Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA II Rodrigo Luis da Rocha PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA II 43 00 6 PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA II PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA II Rodrigo Luis da Rocha IESDE BRASIL S/A Curitiba 2016 © 2016 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Todos os direitos reservados. IESDE BRASIL S/A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Produção CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________________ B672p Rocha, Rodrigo Luis da Prática Educativa do Ensino da Física II / Rodrigo Luis da Rocha. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE BRASIL S/A, 2016. 84 p. : il. ; 21 cm. ISBN 978-85-387-3989-0 1. Física - Estudo e ensino (Ensino Médio). 15-28233 CDD: 530 CDU: 53 ________________________________________________________________________ Capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Krasimira Nevenova/Shutterstock Apresentação Este Guia de Estudo apresenta uma discussão sobre algumas práticas educativas no ensino da Física. O material inicia com o estudo sobre a refração da luz traba- lhada por meio da experimentação. Também é realizada uma discussão conceitual sobre os principais aspectos de Termologia e Termodinâmica, com ênfase no estudo dos ciclos utilizados nos motores a explosão (ciclo Otto e ciclo Diesel). Apresenta-se um resumo dos principais tópicos de Magnetismo e as possibilidades de utilização da resolução de problemas. Por fim, são apresentados alguns dos principais tópicos de Física Moderna, abordando o desenvolvimento do conceito da luz e a Teoria da Relatividade. O principal objetivo é sugerir formas de abordagem e retomar os prin- cipais pontos conceituais desses assuntos. Bons estudos! Rodrigo Luis da Rocha Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Ciências pela Universidade Tecnológica Federal da Paraná (UTFPR). Graduado em Física pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Sobre o autor Aula 1 REFRAÇÃO DA LUZ 9 PARTE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS RELACIONADOS AO ENSINO DE REFRAÇÃO DA LUZ 11 PARTE 2 | TRABALHANDO A REFRAÇÃO DA LUZ POR MEIO DA EXPERIMENTAÇÃO I 15 PARTE 3 | TRABALHANDO A REFRAÇÃO DA LUZ POR MEIO DA EXPERIMENTAÇÃO II 18 Aula 2 TERMOLOGIA E MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO 23 PARTE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS RELACIONADOS AO ENSINO DE TERMOLOGIA 25 PARTE 2 | DISCUSSÃO SOBRE LIVROS DIDÁTICOS E UTILIZAÇÃO DE EXEMPLOS FORA DO COTIDIANO 29 PARTE 3 | APRESENTAÇÃO DE EXEMPLOS DO COTIDIANO EM SUBSTITUIÇÃO AOS DO LIVRO DIDÁTICO 32 Aula 3 TERMODINÂMICA 35 PARTE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS RELACIONADOS AO ENSINO DE TERMODINÂMICA 37 PARTE 2 | ABORDAGEM DA TERMODINÂMICA POR MEIO DO FUNCIONAMENTO DE MOTORES A COMBUSTÃO (CTSA) I 42 PARTE 3 | ABORDAGEM DA TERMODINÂMICA POR MEIO DO FUNCIONAMENTO DE MOTORES A COMBUSTÃO (CTSA) II 45 Sumário Aula 4 MAGNETISMO 49 PARTE 1 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS RELACIONADOS AO ENSINO DE MAGNETISMO 51 PARTE 2 | RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NO ENSINO DE MAGNETISMO I 55 PARTE 3 | RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NO ENSINO DE MAGNETISMO II 58 Aula 5 FÍSICA MODERNA 61 PARTE 1 | ENTENDIMENTO DO CONCEITO DE LUZ – ONDA VERSUS PARTÍCULA 63 PARTE 2 | ENTENDIMENTO DO CONCEITO DE LUZ – EFEITO FOTOELÉTRICO 66 PARTE 3 | ENTENDIMENTO ATUAL DO CONCEITO DE LUZ 70 Aula 6 FÍSICA MODERNA – TEORIA DA RELATIVIDADE 73 PARTE 1 | A IDEIA DE TEMPO 75 PARTE 2 | POSTULADOS DA RELATIVIDADE ESPECIAL 78 PARTE 3 | CONSEQUÊNCIAS DA TEORIA DA RELATIVIDADE 81 Sumário Esclarecer e incentivar o ensino de refração da luz por meio da utilização de aparato experimental. Objetivos: REFRAÇÃO DA LUZ Aula 1 Prática Educativa do Ensino da Física II 11 REFRAÇÃO DA LUZ Pa rt e1 Conceitos fundamentais relacionados ao ensino de refração da luz A refração da luz é um fenômeno conhecido há vários séculos, e que teve seu entendimento melhorado com o passar da história. O fato de um raio luminoso mudar de direção ao incidir obliquamente em uma superfície de separação entre dois meios originou várias teorias que tentaram encontrar uma relação matemática entre as variáveis. Ptolomeu apresentou uma relação polinomial entre i e r (r = a i + b i2, com a e b constantes). Embora não tenha encontrado a expressão correta1, ele encontrou alguns resultados interessantes. 1. O raio de incidência e o raio refratado ficam em um plano perpendicular em relação à superfície refratora. 2. Os raios normais a essa superfície são refratados na mesma direção. 3. A quantidade de refração depende da densidade dos meios. Em 1610, Kepler apresentou uma relação matemática entre o ân- gulo de incidência e o de refração, na qual estes ângulos estavam rela- cionados por meio da equação m · tg(i) = k · tg(r), na qual m e k eram constantes associadas aos meios2. Percebe-se, com o conhecimento atual, que esta relação funciona muito bem para ângulos pequenos, nos quais senα ≅ tgα. Outros documentos mostram a tentativa de rela- cionar os parâmetros por meio de equações do tipo m · tg(i) = a · tg(r). Posteriormente, Snell obteve a relação n1 · sen(i) = n2 · sen(r) que descreve corretamente o fenômeno para qualquer ângulo. Para 1 Nesta época não eram conhecidos os conceitos de seno e cosseno. 2 A Fabricação da Ciência (EDUNESP, 1994). Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II12 REFRAÇÃO DA LUZPa rt e 1 compreender a refração da luz é necessário possuir alguns conceitos rela- tivos ao fenômeno. Primeiramente, definimos refração como a passagem da onda de um meio para outro com mudança de velocidade. Neste ponto é fundamental perceber que o importante na refração é a mudança na velocidade de propagação da onda, e não a mudança de direção. Este fato se torna relevante quando a luz incide paralelamente à reta normal à superfície. Embora não ocorra desvio, por haver mudança de meio (con- sequente mudança de velocidade) ocorre refração. Outro ponto importante é a relação entre o índice de refração do meio e sua densidade. Ainda que no início dos estudos, os ângulos de incidência e refração eram relacionados com a densidade do material, atualmente se sabe que o índice de refração não está diretamente relacionado com a densidade (massa por volume) do material, mas sim com a estrutura atômica do material. Alguns textos trazem a expres- são densidade ótica para falar do índice de refração, entretanto, res- salta-se que não se está usando o termo densidade da maneira usual. Além disso, o índice de refração depende do comprimento de onda da luz incidente. Normalmente os índices presentes em tabelas estão relacionados com um comprimento de onda específico (em ótica cristalina normalmente se utiliza 5890 Â, correspondente à luz emitida pelo sódio que também é o valor médio do espectro da luz visível). Extra Recomenda-se a leitura do artigo de Bruno Areal de Santana e Frederico Alan de Oliveira Cruz: Determinação do índice de Refração de uma placa de acrílico. Uma proposta para o Ensino Médio. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/fne/Vol9/Num1/indice-refracao.pdf>. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 13 REFRAÇÃO DA LUZ Pa rt e1 Atividade Elaborar um mapa conceitual com os principais tópicos referentes à refração da luz. Referências SÉRÉ, Marie-Geneviève; COELHO, Suzana Maria; NUNES, António Dias. O papel da experimentação no ensino de Física. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 2003. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/ viewFile/6560/6046>. Acesso em: 1.º out. 2015. LOPES, Eric Barros. Dissertação de mestrado: Refração e o Ensinode Óptica, 2014. UFRJ. Disponível em: <www.if.ufrj.br/~pef/producao_academica/ dissertacoes/2014_Eric_Lopes/dissertacao_Eric_Lopes.pdf>. Acesso em: 1.º out. 2015. SANTANA, Bruno Areal de; CRUZ, Frederico Alan de Oliveira. Determinação do índice de Refração de uma placa de acrílico. Uma proposta para o Ensino Médio. Física na escola, v. 9, n 1, 2008. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/ fne/Vol9/Num1/indice-refracao.pdf>. Acesso em: 1.º out. 2015. VERGARA, Dalva Aldrighi; BUCHWEITZ, Bernardo. O uso de um vídeo no estudo do fenômeno de refração da luz. Disponível em: <revistas.if.usp.br/rbpec/ article/viewFile/188/173>. Acesso em: 1.º out. 2015. CHALMERS, Alan F. A Fabricação da Ciência. São Paulo: Fundação Editora UNESP, 1994. Prática Educativa do Ensino da Física II14 REFRAÇÃO DA LUZPa rt e 1 Resolução da atividade lentes óptica refração da luz mudança de meio velocidade direção normal faz parte da tem como aplicação altera a afastamento ou aproximação da acontece com a de acordo com a diversos instrumentos ópticos Prática Educativa do Ensino da Física II 15 REFRAÇÃO DA LUZ Pa rt e2 Trabalhando a refração da luz por meio da experimentação I Existem várias formas de trabalhar sobre refração em sala de aula. Esta parte da aula traz uma proposta de experimentos. São su- geridas algumas abordagens, de acordo com a teoria sobre a utilização de experimentos no ensino de Física, que retrata esta metodologia de acordo com os objetivos específicos a serem atingidos (verificação de um fenômeno, determinação de alguma constante, comparação e/ou adequação entre modelos teóricos, comparação de métodos experi- mentais, elaboração de um experimento). 