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Fitoterapia Aplicada a Estetica

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Fitoterapia aplicada à estética
Elaboração
Juliana Lopez de Oliveira
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNODE ESTUDOS E PESQUISA ..................................................................... 5
UNIDADE I
INTRODUÇÃO À ESTÉTICA ...................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
HISTORICIDADE DOS PADRÕES DE BELEZA ................................................................................ 9
CAPÍTULO 2
SISTEMA TEGUMENTAR ............................................................................................................ 13
UNIDADE II
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA ....................................................................................................... 21
CAPÍTULO 1
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO .................................................................................................. 21
CAPÍTULO 2
DISCROMIAS .......................................................................................................................... 44
CAPÍTULO 3
ACNE VULGARIS ..................................................................................................................... 54
CAPÍTULO 4
CABELOS ............................................................................................................................... 60
CAPÍTULO 5
HIDROLIPODISTROFIA GINOIDE ............................................................................................... 69
CAPÍTULO 6
FITOTERAPIA EM FLACIDEZ CUTÂNEA ..................................................................................... 100
UNIDADE III
FITOCOSMÉTICOS ............................................................................................................................. 104
CAPÍTULO 1
FITODERMOCOSMÉTICOS ................................................................................................... 104
PARA (NÃO) FINALIZAR .................................................................................................................. 115
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 116
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao 
profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução 
científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
6
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
O mercado da estética é emergente e a demanda por profissionais especializados para 
atuar nesse cenário também é crescente. Para alcançar um “ideal de beleza”, pessoas 
procuram diferentes métodos para alcançar suas metas por meio de dietas, exercícios 
físicos e cirurgias plásticas. Trabalhar com mecanismos que podem interferir na 
autoestima e na satisfação da imagem corporal é um fenômeno complexo. 
A busca por orientação nutricional, suplementação e fitoterapia para fins esportivos 
e estéticos têm crescido de forma exponencial. Esse é um campo novo no cenário da 
saúde.
O presente caderno de estudos foi desenvolvido com o objetivo de enriquecer seus 
conhecimentos relativos à ação dos fitoquímicos e fitoterápicos no tratamento de 
desordens estéticas e melhora do desempenho físico. Cada capítulo representa um 
convite à reflexão de diferentes aspectos relacionados à fitoterapia, sendo de fundamental 
importância lembrar que a busca e aprimoramento de conhecimento não termina ao 
final da leitura destas páginas. Ao contrario, nosso objetivo é orientá-lo de uma forma 
abrangente e despertar o espírito crítico associado ao interesse pelo aprofundamento 
dos conhecimentos relativos às questões aqui apresentadas.
Objetivos
 » Apresentar os principais conceitos relativos à fitoterapia no tratamento 
de desordens estéticas.
 » Abordar os principais aspectos fisiopatológicos relacionados a cada 
desordem estética.
 » Analisar os mecanismos por meio dos quais os fitoquímicos atuam no 
tratamento da desordem estética. 
9
UNIDADE IINTRODUÇÃO À 
ESTÉTICA
CAPÍTULO 1
Historicidade dos padrões de beleza
O costume de ornamentar o corpo existe desde os tempos mais primórdios e os conceitos 
de beleza se modificaram no decorrer da história. 
Cada cultura “modela” ou “fabrica” à sua maneira um corpo humano. Cada 
sociedade imprime, no corpo físico, determinadas transformações, mediante as 
quais o cultural se inscreve e grava sobre o biológico; arranhando, perfurando, 
queimando a pele. Inscrevem verdadeiras obras artísticas ou indicadores rituais 
de posição social: mutilação do pavilhão auricular, corte ou distensão do lóbulo, 
perfuração do septo, dos lábios, da face, alongamento do pescoço, apontamento 
ou extração de dentes, atrofiamento dos membros, musculação, obesidade ou 
magreza, bronzeamento, cortes de cabelo, penteados, pinturas, tatuagens, entre 
outras práticas que tentam ser explicadas por razões sociais, de ordem ritual ou 
estética [...]. 
Fonte: Castellan,C. Moda e Estética. In: PUJOL, AP. Nutrição aplicada à Estética, 2011.
A influência da moda nos padrões de beleza
O que é beleza? Muito é questionado sobre o que é beleza, pois os conceitos de beleza se 
modificaram no decorrer da história. 
Na Grécia antiga, o corpo era visto como elemento de glorificação e de interesse do 
Estado, além de valorizado por sua capacidade atlética, sua saúde e sua fertilidade. 
Porém, a partir da Idade Média toda e qualquer preocupação com o corpo era proibida, 
e cobrir o corpo era obrigação religiosa, de fé e de temor. Tal pensamento só é alterado 
durante o Período Renascentista. 
10
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À ESTÉTICA
Siebert (1995) e Rosário (2004) relatam que no Período Renascentista o trabalho 
artesão e a realização terrena passam a ser valorizados, em conjunto com o pensamento 
científico e o estudo do corpo. Nesse período a redescoberta do corpo, principalmente 
no que diz respeito às artes, com o corpo nu aparecendo como destaque por escultores 
e pintores, como Michelangelo, Da Vinci, entre outros. 
No Renascimento se fez o uso de maquiagem e tinturas de cores mais claras no cabelo, 
como na Itália, quando as mulheres ficavam ao sol para clarear algumas mechas. 
Posteriormente a esse período, as mulheres eram exuberantes e mais gordinhas (como 
as representadas pelo pintor Rubens).
A inovação nos trajes femininos vem de meados do século XVI, quando os decotes 
começam a ser explorados. É o princípio da sedução, as mulheres da corte querem ser 
atraentes, têm o compromisso elisabetano de deixar o colo exposto.
No século XVIII, a beleza estava nos exageros da vida na corte, o ideal feminino era 
representado pela rainha Maria Antonieta. Durante o século XIX e nas primeiras 
décadas do século XX, as mulheres sofriam com apertados espartilhos para ficar com a 
cintura excessivamente fina. 
Com o cataclismo da Segunda Guerra Mundial, a moda sofre transformações e as 
silhuetas são obrigadas a ficar escondidas sob trajes de aspecto militar. No pós-guerra, 
em 1947, surge o “new look” do grande estilista francês Christian Dior (1905-1957), 
que enfatizava as formas com cinturas finas e bem marcadas, exigindo que as mulheres 
partissem para regimes e cuidados até então esquecidos no período da guerra. Cintas 
recomeçam a ser vendidas para evidenciar a cintura e seios exuberantes. Na década de 
1920 e 1930 quem estipulava os ideais de beleza eram as artistas de Hollywood como 
Marlene Dietrich, por exemplo.
Atualmente, os desfiles de moda e as celebridades do cinema e da televisão ditam o que 
deve ser considerado belo e ideal. Por esse motivo, os distúrbios alimentares (como 
a anorexia e a bulimia) são mais propensos a surgirem do que nas outras épocas da 
história na qual esses conceitos estéticos não eram muito rígidos.
É importante ressaltar que para ser belo é preciso que exista um equilíbrio entre a 
saúde e beleza, pois é indiscutível que a saúde do organismo reflete na pele, nos cabelos, 
nas unhas etc. 
11
INTRODUÇÃO À ESTÉTICA │ UNIDADE I
A influência da mídia nos padrões de beleza
O conflito entre o corpo real e o ideal, imposto e estimulado de forma exponencial pela 
mídia, muitas vezes leva as mulheres a uma busca por dietas radicais e cirurgias plásticas 
prejudiciais à saúde física e mental. Observa-se a multiplicação de casos de distorção da 
imagem corporal, que resultam em distúrbios alimentares, como a anorexia e bulimia. 
Segundo Fernandes (2005, p.13), 
[...] o corpo está em alta! Alta cotação, alta produção, alto investimento...
alta frustração. Alvo do ideal de completude e perfeição, veiculado na 
pós-modernidade, o corpo parece servir de forma privilegiada, por 
intermédio da valorização da magreza, da boa forma e da saúde perfeita, 
como estandarte de uma época marcada pela linearidade anestesiada 
dos ideais [...]
A visão errônea da imagem corporal reflete a percepção do próprio corpo como maior 
ou mais pesado que ele é na verdade, sobretudo após a comparação com modelos de 
beleza impostos pela mídia. Nesse sentido, a imagem corporal é uma percepção que 
integra os níveis físico, emocional e mental. 
Segundo Cury (2005), não estar bonita pode levar à perda da autoestima e à insegurança. 
Para Castilho (2001), as mulheres são mais propensas a ter uma imagem corporal 
negativa que os homens, já que, em geral, são mais estimuladas pela sociedade a avaliar 
seu valor pessoal como dependente de uma atração física.
De uma forma geral, os meios de comunicação são tendenciosos na sua grande maioria, 
não divulgam as notícias com imparcialidade e geralmente se colocam a serviço da 
classe dominante e do capital. Campos (2007) diz:
Ao mesmo tempo em que publicam uma notícia sobre o corpo visando 
à saúde e ao bem-estar, publicam inúmeras promovendo a doença, 
seja física ou psíquica. Promovem a doença física, com incentivo ao 
fumo, ao álcool, a práticas e intervenções cirúrgicas visando à estética 
e provavelmente servindo a grandes empresas que vendem produtos, 
medicamentos, próteses, entre outros. O ser humano procura adquirir 
tudo o que as propagandas colocam como objetos de satisfação pessoal, 
os corpos se transformam em busca de satisfação que na grande maioria 
das vezes deve gerar angustia, pois as propagandas estão servindo aos 
interesses do sistema capitalista daquele momento [...]
A mulher é mais influenciada pela mídia, pois culturalmente a mensagem transmitida 
para a maioria das mulheres é a de que tanto seus corpos como elas mesmas só terão 
12
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À ESTÉTICA
aprovação e aceitação se forem atraentes e em perfeitas condições de saúde, para assim 
conquistarem um posto de poder e status. 
O resultado disso é o crescente número de adolescentes insatisfeitas com o próprio 
corpo, quando na verdade estão com peso aceito não só pela sociedade, mas dentro 
da normalidade pelo índice de massa corporal (IMC) preconizado pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS). 
