Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

AUTORES
THIAGO SANTI MARIA
MIGUEL DE ARRUDA
FUTEBOL PROFISSIONAL: 
METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO 
DO DESEMPENHO MOTOR
FUTEBOL PROFISSIONAL: 
METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DO 
DESEMPENHO MOTOR
Conselho Regional de Educação Física 
da 4a Região – CREF4/SP
Conselheiros
Ailton Mendes da Silva
Antonio Lourival Lourenço
Bruno Alessandro Alves Galati
Claudio Roberto de Castilho
Erica Beatriz Lemes Pimentel Verderi
Humberto Aparecido Panzetti
João Francisco Rodrigues de Godoy
Jose Medalha
Luiz Carlos Carnevali Junior
Luiz Carlos Delphino de Azevedo Junior
Marcelo Vasques Casati
Marcio Rogerio da Silva
Marco Antonio Olivatto
Margareth Anderáos
Maria Conceição Aparecida Conti
Mário Augusto Charro
Miguel de Arruda
Nelson Leme da Silva Junior
Paulo Rogerio de Oliveira Sabioni
Pedro Roberto Pereira de Souza
Rialdo Tavares
Rodrigo Nuno Peiró Correia
Saturno Aprigio de Souza
Tadeu Corrêa
Valquíria Aparecida de Lima 
Vlademir Fernandes
Wagner Oliveira do Espirito Santo
Waldecir Paula Lima
FUTEBOL PROFISSIONAL: 
METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DO 
DESEMPENHO MOTOR
Thiago Santi Maria
Miguel de Arruda
2019
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Agência Brasileira do ISBN - Bibliotecária Priscila Pena Machado CRB-7/6971 
 
 
�7�����0DULD��7KLDJR�6DQWL��
)XWHERO�SURILVVLRQDO���PHWRGRORJLD�GH�DYDOLD©¥R�GR��
GHVHPSHQKR�PRWRU���7KLDJR�6DQWL�0DULD�H�0LJXHO�GH�$UUXGD��ƃƃ�
6¥R�3DXOR���&5()��63���2����
����S�������FP��ƃƃ��&ROH©¥R�/LWHU£ULD��2�DQRV�GD��
,QVWDOD©¥R�GR�&5()��63���
�
,QFOXL�ELEOLRJUDILD��
,6%1�����������������2�
�
���)XWHERO���%UDVLO�����$SWLG¥R�I¯VLFD���0HGL©¥R���
���$SWLG¥R�I¯VLFD���$YDOLD©¥R��,��$UUXGD��0LJXHO�GH���
,,��7¯WXOR��,,,��6«ULH��
�
�
&''��������2����
Comissão Especial da Coleção Literária 20 anos 
da Instalação do CREF4/SP
Responsáveis, junto a diretoria do CREF4/SP, pela avaliação, aprovação e revisão 
técnica dos livros
Prof. Dr. Alexandre Janotta Drigo (Presidente)
Profa. Ms. Érica Beatriz Lemes Pimentel Verderi
Prof. Dr. Miguel de Arruda
Editora
Malorgio Studio
Coordenação editorial
Paolo Malorgio
Capa
Felipe Malorgio
Revisão
Viviane Rodrigues
Imagens de capa
Freepik.com
Projeto gráfico e diagramação
Rodrigo Frazão
Copyright © 2019 CREF4/SP
Todos os direitos reservados.
Conselho Regional de Educação Física da 4a Região - São Paulo
Rua Líbero Badaró, 377 - 3o Andar - Edifício Mercantil Finasa
Centro - São Paulo/SP - CEP 01009-000
Telefone: (11) 3292-1700
crefsp@crefsp.gov.br
www.crefsp.gov.br
Dedico esta obra à minha esposa Thalissa, aos meus filhos Bruno e Liz, 
aos meus pais Luiz Carlos e Penha, à minha irmã Marcela e aos meus familiares, 
pelo amor e dedicação de todos comigo.
Thiago Santi Maria
Ao longo de minha carreira profissional em Educação Física pude dedicar 
várias de minhas conquistas a diversas pessoas, desde as de meu interior familiar, 
até as de meu círculo de amigos e profissionais.
Entretanto, apresento esta Dedicatória, como uma é uma forma de 
agradecimento especial. Entendendo que, quando dedicamos algo, neste colocamos 
o nosso carinho, amor e gratidão, que são direcionadas as pessoas que nos ajudaram a 
conquistar um sonho. Pessoas que batalharam com você em uma caminhada longa 
e difícil, e nunca deixaram de te apoiar em nenhum momento.
Esta pessoa chama se: LETÍCIA SALLES ROCHA TELLES – minha filha. 
Que batalhou ao longo de seus 44 anos de vida, uma batalha justa, produtiva, profícua e 
profunda. E que nos deixou precocemente, no dia 24 de novembro de 2018, entretanto deixou 
um fruto – minha neta Beatriz Muzetti, esta têm participado de minha vida já há 21 anos, e 
continuará a participar. E que, juntos com minha esposa Divanira Sales Rocha de Arruda e 
de meu filho Domenico Sales Rocha de Arruda, que também nos deu outro lindo fruto, meu 
neto Gustavo Aguiar de Arruda, enfim minha família, com a qual lutamos diariamente para 
alcançarmos nossos sonhos, e eu, em particular poder conduzir minha carreira profissional.
Este livro dedico a estas pessoas de meu seio familiar que tem podido me 
acompanhar ao longo de tantos anos de luta. 
LETÍCIA.... saudade eterna, fique com Deus!
Miguel de Arruda
7
À Deus por nos abençoar e guiar a cada passo.
Aos meus mestres e amigos: Miguel de Arruda, Jefferson Eduardo 
Hespanhol, Omar Feitosa, José Mário Campeiz, Marco Antonio Cossio 
Bolaños e Altamiro Bottino pelos ensinamentos e amizade.
Aos amigos, comissão técnica e atletas da Sociedade Esportiva Palmeiras 
pelo respeito e dedicação.
À presidência e diretoria da Sociedade Esportiva Palmeiras pela confiança.
E ao CREF4/SP pelo convite e oportunidade.
Thiago Santi Maria
Na minha carreira profissional como docente, na área da Educação 
Física, desde o início, ainda como monitor na Faculdade de Educação Física 
da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, nos idos de 1973, e até 
o presente momento, como professor na Faculdade de Educação Física da 
Universidade Estadual de Campinas, exerço a docência, assim, tenho po-
dido auxiliar muitos discentes a estruturar suas carreiras profissionais na 
Educação Física.
Entretanto, muito mais do que ensinar – aprendi – com estes alunos que 
comigo conviveram ao longo desta jornada.
Desta forma, sou grato a todos, entendendo que a gratidão, que é um ele-
mento da comunicação humana. E que em certas ocasiões é manifestada atra-
vés de palavras - dar obrigado é o exemplo mais comum-, mas pode ser expres-
sa de muitas maneiras através de um discurso de agradecimento ou por uma 
nota de satisfação pessoal após ter recebido algo. 
Agradecimentos
Aqui quero agradecer em forma textual aos meus alunos de Pós-Graduação, 
junto ao Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação Física da 
UNICAMP, com os quais pude elaborar e publicar esta e outras obras.
Assim, esta obra é fruto do trabalho acadêmico de diversos alunos, que rea-
lizaram seus estudos, suas pesquisas, participaram de congressos, publicaram 
seus artigos científicos, e foi possível agrupar os resultados destes estudos e 
torna-los públicos através deste instrumento – livro -. Um documento que divi-
do com meu orientando de mestrado e doutorado – Thiago Santi Maria -, muito 
obrigado Thiago, pela convivência, aprendizado e a honra de colocarmos para 
outros alunos mais uma de nossas publicações.
Também, agradeço a todos os demais meus alunos que direta ou indireta-
mente contribuíram com seus trabalhos acadêmicos e possibilitaram a elabora-
ção deste livro, e de outros, na temática do futebol.
Miguel de Arruda
9
Sumário
Apresentação ............................................................................................................ 11
Introdução ................................................................................................................. 13
Capítulo 1 - Seleção de testes 
Conceitos gerais de medida, avaliação e teste ..................................................... 15
Fatores que influenciam o desempenho ............................................................... 20
Indicadores de avaliação ......................................................................................... 39 
Capítulo 2 - Cineantropometria 
Perfil antropométrico ............................................................................................... 49
Avaliação antropométrica ....................................................................................... 58
Composição corporal ............................................................................................... 64
Somatotipo ................................................................................................................ 74
Estrutura óssea ......................................................................................................... 79
Capítulo 3 - Variáveis Aeróbias 
Avaliação da capacidade aeróbia ........................................................................... 95
Avaliação da potência aeróbia ..............................................................................100
Desempenho aeróbio dos futebolistas ................................................................ 112
Capítulo 4 - Variáveis Anaeróbias 
Força muscular ....................................................................................................... 118
Velocidade ............................................................................................................... 130
Agilidade ................................................................................................................. 135
Resistência específica ............................................................................................. 147
Capítulo 5 - Análise do desempenho físico de jogo 
Time motion analysis ................................................................................................ 175
Desempenho físico no jogo ................................................................................... 178
Referências .............................................................................................................. 193
11
Apresentação
Esta é a segunda coleção literária que o Conselho Regional de Educação 
Física da 4ª Região - CREF4/SP lança, dessa vez para comemorar os 20 anos da 
sua instalação. O fato histórico de referência é a Resolução 011 de 28 de outubro 
de 1999, publicada pelo CONFEF, que fixou em seis, o número dos primeiros 
CREFs e, entre eles, o CREF4/SP, com sede na cidade de São Paulo e jurisdição 
em nosso Estado. 
Nesse momento, remeto-me à luta que antecedeu essa conquista, e que se 
iniciou com a “batalha” pela regulamentação de nossa profissão, marcada pela 
apresentação do Projeto de Lei nº 4.559/84, mas que somente foi efetivada pela 
Lei 9.696/98, passados 14 anos do movimento inicial no Congresso Nacional. 
Logo após essa vitória histórica, a próxima contenda foi a de atender aos requisi-
tos estabelecidos pelas normas do CONFEF para a abertura de nosso Conselho, 
que à época exigia o registro de 2 mil profissionais. Com muito orgulho me lem-
bro da participação de minha cidade natal - Rio Claro - neste contexto, por meio 
do trabalho iniciado pelo Prof. José Maria de Camargo Barros, do Departamento 
de Educação Física da UNESP. Vários professores e egressos dos Cursos se mo-
bilizaram para inscreverem-se e buscarem novas inscrições em nossa cidade, 
tarefa na qual me incluí, tendo número de registro 000200-G/SP.
Atualmente o CREF4/SP é o maior Conselho Regional em número de regis-
trados, com uma sede que, além de bem estruturada, está bastante acessível aos 
Profissionais que se direcionam para a capital, estando próximo às estações de 
metrô São Bento e Anhangabaú. Também conta com a Seccional de Campinas 
bem aparelhada e atuante em prol da defesa da sociedade e atendimento aos 
Profissionais de Educação Física. Tudo isso demonstra que esses 20 anos foram 
de muito trabalho e empenho para a consolidação de nossa profissão, e assim 
destaco a força de todos os Conselheiros do passado e do presente e dos valo-
rosos empregados que ajudaram a construir esta realidade. 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
12
Por isso insistimos em comemorar, agora os 20 anos do CREF4-SP, ofere-
cendo aos Profissionais de Educação Física, aos estudantes, às instituições de 
formação superior, bibliotecas e à sociedade uma nova Coleção Literária com-
posta de 20 obras, uma para cada ano do aniversário. Buscamos permanecer 
“orientando o exercício profissional, agindo com excelência, justiça e ética”, 
uma das missões de nosso Conselho.
Enquanto Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 4ª 
Região (CREF4/SP) apresento a Coleção Literária em Comemoração aos 20 Anos da 
Instalação do CREF/SP, composta por livros que procuraram acolher as neces-
sidades do campo profissional, atendendo o quesito de diversificação de con-
textos e de autores, priorizando temas inéditos em relação ao que vem sendo 
produzido por este Conselho. 
O faço na esperança de que os Profissionais de Educação Física leitores 
dessas obras demostrem o mesmo empenho e amor pela profissão que seus 
próprios autores dedicaram, oferecendo seu tempo e cedendo os direitos au-
torais dessa edição, tanto em relação ao livro físico quanto à versão digital de 
forma voluntária. Com esse gesto entram em conformidade com os pioneiros 
do CREF4/SP que assim o fizeram, e de certa forma ainda fazem, afinal não é 
por acaso que nosso lema atual é: “Somos nós, fortalecendo a profissão!” 
Parabéns para nós Profissionais de Educação Física do Estado de São Paulo. 
Nelson Leme da Silva Junior 
Presidente do CREF4/SP
13
Introdução
O futebol é um esporte complexo, onde se necessita uma ótima relação en-
tre os fatores determinantes para um melhor rendimento, ou seja, uma perfei-
ta interligação entre os aspectos físicos, técnicos, táticos e psicológicos. Para 
conseguir desempenhar da melhor forma possível o gesto esportivo específico 
durante o jogo, exige-se do jogador, demandas fisiológicas múltiplas em ótimas 
condições, como força, velocidade, agilidade e resistência. Toda essa exigência 
dificulta e muito no processo de elaboração da programação do treinamento, 
porém, quando se tem conhecimento da especificidade das exigências físicas 
da modalidade correlacionada a um estudo do condicionamento físico de cada 
jogador, torna-se mais simples e fácil esse processo. No atual calendário es-
portivo são realizadas inúmeras competições simultaneamente, ocasionando 
uma quantidade elevada de jogos durante a temporada competitiva no futebol, 
resultando em uma diminuição no período de preparação e na recuperação 
entre as partidas, obrigando o responsável pela programação de treinamento a 
trabalhar com a maior especificidade possível. E para a identificação dos prin-
cipais aspectos relevantes para a preparação física do futebol, tornando assim, 
mais específico o treinamento e consequentemente otimizando o curto período 
de preparação, é necessária a identificação das principais características fisioló-
gicas de cada jogador.
E a avaliação física, através de testes físicos específicos para o gesto esporti-
vo do jogador de futebol, é extremamente importante e necessária para ajudar 
os preparadores físicos, fisiologistas e técnicos a prescreverem, mudarem ou 
intervirem em determinados treinamentos, sendo ferramentas que possibili-
tam medir o desempenho de uma característica física específica ou até mesmo 
formar um perfil fisiológico de um grupo de atletas ou um jogador isolada-
mente. E cabe ao profissional responsável, total aplicação de todos os dados 
apresentados na avaliação física. Os testes para jogadores de futebol podem 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
14
abranger componentes técnicos, táticos, psicológicos e, sobretudo, físicos. No 
que concerne à avaliação dos componentes físicos, Bangsbo (2008) indica razões 
para se realizar os testes: a) estudar o efeito de um programa de treinamento; b) 
motivar os jogadores a treinar com maior empenho; c) dar aos jogadores resul-
tados objetivos do seu estado de treinamento; d) conscientizar os jogadores dos 
objetivos do treinamento; e) avaliar se um jogador está preparado para jogar 
uma partida de competição, e; f) planificar programas de treinamento de curto, 
médio e longo prazo.
É necessário ser bem criterioso ao escolher os testes físicos a serem 
aplicados nos jogadores de futebol, onde os resultados encontrados 
deverão ter uma relação direta com as ações do jogo, sendo as mais 
próximas do gesto desportivo específico da modalidade. Deve-se observar 
as exigências físicas utilizadas durante a partida e as características para 
cada função tática desempenhada. E os jogadores devem ser esclarecidos 
com relação à execução de cada teste físico proposto e para que o seu 
rendimento seja o máximo, o atleta deve ser constantemente motivado, 
seja pelo avaliador ou por seus companheiros de equipe.
Este livro tem por objetivo mostrar a importância dos testes físicose do 
desempenho de jogo, bem como apresentar os diversos protocolos de análises 
e avaliações físicas existentes e de possível aplicação aos jogadores de futebol 
profissionais e em formação. Trazemos análises e testes sofisticados, com a uti-
lização de equipamentos caros, de acesso a clubes bem estruturados e, também, 
testes simples e de fácil aplicação, onde a realização destes se dá apenas com a 
utilização de materiais como trena, cones e cronômetro. Além disso, esta obra 
traz dados de referências de perfil e desempenho dos futebolistas brasileiros e 
internacionais de diversos níveis técnicos.
15
Seleção de testes
Capítulo 1
Conceitos gerais de medida, avaliação e teste
Sob um olhar geral da área da Educação Física, a avaliação é um processo 
de fundamental importância, seja no âmbito escolar, esportivo, de rendimento, 
entre outros.
Medida
A medida é uma determinação de grandeza e se constitui no primeiro ins-
trumento para se obter informação sobre algum dado pesquisado, sendo uma 
técnica que fornece, através de processos precisos e objetivos, dados quantita-
tivos que exprimem, em base numéricas, as quantidades que se deseja medir. 
Ela proporciona dados crus, como por exemplo, o tempo (em segundos) de um 
atleta no Teste de Velocidade de 20m, ou a medida, em centímetros, da circun-
fência de coxa do atleta.
Deve ser ressaltado que para a perfeita aplicação da medida deve-se conhe-
cer a resposta para 3 questões básicas:
1. O que medir?
2. Por que medir?
3. Como medir?
Avaliação
A avaliação determina a importância ou o valor da informação coletada. 
Classificando os testados, sendo um processo pelo qual, utilizando as medi-
das, se pode subjetiva e objetivamente, exprimir e comparar critérios. Como 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
16
exemplo simples, podemos avaliar e classificar a distância percorrida pelo atle-
ta no Teste de Yoyo, como ruim, moderado ou bom, ou o atleta, é classificado 
como sendo de estatura alta, média ou baixa.
Avaliação-análise:
São técnicas que permitem visualizar a realidade do trabalho que se desen-
volve, criando condições para que se entenda o grupo e situe-se um indivíduo 
dentro deste grupo.
Indica se os objetivos estão ou não sendo atingidos, indica se a metodologia 
de trabalho está sendo satisfatória. Como exemplo: o atleta obteve melhora na 
velocidade e agilidade ou o percentual de gordura do jogador está na média 
esperada do grupo.
Principal diferença entre medida e avaliação:
Medida: Abrange um aspecto quantitativo.
Avaliação: Abrange um aspecto qualitativo.
Teste
é um instrumento, procedimento ou técnica usada para se obter uma 
informação. O teste pode ser várias formas: escrita, observação e performan-
ce. Alguns exemplos simples podem ser o Teste de Cooper, a balança e o 
estadiômetro.
Tipos de avaliação
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA: Nada mais é do que uma análise dos pon-
tos fortes e fracos do indivíduo ou da turma, em relação a uma determinada 
característica. Esse tipo de avaliação, comumente efetuado no início do progra-
ma, ajuda o profissional a calcular as necessidades dos indivíduos e, elaborar 
o seu planejamento de atividades, tendo como base essas características ou, 
então, a dividir a turma em grupos (homogêneos ou heterogêneos) visando 
facilitar o processo de assimilação da tarefa proposta.
AVALIAÇÃO FORMATIVA: Esse tipo de avaliação informa sobre o pro-
gresso dos indivíduos, no decorrer do processo ensino-aprendizagem, dando 
informações tanto para os indivíduos quanto para os profissionais, indica ao 
profissional se ele está ensinando o conteúdo certo, da maneira certa, para as 
pessoas certas e no tempo certo.
Seleção de testes
17
A avaliação é realizada quase que diariamente. Quando a performance do 
indivíduo é obtida e avaliada, em seguida é feita uma retroalimentação, apon-
tando e corrigindo os pontos fracos até ser atingido o objetivo proposto.
AVALIAÇÃO SOMATIVA: É a soma de todas as avaliações realizadas no 
fim de cada unidade do planejamento, com o objetivo de obter um quadro ge-
ral da evolução do indivíduo.