1. Verificação do fenômeno da refração Uma das maneiras mais simples de verificar a existência da refra- ção é utilizar um aquário com água e direcionar um laser para a inter- face ar/água. Com a variação do ângulo de incidência é possível verifi- car mudança no ângulo de refração, demonstrando assim o fenômeno. Nesta prática deve-se tomar cuidado para que os raios (incidente e refratado) fiquem visíveis aos alunos. Normalmente o laser comum não é muito visível no ar. Para contornar essa dificuldade, pode-se utilizar dois líquidos diferentes (água e azeite, por exemplo) ou então utilizar alguma forma de fumaça para que o feixe fique visível no ar (por exemplo: um incenso ou gelo seco). Podem ser utilizados também materiais sólidos (acrílico etc.) que facilitam a prática em sala. A es- colha dos materiais depende das possibilidades existentes na escola. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II16 REFRAÇÃO DA LUZPa rt e 2 2. Determinação do índice de refração Se o objetivo do professor é trabalhar habilidades relacionadas com a confecção de gráficos, obtenção de informações a partir de ta- belas, ou mesmo a confirmação de valores tabelados pode-se utilizar o experimento sobre refração da luz para esta finalidade. Neste caso é necessário um aparato que possibilite a medida dos ângulos de incidência e de refração (normalmente os kits possuem um transferidor adaptado para isso). Nesta prática os alunos variam o ângulo de incidência e realizam a medida dos ângulos de refração. Após a obtenção dos dados os alunos elaboram o gráfico de sen (i) versus sen (r). Este gráfico possibilita a obtenção da relação entre os índices de refração por meio do coeficiente angular. De acordo com a lei de Snell-Descartes n1 · sen(i) = n2 · sen(r). Fazendo sen(i) = n2 n1 · sen(r) → y = αx + b, temos que: se colocado sen(i) no eixo y, sen(r) no eixo x, o coeficiente angular da reta obtida equivale a n2 n1 . Se um dos meios for o ar (i = 1), obtêm-se índice do outro meio. Esta prática pode ser repetida com o uso de lasers de cores dife- rentes (verde e vermelho, por exemplo). Neste caso é possível mostrar que o índice depende do comprimento de onda da luz incidente. Extra Recomenda-se a leitura do artigo de Marie Geneviève Séré, Suzana Maria Coelho e António Dias Nunes: O papel da experimentação no ensino de Física. Publicado no Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Abril de 2003. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/ fisica/article/viewFile/6560/6046. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 17 REFRAÇÃO DA LUZ Pa rt e2 Atividade Elaborar um plano de aula referente a uma atividade experimen- tal sobre refração. Referências SÉRÉ, Marie-Geneviève; COELHO, Suzana Maria; NUNES, António Dias. O papel da experimentação no ensino de Física. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 2003. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/ viewFile/6560/6046>. Acesso em: 1.º out. 2015. LOPES, Eric Barros. Dissertação de mestrado: Refração e o Ensino de Óptica. UFRJ, 2014. Disponível em: <www.if.ufrj.br/~pef/producao_academica/ dissertacoes/2014_Eric_Lopes/dissertacao_Eric_Lopes.pdf>. Acesso em: 1.º out. 2015. SANTANA, Bruno Areal de; CRUZ, Frederico Alan de Oliveira. Determinação do índice de Refração de uma placa de acrílico. Uma proposta para o Ensino Médio. Física na escola, v. 9, n.1, 2008. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/ fne/Vol9/Num1/indice-refracao.pdf>. Acesso em: 1.º out. 2015. VERGARA, Dalva Aldrighi; BUCHWEITZ, Bernardo. O uso de um vídeo no estudo do fenômeno de refração da luz. Disponível em: <http://revistas.if.usp.br/ rbpec/article/viewFile/188/173>. Acesso em: 1.º out. 2015. Resolução da atividade O plano de aula deve ser adequado aos recursos existentes na escola, portanto não existe uma resposta oficial para esta atividade. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II18 REFRAÇÃO DA LUZPa rt e 3 Trabalhando a refração da luz por meio da experimentação II 3. Comparação e/ou adequação entre modelos teóricos No caso da refração é possível comparar dois ou mais modelos teóricos. No livro Dioptrice, escrito pelo astrônomo Johannes Kepler em 1610, sugere-se a seguinte relação entre o ângulo de incidência (i) e o de refração (r): m · tg(i) = k · tg(r). Em outros trabalhos também aparece a relação i = k · r. Existe também a relação polinomial de Ptolomeu entre i e r (r = a i + b i2, com a e b constantes). Para atingir o objetivo de comparação de modelos, sugere-se que o professor condu- za a aula apresentando os diferentes modelos, sem compará-los. Após a coleta de dados (realizada da mesma forma que no item anterior), é solicitado aos alunos que testem os modelos com os valores oriundos das medidas para verificar até quais valores do ângulo de incidência estes modelos são válidos. Após os testes, realiza-se a discussão, sobre qual o modelo mais conveniente para o fenômeno da refração da luz. 4. Comparação entre métodos experimentais Para fazer a comparação entre dois métodos experimentais, po- de-se utilizar o procedimento para a determinação do índice de refra- ção e comparar com o resultado obtido por meio do uso da reflexão interna total. A reflexão interna total (RIT) ocorre quando a onda incide do meio mais refringente para o meio menos refringente (se for utilizado kit de experimentação, o laser deve ir do acrílico para o ar ou da água para o ar). Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 19 REFRAÇÃO DA LUZ Pa rt e3 Figura 1: Tanque para refração da luz Fonte: azeheb.com.br Quando atingido o ângulo limite, o raio refratado sai paralelo à interface de separação dos meios. Neste caso, a relação matemática para a RIT é dada por senL = n1 n2 . Uma vez encontrado o ângulo limite, é possível determinar os valores dos índices de refração. Mais importante do que a obtenção do valor por duas formas dife- rentes é a realização da discussão sobre a precisão dos dois métodos. Deve-se discutir as causas de possíveis erros experimentais e avaliar as facilidades e problemas de cada método. 5. Elaboração de um experimento para estudo da refraçãoNeste tipo de prática o objetivo é fomentar a criatividade do alu- no e sua habilidade em resolver um problema. Uma sugestão para tra- balhar o assunto de refração visando atingir esse objetivo é fornecer Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II20 REFRAÇÃO DA LUZPa rt e 3 aos alunos os materiais necessários e solicitar que encontrem o índice de refração de algum material (pode ser a água). A solicitação pode ser em relação ao valor numérico do índice, ou apenas uma comparação entre dois materiais (qual possui maior índice). Se os alunos puderem pesquisar em livros ou internet, nor- malmente irão executar experimentos semelhantes com o do item 2. Sugere-se que em um primeiro momento os alunos não tenham acesso a este tipo de material, forçando-os a criar um método para a ob- tenção deste valor. Caso eles não consigam criar nenhum aparato de medida, pode-se, ao final, autorizar a busca de informações em outras fontes. Assim, percebe-se que existem inúmeras formas de se trabalhar a refração por meio do uso de experimentos. O fator chave está em definir claramente qual é o objetivo pedagógico da prática (qual ha- bilidade será trabalhada) e com isso planejar a prática que melhor se atinge a habilidade desejada. Extra Recomenda-se a leitura do artigo de Dalva Aldrighi Vergara e Bernardo Buchweitz: O uso de um vídeo no estudo do fenômeno de refração da luz. Disponível em: <http://revistas.if.usp.br/rbpec/ article/viewFile/188/173>. Atividade Acessar o simulador PhET e verificar as possibilidades de utili- zar o simulador (tópico refração) em sala de aula. Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulations/category/physics/ light-and-radiation>. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 21 REFRAÇÃO DA LUZ Pa rt e3 Referências SÉRÉ, Marie-Geneviève; COELHO, Suzana Maria; NUNES, António Dias. O papel da experimentação no ensino de Física. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 2005. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/ viewFile/6560/6046>. Acesso em: 1.º out. 2015. LOPES, Eric Barros. Dissertação de mestrado: Refração e o Ensino de Óptica. UFRJ, 2014. Disponível em: <www.if.ufrj.br/~pef/producao_academica/ dissertacoes/2014_Eric_Lopes/dissertacao_Eric_Lopes.pdf>. Acesso em: 1.º out. 2015. SANTANA, Bruno Areal de; CRUZ, Frederico Alan de Oliveira Cruz. Determinação do índice de Refração de uma placa de acrílico. Uma proposta para o Ensino Médio. Física na escola, v. 9, n 1, 2008. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/ fne/Vol9/Num1/indice-refracao.pdf>. Acesso em: 1.º out. 2015. VERGARA, Dalva Aldrighi; BUCHWEITZ, Bernardo. O uso de um vídeo no estudo do fenômeno de refração da luz. Disponível em: <http://revistas.if.usp.br/ rbpec/article/viewFile/188/173>. Acesso em: 1.º out. 2015. AZEHEB, Laboratórios de Física. Tanque para refração da luz. Disponível em: <http://azeheb.com.br/Produtos/tanque-para-refracao-da-luz/>. Acesso em: 1.º out. 2015. Resolução da atividade A atividade depende do interesse do aluno em realizá-la, uma vez que o objetivo é conhecer o aplicativo. Não há como fazer um gabari- to, e também não há um roteiro específico a ser seguido. Prática Educativa do Ensino da Física II22 REFRAÇÃO DA LUZPa rt e 3 Relembrar os conceitos fundamentais da termologia, seu ensino a partir dos livros didáticos e da utilização de exemplos dentro e fora do cotidiano. Objetivo: TERMOLOGIA E MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO Aula 2 Prática Educativa do Ensino da Física II 25 TERMOLOGIA E MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO Pa rt e1 Conceitos fundamentais relacionados ao ensino de termologia O estudo de termologia contempla uma série de tópicos relacio- nados ao calor –– aquecimento, resfriamento, mudanças de estado fí- sico, mudanças de temperatura e fenômenos correlatos. Esse assunto normalmente é trabalhado na 2.