Assim, os indivíduos fazem quase tudo para manter o corpo dentro dos modelos 
construídos e dominantes, abrindo espaço para uma indústria do corpo; a matéria 
física precisa entrar, então, em uma linha de produção que inclui ginástica, 
musculação, regimes alimentares, tratamentos estéticos, tratamentos de saúde, 
consumo da moda e de bens. As indústrias da beleza, da saúde e do status 
têm no corpo seu maior consumidor, e então à espera de homens e mulheres, 
academias, estéticas, salões de beleza, spas, clínicas médicas, hospitais, estilistas, 
costureiros, butiques, entre outros. O corpo está a serviço, portanto, da produção 
que o domina, utilizando-se da ilusão de fazê-lo belo, saudável e forte.
Fonte: Castellan, C. Moda e Estética. In: PUJOL, AP. Nutrição aplicada à Estética, 2011.
13
CAPÍTULO 2
Sistema tegumentar
A pele e seus órgãos acessórios, como pelos, unhas, glândulas e receptores 
especializados, constituem o sistema tegumentar. A pele é um dos maiores órgãos 
em área de superfície e peso. É composta pela epiderme, de epitélio estratificado 
pavimentoso queratinizado; e pela derme, de tecido conjuntivo. Subjacente, unindo-a 
aos órgãos, há a hipoderme (ou fáscia subcutânea), de tecido conjuntivo frouxo e 
adiposo. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013)
Em mamíferos, esse competente é a barreira que protege contra a exposição a estímulos 
nocivos no meio ambiente e na circulação sistémica. Essas exposições podem ocorrer 
por meio do contato direto com produtos químicos nocivos; ambientalmente por meio 
da exposição a poluentes atmosféricos, terapeuticamente por meio da administração de 
cremes tópicos, ou por meio de um número de exposições sistêmicas. (JUNQUEIRA; 
CARNEIRO, 2013)
Funções da pele
 » regulação da temperatura corporal;
 » proteção;
 » sensação;
 » excreção;
 » imunidade;
 » síntese de vitamina D3.
Camadas da pele
Estruturalmente a pele consiste de três partes principais:
1. Epiderme.
2. Derme.
3. Hipoderme.
14
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À ESTÉTICA
Figura 1. Camadasda pele. 
Fonte: Adaptado de Schrader et al., 2012.
Epiderme
A epiderme é composta de epitélio escamoso estratificado queratinizado e contém 
quatro tipos de células: queratinócitos, melanócitos, células de langerhans e merkel. 
O queratinócito (kerato = córneo) é uma célula que sofre queratinização. No processo 
de queratinização, as células formadas nas camadas basais são empurradas para a 
superfície, acumulando queratina e, ao mesmo tempo, o citoplasma, núcleo e outras 
organelas desaparecem e as células morrem. As células queratinizadas descamam e são 
substituídas pelas células subjacentes que, por sua vez, se tornam queratinizadas. Esse 
processo dura de 2 a 4 semanas. 
Os queratinócitos são capazes, também, de produzir e secretar fatores de crescimento, 
hormônios, mediadores da resposta inflamatória e da resposta imune, como: citocinas 
e proteínas de baixo peso molecular capazes de participar de regulação da resposta 
imunológica (Interleucinas IL-1, IL-6, IL-7, IL-8, IL-10, IL-12, Interferon, Fator de 
Necrose Tumoral (TNF), Fator Crescimento de Fibroblastos).
Os melanócitos (melan = negro) produzem melanina, um dos pigmentos responsáveis 
pela cor da pele, e absorve radiação ultravioleta.
As células de Langerhans atuam nas respostas imunológicas e são facilmente lesadas 
pela radiação. Essas células são capazes de detectar antígenos, os captam e apresentam 
aos linfócitos T locais. Já as células de merkel são responsáveis pela sensação do tato. 
15
INTRODUÇÃO À ESTÉTICA │ UNIDADE I
Camadas da epiderme
As características da epideme variam de acordo com a região do corpo e os estímulos 
de pressão e atrito sofridos na região. A palma das mãos e a planta dos pés, que sofrem 
um atrito maior, possuem uma epiderme constituída por várias camadas celulares 
e por uma camada superficial de queratina bastante espessa. Esse tipo de pele foi 
denominado pele grossa (ou espessa). Não possui pêlos e glândulas sebáceas, mas as 
glândulas sudoríparas são abundantes. A pele do restante do corpo tem uma epiderme 
com poucas camadas celulares e uma camada de queratina delgada e foi designada pele 
fina (ou delgada). A epiderme da pele grossa mede 0,8 a 1,4mm, enquanto a da pele 
fina, 0,07 a 0,12mm. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013)
A epiderme é constituída por quatro camadas: o estrato basal, o estrato espinhoso, o 
estrato granuloso e o estrato córneo. 
Figura 2. Camadas da epiderme. 
Fonte: adaptado de Neill, 2015.
A camada basal (basale = base) contém células que são capazes de divisão celular 
continuada e melanócitos. As células se multiplicam produzindo queratinócitos, que 
são empurrados para a superfície e se tornam parte das camadas mais superficiais 
(queratinização). O estrato basal também contém células de merkel, que são sensíveis 
ao tato.
16
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À ESTÉTICA
Estrato espinhoso (spinosum = em forma de espinho) é uma camada da epiderme 
que contém cerca de 10 fileiras (lâminas) de células poliédricas (de muitos lados) com 
projeções semelhantes a espinhos. A melanina também é encontrada nessa camada. 
Estrato granuloso (granulum = pequeno grão) é a terceira camada da epiderme e 
consiste de cerca de cinco fileiras de células planas com grânulos de cor escura.
O estrato lúcido (lucidum = claro) está presente somente na pele espessa das palmas 
das mãos e planta dos pés. Ela consiste de cerca de cinco fileiras de células mortas. 
O estrato córneo (corneum = endurecido) consiste de cerca de 30 fileiras de células 
planas mortas, essas fileiras são completamente preenchidas por queratina. Essa 
camada evita a perda de H2O trans-epidérmica. O estrato córneo contém um fator de 
hidratação natural (NMF) que é essencial para a hidratação adequada do estrato córneo, 
a homeostase da barreira, descamação e plasticidade. Há uma redução significativa no 
nível de NMF relacionada à idade. 
A concentração de água nessas camadas depende do fator natural de hidratação (NMF 
– natural moisturizer factor), que é formado, principalmente, por ácido carboxílico 
da pirrolidona (pca), ácido urocânico, lactato, ureia, serina, glicina, arginina, ornitina, 
citrulina, alanina, histidina e fenilalanina. (HARDING et al., 2003)
O NMF é indispensável para manter as propriedades mecânicas do estrato córneo, 
pois tem uma ação lipofilmógena (HARDING et al., 2003). Além do NMF, a camada 
lipoproteica epidérmica também é fundamental. A barreira lipídica é constituída, 
principalmente, de ceramidas (40%), colesterol livre e composto (25%), ácidos graxos 
livres (25% - ácido oléico e palmítico principalmente) e fosfolipídeos. (HARDING et al., 
2003; CASPERS et al., 2003) 
Outro componente importante para a hidratação da pele são as aquaporinas (AQP). 
Aquaporinas são proteínas da membrana que transportam água e, em alguns casos, 
também pequenos solutos, como glicerol. As aquaporinas desempenham papel 
fundamental na hidratação da pele. Na epiderme são expressas aquaporinas do 
tipo 3 (AQP3), porém essas proteínas estão amplamente distribuídas nos tecidos. 
(VERKMAN, 2005) 
Estudos revelam que animais carentes de aquaporinas 3 apresentam menor hidratação 
do estrato córneo e, isso pode ser explicado pela redução no transporte de glicerol para a 
epiderme (VERKMAN, 2005). Outras pesquisas mostraram que o uso de hidratantes que 
estimulam aquaporinas podem promover aumento da expressão gênica e protéica dessas 
proteínas e de 2 vezes no índice de glicerol no extrato córneo. (SCHRADER et al., 2012)
17
INTRODUÇÃO À ESTÉTICA │ UNIDADE I
Derme
A derme (derma = pele) é composta de tecido conjuntivo contendo fibras colágenas e 
elásticas. A combinação de fibras colágenas e elásticas dá à pele sua força, extensabilidade 
(capacidade de extensão) e elasticidade (capacidade de retornar à forma original após 
uma extensão). 
As pequenas lacerações na pele devido à distenção extensa que permanecem visíveis 
como linhas brancas são denominadas estrias (stria = faixa). A derme contém, 
principalmente, fibroblastos, os macrófagos e os adipócitos. A matriz extracelular é 
composta por mucopolissacarídeos, glicosaminoglicanas (ácido hialurônico, sulfato 
heparina, condroitina). 
Os glicosaminoglicanos atuam também na produção de colágeno pelos fibroblastos, 
bem como no seu arranjo tridimensional. Além disso, os proteoglicanos são capazes de 
incrementar o depósito de colágeno e reconstituir a matriz extracelular.
Glicosaminoglicanos são cadeias de polissacarídeos ligados a proteínas na forma de 
proteoglicanos, os quais se associam ao colágeno, determinando a organização da 
matriz. (GUIRRO; GUIRRO, 2005)
A elastina é uma proteína altamente hidrofóbica (c/ 750 aas), principal componente 
das fibras elásticas. É rica em prolina e glicina, porém apresenta pouca hidroxiprolina 
e hidroxilisina por não ser glicosilada. São secretadas para o espaço extracelular e se 
agrupam em fibras elásticas próximas à membrana plasmática. Lembram uma rede de 
3 camadas paralelas à epiderme e fornecem elasticidade.
O colágeno é o maior constituinte conectivo dos animais. Pertence à família das proteínas 
fibrosas, produzidas por células do tecido conjuntivo, constituem de 25% a 30% do total 
das proteínas de todo o corpo. Mais de 29 variedades de colágeno foram encontradas, 
cada um com uma combinação particular. Na pele encontra-se, principalmente, o 
colágeno tipo I (85%) e o tipo III (15%), cerca de 8% a 11% do total sintetizado por todo 
o organismo. 
Hipoderme
A hipoderme é a camada mais profunda da pele, apesar de ter limites muito pouco 
definidos como a derme, e de ser composta por elementos comuns. A espessura da 
hipoderme varia de pessoa para pessoa e também conforme as várias regiões do corpo, 
já que essa camada é bastante espessa em várias áreas e praticamente inexistente em 
outras, como por exemplo nas pálpebras. 