Princípios das medidas e avaliações
a) Para se avaliar, efetivamente, todas as medidas devem ser conduzidas 
com os objetivos do programa em mente: antes de se administrar testes, 
é preciso determinar os objetivos do programa para se poder avaliar os 
resultados advindos de acordo com os objetivos propostos;
b) Deve-se lembrar sempre a relação existente entre teste, medida e avalia-
ção: a avaliação inclui testes e medidas. Entretanto, avaliar é muito mais 
amplo do que simplesmente testar e medir. A avaliação é uma tomada 
de decisão;
c) Devem ser conduzidos e supervisionados por pessoas treinadas: não é 
qualquer pessoa que pode administrar efetivamente um programa de 
medida e avaliação, que é um assunto sério para ser desenvolvido por 
alguém não treinado na área. Além do mais, as decisões poderão afetar 
importantes aspectos da vida profissional de um atleta;
d) Os resultados devem ser interpretados em termos do indivíduo como 
um todo: social, mental, física e psicologicamente: se um atleta vai mal 
num teste, o profissional consciente irá verificar quais as razões que le-
varam a tal resultado e, na medida do possível e se necessário, prover 
assistência ao atleta;
e) Tudo que existe pode ser medido: em outras palavras, qualquer assunto 
incluído em um programa de treinamento deve ser medido. Existem, 
naturalmente, variáveis que ainda não são bem definidas e por esta ra-
zão ainda não foram desenvolvidos testes para medi-las. Mesmo algu-
mas capacidades físicas ainda necessitam o desenvolvimento de testes 
mais eficazes ou reformulação de alguns testes já existentes, que talvez 
possam ser mais específicos para a modalidade;
f) Nenhum teste ou medida é perfeito: os profissionais, às vezes, depositam 
tanta confiança nos testes e medidas que acabam, acreditando que eles 
são infalíveis. Deve-se usar sempre o melhor, mais atual e adequado ao 
esporte, teste possível, mas ter sempre em mente que podem existir erros;
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
18
g) Não há teste que substitua o julgamento profissional: se não houvesse 
lugar para o julgamento em medidas e avaliação, então o profissional 
poderia ser substituído por uma máquina ou um técnico. Por outro lado, 
julgamentos feitos sem dados substanciais são sempre inaceitáveis. As 
medidas fornecem os dados que levam o profissional a fazer um melhor 
julgamento ou tomar uma melhor decisão;
h) Deve sempre existir o re-teste para se observar o desempenho: se 
a habilidade inicial do atleta não for medida, então não se terá co-
nhecimento sobre o seu desempenho no Programa de Treino. Não é 
possível reconhecer as necessidades individuais sem saber por onde 
começar, como também, não se pode determinar o que os atletas 
melhoraram se não soubermos sua evolução, por isso é necessário o 
re-teste;
i) Usar os testes que mais se aproximam da situação da atividade: os testes 
devem refletir as situações do esporte e das atividades específicas reali-
zadas pelos jogadores.
Critérios para seleção de testes
BATERIA DE TESTES: Conjunto de testes destinados a quantificar variá-
veis de performance.
O futebol exige força, agilidade, velocidade e uma ótima capacidade de 
executar ações de alta intensidade sem queda de rendimento e com pouco tem-
po de recuperação entre uma ação de elevada intensidade e outra. Logo, um 
equilíbrio entre as capacidades físicas citadas e uma Composição Corporal que 
auxiliem na otimização do rendimento do jogador, deverá compor a bateria de 
avaliação do jogador de futebol.
Quando se caracteriza o futebol como um esporte de esforço intermi-
tente, com exigência de uma rápida recuperação durante os períodos de 
paralisação ou nas corridas de baixa intensidade, para que não tenha que-
da de rendimento nas ações de alta intensidade, logo verificamos a neces-
sidade de avaliar a capacidade de executar ações intensascom períodos 
de recuperação (Desempenho Intermitente/ Resistência Específica) e pela 
distância total percorrida numa partida exige-se que os atletas possuam 
uma Potência Aeróbia bem desenvolvida, promovendo uma eficácia maior 
de ressíntese de creatina fosfato e melhor eficiência na remoção do lactato 
sanguíneo durante o repouso ou exercício de baixa intensidade durante a 
partida. A velocidade se faz necessária, uma vez que, essa pode ser enten-
dida como um conjunto de propriedades funcionais que permitem a exe-
cução de ações motoras em um tempo mínimo, convertendo rapidamente 
Seleção de testes
19
a energia química presente no músculo em energia mecânica produzindo o 
movimento, superando o adversário e realizado as ações de alta intensida-
de. Os testes de velocidade aplicados aos jogadores de futebol, não devem 
conter distâncias não utilizadas durante os jogos. Portanto, os testes de 
velocidade mais utilizados devem ser os de 5 a 30 m. Para avaliar a agilida-
de, que contempla também a velocidade com mudança rápida de direção, 
podem ser utilizados os seguintes testes: Illinois Agility Test, Teste T40 ou 
Teste de Agilidade de 20m.
Os testes de Saltos Verticais também se fazem necessários e são de ex-
trema importância numa bateria de testes, uma vez que a força explosiva se 
apresenta como uma capacidade condicionante que permite ao atleta realizar 
movimentos rápidos e com mudança rápida de direção. Onde sabemos que, o 
treinamento da força explosiva melhora os fatores limitantes do desempenho 
da agilidade e velocidade (Kraemer ; Hakkinen, 2004).
E para completar uma bateria de testes e avaliações para os jogadores, 
tem-se analisado também, a questão da flexibilidade dos atletas, uma vez 
que, essa variável é muito importante para atividades de alta intensidade 
como é o futebol, pois uma musculatura com um bom grau de flexibilidade 
aumenta a amplitude e eficiência do movimento, diminuindo a probabili-
dade de lesões.
As melhores baterias de testes são as que melhor representam a movi-
mentação, os gestos, a intensidade e os metabolismos predominantes na mo-
dalidade, possibilitando uma análise profunda do perfil exigido em um de-
terminado esporte.
Os testes menos fatigantes devem iniciar a bateria de testes, uma vez que a 
recuperação total do atleta é mais rápida, possibilitando dar continuidade na 
seqüência dos testes selecionados, e os testes mais fatigantes devem ser aplica-
dos no final.
Critérios de autenticidade científica
VALIDADE: O teste mede o que é destinado a medir. Se estabelecermos 
uma correlação entre o resultado de um teste válido realizado por um atleta e, 
o resultado obtido em um teste que queremos validar com o mesmo atleta, o 
coeficiente de correlação deve ser elevado.
CONFIABILIDADE OU FIDEDIGNIDADE: Está ligada a consistência da 
medição. A medida repetida duas ou mais vezes dentro de um curto inter-
valo de tempo, sem que tenha havido, entre os testes, atividade que possa al-
terar a resposta, deve apresentar os mesmos resultados ou serem altamente 
correlacionados.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
20
OBJETIVIDADE: O teste deve produzir resultados consistentes quando 
usado por diversos testadores; não pode depender de uma única pessoa.
PRECISÃO DAS MEDIDAS: A precisão das medidas depende, em primei-
ro lugar, da exatidão dos instrumentos. Quanto mais refinado ele for melhor 
será o resultado da medida.
Podemos destacar que existem dois erros mais comuns: Erro de Medida e 
Erro Sistemático.
Erro de Medida: nos erros de medida encontram-se inserido:
a) Erro de Equipamento: quando o equipamento não é aferido previamente;
b) Erro de Medidor: quando o medidor erra ao fazer uma leitura do cro-
nômetro, na leitura da trena, na contagem do número de repetições de 
execução, etc.
c) Erro Administrativo: quando existe algo errado na administração do 
teste; por exemplo, aquecimento prévio para a execução do teste, quan-
do não estava contido nas normas do teste, ou imperfeição nas técnicas 
de saltos verticais, etc.
Erro Sistemático: como erro sistemático pode-se citar as diferenças bioló-
gicas; por exemplo, se a medida da estatura de um indivíduo for realizada nas 
primeiras horas da manhã ter-se-à uma medida diferente de outra feita à tarde.
Fatores que influenciam o desempenho
Diversos são os fatores que influenciam o desempenho físico dos joga-
dores de futebol. Esses fatores resultarão em efeitos positivos ou negativos 
dos futebolistas, fazendo com que esses atletas obtenham um melhor ou um 
pior rendimento durante os treinamentos e jogos. Logo, o conhecimento e 
intervenção sobre alguns destes fatores pode levar ao sucesso da equipe ou 
minimizar os efeitos negativos dessas influências. Na figura 1 observa-se os 
principais fatores que influenciam o desempenho atlético dos futebolistas 
profissionais.
Seleção de testes
21
Figura 1
Principais fatores que influenciam o desempenho do futebolista.
Nutricionais
O futebol é uma modalidade de esporte com exercícios intermitentes 
de intensidade variável. Aproximadamente, 88% de uma partida de futebol 
envolvem atividades aeróbias e, os 12% restantes, atividades anaeróbias de 
alta intensidade (Stolen et al., 2005). Devido à sua duração, pode ser consi-
derado um esporte de endurance, promovendo assim um gasto calórico alto 
de seus praticantes, tanto em dias de jogos, quanto em treinamentos. Uma 
vez que a função específica de cada atleta interfere nas necessidades ener-
géticas diárias (Prado et al., 2006), a ingestão alimentar adequada, visando 
fornecer aos jogadores as quantidades corretas de carboidratos, gorduras, 
proteínas, favorece o balanço energético ideal, bem como proporciona ao 
atleta começar os jogos com níveis ótimos de glicogênio muscular, o que 
é fundamental para melhorar o desempenho atlético e retardar a fadiga, 
comumente apresentada pelos atletas profissionais, principalmente nos úl-
timos 45 minutos do jogo (Reilly, Drust e Clarke, 2008).
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
22
Os jogadores de futebol são atletas que treinam em intensidade moderada a 
alta, tendo necessidades energéticas diárias em torno de 3.150 a 4.300kcal. O gasto 
energético de um jogador de futebol é estimado em 1.360kcal/jogo (Clark, 1994).
A nutrição e o treinamento são alguns aspectos fundamentais para que o 
jogador de futebol tenha bom desempenho. A demanda energética dos treina-
mentos e competições requer que os jogadores consumam uma dieta balancea-
da, particularmente rica em carboidratos (Rico-Sanz et al., 1998). A educação 
nutricional é de fundamental importância, principalmente para jogadores de 
futebol, especialmente quando em períodos de treinamento intenso, que conso-
mem quantidades elevadas de gordura e pequenas de carboidrato.
Portanto, a dieta de um jogador de futebol deve atender aos gastos ener-
géticos, fornecer um balanço adequado de proteínas, lipídios e carboidratos e 
atingir as recomendações de micronutrientes.
Suplementação esportiva
Uma alimentação adequada visa atender as necessidades de energia e 
aporte de nutrientes que auxiliem o atleta a suportar as demandas de treino e 
jogos assim como promover sua saúde. Além disto, cabe à alimentação propi-
ciar o estado metabólico adequado para que ocorram as adaptações desenca-
deadas pelo processo de treinamento culminando no aumento do desempenho 
(Hawley; Tipton ; Millard-Stafford, 2006).
Devido à falta de informação a respeito de escolhas alimentares adequa-
das e a quantidade excessiva de treinos e competições a maioria dos jogadores 
de futebol apresenta uma dieta inadequada para as necessidades nutricionais 
desta modalidade. Stancanelli (2006) analisou a ingestão alimentar de joga-
dores profissionais brasileiros e verificou que a maioria dos atletas apresenta-
va uma ingestão calórica inferior ao que deveria ser consumido diariamente, 
1.500-3.000 Kcal/dia vs 3.000-4.000 Kcal/dia, respectivamente. Com relação aos 
macronutrientesa autora mostrou que a maior deficiência se encontrava no 
consumo de carboidratos que variava entre 40-55% do total de calorias da dieta 
enquanto o preconizado para atletas futebol é entre 60 e 70%. Já para lipídeos e 
proteínas o consumo apresentou-se acima do recomendado para esta modali-
dade, entre 20-40% e 15-25% respectivamente. 
Infelizmente esta não é uma realidade isolada, mas sim a de muitas equi-
pes. Corroborando com estes dados diversos autores já demonstraram que jo-
gadores de futebol apresentam uma dieta inadequada tanto no valor energéti-
co quanto na distribuição de macro e micronutrientes (Prado et al., 2006).
Assim, antes de pensar em outras estratégias nutricionais, é de extrema im-
portância que o nutricionista faça uma educação nutricional com os jogadores 
Seleção de testes
23
afim de que as escolhas alimentares dos mesmos levem a ingestão adequada 
de energia e nutrientes atendendo às necessidades específicas deste desporto.
Uma dieta adequada é a base para criar o ambiente metabólico necessá-
rio para que o atleta se adapte ao treino e com isto aumente sua performance. 
Contudo, desde que o esporte competitivo existe, os atletas, bem como os pro-
fissionais envolvidos com o esporte, têm buscado estratégias diversas para me-
lhorar o rendimento. Neste contexto, a utilização de recursos ergogênicos ou os 
chamados suplementos esportivos tem crescido a cada ano.
No caso do futebol, Tscholl et al. (2008) relataram o aumento do uso de me-
dicamentos e suplementos esportivos ocorridos nas copas do mundo de 2002 
e 2006. Foram levantados através de questionários as substâncias ingeridas 72 
horas antes dos jogos por jogadores de 56 seleções. Um total de 10.384 subs-
tâncias foram reportadas sendo 42,9% medicamentos e 57,1% de suplementos 
esportivos. Dentre os suplementos, os mais ingeridos foram as vitaminas que 
representaram 41,1%, seguido por minerais (21,2%) e aminoácidos (11,1%). No 
percentual restante encontravam-se cafeína, carnitina, antioxidantes, ácidos 
graxos essenciais, ginseng, entre outros. Os autores relataram que alguns atle-
tas ingeriram cerca de 10 suplementos antes de uma única partida e a média 
de ingestão dos times era de 0,73 suplementos/jogo/jogador em 2002 e passou 
para 1,28 suplementos/jogo/jogador em 2006.
Em geral muitos dos suplementos esportivos não são necessários uma vez 
que o atleta tenha uma boa educação alimentar e apresente uma dieta adequa-
da às necessidades da modalidade que pratica. E pode-se dizer que a suple-
mentação de vitaminas e minerais, em altas doses, em indivíduos com valores 
bioquímicos normais desses nutrientes e que consomem dieta adequada e ba-
lanceada, não melhora o desempenho físico.
Contudo, os suplementos podem servir como uma estratégia nutricional 
dentro de um plano alimentar muito bem elaborado para o jogador. Por exem-
plo, podem ser utilizados para suprir deficiências agudas de vitaminas e mine-
rais e auxiliar no aporte energético e proteico. Também representam uma medida 
prática para atletas com falta de apetite e para lanches em viagens e pós-treino.
Além disto, há estudos apontando resultados positivos de alguns suple-
mentos como, creatina, cafeína, proteína e carboidrato, em capacidades físicas 
importante para o futebol, podendo assim, atuar efetivamente como um recur-
so ergogênico potencializando o aumento da performance (Mujika et al., 2000; 
Mielgo-Ayuso et al., 2019). Vale lembrar que a resposta fisiológica da utilização 
do suplemento pode variar de indivíduo para indivíduo, sendo assim, de extre-
ma importância que a utilização dos suplementos seja “testada” em períodos 
de treino antes da competição.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
24
Todavia, é importante ressaltar que no caso de suplementos, os cuidados 
com a sua utilização devem ser redobrados uma vez que muitos deles podem es-
tar contaminados com outras substâncias (na maioria das vezes ilícitas) podendo 
trazer algum prejuízo à saúde ou mesmo o atleta ser pego em testes de doping.
Hidratação
No que concerne à hidratação, vale lembrar que devido à vasta extensão ter-
ritorial do Brasil os jogadores são constantemente expostos a situações de jogos 
sob alta temperatura e umidade. Esses fatores podem acelerar o desencadea-
mento de problemas de termorregulação e desidratação, que resultam em fadiga 
mais rapidamente do que a causada pela depleção dos estoques de energia, con-
sequentemente causando queda de desempenho. Neste caso, a oferta de líquidos 
é mais importante que a disponibilidade de carboidrato no desempenho físico 
em exercícios de resistência no calor. Já em condições ambientais frias, a ingestão 
de uma solução de carboidrato a 7% é mais eficiente em melhorar o desempenho, 
porque mantém a concentração de glicose sanguínea constante, conservando 
também o volume plasmático adequado (Febraio et al., 1996).
Além do incentivo constante para que os jogadores adquiram o hábito de se 
hidratar a todo o momento, é conveniente adotar estratégias individuais, como 
por exemplo, aquela em que cada jogador é pesado antes e após o término dos 
treinamentos ou jogos. Essa estratégia, realizada sobre diferentes condições am-
bientais, pode fornecer informações que permitam traçar um perfil de desidrata-
ção de cada atleta e planejar o melhor protocolo de hidratação que seja específico 
para cada jogador. 
Jogadores apresentam perdas hídricas diferenciadas em função de variáveis am-
bientais e individuais como o estado de aclimatação, condicionamento físico e taxa 
de transpiração, portanto devem ser avaliados individualmente. De toda forma, vale 
lembrar que um jogador de futebol chega a perder 5% do peso corporal durante uma 
partida, uma desidratação moderada, e que pode reduzir em até 30% seu desempe-
nho físico. Uma hidratação adequada só será alcançada se o consumo de líquidos for 
suficiente durante todo o dia, e não somente imediatamente antes, durante e após 
os exercícios. Estratégias como a hiperhidratação têm sido descritas na literatura, 
mostrando resultados positivos (Rico-Sanz et al., 1996). Esse protocolo consiste em 
promover uma ingestão de 300-600 mL de líquidos na refeição pré-jogo, com um adi-
cional de 150-300 mL de líquidos a cada 15-20 minutos até 45 minutos antes do jogo, 
tempo este para o atleta eliminar o excesso de líquidos através da urina. 
Além disso, durante a partida os jogadores devem consumir líquidos cons-
tantemente, em pequenas quantidades e em intervalos regulares, para não in-
terferir no esvaziamento gástrico e, também, repor toda a água perdida através 
Seleção de testes
25
do suor. Os líquidos a serem oferecidos devem estar entre uma temperatura 
de 15 e 22o e ter sabor agradável, para assim promover sua ingestão voluntária 
(American College of Sports Medicine, 1996).
A bebida hidroeletrolítica adequada deve ter as seguintes características: 
permitir que os fluidos cheguem rapidamente aos tecidos, fornecer carboi-
dratos durante o exercício, fornecer baixos níveis de eletrólitos, ser palatável 
e refrescante e não causar distúrbios gastrointestinais. Essas bebidas após o 
término do jogo ou treinamento ajudam não só na hidratação, mas também na 
recuperação do glicogênio muscular.
O jogador de futebol apresenta uma grande dificuldade em ingerir líquidos 
durante uma partida. Isso ocorre em função da alta intensidade característica do 
esporte, como também da própria dinâmica do jogo, comprometendo assim uma 
adequada hidratação. A ingestão de líquidos deve ser, portanto, constantemen-
te encorajada, disponibilizando garrafas individuais em todas as interrupções 
casuais de uma partida. A adição de carboidratos e eletrólitos nas bebidas de 
hidratação é fundamental, pois favorece não só a hidratação como também o 
prolongamento do esforço e manutenção de um bom desempenho atlético.
Meio-ambientais
Por causa das localizações geográficas, as equipes visitantes são confronta-
das com o jogo, não só em altitude diferente, mas tambémsob diferentes condi-
ções ambientais, como calor, frio e umidade relativa diferente em comparação 
com seu país ou região de origem. O desafio é garantir o princípio básico do 
fair play, oferecendo chances iguais para o mandante e o time visitante nestas 
circunstâncias variadas (Bartsch ; Saltin ; Dvorak, 2008).
O número de desportistas que estão submetidos às exigências fisiológicas 
em condições de variações ambientais está aumentando cada ano, porém, o 
efeito dessas alterações ambientais tem influenciado o desempenho físico, difi-
cultando os mecanismos de adaptação às quais o corpo está exposto.