ª série do Ensino Médio e se inicia pelos conceitos fundamentais de calor e temperatura. Nesse sentido, uma das principais preocupações que o professor deve ter é em relação às definições de alguns conceitos como calor, temperatura, capacidade térmica, calor específico, entre outros. A diferença entre calor e temperatura normalmente é bastante trabalhada e reforçada ao longo das aulas, entretanto é fundamental diferenciar as grandezas relacionadas ao material (calor específico) e ao corpo (capacidade térmica). Este ponto é importante para o en- tendimento de alguns efeitos, como a formação da brisa terrestre (e marítima) e a passagem de calor de um corpo para outro. Um ponto que não é muito trabalhado é a questão da capacidade térmica dos gases. Em geral, se fala de capacidade térmica de sólidos, mas pouco se menciona o fato da capacidade térmica de um gás de- pender do tipo de transformação que ele sofreu. No caso de uma trans- formação isométrica, Cv = 3nR 2 , já para uma transformação isobárica (pressão constante) temos Cp = 5nR 2 . Essa informação pode passar despercebida quando se trabalha si- tuações envolvendo apenas sólidos, mas será importante para o enten- dimento de ciclos termodinâmicos (normalmente o assunto trabalhado Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II26 TERMOLOGIA E MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO Pa rt e 1 na sequência). Pode-se discutir a necessidade de apresentar a expres- são formal para o cálculo, mas é importante deixar claro que a quan- tidade de calor necessária para aquecer um gás depende do tipo de transformação que ele irá sofrer. Outra questão interessante está relacionada com o diagrama de fases da água. Alguns livros didáticos excluíram esse tópico nas edições mais recentes, entretanto o seu estudo é bastante interessante, pois está relacionado com várias situações cotidianas, como o funciona- mento de uma panela de pressão, a formação de nuvens, entre outros. Gráfico 1: diagrama de fases da água 2 3 1p(mmHg) Sólido 760 4,58 0 0 0,01 100 Líquido Vapor T θ(°C) Fonte: WISSENSCHAFTLER, 2013. A análise do diagrama permite entender as mudanças de fase em função da temperatura e pressão. Dessa forma, é possível compreen- der que o aumento de pressão faz aumentar a temperatura de ebuli- ção, justificando o funcionamento da panela de pressão. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 27 TERMOLOGIA E MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO Pa rt e1 Extra Indica-se a leitura do artigo de Maria Cristina da Fonseca e Sandro Aparecido dos Santos: Mapas conceituais e diagrama ADI como ins- trumentos de apoio ao ensino dos conceitos de calor e temperatura contemplando uma visão integradora. Disponível em: <www.diaa- diaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/742-4.pdf>. Atividade Elaborar um mapa conceitual com os principais tópicos referentes à termologia. Referências ARTUSO, Alysson Ramos; SOARES, Marlon Vinícius. Física –– Volumes 1, 2 e 3 Editora Positivo, 2013. VASCONCELOS, F. Herbert Lima; et al. Uma Análise Comparativa do Uso de um Objeto de Aprendizagem como Laboratório Virtual Aplicado ao Ensino de Termologia. Disponível em: <www2.virtual.ufc.br/proativa/new/publicacoes/ artigos/4821fb26afc415bfbfd9495332477d98.pdf>. Acesso em: 1.º out. 2015. FONSECA, Maria Cristina da; SANTOS, Sandro Aparecido dos. Mapas conceituais e diagrama ADI como instrumentos de apoio ao ensino dos conceitos de calor e temperatura contemplando uma visão integradora. Disponível em: <www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/742-4.pdf>. Acesso em: 1.º out. 2015. BRESOLIN, Karine Rita. Projetos Temáticos: Ensino de Física na Educação de Jovens Adultos (EJA). UFSC, 2014. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/ handle/123456789/128180>. Acesso em: 1.º out. 2015. WISSENSCHAFTLER. Diagrama de fases da água. In: Evaporação. Publicado em: 30 jan. 2013. Disponível em: <https://entendame.wordpress.com/2013/01/30/ evaporacao/>. Acesso em: 1.º out. 2015. Prática Educativa doEnsino da Física II28 TERMOLOGIA E MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO Pa rt e 1 Resolução da atividade Digital Celsius Kelvin Partícula Meteorologia Temperatura Calor Mercúrio Termômetro Tabelado Sólido Q = m · c Gasoso Líquido Calor Latente Quantidade de Calor Calor específico (C) Farenheit Escalas termométricas Medição Termistor Clínico Padrão + Conhecida Inglês Científica Tempo Velocidade Energia Receber Ceder Maior Energia Menor Energia Energia Média EstadoUnidade de massaCaloria Massa Total Caloria Prática Educativa do Ensino da Física II 29 TERMOLOGIA E MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO Pa rt e2 Discussão sobre livros didáticos e utilização de exemplos fora do cotidiano O livro didático é uma das principais ferramentas de apoio ao pro- fessor em sala de aula. Pesquisas1 mostram que as principais formas de utilização desse instrumento didático pelos professores podem ser agrupadas nas seguintes categorias: • fonte de consulta na preparação do planejamento anual e no planejamento da aula, caracterizado pelo uso de vários autores e de coleções diferentes; • apoio às atividades de ensino, servindo como banco de textos para leitura e realização de exercícios ou, ainda, como fonte de imagens para os estudos escolares, aproveitando fotos, desenhos, mapas e gráficos existentes nos livros; • fonte bibliográfica para complementação dos conhecimentos dos professores, no sentido de complementar a formação ob- tida durante a graduação. Dessa forma, reconhecendo a importância dos livros didáticos se faz necessário uma análise detalhada sobre estes textos, no sentido de analisar a correção conceitual e a coerência entre os exemplos dados e a situação em que o livro será utilizado. Uma falha muito comum nos textos didáticos é a utilização de exemplos padrões para determinados conceitos físicos. Esses exem- plos, muitas vezes são reproduções de situações citadas em livros de ensino superior estrangeiros, traduzidos para o português e utilizados na maioria dos cursos superiores. 1 NETO, Jorge Megid; FRACALANZA, Hilário. O livro didático de ciências: problemas e soluções. Ciência & Educação, v. 9, n. 2, p. 147-157, 2003. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/ciedu/v9n2/01.pdf>. Acesso em: 1.º out. 2015. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II30 TERMOLOGIA E MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO Pa rt e 2 Embora esses exemplos estejam fisicamente corretos, muitas ve- zes estão fora do contexto do aluno do Ensino Médio. Um exemplo clássico é indicar a colocação de sal para derreter a neve. Esta situa- ção, com raríssimas exceções, nunca será vivida por um aluno brasilei- ro, morador de um país tropical. Outro exemplo bastante recorrente nos livros didáticos, quando trata do estudo da densidade da água, é explicar detalhadamente o processo de congelamento de um lago. Novamente é uma situação fora da realidade do aluno. Não cabe nesta abordagem discutir a relevân- cia do exemplo, mas certamente existem situações semelhantes, que explicarão o mesmo processo em um contexto mais próximo do aluno. Outra situação a ser pensada é em relação ao funcionamento de equipamentos refrigeradores. Normalmente o livro didático traz a ne- cessidade de o congelador ficar na parte de cima do equipamento para que as correntes de convecção distribuam o ar frio. A questão é que muitos modelos atuais trazem o congelador na parte de baixo e fazem a movimentação do ar frio por meio de um compressor. Estas e outras situações devem ser consideradas tanto na adoção do livro didático, como na sua utilização. Certamente é melhor exis- tirem estes exemplos do que não haver nenhum, porém o professor precisa utilizar exemplos próximos dos alunos para que a aula cumpra seu objetivo pedagógico. Extra Sugere-se a leitura do trabalho de Karine Rita Bresolin: Projetos Temáticos: Ensino de Física na Educação de Jovens Adultos (EJA). Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/128180>. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 31 TERMOLOGIA E MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO Pa rt e2 Atividade Elaborar uma lista com dois eventos cotidianos relacionados com termologias existentes em sua região, e três eventos que não ocorrem em sua região. Referências ARTUSO, Alysson Ramos; SOARES, Marlon Vinícius. Física – Volumes 1, 2 e 3 Editora Positivo, 2013. VASCONCELOS, F. Herbert Lima; et al. Uma Análise Comparativa do Uso de um Objeto de Aprendizagem como Laboratório Virtual Aplicado ao Ensino de Termologia. Disponível em: <www2.virtual.ufc.br/proativa/new/publicacoes/ artigos/4821fb26afc415bfbfd9495332477d98.pdf>. Acesso em: 1.º out. 2015. FONSECA, Maria Cristina da; SANTOS, Sandro Aparecido dos. Mapas conceituais e diagrama como instrumentos de apoio ao ensino dos conceitos de calor e temperatura contemplando uma visão integradora. Disponível em: <www. diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/742-4.pdf>. Acesso em: 1.º out. 2015. BRESOLIN, Karine Rita. Projetos Temáticos: Ensino de Física na Educação de Jovens Adultos (EJA). UFSC, 2014. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/ handle/123456789/128180>. Acesso em: 1.º out. 2015. NETO, Jorge Megid; FRACALANZA, Hilário. O livro didático de ciências: problemas e soluções. Ciência & Educação, v. 9, n. 2, p. 147-157, 2003. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/ciedu/v9n2/01.pdf>. Acesso em: 1.º out. 2015. Resolução da atividade A resolução desta atividade irá variar de acordo com a localização geográfica do aluno, mas uma possível resolução para: eventos que ocorrem na minha região: formação de nuvens (eva- poração), solidificação da água no refrigerador (mudança de fase). eventos que não ocorrem na minha região: formação de geada, congelamento de lagos. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II32 TERMOLOGIA E MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO Pa rt e 3 Apresentação de exemplos do cotidiano em substituição aos do livro didático O uso de exemplos fora do contexto do aluno é um dos motivos que diminuem o interesse pelo estudo de Física. Utilizar exemplos que motivem os alunos e que façam parte do cotidiano deles é fundamen- tal para motivá-los a participar das aulas e a perceber o estudo de Física como algo importante em suas vidas. Nesse ponto, existem vários exemplos de situações que podem ser utilizadas em sala de aula. Um deles é analisar o funcionamento de motores a combustão (ciclo termodinâmico) ao invés de estudar apenas o ciclo de Carnot1. Em relação aos exemplos relacionados com a parte inicial de ter- mologia, existem várias opções que podem ser utilizadas de acordo com a região em que a escola está inserida. O exemplo utilizado em uma escola localizada em uma região que frequentemente sofre com o fenômeno da geada não deve ser o mesmo utilizado em uma escola da região norte do país. Discutir o processo de congelamento de um lago não parece ser um exemplo muito cotidiano no Brasil. Entretanto esse mesmo fenô- meno físico pode ser estudado com a utilização do congelamento de água em uma geladeira. Uma sugestão é estender a discussão e ques- tionar em qual cidade brasileira2 os habitantes tem maior dificuldade para formar cubos de gelo em seus refrigeradores. 1 Neste ponto não se está discutindo a importância conceitual do ciclo de Carnot, mas sugerindo o estudo conjunto de um ciclo que pertença ao cotidiano do aluno. 2 Discutindo a influência da pressão (altitude da cidade) no ponto de fusão da água. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 33 TERMOLOGIA E MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO Pa rt e3 Ainda nesse tópico, muitos livros trazem o exemplo do fenômeno do regelo explicado por meio do experimento realizado por Tyndall. Esse experimento não é muito fácil de ser reproduzido em sala, pois necessita de uma grande pressão e uma temperatura em que o gelo não derreta com o calor do ambiente. Esse fenômeno pode ser expli-cado com o exemplo do regelo sob as lâminas de um patinador. Embora os alunos provavelmente não pratiquem patinação no gelo, eles certa- mente conhecem o esporte da patinação. Se o tópico estudado estiver relacionado com absorção e reemis- são de calor, é possível utilizar, além do clássico exemplo da cor da roupa, o fato do café esfriar mais rapidamente que o leite (nas mes- mas temperaturas iniciais). O café, sendo melhor absorvedor que o leite, é também melhor emissor, resfriando-se mais rapidamente, pois a cor preta absorve muito mais energia radiante que a cor branca e consequente emite mais energia. Pode-se ainda comentar sobre a fun- ção térmica da cobertura (branca) de chantilly usada nas cafeterias. Dessa forma, percebe-se que existem várias possibilidades e exemplos próximos do cotidiano dos alunos. Essas situações devem ser aproveitadas para tornar o estudo mais interessante e com isso motivar os alunos a buscarem maiores informações. Não quer dizer que usar outros exemplos está errado e não deve ser feito, entretanto, é interessante buscar situações que sejam relevantes para os alunos. Extra Propõe-se a leitura do artigo de F. Herbert Lima Vasconcelos, José Aires de C. Filho, Mauro C. Pequeno, Eder Paulus Moraes Guerra, Herik Zednik Rodrigues e Airton F. Sampaio Xavier: Uma Análise Comparativa do Uso de um Objeto de Aprendizagem como Laboratório Virtual Prática Educativa do Ensino da Física II34 TERMOLOGIA E MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO Pa rt e 3 Aplicado ao Ensino de Termologia. Disponível em: <www2.virtual. ufc.br/proativa/new/publicacoes/artigos/4821fb26afc415bfbf- d9495332477d98.pdf>. Atividade Acessar o simulador PhET sobre efeito estufa e analisar as possi- bilidades de utilizá-lo em sala de aula. Disponível em: <https://phet. colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/greenhouse>. Referências ARTUSO, Alysson Ramos; SOARES, Marlon Vinícius. Física –– Volumes 1, 2 e 3. Editora Positivo, 2013. VASCONCELOS, F. Herbert Lima; et al. Uma Análise Comparativa do Uso de um Objeto de Aprendizagem como Laboratório Virtual Aplicado ao Ensino de Termologia. Disponível em: <www2.virtual.ufc.br/proativa/new/publicacoes/ artigos/4821fb26afc415bfbfd9495332477d98.pdf>. Acesso em: 1º. out. 2015. FONSECA, Maria Cristina da; SANTOS, Sandro Aparecido dos. Mapas conceituais e diagrama ADI como instrumentos de apoio ao ensino dos conceitos de calor e temperatura contemplando uma visão integradora. Disponível em: <www. diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/742-4.pdf>. Acesso em: 1.º out. 2015. BRESOLIN, Karine Rita. Projetos Temáticos: Ensino de Física na Educação de Jovens Adultos (EJA). UFSC, 2014. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/ handle/123456789/128180>. Acesso em: 1.º out. 2015. Resolução da atividade A atividade depende do interesse do aluno em realizá-la, uma vez que o objetivo é conhecer o aplicativo. Não há como fazer um gabari- to, e também não há um roteiro específico a ser seguido. Relembrar conceitos fundamentais da Termodinâmica e estudar os ciclos presentes nos motores a combustão (Ciclo Otto). Objetivos: TERMODINÂMICA Aula 3 Prática Educativa do Ensino da Física II 37 TERMODINÂMICA Pa rt e1 Conceitos fundamentais relacionados ao ensino de Termodinâmica O ensino de Termodinâmica pode ser realizado por meio de diversas abordagens pedagógicas. Comumente, os livros didáticos trazem a abordagem via história da Ciência, discutindo a evolução do conceito de calor, e finalizando com a aplicação dos conceitos atuais nos processos cotidianos, em especial nos ciclos termodinâ- micos. Outra abordagem possível é a CTSA, na qual se pode discutir os aspectos econômicos, sociais e ambientais da utilização de má- quinas térmicas e sua importância na história recente (Revolução Industrial), além de embasar o posicionamento dos estudantes fren- te às novas tecnologias. Independente da abordagem utilizada, al- guns conceitos físicos são bastante importantes e devem ser trata- dos com os alunos de modo a permitir a compreensão dos processos térmicos presentes no cotidiano. Nesse ponto, considerando que a escolha dos itens a serem trabalhados depende de fatores específicos para cada professor e escola, não é possível elencar uma lista de tópicos a serem traba- lhados, de qualquer forma, neste texto serão tratados alguns tópi- cos abordados na maioria dos livros didáticos e que trazem maiores questionamentos tanto de professores quanto de alunos. A compreensão das transformações isobáricas, isotérmicas, isométricas e adiabáticas é fundamental para o entendimento dos processos nos ciclos termodinâmicos, que contemplam grande parte dos tópicos estudados no Ensino Médio. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II38 TERMODINÂMICAPa rt e 1 Os processos isotérmicos (temperatura constante) são repre- sentados graficamente por uma curva logarítmica (gráfico PxV), cuja área representa o trabalho realizado pelo gás ou sobre o gás, dependendo do sentido da transformação. Uma questão pouco abor- dada é a forma dessa curva. Em um processo isotérmico, o trabalho do gás ao se expandir de V1 até V2 é dado por: W PdV nRT V dV nRT V dV nRT V VV V V V V V = = = = 1 2 1 2 1 2 1 1 2 ln∫ ∫ ∫ Desse modo, a curva que representa essa transformação é logarítmica. 0 1 1 –1 –2 –3 2 3 2,0 p (atm) V(l) 1,0 0,5 0 2 4 8 y x Gráfico função logarítmica Gráfico transformação isotérmica 2 4 8 Em uma abordagem para o Ensino Médio, não é necessário tratar como calcular a área sob a curva, mas é importante definir claramen- te qual o tipo de gráfico. Ainda sob este aspecto, como a variação da energia interna é nula nesse tipo de processo (ΔU = 0), temos que o trabalho é numericamente igual ao calor recebido/perdido pelo gás. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 39 TERMODINÂMICA Pa rt e1 Os processos isobáricos (pressão constante) possuem um gráfico PxV mais simples, uma vez que a pressão constante implica em um gráfico representado por uma reta paralela ao eixo do volume (hori- zontal). Nesse caso o cálculo da área é bastante simples, pois a figura é um retângulo. A 0 V (cm3) B As transformações isométricas (volume constante) também pos- suem um gráfico PxV mais simples, uma vez que o volume constante implica em um gráfico representado por uma reta paralela ao eixo da pressão (vertical). Nesse caso o cálculo da área não é necessário, pois a área sob a curva é nula. Um resumo dos gráficos do diagrama PxV pode ser representado da seguinte maneira: P Isobárica Adiabática Isométrica Isotérmica V Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II40 TERMODINÂMICAPa rt e 1 O entendimento dos gráficos possibilita uma compreensão mais detalhada dos ciclos termodinâmicos presentes nos motores a com- bustão, que normalmente é um tema de interesse dos alunos. Sendo assim, fazer a explicação detalhada desse ponto facilitará a explica- ção do tópico seguinte e auxiliará no sentido de dar significado a esse tema. Extra Sugere-se a leitura do artigo de Nilton Von Rondow Júnior e Lídia Maria Luz Paixão Ribeiro de Oliveira: O ensino da termodinâmica na perspectiva sociointeracionista: proposta de um livro paradidá- tico. Disponível em: <http://posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/ pdfs/838.pdf>. Atividade Elaborar um mapa conceitual com os principais tópicos de Termodinâmica. Referências VON RONDOW JR, Nilton; OLIVEIRA, Lídia Maria Luz Paixão Ribeiro de. O ensino da termodinâmica na perspectiva sociointeracionista: proposta de um livro paradidático. Disponível em: <http://posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/ pdfs/838.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. SOUZA, Paulo Victor S.; DIAS, Penha M. Cardozo; SANTOS, Filipe M. P. dos. Ensinando a natureza estatística da segunda lei da termodinâmica no Ensino Médio. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 35, n. 2, 2502 (2013). Disponívelem: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/352502.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. PRADELLA, Marcos; MOREIRA, Marco Antonio. Abordagem de conceitos de termodinâmica no ensino médio por meio de unidades de ensino potencialmente significativas. Disponível em: <www.if.ufrgs.br/public/tapf/ pradella_v25_n3.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 41 TERMODINÂMICA Pa rt e1 ARAÚJO, Rafaele Rodrigues de. Temas estruturadores no ensino de física: potencializando a aprendizagem em termodinâmica no Ensino Médio através de unidades didáticas. Disponível em: <http://repositorio.furg.br/handle/1/2854>. Acesso em: 19 out. 2015. Resolução da atividade Mapa Conceitual Termodinâmica Fenômenos Térmicos Termodinâmica Teoria Cinética dos Gases Temperatura Capacidade Térmica Calor Específico Trabalho Energia Interna Variável de Estado Equilíbrio Térmico (Lei Zero da Termodinâmica) Conservação da Energia (1.ª Lei da Termodinâmica) Aumento da Entropia (2.ª Lei da Termodinâmica) EntropiaCalor (energia térmica) Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II42 TERMODINÂMICAPa rt e 2 Abordagem da Termodinâmica por meio do funcionamento de motores a combustão (CTSA) I O estudo da Termodinâmica, em particular dos ciclos termodinâ- micos, pode ser realizado de várias formas, de acordo com os objeti- vos estabelecidos pelo professor. Neste texto, será apresentada uma abordagem metodológica de acordo com os princípios CTSA. A abordagem CTSA tem como um dos objetivos a formação de alu- nos que compreendam as implicações da evolução científica no con- texto de sua sociedade, juntamente com a compreensão de que as decisões sobre a utilização ou não de determinada tecnologia devem levar em consideração fatores econômicos, sociais, culturais, entre outros. Nesse sentido, é possível utilizar uma abordagem CTSA para o es- tudo dos motores a combustão interna, e por consequência, o estudo dos ciclos termodinâmicos. Como prevê esse tipo de abordagem, o objetivo final da atividade está relacionado com a discussão sobre a utilização de motores de combustão interna e a relação econômica e social da adoção desse tipo de matriz. A atividade pode ser organizada de modo a abordar os seguintes temas: • funcionamento dos motores de combustão interna; • rendimento dos motores de combustão interna; • questões tecnológicas e sociais (ciclo da cana de açúcar, rede de distribuição etc.) da utilização desta matriz energética; • possibilidades de utilização de outras matrizes energéticas para os veículos. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 43 TERMODINÂMICA Pa rt e2 Inicialmente é necessário conhecer o funcionamento dos motores de combustão interna. As demais questões levantadas na abordagem CTSA devem iniciar neste ponto, caminhando para discussão sobre a utilização de veículos elétricos e sobre a questão ambiental e social de todo o ciclo dos com- bustíveis (gasolina e etanol). É importante perceber que uma mudança na matriz energética dos veículos traz implicações em vários setores da sociedade e esse fato impacta diretamente na dificuldade de implantação dessas mudanças. Extra Aconselha-se a leitura do artigo de Paulo Victor S. Souza , Penha M. Cardozo Dias e Filipe M.P. dos Santos: Ensinando a natureza es- tatística da segunda lei da termodinâmica no Ensino Médio. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 35, n. 2, 2502 (2013). Disponível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/352502.pdf>. Atividade Propor um tema de abordagem CTSA relacionado com Termodinâmica. Referências VON RONDOW JR, Nilton; OLIVEIRA, Lídia Maria Luz Paixão Ribeiro de. O ensino da termodinâmica na perspectiva sociointeracionista: proposta de um livro paradidático. Disponível em: <http://posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/ pdfs/838.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. SOUZA, Paulo Victor S.; DIAS, Penha M. Cardozo; SANTOS, Filipe M.P. dos. Ensinando a natureza estatística da segunda lei da termodinâmica no Ensino Médio. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 35, n. 2, 2502 (2013). Disponível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/352502.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. Prática Educativa do Ensino da Física II44 TERMODINÂMICAPa rt e 2 PRADELLA, Marcos; MOREIRA, Marco Antonio. Abordagem de conceitos de termodinâmica no Ensino Médio por meio de unidades de ensino potencialmente significativas. Disponível em: <www.if.ufrgs.br/public/tapf/ pradella_v25_n3.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. ARAÚJO, Rafaele Rodrigues de. Temas estruturadores no ensino de física: potencializando a aprendizagem em termodinâmica no Ensino Médio através de unidades didáticas. Disponível em: <http://repositorio.furg.br/handle/1/2854>. Acesso em: 19 out. 2015. Resolução da atividade Um tema possítvel de abordagem CTSA envolvendo Termodinâmica é o estudo da evolução da máquinas térmicas. A abordagem pode levar em consideração: funcionamento das máquinas a vapor; importância histórica das máquinas a vapor; funcionamento dos motores atuais; outros itens. Prática Educativa do Ensino da Física II 45 TERMODINÂMICA Pa rt e3 Abordagem da Termodinâmica por meio do funcionamento de motores a combustão (CTSA) II Neste texto serão abordados os principais tópicos associados aos conteúdos de Física do Ensino Médio (ciclo de Otto), sem entrar em maiores detalhes sobre as partes que compõem um motor. De modo geral, os motores atuais são derivações da aplicação dos ciclos construídos por Otto (1872) e Diesel (1893). Os motores basea- dos no ciclo Otto utilizam combustível de baixa volatilidade (gasolina, etanol ou sua mistura) e necessitam de uma centelha, produzida pelo sistema elétrico, para sua ignição. Já os motores baseados no ciclo Diesel baseiam-se na injeção do combustível (Diesel) sob pressão na câmara de combustão. A explosão ocorre pela compressão de ar e con- sequente elevação da temperatura. O ciclo Otto funciona em uma sequência de quatro (ciclo de 4 tempos) movimentos do pistão, resultando em quatro etapas do ciclo termodinâmico. A figura a seguir apresenta o ciclo Otto teórico. Ciclo de Otto real 1.º tempo: ab → admissão 2.º tempo: bc → compressão 3.º tempo: cd → explosão def → expansão 4.º tempo: fb → descarga ba → exaustão A figura foi modificada com base na original extraída do artigo “Máquinas térmicas à combustão interna de Otto e de Diesel” –– autor Fernando Lang (lang@if.ufrgs.br). Pd = λPc Pc Volume Pr es sã o c d e f a b Va Ve = ρva Vb = εva Fonte: <www.if.ufrgs.br/fis183/textos/maquinas/maquinas.html>. D an ie l S ch ul z – U FR G S – 20 09 Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II46 TERMODINÂMICAPa rt e 3 No primeiro tempo (admissão, a→b) a mistura de ar e combustível é inserida no pistão em um processo isobárico (pressão menor que 1 atm), com temperatura entre 340K e 400K. No segundo tempo (compressão b→c) o pistão comprime a mis- tura, aumentando a pressão (entre 8 atm e 15 atm) elevando a tem- peratura para um valor entre 600K e 750K. Esta etapa é um processo adiabático, pois não há transferência de calor nem para fora nem para dentro da mistura. No terceiro tempo (explosão e expansão c→d→e→f) ocorre a ex- plosão do combustível (em C), provocada pela centelha elétrica, oca- sionando o aumento da temperatura (2300K a 2700K) e a consequente expansão do gás. No quarto tempo (descarga e exaustão f→b→a), ao final da ex- pansão ocorre a diminuição da temperatura (900K a 1100 K) e a pres- são fica na faixa de 4 a 6 atm. Abre-se, então, a válvula de escape e praticamente sem variar o volume, o gás que se encontra no interior do cilindro escapa para a atmosfera, reduzindo-se a pressão a 1 atm. Por fim, o pistão sobe retomando o volume mínimo, expulsando quase todo o gás restante para a atmosfera. Você pode consultar o endereço eletrônico <www.if.ufrgs.br/cref/leila.motor4t.htm>.O rendimento teórico do ciclo Otto é dado η γ= − −1 1 1( )( )r , onde r é a taxa de compressão ( V1 V2 ) e γ é a taxa específica (depende do gás). O padrão de compressão para automóveis comuns é 10:1 e γ para mistu- ra ar/combustível é próximo de 1,3. No caso dos motores que utilizam este ciclo o rendimento real possui valores próximos a 25%. Assim, conhecendo o funcionamento do ciclo Otto, pode-se com- preender as questões tecnológicas envolvidas na utilização de motores Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 47 TERMODINÂMICA Pa rt e3 baseados neste ciclo. Esse conhecimento é necessário para desenca- dear as discussões a respeito da utilização desse tipo de combustível, principalmente no que diz respeito ao seu rendimento. É interessante comparar com os motores a diesel (que atualmente utilizam o ciclo misto Diesel-Otto), cujo rendimento se encontra na faixa entre 30% e 38%. Extra Sugere-se a leitura do artigo de Marcos Pradella e Marco Antonio Moreira: Abordagem de conceitos de termodinâmica no ensino mé- dio por meio de unidades de ensino potencialmente significativas. Disponível em: <www.if.ufrgs.br/public/tapf/pradella_v25_n3.pdf>. Atividade Analisar o gráfico PxV do ciclo Diesel em função da 1.ª lei da termodinâmica. Referências VON RONDOW JR, Nilton; OLIVEIRA, Lídia Maria Luz Paixão Ribeiro de. O ensino da termodinâmica na perspectiva sociointeracionista: proposta de um livro paradidático. Disponível em: <http://posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/ pdfs/838.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. SOUZA, Paulo Victor S.; DIAS, Penha M. Cardozo; SANTOS, Filipe M.P. dos. Ensinando a natureza estatística da segunda lei da termodinâmica no Ensino Médio. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 35, n. 2, 2502 (2013). Disponível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/352502.