18
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À ESTÉTICA
Os principais componentes da hipoderme são os adipócitos, células especializadas na 
síntese e na acumulação de gorduras. Esses adipócitos,que constituem a principal 
reserva de energia do organismo, encontram-se agrupados em pequenos lóbulos 
separados entre si por finos septos de tecido conjuntivo através dos quais circulam os 
vasos sanguíneos e as fibras nervosas. (GUIRRO; GUIRRO, 2005)
Figura 3. Células constituintes da pele humana. A pele humana é composta de epitélio estratificado da epiderme 
(1) e derme (2). A epiderme é composta principalmente de queratinócitos. Queratinócitos basais (3) sofrem 
diferenciação terminal para formar o estrato espinhoso (4), estrato granuloso (5), e barreira do estrato córneo (6). 
Estrato lúcido (7) é uma camada adicional presente sob o estrato córneo em áreas de pele grossa como as 
palmas das mãos e planta dos pés. Melanócitos (8) e células de Langerhans (9) que apresentam antigenos são 
também produtoras de pigmento presente na epiderme. A derme é uma camada rica em tecido conjuntivo e 
é dividido em regiões papilar (10) e reticular (11). A derme contém muitos tipos de células incluindo fibroblastos 
que sintetizam o colágeno e outras moléculas da matriz extracelular que proporcionam resistência mecânica 
à pele. Adipócitos, macrófagos, mastócitos, células dendríticas, células T + CD4, células T + CD8 também 
abundantemente presentes na derme para além de outras estruturas, incluindo unidade pilossebácea, glândulas 
sudoríparas, nervos, natural killers e vasos linfáticos. 
Fonte: Adaptado de Jatana e DeLuise, 2014.
19
INTRODUÇÃO À ESTÉTICA │ UNIDADE I
Tipos de pele
Características da pele alípica ou seca 
 » déficit de água e lipídeos (muitas vezes desidratada);
 » sensação de estiramento e descamação;
 » desidratação do extrato córneo e alteração e coesão dos corneócitos que 
afetam o metabolismo cutâneo normal;
 » pode resultar em envelhecimento.
Pele seca adquirida: RUV, exposição a situações climáticas e agentes químicos 
(detergentes, solventes).
Pele seca constitucional: pele sensível, senil, com eritema, rosácea e sensibilidade 
a agentes externos.
Características da pele lipídica ou oleosa:
 » comum em adolescentes e adultos jovens;
 » aparece na puberdade, apresenta-se com maior número de glândulas 
sebáceas;
 » aparência brilhante, espessa, poros dilatados, coloração opaca, irrita 
facilmente, aspereza;
 » os orifícios pilossebáceos estão aumentados e há tendência ao 
tamponamento folicular (formação de comedões);
 » sebo composto por glicerídeos, ceras e esteróis.
Características da pele eutrófica:
 » Produz constantemente gordura e sebo, que constituem emulsão e suor. 
Esta camada hidrolipídica recobre a camada córnea e auxilia na coesão, lubrificação e 
proteção da pele.
20
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À ESTÉTICA
Fototipos de pele
Os fototipos de pele podem ser classificados de acordo com a escala Fitzpatrick. Foi 
criada em 1976 pelo dermatologista e diretor do departamento de Dermatologia da 
Escola de Medicina de Harvard, Thomas B. Fitzpatrick. De acordo com Fitzpatrick, os 
fototipos de pele são classificados a partir da capacidade de cada pessoa em se bronzear 
sob exposição solar e sua sensibilidade e tendência a ficar vermelhas sob os raios solares.
Tabela 1. Classificação dos fototipos de pele
CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICA DAS DA PELE
Fototipo I branca; sempre queima; nunca bronzeia
Fototipo II branca; frequentemente queima; bronzeia pouco
Fototipo III branca; queima suavemente: bronzeia normalmente
Fototipo IV branca; raramente queima; bronzeia mais que a média
Fototipo V morena; raramente queima; bronzeia intensamente
Fototipo VI negra; nunca queima; profundamente pigmentada
Fonte: Fitzpatrick, 1976.
21
UNIDADE II
FITOTERAPIA 
APLICADA À 
ESTÉTICA
CAPÍTULO 1
Envelhecimento cutâneo
Envelhecimento intrínseco e extrínseco 
A integridade da pele é de grande importância psicológica, social, além de fisiológica. 
Esse tecido exerce importantes funções estéticas e sensoriais, influenciando de maneira 
direta a relação do indivíduo com o meio ambiente e social que o cerca.
Existem dois processos independentes e simultâneos, distintos em aspectos clínicos, 
e biológicos que afetam a pele e contribuem para a complexidade do envelhecimento 
cutâneo: os formados pelos componentes intrínsecos, processos de envelhecimento 
degenerativo determinado em termos genéticos (cronoenvelhecimento) e os 
resultantes de fatores ambientais, em particular à exposição solar (fotoenvelhecimento, 
envelhecimento extrínseco ou actínico). 
Envelhecimento intrínseco ou cronossenescência
O envelhecimento intrínseco, verdadeiro ou cronológico é esperado, previsível, 
inevitável e progressivo, e as alterações estão na dependência direta do tempo de vida. 
Fatores Causais: 
 » genéticos;
 » hormonais;
 » imunológicos;
 » psicológicos.
Conforme o envelhecimento progride, a multiplicação celular diminui, os fibroblastos 
diminuem sua função e causam uma desorganização da matriz extracelular, 
22
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
comprometendo a síntese e a atividade de proteínas importantes, que garantem 
elasticidade e resistência à pele, como a elastina e o colágeno.
Alterações superficiais do cronoenvelhecimento são: atrofia difusa progressiva, palidez, 
diminuição da elasticidade.
Envelhecimento extrínseco ou actinossenescência
Relaciona-se com alterações da superfície cutânea provocadas, principalmente, pelo 
fotoenvelhecimento, como as modificações dos contornos e elasticidade da pele, que se 
manifestam por sulcos, dobras e rugas associados à flacidez. (FISHER, 2002)
Fotoenvelhecimento
É causado pela ação da luz ultravioleta, a qual ativa citocinas inflamatórias, 
metaloproteínas e colagenoses, bem como pela indução por radicais livres.
A radiação UV gera oxigênio singlete, o qual ativa metaloproteinases e causa efeitos 
deletérios em larga escala no DNA mitocondrial.
Apesar de a totalidade dos processos celulares e biológicos que envolvem o 
envelhecimento ainda ser pouco esclarecida, existem alguns fatores que justificam 
a gênese da falência orgânica. (KRABBE et al., 2004; BASU et al., 203; FRYE et 
al., 2008; BERRA; RIZZO, 2009; PIRER et al., 2005; BROWN-BORG et al., 2007; 
CAMPISI, 2005; BAIRD, 2006)
 » Danos ao DNA e outras estruturas biológicas induzidas por:
 › estresse oxidativo;
 › inadequados mecanismos de reparo ao DNA;
 › instabilidade genética dos genomas (mitocondrial e nuclear).
Inflamação subclínica crônica
A liberação de mediadores inflamatórios como citocinas, fator alfa de necrose tumoral 
(TNF-alfa, do inglês tumor necrosis factor alpha) e eicosanoides (prostaglandinas 2, 
leucotrienos, tramboxanos) pode desencadear e/ou agravar desordens estéticas.
Hoje em dia, se consome de 20 a 50 vezes mais alimentos com alto poder pró-
inflamatório, ricos em ácidos graxos ômega 6, gorduras saturadas, gorduras trans e 
alimentos com alto índice glicêmico (IG), que anti-inflamatórios, ricos em ácidos graxos 
ômega 3, fibras, vitaminas, minerais e alimentos com baixo IG. 
23
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
Além da questão dietética, podemos citar outros fatores que estão relacionados com 
o processo inflamatório, como as substâncias tóxicas (metais pesados, agrotóxicos, 
xenobióticos e medicamentos) e os fatores mecânicos (hipertensão arterial) e genéticos 
(hiper-homocisteína). 
Alterações no metabolismo de ácidos graxos
Excessiva liberação de ácidos graxos livres para o plasma, que promove a resistência à 
Insulina.
AGES (produtos finais da glicosilação avançada)
As moléculas de glicose, naturalmente presentes na pele, aderem às fibras de colágeno 
e elastina. Esses açúcares criam pontes rígidas entre proteínas, formando os produtos 
finais da glicação avançada (AGE, do inglês Advanced Glycation End-products) e 
acarretando a chamada reação de Maillard ou cross-linking. Essas pontes promovem a 
perda da função das proteínas, são importantes para elasticidade e prevenção de rugas 
cutâneas.
Recentes pesquisas apontam como o consumo de carboidratos de alto índice glicêmico 
promovea glicação no organismo por meio de ligações cruzadas. O estresse oxidativo 
induzido pela hiperglicemia promove, de igual modo, a formação de produtos finais de 
glicação avançada e a ativação da proteína cinase-C.
A dieta de alta carga glicêmica e alto IG também promove o acúmulo de gordura, 
contribuindo para a obesidade e o armazenamento de gordura no tecido adiposo, o 
qual, por sua vez, secreta adipocinas que contribuem para o processo inflamatório. 
Sugere-se que o consumo de alimentos predominantemente de baixo IG e uma baixa 
carga glicêmica oferece longevidade e prevenção do envelhecimento cutâneo. 
 » Alterações no sistema endócrino de uma maneira geral, com excessiva 
produção de:
 › angiotensina;
 › GH;
 › IGF-1;
 › hormônios tireoideanos;
 › insulina.
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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
 » Alterações no sistema nervoso, como:
 › ativação constante das fibras Nervosas simpáticas;
 › disfunção endotelial; e
 › a reduzida ação da Enos (óxido nítrico sintase endotelial).
 » Perda de células pós-mitóticas resultando em:
 › menor número de neurônios e células musculares; e
 › deterioração na estrutura e função das células em todos os órgãos e 
tecidos.