As elevadas cargas de treinamento e de competição do desporto atual que é rea-
lizada pelos atletas, em condições de variação de temperaturas do meio tornam-se 
um problema adicional de adaptação do organismo ao trabalho. Essa circunstância 
apresenta-se nos desportos como no futebol, onde são necessários conhecimentos 
detalhados sobre a influência que exerce o calor e ou frio no organismo do atleta, 
sobretudo durante a execução de cargas de treinamento e de competição de elevada 
magnitude, assim como conhecer os mecanismos e vias de treinamentos utilizáveis 
para atingir uma boa adaptação individual a temperaturas altas e baixas.
Por outro lado, a atividade física intensiva está relacionada com a dimi-
nuição da temperatura ótima do ar. Em consequência o trabalho com uma 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
26
frequência cardíaca de 140-150 batimentos por minuto se eleva com maior ra-
pidez se a temperatura do ar é de 16-17ºC, mas o incremento da frequência 
cardíaca até os 170-180 batimentos por minuto se vincula com um desloca-
mento da zona de confortabilidade até os 13-14ºC. Nesse sentido, as mudanças 
na temperatura exterior, considerados como ótimas, geram um desequilíbrio 
entre a temperatura exterior e a interior do corpo, obrigando ao organismo a 
reagir com o objetivo de manter o equilíbrio térmico.
Em consequência, a aclimatação do organismo do desportista às mudan-
ças de temperatura do meio ambiente reduz-se a dissipação do calor, quan-
do as temperaturas são altas e mantém o calor se as temperaturas são baixas. 
Destaca-se, que a energia gerada pelo organismo de uma pessoa, entre 60 e 80% 
se transforma em calor que vai para o meio ambiente, e apenas de 20 a 40% se 
transforma em energia útil para o trabalho.
Em condições atmosféricas habituais, a conservação do equilíbrio térmico 
não representa nenhum problema para o organismo da pessoa, mas no caso do 
calor que sobra que aparece como consequência do metabolismo, se elimina 
através da condução e da convecção (20-30%), da radiação (50-60%) e da eva-
poração (20-30%), como se observa na figura 2.
Figura 2
Dissipação do calor.
Seleção de testes
27
Durante a condução, o calor transmite-se mediante o contato molecular dos 
tecidos mais quentes aos menos quentes, e durante a convecção como resul-
tado do contato da pele com os elementos circundantes ao corpo, com ar ou 
com água, e na radiação mediante transmissão do calor que sobra em forma 
de raios infravermelhos, e quando há evaporização o calor se elimina mediante 
a sudoração. No caso de realizar-se um exercício intenso, sobretudo no caso 
que o dia é muito quente, a evaporação se converte no mecanismo principal 
de eliminação do calor. Dessa forma, o calor é eliminado pela evaporação do 
suor desde a pele, irradiando o calor do corpo para zonas mais frescas como 
as extremidades, notando-se nelas aumentos intensos de irrigação sanguínea 
cutânea e uma maior atividade das glândulas sudoríparas.
Por outro lado, é amplamente conhecido que a temperatura ótima do ar 
para uma vitalidade completa da pessoa em condições normais sem realizar 
exercícios oscila entre 18 e 22ºC. De fato, a maiores temperaturas o organismo 
necessita de aclimatação para poder suportar os efeitos do calor e a umidade. 
Por exemplo, durante o exercício submáximo prolongado em ambientes quen-
tes ou úmidos, a taxa de transpiração de uma pessoa pode aumentar para valo-
res entre 2 a 3L/h (Robergs ; Roberts, 2002). Dessa forma, à medida que o corpo 
se desidrata, as taxas de transpiração diminuem e a temperatura interna do 
corpo aumenta. Portanto, a transpiração excessiva acarreta uma perda líquida 
mais pronunciada e uma subsequente redução no volume plasmático.
As complicações pelo calor associadas ao esforço podem afetar aos atle-
tas durante o exercício de alta intensidade e longa duração, e ocasionar que 
se retirem da atividade e colapsem durante esse intervalo ou pouco depois 
(American College of Sports Medicine, 2007). É por isso que a manutenção de 
exercício físico intenso em ambientes quentes pode sobrecarregar a capacidade 
do corpo para responder adequadamente à pressão imposta, dando lugar à hi-
pertermia, desidratação, deterioro físico, rendimento mental e potencialmente 
grave doença pelo esforço no calor (Casa, 1999). De fato, vários estudos abor-
daram os efeitos da desidratação sobre a resistência muscular, revelando que 
3 a 4% da desidratação provocam a diminuição do rendimento. Nesse sentido 
Sawka; Montain ; Latzka (1996) consideram em relação à potência aeróbia má-
xima que uma redução de 2 a 3% do peso corporal em condições de calor, as 
quedas podem ser grandes. Portanto, a ingestão de líquidos mantém a hidrata-
ção e ajuda à termorregulação, evitando a desidratação e mantendo o volume 
plasmático adequado, sobretudo, em futebolistas que realizam treinamentos 
duas vezes por dia durante a pré-temporada (Maughan et al., 2004).
A informação sobre as mudanças na diminuição da temperatura exterior 
chega ao organismo através dos termoreceptores da pele, que estão situados a 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
28
0,17mm de profundidade, porém, quando se produz mudanças consideráveis 
na temperatura exterior, os receptores transmitem informação ao centro de ter-
morregulação que ativa os mecanismos de regulação da temperatura. Assim, 
à medida que tem lugar uma diminuição da temperatura do meio exterior, co-
meça a atuar os mecanismos de ação que favorecem a produção de calor meta-
bólico e manutenção do calor formado no organismo. Os mecanismos gerados 
são efetivos e permitem garantir a manutenção da temperatura interna apesar 
das mudanças na temperatura do meio ambiente.
A temperatura corporal se mantém dentro de certos limites com flutuações 
diárias de ±1ºC, onde uma redução na temperatura da pele ou do sangue esti-
mula o hipotálamo a ativar os mecanismos conservadores da temperatura cor-
poral, aumentando a produção e diminuindo a dissipação do calor. Porém, os 
mecanismos que habitualmente se encarregam de eliminar calor, como a con-
dução, radiação, convecção e evaporação, funcionam de forma ineficaz num 
ambiente frio, dissipando o calor mais rápido do que o corpo pode gera-lo. 
Portanto, a hipotermia aparece quando a temperatura interna descende abaixo 
dos 35ºC (Mills, 1987), temperatura em que os músculos perdem a tensão, fi-
cando paralisados porque a taxa de produção química de calor por cada célula 
se reduz quase a metade por cada descenso de 5ºC.
Embora, quando expostos a ambientes frios sugere-se agasalhar com o pro-
pósito de isolar o frio durante o exercício físico e diminuir a perda de calor atra-
vés de esfriamentos por evaporação, irradiação e convecção (Robergs ; Roberts, 
2002), sendo que para manter o equilíbrio térmico será necessária certa quan-
tidade de roupas. Nesse sentido, Pate (1988) destaca que uma vez aquecidos 
deve-se retirar algumas roupas, causando uma diminuição da barreira isolante 
formada pelos agasalhos, para ser compatível com as necessidades isolantes 
exigidas pelo exercício físico.
A exposição ao frio de desportistas e especificamente de futebolistas é pou-
co estudada por parte dos pesquisadores. Dado que a maioria dos estudos que 
investigam os efeitos do treinamento sobre a tolerância ao frio foi desenvolvida 
em ratos (Shefer e Talan, 1997)e sua capacidade de extrapolação ao modelo hu-
mano é muito discutida. No entanto, alguns estudos sugerem que as taxas de 
sudorese tendem a ser menores em ambientes frios e o efeito da hipoidratação 
no rendimento do exercício é menos marcada.
A partir dessa perspectiva, Bulatova e Platonov (1998) consideram que 
uma diminuição significativa da temperatura muscular provoca uma alte-
ração na incorporação racional ao trabalho de fibras musculares de diverso 
tipo e na coordenação intramuscular e intermuscular; assim como a dimi-
nuição na velocidade de contração muscular, no nível de força muscular, no 
Seleção de testes
29
rendimento econômico do trabalho e na capacidade para conseguir uma efi-
caz coordenação de movimentos. 
Em consequência, o esportista que exercitar-se na mesma velocidade e com 
a mesma produção de força em ambientes de baixas temperaturas se fadiga 
antes, apesar de que o exercício físico intenso serve como um meio eficaz para 
diminuir o influxo das baixas temperaturas. Portanto, no caso dos futebolistas 
será necessário manter um equilíbrio térmico durante os treinamentos e com-
petições a baixas temperaturas, sobretudo quando se controla a carga física 
para não se esgotar rapidamente e, usar roupa adequada para garantir a manu-
tenção da temperatura interna.
Uma diminuição da temperatura interna e dos músculos, inferior ao nível 
ótimo conduz a uma diminuição substancial do consumo máximo de oxigênio, 
do gasto cardíaco, da frequência cardíaca, do rendimento eficiente do traba-
lho e, naturalmente da capacidade para o exercício físico (Bulatova e Platonov, 
1998). Por exemplo, destaca-se que quando a temperatura retal cai para 23,5ºC 
se produz hipotermia, afetando o coração, provocando desta forma parada car-
díaca, e consequentemente a morte. Nesse sentido, os sintomas de desenvol-
vimento da hipotermia são fraqueza, fadiga, diminuição dos tremores, incoe-
rência e perda das faculdades para se comunicar (Robergs ; Roberts, 2002). Isto 
provoca esfriamento muscular, alterando os modelos de mobilização das fibras 
musculares. Portanto, se produz uma diminuição na velocidade de contração 
muscular, na força muscular e na capacidade para executar com eficácia a coor-
denação motora, assim também o resfriado comum é provavelmente a doença 
mais frequente dos esportistas que permanecem em ambientes de frio, porém, 
é recomendável manter o sistema imunológico em boas condições e vestir rou-
pas adequadas para proteger as zonas mais propensas.
Em suma, o processo de treinamento e competição dos times de futebol depen-
de muito das condições atmosféricas e das regiões geográficas, em que o planeja-
mento e a organização das atividades com antecipação convertem-se num fator 
primordial para obter um maior rendimento e evitar riscos de saúde nos atletas.
Quando o assunto é Altitude, nota-se que aproximadamente 140 milhões 
de pessoas vivem acima de 2500msnm., sobretudo no norte, centro e sul da 
América, Ásia e o norte de África, considerando os biólogos humanos que estas 
populações experimentam mudanças respiratórias, cardiovasculares e hema-
tológicas, produto das condições de hipóxia, ou seja, da redução progressiva 
na pressão parcial de oxigênio devido ao aumento da altitude (West, 2004). 
Em consequência, muitos médicos encontram-se surpresos por conhecer o 
meio em que as pessoas vivem, trabalham e jogam em grandes altitudes (West, 
2004) e os fatores físicos que influenciam sobre o organismo do homem como 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
30
a diminuição da pressão barométrica, densidade do ar atmosférico, força da 
gravidade, temperatura e elevada radiação solar (Bulatova e Platonov, 1998).
No caso dos jogos internacionais de futebol que se desenvolvem na 
América do Sul, geralmente são realizados em cidades de moderada altitude, 
como Bogotá (2600msnm), Quito (2800msnm), La Paz (3600msnm) e Cusco 
(3300msnm), entre outros estádios. Essas regiões geográficas se caracterizam 
principalmente pela presença do fenômeno da hipóxia, obstaculizando muitas 
vezes o desempenho coletivo e individual das equipes que competem, levando 
na maioria das oportunidades aos clubes a treinar em condições similares com 
o intuito de diminuir os efeitos da altitude. Embora, esses processos de aclima-
tação e adaptação sejam considerados como desafios para os atletas, que pelo 
geral, não todos os jogadores conseguem desenvolver e manter níveis aceitá-
veis de rendimento. Por sua vez, nem todos os clubes apresentam as mesmas 
condições de trabalho, recursos e infraestrutura para programar dentro de seus 
planejamentos. De fato, as equipes deveriam treinar em localidades de altitude 
e/ou no nível do mar em condições de hipobaria, objetivando a execução de um 
melhor desempenho à moderadas e elevadas altitudes. No entanto, o tempo de 
intervalo entre cada competição oscilam entre 3 e 6 dias, impossibilitando acli-
matações e pior ainda, adaptações. Portanto, as regiões geográficas que apre-
sentam elevadas altitudes se caracterizam pela baixa pressão de oxigênio, onde 
os atletas que logo ao descer do avião e permanecem mais de seis horas podem 
sofrer alguns sintomas como dor de cabeça, náuseas, vômitos, entre outros, 
produto dos efeitos da altitude, chegando inclusive a elevadas altitudes a so-
frer muitas vezes edema pulmonar e cerebral (Bartsch; Saltin ; Dvorak, 2008).
Em consequência, a Comissão de Medicina do Esporte da FIFA, recomenda 
que as competições de futebol acima dos 3000msnm., deveriam ser jogados 
só após um período de aclimatação de 10 dias, em razão de que as regiões de 
altitude podem gerar alterações perceptivas e cognitivas potenciais e presença 
de fadiga a expensas da exposição aguda em moderadas e elevadas altitudes.
A exposição a elevadas altitudes implica para o ser humano um stress fisio-
lógico marcante, que requer de uma série de respostas agudas e crônicas que 
permitem uma adaptação a este meio tão adverso. Tais adaptações a nível do 
sistema respiratório e circulatório, regulação hormonal e hídrica, nos compo-
nentes hematológicos e na morfologia e metabolismo muscular, parece contra-
riar os efeitos fisiológicos da rarefação de moléculas de oxigênio para os tecidos 
(Bartsch; Saltin ; Dvorak, 2008). Dado que os mecanismos de adaptação são im-
portantes para permanecer e sustentar o trabalho em regiões de elevada altitude, 
sendo um exemplo da capacidade adaptativa do organismo humano as altera-
ções homeostáticas, orgânicas, e teciduais em ambientes extremadamente hostis.
Seleção de testes
31
Com o objetivo de avaliar a influência da altitude sobre o rendimento de 
1400 jogos internacionais desenvolvidos na América do Sul durante os anos de 
1900 a 2004, Sharry (2007) verificou que as equipes que são de elevada altitude 
tem menor probabilidade de fazer gols quando jogam em baixas altitudes, e 
por cada 1000m, adicionais essa probabilidade aumenta a média de gol. Tal é o 
exemplo da seleção de Bolívia, quando joga com um oponente do nível do mar 
como no caso da seleção do Brasil, a probabilidade de ganhar em casa aumenta 
de 54% para 83% devido aos efeitos da altitude. A figura 3 mostra a porcenta-
gem de jogos vencidos na condição de mandante e de visitante em 17 Copas 
América de futebol por cada país.
Figura 3
Porcentagem de jogos vencidos dentro e fora de casa das 
seleções de América do Sul.
Psicológicos
O entendimento do treino e do jogo de futebol, enquanto processos decorren-
tes da confluência de múltiplos componentes (físico, técnico, tático e psíquico), 
implica a configuração de um enquadramento complexo que pondere a interação 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
32
de diversas variáveis (Barreiros et al., 2011). Todavia, ao analisar-se a evolução do 
processo de treino desportivo, constata-se uma clara assimetria quanto ao valor 
atribuído aos distintos componentes do rendimento. Por exemplo, no que con-
cerne mais especificamente ao componentepsicológico, a Psicologia do Desporto 
ainda não é suficientemente valorizada, fato que assume óbvias implicações ao 
nível do treino das equipas profissionais (Fonseca, 2004).
Em toda ação, presente em um jogo de futebol, existe um envolvimento 
psíquico, sendo esse consciente ou não, mas a qualidade desse envolvimen-
to terá fundamental importância no resultado da ação. Dividir uma bola com 
um adversário desperta no atleta sentimentos de posse, de levar vantagem, de 
triunfo, de competição. A partir da conscientização desses aspectos, a prepara-
ção atlética passou a envolver também objetivos afetivos.
Nos esportes de alto rendimento os atletas são confrontados às situações 
de grande pressão e instabilidade. Esta sobrecarga frequentemente afeta o 
estado psicológico dos atletas. Na literatura já é sabido que atletas possuem 
comportamentos diferentes frente a determinadas situações que influenciam 
no desempenho. Esta capacidade foi denominada de “mental toughness”, que 
em português significa capacidade de sustentar consistentemente um estado 
ideal de desempenho diante das adversidades.
Vários fatores afetam esta capacidade psicológica, como, autoconfiança, 
foco de atenção e concentração, motivação, negativismo, estresse, ansiedade, 
atitude competitiva, determinação e persistência entre outros.
Alguns desses fatores interferem de maneira negativa ou positiva no de-
sempenho dos atletas de alto nível. Um bom exemplo é a ansiedade, que pode 
ser entendida como um fenômeno psicológico relacionado à adaptação e re-
gulação do ser humano na vida cotidiana. Trata-se de uma reação subjetiva 
de apreensão e incerteza acompanhada por uma ativação do sistema nervoso 
autônomo e um aumento da atividade endócrina. Essa reação de apreensão 
e incerteza, que gera reações fisiológicas como taquicardia, dor de estôma-
go, medo, entre outras, é denominada Ansiedade-Estado. Weinberg ; Gould 
(2001) complementam essa definição, afirmando que esse estado ansioso está 
relacionado ao componente de humor em constante variação, caracterizado 
por sentimentos de apreensão e tensão, associados à estimulação do Sistema 
Nervoso Autônomo. 
Weinberg ; Gould (2001) apontam que para a interpretação de um indiví-
duo de seus sintomas de ansiedade é importante a compreensão da relação 
ansiedade-desempenho. As pessoas podem considerar os sintomas de ansie-
dade como facilitadores, positivos e úteis para o desempenho ou, por outro 
lado como negativos e prejudiciais. Assim sendo o autor demonstra que para 
Seleção de testes
33
entender a relação ansiedade-desempenho é preciso examinar tanto a inten-
sidade quanto a direção (da interpretação da ansiedade como facilitadora ou 
debilitante) da ansiedade apresentada.
Pesquisas demonstram que ativação e ansiedade aumentada causam au-
mento da tensão muscular e podem interferir na coordenação, além disso, es-
treitam o campo de visão, tornando o foco diminuído, o que pode ser favorável 
para exercícios que exijam concentração num foco estreito e a eliminação de 
distrações ambientais (Weinberg ; Gould, 2001).
Outro fator, que pode levar o jogador de futebol a ter uma queda de desem-
penho, é o estresse, que acontece quando há um desequilíbrio substancial entre 
as demandas físicas e psicológicas impostas a um ser humano, sob condições 
em que a falha em as satisfazer tem consequências importantes, e sua capaci-
dade em responder satisfatoriamente. Muitos são os fatores oriundos do meio 
externo que levam ao estresse no esporte como, por exemplo, estímulos de dor, 
perturbações sensoriais (muitos estímulos como barulho, luz ou vibração), ou 
situações de perigo (acidentes, lesões). Há também o estresse gerado por situa-
ções de privação das necessidades básicas, como sono e alimentação.
Os estressores de performance, como demanda excessiva ou diminuída de 
jogos, insatisfação no clube e o fracasso em situações de performance, e os es-
tressores sociais como conflitos com o técnico ou membros da equipe, viagens 
muito longas, distância dos parentes e isolamento social são outros fatores que 
prejudicam a performance esportiva. Outros fatores como a pressão da torcida, a 
imprensa e a relação com patrocinadores também podem prejudicar o desem-
penho dos atletas.
Por outro lado, é de conhecimento que times que têm maior capacidade de 
manter um alto nível de concentração, motivação e empenho tendem a ter uma 
boa performance. Os jogadores dessas equipes são autoconfiantes, direcionam 
sua energia à conquista de seu objetivo na competição e se esforçam ao máximo 
para conseguir o melhor desempenho possível.
