porém, mesmo com sistemas mais avançados de segurança, a 
caldeira não dispensa a presença do operador, que deve manter o 
controle do equipamento.
Lembre, por 
se tratarem de 
equipamentos que 
trabalham com uma 
grande quantidade 
de vapor sob 
pressões elevadas, 
são potencialmente 
perigosas e devem 
ser mantidas 
sob controle 
durante todo o seu 
funcionamento 
ou não.
Atualmente, os 
equipamentos 
mais modernos já 
possuem um sensor 
de nível d´água, que 
faz a alimentação 
automática de água.
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 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Figura 25 - Sistema de alimentação de água em caldeiras
Fonte: Bazzo (1992).
b) Falha em geradores de Vapor
Por serem equipamentos que acondicionam uma grande quantidade de vapor 
sob pressão, necessitam de procedimentos de segurança para que não ocorra a 
liberação repentina deste. A energia contida num gerador de vapor depende da 
pressão de operação e do volume de água da caldeira.
Nas caldeiras flamotubulares, o volume de água em seu interior é superior ao 
encontrado em outras caldeiras aquatubulares, porém sua capacidade de produzir 
vapor é inferior. 
Isto significa que o potencial de perigo está fundamentalmentena pressão 
de operação da caldeira. O perigo de explosão no lado do vapor existe, de acordo 
com Bizzo (2003), por três principais motivos:
• excesso de pressão;
• falta de água na caldeira; 
• excesso de incrustação interna.
c) Excesso de pressão
Umas das falhas de operação da caldeira é o excesso de pressão, que é 
controlado através de dispositivos automáticos, chamados limitadores de pressão, 
61
Caldeiras Capítulo 2 
que diminuem o fornecimento de energia térmica através do controle do queimador 
ou da fornalha. Quando da inexistência destes dispositivos, pode ocorrer a ruptura 
do material (metal) e, consequentemente, a explosão. Por isso, é obrigatória a 
instalação de válvulas de segurança em todas as caldeiras que, quando têm sua 
abertura, liberam o excesso de pressão.
As válvulas de segurança devem ser reguladas para abertura na pressão 
5% maior que a PMTP (Pressão Máxima de Trabalho Permitida) e devem permitir 
a descarga de vapor a uma taxa maior que a produção de vapor máxima da 
caldeira. A PMTP é estabelecida no projeto da caldeira, sendo igual à pressão de 
projeto, ou pode ser diminuída após algum tempo de operação, se uma inspeção 
por técnico habilitado determinar sua necessidade, geralmente ocasionada por 
processos normais de desgaste, tais como: corrosão ou falhas eventuais dos 
dispositivos de segurança. (BIZZO, 2003). 
d) Incrustação interna
Faz-se necessário o controle da qualidade da água utilizada nos 
procedimentos operacionais da caldeira, como sendo um fator determinante da 
vida útil deste equipamento.
Caso os resultados da análise físico-química da água em questão e 
as inspeções de rotina indiquem qualquer alteração de incrustamento pode 
significar um aumento da resistência térmica, isto é, não se consegue manter 
o refrigeramento do material e a diferença de temperaturas ocasiona trincas e 
vazamentos, sendo no limite a falha total do tubo. Desse modo, quanto maior a 
pressão de operação, maiores deverão ser os cuidados e requisitos no tratamento 
da água.
Segundo Altafini (2002), o problema de incrustamento é muito clássico 
à segurança de caldeiras. Este problema ocorre por causa das deposições de 
sólidos sobre as superfícies de aquecimento, no lado da água, devido à presença 
de impurezas, tais como: sulfatos, carbonato de cálcio, magnésio, silicatos 
complexos e sólidos em suspensão. 
e) Corrosão interna
A corrosão ocorre devido à má qualidade da água. O fator principal para este 
desgaste do material é a presença de oxigênio e dióxido de carbono dissolvido. O 
oxigênio é o principal causador da corrosão do metal e o dióxido de carbono com 
o oxigênio formam o ácido carbônico, que diminui o PH da água da caldeira.
62
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
 Figura 26 - Contaminantes da água 
Fonte: Martinelli Júnior (1998).
f) Choque térmico
O fator choque térmico pode ocorrer quando é efetuada a 
alimentação da caldeira com água fria (temperatura inferior a 80ºC). 
Também pode ocorrer por falha operacional, quando a caldeira 
encontra-se com o seu nível de água abaixo do normal e o operador 
injeta água fria, na tentativa de restabelecer o nivelamento de água.
Além dos riscos operacionais ou de falha humana em que o foco é 
a máquina, na execução dos serviços relacionados à caldeira também 
encontramos risco de acidentes envolvendo a saúde do trabalhador.
Existem outros riscos eminentes na função do operador de 
caldeira, vamos identificá-los.
Os operadores de caldeira executam suas tarefas, que possuem riscos 
inerentes à atividade, tais como:
• Choques elétricos;
Além dos riscos 
operacionais ou 
de falha humana 
em que o foco 
é a máquina, 
na execução 
dos serviços 
relacionados à 
caldeira também 
encontramos 
risco de acidentes 
envolvendo a saúde 
do trabalhador.
63
Caldeiras Capítulo 2 
• Queimaduras (trabalhos com vapores superiores a 100º C);
• Quedas (acesso do operador em diferentes níveis);
• Desconforto térmico; 
• Ruído de baixa e alta frequência (baixa frequência dos queimadores e de alta 
frequência de vazamentos de vapor).
g) Falha operacional
As novas caldeiras possuem tecnologia desenvolvida para executarem suas 
atividades de forma automatizada, sendo assim, o operador necessita intervir 
pouco em seu funcionamento, porém necessita de uma maior qualificação 
profissional, principalmente na forma de interpretar novos comandos e sistemas 
acoplados ao equipamento.
Dispositivos e Procedimentos 
de Segurança (Operação e 
Manutenção)
Os dispositivos de segurança são fatores fundamentais em 
qualquer caldeira, pois eles têm a função de realizar a proteção devida 
dos trabalhadores e dos equipamentos de possíveis falhas e da 
vizinhança. 
Em uma caldeira existem diferentes tipos de dispositivos de 
segurança, simples ou mais complexos. Os dispositivos podem 
apresentar-se na forma de alarme e bloqueios dos componentes da 
caldeira, porém todos os dispositivos devem estar em funcionamento 
durante a operação da caldeira, sendo proibida a retirada de qualquer 
um dos dispositivos de segurança.
Os principais dispositivos de segurança são:
a) Dispositivo de Purga
O sistema de purga na caldeira tem o objetivo de eliminar os gases provenientes 
da combustão, já existentes no interior da caldeira, antes de iniciar novo processo. 
Isto é, antes de reacender o equipamento. Este processo geralmente tem duração 
Os dispositivos 
de segurança 
são fatores 
fundamentais em 
qualquer caldeira, 
pois eles têm a 
função de realizar a 
proteção devida dos 
trabalhadores e dos 
equipamentos de 
possíveis falhas e 
da vizinhança.
64
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
de 5 minutos. Quando ocorrer efusão de combustível na fornalha, o dispositivo de 
purga pode não ser eficiente na eliminação total dos gases existentes. Nesse caso, 
faz-se necessária uma limpeza mecânica. 
b) Dispositivo de Nível da Caldeira
Durante a execução do ciclo de funcionamento da caldeira, a água que 
se encontra em seu interior é transformada em vapor, fazendo com que o nível 
d´água da caldeira diminua. Para tanto, faz-se necessária a reposição desta água, 
sendo fundamental o controle feito pelo operador. Com a automatização, este 
item trouxe estabilidade, tranquilidade e segurança.
Cuidados especiais devem ser realizados com a realimentação da água, 
no caso de o nível estar abaixo do normal, pois, neste momento, pode ocorrer a 
elevação dos gradientes entre a água e o metal do tambor.
Figura 27 - Acidente com níveis baixo de água na caldeira
 
Fonte: Martinelli Júnior (1998).
c) Válvula de Segurança
As válvulas de segurança são dispositivos que entram em ação no caso de 
falha no sistema de combustão. Tal falha faz com que ocorra um aumento de 
pressão de trabalho na caldeira. O local de instalação das válvulas dependerá do 
tipo de caldeira. Essas válvulas deverão ser inspecionadas periodicamente e, no 
caso da verificação de ajuste, este deverá ser realizado.
Elas devem ser dimensionadas de modo a garantir descarga total do vapor 
gerado, caso haja aumento superior a 10% da pressão de trabalho ou um valor 
pré-estabelecido para a instalação.
65
Caldeiras Capítulo 2 
Figura 28 - Válvula de Segurança
Fonte: FIEB (2008).
d) Dispositivo de Proteção Contra Pressão Elevada na Fornalha
Devido à automação, em algumas caldeiras, este dispositivo tem a função de 
desarmar a queima quando detectar uma pressão elevada dentro do equipamento. 
A pressão da fornalha é um item importante para a qualidade da queima. 
e) Dispositivo de Proteção Contra Baixa Pressão ou Alta pressão do 
 combustível
São dispositivos que fazem o controleda pressão do combustível introduzido 
na caldeira. Os combustíveis devem trabalhar com pressões estabilizadas. 
Quando não ocorre este procedimento, pode acontecer perda de chama nos 
queimadores (combustível gasoso) ou não atomizar totalmente (combustíveis 
líquidos), ambos são riscos grandes à caldeira.
f) Dispositivo de Baixa Vazão de Ar 
Todos os procedimentos de execução de uma caldeira devem ser executados 
em sintonia e o fluxo de ar enviado para o equipamento também deve ser 
adequado ao combustível utilizado.
Quando a vazão de ar injetada para a caldeira é ineficiente, faz com que parte 
do combustível utilizado para o funcionamento da caldeira saia sem ser queimado 
e, consequentemente, causando poluição ambiental e riscos de explosões 
em dutos. Sendo assim, os dispositivos devem ser projetados para provocar o 
desarme ou realizar o alarme no local.
66
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Os riscos com caldeiras envolvem diferentes variáveis, não só falha na 
operação, como de projeto ou maquinário. Por isso, todas as formas de controle 
devem ser envolvidas no processo, desde sua concepção até a execução 
propriamente dita.
NR13. http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamenta 
doras-1.htm
Atividades de Estudos: 
1) Analise os dispositivos de segurança e verifique qual deles é a 
peça fundamental na composição da caldeira.
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2) Além dos riscos envolvendo explosão da máquina, quais são os 
riscos que os trabalhadores podem sofrer durante a operação da 
caldeira?
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67
Caldeiras Capítulo 2 
A NR 13 estabelece alguns tópicos básicos à segurança de caldeiras. De 
acordo com Cruz e Silva (2008), resumidamente, são:
• Disposições Gerais: Inclui definições de profissional habilitado (Engenheiro 
responsável), identificação do equipamento, documentação e classificação 
dos equipamentos (caldeiras e vasos de pressão).
• Instalação: Requisitos de instalação (céu aberto, recinto fechado), projeto 
atual e alternativo.
• Operação: Manual de operação (parada, partida, situação de emergência), 
necessidade do tratamento de água (só no caso das caldeiras), qualificação 
do operador (1° grau completo), treinamento de segurança e estágio prático 
especificado. 
• Manutenção: Procedimentos de segurança na alteração do projeto, reparo e 
tipos.
• Inspeção: Tipos de inspeção, periodicidade e emissão do Relatório de inspeção.
A empresa que possui sistema de caldeiras é responsável pela 
contratação e pelos treinamentos dos operadores de caldeira. O 
processo de execução da caldeira pode ter um operador controlando 
vários equipamentos ou o caso de vários operadores controlando 
simultaneamente várias caldeiras. Porém, dizemos que a caldeira 
deve estar sob controle do operador, isto é, a caldeira deve 
estar supervisionada por pelo menos um operador que tenha os 
conhecimentos para agir em caso de emergência.
Segundo a NR 13 (BRASIL, 2006), é considerado operador de caldeira 
aquele que se encaixar em pelo menos uma das seguintes condições:
1) possuir certificado de “Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras” 
e comprovação de estágio prático conforme subitem 13.3.9;
2) Possuir certificado de “Treinamento de Segurança para Operação de 
Caldeiras”, previsto na NR 13 e aprovado pela Portaria no 02/84 de 08/05/94;
3) Possuir comprovação de pelo menos 3 (três) anos de experiência nessa 
atividade, até 8 de maio de 1984.
Para casos onde for necessária a comprovação de experiência na operação 
de caldeira, deve-se considerar:
A empresa que
 possui sistema 
de caldeiras é 
responsável pela 
contratação e pelos 
treinamentos dos 
operadores de 
caldeira.
68
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
• anotação na carteira de trabalho ou;
• prontuário ou atribuições fornecidos pelo estabelecimento ou;
• testemunho de pessoas.
Para o cálculo dos três anos de experiência deverá ser descontado o tempo 
de interrupção.
A habilitação dos operadores de caldeira, enquadrados nas alíneas b) e c), 
fica limitada ao tipo de caldeira que habitualmente vinham operando. Caso tenham 
necessidade de operar outros tipos de caldeira, torna-se obrigatória a frequência 
aos estágios práticos definidos no subitem 13.3.9.
Durante os treinamentos devem ser repassados aos operadores de caldeira 
procedimentos de segurança, adotados em caso de emergência, para que a vida 
útil das caldeiras seja preservada. Deve-se principalmente abordar:
1) Manutenção contínua e preventiva;
2) Inspeções dos dispositivos de segurança e peças da caldeira;
3) Limpeza;
4) Falta de água na caldeira - esperar a caldeira esfriar totalmente, verificar o 
defeito,
5) providenciar o conserto e tornar a acendê-la no dia seguinte;
6) Válvulas de segurança não funcionam - desligar a caldeira imediatamente e 
esperar
7) que a pressão caia e com a caldeira fria reparar ou trocar a válvula;
8) Combustão excessiva - regular imediatamente a caldeira, se ela ficou suja, 
limpá-la na primeira oportunidade;
9) Sistema elétrico ou eletrônico defeituoso - verificar o defeito e 
consertar.
Instalação
As instalações das caldeiras, bem como a elaboração do projeto, 
devem ser de responsabilidade de “Profissional Habilitado” que, segundo 
As instalações 
das caldeiras, 
bem como a 
elaboração do 
projeto, devem ser 
de responsabilidade 
de “Profissional 
Habilitado”.
69
Caldeiras Capítulo 2 
a norma (NR 13), deve ter competência legal para o exercício da profissão de 
engenheiro nas atividades referentes ao projeto de construção, acompanhamento 
de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e 
vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação profissional vigente 
no país. (FIEB, 2008). 
Resolução que dispõe da habilitação dos profissionais 
aptos em execução em caldeira. A Resolução no 218/73, as 
Decisões Normativas no 029/88 e no 045/92 do CONFEA estabelecem 
como habilitados os engenheiros mecânicos e navais, bem como 
engenheiros civis com atribuições do Art. 28, do Decreto Federal no 
23.569/33.
O projeto de instalação deverá conter todos os documentos, plantas, 
desenhos, cálculos, pareceres, relatórios, análises, normas, especificações 
relativos ao projeto, devidamente assinados pelos profissionais legalmente 
habilitados. (MARTINELLI JÚNIOR, 1998).
As caldeiras devem ser instaladas em local específico para este fim, isto é, 
deve ser executada uma “Casa de Caldeira” ou “Área de Caldeira”. Este local 
deve ser fechado com paredes e ser protegido de intempéries.A caldeira poderá ser instalada em local aberto, porém deverá ser previsto 
tal item na concepção do projeto. Quando for estabelecido ser instalado o 
equipamento em local aberto, a “Área de Caldeira” deve satisfazer os seguintes 
requisitos, apresentados por Martinelli Júnior (1998):
• Estar afastada no mínimo 3 metros de:
 – outras instalações do estabelecimento;
 – de depósitos de combustíveis, executando-se reservatórios para partida 
com até 2.000 (dois mil) litros de capacidade;
 – do limite de propriedade de terceiros;
 – do limite com as vias públicas.
• dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente 
desobstruídas e dispostas em direções distintas;
• dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e manutenção de 
70
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
caldeira, e, para guarda corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que 
impeçam a queda de pessoas;
• ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, 
provenientes da combustão, para fora da área de operação, atendendo às 
normas ambientais vigentes;
• dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;
• ter sistema de iluminação de emergência caso operar à noite.
Ainda, de acordo com Martinelli Júnior (1998), quando a caldeira estiver 
instalada em ambiente confinado, a “Casa de Caldeiras” deve satisfazer os 
seguintes requisitos:
• constituir prédio separado, construído de material resistente ao fogo, podendo 
ter apenas uma parede adjacente a outras instalações do estabelecimento, 
porém com as outras paredes afastadas, no mínimo 3 (três) metros de outras 
instalações, do limite de propriedade de terceiros, do limite com as vias 
públicas e de depósitos de combustíveis, executando-se reservatórios para 
partida com até 2.000 (dois mil) litros de capacidade;
• dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente 
desobstruídas e dispostas em direções distintas;
• dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser 
bloqueadas;
• dispor de sensor para detecção de vazamento de gás quando se tratar de 
caldeira a combustível gasoso;
• não ser utilizada para qualquer outra finalidade;
• dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da 
caldeira, e, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que 
impeçam a queda de pessoas;
• ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, 
provenientes da combustão, para fora da área de operação, atendendo às 
normas ambientais vigentes;
• dispor de iluminação, conforme normas oficiais vigentes e ter sistema de 
iluminação de emergência.
As caldeiras com classificação categoria “A” deve possuir painel de 
71
Caldeiras Capítulo 2 
instrumento instalado na sala de controle. A execução desta sala de controle 
deve seguir projeto elaborado por profissional habilitado e seguir os requisitos 
estabelecidos pelas Normas Regulamentadoras.
Inspeções
 
A NR 13 estabelece que sejam executadas inspeções de segurança de 
caldeiras estacionárias a vapor, que devem ser realizadas interna e externamente 
à estrutura, sempre que:
• Iniciar o funcionamento;
• Ocorrer modificação, reformas ou acidente com o equipamento;
• Anualmente (no mínimo) para as caldeiras das categorias A, B e C.
As empresas poderão ter “Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos”, 
porém devem seguir os prazos máximos para a realização das inspeções, 
conforme tabela abaixo:
Tabela 1 - Prazos máximos estabelecidos para inspeção de caldeiras
 
Fonte: Martinelli Júnior (1998). 
 
Após a inspeção, deverá ser gerado o “Relatório de Inspeção” 
e encaminhado, pelo engenheiro (profissional habilitado), no prazo 
máximo de 30 dias, à representação sindical da sua categoria.
Após a inspeção, 
deverá ser gerado 
o “Relatório de 
Inspeção” e 
encaminhado, 
pelo engenheiro 
(profissional 
habilitado), no prazo 
máximo de 30 dias, 
à representação 
sindical da sua 
categoria.
72
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Segundo a NR 13 (BRASIL, 2006), item 13.5.11, o “Relatório de Inspeção” 
deve conter no mínimo:
• dados constantes na placa de identificação da caldeira;
• categoria da caldeira;
• tipo da caldeira;
• tipo de inspeção executada;
• data de início e término da inspeção;
• descrição das inspeções e testes executados;
• resultado das inspeções e providências;
• relação dos itens desta NR ou de outras exigências legais que não estão 
sendo atendidos;
• conclusões;
• recomendações e providências necessárias;
• data prevista para a nova inspeção da caldeira;
• nome legível, assinatura e número do registro no conselho do “Profissional 
Habilitado”, citado no subitem 13.1.2, e nome legível e assinatura de técnicos 
que participaram da inspeção.
Quando a caldeira completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, deverá ser 
realizada uma inspeção para evidenciar a real situação e comprometimento 
do equipamento. Tal inspeção deve usar de rigorosos quesitos para verificar a 
integridade da caldeira e determinar a nova vida útil e os novos prazos máximos 
para inspeção, caso ainda esteja em condição de uso.
Sempre que os resultados da inspeção determinarem alterações dos dados 
da placa de identificação, esta deve ser atualizada.
Documentação e Fiscalização
Durante uma fiscalização, que pode ser realizada pelo Ministério do 
Trabalho ou SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego- Antiga 
73
Caldeiras Capítulo 2 
DRT - Delegacia Regional do Trabalho), a documentação que será auditada para 
caldeiras deverá estar no estabelecimento e atualizada. Tal documentação é:
• “Prontuário da Caldeira”, contendo as seguintes informações:
 – código de projeto e ano de edição;
 – especificação dos materiais;
 – procedimentos utilizados na fabricação, montagem, inspeção final e 
determinação da PMTA (Lembre – se PMTA é a pressão máxima de 
trabalho admissível que deverá estar descrita no projeto da caldeira);
 – conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento 
da vida útil da caldeira;
 – características funcionais;
 – dados dos dispositivos de segurança;
 – ano de fabricação;
 – categoria da caldeira;
 – registro de segurança; 
 – projeto de instalação; 
 – projetos de alteração ou reparo; 
 – relatórios de Inspeção.
 
No caso de você se deparar com uma situação em que a empresa possua 
diferentes unidades (frentes de trabalho), porém somente uma delas 
possuir a instalação da caldeira, os documentos deverão estar 
disponíveis nesta unidade para que, em caso de fiscalização, possam 
ser facilmente consultados.
Toda a documentação da caldeira deverá ser mantida junto ao 
equipamento, durante toda a sua vida útil. Entenda, acadêmico(a), a 
vida útil é calculada a partir da data de fabricação até a data em que a 
caldeira é considerada inadequada para o seu uso.
Entenda, 
acadêmico(a), a 
vida útil é calculada 
a partir da data de 
fabricação até a data 
em que a caldeira 
é considerada 
inadequada para o 
seu uso.
74
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Quando o “Prontuário da Caldeira” for perdido, ele deverá ser reconstituído 
pelo proprietário, porém sempre com a responsabilidade técnica do profissional 
habilitado ou fabricante. Devemos lembrar que a documentação de caldeiras deve 
ser a mais detalhada possível pelo fabricante. 
No caso de transferência ou venda do equipamento, os documentos devem 
acompanhá-la, inclusive o Relatório de Segurança, que poderá ser requisitado 
pela empresa que está efetuando a compra. Vale ressaltar que o único documento 
que não acompanhará a caldeira é o projetode instalação existente, pois deverá 
ser elaborado um novo projeto com as novas características do local. E, após a 
finalização do projeto, o proprietário deverá apresentar à SRTE.
Quando o profissional habilitado detectar que a vida útil do equipamento 
encontra-se comprometida, repassará a informação ao Registro de Segurança e 
evidenciará claramente os motivos pelos quais está desativando a caldeira. 
Toda a documentação deve estar disponível para os órgãos fiscalizadores, 
assim como para os operadores, pessoal de manutenção, sindicatos e CIPA. 
Lembre-se, como já foi estudado, CIPA (Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes) é uma comissão de trabalhadores eleitos 
para auxiliar nas questões de segurança.
 
Atividade de Estudos: 
Vamos aprender a preencher um modelo de relatório de 
inspeção de segurança de caldeira.
MODELO DE RELATÓRIO DE INSPEÇÃO 
DE SEGURANÇA DE CALDEIRA
1) DADOS PRELIMINARES:
1.1 ) TIPO DE INSPEÇÃO DE SEGURANÇA :
( ) inicial ( ) periódica ( ) extraordinária
75
Caldeiras Capítulo 2 
1.2) DATA DA INSPEÇÃO: 
 Iniciada em Concluída em 
 1.3 ) REALIZADA PELO INSPETOR:.
 1.4 ) CARACTERÍSTICAS DA CALDEIRA :
 
 1.4.1 IDENTIFICAÇÃO:
 Marca: 
 No : Ano: 
 Modelo: Categoria: PMTA: 
 Capacidade: 
 Superfície de Vaporização: 
 Fabricante: 
 Endereço: 
 Local de Instalação: 
 Proprietário: 
 2) RESULTADOS DA INSPEÇÃO :
 2.1 ) EXAME DO PRONTUÁRIO :
 O prontuário foi encontrado completo e em dia ?
 ( ) sim ( ) não 
 A presente inspeção foi iniciada dentro do prazo estipulado ?
 ( ) sim ( ) não 
 As recomendações anteriores foram executadas?
 ( ) sim ( ) não
 2.2) EXAME EXTERNO :
 A caldeira satisfaz todas as condições de segurança constantes 
da NBR-12177 da ABNT observáveis neste exame ? 
 ( ) sim ( ) não
 
 A caldeira funciona normalmente?
 ( ) sim ( ) não
 
 Foi observada alguma anomalia capaz de prejudicar a segurança?
76
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
 ( ) sim ( ) não 
 Além do exame normal, com a caldeira em funcionamento, foi 
realizado exame complementar com a caldeira: 
 Parada? ( ) sim ( ) não
 Resposta em funcionamento? 
 ( ) sim ( ) não
 
 Foram aferidos todos os manômetros e termômetros dos quais 
dependem a segurança da caldeira? 
 ( ) sim ( ) não
 Foram examinadas todas as válvulas de segurança?
 ( ) sim ( ) não 
VÁLVULAS DE SEGURANÇA :
 ESTADO DAS VÁLVULAS 1a 2a 3a
SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO
Funcionamento normal - -
Pressão de abertura ( Kgf/cm² ) -
Pressão de fechamento ( Kgf/cm² ) -
Lacração intacta ? - - - -
Foram desmontadas? - - - -
Alguma anormalidade? - - - -
Foram consertadas? - - - -
Foram substituídas? - - - -
Foram reguladas? - - - -
Foram lacradas? - - - -
Como foram deixadas?
Pressão de abertura (Kgf/cm² ) - 
Pressão de fechamento (Kgf/cm² ) - 
 2.3 ) EXAME INTERNO:
 A caldeira, antes de ser limpa, apresentava alguma anomalia?
 ( ) sim ( ) não
 Internamente, a caldeira, depois de limpa, está em ordem e 
77
Caldeiras Capítulo 2 
satisfaz todas as condições de segurança, constantes do Anexo 1 
da NBR-12177 e observáveis nesse exame?
 ( ) sim ( ) não
 A parte da caracterização da caldeira acessível a esse exame 
confere com o que sobre ela consta do prontuário? 
 ( ) sim ( ) não
 Foi observada alguma anomalia capaz de prejudicar a segurança?
 ( ) sim ( ) não
 
 2.4 ) ATUALIZAÇÃO DA PMTA :
 
 A PMTA adotada na inspeção anterior pode ser mantida?
 ( ) sim ( ) não
 Caso a PMTA deva ser modificada, qual o novo valor?
 