Falhas na replicação do código genético com o 
envelhecimento por encurtamento de telômeros e ação 
reduzida de telomerases
O envelhecimento e o acúmulo de danos mitocondriais levam ao estresse oxidativo, 
que ativa a tirosina quinase Src. A Src fosforila a transcriptase telomerase reversa 
(TERT), resultando na exposição do núcleo ao TERT. Durante cada replicação do 
DNA, a divisão encurta os telômeros dos cromossomos, o que leva a senescência 
celular. A falta de atividade TERT nuclear induzida por envelhecimento, finalmente, 
leva ao envelhecimento celular devido ao encurtamento dos telômeros. (BRANDES et 
al., 2005)
Formação de metaloproteinases de matriz (MMPs)
A exposição à radiação ultravioleta promove um aumento de espécies reativas de 
oxigênio (ROS) na pele. Por sua vez os ROS são capazes de ativar a uma via de sinalização 
que resulta na liberação de metaloproteinases de matriz (MMPs), enzimas capazes de 
degradar fibras elásticas e colágenas. (MEHTA; FITZPATRICK, 2007) 
25
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
Figura 4. Esquema representativo do processo de envelhecimento extrínseco. 
Fonte: Adaptado de Mehta e Fitzpatrick, 2007.
Imayama et al. (1998) quantificaram o colágeno ao longo do tempo e verificaram que 
ocorre perda de 1% a cada ano, em ambos os sexos, embora a quantidade colágeno na 
pele seja maior em homens que mulheres. Em mulheres na menopausa 30% colágeno 
(tipo I e III) é perdido na pele nos primeiros 5 anos da menopausa e 2,1% por ano. 
(SAAVEDA et al., 2009) 
Com o envelhecimento, o tipo de colágeno dominante se inverte. A fibronectina e o 
colágeno tipo III crescem em quantidade, ao passo que do tipo I diminui. De acordo 
com Imayama et al. (1998), como na pele, o colágeno tipo I constitui a maioria, essa 
alteração pode estar relacionada com:
 » perda de coesão entre os componentes da pele; 
 » resistência;
 » contração. 
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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
Mecanismos envolvidos no processo de 
envelhecimento
Os principais mecanismos, aspectos hormonais e nutricionais envolvidos no processo 
de envelhecimento são:
 » inflamação;
 » restrição calórica;
 » estresse oxidativo e antioxidantes;
 » eixo somatotrófico (GH-IGF1) e resistência à insulina;
 » alimentos anti-aging (que mimetizam a restrição calórica).
Inflamação
O envelhecimento tem sua base em um processo inflamatório discreto, porém, crônico.
Na pele envelhecida há uma característica comum: a produção de molécula de adesão 
intracelular I (ICAM – I, do inglês inter-cellular adhesion molecule I). A produção dessa 
molécula desencadeia uma cascata de reações, que conduz a um processo inflamatório. 
Esse, por sua vez, ocasiona a produção de radicais de oxigênio altamente reativos, os 
quais, acredita-se, venham a causar o envelhecimento.
Figura 5. Modelo microinflamatório do envelhecimento cutâneo. 
Fonte: GOYARTS et al., Ann N Y Acad Sci; 1119: 32-39, 2007. 
27
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
Eixo somatotrófico (GH-IGF-1) e resistência à insulina
GH e IGF-1 são hormônios que estimulam as vias anabólicas que estão associadas à 
produção de espécies reativas de oxigênio, pois aumentam a fosforilação oxidativa. 
Elevadas concentrações de GH e IGF-1 são capazes de reduzir níveis plasmáticos de 
enzimas antioxidantes em diversos modelos de animais experimentais. (BROWN-
BORG; RAKOCZY, 2003)
Figura 6. Eixo somatotrófico (GH-IGF-1). 
GH 
Vias da insulina
IGF-1
 » Produção de espécies reativas de oxigênio com subprodutos do metabolismo;
 » Aumento da fosforilação oxidativa.
Estímulo de via anabólicas associadas à:
Fonte: Brown-Borg e Rakoczy, 2003.
A resistência à insulina provoca a liberação de citosinas inflamatórias, aumento de 
espécies reativas de oxigênio (EROSs) e disfunção mitocondrial.
Estratégias de controle do processo de 
envelhecimento
Restrição calórica
Diversas são as evidências científicas de que a restrição calórica desacelera o processo 
de envelhecimento e aumenta o tempo máximo de vida em diferentes espécies. Em 
roedores, a redução da ingestão energética de 30% a 60% logo após o desmame até o 
sexto mês de vida aumentou proporcionalmente, de 30% a 60% na expectativa de vida. 
(FORSTER et al., 2000) 
De acordo com Weindruch et al., (1997), as principais alterações orgânicas promovidas 
pela restrição calórica em modelo experimental são: 
28
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
 » redução de EROs e modulação do sistema antioxidante endégoneo, 
reduzindo o dano tecidual induzido por radicais livres;
 » redução da circulação de triiodotironina (T3), reduzindo a temperatura 
corporal e gasto energético (MAGLICH et al., 2004).
Dentre os genes anti-aging que são ativados pela RC, destacam-se dois que formam as 
proteínas: SIRT-1 e AMPK que são importantes sensores energéticos.
Acredita-se que a SIRT- 1 (SIRTUÍNA 1) media os efeitos benéficos na saúde e 
longevidade proporcionados pela restrição calórica. (GOMES-CABRERA et al., 2007)
 » Benefícios da sua ativação:
 › aumenta a resistência ao estresse;
 › aumenta a proteção celular;
 › reduz a neurodegeneração (Alzheimer);
 › reduz a inflamação;
 › reduz o envelhecimento celular.
 » Adaptações orgânicas causadas pela RC (restrição calórica) (MASORO, 
2005):
 › ativação de genes envolvidos no reparo celular e sobrevivência;
 › resistência ao estresse;
 › proteção contra dano oxidativo;
 › inibição de genes envolvidos na mediação da inflamação;
 › prevenção de algumas mudanças na expressão de genes.
29
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
Tabela 2. Características e funções de SIRT-1 e AMPK.
AMPK SIRT-1
Definição Enzima metabólica quinase Enzima desacetilase de histonas
Localização celular Citoplasma Núcleo
Concentração intracelular Aumenta na juventude
Diminui na senescência
Aumenta na juventude 
Diminui na senescência
Funções fisiológicas » Sensor energético.
 » Otimiza oxidação de substratos em situações de 
jejum e exercícios físicos.
 » Regula atividade celular metabólica.
 » Ativa em situação de jejum ou exercícios 
físicos.
 » Mantém a integridade celular.
 » Aumenta o tempo de sobrevida da célula.
Ações anti-aging » Mantém as funções metabólicas típicas de uma 
célula jovem. 
 » Promove a biogênese mitocondrial.
 » Protege contra o EO.
 » Regula negativamente a transcrição 
de genes envolvidos como processo 
inflamatório.
 » Mantém a integridade do DNA.
 » Diminui a adiposidade.
Fonte: REZNICK et al., 2007; FULCO et al., 2003; YEUNG et al., 2004; PICARD et al., 2004.
Estresse oxidativo e uso de antioxidantes
Os radicais livres são os principais causadores do envelhecimento e de doenças 
degenerativas ligadas à idade. Em paralelo a sua formação endógena, o organismo 
também se sujeita, ao longo da vida, a uma série de condiçõesextremas que interferem 
na quantidade de radicais livres e influenciam o processo de envelhecimento.
O estresse oxidativo é definido como um desequilíbrio na geração de substâncias pró-
oxidantes e antioxidantes em favor da geração excessiva de radicais livres e espécies 
reativas de oxigênio (EROS) e nitrogênio (ERNS), ou em detrimento da diminuição da 
velociade de remoção desses devido à redução de enzimas e nutrientes que participam 
do sistema de defesa antioxidante. (BARBOSA et al., 2010) 
O aumento da geração de radicais livres e espécies reativas provoca alterações 
estruturais e funcionais em nível celular, devido à oxidação de biomoléculas, como 
descrito anteriormente. O radical hidroxil e outros oxidantes altamente reativos podem 
reagir com lipídios nas membranas, removendo o átomo de hidrogênio e gerando um 
radical com carbono central que pode rapidamente combinar-se com oxigênio para 
formar o radical peroxil, resultando em um ciclo de peroxidação lipídica que leva à 
formação de hidroxiperóxidos, os quais podem reagir com as bases de DNA e iniciar 
lesões mutagênicas. (DREW, B. et al., 2003)
Quando a produção de espécies reatrivas supera a capacidade de ação dos antioxidantes, 
ocorre a oxidação de biomoléculas (lipídios, proteínas e ácidos nucléicos), gerando 
30
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
metabólitos específicos – os marcadores do extresse oxidativo – que podem ser 
identificados e quantificados. Os cinco metabólitos mais estudados para avaliação 
do estresse oxidativo são: 8-hidroxi-2-deoxiguanosina (80hDg), Timina glicol (Tg), 
5-hidroximetilmuracil, formilamidoprimidina e a 8-hidroxideoxiadenina. Outra forma 
de mensuração de produtos finais da peroxidação lipídica, como o ácido tiobarbitúrico 
(TBARS) e os F2 isoprostanos (KADIISKA, et al. 2005). 
As lesões causadas pelos radicais livres nas células podem ser prevenidas ou reduzidas 
por meio da atividade de antioxidantes, sendo esses encontrados em muitos alimentos. 
Os antioxidantes podem agir diretamente na neutralização da ação dos radicais livres 
ou participar indiretamente de sistemas enzimáticos com essa função.
Os antioxidantes atuam em diferentes níveis na proteção dos organismos, sendo o 
primeiro mecanismo de defesa contra os radicais livres a impedir sua formação, em 
particular pela inibição das reações em cadeia com o ferro e o cobre. Os antioxidantes 
são capazes de interceptar os radicais livres gerados pelo metabolismo celular ou por 
fontes exógenas, impedindo o ataque sobre os lipídios, os aminoácidos das proteínas, a 
dupla ligação dos ácidos graxos poliinsaturados e as bases do DNA, evitando a formação 
de lesões e a perda da integridade celular.