Por fim, observa-se a existência de vários fatores psicológicos influencian-
do a performance dos atletas, os quais tanto podem prejudicar ou contribuir para 
sua satisfação e seu desempenho profissional, nos resultados de suas carreiras 
e até mesmo em sua saúde mental. Por essa razão, torna-se de fundamental 
importância que as pessoas envolvidas no trabalho com o jogador de futebol 
estejam atentas a essas questões, provendo as condições necessárias para que o 
mesmo desempenhe adequadamente o seu exercício profissional. Além disso, 
é fundamental construirmos conhecimentos relacionados à performance no es-
porte condizentes com as especificidades culturais e regionais do contexto no 
qual os atletas estão inseridos.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
34
Genéticos
Como observamos nos tópicos anteriores, o desempenho esportivo pode 
ser influenciado por diversos fatores, como: o programa de treinamento, a die-
ta, os fatores psicológicos e o uso de substâncias ergogênicas. Porém, mesmo 
quando os atletas adotam condutas semelhantes durante a preparação para 
a competição, somente alguns se destacam em suas modalidades esportivas, 
colecionando títulos e estabelecendo uma hegemonia sólida. Mas, como ex-
plicar o fato de que atletas que têm o mesmo regime de treinamento, o mes-
mo tipo de dieta, e que muitas vezes moram nos mesmos clubes, apresentam 
desempenhos tão diversificados? Neste contexto, o avanço científico e tecno-
lógico está permitindo a realização de análises mais aprofundadas, como a 
composição genética dos seres humanos (Genotipagem) (Macarthur ; North, 
2005; Puthucheary et al., 2011). Esse tipo de análise poderá auxiliar na detecção 
de indivíduos mais responsivos ao treinamento esportivo. Além disso, o perfil 
genético facilitará o entendimento da variabilidade de respostas aos estímulos 
específicos relacionados ao treinamento. Até o ano de 2005, o mapa genético 
para a performance física e fenótipos relacionados à saúde já incluía 165 genes 
candidatos (Macarthur ; North, 2005).
Os primeiros estudos ignoraram o conceito de interação, que no desporto 
indica “treinabilidade”. Bouchard ; Lortie (1984) afirmaram que esta interação 
é importante para determinar o potencial de esportes, enquanto Klissouras 
(1997) sustentou que ele pode ser ignorado e que funções como potência aeró-
bia (VO2máx) são determinadas principalmente pela hereditariedade, mas as 
respostas biológicas ao treinamento não são. Bouchard; Malina ; Perusse (1997) 
relataram grandes diferenças individuais nas respostas ao programa de mesmo 
exercício, concluindo que a capacidade de treinamento foi, em parte devido a 
fatores genéticos. 
As estimativas de herdabilidade foram obtidas nas últimas décadas para 
um número de variáveis antropométricas, musculares, fisiológicas e variáveis 
de desempenho relevantes para desportos como o futebol (Reilly; Bangsbo ; 
Franks, 2000). Eles incluem os valores elevados para altura e comprimento dos 
segmentos, alto a moderado valores para VO2máx e altos valores para o tipo de 
fibra muscular e flexibilidade. Mais recentemente, Seeman et al. (1996) relata-
ram que 80% da variação individual na densidade mineral óssea e da massa 
muscular magra é determinada geneticamente, de acordo com Thomis et al. 
(1998), o valor correspondente para área transversal do braço foi de 85%.
Os avanços científicos e tecnológicostêm possibilitado o desenvolvimento 
de novas estratégias para a detecção e preparação de atletas de elite, o que leva 
o esporte competitivo a um patamar jamais alcançado. Com o uso de técnicas 
Seleção de testes
35
de biologia molecular (ex. genotipagem) é possível detectar, por exemplo, ge-
nes que exercem algum tipo de influência sobre o desempenho, favorecendo 
atletas em determinadas modalidades esportivas. Dessa forma, o conhecimen-
to do genótipo poderá auxiliar na detecção de talentos e no direcionamento 
dos indivíduos com maior potencial de resposta para determinadas atividades, 
maximizando os efeitos dos programas de treinamento esportivo.
Os avanços nas tecnologias de estudo do DNA e proteína tem sido marca-
dos por um desenvolvimento sem precedentes na última década. Após o térmi-
no do Projeto Genoma Humano em 2001, que foi um marco representativo de 
uma nova era em genômica, o interesse de pesquisadores de diferentes áreas 
do conhecimento tem se deslocado para a análise das pequenas variações em 
nosso genoma, conhecidos como SNPs (single nucleotide polymorphisms). 
Da mesma forma os avanços nas ciências ômicas em geral (proteômica, 
metabolômica, etc.) tem revolucionado o modo de se entender os processos 
biológicos/fisiológicos/clínicos. Esses novos campos estão ampliando conside-
ravelmente nossa maneira de investigar e entender esses processos.
A identificação dessas regiões em nosso genoma bem como a expressão 
de moléculas marcadoras poderá ter uma grande capacidade de nos informar 
sobre os mecanismos que regulam diferentes fenótipos, dentre os quais os 
ligados a aptidão esportiva. O avanço da tecnologia nessas áreas pode levar 
ao desenvolvimento de biomarcadores para aptidão esportiva, extremamen-
te importantes para o processo de orientação de jovens atletas em início de 
carreira esportiva. 
Além disso, esses marcadores podem ser utilizados em vários campos da 
biomedicina, na farmacologia e na medicina esportiva. Desta forma, o Projeto 
Atletas do Futuro: A “ômica” a serviço do esporte, liderado pelo Prof. Dr. João Bosco 
Pesquero da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) vem coletando infor-
mações e dados com a finalidade de se obter uma ferramenta para auxiliar na 
orientação esportiva de jovens atletas, utilizando marcadores ÔMICOS presen-
tes em atletas de elite de hoje e do passado, de diferentes modalidades.
Com as informações do Projeto Atletas do Futuro é possível conhecer mais 
sobre as habilidades esportivas baseadas nas características genéticas de cada 
jogador. O relatório fornece informações em relação à predisposição em ati-
vidades de força comparada a predisposição em atividades de resistência em 
resposta ao treinamento esportivo. Com a análise genética, é possível verifi-
car o perfil genético para genes relacionados à performance física. Este relatório 
contém informações baseadas na literatura esportiva internacional, de acordo 
com os resultados obtidos da análise genética de cada ateta. Sendo essa análise 
apenas um dos vários fatores que caracterizam a performance física. 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
36
Os pesquisadores da Atletas do Futuro tiveram a preocupação e o cuidado 
de formar um painel com quatro genes baseados nas últimas evidências cien-
tíficas sobre genes relacionados à performance física: vantagens em atividades 
de força ou de resistência. Para cada um desses fatores são analisados os dois 
alelos gênicos, um herdado do pai e o outro herdado da mãe.
O Quadro 1, a seguir, descreve os resultados da caracterização genética para 
os genes ECA, BDKRB2, ACTN3 e AGT da equipe profissional do Palmeiras no 
primeiro semestre de 2015, os gráficos 1 e 2 comparam a equipe profissional do 
Palmeiras com um grupo controle de população brasileira e com um grupo ge-
ral de futebolistas, respectivamente. E o Quadro 2, mostra a análise dos 4 genes 
analisados pelo Projeto Atletas do Futuro: A “ômica” a serviço do esporte. 
Quadro 1
Exemplo de caracterização genética para os genes ECA, BDKRB2, ACTN3 e 
AGT da equipe profissional do Palmeiras.
Jogador Posição ACTN3 ECA AGT BDKRB2
Score 
Força 
(%)
Score 
Resistência 
(%)
Jogador 1 Goleiro RX ID MT +9/-9 50 50
Jogador 2 Goleiro RR ID MT -9/-9 50 50
Jogador 3 Zagueiro RX ID MT +9/-9 50 50
Jogador 4 Zagueiro RR ID TT +9/+9 87,5 12,5
Jogador 5 Lateral RX II MT -9/-9 25 75
Jogador 6 Lateral RR II MT +9/+9 62,5 37,5
Jogador 7 Volante RX ID MM +9/+9 50 50
Jogador 8 Volante RX ID MT -9/-9 37,5 62,5
Jogador 9 Meia RX II TT +9/-9 50 50
Jogador 10 Meia XX ID MM -9/-9 12,5 87,5
Jogador 11 Atacante RX DD TT +9/+9 87,5 12,5
Jogador 12 Atacante RR II TT +9/-9 62,5 37,5
Seleção de testes
37
Gráfico 1
Comparativo entre os dados do Palmeiras 2015 e um 
grupo controle (população brasileira).
Gráfico 2
Comparativo entre os dados do Palmeiras 2015 e um 
grupo de Futebolistas (geral).
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
38
Quadro 2
Análise para ECA, BDKRB2, ACTN3 e AGT.
Gene Análise
ECA
A ECA, primariamente, influencia a eficiência da entrega de sangue à musculatura 
através do controle da pressão sanguínea. Essa enzima pode influenciar, ainda, 
a eficiência da queima de oxigênio nos músculos e a taxa de crescimento de 
alguns músculos. A ECA é uma enzima relacionada à produção de angiotensina 
II, um importante agente vasoconstritor. A quantidade de ECA em nosso corpo 
está associada ao genótipo, sendo que o alelo I está associado à uma redução 
da atividade da enzima comparada ao alelo D. Indivíduos que apresentam pelo 
menos um alelo D apresentam maior ganho de força e de volume muscular 
depois de um treinamento de força. Por outro lado, indivíduos que apresentam 
o alelo I apresentam maior desempenho em atividades de resistência. 
BDKRB2 
O receptor B2 das cininas é uma molécula associada ao aumento do consumo 
de glicose pelo músculo e aumento de produção de óxido nítrico (importante 
substância vasodilatadora). O alelo -9, associado a um aumento na quantidade 
de receptor em nosso corpo, é mais freqüente em atletas de elite que praticam 
esportes de resistência. 
ACTN3
A α-actinina 3 é uma proteína do aparato muscular relacionada à maior absorção/
transmissão da força através da fibra. Indivíduos que expressam a proteína 
ACTN3 (genótipos RR ou RX) podem apresentar vantagem em modalidades 
que exigem explosão e força muscular quando comparados a indivíduos que 
não expressam a proteína (genótipo XX). Quatro genes para a α-actinina foram 
descritos em humanos (ACTN 1, 2, 3 e 4), sendo as isoformas 2 (expressa em 
todas as fibras) e 3 constituintes do citoesqueleto muscular. Sabe-se ainda que a 
isoforma ACTN3 é específica das fibras de contração rápida (tipo II) responsáveis 
pela geração de força contrátil em alta velocidade. A α-actinina 3 confere a fibra 
do tipo II maior absorção/transmissão da força na fibra durante uma contração 
rápida. A troca do nucleotídeo C > T no gene ocasiona uma mutação. Indivíduos 
com o alelo do pai e da mãe mutados não expressam α-actinina 3 (indivíduos 
XX) enquanto os indivíduos que sintetizam a proteína apresentam no mínimo 
um alelo R vindo do pai ou da mãe.
AGT
O angiotensinogenio é uma proteína precursora da angiotensina II, um 
potente agente vasoconstritor. Observa-se um polimorfismo T/C no gene do 
angiotensinogênio, que resulta na síntese do aminoácido treonina (Alelo T) ao invés 
de metionina (Alelo M) na proteína. Pessoas portadoras do genótipo TT apresentam 
maior produção desta proteína e maior massa ventricular esquerda em resposta a 
um treinamento de Força quando comparados a indivíduos portadoras do genótipo 
MM. O alelo T é mais frequente em atletas de força e explosão. 
Os genes sozinhos não são responsáveis pela performance atlética. Condição 
física, treinamento, nutrição, sono de qualidade, idade, motivação, desejo e 
competitividade são outros fatores importantes para se atingir osucesso nos 
esportes.
Seleção de testes
39
Indicadores de avaliação
O futebol exige força, agilidade, velocidade e uma ótima capacidade de exe-
cutar ações de alta intensidade sem queda de rendimento e com pouco tempo de 
recuperação entre uma ação de elevada intensidade e outra. Logo, um equilíbrio 
entre as capacidades físicas citadas e uma composição corporal que auxiliem na 
otimização do rendimento do jogador, deverá compor a bateria de avaliação do 
jogador de futebol, bem como, uma análise das variáveis sanguíneas e psicoló-
gicas, que poderão auxiliar na prevenção de possíveis lesões e no processo de 
adaptação ao treino, além disso, de posse dessas informações, é possível realizar 
o planejamento de intervenções recuperativas específicas para serem aplicadas 
após os treinos e jogos, com o objetivo de atuar de maneira eficaz na recuperação 
e no melhor rendimento físico dos atletas. Na figura 4 observa-se os diferentes 
indicadores de avaliação do desempenho dos futebolistas.
Figura 4
Indicadores de avaliação dos futebolistas.
Cineantropométricos
Cineantropometria é definida como o uso da medida no estudo do tama-
nho, forma, proporcionalidade, composição e maturação do corpo humano, 
com o objetivo de ampliar a compreensão do comportamento humano em 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
40
relação ao crescimento, à atividade física e ao estado nutricional (Heyward ; 
Stolarczyk, 2000).
A cineantropometria provém das palavras gregas KINEIN, que significa 
movimento, ANTHROPO, significa homem e METRY, medida. Deste modo, 
considera-se que a cineantropometria serve para a determinação objetiva dos 
aspectos referentes ao desenvolvimento do corpo humano, assim como para 
determinar as relações existentes entre o físico e o desempenho. Além disso, 
por outro lado, podemos destacar que para avaliar o tamanho e as proporções 
dos segmentos corporais (Heyward ; Stolarczyk, 2000), se utilizam circunferên-
cias, dobras cutâneas, comprimentos e diâmetros dos ossos.
Para Martins ; Waltortt (1999) a cineantropometria apresenta fundamental 
importância nos estudos dos seres humanos, desde as formas mais arcaicas de 
atribuir medidas aos segmentos corporais. Além disso, há a necessidade de 
caracterizar as populações nos seus respectivos âmbitos socioculturais. Nesse 
sentido, as variáveis cineantropométricas mais significativas para estudar nos 
esportes, são a altura, massa corporal e percentual de gordura corporal.
No âmbito esportivo a cineantropometria vem ganhando destaque, pois é 
uma importante área do conhecimento que tem o objetivo de analisar o perfil 
morfofuncional de atletas de alto rendimento, tanto profissional como também 
nas categorias de base, descrevendo toda sua composição corporal, através de 
cálculos de percentual de gordura, estatura, massa gorda, massa magra, massa 
óssea, massa residual, medição de diâmetros ósseos e circunferências de mem-
bros (Matkovic et al., 2003), proporções e formas do corpo.
Físicos
O futebol, do ponto de vista físico, é considerado uma modalidade espor-
tiva intermitente que intercala períodos de alta e baixa intensidade (Svensson 
; Drust, 2005), estruturado por movimentos cíclicos e acíclicos, com predo-
minância do metabolismo aeróbio e, em suas ações decisivas, pelo anaeróbio 
(Stolen et al., 2005). O contexto da modalidade deve ser considerado em relação 
aos diversos componentes do jogo, como os aspectos físico, técnico, tático e psi-
cológico. Particularmente quanto ao físico, um futebolista percorre, aproxima-
damente de 10 a 12 km em diferentes intensidades (Stolen et al., 2005; Di Salvo 
et al., 2007), realiza aproximadamente 727 giros durante o jogo (Bloomfield et 
al., 2007) e desempenha 1.000 a 1.400 ações de curta distância com mudanças 
a cada quatro a seis segundos, com frequência cardíaca média de 170 bpm va-
riando entre 80 a 90% da máxima (Bangsbo ; laia ; Krustrup, 2007).
Esta variabilidade de movimentos exigida durante o momento competitivo 
da modalidade exige do futebolista o desenvolvimento ótimo de capacidades 
Seleção de testes
41
motoras como capacidade e potência aeróbia, resistência específica, velocida-
de, agilidade e força explosiva. A aptidão aeróbia tem sido referida como fator 
importante na recuperação dos futebolistas durante as ações competitivas dos 
jogos, sendo o sistema energético predominante na modalidade (Bloomfield et 
al., 2007; Di Salvo et al., 2007). A força explosiva, a velocidade e a agilidade são 
caracterizadas por movimentos dos futebolistas como sprints, mudanças rápi-
das de direção, saltos, chutes, giros e gestos técnicos executados nas partidas, 
por isto são consideradas determinantes, já que representam ações decisivas 
dos jogos (Cometti et al., 2001; Hoff, 2005; Stolen et al., 2005).
Sanguíneos
O treinamento desportivo é um processo orientado para a melhoria do de-
sempenho do atleta que tem por objetivo romper o equilíbrio interno do organis-
mo humano por meio de um aumento progressivo das cargas de treinamento. 
Este processo constitui-se em uma fonte causadora de estresse em consequência 
de fatores psicofisiológicos que são fundamentais para o rendimento esportivo.
Uma das condições primordiais para um treinamento de qualidade é o con-
tínuo e adequado desequilíbrio da homeostase, caracterizado como estresse 
positivo. Em sequência, é fundamental que haja um período suficiente de recu-
peração para a ocorrência da supercompensação. No entanto, o estresse pro-
vocado pelos treinamentos pode acarretar reações negativas quando as cargas 
impostas são incompatíveis com a capacidade de resposta do atleta, que resul-
tará em uma inadaptação psicofísica com possíveis repercussões negativas no 
rendimento atlético. Essa inadaptação está associada às alterações fisiológicas, 
hematológicas, bioquímicas, hormonais e psicológicas, que por sua vez provo-
cará prejuízos para a saúde do atleta, tal como a síndrome do overtraining. O 
overreaching e o overtraining são processos nos quais o atleta apresenta uma 
queda no rendimento esportivo, sendo que no primeiro o indivíduo se recu-
pera totalmente em no máximo duas semanas, mas no segundo o período de 
recuperação pode levar de algumas semanas a meses.
A ciência do treinamento desportivo moderno utiliza-se de diversos meios 
para avaliação, prescrição e controle do treinamento e do desempenho. Os testes 
não invasivos mensuram as variáveis antropométricas e as capacidades físicas, tais 
como força, resistência e flexibilidade, entre outras. Entretanto, a investigação in-
vasiva fornece importantes dados acerca das respostas orgânicas, subsidiando a 
tomada de decisão (Schumacher et al., 2002 apud Silva et al., 2011). Sendo assim, 
para se alcançar resultados mais fidedignos a respeito dos efeitos do treinamento, 
é necessário utilizar-se de técnicas invasivas, como exames de sangue, buscando 
mensurar, interpretar e associar dados hematológicos, bioquímicos e hormonais.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
42
A mensuração de dados hematológicos, bioquímicos e hormonais fornece 
muitas respostas a respeito de como o treinamento ou os jogos estão sendo 
interpretados pelos diversos sistemas, além de identificar possíveis quedas de 
desempenho ou lesões nos atletas.
Parâmetros Hematológicos
Sobre os parâmetros hematológicos, há um consenso na literatura sobre 
a diminuição do hematócrito, concentração de hemoglobina e glóbulos ver-
melhos (eritrócitos) induzidos pelo treinamento de resistência (Schumacher 
et al., 2002). Esta condição especial é denominado esporte anemia e pode ser 
explicado pela expansão do volume do plasma que ocorre durante e após o 
exercício físico. De qualquer forma, é importante saber que a concentração 
de hemoglobina absoluta é aumentada principalmente devido à estimula-
ção eritrocitose induzida por exercício, no entanto, este mecanismo é supri-
mido pelo aumento muito maior no volume do plasma (Schumacher et al., 
2002).A maioria dos estudos relacionados com a estimulação dos parâme-
tros hematológicos por atividades desportivas baseiam-se nas característi-
cas de modalidades específicas, tais como a resistência ou o treinamento de 
força (Schumacher et al., 2002). No entanto, existe uma gama de esportes 
(futebol, voleibol, basquetebol, handebol, hockey e rugby) evolvendo dife-
rentes categorias de treinamento que não podem ser classificados apenas 
como resistência ou treinamento de força.