 2.5 ) PROVA DE PRESSÃO HIDROSTÁTICA : 
 Pressão de prova : Tempo de prova :
 
 A caldeira suportou satisfatoriamente a prova?
 ( ) sim ( ) não
 Anomalias observadas: 
 2.6) PROVA DE SUFICIÊNCIA DA(S) VÁLVULA(S) DE 
SEGURANÇA :
 As válvulas de segurança são suficientes?
 ( ) sim ( ) não
 Pressão máxima atingida:__________Kgf/cm²
 Tempo de prova: __________ minutos.
 Anomalias observadas:
 2.7) OUTRAS PROVAS EFETUADAS :
 
 EXEMPLO: Níveis de alimentação (máximo e mínimo) / Nível 
extra baixo / Nível extra alto Pressostato de máxima / Pressostato 
de segurança e Falha de combustão.
78
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
 3 ) CONCLUSÃO :
 3.1) Em face da inspeção realizada , a caldeira pode ser utilizada 
normalmente ?
 ( ) sim ( ) não
 Desde que cumpridas às recomendações anotadas no registro de 
segurança e no item 4 deste relatório. 
 3.2 ) Valor da PMTA a ser adotada: ________ Kgf/cm²
 3.3 ) Realizar nova inspeção até 
 4) OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES :
 EXEMPLO 
 
 a) A caldeira está regulada para operar com 10,00 Kgf/cm² de 
pressão, o pressostato de modulação foi regulado para 9,0 Kgf/
cm² e o pressostato segurança foi regulado para 10,25 Kgf/cm²;
 b) Os sistemas de controle e segurança das caldeiras devem 
ser submetidos a manutenção preventiva ou preditiva, conforme 
determina o sub-item 13.4.5 da NR-13;
 c) As válvulas de segurança devem ser inspecionadas conforme 
frequência estabelecida no sub-item 13.5.7 da NR-13:
 - pelo menos uma vez por mês, mediante acionamento manual 
da alavanca, em operação, para caldeiras das categorias “B” e 
“C”;
 
 - desmontado, inspecionando e testando, em bancada, as válvulas 
flangeadas e, no campo, as válvulas soldadas, recalibrando-as 
numa frequência compatível coma experiência operacional desta, 
porém respeitando-se como limite máximo o período de inspeção 
estabelecido no subitem 13.5.4, se aplicável, para caldeira de 
categorias “A” e “B”.
 d) Providenciar as recomendações anotadas no registro de 
segurança;
 
 e) A inspeção foi acompanhada pelo operador_______________.
79
Caldeiras Capítulo 2 
 _______________,______ de_________ de ____________.
Fonte: Disponível em: <www.grupos.com.br>. Acesso em: 10 out. 2012.
Algumas Considerações 
Este capítulo objetivou fornecer conhecimento acerca da execução dos 
serviços relacionados a máquinas e equipamentos pressurizados, com enfoque 
em caldeiras.
Vimos a importância de possuirmos um sistema operacional das caldeiras 
em conformidade com a norma regulamentadora- NR 13, visto que se trata de um 
equipamento que trabalha constantemente pressurizado, isto é, pressão superior 
à pressão atmosférica.
Os acidentes com caldeiras são, muitas vezes, possíveis de serem evitados, 
porém quando não são identificados os riscos antecipadamente, comprometem 
não só a máquina mais os trabalhadores e podem alastrar-se para a sociedade, 
devido à extensão do acidente.
É primordial, ao finalizarmos este capítulo,entendermos que o funcionamento 
de uma caldeira implica o agrupamento de vários conceitos de segurança, desde a 
concepção do projeto, a instalação do equipamento, a manutenção, as inspeções 
rotineiras até a percepção do término da vida útil do equipamento. 
Através do conceito sólido de caldeiras, poderemos entender melhor o 
próximo capítulo, que trata de vasos de pressão, também regulamentados pela 
NR 13 (BRASIL, 2006).
Referências
ALTAFINI, C. R. Apostila sobre Caldeiras. Caxias do Sul, 2002.
BAZZO, E. Geração de Vapor. Florianópolis: Editora da UFSC, 1992.
BIZZO, W. A. Geração, Distribuição e Utilização de Vapor. São Paulo: 
UNICAMP, 2003.
BRASIL. Ministério do trabalho. Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 
80
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
- NR-13 Caldeiras e vasos de pressão. 2006. Disponível em: <http://portal.mte.
gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm>. Acesso em: 20 set. 2012. 
CRUZ, C. A. O.; SILVA, G.M. A. Caldeiras e Vasos de Pressão NR-13: Análise 
do Pré-Requisito de 1º grau Necessário para Capacitação dos Profissionais que 
Participam dos Treinamentos de Segurança. 2008.
FIEB. Legislação Comentada: NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão. Bahia, 
2008.
FUNDACENTRO. Manual Técnico de caldeiras e vasos de Pressão. Rio de 
Janeiro, 1997.
GODOY, J. G. Inspeções Internas. São Paulo: SENAC, 2009.
MARTINELLI JÚNIOR, L. C. Geradores de Vapor – Recepção, Operação e 
Medidas de Segurança. Cadernos UNIJUÍ. Ijuí, RS: Editora Unijuí, 1998. (Série 
Tecnologia Mecânica, n. 8).
MUCCIACITO, J. C. Caldeiras de alta pressão. Revista e portal meio filtrante. 
Ano XI, n 57, julho/agosto 2012. Disponível em: <http://www.meiofiltrante.com.br/
materias.asp?action=detalhe&id=793>. Acesso em: 10 set. 2012. 
NOVAES, M.S. Operações de Caldeiras a vapor. Rio de Janeiro: Manuais CNI, 
1984.
UNIVERSIDADE DE CAMPINAS – SP. Disponível em: <http://www.unicamp.br/
unicamp/>. Acesso em 20 nov. 2012. 
CAPÍTULO 3
Vasos de Pressão
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Orientar quanto às metodologias de análise de riscos no processo 
produtivo e no ambiente laboral, inclusive os graves e iminentes, utilizando 
ferramentas fundamentadas em bases normativas atuais e antecipando-se 
a consequências indesejáveis.
� Avaliar e propor medidas de controle de riscos relacionados às condições 
do meio ambiente de trabalho que fazem uso de vasos de pressão, com 
base na respectiva legislação.
83
Vasos de Pressão Capítulo 3 
Contextualização
A preocupação com os graves acidentes envolvendo equipamentos 
pressurizados advertiu para a necessidade de uma atenção específica quanto ao 
uso de vasos de pressão e a necessidade de uma legislação que estabelecesse 
parâmetros de segurança, a partir deste momento, ocorre o surgimento da NR 
13. Antecedendo este fato, o código de ASME - American Society of Mechanical 
Engineers, já estabelecia procedimentos para a elaboração dos projetos de vasos 
de pressão, porém através da NR 13 a fiscalização focou na segurança dos 
equipamentos já existentes. 
Sendo assim, devemos ter clareza e critérios nos procedimentos envolvendo 
equipamentos pressurizados, isto é, o envolvimento da segurança, da concepção 
até a manutenção destes, por tratar-se de um equipamento que, quando da 
ocorrência de um acidente , gera um grande impacto, pontual e social.
O estudo em questão complementará a disciplina anteriormente vista 
(Caldeira), pois ampliará os conceitos para todos os tipos de vasos de pressão, 
sejam eles com ação de chama ou não.
O conhecimento dos mecanismos e segurança dos vasos de pressão torna-
se imprescindível na gestão do profissional de segurança do trabalho, pois é 
estabelecida pela norma que regulamenta os equipamentos pressurizados a 
responsabilidade deste profissional. Desse modo, é fundamental conhecermos 
os mecanismos dos vasos de pressão, bem como as formas de se fazer 
segurança pelo método prevencionista, isto é, implantação de dispositivos 
de segurança, inspeções e identificações de riscos, antecipando-se a 
consequências indesejáveis.
Definições e Funcionamentos
Após estudarmos Caldeiras, ampliaremos nosso conhecimento 
sobre equipamentos pressurizados, estudando Vasos de Pressão. 
Tais equipamentos também possuem embasamento legal na NR 13. 
Podemos classificar vasos de pressão, segundo Telles (1996), 
como todos os recipientes estanques, de qualquer tipo, dimensões, 
formato ou finalidade, capazes de conter um fluido sob pressão interna 
e externa. Dentro desta definição abrangente, podemos incluir desde 
uma panela de pressão até os reatores nucleares de maior tecnologia.
Todos os recipientes 
estanques, de 
qualquer tipo, 
dimensões, formato 
ou finalidade, 
capazes de conter 
um fluido sob 
pressão interna 
e externa.
84
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Sendo assim, os vasos de pressão estão presentes em vários setores de 
atuação: postos de gasolina, consultórios dentários, hospitais, etc.
Figura 29 - Vaso de pressão esférico e as forças aplicadas (interna e externa)
 
Fonte: Buffoni (2008).
Porém, para efeito de aplicação da NR 13, somente é considerado vaso 
de pressão o equipamento cujo produto “P.V” seja superior a 8 (oito), sendo o 
P a pressão máxima de operação (em KPa) e o V o volume geométrico interno 
(em m³).
Podemos exemplificar o cálculo para a identificação de vasos de pressão, 
como segue abaixo:
Se possuirmos um vaso de pressão que opera com vapor d´água a 2 kgf/cm² 
de pressão e um volume de 2 m³, verificaremos se ele é um vaso de pressão da 
seguinte forma.
Primeiro, devemos lembrar que:
* 1 kgf/cm² = 98,066 KPa;
* Volume deve ser em m³;
* P x V > 8 = Vaso de Pressão
* P x V ≤ 8 = Não é Vaso de Pressão
* P = 2 kgf/cm²
* V = 2 m³.
Calculamos:
85
Vasos de Pressão Capítulo 3 
Quando multiplicamos P x V, temos (98,066 x 2) x 2 = 392,2 
(KPa). Sendo 392,2 > 8, é considerado vaso de pressão!
Neste capítulo, iremos aprofundar-nos em equipamentos 
pressurizados encontrados em indústrias de processo, isto é, 
em indústria que transformam a matéria (física e/ou química) ou 
simplesmente armazena, manuseia ou distribui fluidos. 
Primeiramente podemos estabelecer algumas características 
para definirmos a classificação e finalidade dos vasos de pressão. 
Estes podem ser divididos, de acordo com Telles (2001), em:
Também podemos classificar os vasos de pressão, após sabermos sua 
finalidade, pelo cruzamento de informações da classe de fluido e a pressão, que 
será estabelecida por projeto, elaborado por profissional legalmente habilitado, 
conforme o Quadro 3 que corresponde ao anexo IV da NR 13. As categorias que 
classificam estes equipamentos pressurizados são:
Vaso sem ação de chama
• Caldeiras
• FornosVaso com ação de chama
• Vasos de armazenamento e de acumulação;
• Torre de destilação fracionada, retificação, absorção, etc.;
• Reatores diversos;
• Esferas de armazenamento de gás
• Trocadores de calor
• Trocadores;
• Aquecedores;
• Resfriadores;
• Condensadores;
• Refervedores;
• Resfriadores a ar.
Equipamentos 
pressurizados 
encontrados em 
indústrias de 
processo, isto é, 
em indústria que 
transformam a 
matéria (física e/
ou química) ou 
simplesmente 
armazena, manuseia 
ou distribui fluidos.
86
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Quadro 3 - Classificação de Vasos de Pressão
Fonte: Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/geral/manual-tecnico-de-
caldeiras-e-vasos-de-pressao-nr-13.htm>. Acesso em: 20 out. 2012.
Leitura direcionadaa vaso de pressão. 
 TELLES, Pedro C. Silva. Vaso de pressão. 2. ed. Rio de Janeiro: 
LCT, 2001.
Remetendo-nos ao exemplo anteriormente calculado, encontramos um vaso 
de pressão de 392,2 (KPa) ou 2 Kgf/cm². Como possui classificação de vapor de 
água (classe C, pela Tabela 2), encontraremos a categoria em que se enquadra 
nosso vaso de pressão. 
Veja, necessitamos transformar primeiramente o Kgf/cm² em Mpa, sendo 
assim, 1 Mpa = 10,197 Kgf/cm² estabelecido pela NR 13.
Como possuímos 2 kgf/cm², transformado em Mpa teremos 0,1961 Mpa, 
sendo assim P x V = 0,1961 x 2 = 0,3922. Nesse caso, nosso vaso de pressão 
87
Vasos de Pressão Capítulo 3 
encontra-se na categoria “V”. Através desta classificação, é possível determinar 
ações referentes a este equipamento, tais como inspeções e treinamentos, 
conforme definido pela NR 13, visto no quadro anterior. 
Tabela 2 – Categorias de Vasos de Pressão
Fonte: Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/geral/manual-tecnico-de-
caldeiras-e-vasos-de-pressao-nr-13.htm>. Acesso em: 20 out. 2012.
O vaso de pressão é formado basicamente de invólucro 
estanque (casco ou parede de pressão), em que se encontra o fluido 
pressurizado, vaso e tampos de fechamentos. 
 
Também podemos encontrar na literatura o conceito de shell 
para vasos e heads para tampos de fechamento.
O formato do casco (parede de pressão) pode diferenciar os vasos de 
pressão. Podemos encontrar diferentes formas, porém este casco sempre terá 
o formato de uma superfície de revolução. As formas encontradas para vasos 
de pressão podem ser cilíndricas, cônicas, esféricas e a combinação destas 
formas. Existe a possibilidade de tamanhos e formas diferenciadas, porém ambas 
especificadas em projeto e através de uma responsabilidade técnica. 
O vaso de 
pressão é formado 
basicamente de 
invólucro estanque 
(casco ou parede 
de pressão), em 
que se encontra o 
fluido pressurizado, 
vaso e tampos de 
fechamentos.
88
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Uma superfície de revolução é definida como uma superfície 
obtida pela rotação de uma curva plana em torno de uma reta que 
pertence ao mesmo plano da curva. 
A forma cilíndrica, conforme evidenciada na Figura 30, é a mais utilizada, 
pelo fato de sua fabricação e transporte ser mais fácil. No processo de fabricação, 
o aproveitamento das chapas ocorre de forma inteiriça, quase não ocorre 
desperdício de material. 
Figura 30 - Formas de instalação dos vasos de pressão cilíndricos
Fonte: Telles (2001).
As formas esféricas são pouco utilizadas por serem de difícil fabricação, de 
alto custo e ocuparem muito espaço. Dificilmente são transportadas inteiras e são 
utilizadas somente como vasos de armazenagem. Porém durante o processo de 
fabricação consegue-se chegar a menor espessura da parede e menor peso em 
igualdade de condições para pressão e volume contido. A Figura 31 demonstra como 
é executada a forma esférica nos vasos de pressão e sua respectiva instalação.
Figura 31 - Vaso de Pressão Esférico
Fonte: Telles (2001).
89
Vasos de Pressão Capítulo 3 
Quando se necessita armazenar um material que precisa gravidade para realizar 
o seu escoamento, tal como um fluido muito viscoso, deve-se usar o vaso de pressão 
cônico, isto é, quando há necessidade de minimizar as perdas por escoamento o vaso 
de pressão cônico é o mais eficaz. Podemos observar na Figura 32, a disposição 
deste vaso de pressão, que possui seções diferentes em sua estrutura.
Figura 32 - Vaso de Pressão cônico
Fonte: Telles (2001).
Os vasos de pressão com formato de esferas múltiplas e ovoides são 
raramente encontrados. Contudo, dependendo da utilização e das especificações 
do projeto podem ser fabricados. Podemos encontrá-los de diferentes formas, na 
Figura 33 temos um exemplo para melhor entendimento.
Figura 33 - Vaso de Pressão Esferas Múltiplas
Fonte: Telles (2001).
Os vasos de pressão também podem ser diferenciados quanto ao tipo de 
instalação. Após a definição do tipo de equipamento utilizado, deverá ser especificado 
90
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
o tipo de instalação, pois através da forma de escoamento e liberação do material 
contido internamente a instalação poderá contribuir para facilitar este procedimento.
Faz-se necessário lembrar: a NR 13 estabelece que o projeto e a instalação dos 
vasos de pressão sejam realizados e inspecionados por profissional habilitado, isto 
é, que tenham responsabilidade técnica, mesmo porque todos os procedimentos 
devem ter anexados uma ART (anotação de responsabilidade técnica).
Resolução que dispõem da habilitação dos profissionais 
aptos em execução e inspeção em vasos de pressão. A Resolução 
no 218/73, as Decisões Normativas no 029/88 e 045/92 do CONFEA 
estabelecem como habilitados os engenheiros mecânicos e navais, 
bem como engenheiros civis com atribuições do Art. 28, do Decreto 
Federal no 23.569/33.
A instalação pode ocorrer nas posições verticais, horizontais e inclinadas. A 
forma vertical é ideal para o escoamento do material, ocupa menor espaço e pode 
ser executada em diferentes alturas. Apesar de maior custo, devido à fundação 
e suportes para conter grandes alturas, é muito utilizada. A instalação horizontal 
possui menor custo, se comparado à instalação vertical, é muito utilizada em 
trocadores de calor e para a maioria dos vasos de acumulação. Já a instalação 
dos vasos de pressão inclinados, somente é utilizada quando necessitar de 
escoamento por gravidade do material contido internamente.
Através da Figura 34 é possível exemplificar as formas de instalação 
conforme projeto e necessidade:
Figura 34 - Vaso de Pressão - Instalações
Fonte: Telles (2001).
91
Vasos de Pressão Capítulo 3 
Atividades de Estudos: 
1) Um vaso de pressão evaporador tipo calandra possui pressão de 
operação de 1,5 kgf/cm² e um volume de 28,6 m³. A partir dessas 
informações verifique se ele é um vaso de pressão!
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2) Agora vamos descobrir através do exercício 1 qual o potencial de 
risco?
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92
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão
A história do surgimento da necessidade de uma norma regulamentadora 
para vaso de pressão, já foi estudada no capítulo anterior, em caldeiras. A NR 13 
é a legislação que regulamenta todos os equipamentos pressurizados descritos 
anteriormente e como caldeira é um vaso de pressão está incluída nesta NR.
Vale ressaltar que a elaboração de projeto de vaso de pressão tem como 
embasamento técnico o código de ASME (American Society of Mechanical 
Engineers). Este código surgiu em 1908 e, com a NR13, oferece parâmetros para 
que possamos ter segurança durante a operação dos equipamentos. Ambos são 
legislações importantes e fundamentais para as empresas que possuem em seu 
sistema produtivo os equipamentos pressurizados.
ASME é uma associação profissional de engenheiros mecânicosdos Estados Unidos, fundada em 1880.
Segundo Falcão (2002), o código de ASME é o de maior aplicação 
no Brasil. Estabelece regras apenas para dimensionamento dos 
componentes principais (casco, tampos, reduções, flanges bocais e 
reforços), submetidos à pressão interna ou externa. A ASME informa 
que outros carregamentos, como cargas de vento e sísmica, peso 
próprio e do conteúdo, esforços localizados em suportes soldados no 
equipamento ou em bocais, cargas cíclicas devidas a flutuações de 
pressão e temperatura, gradientes e expansões térmicas devem ser 
consideradas também, no entanto, não estabelece metodologia para 
esta avaliação.
A Norma Regulamentadora 13, cujo título é Caldeiras e Vasos de 
Pressão, estabelece todos os requisitos técnicos e legais relativos à 
instalação, operação e manutenção de vasos de pressão, de modo a 
prevenir ocorrência de acidentes do trabalho. 
NR 13. <http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamen 
tadoras-1.htm>
A Norma 
Regulamentadora 
13, cujo título é 
Caldeiras e Vasos 
de Pressão, 
estabelece todos os 
requisitos técnicos 
e legais relativos 
à instalação, 
operação e 
manutenção de 
vasos de pressão, 
de modo a prevenir 
ocorrência de 
acidentes do 
trabalho.
93
Vasos de Pressão Capítulo 3 
Como já estudamos os tipos de vasos de pressão, bem como suas formas 
e instalações, podemos aprofundar-nos quanto aos procedimentos necessários 
para um bom funcionamento destes e que são requisitos da NR13. 
Segundo Cruz e Silva (2008), a NR-13 apresenta os seguintes tópicos 
básicos na sua estrutura:
• Disposições Gerais: Inclui definições de profissional habilitado (Engenheiro 
responsável), identificação do equipamento, documentação e classificação 
dos equipamentos (caldeiras e vasos de pressão).
• Instalação: Requisitos de instalação (céu aberto, recinto fechado), projeto 
atual e alternativo.
• Operação: Manual de operação (parada, partida, situação de emergência), 
necessidade do tratamento de água (só no caso das caldeiras), qualificação 
do operador (1o grau completo), treinamento de segurança e estágio prático 
especificado.
• Manutenção: Procedimentos, projeto de alteração, reparo e tipos.
• Inspeção: Tipos de inspeção, periodicidade e emissão do Relatório de inspeção.
A norma regulamentadora NR 13 para vasos de pressão tem sua 
aplicabilidade quando encontramos equipamentos pressurizados instalados em 
unidades industriais e outros estabelecimentos públicos ou privados, tais como: 
hotéis, hospitais, restaurantes. É muito importante ressaltar que os equipamentos 
contidos em navios, plataformas de exploração e produção de petróleo também 
são regulamentados por esta norma. 
Leitura direcionada a aplicação da NR 13. http://portal.mte.gov.
br/geral/manual-tecnico-de-caldeiras-e-vasos-de-pressao-nr-13.htm
Atividade de Estudos: 
1) Qual a metodologia, além da NR 13, que é utilizada na elaboração 
de projetos de vasos de pressão? Explique esse parâmetro.
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 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
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Risco e Causas de Acidentes
Devemos relembrar que estamos lidando com equipamentos, os 
quais trabalham com uma grande quantidade de vapor sob pressões 
elevadas, que são potencialmente perigosos e devem ser mantidos sob 
controle durante todo o seu funcionamento ou não.
Os equipamentos pressurizados necessitam de um grau de 
segurança considerável, pois uma falha ou acidente envolve grande 
risco com prejuízos pessoais e /ou materiais. Os riscos podem ser 
desde uma explosão, incêndio, queda até ferimentos e intoxicações. 
Para que os acidentes e falhas envolvendo equipamentos 
pressurizados sejam minimizados ou neutralizados, assim como o 
estudo no capítulo de caldeiras, devem ser realizadas inspeções 
de rotina e controles detalhados das peças e estrutura dos vasos de 
pressão. 
Através desta inspeção de rotina, é possível evidenciar alguns 
itens que possam trazer ao processo produtivo certos problemas, tais como a 
paralisação do equipamento. Sendo assim, tal inspeção deve ser tratada como 
uma forma de ação preventiva nos vasos de pressão.
Devemos relembrar 
que estamos 
lidando com 
equipamentos, os 
quais trabalham 
com uma grande 
quantidade de 
vapor sob pressões 
elevadas, que são 
potencialmente 
perigosos e devem 
ser mantidos 
sob controle 
durante todo o seu 
funcionamento 
ou não.
95
Vasos de Pressão Capítulo 3 
Segundo Santiago (2012), as razões principais pelas quais os vasos de 
pressão não sujeitos à chama têm que ser inspecionados são as seguintes: 
• Verificar se ocorre deterioração e/ou avaria em que extensão e até que ponto 
pode afetar a estrutura do equipamento, a fim de que se possa ter certeza de 
que ele opera dentro das condições de segurança indispensáveis; 
• Garantir, num alto nível de probabilidade, a continuidade da operação através 
de um eficiente programa de manutenção preventiva; 
• Evitar perdas decorrentes de uma parada de emergência em consequência de 
ruptura do vaso. Vale ressaltar que estas perdas podem ser excessivamente altas; 
• Reduzir os custos de manutenção e operação; 
• Manter elevado o rendimento global da unidade.
Se você quiser conhecer mais sobre geradores de vapor, 
existem bons livros sobre este assunto.
 PERA, Hildo. Geradores de Vapor de Água. São Paulo: EPUSP, 
1996.
 BAZZO, Edson. Geração de Vapor. Florianópolis: Ed. UFSC, 
1995.
 TORREIRA, R.P. Geradores de Vapor. São Paulo: Companhia 
Melhoramento, 1995.
Durante esta análise detalhada podem ser observados:
a) Excesso de pressão
Umas das falhas de operação dos equipamentos pressurizados 
é o excesso de pressão, que é controlado através de dispositivos 
automáticos, chamados limitadores de pressão. A obrigatoriedade 
de instalações de válvulas de segurança em todos os equipamentos 
pressurizados é um item fundamental para evidenciarmos a segurança 
nestes equipamentos. 
A obrigatoriedade 
de instalações 
de válvulas de 
segurança em todos 
os equipamentos 
pressurizados.
96
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
As válvulas de segurança devem ser reguladas para abertura na pressão 5% 
maior que a PMTP (Pressão Máxima de Trabalho Permitida) e devem permitir a 
descarga de vapor a uma taxa maior que a produção de vapor máxima no equipamento. 
A PMTP é estabelecida no projeto, sendo igual à pressão de projeto ou diminuída 
após algum tempo de operação, se uma inspeção por técnico habilitado determinar 
sua necessidade, geralmente ocasionada por processos normais de desgaste, tais 
como corrosão ou falhas eventuais dos dispositivos de segurança. (BIZZO, 2003). 
b) Temperatura
A temperatura elevada é um fator acelerador dos processos de corrosão, fato 
que pode causar a redução da espessura da parede (casco) do vaso de pressão.
c) Corrosão 
Este item é o maior causador de avaria no equipamento, que pode ocorrem 
por açãoquímica ou eletroquímica, podendo estar associada ou não a ação física.
Através da inspeção de rotina é possível detectar e controlar a 
deterioração provocada pela corrosão do material e evitar que ocorram 
grandes danos pessoais e materiais.
A corrosão provoca a diminuição da espessura da parede do casco, 
pode estar de forma localizada ou generalizada. Quando encontrada 
nesta segunda opção, pode comprometer a vida útil do equipamento.
d) Material utilizado na fabricação
As falhas encontradas no material podem ser na sua estrutura, 
isto é, matéria-prima, e que não foi observada durante a inspeção 
que antecede à fabricação ou durante o procedimento de fabricação, 
durante a solda, originando escória de material, trincas, etc.
O Quadro 4 evidencia outros danos encontrados na indústria além dos 
estudados acima.
Quadro 4 - Danos mais comuns na indústria.
Fonte: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAsgYAJ/
apostila-sobre-vasos-pressao#>. Acesso em: 22 out. 2012.
Através da 
inspeção de 
rotina é possível 
detectar e controlar 
a deterioração 
provocada pela 
corrosão do 
material e evitar 
que ocorram 
grandes danos 
pessoais e 
materiais.
97
Vasos de Pressão Capítulo 3 
A falha humana também está presente nos procedimentos 
envolvendo vasos de pressão e podem causar graves acidentes e 
prejudicando a saúde do trabalhador.
Existem outros riscos eminentes na função do operador de 
equipamento pressurizado, vamos identificá-los.
Os operadores de caldeira executam suas tarefas, as quais possuem riscos 
inerentes à atividade, entre os riscos estão:
• Choques elétricos;
• Queimaduras (trabalhos com vapores superiores a 100º C);
• Quedas (acesso do operador em diferentes níveis).
Atividades de Estudos: 
1) Além dos riscos envolvendo explosão da máquina, quais são os 
riscos que os trabalhadores podem sofrer durante a operação de 
equipamentos pressurizados?
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2) A temperatura não controlada no vaso de pressão pode acarretar 
em que avaria? 
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A falha humana 
também está 
presente nos 
procedimentos 
envolvendo vasos 
de pressão e 
podem causar 
graves acidentes 
e prejudicando 
a saúde do 
trabalhador.
98
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
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Dispositivos e Procedimentos 
de Segurança (Operação e 
Manutenção)
Assim como nas caldeiras, os vasos de pressão sem chama também 
possuem dispositivos de segurança e procedimentos que auxiliam 
na minimização da ocorrência de acidente envolvendo estes 
equipamentos.
Os dispositivos de segurança são fundamentais em qualquer 
equipamento pressurizado. Esses dispositivos de segurança têm a 
função de realizar a proteção devida aos trabalhadores, de possíveis 
falhas, e à vizinhança. 
Nos vasos de pressão encontramos a válvula de segurança, 
mostrada na Figura 35, também nomeada de válvula de alívio de 
pressão, que, como já foi estudado, é responsável em atuar no caso de 
falha no aumento significativo da pressão.
Algumas precauções devem ser tomadas pelos trabalhadores 
quando lidarem com vaso de pressão:
• Usar proteção de ouvidos e olhos quando estão trabalhando com 
válvulas pressurizadas.
• Nunca ficar em frente à saída de descarga de uma válvula de 
Os dispositivos 
de segurança 
são fundamentais 
em qualquer 
equipamento 
pressurizado. 
Esses dispositivos 
de segurança têm 
a função de realizar 
a proteção devida 
aos trabalhadores, 
de possíveis falhas, 
e à vizinhança.
99
Vasos de Pressão Capítulo 3 
alívio.
• Ficar ao lado e a uma distância segura da descarga da válvula 
quando verificar vazamento no vaso de pressão.
Figura 35 - Válvula de Segurança
Fonte: Generoso (2012).
O procedimento de maior eficácia, envolvendo vasos de pressão, é a 
inspeção rotineira (que será estudada com maior amplitude posteriormente), 
a qual possibilita a detecção de qualquer fissura ou vazamento na estrutura. 
É através desta inspeção que podemos verificar as condições das válvulas de 
segurança e de bloqueio. Quando a inspeção é efetuada internamente é preciso 
verificar a espessura da parede e, posteriormente, realizar o cálculo da vida útil 
do equipamento.
Outro fator de segurança importante é o teste hidrostático que tem como 
finalidade a verificação da integridade estrutural do equipamento e se baseia 
sempre na atual pressão máxima de trabalho admissível do vaso de pressão. 
Tal teste consiste na pressurização do equipamento com um líquido 
apropriado com uma pressão cujo valor no ponto mais alto do vaso é a pressão de 
teste hidrostático. 
A NR-13 exige uma periodicidade de teste de pressão em função das 
características do vaso e de suas condições operacionais. 
100
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Os reparos e manutenções devem ser executados com empresa 
e pessoal capacitado. Caso não existam condições mínimas para o 
reparo, aconselha-se enviar a peça ao fabricante.
A Figura 36 mostra a instalação de um vaso de pressão após a inspeção e 
aprovação por profissional habilitado.
Figura 36 - Vaso de pressão
Fonte: Cruz e Silva (2008).
O teste de estanqueidade é mais um procedimento de segurança que tem 
como objetivo a verificação da inexistência de vazamentos.
Todos estes procedimentos de segurança asseguram um aproveitamento 
total dos equipamentos pressurizados e possibilitam que tenha sua vida útil e sua 
segurança garantida.
 