O reparo das lesões causadas pelos radicais livres também é papel dos antioxidantes, 
atuando na remoção de danos da molécula de DNA e na reconstituição de membranas 
celulares danificadas. Tanto o uso oral quanto a aplicação tópica de antioxidantes 
representa uma estratégia interessante de proteção cutânea contra o estresse oxidativo 
ocasionado por diferentes agentes.
Figura 7. Fontes endógenas e exógenas de espécies reativas.
Fonte: Shindo, Y. J Invest Dermatol 100:260-265, 1993. 
31
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
Defesas antioxidantes endógenas
 » Enzimas que removem os radicais livres como, por exemplo, a superóxido 
dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPx).
 » Proteínas que reduzem a disponibilidade de pró-oxidantes como o ferro.
Fitoterapia aplicada ao controle do 
envelhecimento da pele
Cassis/groselha negra (Ribes nigrum)
Os frutos da groselha negra (Ribes nigrum L., Grossulariaceae) são originários do norte 
da Ásia e foram levados para a Europa. As propriedades da groselha negra são conferidas 
a partir dos seus constituintes bioquímicos, alguns dos quais incluem antocianinas 
(especificamente delfinidina-3-O-glucosideo, delfinidina-3-O-rutinosideo, cianidina-
3-O-glucosideo e cianidina-3-O-rutinosideo), flavonóis, ácidos fenólicos e ácidos 
graxos poliinsaturados. Uma infinidade de estudos foram publicados com relação as 
suas diversas aplicações terapêuticas.
Diversos estudos a cerca do potencial terapêutico de groselha, revelam propriedades 
benéficas no que diz respeito à hipertensão e outras doenças cardiovasculares 
associadas, doenças neoplásicas, doenças neurodegenerativas e doenças oculares e a 
neuropatia diabética (GOPALAN et al., 2012). Tem sido demonstrado que o óleo das 
sementes atua como um inibidor da agregação plaquetária e apresenta potencial efeito 
anticoagulante por meio da inibição da formação de fibrina. Outros relatos científicos 
apontam para a influência da Ribes nigrum no perfil de lípidos no soro: aumento do 
nível de colesterol HDL e diminuição de triglicerídeos ou colesterol total, bem como 
marcadores inflamatórios séricos reduzidos. (VAGIRI et al., 2012; ZHU et al., 2011)
Estudos recentes in vitro e in vivo apontam para uma atividade fitoestrogênica da Ribes 
nigrum. (NANASHIMA et al., 2015)
Nos últimos anos, houve um crescimento na utilização de seus frutos em cosméticos e 
na dermatologia. Apesar disso, ainda há controvérsias a respeito das doses seguras e de 
sua toxicidade. 
32
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
Figura 8. Ribes nigrum. 
Fonte: Gopalan et al., 2012.
Segundo Miladinović et al. (2014), seus efeitos são:
 » antioxidante; 
 » anti-inflamatório; 
 » anti-neoplasicas; 
 » regula o sistema circulatório; 
 » saúde da visão; 
 » antibacteriano e antiviral.
Chá verde (Camellia sinensis)
Os polifenóis presentes no chá verde, principalmente o epigalocatequiina-3-galato 
(EGCG), exerceu efeito protetor em edemas cutâneos resultantes da exposição aos raios 
UVB. (KATIYAR et al., 2001; AFAQ et al., 2003; KATIYAR et al., 1999)
Estudos mostram que o chá verde (EGCG) tem a capacidade de bloquear a infiltração 
de leucócitos induzida por radiação UVB em ratos, como também na pele humana, 
e assim, pode inibir a produção de radicais livres induzidos por radiação UVB. 
A epigalocatequina-3-galato reduz a atividade de AP-1 e inibe a expressão de 
metaloproteinases com potente efeito anti-envelhecimento. (KATIYAR et al., 2001; 
AFAQ et al., 2003; KATIYAR et al., 1999)
Segundo OyetakinWhite et al. (2012), os efeitos fotoprotetores são:
 » redução do eritema gerado pela exposição à radiação UV;
 » inibição da via de sinalização responsável pela liberação de MMPs;
33
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
 » inibição de NOS e da produção de H2O2;
 » prevenção da depleção de enzimas antioxidantes: catalase, glutationa 
peroxidase, superoxido dismutase e glutationa;
 » inibição da lipoperoxidação e oxidação de proteínas induzidas por UVB;
 » inibição da infiltração de monócitos, macrófagos e neutrófilos;
 » proteção contra a imunossupressão induzida por UVB por meio da 
produção de IL-12;
 » inibição dos danos ao DNA;
 » ativação de enzimas de reparo ao DNA;
 » modulação dos fatores de transcrição AP-1 e NF-κB;
 » inibição do crescimento do tumor, progressão e angiogênese.
Posologia indicada na literatura de referência (BRADLEY et al., 1992; PANIZZA, 2012):
 » Infusão: 1,5 g (3 col de café) em 150 ml de água, tomar 1 xícara de chá de 
2 a 3 x ao dia. 
 » Extrato seco: tomar 1 cápsula de 375 mg de 2 a 3 vezes ao dia.
 » Tintura 20%: tomar 40 gotas diluidas em água de 2 a 3 vezes ao dia. 
Erva mate (Illex paraguariensis)
Estudos revelaram que o Illex paraguariensis apresenta capacidade de inibir a formação 
dos AGES (produtos finais da glicosilação avançada). Diversos autores verificaram 
que o Ilex paraguaiensis foi eficaz em neutralizar o efeito do peróxido nitrito no 
estresse nitrosativo, induzido em células epiteliais e macrófagos. Esse efeito se deve à 
alta presença de ácidos clorogênicos, outros derivados fenólicos, quercetina, rutina e 
canferol, no extrato aquosos. (XU et al., 2009; GUGLIUCCI et al., 2010; BIXBY et al., 
2005; DUDONNÉ et al., 2009)
Segundo Bradley et al. (1992) e Panizza(2012) as posologias indicadas na literatura de 
referência são:
 » Folha seca de 2 a 4g, na forma de infusão, 3 vezes ao dia.
34
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
 » Tintura (1:5) 2 a 4 ml 3 vezes ao dia.
 » Extrato seco 300 mg 3 vezes ao dia.
Barg et al. (2014) estudaram o efeito da ingestão oral e aplicação tópica de Camellia 
sinensis e Illex paraguariensis em ratos expostos à radiação ultravioleta. Os resultados 
revelaram que o tratamento oral e tópico com “chá” mate ou chá verde impediram o 
aumento de peroxidação lipídica induzida pela exposição à radiação ultravioleta. O 
dano oxidativo das proteínas foi avaliado por meio da determinação de grupos carbonila 
baseados na reação com dinitrofenilhidrazina (DNPH). Somente o uso tópico, para as 
duas plantas, mostrou efeito protetor. 
Chá branco (Camellia sinensis)
Extraído de brotos e flores da planta camellia sinensis, o chá branco apresenta menor 
quantidade de cafeína, porém também é rico em polifenóis e catequinas (EGCG).
As principais ações relatadas a respeito do uso de chá branco é o efeito positivo no 
combate ao dano induzido por radiação UVB na pele, redução da peroxidação lipídica; 
prevenção de câncer. (CAMOUSE et al., 2009)
Açafrão (curcuma longa)
O açafrão (curcuma longa) possui várias atividades farmacológicas documentadas, 
sendo a hipoglicemiante uma delas. Em coelhos diabéticos, a incorporação de 0,5% 
de curcumina em um período de 8 semanas produziu redução não apenas da glicemia, 
mas também do colesterol, triglicerídeos e fosfolipídios do sangue (BABU et al., 1995). 
Em um modelo similar de diabetes induzida em ratos, a administração oral e tópica 
da curcumina demonstrou melhorar de forma significativa lesões renais associadas 
à diabetes e à cicatrização de feridas na pele (BABU; SRINIVASAN, 1998; SIDHU et 
al., 1999). A curcumina modula alvos moleculares como o NF-kB e consequentemente 
a indução dos genes induzidos por esse fator de transcrição, como mediadores 
inflamatórios.
Seus principais constituintes antioxidantes são a curcumina, o ácido ferúlico e o ácido 
p-cumárico, que atuam inibindo a peroxidação lipídica. (SELVAM et al., 1995)
Em modelos animais, o extrato do rizoma de Curcuma longa preservou a elasticidade 
da pele e reduziu a expressão de MMPs induzidas por UVB.
35
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
A curcumina é um potente inibidor da expressão de MMPs induzida por UVB, bloqueia 
a produção de ROS, inibe a fosforilação de p68 e c-Jun, modulando a via de sinalização 
MAPK/NF-κB/AP-1 em fibroblastos humanos. (LIMA et al., 2011) 
Exerce efeito inibidor:
 » Fosfolipase A2.
 » LOX-Lipoxigenases. 
 » COX- cicloxigenases. 
 » Leucotrienos, tromboxanos e prostaglandinas. 
 » TNF-alfa.
Sumiyoshi e Kimura (2009) investigaram o efeito do extrato de cúrcuma sobre os danos 
da pele, incluindo mudanças na espessura e na elasticidade da pele, pigmentação e rugas 
causadas ao longo prazo por baixa dose de radiação ultravioleta B em camundongos 
sem pêlo. O extrato de cúrcuma (300 ou 1000 mg/kg do animal, duas vezes por dia) 
foi administrado todos os dias por via oral, durante 19 semanas. Os pesquisadores 
observaram que o extrato impediu um aumento da espessura da pele e da redução da 
elasticidade da pele, reduziu a formação de rugas e de melanina (1000 mg/kg do animal, 
duas vezes por dia) e reduziu a expressão de metaloproteinase de matriz-2 (MMP-2). 
Contraindicada para pessoas portadoras de obstrução dos dutos biliares e úlceras 
gastroduodenais. (BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2011) 
Segundo a American Herbal Pharmacopoeia, (2005) e Panizza (2012) a posologia 
indicada na literatura de referência é:
 » Tintura (1:5): 50 a 100 gotas 1 a 3 vezes ao dia.
 » Extrato seco (3:1): dose de 375 mg, 2 vezes ao dia.
 » Decocção: 1,5 g (3 colher de café) em 150 ml de água (1 xícara de chá), 
tomar 1 xícara de chá de 1 a 2 vezes ao dia, de acordo com a RDC no 
10/2010 (ANVISA).