Embora as principais características fisiológicas de um jogo de futebol se-
jam sustentadas pelo metabolismo aeróbio, as habilidades mais decisivas, como 
saltar, chutar, marcar, girar, correr e mudar o ritmo são anaeróbias (Stolen et 
al., 2005). Alguns estudos (Schumacher et al., 2002; Filaire, Lac e Pequignot, 
2003; Silva et al., 2008b) foram conduzidos para determinar os índices hema-
tológicos de jogadores de futebol, no entanto, apenas Filaire; Lac ; Pequignot 
(2003) e Silva et al. (2008b) verificaram o comportamento dos parâmetros he-
matológicos de um programa específico de treinamento de futebol.
Cossio-Bolaños et al. (2015), compararam a concentração de hemoglo-
bina (Hb) e resistência dos jogadores de futebol profissionais do Peru que 
residem ao nível do mar e nas regiões de altitude moderada. Os resultados 
não mostraram diferenças entre os dois grupos de jogadores profissionais 
de futebol em relação à idade, tempo de experiência no futebol, peso corpo-
ral, estatura, % de gordura, massa gorda e massa livre de gordura. Porém, 
as diferenças (p <0,001) se apresentaram na concentração de Hb (g/dl-1) e 
VO2máx (ml/kg-1/min-1). Sendo assim, o grupo de jogadores de futebol profis-
sionais que vivem, treinam e jogam em Arequipa a uma altitude moderada 
Seleção de testes
43
(2.320 m acima do nível do mar) apresentaram níveis mais elevados de Hb 
(16,2 ± 0,7 g/dl-1) e VO2máx (54,1 ± 5,9 ml/kg-1/min-1) em comparação com os 
jogadores que residem em regiões ao nível do mar (14,4 ± 0,7 g/dl-1) e (49,0 
± 5,9 ml/kg-1/min-1).
E Santi Maria et al. (2013), descreveram e compararam hematologicamente 
jogadores de futebol da elite nacional durante o período competitivo de acordo 
com suas posições táticas para determina a prevalência de anemia. Neste estu-
do foi possível verificar que não houve diferença estatisticamente significativa 
entre as posições de jogo em todos os três parâmetros hematológicos (hemogra-
ma de células vermelhas, hematócrito e hemoglobina). E que todos os jogado-
res mantinham a estrita observância das dietas equilibradas, sem observação 
de anemia entre esses atletas.
Já Silva et al. (2008b), verificaram com futebolistas profissionais brasilei-
ros que após 6 semanas de treinamentos ocorreram aumentos significantes nos 
eritrócitos, concentração de hemoglobina e hematócritos, pressupostamente 
devido a redução no volume de plasma e segundo os pesquisadores essas alte-
rações podem ser explicadas pelas características do programa de treinamento 
de futebol. Porém, no mesmo estudo não observou-se correlação entre o limiar 
anaeróbio e esses parâmetros hematológicos, isso porque, diferentemente do 
consumo máximo de oxigênio (VO2máx) que está relacionado à concentração de 
hemoglobina, o limiar anaeróbio é dependente principalmente das adaptações 
musculares (Billat et al., 2003).
Marcadores Bioquímicos
A demanda de 2 a 3 jogos por semana eleva os riscos de lesões com 
declínio do desempenho dos jogadores, devido à fadiga e prejuízo muscu-
lar devido ao enrijecimento e inflamação. Os jogadores devem se recuperar 
totalmente durante o período que vai de 3 a 6 dias até o jogo seguinte, para 
poder competir com qualidade os próximos 90 minutos do jogo. O futebol 
tem sofrido muitas mudanças nos últimos anos, principalmente, em função 
das exigências físicas cada vez maiores, o que obriga os atletas a trabalha-
rem perto de seus limites máximos de exaustão, com maior predisposição 
às lesões musculares.
O futebol consiste de corridas intermitentes de alta intensidade e saltos, 
bem como aceleração e desaceleração rápida dos movimentos. Durante a 
fase de aterrissagem das corridas, os músculos isquiotibiais são ativados ex-
centricamente produzindo elevada tensão na área da seção cruzada muscu-
lar, podendo resultar num significativo prejuízo à estrutura muscular, pro-
teínas estruturais, linha Z, troponina e tropomiosina. Consequentemente, 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
44
danos musculares registrados no jogo de futebol provavelmente são atribuí-
dos às repetições intermitentes de intensa ativação excêntrica. Repetidas so-
brecargas musculares podem causar tensão ou fissuras acompanhadas por 
uma redução de desempenho muscular durante o treinamento e no jogo, 
aumentando o risco de lesões do ligamento de joelho pela sobrecarga articu-
lar. Uma combinação de cargas repetidas e recuperação limitada devido ao 
aumento das sessões de treinamento e jogos podem conduzir à inflamação 
crônica e overtraining.
Devido ao esforço físico atenuante ocorrem distúrbio da homeostase do 
cálcio e o estresse mecânico, proporcionando aos jogadores uma sensação de 
desconforto e lesões musculares. A intensidade de desconforto no músculo au-
menta nas primeiras 24 horas após o exercício, com pico entre 24 e 72 horas, 
minimizando-se até 5 a 7 dias após a execução. A lesão muscular provocada 
pelo exercício está associada a uma fase aguda inflamatória caracterizada pela 
infiltração de fagócitos junto ao músculo, produção de radicais livres e eleva-
ção de citocinas e outras moléculas inflamatórias (Ispirlidis et al., 2008 apud 
Coelho et al., 2011b).
Os marcadores bioquímicos podem ser considerados importantes parâme-
tros na avaliação da ocorrência do overtraining, lesões musculares e quedas de 
desempenho. Estes problemas são acompanhados por uma resposta significa-
tiva de biomarcadores do estresse oxidativo, os quais são alterados durante 
períodos de treinamento intenso e competições, e retornam aos níveis normais 
quando a carga diminui, indicando uma relação dose-resposta (Ispirlidis et al., 
2008 apud Coelho et al., 2011b).
Muitos métodos diretos e indiretos têm sido utilizados na análise do dano 
muscular decorrente do exercício físico (Foschini; Prestes ; Charro, 2007 apud 
Freitas; Miranda ; Bara Filho, 2009). Os métodos indiretos como mioglobina, 
lactato desidrogenase (LDH), fragmentos da cadeia pesada da miosina, ureia 
e creatina kinase (CK), são mais frequentemente usados (Silva et al., 2008a; 
Ispirlidis et al., 2008; Coelho et al., 2011b). Estas moléculas podem ser utili-
zadas como marcadores do dano no tecido muscular esquelético devido ao 
fato de serem citoplasmáticas e assim, impermeáveis na membrana plasmática 
(Foschini; Prestes ; Charro, 2007). Dessa forma, o aumento nos níveis dessas 
moléculas no líquido extracelular pode indicar uma alteração da permeabilida-
de da membrana ou o rompimento da mesma.
Ispirlidis et al. (2008), mensuraram as alterações fisiológicas e respos-
tas de desempenho, após uma partida de futebol, que podem auxiliar na 
compreensão e determinação das formas de recuperação dos jogadores 
para o jogo seguinte e para as prescrições de treinamentos do microciclo. 
Seleção de testes
45
O estudo mostrou que após um jogo ocorrem alterações significativas, in-
terferindo no desempenho dos jogadores. Foram analisados alguns mar-
cadores fisiológicos indiretos de traumas musculares, indicando infor-
mações importantes para a preparação e recuperação desses jogadores no 
microciclo de treinamento existente entre os jogos. Assim, o salto vertical 
diminuiu, retornando a condições de pré-jogo 72 horas após a partida; a 
condição de 1 RM (repetição máxima) decaiu após o jogo, atingindo seu 
menor valor em 48 horas pós-jogo, retornando para valores pré-jogo so-
mente 96 horas após a partida; a habilidade de sprint (20 m) declinou após 
o jogo, atingindo seu valor mais baixo 48 horas depois e retornou a níveis 
pré-jogo após 120horas.
Os resultados deste mesmo estudo, em relação a alguns marcadores bio-
químicos e hormonais, como a concentração de leucócitos que aumentou 
imediatamente após o jogo, persistindo por apenas 24 horas, normalizando-
-se posteriormente; a CK (creatina kinase) e o LDH (lactato desidrogenase) 
aumentaram imediatamente após a partida (600 U/L e 350 U/L, respectiva-
mente), atingindo o pico 48 horas depois (próximos a 1000 U/L e 400 U/L, res-
pectivamente), retornando a valores fisiológicos 96 horas pós-jogo (500 U/L e 
175 U/L, respectivamente); a concentração de ácido úrico aumentou 24 horas 
após o jogo, com pico 72 horas pós-partida (56 mg/L), normalizando-se 120 
horas após o jogo (42 mg/L); a concentração de cortisol aumentou imediata-
mente após a partida (aproximadamente 420 mmol/L) e normalizou-se daí 
em diante (240 mmol/L); os níveis de testosterona livre que estavam próximos 
a 7,0 mmol/L no momento pré-jogo declinaram imediatamente após o jogo 
(valor próximo a 5,75 mmol/L), retornando a níveis de 6,50 mmol/L somente 
144 horas após o jogo; a interleucina 6 (IL-6) aumentou imediatamente após o 
jogo (próximo a 4,5 pg/ml) e normalizou 24 horas depois (1,0 pg/ml), prova-
velmente pela reposição imediata de carboidratos. Foi observado ainda neste 
estudo, que os jogadores atingiram uma média e um pico cardíaco corres-
pondentes a 80% e 94%, respectivamente, da freqüência cardíaca máxima, 
indicando um ambiente intenso de competição.
 Desta forma, um jogo de futebol induz a resposta inflamatória transitória, 
bem como declínio do desempenho anaeróbio nas 72 horas pós-jogo, podendo 
chegar até 96 horas ou mais para alguns casos. Estes resultados indicam cla-
ramente a necessidade de uma recuperação completa dos jogadores após um 
jogo e entre as sessões de treinamento. Os dados apresentados por Ispirlidis et 
al. (2008), indicam que os jogadores de futebol não são capazes de realizar nível 
máximo intenso de exercícios, como os verificados numa partida, pelo menos, 
3 dias após sua competição mais recente.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
46
Hormonais
Estresses físicos e psicológicos estão presentes em sessões diárias de trei-
namento, bem como durante as competições (Filaire et al., 2001apud Kraemer 
et al., 2004). As medições dos principais hormônios secretados pelos eixos sim-
pático-adrenal medular (SAM), hipotálamo-pituitário-adrenal (HPA) e hipo-
tálamo-pituitário-gonadal (HPG) têm sido utilizados para avaliar os níveis de 
estresse agudo e crônico de diferentes modalidades esportivas (Kraemer et al., 
2004; Filaire et al., 2004). Algumas investigações têm relatado as respostas hor-
monais de jogadores de futebol durante um jogo único (Ispirlidis et al., 2008; 
Fornaziero, 2009), treinamento de longo prazo (Filaire et al., 2001; Kraemer et 
al., 2004; Silva et al., 2011) e intensificação do treinamento, no entanto, os hor-
mônios medidos nesses estudos com futebolistas estão relacionados com os 
eixos HPA e HPG. A testosterona e o cortisol são os principais hormônios re-
lacionados com esses eixos e a sua relação é utilizada para indicar o equilíbrio 
entre as atividades anabólicas e catabólicas.
A testosterona é um esteroide anabólico por excelência, que participa de 
vários processos metabólicos, aumentando a síntese de proteínas (e da massa 
muscular) e a deposição de glicogênio nos músculos, e possuindo ainda um 
efeito antagônico à ação proteolítica dos glicocorticoides. O cortisol, ao con-
trário, tem atividade predominantemente catabólica, induzindo proteólise e 
lipólise, com aumento da gliconeogênese hepática e elevação da glicemia. Por 
ser tipicamente um “hormônio do stress”, os níveis de cortisol costumam estar 
elevados durante exercícios de qualquer intensidade (Silva et al., 2011).
O equilíbrio entre a atividade anabólica e catabólica é representado pela 
razão entre a testosterona e o cortisol, que é conhecida como testosterona/cor-
tisol ou testosterona-livre/cortisol. Baseado na premissa de que a testosterona 
tem efeitos anabólicos e o cortisol catabólicos, a razão testosterona/cortisol tem 
sido proposta como um grande marcador de overtraining ou de quedas de 
desempenho do atleta. Na lógica desse argumento, Adlercreutz et al. (1986) 
sugeriram que se uma diminuição dessa razão fosse maior que 30%, o atleta es-
taria em overtraining. Entretanto, deve ser levado em conta o desempenho do 
atleta, pois não necessariamente quando a razão for superior a 30% o atleta terá 
uma diminuição em seu desempenho físico e ainda deve ser levado em conta o 
princípio da individualidade do atleta, que poderá reagir de forma diferente a 
um estado anabólico ou catabólico.
Baseadas nessas evidências, muitas pesquisas foram realizadas com a ra-
zão testosterona/cortisol para verificar o estado anabólico/catabólico do treina-
mento desportivo, mas os resultados são contraditórios e variam muito entre 
estes estudos. 
Seleção de testes
47
Filaire et al. (2001) examinaram a razão testosterona/cortisol salivar em 
17 jogadores de futebol antes da temporada (T1), antes (T2) e depois (T3) 
de programa de treinamento de alta intensidade e 16 semanas após duran-
te o período competitivo (T4). Foi verificada uma redução superior a 30% 
na razão testosterona/cortisol no período T3 comparado com o período T2; 
entretanto o desempenho da equipe não diminuiu (71,4% de vitórias no 
campeonato) nesse período.
Gorostiaga et al. (2004) verificaram essa mesma razão no treinamento de 
jogadores de futebol simultaneamente com um treinamento de força explosiva 
durante 11 semanas. Foi verificada uma correlação inversa entre a razão testos-
terona/cortisol com o desempenho do grupo experimental, porém os autores 
sugerem que uma diminuição transitória de 45% dessa razão nem sempre pode 
ser interpretada como um sinal de overtraining.
Psicológicos
O desporto de alto rendimento exige do atleta uma dedicação intensa, para 
obter os melhores níveis de desempenho, que o possibilitará alcançar os resul-
tados esperados: as vitórias pessoais ou coletivas.
Para poder planejar programas de treino psicológico é necessário saber 
se existe um estado psicológico característico que permita aos atletas alcan-
çarem o seu melhor rendimento. Para averiguar isso, realizaram-se distintas 
investigações nas quais se tem procurado informações sobre os pensamen-
tos e sentimentos que os atletas possuem nos momentos de execução má-
xima (Johnson ; Ivarsson, 2011). Ademais, diversos autores têm enumerado 
uma série de atribuições e variáveis que caracterizam o estado psicológico 
ótimo de um atleta.
Os marcadores psicológicos têm sido largamente utilizados na tenta-
tiva de avaliar os efeitos das cargas de treino, a fim de manter elevados 
níveis de desempenho dos jogadores de futebol. Métodos como a Escala de 
Percepção do esforço de Borg (RPE), Perfil de Estado de Humor (POMS) e 
Questionário de Estresse-Recuperação (REST-Q) tem sido utilizados para o 
acompanhamento e controle dos treinamentos, com os objetivos de preven-
ção de lesão e manutenção do desempenho. As relações entre as dimensões 
do humor, o desempenho esportivo e a monitorização do treinamento tem 
sido motivo de preocupações e, consequentemente, de investigações na área 
da psicologia do esporte e das atividades físicas (Silva et al., 2007 apud 
Brink et al., 2010 apud Cortis et al., 2010).
Muitos estudos têm avaliado o estado de humor através do POMS que 
mede o estresse psicológico através de suas seis escalas – tensão/ansiedade, 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
48
depressão, raiva, vigor, fadiga e confusão mental. Desta maneira, este método 
constitui-se em uma das medidas mais completas para avaliar os efeitos do 
estresse da carga de treinamentos em variáveis psicológicas (Freitas; Miranda; 
Bara Filho, 2009).
O estresse provocado pelo treinamento influencia positiva ou negativa-
mente o estado mental do atleta. Algumas variáveis psicológicas são mais res-ponsivas a esse estresse e podem ser avaliadas através de questionários. Esse 
procedimento, apesar de algumas limitações como a subjetividade das respos-
tas, pode ajudar no controle dos efeitos da carga de treino, otimizando o apri-
moramento da condição física e auxiliando na prevenção de efeitos negativos 
como a síndrome do overtraining, possibilitando a manutenção de ótimos níveis 
de desempenho atlético.
49
Cineantropometria
Capítulo 2
Perfil antropométrico
Por muitos anos os treinadores e investigadores estão tentando perceber 
a hierarquia e interação dos diversos fatores que contribuem para o suces-
so competitivo, considerando-se alguns fatores que contribuem para o su-
cesso competitivo como os aspectos técnico, tático, psicológico e físico, além 
dos parâmetros bioquímicos, fisiológicos, biomecânicos e antropométricos. 
A partir desta perspectiva, é interessante notar que as características antro-
pométricas são fatores importantes para o desempenho de alguns esportes, 
como basquete, vôlei e futebol. Na verdade, a antropometria se constitui 
como o método de maior aplicabilidade, englobando cada vez mais um maior 
número de profissionais para o uso de seus procedimentos (Norton, 2000), 
especialmente no caso do futebol (Fonseca et al., 2008; Fonseca et al., 2006; 
Herrero, Cabañas e Maestre, 2004; Casajús, 2001; Reilly, Bangsbo e Franks, 
2000), e que, por se tratar de medidas externas implica em procedimentos 
simples e de relativa facilidade de interpretação, assim como o baixo custo e 
facilidade de avaliação a grandes populações em pouco tempo.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
50
Figura 5
Fatores que contribuem para o sucesso esportivo.
Nesse sentido, podemos destacar que os atletas futebolistas executam fun-
ções físicas, técnicas e táticas variadas dentro do campo e consequentemente se 
diferenciam pelas funções de jogo enquanto a sua morfologia e desempenho 
físico, por isso é importante abordar as avaliações antropométricas de maneira 
específica, diferenciando-os de outros esportes.
Aspectos conceituais
Entende-se por antropometria a técnica para expressar quantitativamente a 
forma do corpo e permite avaliar as dimensões e proporções corporais externas.
A antropometria provém das palavras gregas ANTHROPO, significa ho-
mem e METRY, medida. Deste modo, os mesmos autores consideram que a 
antropometria serve para a determinação objetiva dos aspectos referentes ao 
desenvolvimento do corpo humano, assim como para determinar as relações 
existentes entre o físico e o desempenho. Além disso, por outro lado, podemos 
destacar que para avaliar o tamanho e as proporções dos segmentos corpo-
rais (Heyward ; Stolarczyk, 2000), se utilizam circunferências, dobras cutâneas, 
comprimentos e diâmetros dos ossos.
Cineantropometria
51
Massa corporal e estatura
As variavéis mais clássicas da antropometria são a massa corporal e a 
estatura. A primeira delas pode ser utilizada como medida de seguimento 
do processo de crecimento físico e indicador do estado nutricional de su-
jeitos atletas e não atletas. Por isso, é preciso relacionar esta variável com 
outros indicadores como a idade, sexo e estatura (Alvarez ; Pavan, 2003). 
Contudo, a massa corporal mede de maneira geral todo o corpo sem dis-
criminar os compartimentos corporais como o peso muscular, peso gordo, 
peso ósseo e peso residual. Para isso é necessário usar técnicas de fraciona-
mento da composição corporal.
Em relação à estatura podemos destacar que tem como finalidade medir 
a distância máxima entre a região plantar e o vértex, que está composta por 
componentes como a cabeça, pescoço, tronco e extremidades. Esta variável é 
utilizada em estudos de crescimento e desenvolvimento, assim como, para a 
caracterização de população como é o caso do futebol, onde determinadas po-
sições de jogo requerem altos valores de estatura, o que poderia permitir carac-
terizar, por exemplo, os goleiros.