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. PRADELLA, Marcos; MOREIRA, Marco Antonio. Abordagem de conceitos de termodinâmica no Ensino Médio por meio de unidades de ensino potencialmente significativas. Disponível em: <www.if.ufrgs.br/public/tapf/ pradella_v25_n3.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. Prática Educativa do Ensino da Física II48 TERMODINÂMICAPa rt e 3 ARAÚJO, Rafaele Rodrigues de. Temas estruturadores no ensino de física: potencializando a aprendizagem em termodinâmica no Ensino Médio através de unidades didáticas. Disponível em: <http://repositorio.furg.br/handle/1/2854>. Acesso em: 19 out. 2015. Resolução da atividade Ciclo Diesel –– Padrão a ar P2 P3 P1 P T T3 T2 T1 = v w Q qh v2 v3 v1 = v4 s1 = s2 s3 = s4 S Legenda: Estado 1 → 2 = Compressão isentrópica. Estado 2 → 3 = Combustão Espontânea – transf. de calor isobárica – volume não constante. Estado 3 → 4 = Expansão isentrópica. Estado 4 → 1 = Escape de gases queimados e admisão de combustível mais ar. w = trabalho específico. qh = high heat – alto calor. Q = calor total. ql = low heat – baixo calor. 2 3 2 3 4 1 4 1 ql Incentivar o ensino de magnetismo por meio da metodologia de resolução de problemas. Objetivo: MAGNETISMO Aula 4 Prática Educativa do Ensino da Física II 51 MAGNETISMO Pa rt e1 Conceitos fundamentais relacionados ao ensino de magnetismo O magnetismo é um assunto normalmente tratado no 3.º ano do Ensino Médio que contempla os tópicos relacionados ao estudo das fontes de campo magnético, força magnética e indução magnética. O estudo do campo magnético é um dos principais pontos desse assunto, uma vez que todas as demais interações se dão por meio dele. Ele é originado por cargas em movimento e é não conservativo. Nesse ponto é importante ressaltar algumas diferenças em rela- ção ao campo elétrico, normalmente estudado no mesmo ano letivo. O campo elétrico é conservativo, o que implica em podermos associar a ele a energia potencial elétrica. Já o campo magnético não é con- servativo, uma vez que possui linhas de campo fechadas. Nesse caso, uma carga de prova que percorrer um caminho fechado realizará um trabalho não nulo1. Em relação à força magnética, cargas elétricas em movimento dentro de um campo magnético poderão sofrer a ação de campos mag- néticos2. Em geral, a direção e sentido da força magnética são dados pela regra da mão esquerda, entretanto essa regra só pode ser aplica- da se os vetores campo magnético e velocidade forem perpendicula- res. Um erro comum é utilizar essa regra quando estes vetores não são perpendiculares. Neste caso é necessário utilizar o cálculo de produto vetorial, por meio do determinante, para a determinação do vetor força magnética. Normalmente não se chega a este nível de comple- xidade no Ensino Médio, mas é importante frisar a limitação da regra 1 A condição para um campo ser conservativo é F dl c ⋅ = 0�∫ . 2 A força será nula se a velocidade for paralela ao campo. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II52 MAGNETISMOPa rt e 1 da mão esquerda. Um ponto interessante é perceber que a 3.ª lei de Newton não vale para a força magnética. No tópico sobre indução magnética, um dos pontos chave é a determinação correta do fluxo magnético. Os livros didáticos trazem várias analogias3 em relação a esse conceito. De qualquer forma, é imprescindível a compreensão de que é a variação do fluxo magnético que faz surgir a d.d.p. induzida (lei de Faraday). Esse entendimento será muito importante no momento da compreensão do funcionamen- to de um gerador em uma usina e a consequente geração de corrente alternada. O estudo sobre as formas de transmissão de energia elétrica (cor- rente alternada X contínua) é outro tópico que pode ser trabalhado. Normalmente os livros didáticos tratam da corrente alternada, sem comparar com a contínua. O entendimento das vantagens e desvanta- gens de cada modo de transmissão, juntamente com a compreensão do processo histórico que levou a adoção da corrente alternada, pode ser o fio condutor de uma discussão mais ampla envolvendo o funcio- namento dos transformadores e dos demais equipamentos elétricos usuais. Extra Recomenda-se a leitura do artigo de Cristina Fátima de Jesus Silva Pires, Paulo Celso Ferrari e José Rildo de Oliveira Queiroz: A tecno- logia do motor elétrico para o ensino de Eletromagnetismo numa abordagem problematizadora. Disponível em: <https://periodicos. utfpr.edu.br/rbect/article/view/1525/1141>. 3 Este texto faz algumas análises sobre o uso de analogias no ensino: Fernanda C. Bozelli, Roberto Nardi. Explicação no ensino de física: o uso de analogias em sala de aula por licenciandos. Disponível em: <www.nutes.ufrj.br/abra- pec/vienpec/CR2/p616.pdf>. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 53 MAGNETISMO Pa rt e1 Atividade Elaborar um mapa conceitual sobre os principais tópicos de magnetismo. Referências PAULA, Anderson Gomes de; VIANNA, Deise Miranda. Levitação eletrodinâmica – o ensino de física, baseado no enfoque CTS, na discussão para melhoria da qualidade do nosso ar. Disponível em: <www.cienciamao. usp.br/dados/snef/_levitacaoeletrodinamica-.trabalho.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. SOUZA, Célia Maria Soares Gomes de; MOREIRA, Marco Antonio; MATHEUS, Thiago Alexandre Melo. A Resolução de Situações-Problema Experimentais no Campo Conceitual do Eletromagnetismo: Uma Tentativa de Identificação de Conhecimentos Em Ação. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/12276/1/ ARTIGO_Resolu%C3%A7%C3%A3oSitua%C3%A7%C3%B5esProblema.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. PIRES, Cristina Fátima de Jesus Silva; FERRARI, Paulo Celso; QUEIROZ, José Rildo de Oliveira. A tecnologia do motor elétrico para o ensino de Eletromagnetismo numa abordagem problematizadora. Disponível em: <https://periodicos.utfpr. edu.br/rbect/article/view/1525/1141>. Acesso em: 19 out. 2015. BOZELLI, Fernanda C.; NARDI, Roberto. Explicação no ensino de física: o uso de analogias em sala de aula por licenciandos. Disponível em: <www.nutes.ufrj.br/ abrapec/vienpec/CR2/p616.pdf>.Acesso em: 19 out. 2015. Prática Educativa do Ensino da Física II54 MAGNETISMOPa rt e 1 Resolução da atividade Magnetismo Fenômeno que ocorre na matéria devido a propriedades dos Que apresentam uma É inversamente proporcional Combinando-se, formam materiais Formando São Tem força de Podendo apresentar Forma formando Com valor num explicada pela ao redor doPode ser obtido pela ação de uma característica Estabelece que Tem forma Que produz uma é definido como relaciona Explicado pela Equação Em movimento sofre a ação de uma Depende Variando numa Atuando numa Sofrem influência direta do Sofrem influência oposta do Não sofrem influência do Formam um ângulo (θ) Átomos Área Temperatura Retilínea Condutor B = (μi)/2πR Espiral solenoide Ímãs Artificiais Corrente Elétrica Orientação Ímãs Naturais Ferromagnéticos Paramagnéticos Atração Polaridade Contrária Repulsão Mesma Polaridade Diamagnéticos Campo Magnético Lei de Ampére Fechado Direção N → S Fluxo Magnético variável (∆Φ) Circular d.d.p (Є) Lei de Faraday Força magnética Velocidade F = BqVsenθ Carga elétrica Є = ∆Φ/∆t Prática Educativa do Ensino da Física II 55 MAGNETISMO Pa rt e2 Resolução de problemas no ensino de magnetismo I O ensino de Física deve ser voltado para o desenvolvimento de ha- bilidades e competências importantes para a vivência do aluno, dentro e fora do ambiente acadêmico. Os PCNs indicam que o foco do ensino de Física deve ser voltado para a interdisciplinaridade e a contextua- lização do conhecimento. Nesse aspecto, torna-se importante utilizar metodologias que busquem aproximar o assunto estudado das aplica- ções práticas e cotidianas dos alunos. Os tópicos relacionados com magnetismo costumam sofrer, tanto nos livros didáticos, quanto nas abordagens em sala de aula, um dis- tanciamento da realidade do aluno, até porque estes não costumam perceber a importância diária do magnetismo na transmissão por cor- rente alternada, na geração da energia elétrica na usina, entre outros exemplos. Uma sugestão para minimizar este aspecto é a utilização da meto- dologia de resolução de problemas no ensino de magnetismo. De acor- do com as teorias de ensino, uma situação é caracterizada como um problema quando, para resolvê-la, é exigido do indivíduo um processo de reflexão, com tomadas de decisão sobre a sequência de passos a ser seguida. Neste ponto, serão apresentadas situações envolvendo resolução de problemas aplicados aos tópicos de magnetismo, procurando dimi- nuir/substituir a utilização de exercícios1. Um tópico que causa muito incômodo nos alunos é o estudo do campo magnético no interior de bobinas e solenoides. Além da óbvia 1 Um exercício é caracterizado por uma sequência de passos automatizada, sem exigir nenhuma habilidade nova. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II56 MAGNETISMOPa rt e 2 discussão a respeito da necessidade de se tratar desses assuntos, a simples determinação do campo magnético no interior desses elemen- tos agrega muito pouco à vida do aluno, uma vez que normalmente não está relacionado com seu cotidiano. Extra Sugere-se a leitura do artigo de Célia Maria Soares Gomes de Sousa, Marco Antonio Moreira e Thiago Alexandre Melo Matheus: A Resolução de Situações-Problema Experimentais no Campo Conceitual do Eletromagnetismo: Uma Tentativa de Identificação de Conhecimentos-em- Ação. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/12276/1/ ARTIGO_Resolu%C3%A7%C3%A3oSitua%C3%A7%C3%B5esProblema.pdf>. Atividade Propor uma abordagem não tradicional para o estudo da lei de Faraday. Referências PAULA, Anderson Gomes de; VIANNA, Deise Miranda. Levitação eletrodinâmica – o ensino de física, baseado no enfoque CTS, na discussão para melhoria da qualidade do nosso ar. Disponível em: <www.cienciamao.usp.br/dados/snef/_ levitacaoeletrodinamica-.trabalho.