36
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
Chlorella e Spirulina 
São formas de vida que resistiram e se adaptaram a todo o tipo de mudança climática, 
radiação e até mesmo venenos criados pelo homem que levaram diversos outros 
organismos à extinção. 
A Chlorella apresenta 70% de sua composição da mais pura clorofila, é uma das maiores 
fontes de clorofila em nosso planeta. Estudos recentes revelam que a Chlorella reduz 
MMP-1, MCP-1 e previne a redução de pro-colágeno induzida por UVB em fibroblastos 
humanos. (YAMAGISHI et al., 2005) 
A Spirulina apresenta cerca de 35% de clorofila, porém apresenta ações antioxidantes 
importantes aumentando os níveis das enzimas GPx, GST, SOD, CAT, além de reduzir a 
lipoperoxidação. A Spirulina é utilizada e recomendada pela National Aeronautics and 
Space Administration (NASA) e pela European Space Agency (ESA) como alimento 
primário para missões espaciais de longa duração. (PREMKUMAR et al., 2004; DENG; 
CHOW, 2010) 
Tabela 3. Composição nutricional da chlorella.
VITAMINAS MINERAIS AMINOÁCIDOS OUTROS
B-Caroteno
Vitamina B2
Vitamina B5
Vitamina B6
Vitamina C
Vitamina E
Biotina
Ácido Fólico 
Ácido nucléico 
Niacina
Cálcio
Ferro
Cobre
Fósforo
Potássio
Magnésio
Zinco
Selênio
Inositol 
Arginina
Fenilalanina 
Histidina
Isoleucina 
Leucina
Lisina
Metionina 
Treonina 
Triptofano 
Valina
Ácido aspártico
Cisteína 
Ácido Glutâmico
Glicina
Prolina 
Serina 
Tirosina
Alanina
Clorofila
Luteína 
Fonte: Yamagishi et al., 2005.
37
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
Segundo Alonso (1998), Boorhem e Lage (2009) as doses normalmente utilizadas são:
 » 1 a 10 gramas ao dia para adultos;
 » planta em pó – ingerir 2 a 3 cápsulas de 500mg 2 vezes ao dia.
Deve-se começar com doses menores e ir gradualmente aumentando. Essas algas 
apresentam ação nutritiva destoxificante, portanto, a dose deve ser estabelecida de 
acordo com cada caso. 
Silybum marianum L. (Cardo Mariano)
Membro da família Asteraceae, o Silybum marianum L. tem suas prorpiedades 
terapêuticas principalmente atribuídas à presença de silimarina, uma mistura de 
flavonolignanas compreendida por quatro isômeros: silibinina, isosilibinina, silicristina 
e silidianina. Suas ações hepatoprotetoras e antioxidantes foram muito estudadas nos 
últimos anos. Efeitos sinérgicos com o Allium sativum documentados pela literatura 
recente, indicam um forte efeito hepatoprotetor in vivo. (SHAARAWY et al., 2009) 
Efeitos (ASGHAR; MASSOD, 2008; RAMASAY; AGARWAL, 2008):
 » antioxidante;
 » auxilia o processo de destoxificação hepática;
 » administração de silimarina tem demonstrado aumentar os níveis de 
glutationa e diminuir o estresse oxidativo;
 » estudos in vitro demonstraram que a silimarina exerce marcante inibição 
durante os estágios tardios da glicação;
 » decresce significativamente a produção de IL-18 e os níveis de COX-2, 
portanto, efeito anti-inflamatório;
 » reduz o acúmulo tecidual de AGEs e o cross-linking do colágeno;
 » reduz fragilidade dos vasos capilares e o excesso de permeabilidade dos 
vasos sanguíneos;
 » aumento da sensibilidade dos receptores de insulina.
Estudos relacionados ao desenvolvimento de fotocarcinoma revelaram que a silimarina 
pode reverter, inibir ou retardar o processo de carcinogênese em uma ou em todas as 
fases. (VAID; KATIYAR, 2010)
38
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
Figura 9. Ação da silimirina nas fases da fotocarcinogênes. 
Fonte: Vaid e Katiyar, 2010.
 » Na fase de iniciação ocorrem alterações genéticas nas células. 
 » Na fase de promoção, a irradiação UV adicional leva a expansão clonal 
das células iniciadas. 
 » Fase da progressão do tumor envolve a transformação do tumor benigno 
em um tumor maligno invasivo e potencialmente metastático. 
Segundo Alonso (1998), Boorhem e Lage (2009) a posologia indicada na literatura de 
referência é:
 » Usualmente o Silybum marianum L. é prescrito na forma de extrato 
seco padronizado (70%-80%) em cápsula, com uma dosagemde 100mg-
300mg, 3 vezes ao dia (dosagem para adulto). 
 » Infusão: 1 a 2 colheres de droga vegetal em pó em 1 xícara d’água (200ml).
Ginseng (Panax ginseng) 
O Panax ginseng é uma das plantas medicinais mais utilizadas na medicina oriental 
tradicional. Ele tem muitas atividades biológicas e farmacológicas, incluindo 
antienvelhecimento, anti-inflamatório e desempenha atividades antioxidantes. 
Os principais componentes do ginseng são ginsenósidos, que são saponinas esteroides 
que compreendem de 3% a 6% da composição química da planta. 
Estudo recente mostrou que a aplicação tópica de saponinas totais de ginseng e 
ginsenósido Rb1 impedem o fotoenvelhecimento da pele induzido por UVB em ratos 
sem pelos. (KANG et al., 2009)
39
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
Outros estudos in vitro e in vivo revelaram que o extrato de ginseng aumenta os níveis 
de procolágeno tipo I e diminui os níveis e atividade de MMP-1 em camundongos ou 
fibroblastos irradiados com UV. (HAWANG et al., 2012; HE et al., 2011) 
Posologia indicada na literatura de referência (BARNES, 2012; BOORHEM; LAGE, 
2009; HUANG, 1999):
 » Extrato padronizado (G115): foi utilizado em diversos estudos em doses 
de 100 a 400mg ao dia, por 4 a 12 semanas.
 » Planta em pó: ingerir 2 a 3 cápsulas de 500 mg/dia.
Polypodium leucotomos
Estudos mostram que o uso tópico de polypodium leucotomos está relacionado à 
preservação das células Langerhans quando expostas à luz solar. (GOMES et al., 2001)
Além disso, recente estudo envolvendo nove indivíduos saudáveis de tipos de pele 
II a III foram expostos a doses variadas de radiação ultravioleta artificial sem e após 
administração oral de PL (7,5 mg / kg). Os pesquisadores mostraram que houve redução 
significativa do eritema, de queimadura solar, proliferação de células epidérmicas e 
tendência para a preservação de células de Langerhans na pele. (MIDDELKAMP-HUP 
et al., 2004)
Ações:
 » antioxidante; 
 » inibição da lipoperoxidação. 
Vitis vinifera (Videira)
Diversos estudos indicam que a Vitis vinifera reduz a peroxidação lipídica e protege 
contra a oxidação proteica e lipídica induzida pelo peroxinitrato. O ácido cafeico, 
presente em uvas brancas e vinho branco, inibe a expressão de COX2 induzida por UVB 
por meio da supressão da atividade transcricional de AP-1 e NF-kB. As proantocianidinas 
da semente da uva inibiram a ativação de MAPK (envolvida na via de liberação das 
metaloproteinases de matriz) e NF-kB em modelos animais (oral). (BAXTER, 2008; 
KANG et al., 2009) 
40
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
O extrato de V. vinifera mostrou capacidade antioxidante in vitro mais forte do que a 
vitamina C ou a vitamina E em culturas de queratinócitos humanos normais e também 
na atividade fotoenvelhecimento in vivo de uma formulação de base desse extrato. 
Segundo Nassiri-Asl e Hosseinzadeh (2009) as doses mencionadas na literatura são:
 » 240ml vinho tinto ou 240-480ml suco uva;
 » extrato seco de 300 a 900mg ao dia.
Rubus idaeus (óleo de framboesa)
Efeitos (PARRY et al., 2005):
 » possui propriedades anti-inflamatórias;
 » mantém o equilíbrio da função de barreira da pele;
 » evita o ressecamento da pele sendo indicado para peles sensíveis e secas;
 » rico em ômega-3, -6 e -9 e fonte de vitamina E gama-tocopherol (ação 
antioxidante com função de reparar e condicionar a pele);
 » importante ação anti-inflamatória;
 » sua aplicação tópica está relacionada com a melhora da elasticidade da 
pele.
Olea europaea (folha de oliveira)
Estudos científicos mostraram que a folha de oliveira é capaz de aumentar a sobrevida 
dos fibroblastos em 15%, além de inibir os radicais de nitrogênio responsáveis pelo 
câncer de pele e inflamação, e reduzir significativamente o eritema induzido pela 
radiação UVB. (OLSZEWER, 2008; SUMIYOSHI; KIMURA, 2010)
Figura 10. Folha de Olea europaea. 
Fonte: Hashmi et al., 2015.
41
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
Composição da folha de oliveira:
 » ácidos graxos (ômega 3, 6 e 9);
 » vitaminas A, E, B1, B2, B3 e B6;
 » cobre, potássio, magnésio, manganês, 
 » sódio, fósforo, zinco, selênio, cromo;
 » fibra alimentar;
 » proteínas;
 » fitoesteróis;
 » flavonoides (oleuropeína, rutina, hesperidina, luteolina, apigenina, 
quercetina e canferol);
 » ácido oleanóico, colina, apigenina, pleuropeína, ácido palmítico, alfa 
linolênico e oléico.
Posologia indicada na literatura de referência segundo Lee, (2006); Cardoso, (2009); 
Panizza et al. (2012).
 » Tintura: ingerir de 40 a 60 gotas em 200 ml água 4 vezes/dia.
 » Infusão: 1 colher de sobremesa da folha seca em 200 ml de água 4 vezes/
dia.