Segundo alguns estudos, notamos que as medidas clássicas (estatura e 
massa corporal) mostram que os goleiros e defensores, são aqueles com maior 
massa corporal e estatura em relação a outras posições de jogo e os laterais e 
volantes são os mais leves e mais baixos (Reilly, Bangbo ; Franks, 2000; Santos, 
1999; Pyne et al., 2006).
Entretanto, nota-se que é amplamente conhecido que a maior massa corpo-
ral e estatura em futebolistas possibilitam vantagens nas posições defensivas 
(Reilly, 1996), especialmente quando se tem que se defender do jogo aéreo e em 
situações de disputa com a bola. No entanto, os laterais e volantes são menores 
e mais leves, mas apresentam maior capacidade e aptidão aeróbia e demons-
tram um maior desempenho físico dentro do campo de jogo e inclusive habili-
dades técnicas em espaços menores.
Podemos dizer que não ter estatura suficiente em si não é uma barreira 
para o sucesso no futebol, apesar de selecionar a posição de jogo (Reilly, 
1996) e desempenhar um papel importante em algumas equipes. Por isso, 
alguns fatores, tais como influências étnicas e raciais também afetam o ta-
manho corporal médio de uma equipe, refletindo esta variável na equipe 
japonesa que participou dos Jogos Olímpicos de 1964, sendo uma equipe 
pequena e leve (Hirata, 1966) e no Mundial do México em 1986 a seleção 
dinamarquesa era a equipe mais alta e mais pesada da competição (Bangsbo 
; Mizuno, 1988).
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
52
As medidas antropométricas de massa corporal e estatura diferem entre 
jogadores com base em localizações de jogo e de uma região para outra, como 
pode ser distinguido na Tabela 1, através de vários estudos em diversos países: 
Fonseca, Marins ; Silva (2007) investigaram atletas de futebol brasileiros entre 
18-32 anos de idade, Pyne et al. (2006) em jogadores de futebol da Austrália 
com uma idade média de 18 anos, Ostojic (2006) em jogadores sérvios de 18 
a 34 anos, Cossio-Bolaños; Arruda; Flores (2003) com jogadores peruanos de 
18 a 30 anos e Santos Silva et al. (1997) com jogadores brasileiros 18 a 31 anos, 
respectivamente.
Tabela 1
Valores médios de massa corporal (kg) e estatura (m) de futebolistas profis-
sionais, segundo alguns estudos.
Estudos
Estatura (cm) Massa Corporal (kg)
Média DP Média DP
Cossio-Bolaños et al. (2003) 177 ±0,06 75,54 ±7,58
Fonseca, Marins e Silva (2007) 177,80 ±5,50 73,90 ±6,60
Pyne et al. (2006) 187,00 ±6,60 81,00 ±7,60
Ostojic (2006) 182,2 ±6,10 80,50 ±5,90
Santos Silva et al. (1997) 176,5 ±7,00 72,50 ±5,90
Em resumo, podemos constatar que a estatura é uma vantagem para al-
gumas posições de jogo, tais como goleiros, zagueiros e atacantes centrais que 
precisam desse recurso para cumprir algumas funções técnicas e táticas dentro 
de algumas ações defensivas e ofensivas durante jogos de futebol, como pode 
ser visto na Tabela 2, onde estão descritas as características antropométricas de 
futebolistas dinamarqueses.
Cineantropometria
53
Tabela 2
Valores médios de massa corporal (kg) e estatura (cm) de 
futebolistas dinamarqueses de elite por posições de jogo, segundo Reilly; 
Bangsbo; Franks (2000).
Posição
Estatura (cm) Massa Corporal (kg)
Média DP Média DP
Goleiros 190,0 ±0,06 87,70 ±8,00
Zagueiros 189,0 ±0,04 87,50 ±2,50
Laterais 179,0 ±0,06 72,10 ±10,00
Volantes 177,0 ±0,06 74,00 ±8,00
Atacantes 178,0 ±0,07 73,90 ±3,10
Dobras cutâneas
A medição das dobras cutâneas permite determinar a quantidade de gor-
dura subcutânea em atletas e não atletas. Essa dupla camada de pele está for-
temente correlacionada com o peso corporal, por isso que é interessante sua 
avaliação com a intenção de predizer o % de gordura corporal e, conseqüente-
mente, o fracionamento em dois, três, quatro e cinco componentes corporais. 
Cabe ressaltar que a gordura subcutânea está distribuida de forma irre-
gular por todo o corpo, e pode estimar segundo Tristschler (2003) a gordura 
externa mediante a avaliação do tecido adiposo e da gordura interna dos ór-
gãos, medianteo perfil lipídico, onde a estimativa da gordura corporal ex-
terna pode ser realizada por múltiplas técnicas (Ellis et al., 2000), como a 
Densitometria, Absortometria de Raios-X de Dupla Energia – DEXA, resso-
nância magnética nuclear (RMN), Impedância Bioelétrica, entre outras téc-
nicas. No entanto, as dobras cutáneas, são acessíveis a todos os profissionais 
que trabalham nas equipes multidisciplinares do futebol e podem utilizar 
seus procedimentos indiretos para avaliarem grandes grupos populacionais 
em pouco tempo e baixo custo. 
Resumo do prefil antropométrico dos futebolistas
Com relação aos indicadores antropométricos, podem ser indicados pela 
heterogeneidade expressada dentro da equipe, entre diferentes níveis e cate-
gorias competitivas e diferentes nacionalidades e continentes, onde sugere-se 
que o jogador de futebol possui tamanho comum, porém tende a ser alto, forte 
e magro. O percentual de gordura corporal normalmente varia entre 7,3 e 14,8 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
54
% (Chin et al., 1992 apud Metaxas et al., 2005 apud Silva et al., 2011). Em um 
levantamento da literatura nacional e internacional observa-se (Quadro 3) que 
os valores médios de estatura, massa corporal e percentual de gordura de joga-
dores de futebol variam bastante.
Dados de estatura e massa corporal de futebolistas de diversas naciona-
lidades registrados em vários estudos e apresentados no quadro 3 reforçam 
tese evidenciada pela literatura especializada que existe uma grande varia-
bilidade no tamanho corporal e que esse não é necessariamente um deter-
minante para o sucesso. Apesar disso, atualmente tem sido reportado por 
vários técnicos e preparadores físicos que atuam na modalidade futebol, 
uma tendência para o recrutamento de jogadores mais altos e mais pesados. 
Evidencia-se também que, os jogadores asiáticos tendem a serem menores 
que os jogadores dos outros continentes.
As diferenciações percebidas no tamanho corporal, massa corporal e 
percentual de gordura nas posições específicas em campo merecem des-
taque também. Em relação a isso, recentemente Sutton et al. (2009), basea-
dos em coleta realizada em 64 jogadores internacionais do futebol inglês 
de elite, comentou que os goleiros e defensores foram mais altos e mais 
pesados que o restante das posições e que os meio-campistas e atacantes 
apresentaram os valores médios semelhantes de estatura e massa corporal. 
Porém, quando ele dividiu os jogadores em relação às nacionalidades e et-
nia, ficou evidente que os jogadores ingleses apresentaram estatura e mas-
sa corporal parecidos com os jogadores internacionais do futebol inglês, o 
mesmo aconteceu na comparação dos jogadores de etnia branca e das etnias 
dos não brancos. Observações similares ocorreram em outros estudos. Em 
relação ao percentual de gordura, os goleiros deste mesmo estudo, apresen-
taram valores superiores (12,9%) e comparação com os defensores (10,6%), 
meio-campistas (10,2%) e atacantes (9,9%). Arnason et al. (2004), também 
relataram diferenças significativas na composição corporal de jogadores de 
futebol de diferentes posições de jogo, com a maioria das diferenças sendo 
observadas entre os goleiros e os jogadores de campo. Os goleiros apresen-
taram maior estatura e maior massa corporal, da qual uma proporção mais 
elevada foi composta de massa de gordura, do que os jogadores de linha. 
Esses autores relataram apenas menores e não significativas diferenças nas 
variáveis antropométricas entre os jogadores de campo. Raven et al. (1976), 
em estudo com futebolistas americanos, verificaram que os goleiros foram 
10kg mais pesados que os meio-campistas, enquanto que entre os futebo-
listas profissionais dinamarqueses pesquisados por Bangsbo (1994) essa 
Cineantropometria
55
diferença foi de 13kg a mais para os goleiros em relação aos meio-campis-
tas, já com jogadores brasileiros Prado et al. (2006), encontraram diferenças 
de 14,2kg entre os goleiros e laterais, 13,1kg entre goleiros e meio-campistas 
e 11,85kg entre goleiros e atacantes, e recentemente Sporis et al. (2009), con-
firmaram essa tendência, já que em seus estudos com os futebolistas croatas, 
a diferença entre os goleiros e os meio-campistas foi de 16,6kg. Presume-se 
que essa maior massa corporal pode estar relacionada a maior estatura dos 
goleiros em relação aos outros jogadores.
Ocasionalmente, um treinador hábil pode fazer uma mudança tática 
para acomodar um atleta com tamanho corporal incomum e particular. Por 
exemplo, um atacante muito alto na equipe pode levar ao treinador a utilizar 
jogada com bolas altas na grande área, e um jogador mais baixo, velocista 
e ágil, pode levar o treinador a explorar mais as jogadas pelas beiradas do 
campo, ou pelas infiltrações, buscando mais jogadas pelo centro do campo. 
O mesmo acontece quando se tem o conhecimento sobre as características 
antropométricas dos jogadores adversários, onde o treinador pode explorar 
as jogadas de seus jogadores mais leves e ágeis, em cima de um jogador ad-
versário maior e mais pesado.
Shephard (1999) afirmou que o percentual de gordura corporal de fu-
tebolista de elite é aproximadamente de 10% durante a temporada com-
petitiva, mas pode elevar para 19-20% no período de transição (férias do 
jogador). Recentemente, em seus estudos Silva et al. (2011), mostrou que os 
jogadores pouco variam em relação ao percentual de gordura, durante 12 
semanas de treinamento, uma vez que iniciaram com uma média de 8,59% 
e terminaram o período de treinos com uma média de 8,18%. Dados de vá-
rios estudos sobre percentual de gordura corporal, anotados no quadro 3, 
evidenciaram que, apesar de algumas variações possivelmente explicadas 
pelos diferentes métodos de avaliação e equações preditivas na estimativa 
dessa variável, valores médios de 10%, independente do continente a que os 
futebolistas pertencem.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
56
Quadro 3
Composição corporal de futebolistas segundo origem e nível competitivo.
Estudo País Nível n Idade(anos)
Estatura
(cm)
Massa
Corporal
(kg)
Percentual 
Gordura
(%)
Origem: Nacional
Silva et al. (1997) Brasil P 1D 18 24,0 ±4,0 176,5 ± 7,0
72,5 ± 
5,9 11,0
Osiecki et al. (2002) Brasil P 1D 17 23,6 ± 3,5 - 76,2 ± 7,9 12,9 ± 2,7
Costa, Liparotti (2003) Brasil P 21 25,3 ± 5,3 176,0 ± 0,1
74,5 ± 
8,4 13,6 ± 3,4
Nunes (2004) Brasil P 23,9 176,8 ± 4,8
72,8 ± 
6,2 11,5 ± 1,8
Campeiz e Oliveira (2006) Brasil S17 15,9 ± 0,8 175,5 ± 4,7
67,9 ± 
6,6 10,1
Campeiz e Oliveira (2006) Brasil S20 17,8 ± 0,8 177,5 ± 5,8
70,8 ± 
5,9 10,3
Campeiz e Oliveira (2006) Brasil P 23,8 ± 3,2 178,7 ± 6,3
76,6 ± 
6,5 10,7
Silva et al. (2008a) Brasil P 15 23,43 ± 2,5 179,2 ± 7,4
70,4 ± 
7,9 7,5 ± 2,5
Silva et al. (2008b) Brasil P 20 22,75(19-28)
181,0 ± 
0,1
74,7 ± 
8,6 8,3 ± 2,5
Coelho et al. (2011a) Brasil P 17 22,2 ± 3,1 179,0 ± 6,0 - 9,5 ± 1,1
Silva et al. (2011) Brasil P 18 22,75 181,0 ± 0,1
72,3 ± 
7,5 8,3 ± 2,9
Origem: Internacional
Raven et al. (1976) EUA P 18 25,6 ± 1,0 176,3 ± 1,2
75,7 ± 
1,9 9,6 ± 0,7
Rhodes et al. (1986) Canadá SO 16 20,1 ± 1,1 177,3 ± 6,5
72,6 ± 
6,2 9,8 ± 2,1
Chin et al. (1992) Hong Kong P 24 26,3 ± 4,2 173,4 ± 4,6
67,7 ± 
5,0 7,3 ± 3,0
Green (1992) Austrália P 10 24,4 ± 4,9 179,1 ± 5,3
73,0 ± 
7,1 10,1 ± 1,2
Silva et al. (1999) Jamaica SN 24 23,9 ± 3,7 178,0 ± 4,2
76,4 ± 
7,2 -
Rienzi et al. (2000) Sul-americanos P 70 29,0 ± 4,0
177,0 ± 
0,4
74,5 ± 
4,4 10,6 ± 2,6
Al-Hazzaa et al. (2001) Arábia S. SN 23 25,2 ± 3,3 177,2 ± 5,9
73,1 ± 
6,8 12,3 ± 2,7
Cineantropometria
57
Estudo País Nível n Idade(anos)
Estatura
(cm)
Massa
Corporal
(kg)
Percentual 
Gordura
(%)
Casajús (2001) Espanha P 15 25,8 ± 3,2 180,0 ± 0,1
78,6 ± 
6,6 8,6 ± 0,9
Bunc, Psotta (2001) Rep. Techa P 15 24,9 ± 3,4 182,7 ± 5,5
78,7 ± 
5,5 10,6 ± 2,1
Strudwick et al. (2002) Irlanda P 19 22,0 ± 2,0 177,0 ± 0,1
77,9 ± 
8,9 11,2 ± 1,8
Dowaon et al. (2002) N. Zelândia P 21 - 178,8 ± 6,878,9 ± 
6,0 -
Arnason et al. (2004) Islândia P 1D 297 24,0 ± 4,2 180,6 ± 5,4
76,5 ± 
6,6 10,5 ± 4,3
Chamari et al. (2004) Tunísia S20 34 17,5 ± 1,1 177,8 ± 6,7
70,5 ± 
6,4 11,8 ± 2,0
Chamari et al. (2005) Tunísia P 24 24,0 ± 2,0 178,0 ± 7,1
75,7 ± 
7,2 11,6 ± 1,8
Metaxas et al. (2005) Grécia SN-
S20
35 18,1 ± 1,0 177,0 ± 0,1
70,3 ± 
5,6 14,8 ± 2,6
Ferrari Bravo et al. (2008) Itália S20 22 17,3 ± 0,6 179,3 ± 4,8
71,0 ± 
5.6 9.3 ± 2.7
Ferrari Bravo et al. (2008) Itália A 20 24,3 ± 5,4 179,4 ± 4,8
76,5 ± 
5,4 11,0 ± 3,8
Sporis et al. (2009) Croácia P 270 28,3 ± 5,9 181,4 ± 2,5
78,4 ± 
3,1 11,9 ± 3,1
Reilly et al. (2009) Inglaterra P 45 24,2 ± 5,0 182,0 ± 0,1
82,0 ± 
8,5 11,2 ± 1,8
Sutton et al. (2009) Inglaterra P 64 26,2 ± 4,0 182,0 ± 0,1
83,2 ± 
7,5 10,6 ± 2,1
Mujika et al. (2009) Espanha P 17 23,8 ± 3,4 182,0 ± 0,1
77,0 ± 
5,7 -
Abt e Lovell (2009) Inglaterra P 10 27,0 ± 5,0 180,0 ± 0,1
79,1 ± 
4,7 -
Dupont et al. (2010) Escócia P 32 25,6 ± 3,8 182,4 ± 6,9
81,3 ± 
8,5 -
Wong et al. (2010) Hong Kong P 20 24,6 ± 1,5 176,0 ± 0,1
71,4 ± 
1,9 -
Mendez-Villanueva et al. 
(2011) Qatar S18 25 17,0 ± 0,6
173,0 ± 
0,1
61,9 ± 
6,6 10,0 ± 2,4
Nédélec et al. (2012) França A 11 30,3 ± 6,0 178,0 ± 6,5
78,6 ± 
10,5 -
P – Profissional; A – Amador; SN – Seleção Nacional; SO – Seleção Olímpica; S17 – Sub-17; 
S18 – Sub-18; S20 – Sub-20; 1D – 1ª Divisão Nacional.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
58
Avaliação antropométrica
A avaliação é uma atividade sistemática que utiliza múltiplos e variados 
meios de coleta de informação, e, consequentemente, para o desenvolvimento 
das respectivas sentenças e tomadas de decisões. Para isso, é necessário levar 
em conta as diferenças individuais entre os indivíduos, assim como os fatores 
genéticos, fisiológicos, biomecânicos, psicológicos e estruturais, além da idade, 
gênero, origem geográfica, nível de treinamento, entre outros fatores.
A avaliação antropométrica pode fornecer informações importantes sobre 
as dimensões do corpo de jogadores de futebol de elite (Reilly et al., 2000), tor-
nando-se a primeira escolha para a análise da composição corporal (Heyward ; 
Stolarczyk, 2000; Ellis et al., 2000) e, conseqüentemente, o método mais aplicá-
vel, abrangendo um número cada vez maior de profissionais na utilização de 
procedimentos (Norton, 2000) a nível amador, semi-profissional e profissional, 
respectivamente. Na continuação se descreve os procedimentos de avaliação 
da massa corporal, estatura, dobras cutâneas, circunferências e diametros mais 
utilizados no futebol. Na figura 6 observam-se as variáveis antropométricas 
que devem ser utilizadas no futebol.
Figura 6
Variáveis utilizadas na avaliação antropométrica.
Cineantropometria
59
Massa corporal
A massa corporal é uma medida antropométrica que expressa a dimen-
são da massa ou volume corporal. Esta variável é, por conseguinte, a soma 
do material inorgânico e orgânico existente nas células, tecidos de susten-
ção, órgãos, músculos, ossos, água e vísceras (Alvarez ; Pavan, 2003). Para 
medir esta variável é necessária para uma balança previamente calibrada 
que proporciona uma precisão de até 100 gramas, com uma escala de 0kg 
a 150kg, onde, na realidade, o instrumento mede a força com a qual somos 
atraídos pela terra e não a massa corporal propriamente dita. Sua avaliação 
deve ser realizada com o mínimo de roupa possível. 
Procedimentos técnicos da medida: A medida de massa corporal deve 
ser realizada com o sujeito em pé e descalço, parado no centro da platafor-
ma da balança com um afastamento lateral dos pés na largura do quadril 
– dividindo a massa corporal em ambos os pés – de costa para a escala 
da balança, vestindo apenas sunga, o olhar fixo num ponto à sua frente e 
a cabeça no plano de Frankfurt sendo realizada uma medida anotada em 
quilograma (kg). O sujeito deve ser orientado para subir na plataforma co-
locando um pé de cada vez e que permaneça parado durante a realização da 
medida, no sentido de evitar oscilações na leitura do resultado. A técnica de 
mensuração da variável massa corporal que está descrita acima, é baseada 
na padronização detalhada por Alvarez ; Pavan (2003).
Estatura
A estatura é definida como a distância desde o chão até ao vértice da 
cabeça (Ross ; Marfell-Jones, 2000). É uma medida linear numa direção ver-
tical, para o qual, é necessário um estadiômetro que apresente uma preci-
são de 1mm e tenha uma escala de 0,0cm a 2,00m. A estatura varia durante 
o decorrer do dia, apresentando valores mais elevados de manhã e dimi-
nuição em alguns períodos do dia. A estatura também varia durante a sua 
avaliação, ou seja, entre a inspiração e a expiração. Sua avaliação deve ser 
realizada em conformidade com o plano de Frankfurt e a menor quantida-
de de roupa.