Atividade de Estudos: 
1) Descreva como se procede e qual a finalidade do teste 
hidrostático:
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101
Vasos de Pressão Capítulo 3 
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Inspeções
As inspeções de segurança nos vasos de pressão devem ser realizadas 
antes de se iniciarem os serviços, de uma forma preventiva, isto é, periodicamente 
e sempre que ocorrer algum fator que necessite de uma intervenção.
A inspeção que antecedeo início da operacionalidade do 
equipamento deve ser realizada com o equipamento já instalado, 
devendo ser realizada inspeção interna e externa detalhada e 
acompanhada do teste hidrostático. Porém, a NR 13 estabelece 
períodos máximos de inspeção que são estabelecidos a seguir:
Para estabelecimentos que não possuam “Serviço Próprio de 
Inspeção de Equipamentos”
Quadro 5 - Prazo estabelecido pela NR 13 para empresas 
que se enquadram na linha “a” deste estudo 
Fonte: Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/
As inspeções 
de segurança 
nos vasos de 
pressão devem ser 
realizadas antes 
de se iniciarem os 
serviços, de uma 
forma preventiva.
102
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
FF8080812BE914E6012BEF2695817E43/nr_13.pdf>. Acesso em: 28 out. 2012.
• Para estabelecimentos que possuam “Serviço Próprio de Inspeção de 
Equipamentos”
Quadro 6 - Prazo estabelecido pela NR 13 para empresas 
que se enquadram na linha “b” deste estudo 
Fonte: Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/
FF8080812BE914E6012BEF2695817E43/nr_13.pdf>. Acesso em: 28 out. 2012.
A NR-13, Norma Regulamentadora para Caldeiras e Vasos de Pressão, 
define que a inspeção de segurança de vasos de pressão deve ser conduzida 
por um profissional habilitado, podendo contar com a participação de técnicos de 
inspeção ou inspetores de equipamentos. 
É de responsabilidade do profissional habilitado, orientar a preparação das 
inspeções de segurança, participar das inspeções, revisar e assinar os relatórios 
de inspeção e o registro de segurança. 
Aos técnicos de inspeção e inspetores de equipamentos cabe a 
responsabilidade de preparar as inspeções de segurança de acordo com as 
orientações do profissional habilitado, executar as inspeções, elaborar e assinar 
os relatórios de inspeção. (SANTIAGO, 2012). 
O exame a ser realizado é minucioso. Assim, a desmontagem das válvulas 
de segurança e a sua calibragem devem fazer parte da inspeção periódica.
Já a inspeção extraordinária deve ser realizada sempre que:
• o vaso for danificado por acidente ou outra ocorrência que comprometa sua 
segurança;
• o vaso for submetido a reparo ou alterações importantes, capazes de alterar 
sua condição de segurança;
• o vaso permanecer inativo por mais de 12 (doze) meses, antes de ser 
recolocado em funcionamento;
103
Vasos de Pressão Capítulo 3 
• quando houver alteração do local de instalação do vaso.
Finalizada a etapa de inspeções, deve ser gerado um “Relatório de Inspeção”, 
que é um documento importante para o histórico do vaso de pressão. Esse 
relatório deverá ser arquivado junto com os demais documentos do equipamento. 
Estabelece a NR 13 que o “Relatório de Inspeção” deve conter, na sua 
estrutura, no mínimo: 
• identificação do vaso de pressão;
• fluidos de serviço e categoria do vaso de pressão;
• tipo do vaso de pressão;
• data de início e término da inspeção;
• tipo de inspeção executada;
• descrição dos exames e testes executados;
• resultado das inspeções e intervenções executadas;
• conclusões;
• recomendações e providências necessárias;
• data prevista para a próxima inspeção;
• nome legível, assinatura e número do registro no conselho profissional 
do «Profissional Habilitado», nome legível e assinatura de técnicos que 
participaram da inspeção.
Sempre que os resultados da inspeção determinarem alterações dos dados 
da placa de identificação, ela deve ser atualizada.
Atividade de Estudos: 
1) Assinale Falso (F) e Verdadeiro (V):
a) Qualquer funcionário da empresa pode realizar a inspeção de 
104
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
rotina dos vasos de pressão. ( ). 
b) Para estabelecimentos que não possuam “Serviço Próprio de 
Inspeção de Equipamentos que possua categoria de vaso III”, 
a periodicidade máxima de inspeção é:
 1) 5 anos; 15 anos e 16 anos; ( )
 2) 7 anos; a critério e a critério; ( )
 3) A critério; a critério e 15 anos ( )
 4) 3 anos; 6 anos e 12 anos. ( )
c) Para estabelecimentos que possuam “Serviço Próprio de 
Inspeção de Equipamentos que possua categoria de vaso de 
pressão”, a periodicidade máxima de inspeção é:
 1) 3 anos; 6 anos e 12 anos; ( )
 2) 7 anos; a critério e a critério; ( )
 3) A critério; 7 anos e 15 anos ( )
 4) 5 anos; 10 anos e a critério. ( )
Documentação e Fiscalização
Durante uma fiscalização, que pode ser realizada pelo Ministério do 
Trabalho ou SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego- Antiga 
DRT - Delegacia Regional do Trabalho), a documentação que será auditada para 
caldeiras que deverá estar no estabelecimento e atualizada é:
 • “Prontuário do Vaso de Pressão”, contendo as seguintes informações:
 – código de projeto e ano de edição;
 – especificação dos materiais;
 – procedimentos utilizados na fabricação, montagem, inspeção final e 
determinação da PMTA (Lembre – se PMTA: é a pressão máxima de 
trabalho admissível que deverá estar descrita no projeto da caldeira).
 – conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento 
da vida útil do vaso de pressão;
 – características funcionais;
 – dados dos dispositivos de segurança;
105
Vasos de Pressão Capítulo 3 
 – ano de fabricação;
 – categoria do vaso.
• “Registro de Segurança”, 
• “Projeto de Instalação”, 
• “Projetos de Alteração ou Reparo”, 
• “Relatórios de Inspeção”. 
 
Quando o “Prontuário do vaso de pressão” for perdido, deverá ser 
reconstituído pelo proprietário, porém sempre com a responsabilidade técnica do 
profissional habilitado ou fabricante.
No caso de transferência ou venda do equipamento, os documentos devem 
acompanhá-lo, inclusive o Relatório de Segurança, que poderá ser requisitado 
pela empresa que está efetuando a compra. 
Toda a documentação deve estar disponível para os órgãos fiscalizadores, 
assim como para os operadores, pessoal de manutenção, sindicatos e CIPA. 
Lembre-se, como já foi estudado, CIPA (Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes) é uma comissão de trabalhadores eleitos 
para auxiliar nas questões de segurança.
Todo vaso de pressão deve ter afixada em seu corpo, em local de fácil acesso 
e bem visível, a placa de identificação, que deve conter, no mínimo, as seguintes 
informações:
• fabricante;
• número de identificação;
• ano de fabricação;
• pressão máxima de trabalho admissível;
• pressão de teste hidrostático;
• código de projeto e ano de edição.
106
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Atividade de Estudos: 
1) Caso você se depare com um vaso de pressão e ele possua 
somente o Relatório 
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Algumas Considerações 
Este capítulo teve como objetivo fornecer conhecimento para a execução dos 
serviços relacionados a máquinas e equipamentos pressurizados, com enfoque 
em vasos de pressão.
Podemos, através deste estudo, verificar que os vasos de pressão são 
reservatórios projetados para resistirem com segurança às pressões internas e 
externas as quais estão expostos. É muito comum encontrá-los em indústrias 
petrolíferas, hospitais, restaurantes, indústrias químicas, porém os encontramos 
também em nossas residências (botijão de gás), mas, neste caso, não está 
estabelecido em norma regulamentadora. 
107
Vasos de Pressão Capítulo 3 
É fundamental encontrar o equilíbrio do uso de vasos de pressão em 
conformidade com a sua respectiva norma regulamentadora que, como vimos, 
é a NR 13, visto que se trata de um equipamento trabalhando constantemente 
pressurizado, isto é, pressão superior à pressão atmosférica.
Os acidentes com caldeiras são, muitas vezes, possíveis de serem evitados, 
porém quando os riscos não são identificados antecipadamente pode haver um 
comprometimento não só da máquina, mas também dos trabalhadores, podendo, 
assim, alastrar-se para a sociedade, devido à extensão do acidente. 
A escolha do tipo e da forma como será instalado o vaso de pressão é definida 
em projeto após análise criteriosa do profissional habilitado responsável pelo 
projeto, pois envolve uma série de cuidados especiais, exigindo conhecimento de 
normas e de materiais adequados para cada tipo de aplicação.
Falhas podem gerar consequências catastróficas, incluindo perdas humanas. 
Os vasos de pressão são considerados equipamentos de grande periculosidade.
Referências
BIZZO, W. A. Geração, Distribuição e Utilização de Vapor. Campinas, SP: 
UNICAMP, 2003.
BRASIL. Ministério do trabalho. Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 
- NR-13 Caldeiras e vasos de pressão. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/
legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm>. Acesso em: 20 set. 2012. 
BUFFONI, S. de O. Vaso de Pressão. Rio de Janeiro: Universidade Federal 
Fluminense, 2008.
CRUZ, C. A. O.; SILVA, G.M. Alcântara. Caldeiras e Vasos de Pressão NR-
13: Análise do Pré-Requisito de 1º grau necessário para Capacitação dos 
profissionais que participam dos treinamentos de Segurança, 2008.
FALCÃO, C. Projeto Mecânico Vasos de Pressão e Trocadores de Calor 
Casco e Tubos. Disponível em: <www.falcaoconsult.com.br/Sinopse%20da%20
Apostila.pdf>. Acesso em: 20 out. 2012.
FIEB. Legislação Comentada: NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão. Bahia, 
2008.
GENEROSO, R. A. Vaso de Pressão. Disponível em: <www.buscapdf.com.br/
procurar/?t=vasos&ws=yb>. Acesso em: 10 out. 2012.
108
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
GODOY, J. G. Inspeções Internas. São Paulo: SENAC, 2009.
TELLES, P.C.S. Tubulações Industriais. Rio de Janeiro: LTC, 1996.
_____. Vasos de Pressão. 2. ed. atual. Rio de Janeiro: LTC, 2001.
SANTIAGO, Eduardo Ferrer. Apostila sobre vasos de pressão. Disponível 
em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAsgYAJ/apostila-sobre-vasos-
pressao#>. Acesso em: 20 set. 2012.
CAPÍTULO 4
Indústria da Construção Civil
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 � Conhecer as particularidades da indústria da construção civil e o Programa 
de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – 
PCMAT, considerando aspectos técnicos e legais.
 � Avaliar as medidas de controle de riscos relacionados às condições e 
ao meio ambiente de trabalho na indústria da construção, com base na 
legislação vigente.
111
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Contextualização
A preocupação com os graves acidentes envolvendo a construção civil e a 
necessidade de garantir a execução de uma obra sem a ocorrência de acidentes 
de trabalho evidenciou a necessidade da conscientização dos trabalhadores e o 
cumprimento da legislação vigente em nosso país.
Os treinamentos e conscientizações são fatores determinantes para um 
ambiente sem acidentes e doenças ocupacionais. Como a construção civil 
envolve diferentes materiais, procedimentos e equipamentos, seus trabalhadores 
devem ser constantemente treinados e reciclados, pois o setor da construção civil 
é muito dinâmico. 
É fundamental que o canteiro de obra, seja adequado conforme o PCMAT 
- Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção, pois é através dele que podemos identificar previamente todos 
os riscos inerentes às funções e, assim, neutralizar os acidentes através de 
procedimentos de segurança.
 
Histórico da NR 18
A construção civil é uma das indústrias de maior importância para 
a economia mundial e apresenta, nos últimos anos, um grande avanço 
tecnológico em seus procedimentos executivos. 
As inovações na construção civil exigiram deste setor uma 
reformulação em seus conceitos, principalmente aqueles voltados à 
segurança do trabalho. Por se tratar de uma indústria conhecida por 
investir pouco em prevenção e melhorias contínuas de segurança, 
este ramo da economia se tornou um líder (negativo) em acidentes de 
trabalho e doenças ocupacionais.
Na década de 80, a indústria da construção civil foi considerada campeã 
de acidentes de trabalho com morte. Ficher e Paraguay (apud PINTO, 1996) 
demonstram em seus estudos que do total de acidentes fatais, nesse período, 
22,6% aconteceram na construção civil.
Devido a este panorama do setor, que há muitos anos se perpetua, surgiu a 
necessidade de elaborar uma norma regulamentadora (NR) específica. Então, em 
1978, juntamente às outras NRs, originou-se a NR 18. Esta norma foi aprovada 
A construção civil é 
uma das indústrias 
de maior importância 
para a economia 
mundial e apresenta, 
nos últimos anos, 
um grande avanço 
tecnológico em 
seus procedimentos 
executivos.
112
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
pela Portaria nº 3.214 (BRASIL, 1978), com o título de “Obras de Construção, 
Demolição e Reparos”, e definia as regras de prevenção de acidentes de trabalho 
para a Indústria da Construção, porém devido aos progressos tecnológicos e 
sociais seu texto tornou-se defasado, necessitando de modificações legais. 
Você sabia que a construção civil é a única indústria que possui 
uma NR elaborada somente para o seu setor! 
Em 1994, ocorreu à primeira discussão sobre a reformulação da NR 18. Os 
encontros ocorriam entre técnicos do Governo (DRT - Delegacia Regional do 
Trabalho) e a FUNDACENTRO.
Hoje, as DRT ganharam outro nome, são as SRT – 
Superintendências Regionais do Trabalho.
Em atendimento às recomendações da OIT, a reformulação se ampliou em 
caráter tripartite. Sendo assim, com base no estudo de reformulação anterior, 
trabalhadores, empregadores e governo apresentaram o texto final para a 
publicação, que ocorreu em 1995 com a Portaria nº 4, a primeira Norma Brasileira 
com decisão tripartite.
A principal alteração atribuída a esta NR foi a alteração do título de “Obras de 
Construção, Demolição e Reparos” para “Condições e Meio Ambiente de Trabalho 
na Indústria da Construção”. 
Após esta mudança de titulação, a NR 18 deixou de abranger somente os 
canteiros de obra e passou a dar parâmetros de segurança para todo o ambiente 
de trabalho da Indústria da Construção.
As alterações da NR 18 são constantes, porém pequenas em face de sua 
grande importância. Em 2011, ocorreu o marco nas alterações que culminou com 
o aquecimento do desempenho da construção civil.
A NR 18 estabelece o seu caráter preventivo, cujo objetivo é “estabelecer 
diretrizes de ordem administrativa, de planejamentoe de organização, que 
objetivam implementar medidas de controle e sistemas preventivos de segurança 
113
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da 
Construção”.(BRASIL, 2012). 
Para auxiliar e dar parâmetros de como executar os itens exigidos na NR 
18, podemos contar com as RTPs. As RTPs são recomendações técnicas de 
procedimentos, elaboradas pela FUNDACENTRO. É fundamental conhecê-las 
para executarmos a segurança do trabalho na construção civil. 
As RTPs se dividem em:
• RTP 01 - Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura. 
• RTP 02 - Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas - 
Elevadores de Obra.
• RTP 03 - Escavações, Fundações e Desmonte de Rochas.
• RTP 04 - Escadas, Rampas e Passarelas.
• RTP 05 – Instalações Elétricas Temporárias em canteiros de obra.
 Você pode encontrar as RTPs através do site: http://
w w w. f u n d a c e n t r o . g o v. b r / c o n t e u d o . a s p ? D = C E R S -
01&C=1167&menuAberto=196
Os objetivos da NR 18 são colocados em prática através do Programa de 
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT, 
o qual foi implementado para contribuir com a padronização das instalações de 
segurança, sendo um excelente ponto de partida para a gestão de Segurança 
e Saúde do Trabalho - SST na Indústria da Construção. O PCMAT será assunto 
estudado posteriormente, ainda neste capítulo.
As alterações somente são introduzidas no texto da NR 
18 após serem analisados no CPN e nos CPRs (Comitês 
Permanentes Nacional e Regionais), ambos são constituídos de 
forma tripartite e trabalham para promover a saúde do trabalhador 
da construção civil.
114
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
A construção civil necessita evoluir no quesito segurança, mas já foi possível 
dar passos largos quanto à prevenção de acidentes. Por se tratar de uma indústria 
que envolve diversos riscos inerentes às funções, deve-se ter a NR 18 como 
uma aliada constante e proporcionar um ambiente de trabalho além de saudável, 
seguro ao trabalhador.
É possível constatar na Figura 37 o descaso com a segurança que durante 
muitos anos foi tratado com um fato comum e rotineiro na indústria da construção civil.
Figura 37 - Construção do Edifício Rockefeller Center, em 1930
Fonte: Disponível em: <http://lixeiradonarigas.blogspot.com.br/2009/01/
seguranca-na-construcao-civil.html>. Acesso em: 30 out. 2012.
Atividade de Estudos: 
1) Como a NR 18 pode contribuir para um local de trabalho mais 
seguro e saudável?
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Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Peculiaridades da Indústria
Antes de iniciarmos falando sobre as características da indústria da 
construção civil, vamos compreender como ela se divide. Podemos encontrar este 
setor industrial classificado em três macro setores: construção pesada, montagem 
industrial e edificações. 
A construção pesada é responsável pela execução de obras que 
compreendem a construção de pontes, rede coletoras de esgoto, barragens 
hidrelétricas, fundações especiais, perfuração de petróleo, túneis, entre outros.
O setor de montagem industrial compreende a execução de montagem de 
estruturas metálicas, sistemas de transmissão, distribuição de energia elétrica, 
sistema de exploração de recursos naturais, etc. 
A última classificação compreende edificações, constituindo-se na construção 
de edifícios residenciais e comerciais, construções unifamiliares, edificações 
industriais, construção de edificações modulares verticais e horizontais, reformas 
e demolições.
Para entendermos melhor, as construções unifamiliares são 
edificações destinadas a abrigar apenas uma (ÚNICA) família (casa) 
e as edificações multifamiliares são construções onde residem várias 
famílias (apartamentos).
Esta última classificação é o setor de maior volume de mão de obra desta 
indústria e onde ocorre o maior número de terceirizações, isto é, predomina a 
contratação de subempreiteiras que são empresas especializadas por cada etapa 
da obra ou pelo todo.
O MTE, em 2010, através da RAIS, identificou que a construção civil foi o 
setor de maior crescimento em empregabilidade, conforme podemos observar na 
Tabela 3.
O órgão fiscalizado contribui para esse excelente desempenho devido à 
continuidade do dinamismo observado nos últimos anos, decorrente de ações de 
estímulo ao setor, implementadas pelo governo.
116
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Tabela 3 - Crescimento da empregabilidade do setor da construção civil
Fonte: DIEESE (2011).
RAIS é a Relação Anual de Informações Sociais - RAIS. 
Instituída pelo Decreto nº 76.900, de 23/12/75, tem por objetivo: 
• o suprimento às necessidades de controle da atividade trabalhista 
no País, 
• o provimento de dados para a elaboração de estatísticas do 
trabalho, 
• a disponibilização de informações do mercado de trabalho às 
entidades governamentais. 
A construção civil se diferencia das outras indústrias por 
possuir características que são somente dela. Possui um volume de 
produtividade alto, porém com uma demanda de mão de obra escassa. 
Percebe-se, atualmente, que mesmo com o aumento da remuneração 
neste setor, o parâmetro que se tem é de um setor comprometido 
devido à sua mão de obra.
É uma das indústrias que mais absorve mão de obra no setor 
econômico do Brasil e constantemente está gerando oportunidades de 
emprego, porém, em sua grande maioria, encontramos trabalhadores 
desqualificados e desmotivados. Na Tabela 4 podemos observar 
a divisão que encontramos na indústria da construção civil quanto à 
informalidade e autônomos. 
A construção civil 
se diferencia das 
outras indústrias 
por possuir 
características que 
são somente dela. 
Possui um volume 
de produtividade 
alto, porém com 
uma demanda 
de mão de obra 
escassa.
117
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Tabela 4 - Posição de ocupação na construção civil. Ano 2009
Fonte: DIEESE (2011).
É comum encontrar na construção civil a ausência de preocupação com 
a segurança do trabalho. O próprio empregador acredita que este seja um dos 
setores mais seguros e justifica o seu pensamento com a seguinte frase “com 
tantos anos de trabalho nunca me aconteceu nenhum acidente”.
De acordo com Hinze (1997 apud FONTANELLE, 2004), muitos construtores 
costumam negar investimentos em segurança, utilizando a justificativa clássica de 
que a alta rotatividade da mão de obra e o ambiente de trabalho variável fazem da 
construção uma atividade predestinada a ter altos índices de acidentes de trabalho. 
O mesmo autor discorda do argumento e afirma que as características próprias do 
setor apenas tornam a tarefa de redução de acidentes mais desafiadora.
Partindo do princípio que compreende a construção civil como um dos 
setores que mais provoca acidente com morte durante seu processo produtivo, 
vamos buscar entender o porquê deste fato.
Você sabia que, no Brasil, a construção civil é constituída 98% 
de pequenas ou microempresas (PME), considerando aquelas que 
empregam até 99 trabalhadores. Consequentemente, as PMEsão as 
mais afetadas pelos acidentes na construção civil.
Com característica deste setor, ocorre a não continuidade do processo 
industrial, pois a cada obra as equipes são mobilizadas e desmobilizadas, 
sofrendo com a pouca profissionalização da sua mão de obra. A integridade 
física do trabalhador e a continuidade ao trabalho de prevenção de acidentes 
118
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
na construção civil é um desafio e o processo de transformação cultural para 
empresários, trabalhadores e entidades envolvidas deve ser sistematicamente 
incorporado no cotidiano das pessoas e das instituições e ao processo produtivo 
da Construção Civil. (SINDUSCON/SEBRAE, 2003 apud GONÇALVES, 2006).
Dentro do contexto da construção civil, muitas são as características 
que desafiam a melhoria da segurança do trabalho. Apesar da modernização 
dos produtos e a evolução dos equipamentos, podemos encontrar ainda 
problemáticas que agregam um valor negativo ao setor. Podemos destacar entre 
elas: a rotatividade da mão de obra (que pode ser observada pela Tabela 5, no 
estudo do MTE), canteiros de obra dinâmicos, instalações de vivência precárias, a 
terceirização, a falta de formação e qualificação dos profissionais envolvidos, etc.
Tabela 5 - Taxa de Rotatividade por Setor de atividade econômica. Estudo ano 2011- 2009
Fonte: DIEESE (2011).
Este panorama da construção civil vem aos pouco se transformando, fato 
este que se consolida pelas alterações recentes da NR 18 que ampliaram os 
treinamentos dos funcionários dentro do seu escopo; das fiscalizações do MTE, 
cobrando intensivamente os quesitos da norma, bem como orientando quanto às 
melhorias nos canteiros e, por fim, a conscientização de alguns empresários que 
perceberam a necessidade de mudança.
Lembre-se de que a sigla MTE quer dizer Ministério do Trabalho 
e Emprego um órgão fiscalizador do governo.
119
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Atualmente, além do MTE, contamos com o Mistério Público do Trabalho, 
que vem atuando na proteção dos direitos fundamentais e sociais do cidadão 
diante de ilegalidades praticadas na seara trabalhista. 
Embora este setor apresente vários problemas e resistências quanto à 
segurança do trabalho, podemos afirmar que ele mostrou uma significativa evolução. 
Podemos observar a conscientização aflorando na visão empreendedorista e a 
preocupação com o bem-estar e segurança dos trabalhadores.
Atividades de Estudos: 
1) Dentre as características encontradas na construção civil, qual a 
de maior impacto nos acidentes de trabalho?
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2) Pesquise e encontre a resposta verdadeira(V) ou falsa(F):
 a) Entende-se por construção civil, somente a execução de 
edifícios verticais. ( )
 