Sweet pepper (Capsicum annuum)
O tratamento tópico com capsiato, principal componente da sweet pepper, diminuiu 
significativamente os danos da pele induzido por UVB e inibiu a expressão de COX-2, 
as citocinas pró-inflamatórias, e os fatores angiogênicos, incluindo plaquetas/molécula 
de adesão de células endoteliais-1 e ICAM-1. Além disso, inibe a fosforilação de ERK1/2 
(envolvido na liberação de metaloproteinases de matriz) e NF-κB/p65. (HARADA; 
OKAJIMA, 2007) 
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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
Fitoterápicos que mimetizam a ação da 
restrição calórica
Alguns compostos bioativos apresentam ação semelhante à restrição calórica. (INGRAM 
et al, 2006) 
 » kampferol (presente no chá verde e preto);
 » resveratrol;
 » sesamol;
 » piceatanol (metabólito do Resveratrol);
 » genisteína; e
 » quercetina.
O potente efeito antioxidante dessas substâncias reduz os danos que geram o 
envelhecimento precoce à pele.
Resveratrol
É um potente indutor de Sirtuínas (SIRT-1 e AMPK, que são importantes moléculas 
anti-aging induzidas pela RC, sendo o principal composto bioativo com atividade 
mimética da RC. (BAUR et al., 2006)
O resveratrol tem sido relatado como um inibidor da NADPH e ADP Fe+, que induz a 
peroxidação lipídica e bloqueia ação dos raios UV, além de ser um eficiente scavenger 
de radicais peroxil 2,2’-azobis- (2-amidinopropano)-dihidroclorido.
O seu grupo hidroxil do anel B inibe a produção de EROS, reduz a peroxidação lipídica 
e protege contra a oxidação proteica e lipídica induzida pelo peroxinitrato.
O resveratrol tem 95% de eficácia na prevenção da peroxidação lipídica, comparado com 
65% da vitamina E, 37% da vitamina C. Além disso, os estudos indicam que o resveratrol 
age sobre os mecanismos de sinalização celular relacionados ao fotoenvelhecimento 
mediado pelos raios UV, incluindo MAP quinases, fator nuclear NFKappaB e 
metaloproteinases da matriz (BAXTER, 2008). Pré-tratamento de camundongos (com 
resveratrol) inibiu a ativação da via do NFkB induzida pela radiação UVB. (ADHAMI et 
al., 2003; REAGAN-SHAW et al., 2004)
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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
Fitoterápicos ricos em resveratrol:
 » Vitis vinífera - extrato e semente.
 » Cranberry (Vaccinium oxycoccus).
 » Lingonberry (Vaccinium vitis idaea L). 
Kampferol
É ativador de SIRT-1, PGC-1 alfa (do inglês, Coactivador Peroxisome Proliferator-
activated receptor γ Coactivator 1 - alfa) e modulador da produção de hormônio 
tireoideano. (SILVA et al., 2007).
Fitoestrógenos (lignanas e isoflavonas)
São considerados compostos anti-aging por apresentarem atividade estrogênio-simile. 
(CORNWELL et al., 2004)
Ações do estrógeno:
 » poderoso antioxidante;
 » protetor da osteoporose;
 » dá expressão de genes associados à longevidade.
Cacau
Benefícios da ingestão dos flavonoides do cacau segundo Henrich et al. (2006): 
 » proteção contra o eritema induzido pela radiação UV;
 » melhora as condições dermatológicas em mulheres;
 » contribuem para a fotoproteção endógena e afeta a superfície da pele e as 
variáveis de hidratação.
44
CAPÍTULO 2
Discromias
As alterações da cor da pele podem se apresentar de modos distintos. Pode ocorrer 
desde a ausência total de cor (acromia) até o excesso de pigmentos (hipercromia).
Podemos classificar as discromias (dis=disforme, cromia=cor) em trêscategorias 
distintas: 
1. acromias (ausência de pigmento).
2. hipocromia (hipo=menos, cromia=cor).
3. hipercromia (hiper=muito, cromia=cor).
Acromias
Ocorrem por problemas metabólicos ou por destruição de células matrizes que produzem 
a melanina. As acromias mais conhecidas são o vitiligo e o albinismo. Normalmente, as 
acromias ocorrem por excesso de foto exposição, em pessoas idosas e nas extremidades 
dos membros, são consideradas irreversíveis.
As acromias produzidas por desidratação e por fotoenvelhecimento podem ser evitadas 
com fotoprotetores e hidratação.
O vitiligo é uma patologia caracterizada por destruição dos melanócitos. Ocorre mais 
comumente ao redor dos orifícios, sobre saliências ósseas, e nas áreas expostas à 
radiação ultravioleta. (BARROS et al., 2002)
Albinismo é uma ausência congênita, parcial ou total de pigmentação na pele, devido 
a uma alteração genética da síntese de melanina. Esses melanócitos não produzem 
melanina. A pele é muito branca e muito sensível, o pelo é completamente branco ou 
amarelo, as unhas são frágeis e os olhos muito claros. (SORIANO et al., 2000)
Hipocromias
São lesões com menos coloração do que o restante da pele. Podem ser de origem 
genética ou produzidas por fungos (micoses). Quando se trata de uma lesão genética, é 
irreversível. 
45
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
Hipercromias
Caracterizam-se pelo excesso de pigmento e as lesões mais frequentes são:
Efélides 
Conhecidas popularmente por “sardas”. Podem se instalar nos primeiros anos de vida. 
São manchas de coloração castanha, de 2 a 4 mm de diâmetro, ocorrendo em pessoas 
com predisposição genética, geralmente ruivos.
Lentigo solar, lentigo senil ou melanose solar, e 
melanose senil 
São semelhantes às efélides, em tamanho maior. São máculo-pápulas pigmentadas, 
com bordas nítidas, aparecendo isoladamente ou em caráter múltiplo. Aparecem no 
dorso das mãos e lateral da face, na pele fotoenvelhecida. São também chamadas de 
manchas senis.
Há uma discreta escamação na sua superfície e costuma apresentar uma coloração 
acastanhada. Pode apresentar também coloração negra em regiões que já se expuseram 
ao sol, motivo pelo qual há a necessidade de se estabelecer um diagnóstico diferencial 
com o lentigo maligno, considerado uma melanose pré-cancerosa, que pode evoluir a 
um melanoma.
Melasma ou cloasma 
São hipercromias normalmente simétricas que ocorrem na face, atingindo, 
principalmente, as regiões salientes como a região malar, dorso do nariz, frontal, mento 
e supra-labial.
É uma hipermelanose adquirida que ocorre em áreas de pele expostas à radiação 
ultravioleta, acomete mulheres e representam 90% dos casos.
O melasma pode surgir por estímulos hormonais, principalmente pelo incremento 
dos estrogênios e do hormônio melano-estimulante. Por esse motivo, o surgimento do 
melasma gravídico é tão frequente.
Outros transtornos hormonais também podem desencadear um melasma, ou agravá-
lo, como no caso de alterações ginecológicas, hipofisárias, tireoideanas ou suprarrenais. 
Também já é bem conhecida a influência de hepatopatias (problemas de fígado) e 
46
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
carências nutricionais como hipovitaminoses, anemia ferropriva, hipoproteinemia, 
entre outros.
Em organismos predispostos, o melasma também pode surgir ou se agravar devido a 
tratamentos internos com fotosensibilizantes: sulfas e hormônios (corticotrofinas ou 
estrogênios); ou por tratamentos externos como uso de cosmético fotosensibilizante 
sem a proteção adequada: por peelings.
Nevus 
São hipercromias genéticas chamadas popularmente de manchas de nascimento. Os 
nevus não são passíveis de tratamento convencional; podem apenas ser removidos 
cirurgicamente quando apresentarem transtornos estéticos graves. Mesmo assim, o 
nevus será substituído por uma cicatriz.
Fisiopatologia da hipercromia 
Há uma diferença etiológica entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo. As células 
matrizes do epitélio são os melanócitos e os queratinócitos, e a principal célula matriz 
da derme é o fibroblasto. Portanto, apesar da proximidade desses tecidos, eles não têm 
nenhuma semelhança.
A camada basal, que é a camada intermediária entre a derme e a epiderme, deveria 
permitir apenas o fluxo de nutrientes da derme para epiderme. Porém, deveria deter 
a migração de pigmentos para a derme. Uma pele jovem e saudável, depois de um 
bronzeado excessivo, descasca completamente e não deixa regiões hipercrômicas.
Quando se trata de uma hipercromia dérmica, normalmente dermo-epidérmica, parte 
do pigmento produzido na camada basal segue seu caminho fisiológico, ou seja, pelas 
camadas mais superficiais da epiderme e, outra parte dele (pigmento) migra para o 
interior da derme.
Na derme esses pigmentos são recebidos como invasores, pois o tecido conjuntivo não 
reconhece essas células como constituintes desse tecido e se prepara para destruí-los. Os 
macrófagos são recrutados para exterminá-los. Entretanto, o processo de melanização 
não cessa e a camada basal danificada não consegue impedir a migração constante de 
pigmento para a derme.
Portanto, um dos maiores problemas da hipercromia não é o excesso de pigmento 
superficial, nem o profundo. O superficial é muito fácil de ser removido com técnicas 
de peeling adequadas. O profundo, a sua própria fisiologia, por meio dos macrófagos, 
47
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
se incumbe de destruí-los. O principal problema da hipercromia e o que a torna 
praticamente irreversível, é a permeabilidade patológica da camada basal.
Uma vez alterada a permeabilidade da camada basal, permitindo a migração de 
pigmentos para a derme, é muito difícil ser revertida, principalmente porque o 
tratamento convencional, que é feito para hipercromia, faz uso constante de substâncias 
tóxicas, agressivas e irritantes.
Para remover o pigmento superficial se faz, frequente, o uso de ácidos, cremes abrasivos 
e equipamentos que produzem esfoliações superficiais. Esses procedimentos são 
agressivos e não ajudam em nada na recuperação da camada basal. Essas técnicas apenas 
melhoram a aparência da hipercromia, o que já é um grande passo, pois estimulam a 
cliente a dar sequência ao tratamento.
Argumentos que explicam a distribuição 
fenotípica da cor da pele em todos os seres 
humanos
São eles:
 » síntese de vitamina D;
 » degradação de ácido fólico pelos raios ultravioletas;
 » resistência à exposição solar direta;
 » com o avanço da idade o no de melanócitos decaem de 6% a 8% cada 
década.