Procedimentos técnicos da medida: Com o sujeito estando em posição 
ortostática e apnéia inspiratória, pés descalços e unidos, com as superfícies 
posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipi-
tal encostadas na parede, olhar fixo num ponto à frente (plano de Frankfurt) 
e vestindo apenas o calção devem ser realizadas duas medidas consecuti-
vas anotadas em centímetros (cm), sendo considerada a média das mesmas 
como o escore da medida. A medida deve ser realizada após a constatação 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
60
do posicionamento correto do sujeito no instrumento e imediatamente ao 
final da inspiração máxima feita pelo mesmo. As medidas devem ser efetua-
das num mesmo período do dia. A cada mensuração, o sujeito deve sair e 
retornar a posição de medida. A técnica de mensuração da variável estatura, 
que está descrita acima, é baseada na padronização detalhada por Alvarez; 
Pavan (2003).
Dobras cutâneas
Dobra cutânea é uma dupla camada de pele e de tecido adiposo subjacen-
te (Ross ; Marfell-Jones, 2000; Heyward ; Stolarczyk, 2000) que pode ser me-
dida em várias regiões do corpo, utilizando um compasso de dobras cutâneas 
que exerce uma precisão de até 1mm e uma pressão constante 10g/mm2, em 
qualquer abertura.
A dobra deve ser tomada com firmeza e mantida ao longo da medição 
(Ross ; Marfell-Jones, 2000) também, as medições das dobras cutânea devem 
ser feitas no lado direito do corpo, avaliando as dobras de forma ordenada 
(em circuito), considerando, no mínimo, duas medições para cada região 
anatômica.
Para a técnica de medição das dobras cutâneas pode considerar a descri-
ção dada por vários autores, no entanto, sugerem as recomendações feitas 
por e Petroski (2003):
• Identificar, medir e marcar cuidadosamente o ponto da dobra cutânea;
• Segurar firmemente a dobra com o polegar e o dedo indicador da mão 
esquerda;
• Mantenha elevada a dobra enquanto se coloca os ramos do compasso ou 
adipômetro (perpendicular à dobra) a 1cm abaixo dos dedos polegar e 
indicador, em seguida, soltar a pressão lentamente;
• Esperar que exerça a pressão sobre a dobra por cerca de 3-4 segundos 
e, em seguida, fazer a leitura da medida. A Figura 7 mostra as regiões 
anatómicas mais utilizadas.
Cineantropometria
61
Figura 7
Avaliação das dobras tricipital (A), subescapular (B), abdominal (C), 
Suprailiaca (D).
Porém, são nove as dobras cutâneas que podem ser mensuradas, as quais 
são as seguintes: a) subescapular (DCSE), b) tricipital (DCTR), c) bicipital 
(DCBI), d) peitoral (DCPT), e) axilar (DCAX), f) supra-ilíaca oblíqua (DCSIO), 
g) abdominal (DCAB), h) coxa (DCCX) e i) panturrilha medial (DCPM).
Abaixo (Quadro 4) estão descritos detalhadamente as dobras cutâneas, 
seus locais de medida e seus respectivos procedimentos.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
62
Quadro 4
Dobra cutânea, sentido da dobra, ponto de reparo da dobra e 
procedimento para pinçamento da dobra.
Dobra
Cutãnea
Sentido
da Dobra
Referência
Anatômica Procedimento
Subescapular
Diagonal
ou
Obliquo
1- Ângulo inferior da 
escápula
1- Dobra no sentido diagonal- 45 graus de 
inclinação em relação ao plano horizontal natural, 
o pinçamento será exatamente abaixo do ângulo 
inferior da escápula.
2- Borda medial da 
escápula
e ângulo inferior da 
escápula
2- Dobra localizada abaixo e após 1 a 2 cm do 
ângulo inferior da escápula. Projeta-se uma 
linha oblíqua do ângulo inferior da escápula 
acompanhando o prolongamento oblíquo da 
borda medial da escápula
Tríceps Vertical(linha média) Ponto Meso-umeral Dobra na região posterior do braço
Bíceps Vertical(linha média) Ponto Meso-umeral Dobra na região anterior do braço
Peitoral Diagonal Linha axilar anteriore mamilo
1- Dobra localizada no ponto médio entre a linha 
axilar anterior e o mamilo para ambos os sexos
2- Dobra localizada no ponto médio entre a linha 
axilar anterior e o mamilo para sexo masculino, e 
⅓ para o sexo feminino
Axilar média
1- Horizontal
Junção xifoesternal
e linha axilar média
1- Dobra localizada na linha axilar média e ao nível 
da junção xifoesternal
2- Vertical 2- Dobra localizada em cima da linha axilar média ao nível do processo xifóide
3- Obliqua
3- Dobra localizada no ponto de intersecção da 
linha axilar média com uma linha imaginária que 
passa pelo apêndice xifóide
Supra-ilíaca
1- Obliqua
Crista ilíaca
1- Dobra localizada em cima da linha axilar média 
e logo acima da crista ilíaca
2- Diagonal
2- Dobra localizada logo acima da crista ilíaca em 
um ponto coincidente com a linha axilar anterior
Abdome 
1- Horizontal
Cicatriz umbilical
1- Dobra lateralmente a 3 cm de distância da 
cicatriz umbilical e 1 cm abaixo do centro da 
cicatriz umbilical
2- Vertical
2- Dobra localizada lateralmente a 2 cm da cicatriz 
umbilical
3- Dobra localizada lateralmente de 3 a 5 cm da 
cicatriz umbilical
Coxa
Vertical (linha
média 
femoral)
1- Dobra inguinal 1- Dobra localizada na região anterior da coxa no ponto médio femoral
2- Borda superior da 
patela
2- Dobra localizada na região anterior da coxa a ⅓ 
da prega inguinal e borda superior da patela
Panturrilha
medial
Vertical (região
média da 
perna)
Máxima 
circunferência
da perna
Dobra localizada no ponto de maior circunferência 
da perna na parte medial da mesma. O avaliado 
deverá estar sentado
Cineantropometria
63
Circunferências
Para avaliar a circunferência de braço relaxado e contraído, da panturrilha 
medial e da coxa é necessário ter uma fita métrica com precisão milimétrica (0,1 
centímetros) de nylon, seguindo os procedimentos: onde a fita é colocada em 
ângulo reto com o eixo longitudinal do membro ou parte do corpo a ser medi-
do, de modo que ele se encontre em contato com a pele do indivíduo, mas sem 
pressionar o segmento.
• Braço relaxado: O sujeito deve estar em pé com os braços relaxados e 
o avaliador posiciona a fita no terço médio do braço, ou seja, no ponto 
médio entre o acrômio e o rádio;
• Braço contraído: Na posição em pé, o sujeito deve executar uma contra-
ção máxima (90º) e o avaliador passar a fita pelo ponto médio entre o 
acrômio e rádio;
• Panturrilha Média: O sujeito deve estar sentado em um banco e o avalia-
dor colocar a fita na circunferência máxima da panturrilha;
• Coxa: O sujeito deve estar em pé, com as pernas relaxadas e o avaliador 
colocar a fita na circunferência máxima da coxa.
Diâmetros ósseos
Para determinar os diâmetros ósseos, é preciso um paquímetro devidamen-
te calibrado em (mm), e o avaliador precisa seguir as sugestões de Gagliardi 
(1996) e Ross ; Marfell-Jones (2000):
• Diâmetro do cotovelo (bi-epicôndilo-umeral): a medida é realizada com 
o avaliador em pé ou sentado, com as articulações do ombro e cotovelo 
em flexão de 90 graus, no plano sagital. As hastes do paquímetro devem 
ser introduzidas obliquamente, num ângulo de 45 graus em relação à 
articulação do cotovelo, tocando as bordas externas dos epicôndilos me-
dial e lateral do úmero direito;
• Diâmetro do punho (bi-estilóide): com o avaliado em pé ou sentado, 
a articulação do cotovelo a 90 graus e a mão relaxada, o paquímetro é 
introduzido no plano horizontal, tocando os pontos de maior distância 
entre as apófises estiloides do rádio e da ulna direita;
• Diâmetro do fêmur (bi-côndilo): a medida é realizada com o avaliado 
sentado ou em pé, com a articulação do joelho flexionada a 90 graus. As 
hastes do paquímetro devem ser introduzidas a 45 graus em relação à 
articulação do joelho, tocando as bordas externas dos côndilos medial e 
lateral do fêmur direito;
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
64
• Diâmetro do tornozelo (bi-maleolar): com o avaliado em pé sobre uma 
superfície ou com o pé elevado a um caixote para facilitar a realização 
da medida, a medida é realizada com as hastes do paquímetro tocando 
os pontos que compreendem a maior distância entre o maléolo medial e 
o maléolo lateral da tíbia direita, em um plano horizontal.
 Figura 8
Avaliação do diâmetro do úmero (Esquerda) e do fêmur (Direita). 
Crédito da Foto: César Greco/Palmeiras.
Composição corporal
As variáveis antropométricas mais significativas e consideradas im-
portantes para avaliar o futebolista são: estatura, massa corporal e o % de 
gordura corporal (Silva et al., 1997; Reilly et al., 2000), assim como o fra-
cionamento da composição corporal em dois componentes como a massa 
muscular e massa adiposa (Reilly; Bangsbo; Franks, 2000), e inclusive o 
fracionamento em três, quatro e cinco compartimentos corporais, os quais 
permitem analisar de maneira minuciosa os desportistas através de técnicas 
duplamente indiretas.
De fato este processo de avaliação na atualidade é amplamente utilizado 
pelas comissões técnicas que trabalham no futebol realizando avaliações físi-
cas com a intenção de diagnosticar, prescrever e controlar as cargas de treina-
mento, onde muitas investigações (Herrero, Cabañas, Maestre, 2004; Casajús, 
2001; Cossio-Bolanos, Arruda, Lancho, 2011) utilizam equações de regressão 
para predizer o percentual de gordura corporal de atletas e não atletas, tendo 
Cineantropometria
65
como variáveis preditoras as dobras cutâneas, circunferências corporais, mas-
sa corporal, estatura e idade. Estas equações em sua maioria consideram en-
tre 2 a 6 dobras cutâneas para predizer, tanto a densidade corporal, como o 
percentual de gordura corporal, tornando-se uma ferramenta fundamental 
durante o processo de avaliação fisiológica do futebolista.
Como o futebol é um esporte com temporadas de competições, é impor-
tante que os jogadores iniciem a temporada com um nível ótimo de condi-
cionamento. A composição corporal é um aspecto extremamente importan-
te relacionado ao desempenho físico para o futebol, uma vez que a gordura 
corporal atua como “peso morto” em atividades de alta intensidade. Vários 
estudos demonstram elevados índices de correlação entre a porcentagem 
de gordura e o rendimento desportivo (Santos, 1999; Silva Neto, 2006), onde 
evidencia a incompatibilidade entre a melhoria da performance competitiva e 
os altos índices de adiposidade subcutânea. Valores ótimos de adiposidade 
são impossíveis de definir, apresentando em cada modalidade desportiva 
características próprias. O estudo de antropometria tenta obter o nível ideal 
de massa magra e gordura, que poderia melhorar a performance nas várias 
modalidades, uma vez que o peso em excesso, prejudica a maior parte das 
atividades físicas.
Aspectos Conceituais
A composição corporal é um componente chave da saúde e do perfil de 
aptidão de um indivíduo, referindo-se o estudo da quantidade e da propor-
ção dos principais componentes estruturais do corpo através do fracionamen-
to do peso corporal (Petroski, 2003), considerando-se como os seus compo-
nentes: massa de gordura, massa muscular, massa óssea e massa residual. 
Esta quantificação da composição corporal tem grande interesse do ponto de 
vista desportivo, nutricional, prevenção e reabilitação de enfermidades hipo-
cinéticas, respectivamente.
Nesse sentido segundo vários estudos o corpo humano pode ser dividido 
técnicamente em algunscompartimentos, como tecidos dando origem as se-
guintes propostas mais utilizadas no dia-a-dia:
• Modelo bi-compartimental: este modelo divide o corpo em massa de 
gordura e massa livre de gordura. Este modelo foi proposto há muitos 
anos atrás por Albert Behnke em 1942, baseado em futebolistas Profis-
sionais Americanos.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
66
Figura 9
Modelo bi-compartimental.
•	 Modelo Tetra-compartimental: Este modelo divide o corpo em 
massa de gordura, massa muscular, massa óssea e massa re-
sidual. Esta proposta foi criada por Matiegka em 1921. Este es-
tudo está baseado em que a somatória das quatro massas deve 
ser equivalente à massa corporal total do indivíduo.
Figura 10
Modelo tetra-compartimental.
Cineantropometria
67
Métodos de determinação da composição corporal 
Os métodos de determinação da composição corporal, como observa-se na 
figura 11, são classificados de acordo com Brodie (1988) em métodos diretos e in-
diretos, onde o primeiro deles requer que sejam analisados diferentes tecidos do 
corpo a partir de cortes no mesmo, sendo possível apenas em cadáveres e dentro 
dos métodos indiretos destacam-se os métodos químicos e físicos que podem ser 
aplicados “in vivo”. Nesse sentido, podemos dizer que existem muitas técnicas 
indiretas para medir a composição corporal, considerando desde as mais simples 
ao mais complexo, onde os pesquisadores estão desenvolvendo novas equações 
para Somatória de dobras cutâneas, Bioimpedância, DEXA e Densidade ópti-
ca, usando modelos de multicomponentes para obter medidas referenciais de 
composição corporal (Heyward ; Stolarczyk, 2000), observando-se, portanto, na 
literatura maior número de investigações em adultos, que em crianças e adoles-
centes, porque os protocolos podem ser melhores assimilados por adultos em 
relação às crianças que necessitam de maior dedicação e paciência.
Figura 11
Métodos de determinação da composição corporal 
(adaptado de Brodie, 1988).
DIRETOS INDIRETOS
QUÍMICOS FÍSICOS
Dissecação de Cadáveres
(animais e humanos)
- K40;
- D2O;
- Excreção de Creatinina;
- Solubilidade de Gases;
- Água Corporal Total;
- Nitrogênio;
- Carbono;
- Diluição Isotópica;
- Ativação Neutrica.
- Pesagem Hidrostática;
- Absormetría fotónica;
- Ressonância Magnética;
- Condutibilidade Elétrica;
- Bioimpedância;
- Ultra-som;
- Tomografia;
- Antropometria.
MÉTODOS
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
68
Dentro dos procedimentos antropométricos geralmente se utilizam equa-
ções de regressão, considerado assim, como método duplamente indireto, per-
mitindo obter de maneira rápida o percentual de gordura, onde a maioria das 
vezes estas equações levam em consideração o sexo e a idade, porém, normal-
mente não consideram fatores importantes como a raça, descendência e o nível 
de atividade física, fazendo com que a validade das equações de predição da 
composição corporal diminua quando são utilizadas em populações diferentes 
daquelas onde foram determinadas.
Percentual de gordura
Dentro de uma diversidade de esportes, os atletas parecem ter diferen-
tes objetivos no que se refere ao controle de peso e a adequada composição 
corporal, para algumas pessoas a meta é ganhar músculo, para outros é ser 
magro. Neste sentido, Reilly (1996) considera que a composição corporal 
é um fator importante da aptidão para o futebol, e que a gordura corporal 
elevada atua como peso morto em atividades onde a massa corporal é ele-
vada em forma reiterada contra a gravidade, correndo ou saltando durante 
o jogo; por isso, as posições táticas de jogo no caso do futebol, tem um pa-
pel importante, observando-se nos goleiros valores mais elevados que no 
resto dos jogadores (Reilly, 1996) e os meio-campistas valores mais baixos. 
Em consequência, Heyward ; Stolarczyk (2000), consideram que o mínimo 
de gordura corporal não deve ser inferior a 5%, e que é necessário para 
as funções metabólicas e fisiológicas normais do ser humano. Por sua vez, 
segundo os valores opcionais de gordura corporal para futebolistas profis-
sionais são difíceis de definir (Santos, 1999), e que os estudos variam entre 
as metodologias, procedimentos, técnicas e instrumental utilizado, como já 
foi observado no quadro 3.
Clasificação do percentual de gordura corporal
O perfil fisiológico e antropométrico de futebolistas de alto rendimiento 
tem sido investigados por vários autores (Reilly, Bangsbo, Franks, 2000, Noel 
et al., 2003; Gil et al., 2007), onde a composição corporal é considerada como 
um aspecto importante da aptidão para o futebolista, e que o excesso de teci-
do adiposo atua como peso desnecessário nas atividades de alta intensidade 
(Reilly, 1996) impedindo uma boa performance deportiva. Isto implica que a 
composição corporal em futebolistas é um fator importante na determina-
ção do sucesso neste esporte (Matkovic et al., 2003). Neste respeito, Cossio-
Bolanos et al. (2010) propusseram uma tentativa de clasificação do % de 
gordura em atletas futebolistas Peruanos participantes da Liga da Primeira 
Cineantropometria
69
Divisão (n=132), destacando que os valores ideais de % de gordura corporal 
no período competitivo é de 9,0 a 12,6%, com uma média de (11,17±2,85%), 
sendo esses valores similares a outros estudos diagnosticados através de me-
dições antropométricas em futbolistas profissionais (Noel et al., 2003 - 10,4%; 
Reilly, Bangsbo, Franks, 2000 - 10,6%; Reilly et al., 2000 - 11,3%), e median-
te bioimpedância elétrica (Melchiorri et al., 2007 - 12,7%). A tabela 3 mostra 
os valores de massa corporal, % de gordura e somatória de dobras cutâneas 
ideais, segundo Cossio-Bolanos et al. (2010). 
Tabela 3
Clasificação das variáveis antropométricas de futebolistas profissionais de 
Primeira Divisão do Peru (n=132).
Estatística Indicadores
Variáveis X DP Risco Magreza Ideal Sobrepeso
Massa corporal (kg) 75,5 7,38 <64,80 64,80-70,90 71,00-81,10 >81,10
% Gordura (%G) 11,17 2,85 <7,80 7,80-8,90 9,00-12,60 >12,60
∑ 4 Dobras 42,93 12,68 <27,60 27,60-33,90 34,00-49,90 >49,90
∑ 6 Dobras 56,14 14,57 <39,20 39,20-45,70 45,80-65,30 >65,30
Legenda: ∑ = Somatória; ∑4Dobras = (Tr+Se+Si+Ab); ∑6Dobras = (Tr+Se+Si+Ab+Mu+Pa).
Equações utilizadas para predizer o percentual de gordura
A medição da composição corporal é comum em várias disciplinas, tais 
como nutrição, medicina, antropologia e ciência do esporte (Ostojic, 2006), 
sendo importante no esporte em geral e no futebol em particular (Herrero; 
Cabanas; Maestre, 2004). A este respeito, há muitos estudos utilizando 
equações de predição para determinar o % de gordura dos jogadores. Essas 
avaliações envolvem o uso indiscriminado de vários modelos matemáticos 
para prever % de gordura corporal em todo o mundo, gerando discrepân-
cias na análise dos resultados e até mesmo na escolha de tais modelos, 
assim causando avaliações, diagnósticos, prescrições e controles de trei-
namentos de forma errada. Consequentemente, é necessária investigação, 
a fim de verificar o grau de concordância entre os métodos de previsão es-
pecífica para jogadores de futebol. Na tabela 4, as equações mais utilizadas 
nas equipes de futebol.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
70
Tabela 4
Modelos matemáticos usados (equações) para predizer o % Gordura de fute-
bolistas profissionais e jovens futebolistas.
Modelo Equação Idade
Boileau (1985) 1,35(∑TR+SE)-0,012(∑TR+SE)2-4,4 Todas
Lohman (1986) 1,35(∑TR+SE)-0,012(∑TR+SE)2-6,7 <18 
Santi Maria et al. 