 b) A construção civil é grande incentivadora de alternativas de 
segurança do trabalho. ( )
 c) A construção civil tem problemas com a rotatividade. ( )
 d) A NR que dá orientações para a indústria da construção civil é 
a NR 15. ( )
 e) O único órgão que auxilia o trabalhador da construção civil é o 
MTE. ( )
120
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
A legislação em SST para a indústria da construção está 
disponível em: http://www.sesisp.org.br/home/2006/saude/images/
Download_Manual_SST_Construcao_Civil.pdf
Riscos e Causas de Acidentes
Por possuir diferentes tipos de atividades envolvidas em seu 
processo produtivo, as construções civis têm como consequência a 
variedade de riscos inerentes às funções exercidas neste setor. 
Os riscos encontrados na construção civil podem ser classificados 
como: riscos de acidentes de trabalho e risco de doenças ocupacionais.
Dentre os riscos de acidente de trabalho encontramos os que 
podem causar lesão e morte do trabalhador. Sendo eles, risco de:
• Queda: o risco de queda é um dos maiores causadores de 
lesão e morte no trabalhador da indústria da construção civil. Por ser 
uma característica desta indústria o trabalho em altura, quando não 
proporcionados os meios de proteção adequada, este risco torna-se 
mais evidente. As proteções coletivas e individuais são estabelecidas em lei, 
mais é fato encontrar canteiros em total desprendimento com a segurança em 
altura, como mostra a Figura 38.
Figura 38 - Risco de queda de altura
Fonte: Disponível em: <http://construcaocivilpet.wordpress.com/2012/05/15/construcao-
civil-aposta-em-tecnologia-para-garantir-seguranca-em-obras/>. Acesso em: 31 out. 2012.
Por possuir 
diferentes tipos 
de atividades 
envolvidas em seu 
processo produtivo, 
as construções 
civis têm como 
consequência 
a variedade de 
riscos inerentes às 
funções exercidas 
neste setor.
121
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
• Soterramento: ao iniciar uma atividade de escavações, são necessárias 
verificações obrigatórias, a fim de evitar um possível acidente. A análise do 
solo é um dos quesitos neste item, que deve ser realizada e por profissional 
habilitado, pois este irá estudar o talude e possíveis instabilidades no local 
e, assim, propor as devidas proteções coletivas eficientes, conforme é 
demonstrado pela Figura 39. Outro fator importante é o uso de EPIs, tais como: 
cinto de segurança, capacete, sapatão e outros que se façam necessários.
Figura 39 - Proteção coletiva ineficiente
Fonte: Disponível em: <http://www.kqm.com.br/blog.
php?post=401>. Acesso em: 31 out. 2012.
• Choque elétrico: como já vimos anteriormente, a indústria da construção 
civil engloba a montagem industrial, grande responsável pelos acidentes
com choques elétricos. A maioria desses acidentes ocorre por excesso de 
confiança, falta de treinamentos e serviços de manutenção em equipamentos 
energizados sendo realizados por pessoas não autorizadas. As manutenções 
e limpezas de equipamentos devem ser realizadas sempre que estes se 
encontrarem desenergizados e somente por profissional qualificado, isto é, 
que foi treinado conforme a NR 10, a qual estudaremos ao final deste capítulo. 
A NR 10 é a norma regulamentadora responsável por estabelecer 
os requisitos e condições mínimas, objetivando a implementação de 
medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a 
segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, 
interagem em instalações elétricas e serviços com eletricidade.
122
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Figura 40 - Choque elétrico em pessoa não autorizada
Fonte: Disponível em: <http://www.kqm.com.br/blog.
php?post=401>. Acesso em: 31 out. 2012.
• Cortes e perfurações: é comum, porém não deveria ser, dentro da 
construção civil, trabalhadores lesionados devido a cortes decorrentes de serra 
circular, perfurações com pregos e quedas sobre vergalhões desprotegidos. 
Todos estes riscos podem ser neutralizados com ações simples e de forma 
coletiva, tais como: proteções de máquinas e pontas de vergalhões, limpeza e 
organização do canteiro. Existem, ainda, as proteções individuais, como uso 
de sapato de segurança e capacete.
Dentre as doenças ocupacionais podemos encontrar:
• Ruído: A construção civil necessita no seu meio produtivo de várias máquinas 
e equipamentos que, por sua vez, são ruidosas. Este fatoocorre quando 
há ausência de manutenção, instalação errônea, tipologia ou equipamento 
arcaico.
O ruído pode causar distúrbios ao sono, problemas psicológicos, alteração 
no sistema digestivo e reprodutor e, o mais grave, uma perda auditiva que 
conhecemos por PAIR.
Lembre-se PAIR é a Perda Auditiva Induzida por Ruído.
123
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Podemos encontrar o ruído na construção civil na serra circular, 
furadeira, policorte, betoneira, máquina escavadeira, bate-estaca... 
Descubra onde mais podemos encontrar ruído neste setor!
Algumas das máquinas mencionadas podem, além do risco de ruído, causar 
também vibração.
• Vibração: As vibrações estão presentes em atividades de compactação 
de solos, rompedores de estruturas de concreto armado e vibradores de 
concreto. Os danos causados pela vibração, muitas vezes, são irreversíveis, 
pois podem gerar labirintite, perda auditiva por condução óssea e a mais 
conhecida: a Síndrome de Raynaud.
Síndrome de Raynaud, também conhecida como “dedos 
brancos”, a Síndrome das Vibrações afeta os trabalhadores que 
realizam tarefas com equipamentos vibratórios. Acredita-se que o 
Mal de Raynaud se deve a problemas de circulação nas mãos. Entre 
as medidas preventivas que devem ser adotadas incluem-se:
• O emprego de cabos / ferramentas de tamanho adequado para 
os dedos;
• O emprego de luvas especiais, isolantes de vibrações. As luvas 
comuns acolchoadas não são necessariamente boas para isolar 
as vibrações, devendo haver comprovação dessa característica 
por medições adequadas. As luvas podem reduzir a vibração 
transmitida às mãos. 
• Radiações não ionizantes: os trabalhadores da construção civil trabalham 
frequentemente a céu aberto e por este fato estão expostos a queimaduras e 
lesões oculares.
 
• Calor e Frio: Por possuírem a característica de exposição ao calor e frio, este 
risco pode causar fadiga, diminuição do rendimento, comprometimento do 
raciocínio, feridas, rachaduras na pele, doenças nas vias respiratórias. 
124
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
• Umidade: durante o desenvolvimento de uma construção é possível 
encontrar locais alagados ou encharcados. Neste momento, o trabalhador 
está exposto à umidade, que pode causar danos de pele e respiratórios. 
A construção civil é um setor que deve gerar preocupação dos 
órgãos fiscalizadores, técnicos de segurança e saúde do trabalho 
e da sociedade como um todo, pois os acidentes causados por ele 
acarretam aos cofres públicos recursos que poderiam ser investidos 
em segurança e saúde, por exemplo. 
A ausência de proteções aos trabalhadores da construção civil 
pode gerar um ambiente de trabalho insalubre e de grande impacto 
social e, muitas vezes, de fácil solução e prevenção.
Atividades de Estudos: 
1) Quais são os três principais riscos encontrados na construção 
civil?
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2) O ruído pode ser encontrado em que situação e como pode ser 
evitado?
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A ausência de 
proteções aos 
trabalhadores 
da construção 
civil pode gerar 
um ambiente de 
trabalho insalubre e 
de grande impacto 
social e, muitas 
vezes, de fácil 
solução 
e prevenção.
125
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Implantação do Canteiro de Obras
É fundamental, antecedendo ao início de uma construção, 
realizar o planejamento de como será instalado nosso canteiro de 
obras. Com este simples procedimentos pode-se evitar a ocorrência 
de acidentes durante o desenvolvimento produtivo.
Podemos encontrar duas denominações para canteiro de 
obra: 
A NBR 12.284 define canteiro de obras como “conjunto de 
áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria 
da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de 
vivência”.
A NR 18 define canteiro de obras como “área de trabalho fixa e 
temporária onde se desenvolvem operações de apoio e execução de 
uma obra”.
 A primeira solicitação que devemos atender, após a aprovação dos projetos 
nos órgão competentes, é elaborar a comunicação prévia à Superintendência 
Regional do Trabalho (antiga DRT). Esta comunicação é obrigatória pela NR 
18. Consiste em comunicar o início das atividades e necessita ter algumas 
informações no seu contexto:
• endereço correto da obra;
• endereço correto e qualificação (CEI, CGC ou CPF) do contratante, 
empregador ou condomínio;
• tipo de obra;
• datas previstas do início e conclusão da obra;
• número máximo previsto de trabalhadores na obra.
A não realização de tal comunicação tem sido fiscalizada pelo MTE e 
comprovado o descumprimento é aplicada multa correspondente a este item. 
É fundamental, 
antecedendo ao 
início de uma 
construção, realizar 
o planejamento 
de como será 
instalado nosso 
canteiro de obras. 
Com este simples 
procedimentos 
pode-se evitar 
a ocorrência de 
acidentes durante 
o desenvolvimento 
produtivo.
126
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
É importante quando entregar a comunicação a SRT, em anexo, desenvolver 
um croqui de localização das áreas de vivência e localização de máquinas e 
equipamentos, o qual será mais desenvolvido no PCMAT. 
PCMAT é o Programa de Condições e Meio Ambiente de 
Trabalho, desenvolvido especificamente para a indústria da 
construção civil e que será estudado posteriormente.
O planejamento do canteiro de obras deve ser elaborado pelo engenheiro 
civil e o engenheiro de segurança responsável pelo PCMAT. Ambos trabalhando 
juntos na composição do programa possibilitam um canteiro de obra bem 
estruturado e funcional. 
Nessa fase de planejamento, podemos estabelecer critérios de logística 
que poderiam intervir na produtividade posterior, tal como a localização do 
elevador de obra próximo ao descarregamento de material para execução de 
concreto e argamassa. 
Não somente na produtividade o planejamento do canteiro tem a agregar. 
Antes de iniciar uma obra, é fundamental realizar uma inspeção no terreno 
e verificar o tipo de solo e suas devidas contenções e, ainda, realizar uma 
inspeção de vizinhança, isto é, percorrer todos os vizinhos da obra, verificando 
patologias existentes e planejando o sistema produtivo para que não intervenha 
nas edificações existentes. Com este procedimento, é possível minimizar danos e 
acidentes oriundos do mau planejamento.
O planejamento de um canteiro de obras pode ser definido como o planejamento 
do layout e da logística das suas instalações provisórias, instalações de segurança e 
sistema de movimentação e armazenamento de materiais. O planejamento do layout 
envolve a definição do arranjo físico de trabalhadores, materiais, equipamentos, 
áreas de trabalho e de estocagem.(FRANKENFELD, 1990).
O processo de planejamento do canteiro visa a obter a melhor utilização 
do espaço físico disponível, de forma a possibilitar que homens e máquinas 
trabalhem com segurança e eficiência, principalmente, através da minimização 
das movimentações de materiais, componentes e mão de obra. 
Tommelein (1992) dividiu os múltiplos objetivos que um bom planejamento de 
canteiro deve atingir em duas categorias principais:
127
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
a) Objetivos de alto nível: promover operações eficientes e seguras, bem como 
manter alta a motivação dos empregados. No que diz respeito à motivação 
dos operários, destaca-se a necessidade de fornecer boas condições 
ambientais de trabalho, tanto em termos de conforto como de segurança do 
trabalho. Ainda, dentre os objetivos de alto nível, pode ser acrescentada à 
definição de Tommelein (1992): o cuidado com o aspecto visual do canteiro, 
que inclui a limpeza e impacto positivo perante funcionários e clientes. Não é 
exagero afirmar que um cliente, na dúvida entre dois apartamentos (de obras 
diferentes) que o satisfaçam plenamente, decida comprar aquele do canteiro 
mais organizado, uma vez que este pode induzir uma maior confiança em 
relação à qualidade da obra.
b) Objetivos de baixo nível: minimizar distâncias de transporte, minimizar 
tempos de movimentação de pessoal e materiais, minimizar manuseios de 
materiais e evitar obstruções ao movimento de materiais e equipamentos.
O livro Gestão da Qualidade na Construção Civil: estratégias e 
melhorias de processos em empresas de pequeno porte (FORMOSO 
et al., 1990) orienta como desenvolver um sistema de gestão no 
planejamento do canteiro de obras. Boa leitura! www.habitare.org.br/
pdf/publicacoes/capitulos_rt_3.pdf
É fato comum, encontrado dentro da construção civil, a percepção que os 
próprios trabalhadores têm de que os canteiros de obras são locais destinados 
a permanecerem desorganizados e sujos, características determinadas pela 
natureza do processo produtivo e pela baixa qualificação da mão de obra.
A conscientização de que um planejamento estruturado, antes tratado como 
normal e negativo dentro da construção, muda o quadro atual da indústria da 
construção civil e possibilitaria um ganho para as empresas quanto ao término 
de um empreendimento, se este tiver transcorrido sem eventualidades quanto 
à segurança. 
Atividade de Estudos: 
1) Elabore um modelo de comunicação prévia para a DRT.
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128
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
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Áreas de Vivência
Como já vimos anteriormente, o planejamento do canteiro de obras é 
fundamental para que encontremos um equilíbrio dentro do contexto da construção.
Baseada neste fato, a NR 18 estabelece itens obrigatórios quanto às áreas 
de vivência, que possibilitaram um ambiente de trabalho saudável e higiênico. 
Antes de estudarmos os itens da NR correspondente, é 
importante conhecermos a definição de canteiro de obra, que 
corresponde ao conjunto de áreas destinada à execução e apoio 
dos trabalhadores da indústria da construção, dividindo-se em área 
operacional e área de vivência. 
A obrigatoriedade das áreas de vivências foi uma grande conquista 
adquirida pelos trabalhadores da indústria da construção civil, prevista 
na NR 18. Estes locais são destinados aos trabalhadores, quando não 
estão em seu momento laboral. São destinados ao asseio pessoal, 
troca e guarda de roupas, momentos de lazer, alguns trabalhadores 
utilizam como moradia, etc. 
Este grupo da NR 18 é muito enfatizado durante uma fiscalização, pois é 
responsável por garantir boas condições humanas de trabalho e a redução de 
acidentes no setor.
Segundo Sampaio (1998), áreas de vivência são áreas destinadas a 
suprir as necessidades básicas humanas de alimentação, higiene, descanso, 
lazer, convivência e ambulatoriais, devendo ficar fisicamente separadas das 
áreas laborais.
Canteiro de obra, 
corresponde 
ao conjunto de 
áreas destinada à 
execução e apoio 
dos trabalhadores 
da indústria da 
construção, 
dividindo-se em 
área operacional e 
área de vivência.
129
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Não será possível encontrar um local de trabalho motivado e comprometido 
com o trabalho se não forem identificadas na área de vivência condições 
determinantes para uma boa relação social e psicológica dos trabalhadores. 
Recomenda-se a leitura da Cartilha de Segurança e Saúde do 
Trabalho na Construção Civil/ES NR-18- SEBRAI.
De acordo com Lima (1995): “A segurança do trabalho, a produtividade e 
as condições de alojamento de operários, os três eixos que devem nortear a 
organização de uma obra, ficam prejudicados quando o planejamento se esquece 
desses ‘detalhes’, que representam as condições físicas da execução de um projeto”.
A NR 18 estabelece itens primordiais, para que não sejam encontradas 
condições subumanas, fato muito comum dentro da indústria da construção civil.
Para garantir a qualidade, a integridade de vida do trabalhador e as condições 
de higiene, os canteiros de obra devem ter as instalações sanitárias em perfeito 
estado de conservação e higiene. Para que isso seja possível, faz-se necessário 
seguir os parâmetros estabelecidos pela NR 18, que seguem: 
• ser mantidas em perfeito estado de conservação e higiene;
• ter portas de acesso que impeçam o devassamento e ser construídas de 
modo a manter o resguardo conveniente;
• ter paredes de material resistente e lavável, podendo ser de madeira;
• ter pisos impermeáveis, laváveis e de acabamento antiderrapante;
• não se ligar diretamente com os locais destinados às refeições;
• ser independente para homens e mulheres, quando necessário;
• ter ventilação e iluminação adequadas;
• ter instalações elétricas adequadamente protegidas;
• ter pé-direito mínimo de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) ou 
respeitando-se o que determina o Código de Obras do Município da obra;
• estar situadas em locais de fácil e seguro acesso, não sendo permitido um 
deslocamento superior a 150 (cento e cinquenta) metros do posto de trabalho 
aos gabinetes sanitários, mictórios e lavatórios.
130
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Figura 41 - Instalações Sanitárias
Fonte: Disponível em: <http://www.sesisp.org.br/home/2006/saude/manual.
asp#seguranca_saude_trabalho>. Acesso em: 30 out. 2012.
A instalação sanitária deve ser constituída de lavatório, vaso sanitário 
e mictório, na proporção de 1 (um) conjunto para cada grupo de 20 (vinte) 
trabalhadores ou fração, bem como de chuveiro, na proporção de 1 (uma) unidade 
para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração.
Os chuveiros devem ter a área mínima de 0,80m² e seu piso deve ser 
antiderrapante ou com estrado (madeira ou plástico). O chuveiro deve ser aterrado 
e ter água quente, porta toalha, porta sabonete, ventilação e iluminação. O pé 
direito de 2,10m. Conforme a Figura 42.
Pé direito: é uma expressão muito utilizada em arquitetura, 
engenharia e em construções em geral, que indica a distância do 
piso ao teto.
Figura 42 - Instalações Sanitárias
Fonte: Disponível em: <http://www.sesisp.org.br/home/2006/saude/manual.asp#seguranca_saude_trabalho>. Acesso em: 30 out. 2012.
131
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Nos banheiros, necessitamos de área de 1m² para cada unidade instalada 
(1banheiro/ 20 trabalhadores). Deve ser executado com porta de fechamento 
interno e divisórias de h= 1,80m.
Nas instalações sanitárias, devemos prever um conjunto de instalações que 
é constituída de: 1 lavatório, vaso sanitário e mictório.
Os mictórios devem ser instalados individualmente ou coletivo (tipo calha) 
a uma altura máxima de 50 cm e internamente deve ser de revestimento liso 
e lavável. 
Os vestiários também são especificados na NR 18, são locais destinados à 
troca de roupa dos trabalhadores que não estão alojados no canteiro de obra. A 
localização dos vestiários deve ser na entrada da obra e jamais ter ligação direta 
com o local das refeições.
Para manter a higiene do local, faz-se necessário que as paredes sejam 
executadas de alvenaria, madeira ou equivalente e o piso deve ser de concreto 
ou madeira. Ele deve ser protegido de intempéries e seu pé direito deve ter no 
mínimo 2,50m com a devida ventilação, que não deve ser inferior a 1/10 (um 
décimo) da área do piso. É obrigação do empregador fornecer bancos suficientes 
aos trabalhadores, com largura de 30 cm (trinta centímetros) e armários individuais 
com fechaduras ou cadeados. 
Não podemos esquecer a iluminação, que deve ser natural ou artificial.
Figura 43 - Vestiários
Fonte: Disponível em: <http://www.sesisp.org.br/home/2006/saude/manual.
asp#seguranca_saude_trabalho>. Acesso em: 30 out. 2012.
132
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Para conhecer melhor a NR 18 acesse o site: http://www.sesisp.
org.br/home/2006/saude/manual.asp#seguranca_saude_trabalho
Outro item da área de vivência é o alojamento, mas nem todas as empresas 
fazem uso deste local dentro do canteiro de obra, pois pode levar a uma série de 
implicações legais posteriormente, tais como a hora extra.
O alojamento não pode ser utilizado como cozinha, deve ser mantido em 
perfeito estado de higiene. As camas podem ser de forma simples, beliche, mas 
nunca deve conter três ou mais camas na vertical. A cama superior do beliche 
deve possuir escada para acesso e proteção lateral.
Os itens de higiene, proteção de intempéries, iluminação, ventilação, piso e 
parede resistentes, são obrigatórios e devem ser seguidos conforme exigência da 
NR 18. As camas devem seguir as dimensões especificadas em Norma. Segundo 
a NR 18, as dimensões são: as camas devem ser, no mínimo, de 0,80m (oitenta 
centímetros) por 1,90 m (um metro e noventa centímetros) e a distância entre o 
ripamento do estrado deve ser de 0,05m (cinco centímetros), dispondo, ainda, 
de colchão com densidade 26 (vinte e seis) e espessura mínima de 0,10m (dez 
centímetros). Já os armários devem ter:
• 1,20m (um metro e vinte centímetros) de altura por 0,30m (trinta centímetros) 
de largura e 0,40m (quarenta centímetros) de profundidade, com separação 
ou prateleira, de modo que um compartimento, com a altura de 0,80m 
(oitenta centímetros), destine-se a abrigar a roupa de uso comum e o outro 
compartimento, com a altura de 0,40m (quarenta centímetros), a guardar a 
roupa de trabalho; ou
• 0,80m (oitenta centímetros) de altura por 0,50m (cinquenta centímetros) 
de largura e 0,40m (quarenta centímetros) de profundidade com divisão no 
sentido vertical, de forma que os compartimentos, com largura de 0,25m (vinte 
e cinco centímetros), estabeleçam rigorosamente o isolamento das roupas de 
uso comum e de trabalho.
O refeitório deve ser agradável, pois é neste local que os trabalhadores fazem 
sua maior pausa laboral e necessitam restabelecer as forças, já que o trabalho na 
construção civil é basicamente braçal. Por isso, deve ser executado com paredes 
de isolamento e o piso deve ser de concreto ou material lavável.
133
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Este local deve possuir o pé direto de no mínimo 2,80m, com as ventilações 
e iluminações adequadas. As mesas devem contar com cobertura lavável, lisa 
e próximo deve haver um lavatório. Também deve ser fornecida água potável, 
através de bebedouro com jato inclinado. Se o fornecimento for através de 
garrafão de água, não é permitido o compartilhamento de copos, os quais devem 
ser descartáveis.
Os bebedouros devem respeitar a proporção de 1bebedouro/ 25 
trabalhadores e/ou não seja superior a 100m no plano horizontal e a 15m no plano 
vertical. Devem ser aterrados.
Figura 44 - Bebedouros
Fonte: Disponível em: <http://www.sesisp.org.br/home/2006/saude/manual.
asp#seguranca_saude_trabalho>. Acesso em: 30 out. 2012.
Também neste local devem ser fornecidos bancos suficientes para todos 
os trabalhadores sentarem durante suas refeições. Este banco deve respeitar o 
distanciamento de 60 cm por trabalhador. 
É proibido que este local tenha ligação direta com as instalações sanitárias e 
esteja instalado em subsolos.
134
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Figura 45 - Refeitórios
Fonte: Disponível em: <http://www.sesisp.org.br/home/2006/saude/manual.
asp#seguranca_saude_trabalho>. Acesso em: 30 out. 2012.
Se houver alojamentos e não forem fornecidas refeições prontas 
(tipo marmita ou buffet), é obrigatória a instalação de cozinha.
As exigências para a execução da cozinha são iguais às dos locais 
de refeições, porém necessitam de outros itens de complementação. 
A cobertura deste local deve resistir ao fogo, deve ter local para a 
refrigeração dos alimentos, recipiente com tampa para descarte de 
alimentos (os refeitórios também devem ter este item), lavatório para a 
higienização dos alimentos.
Um item importante e não muito executado na construção civil 
para quem tem cozinha no canteiro de obra é que o cozinheiro deve 
ter instalações sanitárias individuais, isto é, somente para ele. Além 
disso, ele deve realizar exames específicos, os quais devem constar 
no PCMSO.
 