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. SOUZA, Célia Maria Soares Gomes de; MOREIRA, Marco Antonio; MATHEUS, Thiago Alexandre Melo. A Resolução de Situações-Problema Experimentais no Campo Conceitual do Eletromagnetismo: Uma Tentativa de Identificação de Conhecimentos-Em-Ação. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/12276/1/ARTIGO_Resolu%C3 %A7%C3%A3oSitua%C3%A7%C3%B5esProblema.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 57 MAGNETISMO Pa rt e2 PIRES, Cristina Fátima de Jesus Silva; FERRARI, Paulo Celso; QUEIROZ, José Rildo de Oliveira. A tecnologia do motor elétrico para o ensino de Eletromagnetismo numa abordagem problematizadora. Disponível em: <https://periodicos.utfpr. edu.br/rbect/article/view/1525/1141>. Acesso em: 19 out. 2015. BOZELLI, Fernanda C.; NARDI, Roberto. Explicação no ensino de física: o uso de analogias em sala de aula por licenciandos. Disponível em: <www.nutes.ufrj. br/abrapec/vienpec/CR2/p616.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. Resolução da atividade Uma proposta de abordagem não tradicional sobre a lei de Faraday é a utilização do simulador PHET. Nesse simulador é possível verificar a variação do fluxo magnético em função dos parâmetros área da espira, ângulo e velocidade de rotação. O simulador pode ser encontrado em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/ legacy/generator>. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II58 MAGNETISMOPa rt e 3 Resolução de problemas no ensino de magnetismo II Neste texto serão apresentados alguns exemplos de situações-pro- blema que podem ser utilizados em sala de aula. Uma delas é questionar os alunos sobre qual seria o melhor formato para que se consiga maior área com menor volume. A motivação para essa busca é a dependên- cia da área na questão do fluxo magnético. Esta discussão levará a um formato semelhante ao de uma bobina. A atividade pode dar início ao estudo do funcionamento dos geradores elétricos das usinas. Outra situação-problema que pode ser utilizada em sala de aula é a transformação de exercícios em situações-problema. Exercícios se- melhantes ao exemplo podem ser transformados da seguinte maneira: Exercício: Um campo magnético uniforme faz um angulo de 30° com o eixo de uma espira circular de 300 voltas e um raio de 4 cm. O campo varia a uma taxa de 85 T/s. Determine o módulo da f.e.m. induzida na espira. Alteração visando à utilização com RP: As usinas hidroelétricas utilizam geradores baseados na indução magnética para a conversão de energia potencial em energia elétrica. a) Qual a relação entre vazão da água na usina e a quantidade de energia elétrica gerada? b) Qual a relação entre velocidade de rotação da turbina e a d.d.p. gerada? Essas e outras situações procuram diminuir a utilização de exer- cícios puramente matemáticos e de repetição. Embora se conheça a importância da repetição de procedimentos, deve-se sempre buscar Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 59 MAGNETISMO Pa rt e3 mesclar exercícios de repetição com questões que desenvolvam a ha- bilidade de resolver problemas, formando, com isso, alunos com as habilidades e competências necessárias para enfrentar as situações cotidianas. Extra Indica-se a leitura do artigo de Anderson Gomes de Paula e Deise Miranda Vianna: Levitação eletrodinâmica – o ensino de física, ba- seado no enfoque CTS, na discussão para melhoria da qualidade do nosso ar. Disponível em: <www.cienciamao.usp.br/dados/snef/_levi- tacaoeletrodinamica-.trabalho.pdf>. Atividade Transformar o exercício a seguir em uma situação-problema. Uma espira circular de raio R é mantida próxima de um fio reti- líneo muito grande percorrido por uma corrente I = 62,8 A. Qual o valor da corrente que percorrerá a espira para que o campo magnético resultante no centro da espira seja nulo? Referências PAULA, Anderson Gomes de; VIANNA, Deise Miranda. Levitação eletrodinâmica – o ensino defísica, baseado no enfoque CTS, na discussão para melhoria da qualidade do nosso ar. Disponível em: <www.cienciamao.usp.br/dados/snef/_ levitacaoeletrodinamica-.trabalho.pdf>. SOUZA, Célia Maria Soares Gomes de; MOREIRA, Marco Antonio; MATHEUS, Thiago Alexandre Melo. A resolução de situações-problema experimentais no campo conceitual do eletromagnetismo: uma tentativa de identificação de conhecimentos- em-ação. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/12276/1/ ARTIGO_Resolu%C3%A7%C3%A3oSitua%C3%A7%C3%B5esProblema.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. Prática Educativa do Ensino da Física II60 MAGNETISMOPa rt e 3 PIRES, Cristina Fátima de Jesus Silva; FERRARI, Paulo Celso; QUEIROZ, José Rildo de Oliveira. A tecnologia do motor elétrico para o ensino de Eletromagnetismo numa abordagem problematizadora. Disponível em: <https://periodicos.utfpr. edu.br/rbect/article/view/1525/1141>. Acesso em: 19 out. 2015. BOZELLI, Fernanda C.; NARDI, Roberto. Explicação no ensino de física: o uso de analogias em sala de aula por licenciandos. Disponível em: <www.nutes.ufrj. br/abrapec/vienpec/CR2/p616.pdf>. Acesso em: 19 out. 2015. Resolução da atividade A atividade não possui um gabarito oficial, pois depende da cria- tividade do aluno. Uma possível resposta é: uma espira circular é colocada próxima a uma linha de transmissão de alta tensão. Analisar a possibilidade de se fazer acender uma lâmpada conectada a esta espira. Compreender a evolução do conceito de luz e suas implicações atuais. Objetivo: FÍSICA MODERNA Aula 5 Prática Educativa do Ensino da Física II 63 FÍSICA MODERNA Pa rt e1 Entendimento do conceito de luz – onda versus partícula O entendimento do conceito de luz sofreu várias mudanças ao longo da história. Na Grécia Antiga, Aristóteles propôs uma explicação para a luz, ao afirmar que a luz, ao bater nos objetos, arrancava uma camada superficial de átomos e estes átomos carregavam informações sobre ele que seriam captadas quando a luz atingia os olhos. Essa ex- plicação foi sendo deixada de lado por não responder adequadamente a duas situações: uma relacionada com o desgaste que esses objetos sofreriam devido à perda de átomos e outra associada ao fato de não serem observadas imagens embaralhadas, provenientes das colisões de átomos de dois objetos distintos. Em 1672, Newton publicou o trabalho intitulado “A nova teoria sobre Luz e cores”, no qual apresenta uma explicação para a decom- posição das cores por um prisma. Ele afirmou que a luz branca era uma mistura heterogênea de raios com cores e refrangibilidades1 diferen- tes. Em seu trabalho, explicou que cada cor estava relacionada a uma refração específica e sugere que os raios, após passarem pelo prisma, realizam trajetórias curvas, comparando com uma bola de tênis. Esse trabalho suscitou vários questionamentos e críticas. Christiaan Huygens propôs que a propagação da luz era semelhante à propagação do som no ar. Assim como o som precisa de um meio material para se propagar, a luz se propagaria pelo éter. Dessa forma, Huygens propõe a luz como uma onda (semelhante ao som). 1 Sofrem refrações diferentes. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II64 FÍSICA MODERNAPa rt e 1 Em 1809, Mallus publicou um trabalho demonstrando que a luz poderia ser polarizada. Este fato estabeleceu o comportamento ondu- latório da luz, e mais do que isso, que a luz era uma onda transversal, pois apenas ondas transversais podem ser polarizadas. Entre 1861 e 1862, Maxwell publicou seus trabalhos a respeito das linhas de força. Como resultado de seu trabalho, surge a maneira de se encontrar a velocidade das ondas eletromagnéticas (v = 1 0 0ε µ ). Neste período, outros experimentos já haviam medido a velocidade da luz com certa exatidão. Então, dessa maneira, chegou-se a conclusão de que a luz era um tipo de onda eletromagnética. Em 1905, Einstein publicou um trabalho sobre o efeito fotoelé- trico, demonstrando o comportamento corpuscular da luz. Assim sen- do, chegamos ao entendimento atual sobre o comportamento dual da luz, ou seja, a luz possui comportamentos simultâneos de onda e de partícula. Extra Sugere-se a leitura do artigo de Cibele Celestino da Silva e Roberto de Andrade Martins: A “nova teoria sobre luz e cores” de Isaac Newton: uma tradução comentada. Publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 18, n.4, Dezembro, 1996. Disponível em: <www. sbfisica.org.br/rbef/pdf/v18a33.pdf>. Atividade Elaborar uma linha do tempo com os principais fatos que contri- buíram para o atual entendimento do conceito de luz. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 65 FÍSICA MODERNA Pa rt e1 Referências SILVA, Cibele Celestino da; MARTINS, Roberto de Andrade. A nova teoria sobre luz e cores de Isaac Newton: uma tradução comentada. Publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 18, n.4, Dezembro, 1996. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/v18a33.pdf>. Acesso em: 15 out. 2015. GIRCOREANO, José Paulo; PACCA, Jesuína Lopes de Almeida. O ensino da óptica na perspectiva de compreender a luz e a visão. Publicado no Caderno Cat. de Ensino de Física, v. 18. n. 1, p.26-40, abr. 2001. Disponível em: <https:// periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/6687/6154>. Acesso em: 15 out. 2015. CARVALHO, Silvia Helena Mariano de. Einstein – Uma Luz sobre a Luz. 2005. Disponível em: <www.cdcc.usp.br/fisica/Professores/Einstein-SHMCarvalho/ Einstein-SHMCarvalho.pdf>. Acesso em: 15 out. 2015. SILVA, Boniek Venceslau da Cruz; MARTINS, André Ferrer Pinto. A natureza da luz e o ensino da óptica: uma experiência didática envolvendo o uso da história e da filosofia da ciência no Ensino Médio. Publicado em Experiências em Ensino de Ciências, v. 5, p. 71-91, 2010. Disponível em: <www.if.ufrgs.br/eenci/artigos/ Artigo_ID110/v5_n2_a2010.pdf>. Acesso em: 15 out. 2015. Resolução da atividade A linha do tempo deve conter pelo menos as seguintes descobertas: descoberta de que a luz sofre difração (Huygens); descoberta de que a luz é uma onda transversal (Mallus); descoberta de que a velocidade da luz é a mesma das ondas ele- tromagnéticas (Maxwell); descoberta do efeito fotoelétrico (Einstein). Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II66 FÍSICA MODERNAPa rt e 2 Entendimento do conceito de luz – efeito fotoelétrico O entendimento a respeito do efeito fotoelétrico foi construído por vários pesquisadores até se chegar ao resultado obtido por Einstein em 1905, comprovado posteriormente por Millikan em 1916. Em 1887, Heinrich Hertz observou que uma faísca proveniente de uma superfície gerava uma faísca secundária em outra superfície. Ele inseriu uma proteção na superfície secundária e percebeu que o efeito não se alterava, independente se a proteção fosse condutora ou iso- lante, o que afastou o caráter eletrostático do fenômeno. Em 1888, Wilhelm Hallwachs mostrou que corpos metálicos irra- diados com luz ultravioleta adquiriam carga positiva. Em 1889, basea- do nos resultados já conhecidos, J.J. Thomson postulou que o efeito fotoelétrico consistia na emissão de elétrons. Para prová-lo, demons- trou experimentalmente que o valor de e/m das partículas emitidas no efeito fotoelétrico era o mesmo que para os elétrons associados aos raios catódicos. Todos estes estudos foram moldando o entendimento sobre o fe- nômeno. Em 1903, Lenard provou que a energia dos elétrons emitidos não apresentava a menor dependência da intensidade da luz. Em 1904, Schweidler mostrou que a energia do elétron era proporcional à fre- quência da luz. A partir desses resultados e também considerando a quantização da energia, proposta por Planck, Einstein propôs que a luz fosse com- posta de corpúsculos (fótons) e que um quantum de luz transfere toda a sua energia individualmente a cada elétron. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa doEnsino da Física II 67 FÍSICA MODERNA Pa rt e2 Fonte: Caio Correia (https://dfte.ufrn.br/ caio/index.html). Ele propôs que a energia cinética do elétron ejetado está relacio- nada à energia do fóton e a função trabalho (dependente do material), de acordo com a seguinte relação: Emax = hf – W. Em 1912, foi demonstrado que o gráfico dependia do material irradiado. Em 1916, Millikan comprovou experimentalmente a teoria proposta por Einstein. Gráfico do efeito fotoelétrico. Fonte: <www.if.ufrgs.br/~betz/iq_XX_A/fotoElec/aFotoElecText.htm>. declividade = h Kmax (eV) (1015Hz) 4 2 0 –2 0.5 1.1 1.5 v v0 –w0 Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II68 FÍSICA MODERNAPa rt e 2 O entendimento completo deste fenômeno possibilitou perceber o comportamento corpuscular da luz. A partir desse momento enten- deu-se que o comportamento da luz é dual, ou seja, que ela se com- porta como onda e como partícula simultaneamente. Uma sugestão de abordagem desse tópico em sala de aula é a uti- lização do simulador PhET sobre efeito fotoelétrico. Nesse simulador é possível variar todos os parâmetros relevantes e estudar o fenômeno de maneira detalhada. Um ponto importante na abordagem desse tó- pico é reforçar a importância histórica do fenômeno no entendimento da luz. Extra Aconselha-se a leitura do artigo de Silvia Helena Mariano de Carvalho: Einstein – uma luz sobre a luz. 2005. Disponível em: <www.cdcc.usp.br/fisica/Professores/Einstein-SHMCarvalho/Einstein- SHMCarvalho.pdf>. Acesso em: 20. nov. 2015. Atividade Acessar o simulador PhET sobre efeito fotoelétrico e elaborar um plano de aula baseado na utilização do simulador para explicação do Efeito. Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/ legacy/photoelectric>. Referências SILVA, Cibele Celestino da; MARTINS, Roberto de Andrade. A nova teoria sobre luz e cores de Isaac Newton: uma tradução comentada. Publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 18, n. 4, Dezembro, 1996. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/v18a33.pdf>. Acesso em: 15 out. 2015. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 69 FÍSICA MODERNA Pa rt e2 GIRCOREANO, José Paulo; PACCA, Jesuína Lopes de Almeida. O ensino da óptica na perspectiva de compreender a luz e a visão. Publicado no Caderno Cat. de Ensino de Física, v. 18. n. 1, p. 26-40, abr. 2001. Disponível em: <https:// periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/6687/6154>. Acesso em: 15 out. 2015. CARVALHO, Silvia Helena Mariano de. Einstein – Uma Luz sobre a Luz. 2005. Disponível em: <www.cdcc.usp.br/fisica/Professores/Einstein-SHMCarvalho/ Einstein-SHMCarvalho.pdf>. Acesso em: 15 out. 2015. SILVA, Boniek Venceslau da Cruz; MARTINS, André Ferrer Pinto. A natureza da luz e o ensino da óptica: uma experiência didática envolvendo o uso da história e da filosofia da ciência no Ensino Médio. Publicado em Experiências em Ensino de Ciências, v. 5, p. 71-91, 2010. Disponível em: <www.if.ufrgs.br/eenci/artigos/ Artigo_ID110/v5_n2_a2010.pdf>. Acesso em: 15 out. 2015. Resolução da atividade Uma sugestão é utilizar o simulador como laboratório experimen- tal e mostrar os diferentes valores da função trabalho para os diver- sos metais. Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II70 FÍSICA MODERNAPa rt e 3 Entendimento atual do conceito de luz O ano de 2015 foi escolhido pela UNESCO como Ano Internacional da Luz. De acordo com o site da instituição, a escolha é uma iniciativa mundial que vai destacar a importância da luz e das tecnologias ópti- cas na vida dos cidadãos, assim como no futuro e no desenvolvimento das sociedades de todo o mundo. A relevância da luz na vida atual é bastante conhecida, uma vez que o modo de vida atual é baseado na luz, seja para atividades mais técnicas como a transmissão de infor- mações, para utilizações na medicina ou mesmo nas atividades diárias. Dessa forma, verifica-se a importância do entendimento a respei- to da luz. Esta evolução no entendimento possibilitou a descoberta do seu comportamento dual, que significa que a luz possui simultanea- mente comportamento de partícula e de onda. Essa dualidade é um fenômeno bastante intrigante, uma vez que normalmente só é possível verificar um dos comportamentos nos expe- rimentos realizados com a luz. Ou seja, em cada experimento, perce- be-se um dos comportamentos, como por exemplo, no efeito fotoelé- trico se percebe o corpuscular e, por sua vez, na difração verifica-se o comportamento ondulatório. Além disso, a teoria da relatividade elevou o status da luz, uma vez que todas as suas consequências provêm do fato da velocidade da luz independer do referencial adotado. Dessa forma, a luz aparece como um dos pilares dessa teoria. Além disso, a compreensão sobre a luz possibilitou o avanço da ciência, quando De Broglie sugeriu o comportamento ondulatório para partículas, o que foi verificado mais tarde para os elétrons. Ou seja, Prática Educativa do Ensino da Física IIPrática Educativa do Ensino da Física II 71 FÍSICA MODERNA Pa rt e3 os prótons, nêutrons e elétrons quando atingem uma fenda formam figuras de difração, evidenciando o comportamento ondulatório da matéria. Assim, devido a sua importância tanto na vida cotidiana, como na ciência e na construção do conhecimento científico, pode-se afirmar que a luz é um dos conceitos mais importantes da ciência, e desta forma, deve ser tratado com a relevância merecida em sala de aula. Extra Sugere-se a leitura do artigo de Boniek Venceslau da Cruz Silva e André Ferrer Pinto Martins: A natureza da luz e o ensino da óptica: uma experiência didática envolvendo o uso da história e da filosofia da ciência no Ensino Médio. Disponível em: <www.if.ufrgs.br/eenci/ artigos/Artigo_ID110/v5_n2_a2010.pdf>. Acesso em: 15 out. 2015. Atividade Acessar o simulador PhET para o estudo de interferências e verifi- car as figuras de difração formadas por partículas que incidem em fen- das duplas. Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simu- lation/legacy/quantum-wave-interference>. Acesso em: 15 out. 2015. Referências SILVA, Cibele Celestino da; MARTINS, Roberto de Andrade. A nova teoria sobre luz e cores de Isaac Newton: uma tradução comentada. Publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 18, n. 4, Dezembro, 1996. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/v18a33.pdf>. Acesso em: 15 out. 2015. GIRCOREANO, José Paulo; PACCA, Jesuína Lopes de Almeida. O ensino da óptica na perspectiva de compreender a luz e a visão. Publicado no Caderno Cat. de Ensino de Física, v. 18. n.1, p. 26-40, abr. 2001. Disponível em: <https:// Prática Educativa do Ensino da Física II72 FÍSICA MODERNAPa rt e 3 periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/6687/6154>. Acesso em: 15 out. 2015. CARVALHO, Silvia Helena Mariano de. Einstein – Uma Luz sobre a Luz. 2005. Disponível em: <www.cdcc.usp.br/fisica/Professores/Einstein-SHMCarvalho/ Einstein-SHMCarvalho.pdf>. Acesso em: 15 out. 2015. SILVA, Boniek Venceslau da Cruz; MARTINS, André Ferrer Pinto. A natureza da luz e o ensino da óptica: uma experiência didática envolvendo o uso da história e da filosofia da ciência no Ensino Médio. Publicado em Experiências em Ensino de Ciências, v. 5, p. 71-91, 2010. Disponível em: <www.if.ufrgs.br/eenci/artigos/ Artigo_ID110/v5_n2_a2010.pdf>. Acesso em: 15 out. 2015. UNESCO. 2015 – Ano internacional da Luz. Disponível em: <www.unesco.org/ new/pt/brasilia/about-this-office/prizes-and-celebrations/2015-international- year-of-light/>. Acesso em: 15 out. 2015. Resolução da atividade A execução desta atividade tem por finalidade demonstrar a exis- tência (por meio do simulador) do comportamento ondulatório de partículas. Relembrar conceitos fundamentais da teoria da relatividade. Objetivo: FÍSICA MODERNA – TEORIA DA RELATIVIDADE Aula 6 Prática Educativa do Ensino da Física II 75
Compartilhar