Os melanócitos sintetizam a melanina e os grânulos depositados protegem o DNA do 
núcleo. São células presentes nas camadas granulosa e espinhosa, ou abaixo da basal. 
Apresenta prolongamentos capazes de transferir a melanina para o interior das células 
epiteliais.
Nos melanócitos, a melanina produzida fica armazenada em estruturas 
intracitoplasmáticas, melanossomas. A tirosina, aminoácido essencial, é o elemento 
inicial biossintético da melanina. A síntese ocorre graças à ação da tirosinase, enzima 
que contém cobre, produzida no retículo endoplasmático rugoso e no complexo de 
Golgi.
48
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
Figura 11. Melanogênese. 
Fonte: Silva e Castro, 2008.
Hiperpigmentação
Figura 12. Mecanismo da hiperpigmentação causada pela exposição à Radiação Ultravioleta.
Fonte: Silva e Castro, 2008.
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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
Fotodermatose
A luz solar, indispensável à vida, é causadora de uma série processos patológicos 
cutâneos, conhecidos como fotodermatoses.
Os principais responsáveis pela fotodermatose são os raios UVA e UVB, porém as 
alterações dependem da frequência da exposição, do grau de melanização da pele e da 
predisposição.
A radiação solar, sendo uma radiação policromática, é composta por uma série de 
radiações que abrangem o espectro visível e não visível.
 » Luz visível: com comprimento de onda que varia de 400 a 800 nm, 
de acordo com a sensibilidadedo olho (retina), variando de pessoa para 
pessoa.
 » Infravermelho: seu comprimento de onda se situa além do espectro 
visível, de 800 a 10.000 nm.
 » Ultra violeta A - UVA: raios também chamados de black light ou raios 
longos, com comprimento variando entre os 320 e 400 nm.
 » Ultra violeta B - UVB: ou raios “médios” ou “eritematogênicos”. Têm a 
particularidade de serem retidos pelo vidro (ou pelo menos em sua maior 
parte), com comprimento de onda variando 280 e 320 nm.
 » Ultra violeta C - UVC: raios “curtos” com características bactericidas. 
Suas ondas são retidas pelo quartzo e apresentam um comprimento de 
onda entre 190 e 280 nm.
Quanto à agressão solar, essa pode ser classificada de acordo com os critérios de Mark 
Rubin, descritos a seguir:
 » Mark Rubin I: ocorrem alterações somente na epiderme. As características 
são: sardas (efélides), lentigos, aumento da espessura da camada córnea 
e superfície áspera e opaca.
 » Mark Rubin II: ocorrem alterações na epiderme e na derme papilar. As 
características são: sardas (efélides), lentigos, aumento da espessura da 
camada córnea, superfície áspera e opaca, queratoseactínica, lentigo senil 
e apresentam rugas e vincos delicados.
50
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
 » Mark Rubin III: ocorrem alterações na epiderme, na derme papilar e 
na derme reticular. As características são: sardas (efélides), lentigos, 
aumento da espessura da camada córnea, superfície áspera e opaca, 
queratoseactínica, lentigo senil, rugas e vincos acentuados, coloração 
amarelada e sensação de couro fino e também apresenta uma superfície 
descamativa.
Fitoterapia
Vaccinium vitis idaea L (Lingonberry)
Ativo nutricosmético vegetal obtido do extrato de lingonberry (Vaccinium vitis 
idaea L.), um produto produzido e patenteado por Beijing Gingko Group (BGG). 
Contem uma serie de compostos antioxidantes, incluindo 10% de resveratrol, 35% de 
proantocianidinas e 10% de antocianinas.
Proporciona clareamento da pele por inibir a ação da tirosinase e a síntese de melanina. 
(WANG et al., 2005)
Punica granatum (Pomegranate)
Indicado para manchas causadas pela exposição à luz solar por inibir ação dos 
melanócitos. O extrato de Pomegranate apresenta efeito protetor contra a lesão celular 
UVA-UVB-induzida e protege os fibroblastos humanos contra a morte celular UV-
induzida, reduzindo a ativação do fator de transcrição NF-kappaB e da caspase-3, além 
de preservar os níveis do antioxidante glutationa. (ASLAM et al., 2005; YOSHIMURA 
et al., 2005; KASAI et al., 2006; PARK et al., 2010) 
Em estudo realizado em humanos, a utilização do extrato de Punica granatum em doses 
de 200 mg/dia (100 mg acido elágico) ou 100 mg/dia (50 mg acido elágico) exerceu 
efeito protetor contra a queimadura solar causada pela radiação ultravioleta e mostrou 
uma tendência para a redução da síntese de melanina. (KASAI, 2006)
Outros estudos realizados in vivo indicaram que o uso do extrato de Punica granatum 
protege contra a oxidação de lipídios e proteínas induzida pela radiação UVB, reduz a 
expressão de metaloproteinases de matriz e reduz a fosforilação do fator de transcrição 
NF-kappaB, exercendo um efeito anti-inflamatório. (PARK et al., 2010; ASLAM et al., 
2005) 
51
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
Composição:
 » Suco: antocianinas, glicose, ácido ascórbico, ácido elágico, ácido gálico, 
ácido cafeico, catequinas, EGCG, quercetina, rutina, ferro e aminoácidos.
 » Óleo da semente: ácido punícico, ácido elágico, esteróis.
 » Pericarpo: ácido gálico, catequinas, EGCG, quercetina, rutina, flavonas, 
flavononas, antocianidinas.
 » Folhas: taninos, flavonas.
 » Flores: ácido gálico, triterpenoides. 
 » Raiz e casca da árvore: elagitaninas (punicalina e punicalagina, alcaloides 
piperidínicos). 
Picnogenol (Pinus Pinaster)
Um estudo realizado em 30 mulheres com melasma, a utilização do extrato por 30 dias 
em dose de 25mg /3xdia (total 75mg/dia) reduziu os sintomas relacionados ao quadro 
(fadiga, dor, obstipação) e também reduziu a intensidade da mancha e a sua área, sem 
apresentar efeitos colaterais. 
Outros resultados relacionados ao uso do Picnogenol. (KIM et al., 2008; NI; MU, 2002)
 » Forte atividade inibidora tirosinase e biossíntese melanina.
 » Propriedades antioxidantes: superóxido, radicais hidroxila.
 » Os estudos mostram aumento de glutationa peroxidase.
 » Anti-melanogênica por meio de suas ações antioxidativas .
 » Estimula o sistema enzimático endógeno.
 » Protege contra Radiação ultravioleta.
Olea europaea L. (Oliveira)
Oli-OlaTM é um extrato 100% natural da oliva produzido por agricultura orgânica na 
região sul do Mediterrâneo. Trata-se de um extrato do fruto da oliveira (oliva) que possui 
padronização em hidroxitirosol (3%), um polifenol com potente ação antioxidante.
52
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA
Segundo diversos estudos é capaz de 
 » promover efeito peeling na pele; 
 » proteger fibroblastos e estimular suas mitoses; e 
 » melhorar a expressão gênica de fibroblastos.
De acordo com Braam et al. (2006) o tratamento com hidroxitirosol (associado a 
vitamina E e quercetina) modula a expressão gênica de fibroblastos com a idade.
Estudos demonstram que o uso de antioxidantes orais poderiam diminuir os efeitos 
deletérios da radiação ultravioleta sobre a pele prevenindo a hiperpigmentação cutânea. 
(HANDOG et al., 2009)
Litchi chinensis (Lichia)
A lichia é um importante fruto para a economia da Tailândia. Seu fruto é rico em 
quercetina, ácido rosmarínico, ácido gálico e compostos fenólicos. Os efeitos terapêuticos 
dos frutos são atribuídos à presença de compostos fenólicos anti-inflamatórios. Estudos 
in vitro demonstraram um efeito anti-tirosinase e não mostrou nenhuma atividade 
citotóxica para as células. (KANLAYAVATTANAKUL et al., 2012) 
Dosagens e formas de administração ainda não foram estabelecidos.
Artocarpus communis
Artocarpus communis é uma planta agrícola que também é utilizada na medicina 
popular para a prevenção de doenças de pele, incluindo a acne e a dermatite. Os 
extratos de A. communis têm sido utilizados para inibir a melanogênese, no entanto, 
o mecanismo anti-melanogênese ainda não foi investigado. Fu et al. (2014) revelaram 
o possível mecanismo de ação dessa planta. O estudo in vitro constatou que o extrato 
promove decréscimo do conteúdo de melanina e da atividade da tirosinase. Tal efeito se 
deu pela downregulating do fator de transcrição MITF, importante fator de transcrição 
regulador da síntese de enzimas melanogênicas tais como tirosinase, TIRP1 e TIRP2. 
Dosagens e formas de administração ainda não foram estabelecidos.
53
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II
Figura 13. Artocarpus communis. 
Fonte: <http://www.tropilab.com/breadfruit.html>. Acessado em 11/07/2015.
Polypodium leucotomos 
O Polypodium leucotomos apresenta propriedades benéficas para a pele. Esses efeitos 
são atribuídos à presença de numerosos compostos com propriedades antioxidantes 
e fotoprotetoras. Diversos estudos avaliaram a atividade de extrato de Polypodium 
leucotomos e seu efeito fotoprotetor. Todos os pacientes se expuseram à luz solar durante 
o consumo de 250 a 480mg/dia do extrato por via oral. Na maioria dos estudos, os 
participantes estavam sem uso de filtro solar. Os resultados indicam que o Polypodium 
leucotomos exerce importante efeito protetor na pele de indivíduos em exposição solar. 
(MIDDELKAMP-HUP et al., 2004; GOMBAU et al., 2006; CAPOTE et al., 2006)
Além disso, a administração via oral também parece proporcionar benefícios adjuvantes 
no tratamento de vitiligo e melasma. Muitas evidências científicas indicam um efeito 
significativo na melhora da gravidade do melasma em mulheres após 12 semanas de 
uso. (NESTOR et al., 2014)
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CAPÍTULO 3
Acne vulgaris
Palavra de origem grega akmés, significa vértice, cume. Acne é uma doença extremamente 
comum, afetando quase 80% de adolescentes e adultos jovens entre 11 e 30 anos. 
Sabe-se que dois

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