PCMSO - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE 
OCUPACIONAL é norteado pelo NR 7.
A NR 18 especifica, ainda, itens obrigatórios para os alojamentos, tais como: 
lavanderia e área de lazer.
Um item importante 
e não muito 
executado na 
construção civil 
para quem tem 
cozinha no canteiro 
de obra é que o 
cozinheiro deve 
ter instalações 
sanitárias 
individuais, isto 
é, somente 
para ele. Além 
disso, ele deve 
realizar exames 
específicos, os 
quais devem 
constar no PCMSO.
135
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
A lavanderia tem por objetivo manter as roupas dos trabalhadores limpas 
e passadas. Esse espaço deve ser coberto, ventilado e iluminado. Ainda, deve 
dispor de tanques individuais ou coletivos, pode-se optar pelo serviço terceirizado, 
isto é, a contratação de lavanderia terceirizada para manter a higienização das 
roupas, mas não poderá onerar os trabalhadores por este serviço.
Já a área de lazer, outro item obrigatório no canteiro em caso de alojamento, 
deve ser uma área onde os trabalhadores possam se divertir quando não estão 
trabalhando, é possível utilizar o refeitório para instalar este local (ex: mesa de 
jogos, televisão...).
O ambulatório exigido em Norma, somente se fará necessário quando o 
canteiro de obra possuir 50 (cinquenta) ou mais trabalhadores. 
Atividades de Estudos: 
1) Vamos dimensionar nosso canteiro? Para uma obra que possua 
75 trabalhadores. Quantos banheiros, chuveiros, bebedouros, 
ambulatórios necessitamos? Quantos metros lineares de banco 
precisarão para o refeitório? 
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2) Sinalize se as afirmativas que seguem são verdadeiras ou falsas:
 Quando possuímos alojamento:
a) Não precisamos área de lazer. ( )
136
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
b) Conversamos com vizinho da obra para emprestarem tanques e 
ferros para higienizarem suas roupas. ( )
c) Podemos utilizar quantas camas couberem no pé direito. ( )
d) As camas devem ter 0,80m (oitenta centímetros) por 1,90 m 
(um metro e noventa centímetros) e distância entre o ripamento 
do estrado de 0,05m (cinco centímetros), dispondo, ainda, de 
colchão com densidade 26 (vinte e seis) e espessura mínima de 
0,10m (dez centímetros). ( )
e) Deve ser instalada dentro do alojamento uma cozinha bem 
equipada. ( )
Serviços de Carpintaria
Os serviços de carpintaria possuem riscos inerentes às suas 
funções. Sendo assim, somente poderão realizar atividades neste local 
pessoas autorizadas e qualificadas. É comum encontrarmos o servente, 
por exemplo, realizando atividades de carpintaria. 
O carpinteiro é o profissional responsável por essa função e 
deverá ser treinado, mesmo que possua experiência comprovada. Esse 
treinamento deverá ser realizado por profissional da área de segurança 
do trabalho.
A carpintaria consiste em atividades de corte de madeira, através 
de serra circular de bancada ou móvel e, posteriormente, a execução 
das formas que sustentarão o concreto para a realização das vigas e pilares. 
O local deve estar devidamente limpo e organizado. Para isso, é fundamental 
seguirmos procedimentos de segurança, a fim de evitarmos incidentes e acidentes.
A serra circular é a mais utilizada e deve ser instalada em mesa e piso 
estáveis e nivelados, protegida de intempéries. Deve ser iluminada, porém esta 
iluminação deverá ser protegida contra impactos, tal como mostra a Figura 46.
Os serviços de 
carpintaria possuem 
riscos inerentes 
às suas funções. 
Sendo assim, 
somente poderão 
realizar atividades 
neste local pessoas 
autorizadas e 
qualificadas.
137
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Figura 46 - Lâmpadas com proteção contra impacto
Fonte: FUNDACENTRO– RTP 05 (2012).
Deve constar em sua estrutura acessórios de segurança que impossibilitem 
acidentes com esta máquina. Ao instalar a serra circular de bancada, é preciso que 
ela possua coifa protetora e cutelo divisor, caixa coletora de serragem, o disco não 
pode ter dentes quebrados nem trincas, deve ser instalado sistema de empurrador 
e guia de alinhamento e as partes que transmitem força mecânica devem estar 
protegidas, não sendo possível removê-las. A forma correta de instalarmos uma 
serra circular está demonstrada na Figura 47, em que também podemos verificar 
como é encontrada a maioria das serras circulares na construção civil. 
Figura 47 - O Certo e Errado quanto à serra circular 
Fonte: Disponível em: <http://www.prt5.mpt.gov.br>. Acesso em: 31 out. 2012.
Os carpinteiros, para se protegerem dos riscos inerentes à sua função e 
de doenças ocupacionais, sempre que utilizarem a serra circular ou executar 
atividades de forma devem fazer uso de: protetor auricular tipo concha, capacete, 
sapato de segurança, máscara facial, luva, avental e ombreira de raspa de couro, 
cinto de segurança tipo pára-quedista com trava quedas.
CERTO ERRADO
138
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Figura 48 - EPIs utilizados na carpintaria
Fonte: Disponível em: <https://www.epis.com.br>. Acesso em: 31 out. 2012.
 
Atividades de Estudos: 
1) Sinalize se as afirmativas que seguem são verdadeiras ou falsas:
a) A serra circular pode ser utilizada por qualquer pessoa desde que 
possua a carteira de identidade e 2° grau completo. ( )
b) O nome do profissional responsável pela carpintaria é o 
carpinteiro. ( )
c) O local pode estar um pouco desorganizado desde que não muito 
próximo da serra circular. ( )
d) A coifa protetora é um sistema de alarme que se encontra 
acoplada na serra circular. ( )
2) O que é Cutelo divisor?
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Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
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Proteções Contra Queda
A norma NR 18 considera trabalho em altura toda atividade executada acima 
de 2m (dois metros). Essa definição ganhou força com o surgimento da NR 35, 
portanto a construção civil deve se reportar a NR18 e complementar, quando a 
atividade é relacionada com risco de queda de altura, com a NR 35. 
A NR 35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de 
proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, 
a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a 
saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com 
esta atividade.
Para conhecer melhor a NR 35 acesse o site: http://portal.
mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm
Para que sejam evitados ou minimizados os riscos de queda na 
indústria da construção civil foi estabelecido por Norma que se devem 
programar medidas de proteção ao trabalhador, vale ressaltar que toda 
a proteção coletiva contra quedas deve ser calculada por profissional 
habilitado (engenheiro ou arquiteto - ver atribuição junto ao CREA), 
com a ART de responsabilidade. Estas proteções deverão constar no 
PCMAT- Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho. 
A seguir iremos apresentar estas medidas de proteção contra queda:
a) Sistema de guarda corpo
O sistema de guarda corpo deve ser utilizado em todo o tipo de aberturas do 
piso e nas periferias.
Deve ser constituído de rodapé de 20 cm de altura, travessão intermediário 
na altura de 70 cm, travessão superior a 1,20m e distância máxima entre os 
A norma NR 18 
considera trabalho 
em altura toda 
atividade executada 
acima de 2m 
(dois metros). 
Essa definição 
ganhou força com 
o surgimento da 
NR 35, portanto a 
construção civil deve 
se reportar a NR18 
e complementar, 
quando a atividade 
é relacionada com 
risco de queda de 
altura, com a NR 35.
140
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
montantes de 1,50m e possuir tela em todo o seu fechamento, conforme mostra 
a Figura 49. 
O material utilizado para executar esta proteção deve ser resistente e 
suportar as cargas impostas a ela.
A madeira dos dispositivos contra queda jamais deverá ser 
pintada, ela deverá permanecer sem pintura para não esconder 
imperfeições, rachaduras e nós da madeira. 
Figura 49 - Sistema de guarda corpo
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 01 (2012).
Para o estudo ficar mais interessante vale a pena ler a RTP 01 
da FUNDACENTRO.
b) Proteção de abertura no piso por cercado
Quando for necessário utilizar uma abertura de piso para realizar a 
movimentação de materiais com segurança é indicado utilizar sistema de guardacorpos com remoção parcial, tipo cercado, conforme a Figura 50. Não podemos 
esquecer que ao retirar parte desta proteção, o trabalhador deverá estar 
utilizando cinto de segurança com trava quedas preso ao cabo guia, chamado 
de linha de vida. Deve ser constituído de rodapé de 20 cm de altura, travessão 
141
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
intermediário na altura de 70 cm, travessão superior a 1,20m e possuir tela em 
todo o seu fechamento.
Figura 50 - Proteção de abertura de piso com cercado
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 01 (2012).
c) Proteção das aberturas da caixa do elevador
Praticamente toda a edificação possui elevadores, porém, antes de instalá-
los, permanece durante toda a execução da construção a caixa (poço) do elevador 
aberta. Neste local também deverá ser executada uma proteção adequada, 
conforme Figura 51. O material utilizado para executar esta proteção deve ser 
resistente e suportar as cargas impostas a ela. Deve ser constituído de rodapé de 
20 cm de altura, travessão intermediário na altura de 70 cm, travessão superior a 
1,20m e possuir tela em todo o seu fechamento. 
Neste local podemos utilizar outro sistema de proteção contra 
quedas. Pode-se assoalhar a cada 3 lajes o poço do elevador ou 
simplesmente colocar uma malha de aço (durante a concretagem) 
também a cada três lajes, para servir como uma segunda proteção 
no caso de ser removido o sistema de guarda corpo e o trabalhador 
não estiver usando o cinto de segurança com a linha de vida, assim o 
trabalhador no máximo cairá três lajes. 
142
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Figura 51 - Proteção da caixa (poço) do elevador
 Fonte: SESI – SP (2008).
d) Aberturas de piso horizontais
Toda abertura de piso deve ter seu fechamento total realizado. 
Essas aberturas podem ser as de prumadas, passagens da rede 
elétrica, etc. As proteções de abertura de piso devem ser executadas 
com material resistente e que suporte as cargas quando forem 
utilizadas. Elas podem ser realizadas, conforme nos mostra a Figura 
52. São duas formas orientadas pela RTP 01. 
Figura 52 - Proteções de aberturas de piso
 
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 01 (2012).
Toda abertura de 
piso deve ter seu 
fechamento total 
realizado.
143
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
d) Dispositivos Limitadores de Queda:
Toda a edificação que possuir 4(quatro) ou mais pavimentos deverá utilizar 
plataformas de proteção contra quedas. Essas plataformas são divididas em: 
plataforma principal e secundária.
As plataformas de proteção de quedas também são conhecidas 
na construção civil como bandejas ou bandejão.
 
A plataforma principal é instalada na primeira laje da edificação e deve ter no 
mínimo 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) de projeção horizontal da 
face externa da construção e 1 (um) complemento de 0,80m (oitenta centímetros) 
de extensão, com inclinação de 45º (quarenta e cinco graus), a partir de sua 
extremidade.
A plataforma secundária deve ser instalada a cada três lajes a partir 
da plataforma principal e deve ter, no mínimo, 1,40m (um metro e quarenta 
centímetros) de balanço e um complemento de 0,80m (oitenta centímetros) 
de extensão, com inclinação de 45º (quarenta e cinco graus), a partir de sua 
extremidade.
 
Lembre-se: Quando em uma edificação encontrarmos subsolos, 
devem ser instaladas plataformas terciárias de proteção, de 2 (duas) 
em 2 (duas) lajes, contadas em direção ao subsolo e a partir da laje 
referente à instalação da plataforma principal de proteção.
A disposição das plataformas de proteção contra quedas pode ser visualizada 
na figura 53. Devemos lembrar que entre as plataformas deve ser instalada tela 
fachadeira, que será responsável por evitar a projeção de materiais. 
144
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Figura 53 - Disposição das plataformas de Proteção
 
Fonte: SESI – SP (2008).
As plataformas de proteções contra quedas são projetas para 
resistir a quedas de materiais e não de pessoas e somente poderão ser 
retiradas após o fechamento total das periferias. A plataforma principal 
somente quando for finalizado o revestimento das fachadas. Deve ser 
mantida limpa toda a superfície da plataforma principal, a fim de não 
sobrecarregar sua estrutura.
f) Redes de Segurança
As redes de segurança (também conhecidas como sistema tipo 
forca e apresentadas na Figura 54) são dispositivos de segurança contra 
quedas. Ainda inovador, este sistema é instalado após a plataforma 
principal e substitui a plataforma secundária, porém não guarda corpos. 
Este sistema permite que a rede de segurança vá subindo juntamente 
com a estrutura e é calculado para suportar a queda de pessoas. 
As cordas de sustentação e as perimétricas devem ter diâmetro 
 As plataformas de 
proteções contra 
quedas são projetas 
para resistir a 
quedas de materiais 
e não de pessoas 
e somente poderão 
ser retiradas após 
o fechamento total 
das periferias. A 
plataforma principal 
somente quando 
for finalizado o 
revestimento das 
fachadas. Deve 
ser mantida limpa 
toda a superfície 
da plataforma 
principal, a fim de 
não sobrecarregar 
sua estrutura.
145
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
mínimo de 16mm (dezesseis milímetros) e carga de ruptura mínima de 30 KN 
(trinta quilonewtons), já considerado, em seu cálculo, fator de segurança 2 (dois).
O Sistema Limitador de Quedas de Altura deve ter, no mínimo, 2,50 m (dois 
metros e cinquenta centímetros) de projeção horizontal a partir da face externa da 
construção.
Na parte inferior do Sistema Limitador de Quedas de Altura, a rede deve 
permanecer o mais próximo possível do plano de trabalho.
Entre a parte inferior do Sistema Limitador de Quedas de Altura e a superfície de 
trabalho deve ser observada uma altura máxima de 6,00 m (seis metros).
Figura 54 - Sistema de Rede de Proteção
Fonte: Disponível em: <http://seguranca-na-construcao.dashofer.pt/?
s=modulos&v=capitulo&c=7819>. Acesso em: 31 out. 2012.
Atividades de Estudos: 
1) Como é nomeada a proteção coletiva instalada nas lajes e que 
protege a queda de materiais.
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146
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
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2) Quando instalar a rede de segurança, é possível substituir os 
outros sistemas de proteção coletiva, tais como as plataformas? 
Justifique.
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Acessos Temporários
Podemos definir como acessos temporários as escadas, rampas 
e passarelas que utilizamos durante todo o processo de construção de 
uma obra. São utilizadas para a passagem de trabalhadores, máquinas 
e materiais. Servem para a movimentação de um nível para outro, 
trabalhos em altura, trânsito sobre escavações e vãos que necessitemde passarela.
Estes acessos temporários devem ser executados com madeira 
resistente de boa qualidade, sem rachaduras, nós e completamente 
seca. Não é permitido pintura nas madeiras que serão utilizadas para a 
execução dos acessos.
Somente será permitido o uso dos acessos provisório para os fins a que 
se destinam, não será permitido para outro fim. Devem-se efetuar inspeções 
rotineiras para a verificação da qualidade da madeira e condições de uso. 
Na execução do piso dos acessos provisórios, deve-se prever sistema 
antiderrapante que impossibilite que o trabalhador escorregue. Pode ser através 
Podemos definir 
como acessos 
temporários as 
escadas, rampas 
e passarelas que 
utilizamos durante 
todo o processo de 
construção de 
uma obra.
147
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
de frisos, chanfros e réguas, como, por exemplo, o sistema demonstrado na 
Figura 55.
Figura 55 - Sistema antiderrapante
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 04 (2012).
Quando utilizamos as escadas de mão, devemos seguir alguns procedimentos 
de segurança, como observar se elas possuem espaçamento entre os degraus 
mínimo 25 cm e máximo 30 cm, se possuem cavilhas, se os degraus foram 
pregados com dois pregos em cada lado, conforme se pode visualizar na Figura 56.
Figura 56 - Sistema de segurança em escadas de mão
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 04 (2012).
Quando utilizamos a escada de mão para transpor de um nível para outro, é 
fundamental que ela não ultrapasse 1m do nível superior e que seja devidamente 
fixada na parte inferior e superior, como mostrado nas figuras 57 e 58.
148
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Figura 57 - Apoio da escada em nível superior
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 04 (2012).
Figura 58 - Fixação da escada de mão
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 04 (2012).
As escadas de uso coletivo são elaboradas na obra mesmo e somente são 
instaladas quando possuímos mais de 20 trabalhadores executando as atividades. 
149
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Este tipo de escada deve possuir sistema de guarda corpo, seguindo o mesmo 
padrão estudado anteriormente, altura de 1,20 m (um metro e vinte centímetros) 
para o travessão superior, 0,70 m (setenta centímetros) para o travessão 
intermediário, com rodapé de 0,20 m (vinte centímetros) de altura.
A largura da escada pode variar conforme o número de trabalhadores 
encontrados no canteiro de obras, conforme Tabela 6.
Tabela 6 - Relação da largura da escada coletiva com o número de trabalhadores
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 04 (2012).
Quando necessitamos transpor, além das pessoas, os materiais, 
faz-se necessária a execução de uma rampa. As rampas podem variar 
a angulação de 0° até 15° graus, não podendo ultrapassar este ângulo 
máximo, pois a partir deste momento passa a comprometer a saúde 
do trabalhador pelo excessivo esforço. Não podemos esquecer o 
sistema de guarda corpo e do piso antiderrapante.
Figura 59 - Sistema de rampa
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 04 (2012).
Quando 
necessitamos 
transpor, além 
das pessoas, os 
materiais, faz-
se necessária a 
execução de 
uma rampa.
150
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
As passarelas que possuam angulação 0º e sirvam para transpor pessoas, 
equipamentos e materiais, devem ser calculadas para cada fim específico. 
É essencial quando necessitamos de uma passagem onde encontramos 
escavações, por exemplo, conforme a Figura 60.
Figura 60 - Passarela
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 04 (2012).
Todos os sistemas de acesso temporários ou provisórios devem identificar 
sua largura conforme a Tabela 6, salvo no caso de passarelas que utilizamos para 
passagem de automóveis, neste caso, deverá ser calculada para este fim.
Atividades de Estudos: 
1) Quais são as características e como devem ser executadas as 
escadas de mão?
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2) Para uma obra que possui 175 trabalhadores, qual deve ser o 
tamanho da escada coletiva?
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151
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Segurança em Eletricidade
Um dos principais causadores de acidente dentro da construção 
civil é o choque elétrico. Este fato é decorrente de manutenção de 
máquinas, que deveria ser realizada somente por pessoas qualificadas, 
ausência de treinamento de qualificação para os trabalhadores com a 
função de eletricista e projeto deficiente. 
Ao iniciar uma obra, é necessário executar as instalações 
elétricas provisórias e esses serviços, na maioria das vezes, são 
executados por profissionais não qualificados, gerando uma situação 
de insegurança nos trabalhadores. 
Existem alguns procedimentos envolvendo instalações elétricas 
provisórias que devem ser adotados, a fim de reduzir significativamente 
este quadro atual de insegurança.
Deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado com 
a devida ART um projeto das instalações elétricas provisórias e 
este deverá constar no PCMAT. Após a elaboração, deverá ser executado por 
profissional qualificado, isto é, deverá ter sido treinado conforme a NR 10. 
Através da leitura complementar você poderá aperfeiçoar seu 
conhecimento em segurança do trabalho relacionado a instalações 
elétricas.
• NBR 5410- (ABNT)- “Instalações Elétricas de Baixa Tensão”.
• NR 10- Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.
• RTP 05- Instalações elétricas temporárias em canteiros de obras.
Todos os equipamentos encontrados na construção civil devem estar 
aterrados e suas instalações não devem apresentar partes vivas sem proteção, 
as quais devem ser recobertas na sua totalidade por isolamento devidamente 
executado, conforme a Figura 61.
Um dos principais 
causadores de 
acidente dentro da 
construção civil é o 
choque elétrico. Este 
fato é decorrente 
de manutenção 
de máquinas, 
que deveria ser 
realizada somente 
por pessoas 
qualificadas, 
ausência de 
treinamento de 
qualificação para os 
trabalhadores com a 
função de eletricista 
e projeto deficiente.
152
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Figura 61 - Isolamento das partes vivas 
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 05 (2012).
O aterramento dos equipamentos deve seguir um padrão de segurança. É 
comum encontrarmos nos canteiros de obra o aterramento sendo executado com 
a ligação do fio do equipamento, enrolado em um pedaço de vergalhão e este 
enterrado no solo. Esse procedimento de aterramento em nada está protegendo o 
trabalhador, apenas é uma forma de tentar burlar a legislação. O aterramento não 
deve ser executado por profissionais não qualificados.
A forma correta de aterramento, visualizada na Figura 62, deve conter haste 
de cobre de 2m a 2,4m e haver 15mm de diâmetro e conectores de eletrodo. Deve 
ser executada uma caixa de inspeção de 50 cm de profundidade e a haste de cobre 
deverá ficar 10 cm para fora do solo com as devidas ligações dos equipamentos.
Figura 62 - Forma correta de aterramento e dos conectores
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 05 (2012).
153
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Nos canteiros de obra existem várias situações em que o trabalhador está 
exposto a choque elétrico, sendo assim, devemos adotarsistemas de segurança 
para neutralizar este fato.
Quando necessitamos realizar atividades junto às redes elétricas, é 
necessário executar barreiras de proteção ou requisitar o desligamento junto ao 
órgão competente, fato que não é muito comum. Então, as barreiras de proteção, 
visualizadas na Figura 63, são mais fáceis e rápidas para serem executadas e 
impedem o contato direto com as partes vivas. Porém para a instalação desta 
barreira se faz necessário o desligamento da rede elétrica.
Figura 63 - Barreiras de proteção
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 05 (2012).
A distribuição de energia elétrica na construção civil se dá através dos 
quadros de distribuição fixos e/ou móveis, os quais devem ser protegidos de 
intempéries, poeiras e devidamente fechados, sendo somente manuseados 
por pessoa qualificada. Devem ser instalados em local visível, com sinalização 
adequada, advertindo dos riscos presentes neste local (conforme Figura 64) e não 
devem estar obstruindo passagens de pessoas e materiais. 
Figura 64 - Modelo de sinalização junto aos quadros de distribuição
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 05 (2012).
Após a instalação dos quadros, a distribuição de energia para a obra deve 
ser realizada através de prumadas e estar devidamente protegida por eletrodutos, 
para que não haja contato ou rompimento dos fios acidentalmente. Através do 
esquema apresentado na Figura 65, é possível visualizar a distribuição de energia 
dentro de um canteiro de obras.
154
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Figura 65 - Distribuição de energia dentro do canteiro de obras
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 05 (2012).
As instalações elétricas poderão ser subterrâneas ou aéreas, para que não 
sofram choques mecânicos ou contato acidental.
Porém devemos nos atentar para o fato de que se forem executadas de forma 
aérea devem estar a uma altura mínima de 5 m a partir do solo, dependendo do 
tipo de máquinas que transitam no canteiro (Figura 66).
Figura 66 - Altura mínima de proteção para instalações elétricas aéreas
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 05 (2012).
Devemos lembrar, também, que os operadores das máquinas que executarão 
atividades próximas às redes elétricas aéreas devem ser treinados e ter noções 
básicas sobre eletricidade. É fundamental que toda a operação com veículos, 
máquinas e equipamentos seja planejada, a fim de evitar acidentes com as redes 
de distribuição de energia. 
155
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Já as instalações subterrâneas devem ser protegidas por calhas ou 
eletrodutos, para que não sofram esmagamentos e rompimentos durante o 
trânsito de máquinas e pessoas. Neste local deve haver sinalização, indicando 
que existe uma tubulação com energia (Figura 67).
Figura 67 - Instalações elétricas subterrâneas 
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 05 (2012).
Atividade de Estudos: 
1) Sinalize se as afirmativas que seguem são verdadeiras ou falsas:
a) RTP 01 - é a recomendação para Instalações elétricas temporárias 
em canteiros de obras. ( )
b) Caso não seja possível o desligamento total da rede elétrica, 
devemos instalar barreira protetora no local do serviço. ( )
c) A sinalização não se faz necessária para prevenir acidentes com 
eletricidade. ( )
d) Quando necessitamos executar um serviço onde tenha rede 
elétrica e movimentação de equipamento, é correto através de uma 
barra suspendermos a fiação e, assim, fazer a passagem. ( )
156
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Andaimes
A grande atualização envolvendo andaimes ocorreu no ano de 
2011, quando foi criada a Portaria SIT nº 201, de 21 de janeiro de 2011, 
específica para os serviços realizados em andaimes. Este fato ocorreu 
devido ao grande número de acidentes de queda, envolvendo o uso 
inadequado ou a má execução deste equipamento.
Podemos encontrar no mercado vários tipos de andaimes, cada 
um com sua função bem definida. É possível dividi-los em:
a) Andaimes Simplesmente Apoiados
São plataformas necessárias à execução de trabalhos em lugares 
elevados. São andaimes comuns dentro do canteiro de obra, utilizados 
para realizar serviços de pequeno porte, porém devem ser dotados de 
procedimentos de segurança, pois podem causar acidentes. Podem ser 
de madeira, metálicos ou mistos.
Devem ser dotados de sapatas resistentes, executados em 
madeira que resista às cargas transmitidas e não podem ser utilizados em 
serviços com altura superior a 2 m e largura inferior a 90 cm. 
Figura 68 - Andaime simplesmente apoiado
Fonte: Disponível em: <http://shevannytst1.webnode.com.pt/products/
classifica%C3%A7%C3%A3o%20de%20andaimes/>. Acesso em: 31 out. 2012.
A grande 
atualização 
envolvendo 
andaimes ocorreu 
no ano de 2011, 
quando foi criada a 
Portaria SIT nº 201, 
de 21 de janeiro de 
2011, específica 
para os serviços 
realizados em 
andaimes. Este fato 
ocorreu devido ao 
grande número de 
acidentes de queda, 
envolvendo o uso 
inadequado ou a 
má execução deste 
equipamento.
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Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
b) Andaimes Fachadeiros
São utilizados para executar atividade em fachadas de edificações, tais 
como: manutenções, limpezas, pastilhamento.
Os andaimes fachadeiros devem estar sempre limpos e não receber cargas 
a mais do que foram projetados. O acesso deve se dar por escada incorporada na 
estrutura do andaime. 
Faz-se necessária a inspeção regular dos parafusos, contrapinos, 
braçadeiras, pisos e as peças que constituem o andaime. Inclusive o estaimento 
da estrutura, que deve ser realizada no corpo da edificação, através de cabos. 
Devem dispor de proteção com tela de arame galvanizado ou material de 
resistência e durabilidade equivalente, desde a primeira plataforma de trabalho 
até pelo menos 2 m (dois metros) acima da última plataforma de trabalho. 
Figura 69 - Andaime fachadeiro
Fonte: <http://forthandaimes.com.br/tipo-de-andaime/
andaimes-fachadeiros>. Acesso em: 31 out. 2012.
c) Andaimes Móveis
São andaimes muito utilizados para fazer manutenções, pois podem ser 
transportados por todo o canteiro.
Estes andaimes devem ter os rodízios providos de travas, conforme Figura 
70, de modo a evitar deslocamentos acidentais. E os andaimes tubulares móveis 
158
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
podem ser utilizados somente sobre superfície plana, que resista a seus esforços 
e permita a sua segura movimentação através de rodízios.
Figura 70 - Andaime móvel
 
Fonte: Pampallon (2002).
e) Andaimes em Balanços
Estes andaimes se projetam para fora da construção e são suportados por 
vigamentos (de madeira ou metálica – Figura 71) ou estruturas em balanço, 
seja por engastamento ou outro sistema de contrabalançamento no interior da 
construção, podendo ser fixos ou deslocáveis.
São geralmente utilizados quando os andaimes não podem apoiar-se sobre o 
solo ou sobre uma superfície horizontal resistente.
Devem ter sistema de fixação à estrutura da edificação capaz de suportar três 
vezes os esforços solicitantes. E a estrutura do andaime deve ser convenientemente 
contraventada e ancorada, de tal forma a eliminar quaisquer oscilações.
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Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Figura 71 - Andaime em balanço
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 01 (2012).
e) Andaimes Suspensos Mecânicos
São andaimes, pesados ou leves, em que o estrado é sustentado por travessas 
metálicas ou de madeira, suportado por meio de cabos de aço, movimentando-se 
no sentido vertical com auxílio de guinchos. Geralmente são utilizados 
em serviços de revestimento externo, emboços, colocação de pastilhas, 
mármores, cerâmica e serviços de pedreiros.
É o andaime dentro da NR18 que possui mais itens obrigatórios.
Estes andaimes também são conhecidos, dentro do canteiro de 
obras, como JAÚ, porém este é o nome da marca de um fabricante 
de andaime suspenso.
Os andaimes suspensos devem ter sua estrutura calculada por profissional 
legalmente habilitado, possuir a placa de identificação em local visível, constando 
a carga máxima permitida para aquele equipamento. 
Além do cálculo, o profissional habilitado deverá supervisionar a instalação 
do equipamento, que somente poderá ser executado por profissional qualificado.
É o andaime dentro 
da NR 18 que 
possui mais itens 
obrigatórios.
160
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Todos os trabalhadores que executarem serviços dentro deste andaime 
deverão fazer uso de cinto de segurança, ligados ao trava quedas e ao cabo guia, 
sendo a fixação destes itens uma ligação independente da fixação e sustentação 
do andaime suspenso.
A fixação de sistema de sustentação dos andaimes suspensos deverá 
ser feita através de vigas afastadores (Figura 72) ou outra estrutura metálica 
equivalente que resista três vezes mais às cargas contidas no equipamento. É 
proibido o uso de sacos de areia, pedras, latas de tinta concretadas, como forma 
de fixação do andaime.
Não podem ser utilizados como passarelas, isto é, a ligação de um ou mais 
andaimes para se movimentar através destes. Somente poderão permanecer 
dentro dos andaimes pessoas responsáveis pela elaboração das atividades.
Os andaimes suspensos devem possuir sistema de guarda corpo com 
rodapé de 20cm, travessão intermediário de 70cm e travessão superior de 120cm, 
devendo ser telado entre os travessões. 
Em edificações acima de oito pavimentos, é proibido o uso de guinchos tipo 
catraca. O tambor das catracas, quando utilizados, deve estar protegido. 
Figura 72 - Sistema de fixação dos andaimes suspensos
Fonte: Pampallon (2002).
Atividades de Estudos: 
1) Qual o andaime utilizado quando necessitamos realizar um 
serviço de revitalização em uma ponte?
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Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
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2) Como podemos realizar a fixação dos andaimes suspensos?
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PCMAT - Programa das Condições e 
meio Ambiente do Trabalho
O PCMAT é um Programa das Condições e Meio Ambiente 
do Trabalho na Indústria da Construção. Somente as empresas 
da indústria da construção civil com 20 ou mais trabalhadores são 
obrigadas a elaborarem e implementarem este programa.
A NR 18 estabelece que PCMAT é realizado por profissional 
legalmente habilitado na área de segurança do trabalho, porém a 
fiscalização do MTE e do CREA entendem que esta é uma atribuição 
do engenheiro de segurança do trabalho, por envolver cálculos e ter 
conhecimento dentro de canteiro de obras. 
Este documento deverá ser mantido no estabelecimento, à 
disposição do órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego 
- MTE e deve contemplar as exigências da NR 9 - Programa de 
O PCMAT é um 
Programa das 
Condições e 
Meio Ambiente 
do Trabalho 
na Indústria da 
Construção. 
Somente as 
empresas da 
indústria da 
construção civil 
com 20 ou mais 
trabalhadores 
são obrigadas 
a elaborarem e 
implementarem este 
programa.
162
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Prevenção e Riscos Ambientais.
A responsabilidade de elaboração é do profissional habilitado, porém 
a responsabilidade da implementação do programa é do empregador ou 
condomínio. 
O PCMAT é um programa que deverá prever todos os possíveis riscos 
encontrados no canteiro especifico e, através desta análise, propor orientações e 
soluções para que os acidentes de trabalho sejam neutralizados.
A NR 18 estabelece parâmetros mínimos que devem constar no PCMAT: 
• memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e 
operações, levando-se em consideração riscos de acidentes e de doenças do 
trabalho e suas respectivas medidas preventivas;
• projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas 
de execução da obra;
• especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas;
• cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT em 
conformidade com as etapas de execução da obra;
• layout inicial e atualizado do canteiro de obras e/ou frente de trabalho, 
contemplando, inclusive, previsão de dimensionamento das áreas de vivência; 
• programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e 
doenças do trabalho, com sua carga horária.
Este programa estabelece diretrizes de ordem administrativa, de 
planejamento e de organização que objetivam a implementação de procedimentos 
e normas de segurança detalhadas, visando a prevenir os acidentes e doenças 
ocupacionais, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da 
Construção. Portanto, neste programa, é necessário realizar a localização através 
de projetos, das áreas de vivência, localização das máquinas e equipamentos, 
das descargas de materiais, etc. E com este importante documento é possível, 
quando colocado em prática, tornar o canteiro de obras mais seguro e saudável 
para a vida do trabalhador.
163
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
Leitura direcionada ao entendimento aprofundado de PCMAT.
PCMAT - PROGRAMA DE CONDIÇOES E MEIO AMBIENTE
Autor: José Carlos de Arruda Sampaio
Editora: PINI
Atividades de Estudos: 
1) O que é o PCMAT e quem necessita elaborá-lo?
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2) Como o PCMAT pode contribuir para a segurança do trabalho?
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 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Algumas Considerações 
A produtividade éa grande desculpa para muitas empresas não investirem 
em segurança do trabalho e prevenção na construção civil, sendo, muitas vezes, 
deixadas em segundo plano por haver prazos cada vez mais curtos para a entrega 
das obras.
A segurança passa a ter uma importância fundamental quando da ocorrência 
de um acidente, o tempo despendido é superior, e muito, quando comparado aos 
momentos que seriam liberados para a segurança dos canteiros. E quando são 
analisados os custos com o acidente de trabalho ou a doença ocupacional, as 
estatísticas são alarmantes e mostram uma realidade cruel para os trabalhadores 
desta indústria.
São trabalhadores que necessitam de muito esforço físico, expostos a 
intempéries e executando suas atividades sem proteção nenhuma. Embora 
exista muita resistência dos próprios trabalhadores, quando estes são treinados e 
qualificados, passam a dar maior importância para a segurança e a exigir de seus 
empregadores os meios de proteção.
Com a implantação da segurança do trabalho no canteiro de obras, um 
aspecto muitas vezes não observado pelos empresários é o consequente aumento 
da produção dos colaboradores, a diminuição do número de afastamento do 
trabalho por benefício do INSS, a diminuição das perdas de materiais e dos danos 
às máquinas e aos equipamentos.
Pode-se somar a tudo isso a imagem extremamente positiva que os 
funcionários e a sociedade em geral terão da empresa, além do fato de estar 
isenta das “elevadas” multas emitidas pela delegacia do trabalho.
 
Referências
BRASIL. MTE. NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria 
da Construção. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-
regulamentadoras-1.htm>. Acesso em: 25 out. 2012.
______. NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. 
Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.
htm>. Acesso em: 25 out. 2012. 1995.
165
Indústria da Construção Civil Capítulo 4 
DIEESE- Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico. 
Estudo Setorial da Construção. São Paulo, n. 56, abr. 2011.
FONTANELLE, M. A. M. Competências Didáticas dos Gerentes de Obras 
e Técnicos de segurança. 2004. Dissertação (Mestrado em Engenharia de 
Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.
FRANKENFELD, N. Produtividade. Rio de Janeiro: CNI, 1990. (Manuais CNI).
FUNDACENTRO. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/conteudo.
asp?D=CERS-01&C=1167&menuAberto=196>. Acesso em: 27 out. 2012.
GONÇALVES, C. A. H. Prevenção de Acidentes do Trabalho na Indústria da 
Construção. O Caso da Experiência do Comitê Permanente Regional – CPR 
de Piracicaba. 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - 
Universidade Metodista de Piracicaba, Faculdade de Engenharia, Arquitetura e 
Urbanismo, Santa Bárbara d’Oeste – SP, 2006.
LIMA, Hélder. No início era o verbo. Construção. São Paulo, n. 262, p.7-10, mar. 
1995.
PAMPALLON, Gianfranco. Trabalho em Altura Prevenção de Acidentes por 
Quedas. Ministério do Trabalho e Emprego, fev. 2002.
PINTO, A. A. Navegando o Espaço das Contradições: A (Re) Construção 
do Vínculo Trabalho Saúde por Trabalhadores da Construção Civil. 1996. 
Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São 
Paulo, 1996.
SAMPAIO, José Carlos de Arruda – PCMAT: Programa de Condições e Meio 
Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção. São Paulo, SP: Pini, 
SINDUSCON/SP,1998.
SESI- SP. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho para a Indústria da 
Construção Civil – Edificações”. São Paulo: SESI, 2008. (Coleção Manuais). 
TOMMELEIN, I.D. Construction site layout using blackboard reasoning with 
layered knowledge. In: ALLEN, Robert H. (Ed.). Expert systems for civil 
engineers: knowledge representation. New York: ASCE, 1992. p. 214-258.
CAPÍTULO 5
Arranjo Físico
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 � Definir o layout dos ambientes de trabalho, integrando às normas de 
segurança e saúde no trabalho a habilidades de leitura e interpretação 
de plantas, croquis, projetos de acessibilidade, condições sanitárias, de 
conforto e de sinalização.
 � Aplicar normas e procedimentos para armazenamento, manuseio, 
movimentação e transporte, inclusive de produtos perigosos, considerando 
normas técnicas e legislações específicas, tais como de trânsito e ambiental, 
entre outras.
169
Arranjo Físico Capítulo 5 
Contextualização
Com a produtividade cada vez mais acelerada e a mecanização dos 
equipamentos dentro dos setores empresariais, é fundamental a necessidade de 
se aprimorar ferramentas de gestão de segurança que assegurem a integridade 
física do trabalhador. 
Um ambiente de trabalho organizado, com setores previamente definidos, 
seguindo uma linha de produção eficiente, propicia a minimização de acidentes e 
a integração entre os setores, afetando diretamente os custos e desperdícios de 
tempo para a realização das atividades.
Os equipamentos mecanizados surgiram para facilitar e agilizar o processo 
de produção, não podem tornar-se inimigos da segurança, porém quando usados 
com cautela e gestão de segurança, o ambiente de trabalho é resguardado.
LAYOUT
Podemos encontrar na literatura várias formas de descrevermos 
o arranjo físico, que também pode ser chamado de layout ou leiaute. 
Basicamente podemos descrevê-lo como sendo a maneira ou a 
disposição em que se encontram as máquinas, as pessoas e as 
estações no ambiente de produtivo. 
O layout deve ser utilizado como ferramenta de gestão na 
segurança e pode ser utilizado tanto nos setores novos quanto nos 
existentes. O planejamento adequado do layout gera um ambiente 
de trabalho produtivo, auxilia na minimização de problemas comuns 
encontrados nas empresas, como, perda de produtividade, acidentes 
de trabalho, custos, desconforto. Dessa forma, é possível evidenciar 
melhoria no atendimento e aumento da produção, usando os mesmos 
recursos, simplesmente pela racionalização do fluxo de pessoas e/ou 
materiais.
O arranjo físico (layout) é uma ferramenta que possibilita a 
integração das linhas de produção de serviços ou produtos e que tem 
o objetivo de uma relação eficiente e econômica entre os processos. 
Segundo Couto (1996), o layout é o resultado final de um 
estudo sistemático que procura uma combinação ótima de todas as 
O planejamento 
adequado do layout 
gera um ambiente 
de trabalho 
produtivo, auxilia 
na minimização 
de problemas 
comuns encontrados 
nas empresas, 
como, perda de 
produtividade, 
acidentes de 
trabalho, custos, 
desconforto. Dessa 
forma, é possível 
evidenciar melhoria 
no atendimento 
e aumento da 
produção, usando os 
mesmos recursos, 
simplesmente pela 
racionalização do 
fluxo de pessoas e/
ou materiais.
170
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
instalações, materiais e pessoas que concorrem para a fabricação de um produto 
ou para a execução de um serviço, dentro de um espaço disponível.
Os responsáveis pela elaboração do arranjo físico necessitam ter conhecimento 
dos procedimentos produtivos da empresa, das máquinas existentes, manuseio e 
movimentação de materiais, ergonomia e segurança do trabalho. 
Os objetivos de um bom layout são:
• evitar riscos de acidentes e incidentes;
• evitar doenças ocupacionais;
• melhorar as condições ambientais;
• aumentar a motivação e a satisfação dos trabalhadores;
• melhorar a ocupação dos espaços;
• aumentar a produção;
• reduzir os custos indiretos;
• reduzir o tempo de manufatura;
• melhorar a utilização do equipamento e da mão de obra;
• reduzir a movimentação e o manuseio de materiais;
• melhorar a supervisão;
• diminuiros congestionamentos;
• melhorar a qualidade;
• melhorar a flexibilidade.
 
Ao planejar e executar um arranjo físico se faz necessário atentar para itens 
fundamentais para a eficiência da disposição. O ser humano necessita de espaço 
para trabalhar, isto é, deve-se prever área para movimentação do corpo e em volta 
da máquina. Todavia, não podemos criar grandes distâncias entre o trabalhador e 
suas necessidades, tais como, matéria-prima, máquinas, equipamentos, etc.
171
Arranjo Físico Capítulo 5 
Quando existir em um local algum fator que comprometa a produtividade, este 
deverá ser previsto no planejamento do arranjo físico e neutralizado e/ou minimizado. 
Fatores como: ruídos elevados, calor excessivo e odores desagradáveis podem 
afetar a produtividade, a concentração e o conforto do trabalhador. 
Outro fator importante no momento de elaborar um layout é observar a 
iluminação do local, pois a deficiência ou o excesso de iluminação do ambiente de 
trabalho pode causar fadiga e desconforto. 
• São diversos os objetivos da realização de um bom arranjo físico. Segundo 
Slack e colaboradores(1999), os objetivos de um bom arranjo físico 
compreendem:
• Segurança: se existir algum processo que possa representar perigo, este deve 
estar devidamente sinalizado e não acessível a pessoas não autorizadas.
 
• Extensão do fluxo: todo o fluxo de materiais, informações ou clientes deve 
estar canalizado a atender os objetivos da operação, significando minimizar 
distâncias a serem percorridas.
 
• Clareza de fluxo: todo o fluxo deve ser sinalizado de forma clara e visível.
• Conforto da mão de obra: o arranjo físico deve prover um ambiente de trabalho 
arejado, agradável e iluminado.
 
• Coordenação gerencial: a supervisão deve ser facilitada para a localização ou 
visualização da mão de obra e dispositivos de comunicação.
 
• Acesso: todas as máquinas, equipamentos e instalações devem estar 
acessíveis para manutenção e limpeza.
 
• Uso de espaço: o espaço físico de toda operação deve estar de acordo com o 
propósito a que se destina.
• Flexibilidade de longo prazo: os arranjos físicos devem ser estudados e 
alterados periodicamente à medida que as necessidades da operação mudem.
Podemos classificar o arranjo físico em cinco tipos básicos, segundo Slack 
e colaboradores (1997) e Martins e Laugeni (2005):
• Arranjo físico posicional: É o layout aplicado quando o produto fica estático, 
enquanto os colaboradores, máquinas e equipamentos movimentam-se ao 
seu redor, executando as tarefas necessárias para sua produção. Geralmente 
172
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
é utilizado na fabricação de um único produto, em quantidades não repetitivas, 
como ilustrado na Figura 73, nas montagens de aviões, navios, prédios e 
montagens de grandes máquinas.
Figura 73 - Arranjo físico posicional
Fonte: Schmidt (2007).
• Arranjo físico por processo: quando todos os recursos similares da 
operação são mantidos juntos. Geralmente é utilizado quando a variedade de 
processos é relativamente alta. Exemplo: em um supermercado, enlatados 
são disponibilizados juntos, facilitando a reposição.
Figura 74 - Arranjo físico por processo
Fonte: Schmidt (2007).
173
Arranjo Físico Capítulo 5 
• Arranjo físico celular: quando os recursos necessários para uma classe 
particular de produtos são agrupados juntos. Por exemplo: maternidades em 
hospitais.
Figura 75 - Arranjo físico celular
Fonte: Schmidt (2007).
• Arranjo físico por produto ou em linha: quando os recursos de transformação 
seguem uma sequência específica para a melhor conveniência do produto ou 
serviço. Por exemplo: um restaurante self- service, quando a sequência de 
serviços requeridos pelo cliente (entrada, prato principal, sobremesa, bebida) 
é comum para todos os clientes. Mas o arranjo físico auxilia também a manter 
o controle sobre o fluxo de clientes.
Figura 76 - Arranjo físico em linha
Fonte: Schmidt (2007).
174
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
• Arranjos físicos mistos: quando operações combinam elementos de 
alguns ou de todos os tipos básicos de arranjo físico em diferentes partes 
da operação. Por exemplo: um complexo de restaurantes com três tipos 
diferentes de restaurantes (um à la carte, um tipo buffet e outro tipo bandejão) 
e uma cozinha que serve aos três.
Figura 77 - Arranjo físico misto
Fonte: Schmidt (2007).
Os arranjos físicos apresentados anteriormente influenciam diretamente no 
fluxo de trabalho, por isso a necessidade de se fazer o planejamento, pois afetam 
diretamente o conforto e a segurança dos trabalhadores. 
Atividade de Estudos: 
Adaptado de Luís César Gonçalves de Araújo: “Organização, 
Sistemas e Métodos e as Ferramentas de Gestão Organizacional” 
(2006). 
175
Arranjo Físico Capítulo 5 
De posse das informações abaixo e utilizando o gráfico da 
situação atual, esboce uma proposta de arranjo físico para a diretoria 
da empresa. Considere os 18 movimentos como corretos. Apenas 
proponha um novo arranjo físico, justificando a sua resposta:
DEPARTAMENTO DE RECEBIMENTO
1. A mercadoria pedida dá entrada no departamento de recebimento. 
Carolina, recepcionista do andar, recebe a mercadoria.
2. A recepcionista do andar leva a mercadoria até o balcão.
3. César, balconista, recebe a mercadoria e leva-a ao conferente, 
digita, identifica o pedido e confere a mercadoria com o pedido.
4. A mercadoria, com a nota fiscal, é enviada ao funcionário Luís, 
que confere e assina o canhoto da NF.
5. A mercadoria e a NF são enviadas à funcionária Andréa, que 
verifica a soma da NF.
6. A mercadoria e a NF são entregues à funcionária Adriana, 
que confere os valores da nota com o pedido. Abre o arquivo 
correspondente e transmite os dados à unidade competente.
7. Toda a documentação é levada ao gerente, que redige a 
autorização de pagamento.
8. A autorização de pagamento é encaminhada ao funcionário, que 
faz a correspondente digitação, imprime e passa ao assistente.
9. O assistente lê e verifica. Quando não há erros, a autorização é 
levada ao gerente.
10. O gerente recebe a autorização, confere e assina. Manda, então, a 
autorização com os dados necessários para a funcionária Amanda.
11. A funcionária Amanda recebe, digita um formulário de autorização 
de pagamento e envia para a supervisora Alessandra, com a 
autorização assinada pelo gerente.
12. A supervisora Alessandra recebe, confere e assina o formulário e 
a autorização, enviando-os para Vânia, auxiliar de escritório.
176
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
13. Vânia recebe o formulário e a autorização, carimba as cópias e o 
original e leva com a mercadoria para César, o conferente.
14. César separa duas vias, grampeia e leva para o arquivista todas 
as vias, autorização e mercadoria.
15. Juarez, o arquivista, recebe e separa as cópias grampeadas. 
Grampeia uma cópia na mercadoria.
16. É feito o arquivamento físico de duas cópias.
17. As outras duas cópias e a autorização são enviadas à 
recepcionista do andar, com a mercadoria.
18. Adriana, então, encaminha as cópias e a autorização à tesouraria 
e a mercadoria ao almoxarifado.
 SITUAÇÃO ATUAL:
ARRANJO FÍSICO
Fonte: Adaptado Araújo (2006).
177
Arranjo Físico Capítulo 5 
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
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Cor, Sinalização e Rotulagem dos 
Materiais
A sinalização representa uma ferramenta importante na prevenção 
de acidentes. Integradas a ela estão às cores que juntas alertam os 
trabalhadores dos riscos encontrados no ambiente de trabalho. 
Este procedimento, com o uso de EPCs e EPIs, obtém resultados 
importantes para a neutralização de acidentes, sendo assim, não 
devemos utilizar somente um método como alternativa, e sim um 
conjunto de ferramentas com o objetivo de neutralizar os acidentes de 
trabalho. A sinalização ainda é um procedimento pouco utilizado. 
Com o objetivo de complementar a segurança dentro do ambiente 
de trabalho e criar parâmetros de segurança, utilizados em algumas 
indústrias, principalmente nas pequenas e microempresas, a NR 26 - 
Sinalização de Segurança - tem por objetivo determinar as cores que 
devem ser usadas nos locais de trabalho para a prevenção de acidentes sempre 
que necessitarmos identificar uma máquina ou equipamento, delimitar áreas de 
trabalho e circulação, canalizações e advertir contra os riscos inerentes ao local 
de trabalho.
A sinalização 
representa uma 
ferramenta 
importante 
na prevenção 
de acidentes. 
Integradas a ela 
estão às cores que 
juntas alertam os 
trabalhadores dos 
riscos encontrados 
no ambiente 
de trabalho.
178
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Leitura complementar
• ABNT NBR 6503 - Cores.
• ABNT NBR 7195 - Cores para segurança.
É preciso atentar para o fato de que a sinalização através de cores pode 
provocar distração, confusão ou fadiga no trabalhador, por isso, devemos usar 
este recurso com cautela. Segundo Costalonga e colaboradores (2010), existem 
formas de sinalização para situações permanentes e temporárias:
A sinalização deve ser permanente para: 
• proibições; 
 
• avisos; 
• obrigações; 
• meios de salvamento ou de socorro;
• equipamento de combate a incêndio;
• assinalar recipientes e tubulações; 
• riscos de choque ou queda;
• vias de circulação; 
• telefones de emergência;
• saída de emergência. 
A sinalização deve ser temporária para: 
• isolar locais de acidentes; 
• delimitar área de procedimentos de riscos.
Segundo a PUC (2011), pode-se dividir as cores de alerta da seguinte forma, 
quanto ao seu uso, seguindo a NBR 7195:
179
Arranjo Físico Capítulo 5 
Figura 78 - Disposição quanto ao uso das cores
 
 
 
 
 
180
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
181
Arranjo Físico Capítulo 5 
182
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Fonte: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAel6sAI/
nr-26-sinalizacao-seguranca>. Acesso em: 28 out. 2012.
Os produtos químicos devem ser classificados quanto aos perigos para a 
segurança e a saúde dos trabalhadores de acordo com os critérios estabelecidos 
pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de 
Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas.
Podemos encontrar a NR 26 no site:
http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm
As sinalizações e cores também são encontradas nas rotulagens preventivas 
que, segundo a NR 26, devem conter:
• identificação e composição do produto químico;
• pictograma(s) de perigo;
• palavra de advertência;
• frase(s) de perigo;
• frase(s) de precaução;
• informações suplementares.
As cores auxiliam também para a identificação do potencial de 
risco das substâncias químicas, que pode ser verificada através do 
As cores auxiliam 
também para a 
identificação do 
potencial de risco 
das substâncias 
químicas, que 
pode ser verificada 
através do método 
do Diamante 
de Hommel.
183
Arranjo Físico Capítulo 5 
método do Diamante de Hommel. Nesse caso, não será evidenciado o produto 
químico, e sim indicado o risco envolvendo o produto químico em questão.
Esse método apresenta um quadro, visualizado na Figura 79, em que as cores 
indicam a propriedade do produto químico em relação à saúde, inflamabilidade 
e reatividade. O quadro possui quatro cores básicas (azul, vermelha, amarela e 
branca), sendo preenchido por números de 0 a 4 para determinar a gradação do 
risco. As cores indicam:
• Vermelha: inflamabilidade;
• Azul: riscos à saúde;
• Amarela: reatividade;
• Branca: riscos especiais.
Figura 79 - Quadro do método do Diamante de Hommel
 
Fonte: SESI - Bahia (2008).
VERMELHA (INFLAMABILIDADE) - Riscos:
• 4 - Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais pirotécnicos;
• 3 - Produtos que entram em ignição à temperatura ambiente;
• 2 - Produtos que entram em ignição quando aquecidos moderadamente;
• 1 - Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição;
• 0 - Produtos que não queimam.
184
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
AZUL (RISCOS À SAÚDE) - Riscos:
• 4 - Produto letal;
• 3 - Produto severamente perigoso;
• 2 - Produto moderadamente perigoso;
• 1 - Produto levemente perigoso;
• 0 - Produto não perigoso ou de risco mínimo.
AMARELA (REATIVIDADE) - Riscos:
• 4 - Capaz de detonação ou decomposição com explosão à temperatura 
ambiente;
• 3 - Capaz de detonação ou decomposição com explosão quando exposto à 
fonte de energia severa;
• 2 - Reação química violenta possível quando exposto a temperaturas e/ou 
pressões elevadas;
• 1 - Normalmente estável, porém pode se tornar instável quando aquecido;
• 0 - Normalmente estável.
BRANCA (RISCOS ESPECIAIS) - Riscos:
• OXY Oxidante forte;
• ACID Ácido forte;
• ALK Alcalino forte;
• Evite o uso de água;
• Radioativo.
Para acesso aos títulos das normas técnicas, consulte à ABNT 
no endereço eletrônico http://www.abnt.org.br.
185
Arranjo Físico Capítulo 5 
É fundamental, junto a todas as ferramentas executadas para prevenir o 
acidente, que se faça o treinamento dos trabalhadores, a fim de que possam:
• Compreender a rotulagem preventiva e a ficha com dados de segurança do 
produto químico.
• Conhecer os perigos, riscos, medidas preventivas para o uso seguro e 
procedimentos para atuação em situações de emergência com o produto químico.
Atividades de Estudos: 
1) A partir das figuras abaixo e baseado(a) no que apresenta a NBR 
7195 sobre a disposição das cores, descreva o que cada placa 
quer nos dizer:
 
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2) Pesquise o composto do agente químico indicado e preencha a 
placa através do método de DIAMANTE de HOMMEL para:
 a) O ácido sulfúrico.
186
 Prevenção e Controle de Riscosem Máquinas, Equipamentos e Instalações
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
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 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
Transporte, Movimentação, 
Armazenagem e Manuseio De 
Materiais
Todos os equipamentos utilizados para a movimentação de 
pessoas e materiais devem seguir as recomendações estabelecidas 
pela NR 11. São obrigações referentes à segurança durante a operação 
de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas 
transportadoras.
Podemos encontrar a NR 11 no site:
http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm
Para que sejam evitados acidentes durante a operação de elevadores e 
monta-carga, que são equipamentos utilizados principalmente em indústrias, é 
preciso seguir alguns procedimentos relevantes.
Os elevadores de carga, sejam eles de pessoas sejam somente de materiais, 
visualizados na Figura 80, devem possuir base nivelada e concretada, para que a 
torre e o guincho permaneçam alinhados. Deverá ter o acesso à torre totalmente 
isolado e automatizado para que quando o elevador não estiver no mesmo nível 
do pavimento seja impossibilitado de abrir as cancelas. 
Todos os 
equipamentos 
utilizados para a 
movimentação de 
pessoas e materiais 
devem seguir as 
recomendações 
estabelecidas 
pela NR 11.
187
Arranjo Físico Capítulo 5 
A distância entre a roldana livre (polia louca) e o guincho deverá ser entre 
2,5m a 3m e estar totalmente protegida.
RTP 02- Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas - 
Elevadores de Obra. FUNDACENTRO.
Figura 80 - Elevador de Carga e Pessoas
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 02 (2001).
Equipamentos utilizados para movimentação de materiais, tais como 
ascensores, elevadores de carga, guindastes, monta-carga, pontes-rolantes, 
talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras-rolantes, entre outros, deverão ter seu 
cálculo prévio, a fim de serem executados com resistência às cargas solicitadas e 
garantir a segurança durante as atividades envolvendo movimentação de materiais. 
Com o entendimento de ampliarmos o conhecimento em 
transporte, orientamos complementar o estudo deste capítulo com as 
referências: 
• ABNT NBR 5418 - Instalações elétricas em atmosferas 
explosivas.
188
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
• ABNT NBR 6327 - Cabo de aço para uso geral: requisitos 
mínimos.
• ABNT NBR 7500 - Identificação para transporte terrestre, 
manuseio, movimentação e armazenamento de produtos.
• ABNT NBR 9518 - Equipamentos elétricos para atmosferas 
explosivas.
• ABNT NBR 11900 - Extremidades de laços de cabos de aço.
• ABNT NBR 13541 - Movimentação de carga: laço de cabo de 
aço: especificação.
• ABNT NBR 13542 - Movimentação de carga: anel de carga.
• ABNT NBR 13543 - Movimentação de carga: laços de cabo de 
aço: utilização e inspeção.
• ABNT NBR 13544 - Movimentação de carga: sapatilho para 
cabo de aço.
• ABNT NBR 13545 - Movimentação de carga: manilhas.
• Capítulo V do Título II da CLT - Refere-se à Segurança e 
Medicina do Trabalho.
Um dos principais componentes dos equipamentos de movimentação são 
os cabos de aço, cordas, correntes, roldanas, ganchos e travamentos. Estes 
deverão ser inspecionados periodicamente com a finalidade de detectar qualquer 
eventualidade que possa acarretar um acidente durante a atividade. 
Segundo SESI-Bahia (2008), os cabos, correntes e outros meios de 
suspensão ou tração e suas conexões devem ser previamente certificados 
por organismo credenciado pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial) ou por instituição certificadora internacional.
Os cabos devem ser inspecionados quanto à bitola correta a ser utilizada e 
sua fixação (Figura 81). Devem ser utilizados, para a garantia de resistência e a 
segurança, os esticadores (Figura 82). 
189
Arranjo Físico Capítulo 5 
Você pode encontrar a RTP 02 através do site: 
 ht tp:/ /www.fundacentro.gov.br/conteudo.asp?D=CERS-
01&C=1167&menuAberto=196
As inspeções periódicas devem ser realizadas por uma pessoa qualificada e 
com experiência, de forma visual, para detectar possíveis danos no cabo de aço 
que possam causar riscos durante o uso, tais como:
• distorções no cabo: dobras, amassamentos, alongamento do passo, gaiola de 
passarinho, perna fora de posição ou alma saltada;
• corrosão em geral;
• pernas rompidas ou cortadas;
• número, distribuição e tipo de ruptura dos arames visíveis.
Figura 81 - Forma correta de fixação
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 02 (2001).
190
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Figura 82 - Tipos de esticadores
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 02 (2001).
Todos os equipamentos devem ter fixada a sua estrutura a placa indicativa 
da carga máxima permitida para aquele tipo de máquina. 
Todos os equipamentos de movimentação, sejam eles motorizados 
ou não, somente devem ser operados por um profissional treinado 
e este, após estar qualificado, deve possuir a função na carteira 
de trabalho, que terá a duração de 1 (um) ano. A utilização dos 
equipamentos somente deve ocorrer durante o horário de trabalho.
Todo equipamento de transporte motorizado deve possuir sinal de 
advertência sonora (alarme sonoro) e, quando utilizado em local fechado 
ou pouco ventilado, faz-se necessário o controle das concentrações da 
emissão de gases tóxicos acima dos limites de tolerância. 
A movimentação de cargas onde circulam pessoas deve ser 
sinalizada e delimitada, inclusive quando se trata de içamento de 
cargas, o local abaixo do içamento da carga deve estar isolado, sendo 
proibido qualquer passagem durante as atividades.
O empilhamento de materiais pode se dar de forma mecanizada (empilhadeiras 
e esteiras rolantes) ou manual, porém com as seguintes características, segundo a 
NR 11:
Todos os 
equipamentos de 
movimentação, 
sejam eles 
motorizados ou 
não, somente 
devem ser 
operados por um 
profissional treinado 
e este, após estar 
qualificado, deve 
possuir a função na 
carteira de trabalho, 
que terá a duração 
de 1 (um) ano.
191
Arranjo Físico Capítulo 5 
• lance único de degraus com acesso a um patamar final;
• a largura mínima de 1,00m (um metro), apresentando no patamar as dimensões 
mínimas de 1,00m x 1,00m (um metro x um metro) e a altura máxima, em 
relação ao solo, de 2,25m (dois metros e vinte e cinco centímetros);
• deverá ser guardada proporção conveniente entre o piso e o espelho 
dos degraus, não podendo o espelho ter altura superior a 0,15m (quinze 
centímetros), nem o piso largura inferior a 0,25m (vinte e cinco centímetros);
• deverá ser reforçada, lateral e verticalmente, por meio de estrutura metálica 
ou de madeira que assegure sua estabilidade;
• deverá possuir, lateralmente, um corrimão ou guarda-corpo na altura de 1,00m 
(um metro) em toda a extensão;
• perfeitas condições de estabilidade e segurança, sendo substituída 
imediatamente a que apresente qualquer defeito.
A forma de armazenagem dos materiais é um fator que deve ser previsto 
durante o planejamento do layout e deve seguir algumas recomendações. 
O piso não pode estar escorregadio ou molhado, deve ser nivelado, suportar 
a carga para a qual foi calculado e organizado.
O empilhamento deve ocorrer de forma a não obstruir portas, saídas de 
emergência, extintorese hidrantes, dificultar a iluminação e deve ser armazenado 
pelo menos 50 cm afastado das estruturas laterais do prédio.
ABNT NBR 7500 - Identificação para o transporte terrestre, 
manuseio, movimentação e armazenamento de produtos.
Atividade de Estudos: 
1) Para a foto abaixo, encontre os riscos que podem provocar um 
acidente ao trabalhador. Utilize como auxílio a RTP 02, a NR 11 e 
a NR 18.
192
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
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193
Arranjo Físico Capítulo 5 
Segurança nas Edificações
Para que os trabalhadores tenham o mínimo de conforto e 
segurança no ambiente de trabalho, é necessário estabelecer requisitos 
que devem ser implantados na estrutura (edificação) em que estão 
localizadas as atividades.
Para isso foi criada a NR 8, que é a norma regulamentadora cujo 
objetivo é dispor sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser 
observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que 
nelas trabalham. A NR 8 tem sua existência jurídica assegurada, em 
nível de legislação ordinária, nos artigos 170 a 174 da Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT). (SESI-BAHIA, 2008).
Podemos encontrar a NR 08 no site:
http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm
O projeto das instalações deve prever o pé direito conforme o plano diretor 
do órgão competente.
Deve ser projetado um local que não apresente piso irregular, visto que 
podem prejudicar a movimentação de pessoas e materiais e a aberturas que 
necessitem permanecer abertas devem ser protegidas, impossibilitando a queda 
de pessoas e objetos. 
Quando necessitar desnível no local de trabalho, ele deve ser dotado de 
rampas ou escadas, que necessitam ser calculadas para resistir ao trânsito de 
pessoas e materiais. Não podemos esquecer, como já foi visto no capítulo anterior, 
que o sistema de escadas e rampas deve ser provido de sistema de guarda corpo 
(rodapé, travessão intermediário e travessão principal) e piso antiderrapante.
Os andares acima do solo (terraços, balcões, compartimentos para garagens 
e outros) que não forem vedados por paredes externas, devem dispor de guarda 
corpo de proteção contra quedas que esteja de acordo com os seguintes requisitos:
• ter altura de 0,90 m, no mínimo, a contar do nível do pavimento;
• quando forem vazados, os vãos do guarda corpo devem ter, pelo menos, uma 
das dimensões igual ou inferior a 0,12 m;
Para que os 
trabalhadores 
tenham o mínimo 
de conforto 
e segurança 
no ambiente 
de trabalho, 
é necessário 
estabelecer 
requisitos que 
devem ser 
implantados 
na estrutura 
(edificação) em que 
estão localizadas 
as atividades.
194
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
• ser de material rígido e capaz de resistir ao esforço horizontal de 80 kg/m2 
aplicado no seu ponto mais desfavorável.
Segundo a NR, as partes externas, bem como todas as partes que separam 
unidades autônomas de uma edificação, ainda que não acompanhem a estrutura, 
devem obrigatoriamente observar as normas técnicas oficiais relativas à 
resistência ao fogo, isolamento térmico, isolamento e condicionamento acústico, 
resistência estrutural e impermeabilidade.
Para a proteção dos trabalhadores quanto a manutenções de telhados, 
luminárias e fachadas, com altura superior a 2m, deve ser instalado sistema de 
cabo guia, conforme visualizado na Figura 83, para que seja possível a fixação do 
cinto de segurança. Sem este EPI, não é permitida a circulação em telhados, pois 
trata-se de possibilidade de acidente fatal. 
 
Figura 83 - Sistema de proteções por cabo guia
Fonte: Disponível em: <http://paulochianezzi.blogspot.com.br/2011/10/
dicas-de-seguranca-trabalho-em-altura.html#!/2011/10/dicas-de-
seguranca-trabalho-em-altura.html>. Acesso em: 30 out. 2012.
Atividade de Estudos: 
1) Quais os procedimentos de segurança antes de iniciar as 
atividades de manutenção de telhados?
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195
Arranjo Físico Capítulo 5 
Algumas Considerações
Este capítulo apresentou como objetivo o fornecimento de conhecimento 
na execução de melhorias na disposição do arranjo físico das empresas, para 
proporcionar um ambiente de trabalho racionalizado, sem esquecer a segurança 
do trabalho.
O arranjo físico de um sistema produtivo busca não só aperfeiçoar as condições 
de trabalho, a racionalização dos fluxos de produção, a disposição dos postos de 
trabalho, mas tornar a movimentação das pessoas ainda mais fácil e segura.
O planejamento prévio do arranjo físico no processo produtivo determinará o 
custo da produção, a capacidade de armazenagem e a forma como será conduzida 
a gestão de segurança da empresa. Tais informações são indispensáveis para se 
traçar objetivos, metas, ferramentas de controle e procedimentos de segurança, 
tais como: demarcação de circulação de equipamentos, formas de armazenagem 
e movimentação de materiais.
Os acidentes com equipamentos de movimentação de pessoas e materiais 
são, muitas vezes, possíveis de serem evitados, porém quando não são 
identificados os riscos antecipadamente, comprometem não só a máquina, mas 
os trabalhadores e a imagem da empresa.
É primordial, ao finalizarmos este capítulo, entendermos que o funcionamento 
de um equipamento de movimentação ou içamento implica agruparmos 
vários conceitos de segurança, desde a concepção do projeto, a instalação do 
equipamento, a manutenção, as inspeções rotineiras e a percepção do término da 
vida útil do equipamento. 
 
Referências
BRASIL. MTE. NR 8 - Edificações. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/
legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm>. Acesso em: 30 out. 2012.
______. NR 11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio 
de materiais. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-
regulamentadoras-1.htm>. Acesso em: 30 out. 2012. 
COSTALONGA, A. G. C. et al. Normas de Armazenamento de Produtos 
Químicos. Araraquara: Universidade Estadual Paulista, 2010.
196
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
COUTO, H. de A. Ergonomia aplicada ao trabalho – Manual Técnico da 
Máquina Humana. v. II. Belo Horizonte: Ergo Editora Ltda., 1996.
FUNDACENTRO. RTP 2. 2001. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/conteudo.asp?D=CERS-01&C=1167&menuAberto=196>. Acesso em: 30 out. 
2012. 
MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo: Sa-
raiva, 2005.
SINALIZAÇÃO de Segurança- NR 26. Minas Gerais: PUC - Minas Núcleo 
Contagem, 2011.
SLACK, N. et al. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1997.
SCHMIDT, T. Projeto de Macro - Layout da Empresa Cisabrasile Ltda. Joinville: 
Universidade do Estado de Santa Catarina - Centro de Ciências Tecnológicas, 
2007.
SESI - SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Regional da Bahia. 
Legislação comentada: NR 26 - Sinalização de Segurança Salvador: Serviço 
Social da Indústria - SESI, 2008.
CAPÍTULO 6
Segurança em Instalações Elétricas
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 � Identificar medidas de segurança relativas a instalações e serviços com 
eletricidade, a partir da identificação dos riscos, considerando conceitos e 
princípios específicos, bem como a legislação vigente.
 � Analisar incidentes e acidentes de trabalho, considerando conceitos e 
metodologias específicas que permitam identificar as causas e propor 
medidas que eliminem/minimize a possível repetição do evento indesejado.
199
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
Contextualização
As atividades relacionadas à energia elétrica trazem incrustadas em si riscos 
inerentes específicos destas atividades. O choque é um deles, sendo este risco 
um estímulo rápido no corpo humano, ocasionado pela passagem da corrente 
elétrica. Essa corrente circulará pelo corpo que fará o papel de condutor e 
aterramento, pois é o ponto mais próximo da terra.
A forma como esta corrente passa pelo corpo humano é que vai caracterizar 
o índice de gravidade da exposição. As de maior gravidade são as que passam 
pelo coração.
É comum abrirmos as páginas dos jornais e encontramos manchetes 
descrevendo um acidente com eletricidade. Este fato pode ocorrer durante a 
ligação de uma máquina em um setor industrial, em uma atividade rotineira 
em casa, durante um roubo de fios e cabos ou durante um fator meteorológico 
(enchente, raios,etc.). 
A grande mudança, principalmente em atividades relacionadas com trabalho, 
ocorreu com a inclusão de itens de treinamento e capacitações nas normas 
regulamentadoras, o que proporcionou um ganho para a área de saúde e 
segurança do trabalho. 
Eletricidade
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre a segurança nas instalações 
elétricas, precisamos conhecer como se dá o surgimento deste fenômeno, o qual 
possibilita facilidades e provoca a movimentação econômica do mundo.
A energia elétrica é responsável por alimentar nossos lares, comércios, 
indústrias, empresas em geral. A simples conservação dos nossos alimentos é 
proporcionada pela energia elétrica. A principal fonte de geração de 
energia elétrica ocorre através das usinas hidrelétricas, isto é, ocorre 
quando a queda de água (energia mecânica) passa pelas turbinas, 
transformando-a em energia elétrica.
No Brasil, de acordo com a FUNDACENTRO (2005), a geração 
de energia elétrica se dá através de:
• Usinas hidroelétricas (80%);
• Usinas termoelétricas (11%);
A energia elétrica 
é responsável por 
alimentar nossos 
lares, comércios, 
indústrias, empresas 
em geral. A simples 
conservação dos 
nossos alimentos é 
proporcionada pela 
energia elétrica.
200
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
• Outras (eólicas, nuclear) (9%).
Basicamente a energia elétrica é dividida em três transformações macro: a 
geração, a transmissão e a distribuição. Para que este processo se desenvolva 
de forma cíclica, a usina necessita transformar a energia em elevados níveis de 
tensão (69/88/138/240/440 kV), que encontramos nas subestações elétricas, 
e transportá-la através de cabos elétricos em corrente alternada (60 Hertz) até 
chegar às subestações rebaixadoras.
Após este processo, a energia é tratada nas subestações para que seja 
controlada a sua qualidade quando distribuída aos consumidores. Nesse momento, 
o nível de tensão é rebaixado e transportado até as redes elétricas através de 
postes, dutos ou torres. Os cabos e transformadores terão a responsabilidade de 
fazer o rebaixamento novamente da tensão para que a energia elétrica possa ser 
utilizada pelo consumidor. Este rebaixamento encontra-se na faixa de 110 / 127 / 
220 / 380 V. 
A unidade de medida da tensão elétrica é o VOLT, que se 
abrevia sempre por V.
O encaminhamento nesta fase final pode ocorrer de forma aérea ou 
subterrânea. Todo este processo pode ser facilmente visualizado através da Figura 
84, que mostra todo o caminho que será percorrido pela energia que utilizamos.
Figura 84 - Distribuição da energia elétrica. 
Fonte: FUNDACENTRO (2005).
201
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
O setor elétrico é definido pela NR 10 Segurança em Instalações e Serviços 
em Eletricidade como o Sistema Elétrico de potência (SEP), sendo assim, fica 
definido que SEP é todo o conjunto das instalações e equipamentos responsáveis 
pela geração, transmissão e distribuição da energia elétrica.
A NR10 é a norma regulamentadora que estabelece obrigações 
mínimas de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. 
Ela será estudada ainda neste capítulo.
Precisamos entender alguns conceitos importantes antes de continuarmos 
nosso estudo, pois a NR 10 e a ABNT, através das NBR específicas para 
eletricidade, padronizaram os níveis de tensão, que são classificados em:
• Extra baixa tensão: Considera-se extra baixa tensão a tensão não superior a 
50 v em corrente alternada entre fases ou fase e terra ou 120 V em corrente 
contínua.
• Baixa tensão: Considera-se baixa tensão a tensão superior a 50V em 
corrente alternada ou 120 V em corrente contínua e igual ou inferior a 1000 V 
em corrente alternada entre fases ou entre fase e terra ou 1500 V em corrente 
contínua.
• Alta tensão: Considera-se alta tensão a tensão superior a 1000 V em corrente 
alternada entre fases ou entre fase e terra ou 1500 V em corrente contínua.
Podemos contar com a ajuda de alguns instrumentos para 
auxiliar a medição elétrica:
O Instrumento Usado Para Medir Corrente Elétrica é o Amperímetro.
O Instrumento Usado Para Medir Tensão Elétrica é o Voltímetro.
202
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Um arco elétrico é resultante de uma ruptura dielétrica de um 
gás a qual produz uma descarga de plasma (gás ionizado), similar 
a uma fagulha instantânea, resultante de um fluxo de corrente em 
meio normalmente isolante, tal como o ar. Um termo arcaico para 
ele é arco voltaico (Fonte: Disponível em: <http://professordiegof.
webnode.com.br/arco-eletrico/>. Acesso em: 30 out. 2012). 
Aterramento Elétrico
O termo “Aterramento” se refere à terra e quando especificamos que 
um equipamento está aterrado, isto quer dizer que pelo menos um de seus 
componentes está ligado à terra. 
O aterramento tem como objetivo controlar a tensão em relação à 
terra dentro dos limites previsíveis. Desse modo, será possível diminuir 
as interferências eletromagnéticas e reduz os perigos de choque 
elétrico, no caso de um contato acidental com partes vivas do circuito. 
O aterramento é um caminho seguro das correntes induzidas 
pelas descargas em direção à terra, sendo assim, uma ferramenta 
de segurança no controle de acidentes com eletricidade. É bastante 
comum encontrarmos máquina e equipamentos sem esta proteção 
coletiva ou, quando executada, não corresponde à necessidade do 
equipamento e sua devida proteção. 
Na ausência de aterramento, a corrente usa o corpo humano como 
a única ligação da energia com a terra. Dessa forma, é o trabalhador 
que faz o papelde aterramento junto ao equipamento, ocorrendo o 
choque elétrico. O percurso da corrente elétrica tem influência na 
gravidade do choque elétrico. Conforme a figura 85, a corrente elétrica 
pode percorrer várias partes do corpo humano.
O aterramento 
tem como objetivo 
controlar a tensão 
em relação à 
terra dentro dos 
limites previsíveis. 
Desse modo, será 
possível diminuir 
as interferências 
eletromagnéticas e 
reduz os perigos de 
choque elétrico, no 
caso de um contato 
acidental com 
partes vivas 
do circuito.
203
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
Figura 85 - Caminhos percorridos pela corrente elétrica no corpo humano
Fonte: FUNDACENTRO (2005).
O aterramento correto é aquele executado de forma que a corrente elétrica 
seja totalmente encaminhada até a terra, sem fuga de corrente, e pode ser 
executada das seguintes formas:
• Eletrodos Naturais: são encontrados em edificações executadas em 
estrutura metálica que possua fixação através de parafusos compridos na 
fundação. Após o engastamento dos parafusos no concreto, que podemos 
observar através da Figura 86, estes passam a fazer o papel de eletrodo e a 
estrutura metálica de condutor de aterramento. Nesse processo, deve haver 
perfeita conectividade entre as peças para que não ocorra fuga de corrente.
Figura 86 - Eletrodos naturais
 
Fonte: Moreno e Costa (2001).
• Eletrodos fabricados: também conhecidos como haste de cobre, é aterrado 
diretamente no solo e torna-se mais eficiente quando colocada uma haste 
204
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
mais profunda do que várias hastes (curtas) e menos profundas. A forma 
correta de se usar este processo está demonstrada na Figura 87.
Figura 87 - Aterramento por haste de cobre
Fonte: FUNDACENTRO – RTP 05 (2005).
• Eletrodos encapsulados em concreto: descobriu-se que o concreto é um 
semicondutor de corrente elétrica, mais eficiente do que o próprio solo e que, 
quando utilizado em conjunto com a armação de aço (conjunto do concreto 
armado), que é localizada no interior do concreto das fundações, torna-se um 
perfeito condutor de corrente elétrica (Figura 88). Não há restrições sobre o 
tipo de fundação, todas podem ser utilizadas como condutoras, no entanto, 
somente as fundações de periferias possuem as estruturas internas que 
pouco contribuem para a condutividade da corrente. 
Figura 88 - Eletrodos encapsulados
 
Fonte: Moreno e Costa (2001).
• Outros eletrodos: podem ser utilizados quando nos deparamos com 
o solo muito rochoso ou arenoso, pois ele tende a ser mais seco e de alta 
resistividade. Nesse caso, podemos utilizar a malha de cobre.
Estrutura de concreto 
armado (fundação)
205
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
Figura 89 - Malha de cobre
Fonte: Moreno e Costa (2001).
O aterramento elétrico é considerado uma proteção coletiva (EPC), pois, 
por se tratar de um fenômeno que não se pode ver, torna-se altamente perigoso, 
passível de ocorrer a periculosidade ao trabalhador, conforme consta na 
legislação, a qual veremos a seguir.
Atividade de Estudos: 
1) No caso da construção de um galpão em concreto armado, 
conforme figura abaixo, que servirá como indústria de papel, qual 
a solução de aterramento mais eficiente para este caso? 
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206
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
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NR 1 – Segurança em Instalações e 
Serviços em Eletricidade
Os riscos encontrados nas atividades realizadas pelo trabalhador possuem as 
formas de elidir encontradas em normas regulamentadoras ou normas técnicas. 
Os riscos encontrados nas atividades de eletricidade são regulamentados pela 
NR 10.
Esta norma apresentou poucas alterações desde a sua criação em 1978, 
através da Portaria no 3214/1978 do Ministério do Trabalho. A mais significativa 
ocorreu no ano de 2004, a qual acrescentou itens importantes para a segurança 
e saúde do trabalhador. O principal item incorporado ao corpo desta NR foi a 
criação de treinamentos específicos aos trabalhadores envolvidos em serviços 
com eletricidade, que, até então, não necessitavam conhecer os riscos e os 
procedimentos de sua profissão, somente a experiência.
Podemos encontrar a NR 10 no site:
http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm
Portanto, todo serviço deve ser planejado e executado por equipes 
devidamente treinadas e autorizadas de acordo com a NR-10, Portaria 
no 3214/MTB/78, e com a utilização de equipamentos aprovados pela 
empresa e em boas condições de uso.
A NR 10 estabelece obrigatoriedades nas fases de geração, 
transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, 
construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas.
Também regulamenta serviços relacionados a qualquer trabalho 
realizado nas suas proximidades com eletricidade.
A NR 10 estabelece 
obrigatoriedades 
nas fases 
de geração, 
transmissão, 
distribuição e 
consumo, incluindo 
as etapas de 
projeto, construção, 
montagem, 
operação, 
manutenção 
das instalações 
elétricas.
207
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
Devem-se observar as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos 
competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.
Todo o serviço que envolva eletricidade deverá ser planejado e garantir 
medidas de segurança ao trabalhador. Para isso, são estabelecidas determinações 
na NR 10 que devem ser seguidas:
• As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares, atualizados, 
(conforme Figura 90) das instalações elétricas dos seus estabelecimentos 
com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e 
dispositivos de proteção.
Figura 90 - Diagrama Unifilar
Fonte: Disponível em: <http://www.cefetsp.br/edu/jaan/
com_ele.html>. Acesso em: 30 out. 2012.
Diagrama UNIFILAR: é uma representação gráfica do circuito 
elétrico em sua totalidade e respectivos dispositivos elétricos, de 
forma organizada, desde a fonte (transformador(es) próprio(s), rede 
secundária em baixa tensão da concessionária de energia elétrica e/
ou geração própria) até as cargas.
Sob o ponto de vista da segurança do trabalho, o esquema 
unifilar é necessário para a elaboração da APR (Análise Preliminar 
de Riscos), antes de aplicar o procedimento de “desenergização” 
previsto na NR-10.
208
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
• Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 KW devem constituir 
e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no 
subitem 10.2.3, no mínimo:
1) conjunto de procedimentos, instruções técnicas e administrativas de 
segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR, bem como 
descrição das medidas de controle existentes;
2) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção 
contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;
3) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o 
ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR;
4) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, 
autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;
5) resultados dos testes de isolamento elétrico realizados em equipamentos 
de proteção individual e coletiva;
6) certificaçõesdos equipamentos e materiais elétricos em áreas 
classificadas;
7) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, 
cronogramas de adequações, conforme os itens anteriores.
Todo o documento técnico que está previsto no prontuário de Instalações 
Elétricas deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado.
Para que os serviços sejam executados com segurança, devem ser seguidas 
as determinações da NR, as quais envolvem EPC e EPI.
Equipamento de Proteção Coletiva – EPC é todo dispositivo, 
sistema ou meio, fixo ou móvel, de abrangência coletiva, destinado a 
preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores usuários 
e terceiros. 
Equipamento de Proteção Individual- EPI é todo dispositivo de 
uso individual utilizado pelo empregado, destinado à proteção de 
riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
209
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
Como forma de proteção coletiva, primeiramente devem-se esgotar as 
alternativas de desenergização elétrica. Quando isso não for possível, deve-se 
utilizar outro sistema de proteção coletiva e individual.
O aterramento das instalações elétricas é considerado um EPC e, por isso, deve 
ser executado conforme regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes 
e, na ausência desta, deve atender às Normas Internacionais vigentes. Em caso 
de esgotadas as possibilidades de desenergização, são necessárias algumas 
intervenções de segurança durante a realização das atividades. 
Quando as intervenções devem ser realizadas em instalações elétricas, igual 
ou superior a 50 Volts em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente 
contínua, estas devem somente ser executas por profissional qualificado, isto é, 
que comprove conclusão de curso específico na área elétrica, reconhecido pelo 
Sistema Oficial de Ensino.
Entende-se por profissional capacitado aquele que:
• recebeu treinamento por profissional habilitado (registrado no conselho de 
classe);
• trabalhe sob as orientações do profissional habilitado;
• tenha anuência anual da empresa;
• registro da função em carteira de trabalho;
• estar submetido aos exames de saúde, conforme PCMSO especificado na NR 7;
• o treinamento deve ser fornecido pela empresa e reciclagem bienal, porém se 
faz necessário seguir o conteúdo que a NR 10 estipula:
CURSO BÁSICO – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE
I - Para os trabalhadores autorizados: carga horária mínima – 40h:
Programação Mínima:
1. Introdução à segurança com eletricidade.
2. Riscos em instalações e serviços com eletricidade:
a) o choque elétrico, mecanismos e efeitos;
210
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
b) arcos elétricos; queimaduras e quedas;
c) campos eletromagnéticos.
3. Técnicas de Análise de Risco.
4. Medidas de Controle do Risco Elétrico:
a) desenergização.
b) aterramento funcional (TN / TT / IT); de proteção; temporário;
c) equipotencialização;
d) seccionamento automático da alimentação;
e) dispositivos a corrente de fuga;
f) extra baixa tensão;
g) barreiras e invólucros;
h) bloqueios e impedimentos; 
i) obstáculos e anteparos;
j) isolamento das partes vivas;
k) isolação dupla ou reforçada;
l) colocação fora de alcance;
m) separação elétrica.
5. Normas Técnicas Brasileiras – NBR da ABNT: NBR-5410, NBR 14039 e 
outras;
6. Regulamentações do MTE:
a) NRs;
b) NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade);
c) qualificação; habilitação; capacitação e autorização.
211
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
7. Equipamentos de proteção coletiva.
8. Equipamentos de proteção individual.
9. Rotinas de trabalho – Procedimentos:
a) instalações desenergizadas;
b) liberação para serviços;
c) sinalização;
d) inspeções de áreas, serviços, ferramental e equipamento;
10. Documentação de instalações elétricas.
11. Riscos adicionais:
a) altura;
b) ambientes confinados;
c) áreas classificadas;
d) umidade;
e) condições atmosféricas.
12. Proteção e combate a incêndios:
a) noções básicas;
b) medidas preventivas;
c) métodos de extinção;
d) prática;
13. Acidentes de origem elétrica:
a) causas diretas e indiretas;
b) discussão de casos;
212
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
14. Primeiros socorros:
a) noções sobre lesões;
b) priorização do atendimento;
c) aplicação de respiração artificial;
d) massagem cardíaca;
e) técnicas para remoção e transporte de acidentados;
f) práticas.
15. Responsabilidades.
Fonte: Disponível em: <http://www.centeccursos.com.br/var/upload/
Apostila%20NR%2010_CENTEC.pdf>. Acesso em: 25 de nov. 2012.
A NR 10, por diversos momentos, cita itens que devemos ter conhecimento 
para que as atividades com eletricidade sejam executadas com segurança. 
Existem zonas de acesso que são identificadas na NR conforme a tensão da 
instalação elétrica. Isso deve ser observado, através do planejamento da atividade, 
antes de iniciá-la, seguindo a Tabela 7, que especifica os raios de distância que 
devem ser respeitados durante a execução das atividades.
213
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
Tabela 7 - Raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre
Fonte: FUNDACENTRO (2005).
A NR 10 também especifica as distâncias que devem ser respeitadas 
conforme a área energizada, de forma a evitar contato acidental, conforme Tabela 
7 anteriormente citada e as figuras 91 e 92. Sendo assim, ficam estabelecidas 
duas zonas principais na NR 10:
• Zona de Risco: entorno de parte condutora energizada, não segregada, 
acessível inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo 
com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais 
autorizados com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho.
• Zona Controlada: entorno de parte condutora energizada, não segregada, 
214
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja 
aproximação só é permitida a profissionais autorizados.
Leitura complementar, ótima leitura de NR10: Segurança em 
instalações e serviços em eletricidade. Manual de treinamento – 
CPNSP.
Figura 91 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre
Fonte: FUNDACENTRO (2005).
Figura 92 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, 
controlada e livre, com interposição de superfície de separação física adequada
Fonte: FUNDACENTRO (2005).
Sendo:
• ZL = Zona livre.
• ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados.
215
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
• ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a 
adoção de técnicas, instrumentos e equipamentos apropriados ao 
trabalho.
• PE = Ponto de instalação energizado.
• SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada 
de todos dispositivos de segurança.
Como a eletricidade é um fenômeno que não está visível para os olhos humanos 
e escapa aos nossos sentidos, será percebida somente quando transformada 
através da iluminação, calefação, etc. Por esse motivo, os trabalhadores, muitas 
vezes, ficam expostos aos riscos que tal fenômeno apresenta. 
Portanto, é fundamental seguir as obrigatoriedades desta NR, que tem o 
objetivo de assegurar o bem-estar e a segurança dos trabalhadores envolvidos 
em atividades de eletricidade. 
Atividade de Estudos: 
1) Em uma atividade cuja tensão nominal da instalação elétrica 
encontra-se entre >110 e <132 kV, qual a RR e RC para a 
liberaçãoda ZR e ZC? Faça o desenho em escala e descreva o 
que quer dizer cada valor encontrado.
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216
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
NBR 5410
A NR 10 estabelece que quando houver ausência ou omissão 
desta NR, as normas complementares cabíveis devem ser utilizadas 
como referência, sendo assim, a NBR 5410 é uma destas Normas que 
complementam e auxiliam a segurança nos serviços correspondentes 
à eletricidade. 
Sua criação se deu no ano de 1941, porém os textos originais 
foram retirados do Código de Instalações Elétricas da antiga Inspetoria 
Geral de Iluminação. Possuía o título inicial de Norma Brasileira para a 
Execução de Instalações Elétricas e, após sua criação, houve diversas 
atualizações, todas realizadas pela CE-03:064.01: Comissão de 
Estudos de Instalações Elétricas de Baixa Tensão.
Site de orientação quanto à NRB 5410:
http://www.sesmt.com.br/portal/index.php?option=com_
content&view=article&id=51:art-guia-em-da-nbr-5410&catid=44: cat-
nbr5410&Itemid=62
A NRB 5410 estabelece as condições que as instalações elétricas de baixa 
tensão devem satisfazer, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o 
funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens.
Esta Norma aplica-se principalmente às instalações elétricas de edificação, 
residencial, comercial, pública, industrial, de serviços, agropecuária, hortigranjeira 
e também: 
• áreas descobertas das propriedades, externas às edificações;
• reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings), 
marinas e instalações análogas; 
• canteiros de obra, feiras, exposições e outras instalações temporárias;
• circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou inferior a 1000 V 
em corrente alternada, com frequências inferiores a 400 Hz, ou a 1500 V em 
corrente contínua;
A NRB 5410 
estabelece as 
condições que as 
instalações elétricas 
de baixa tensão 
devem satisfazer, 
a fim de garantir 
a segurança de 
pessoas e animais, 
o funcionamento 
adequado da 
instalação e a 
conservação dos 
bens.
217
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
• circuitos elétricos, que não os internos aos equipamentos, funcionando sob 
uma tensão superior a 1000 V e alimentados através de uma instalação de 
tensão igual ou inferior a 1000 V em corrente alternada (por exemplo, circuitos 
de lâmpadas a descarga, precipitadores eletrostáticos, etc.);
• toda fiação e toda linha elétrica que não sejam cobertas pelas normas relativas 
aos equipamentos de utilização;
• linhas elétricas fixas de sinal (com exceção dos circuitos internos dos 
equipamentos).
Esta NBR dispõe de itens que devem ser adotados em edificações novas ou 
já existentes.
A NBR 5410 nos fornece todos os parâmetros que devem ser seguidos 
quanto às atividade de instalações elétricas de baixa tensão, quanto às instalações 
tendo influência do ambiente (através de tabelas complementares), quanto a 
manutenções, ensaios, dispositivos de proteção e toda a referência técnica para 
estas atividades.
Acesso aos títulos das normas técnicas consulte a ABNT no 
endereço eletrônico http://www.abnt.org.br.
Esta NBR não contempla serviços relacionados a:
• instalações de tração elétrica;
• instalações elétricas de veículos automotores;
• instalações elétricas de embarcações e aeronaves;
• equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas, na medida em 
que não comprometam a segurança das instalações;
• instalações de iluminação pública;
• redes públicas de distribuição de energia elétrica;
• instalações de proteção contra quedas diretas de raios. No entanto, esta Norma 
considera as consequências dos fenômenos atmosféricos sobre as instalações 
218
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
(por exemplo, seleção dos dispositivos de proteção contra sobretensões);
• instalações em minas;
• instalações de cercas eletrificadas.
Leitura complementar. Normas complementares a esta Norma 
as ABNT NBR 13534, ABNT NBR 13570 e ABNT NBR 5418.
Atividade de Estudos: 
1) Identifique se, de acordo com a NBR5410, os itens apresentados 
são verdadeiros ou falsos:
a) Esta NBR não se aplica a canteiros de obra já existentes ( );
b) Somente será utilizada esta NBR em circuitos elétricos alimentados 
sob tensão nominal igual ou inferior a 1200 V em corrente 
alternada, com frequências inferiores a 600 Hz, ou a 1900 V em 
corrente contínua ( );
c) Os circuitos elétricos, que não os internos aos equipamentos, 
funcionam sob uma tensão superior a 1 000 V e alimentados 
através de uma instalação de tensão igual ou inferior a 1 000 V 
em corrente alternada ( ).
Equipamentos de Proteção Coletiva 
e Individual
Como vimos em capítulos anteriores, proteção coletiva deve ser adotada 
como primeira alternativa, principalmente em serviços relacionados à eletricidade, 
que afetam diretamente a todos os envolvidos na atividade.
Como forma de proteção coletiva, primeiramente, devem-se esgotar as 
alternativas de desenergização elétrica. Quando isto não for possível, deve-
219
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
se utilizar outros sistemas de proteção coletiva, tais como: isolação das partes 
vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático 
de alimentação, bloqueio do religamento automático. A seguir, na Figura 93, 
apresentamos alguns meios de proteção coletiva.
Figura 93 - Proteção coletiva para atividades envolvendo eletricidade
Cone com ou sem sinalizador (strobo). 
 
 
 
Fita de sinalização 
 
Grade metálica dobrável
Banqueta isolante 
Manta isolante Cobertura isolante
Sinalização de áreas de trabalho e obras em vias 
públicas ou rodovias e orientação de trânsito de veículos 
e de pedestres, podendo ser utilizado em conjunto com 
a fita zebrada, sinalizador STROBO, bandeirola, etc.
Utilizada quando da delimitação e isolamento de áreas de 
trabalho.
Isolamento e sinalização de áreas de trabalho, poços 
de inspeção, entrada de galerias subterrâneas e 
situações semelhantes.
Isolar o operador do solo durante operação do 
equipamento guindauto, em regime de linha energizada.
220
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
 Escadas de mão
Fonte: FUNDACENTRO (2005).
O aterramento das instalações elétricas, outro EPC, deve ser executado 
conforme regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência 
desta, deve atender às Normas Internacionais vigentes.
O aterramento temporário deve ser executado quando realizar 
atividades em redes desenergizadas, pois, em caso de ligamento da 
rede acidentalmente, o trabalhador terá sua segurança garantida. 
Quanto ao uso de EPI, devemos salientar que, em conformidade 
com a NR 6 - Equipamento de Proteção Individual:
a) Cabe ao empregador
• adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
• exigir o seu uso;
O aterramento 
temporário deve 
ser executado 
quando realizar 
atividades em redes 
desenergizadas, 
pois, em caso de 
ligamento da rede 
acidentalmente, 
o trabalhador terá 
sua segurançagarantida.
221
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
• fornecer ao empregado somente EPIs aprovados pelo órgão nacional 
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
• orientar e capacitar o empregado quanto ao uso adequado acondicionamento 
e conservação;
• substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
• responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
• comunicar ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) qualquer irregularidade 
observada.
b) Cabe ao empregado
• utilizar apenas para a finalidade a que se destina;
• responsabilizar-se pelo acondicionamento e conservação;
• comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
• cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
Para os serviços relacionados à eletricidade, são necessários 
equipamento de proteção individual, tão importantes quanto os EPCs.
Através da Figura 94, são apresentados os EPIs utilizados como 
proteção em eletricidade.
Figura 94 - EPIs utilizados na atividade com eletricidade
Capacete de proteção com aba 
 
Utilizado para proteção da cabeça do empregado contra agen-
tes metereológicos (trabalho a céu aberto) e trabalho em local 
confinado, impactos provenientes de queda ou projeção de 
objetos, queimaduras, choque elétrico e irradiação solar. Este 
EPI deve ter jugular.
Para os serviços 
relacionados 
à eletricidade, 
são necessários 
equipamento de 
proteção individual,
tão importantes 
quanto os EPCs.
222
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Capacete com viseira
 
Óculos de proteção
 
Protetor auricular
 
Máscara Respiratória
Luva de Proteção
Utilizado para proteção dos olhos contra impactos
mecânicos, partículas volantes e raios ultravioletas.
Utilizado para proteção dos ouvidos nas atividades 
e nos locais que apresentem ruídos excessivos
Utilizada para proteção das mãos e braços do empregado contra choque em
 trabalhos e atividades com circuitos elétricos energizados e com presença de 
agentes abrasivos e químicos. Cada uma com sua função específica.
Utilizado para proteção respiratória em 
atividades e locais que apresentem tal 
necessidade, em atendimento a Instrução 
Normativa Nº1 de 11/04/1994 – (Programa 
de Proteção Respiratória - Recomendações/ 
Seleção e Uso de Respiradores).
Utilizado para proteção da cabeça e face, em trabalho onde 
haja risco de explosões com projeção de partículas e queima-
duras provocadas por abertura de arco voltaico.
223
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
Sapato de proteção 
Cinto de segurança
 
Talabarte
Trava quedas
Bloqueador solar
Fonte: FUNDACENTRO (2005).
Utilizado para proteção dos pés contra 
torção, escoriações, derrapagens e umidade.
Utilizado para proteção do empregado 
contra quedas em serviços onde exista 
diferença de nível.
Utilizado para proteção do empregado contra 
queda em serviços onde exista diferença de nível, 
em conjunto com cinturão de segurança tipo pára-
-quedista e mosquetão tripla trava.
Utilizado para proteção do empregado contra 
queda em serviços onde exista diferença 
de nível, em conjunto com cinturão de 
segurança tipo pára-quedista.
Utilizado para proteção do empregado 
contra ação dos raios sol.
224
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Atividade de Estudos: 
1) Quando o trabalhador realizar serviços em via movimentada e no 
horário comercial em poste com queda de energia, qual o EPC e 
EPI que deverá possuir?
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Análise Preliminar de Risco
Todos os procedimentos que envolvem eletricidade devem ser 
providos de toda a segurança possível por se tratar de um risco, na 
maioria das vezes, fatal.
Para que este fato seja neutralizado, todas as intervenções junto 
a instalações elétricas devem ser dotadas de medidas preventivas 
de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante 
técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e a saúde 
no trabalho.
Esta técnica trata-se, segundo a FUNDACENTRO (2005), de uma 
análise prévia de riscos que tem como objetivo antecipar a previsão da ocorrência 
danosa para pessoas, processos, equipamentos e meio ambiente. É elaborada 
através do estudo, questionamento, levantamento, detalhamento, criatividade, 
análise crítica e autocrítica, com consequente estabelecimento de precauções 
técnicas necessárias para a execução das tarefas (etapas de cada operação), de 
Todos os 
procedimentos 
que envolvem 
eletricidade devem 
ser providos de 
toda a segurança 
possível por se 
tratar de um risco, 
na maioria das 
vezes, fatal.
225
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
forma que o trabalhador tenha sempre o controle das circunstâncias, por maiores 
que forem os riscos.
Ainda, segundo a Fundação, a Análise Preliminar de Risco, conforme Figura 
95, é uma visão técnica antecipada do trabalho a ser executado, que permite a 
identificação dos riscos envolvidos em cada passo da tarefa e, ainda, propicia 
condição para evitá-los ou conviver com eles em segurança. Por se tratar de uma 
técnica aplicável a todas as atividades, a Análise Preliminar de Risco promove e 
estimula o trabalho em equipe e a responsabilidade solidária.
Figura 95 - Exemplo de APR- Análise Preliminar de Risco
Fonte: FUNDACENTRO (2005).
226
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Acesso ao manual elaborado pela FUNDACENTRO.
 http://www.fundacentro.gov.br/conteudo.asp?D=ctn&C= 
939&menuAberto=348
A APR é uma ferramenta de gestão de segurança do trabalho 
obrigatória pela NR 10, mas, independente desta obrigatoriedade, 
é fundamental para fortalecer a segurança dentro das atividades de 
eletricidade. 
Atividade de Estudos: 
1) Analise uma situação de atividade envolvendo eletricidade, crie 
e preencha uma APR, partindo do modelo abaixo. Desenvolva 
principalmente os riscos envolvidos na atividade analisada. 
 
A APR é uma 
ferramenta 
de gestão de 
segurança do 
trabalho obrigatória 
pela NR 10, mas, 
independente desta 
obrigatoriedade, 
é fundamental 
para fortalecer a 
segurança dentro 
das atividades de 
eletricidade. 
227
Segurança em Instalações Elétricas Capítulo 6 
Algumas Considerações 
Este capítulo teve como objetivo fornecer conhecimento sobre a execução de 
atividades relacionadas com energia elétrica.
Foi possível, através de um conhecimento mais amplo da legislação vigente, 
aprimorar técnicas que facilitam o dia a dia daqueles que trabalham diretamente 
com profissionais que executam atividades junto à eletricidade. 
228
 Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Foi visto que em todos os itens de segurança, o planejamento é uma grande 
ferramenta de auxílio quanto à minimização e/ou neutralização dos riscos, mas, 
neste capítulo, esta ferramenta se evidenciou por ser obrigatória, estabelecida 
pela norma (NR 10), e ser utilizada antesdo início das atividades rotineiras.
Se realmente for colocada em prática, é possível afirmar que temos em mãos 
uma ferramenta de gestão, capaz de estruturar uma atividade, possibilitando que 
esta seja realizada em perfeita sintonia com a segurança. 
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410 - Instalações 
elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, mar. 2005.
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Colaboração de Antonio L. de 
Toledo Pinto, Mércia V. dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 29. ed. atual e aum. 
São Paulo: Saraiva, 2002. 1167p.
______. MTE. NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. 
Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/
nr_11.pdf>. Acesso em: 30/10/2012.
FUNDACENTRO. Manual de Treinamento Curso Básico Segurança em 
Instalações e Serviços com Eletricidade - NR 10. Comissão tripartite 
permanente de negociação do setor elétrico no estado de São Paulo – CPN. São 
Paulo, 2005.
MORENO, Hilton; COSTA, Paulo Fernandes. Aterramento Elétrico. 
PROCOBRE- Instituto Brasileiro de Cobre. São Paulo, 2001.

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