(2015) 22,46-0,866(ID)+0,642(SI)-0,055(AB)+0,464(CX) <18
Faulkner (1968) (∑TR+SE+SI+AB)*0,153+5,723 18-25 
Novack (2014) (0,83196071*AX)+(0,16367624*AB)+(0,75492553*CX)-2,33295828 >18
Reilly et al. (2009) 5,174+(0,124*CX)+(0,147*AB)+(0,196*TR)+(0,130*PM) >18
Por outro lado, em uma amostra de jogadores brasileiros com a intenção de 
realizar uma análise da composição corporal de jogadores Guedes ; De Souza 
(1987) calculou o % de gordura pelo método de hidrostáticae por meio das 
equações de regressão de Guedes (1985) e Faulkner (1968), verificando-se altos 
coeficientes de correlação entre os valores previstos, mostrando que a equa-
ção de Fualkner subestima relativamente o % gordura corporal de futebolis-
tas. Portanto, é necessário ajustar o termo constante de Faulkner, considerados 
como valores ideais entre 9 a 12% de gordura corporal.
Já Fonseca et al. (2008) com a intenção de verificar diferenças do % gordura 
de atletas futebolistas brasileiros, comparou quatro procedimentos, determinan-
do a não existência de diferenças entre os 4 procedimentos e a fórmula que apre-
senta menor variação é a equação proposta por Brozek et al. (1963). Ver tabela 5.
Tabela 5
% de gordura de uma amostra de futebolistas, segundo Fonseca et al. (2008).
Equação X DP CV
Rathburn e Pace, 1945 7,73 2,80 36,70
Keys e Brozek, 1953 6,49 2,12 3,05
Siri, 1961 6,93 2,50 36,53
Brozek et al., 1963 9,45 2,31 24,58
Cineantropometria
71
As equações classicamente usadas para determinar o % de gordura de sujei-
tos desportistas e não desportistas são as que se mostram nas tabelas 6 e 7, para o 
qual, é necessário inicialmente calcular a densidade corporal de cada indivíduo 
podendo utilizar as equacões da tabela 7, onde mostram aceitáveis valores de 
erro de estimativa. Sugerindo o uso destas equações para amostras de atletas.
Tabela 6
Equações propostas para calcular o % gordura de adultos, segundo vários 
estudos, a partir da densidade corporal.
Equação Referência
% Gordura = (554,8/DC) – 504,4 Rathburn e Pace, 1945
% Gordura = (420,1 / DC) – 381,3 Keys e Brozek, 1953
% Gordura = (495 / DC) – 450 Siri, 1961
% Gordura = (457 / DC) – 412,4 Brozek et al., 1963
Tabela 7
Equações de predição da densidade corporal, a partir de vários 
estudos para adultos.
Idade
(anos) Fórmula Referência
18-66 DC=1,10491700-0,0009906(Tr+Sb+Si)2-0,00034527(E) Petroski, 1995
17-27 DC=1,21546-0,08119Log(Ab+Tr+Si+Ax+Sb+Ma) Guedes, 1985
20-29 DC= 1,1631-0,0630 Log(Tr+Sb+Si+Bi) Durnin e Womersley, 1974
Técnicas de avaliação da composição corporal
Existem técnicas simples para avaliar a composição corporal, como é o caso 
do Índice de Massa Corporal (IMC), onde as proporções de peso/estatura na 
população geral têm uma relação positiva com o percentual de gordura corpo-
ral, assim como também, a relação da cintura/quadril para verificar a gordura 
intra-abdominal (Heyward; Stolarczyk, 2000). Contudo, estas técnicas não dis-
tinguém os compartimentos corporais de massa de gordura, massa muscular, 
massa óssea e massa residual, avaliando de maneira geral os desportistas. Isto 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
72
implica que as equipes multidisciplinares devem considerar a avaliação dos 
atletas mediante o fracionamento do corpo, também poderia monitorar melhor 
as mudanças morfológicas dos atletas durante o processo de treinamento e in-
clusive durante as fases de crecimento, desenvolvimento e maturação biológica 
dos jovens atletas.
Para o caso dos Índices, é necessário apenas um estadiómetro para medir a 
estatura, uma balança para medir o peso corporal, uma fita métrica para medir 
a circunferência da cintura e quadril. Contudo, para avaliar o percentual de 
gordura (dobras cutâneas), é preciso contar com um adipômetro, através do 
qual se poderá medir em milímetros (mm) a quantidade de tecido adiposo em 
cada ponto anatômico, como as equações requerem.
a) PESO IDEAL
Para calcular o peso ideal (PI) são necessários os seguintes dados: Peso 
magro corporal ou massa corporal magra (MCM) (kg). Por sua vez, é preciso 
destacar que o percentual gordura ideal que considera De Rose (1981) para 
futebolistas é de 11%. Sendo a fórmula básica a seguinte:
PI (kg) = 1,11 * MCM (Kg)
Por outro lado, cabe destacar que é possível realizar um ajuste na constante 
da fórmula de De Rose (1981), onde se deseja trabalhar por posições de jogo, 
podemos realizar a seguinte correção: Exemplo, se deseja calcular o peso ideal 
(PI) de um meio campista, cujo % de gordura ideal deve ser de 10%, se substitui 
na fórmula em (0,10), e em seguida a constante da fórmula será de 1,11. Este 
valor de 1,11 se substitui na fórmula anteriormente descrita, segundo se deseje 
trabalhar, isto é, por posição de jogo e/ou idade.
PI (Kg) = 1/(1-0,10)
PI(Kg) = 1/0,9
PI (Kg) = 1,11
b) FRACIONAMENTO DO CORPO
Ao fracionar o corpo humano em compartimentos se considera o mo-
delo bicompartimental proposto por Behnke em 1942, três componentes 
principais, como distingue Gagliardi (1996) em músculo, gordura e osso, 
Cineantropometria
73
respectivamente. Assim também, podemos destacar o fracionamiento em 
quatro componentes realizado por Matiegka, em massa de gordura, óssea, 
muscular e residual, o qual, o peso total implica na somatória do peso gordo, 
ósseo, muscular e residual. Na continuação se descrevem as fórmulas básicas 
para cada componente. Modelo bi-compartimental (ver tabela 8) e modelo 
tetra-compartimental (tabela 9).
Tabela 8
Equações para determinar o fracionamento dos componentes 
corporais (2 componentes).
Componente Equação
Peso Total PT = PM + PG
Peso Muscular PM(Kg) = PC - PG
Peso de Gordura PG = PC(kg) - %G
PT = Peso Total; PM = Peso Muscular; PG = Peso de Gordura; PC = Peso Corporal; 
% G = Percentual de gordura. 
Tabela 9
Equações para determinar o fracionamento dos componentes corporais 
(4 componentes).
Componente Equação Referência
Peso Total PT (Kg) = PG + PO + PM + PR Matiegka (1921)
Peso Ósseo PO (kg) = 3,02 (E2 x R x F x 
400)0,712
Von Döbeln (1964)
Peso Residual PR (kg) = PC*(24,1/100) Würch (1974)
Peso Muscular PM (kg) = PT – (PG + PO + PR) De Rose e Guimaraes 
(1980)
Peso de 
Gordura
PG (Kg) = PC*(%G/100)
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
74
• Peso ósseo – O peso ósseo ou massa óssea implica na avalição da es-
tatura (cm), do diâmetro bi-estilóide do radio (cm) (punho) (DR) e no 
diâmetro bi-epicondilar do fêmur (cm) (joelho) (DF).
• Peso residual – Para a avaliação do peso residual é necessário medir o 
peso corporal (PC) (kg), por sua vez é necessário conhecer as constantes 
para homens e mulheres, respectivamente, onde (24,1 para homens) e 
(20,9 para mulheres).
• Peso muscular – Aqui é preciso avaliar o peso corporal (PC) (kg) e em 
seguida somar o peso de gordura (PG) (kg), o peso ósseo (PO) (kg) e 
finalmente, o peso residual (PR) (kg).
Somatotipo
Somático diz respeito ao corpo e somatotipo ao tipo corporal ou classifica-
ção física de cada pessoa. O somatotipo, proposto por Sheldon (1940), divide 
as características corporais das pessoas, de acordo com os componentes en-
domorfia, onde o percentual de gordura é elevado, com um considerável de-
senvolvimento do sistema digestório, caracterizando uma cintura mais larga, 
mesomorfia onde há predominância dos músculos esqueléticos e ossos fortes, 
caracterizando um corpo com contornos musculares definidos, e ectomorfia 
que representa a predominância do conteúdo magro do corpo com sistema 
muscular e esquelético pouco desenvolvido. A linearidade e fragilidade são 
características neste biótipo (Fox et al., 1988).
A classificação do somatotipo ocorre de acordo com a predominância dos 
tecidos embrionários, sendo respectivamente endoderma, mesoderma e ecto-
derma. Sendo assim, o somatotipo é determinado geneticamente, podendo ser 
modificado pelo fenótipo, ou seja, pela interação do genótipo com o meio no 
qual a pessoa se desenvolve (Fox et al., 1988).
O somatotipo é capaz de permitir um estudo apurado sobre o tipo físico 
ideal em relação a cada modalidade esportiva e analisa as formas do corpo 
humano. E através da aplicação de processos estatísticos podem ser estudadas, 
somatotipo de atletas em comparação com o ideal ou somatotipo de referência 
para o esporte. Por exemplo:
• Para os atletas que desejam atingir um nível elevado em uma especia-
lidade num esporte em particular: ele tem a descrição morfológica de 
atletas de elite parao seu esporte, isso serve como um modelo no qual se 
avalia a semelhança morfológica ou de aptidão para o esporte, aceitan-
Cineantropometria
75
do que um jogador mostra um melhor desempenho a mais semelhante 
é a sua configuração física do modelo de seu esporte;
• Estudo do somatotipo de atletas e comparação com uma popula-
ção: isso vai nos ajudar a entender as diferenças morfológicas que 
existem e que são devidos a considerar se a prática de um espor-
te específico ou essas diferenças é devida a outros fatores. Compa-
rando com o somatotipo ideal nos permitem refinar a detecção de 
talentos de um esporte baseado nas características do somatótipo; 
- Comparação de somatotipo de populações diferentes: podemos saber 
se há diferenças morfológicas e se eles aparecem, seja para analisar mo-
vimentos específicos para cada esporte, o tipo de treinamento, o am-
biental, nutricional, ou etnia de cada população;
• Comparação de somatotipo do atleta mesmo em tempos diferentes: o 
estudo do somatotipo do atleta nos informa sobre a constituição mo-
mentânea e estudos posteriores, pode controlar as mudanças que ocor-
rem, querem devido ao seu treinamento desportivo, as mudanças do 
tipo de alimentação, porque encontram-se em uma fase de crescimento, 
ou por qualquer outra razão, o que pode ser analisado. 
Dado que um somatótipo apropriado não é garantia de resultados esportivos, 
suas deficiências devem ser identificadas e corrigidas. Por exemplo, um maior 
componente mesomorfo está associado com melhor desempenho atlético, enquan-
to que o componente endomórfico mostra uma correlação negativa (Reilly, 2001 
apud Castanhede; Dantas ; Fernandes Filho, 2003 apud Gil et al., 2010).
Atividades esportivas estabelecem uma relação estreita entre a estrutura 
física do atleta e requisitos mecânicos da especialidade, na obtenção de sucesso 
competitivo. Os membros de um esporte têm menos variabilidade em somato-
tipo no maior nível competitivo. Com estas análises da ciência do esporte, os fi-
siologistas, treinadores e preparadores físicos podem verificar periodicamente 
a variação morfológica e o efeito do crescimento, desenvolvimento, mudanças 
na dieta ou treinamento físico.
De acordo com Castanhede; Dantas ; Fernandes Filho (2003), a avaliação do 
somatotipo no futebol, tem alcançado resultados comprovados no desenvolvi-
mento da performance no esporte. E finalmente, a metodologia do somatotipo 
possibilita uma determinação do tipo físico que é significantemente associada 
com parâmetros cineantropométricos, desse modo, ajuda na interpretação e ex-
plicação do crescimento humano, exercício, performance e nutrição.
Os jogadores internacionais sul-americanos de futebol tenderam a se reu-
nir dentro de uma pequena área da somatocarta (Rienzi et al., 2000). Embora a 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
76
massa muscular proporcional determinada usando a equação de Martin et al. 
(1990) pode representar uma superestimativa de acordo com Cattrysse et al. 
(1999), o somatotipo enfatiza o padrão físico muscular de jogadores de elite, 
com destaque para a mesomorfia superior a média normal.
Segundo Reilly (2001), os valores típicos do somatótipo para os futebolistas 
eram 3 – 5 – 3, refletindo uma tendência para o mesomorfismo. Num outro 
estudo, realizado por Rienzi et al. (2000) foram registados os somatótipos dos 
jogadores de elite participantes na Copa América: 2,2 – 5,4 – 2,2 (± 0,7; ± 1,0; ± 
0,73). Casajús (2001) observou também atletas de elite da Liga Espanhola que 
revelaram uma tendência para o mesomorfismo, 2,4 – 4,8 – 2,3 (± 0,52; ± 0,88; ± 
0,73). Logo, existe uma tendência, no futebol, aos somatótipos, em serem ho-
mogêneos. Sendo assim, pela média geral do somatotipo dos jogadores de fu-
tebol, observado na tabela 10, independente da posição de jogo, pode-se dizer 
que esses atletas pertencem à categoria mesomórfica-balanceada/ equilibrada.
Tabela 10
Somatotipo de jogadores de futebol segundo origem e nível competitivo.
Estudo País Nível n Endomorfia Mesomorfia Ectomorfia
Origem: Nacional
Castanhede et al. (2003) Brasil P 48 2,7 4,8 2,3
Ribeiro et al. (2007) Brasil S20 12 2,4 4,4 3,0
Origem: Internacional
White et al. (1988) Inglaterra P 17 2,6 4,2 2,7
Rienzi et al. (1998) Sul-americanos P 70 2,0 5,3 2,2
Rienzi et al. (2000) Sul-americanos P 17 2,2 5,4 2,2
Reilly (2001) Inglaterra P - 3 5 3
Casajús (2001) Espanha P 15 2,6 4,9 2,3
Matkovic et al. (2003) Croácia P - 2,1 5,1 2,6
Leal (2005) Portugal S20 17 2,3 4,2 3,0
Silva (2005) Portugal S20 16 2,3 4,4 2,5
Bandyopadhyay (2007) Índia P - 2,0 5,5 2,0
Salgado et al. (2009) Portugal S20 187 3 4,8 2,5
Gil et al. (2010) Espanha S20 15 2,4 4,3 2,4
Polat et al. (2011) Turquia S17 68 2,1 4,3 2,6
Nikolaidis e Karydis (2011) Grécia P 28 3,0 4,9 2,3
P – Profissional; S20 – Sub-20; S17 – Sub-17.
Cineantropometria
77
Porém, ao analisar os jogadores de futebol de acordo com suas posições 
de jogo, Ramadan ; Byrd (1987) verificaram que os goleiros apresentaram 
valores significativamente mais elevados para endomorfia (3,0) e mesomor-
fia (5,5) em relação aos jogadores de linha (endomorfia: zagueiro = 2; meia 
= 1,63; atacante = 2,1; mesomorfia: zagueiro = 4,19; médio = 4,63; atacante = 
4,45). Isso pode ser explicado pela especificidade da função do goleiro no 
jogo e pela diferença da metodologia de treinamento, onde a quantidade 
de corrida em treinamentos e jogos pode contribuir para o valor mais alto 
para endomorfia. Já o componente de maior mesomórfico é consistente com 
o movimento explosivo por parte dos goleiros. O estudo de Rogan et al. 
(2011) revelou heterogeneidade na mesomorfia entre goleiros (6,1) e os jo-
gadores de campo (defensores = 5,0; meio-campistas = 4,7; atacantes = 5,3). 
E Salgado et al. (2009) com futebolistas portugueses da categoria sub-20, 
relataram que os Goleiros, zagueiros e meio-campistas foram classificados 
como mesomorfo balanceado. Os laterais e atacantes foram classificados 
com um perfil de endo-mesomorfo. Com exceção do componente endo-
morfo, não foram encontradas diferenças significativas entre as posições de 
jogo. Porém, os goleiros apresentaram valores maiores de endomorfia em 
comparação com os meio-campistas (p = 0,038) e atacantes (p = 0,031). Além 
disso, os zagueiros tenderam a apresentar valores elevados de ectomorfia.
O estudo do perfil somatótipo em jogadores de futeol também pode ser 
importante no sentido de prevenção de lesões, uma vez que, Salokun (1994) 
investigou a influência do somatotipo sobre a taxa de lesões entre 180 jogado-
res de futebol de seis equipes da elite da Nigéria, e observou que a incidência 
de lesões variou consideravelmente de um tipo de corpo para outro, com os 
ectomorfos registrando o mais elevado em 85%. Entre os meso-ectomorfos, 
50% foram lesionados, enquanto 45% e 44%, respectivamente, dos ecto-meso-
morfos e mesomorfos sofreram lesões.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
78
Figura 12
Somatocarta da equipe profissional do Palmeiras 2019.
Medidas necessárias para calcular o somatotipo:
- Estatura em centímetros (cm); 
- Peso em Kilos (Kg);
- Dobra cutânea do tríceps em milímitros (mm);
- Dobra cutânea subescapular em milímitros (mm);
- Dobra cutânea supra-espinhal em milímitros (mm);
- Dobra cutânea da panturrilha em milímitros (mm);
- Diâmetro do úmero em centímetros (cm);
- Diâmetro do fêmur em centímetros (cm);
- Perímetro do braço flexionado em centímetros (cm);
- Perímetro da perna em centímetros (cm).
Cálculo do somatotipo:
Endomorfia = - 0,7182 + 0,1451(x) - 0,00068(x2) + 0,0000014(x3)
Onde: x é o somatório das pregas cutâneas do tríceps, subescapular e 
supra-espinhal.
Correção da endomorfia: x 
Cineantropometria
79
Mesomorfia = 0,858 U + 0,601 F + 0,188 B +0,161 P - 0,131 H + 4,5
Onde: U diâmetro do úmero em cm.
F diâmetro do fêmur em cm.
B perímetro corrigido do braço em cm.
P perímetro corrigido da perna em cm.
H estatura em cm.
Correções:
B = Perímetro dobraço - prega do tríceps em cm.
P = Perímetro da perna - prega da panturrilha.
Ectomorfia = IP = 
Se IP > 40,75 Ecto = (IP x 0,732) - 28,58
Se IP < 40,75 e > 38,28 Ecto = (IP x 0,463) - 17,63
Se IP ≤ 38,28 Ecto = Estipula-se o valor mínimo que será 0,1
Plotagem no gráfico:
X = III - I
Y = 2II - (III - I)
Onde: I = componente Endomorfo
II = componente Mesomorfo
III = componente Ectomorfo
Distância de Dispersão do Somatotipo:
DDS = 
Onde: X1 e Y1 são as coordenadas do somatotipo estudado.
X2 e Y2 são as coordenadas do somatotipo de referência.
O DDS permite verificar a distância entre um somatotipo estudado e o con-
siderado padrão.
Foi estabelecido que a distância é estatisticamente significativa quando a 
DDS é ≥ 2.
Estrutura óssea
O osso é um tecido calcificado, sensível a vários estímulos mecânicos, prin-
cipalmente resultantes da gravidade e contrações musculares. Este tecido tem 
4 funções básicas, tais como o fornecimento de suporte mecânico, permitir o 
movimento, oferecer proteção e agir como um reservatório metabólico de sais 
e minerais.
 √ 3(x1 – x2)2 + (y1 – y2)2 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
80
Todo indivíduo apresenta um nível de massa óssea estabelecido desde o 
nascimento, que ocorre durante o desenvolvimento intra-uterino, resultante da 
carga genética dos pais e pelas condições metabólicas de desenvolvimento da 
gestação. Grande parte do conteúdo mineral ósseo, presente na vida adulta, 
é incorporado desde a vida fetal, estendendo-se pela infância e apresentando 
maior aceleração de incremento durante a adolescência, junto com o estirão 
de crescimento, sendo que a partir deste momento, o aumento deste conteúdo 
torna-se gradativo (Campos et al., 2003; Vargas et al., 2003).
A quantidade máxima de massa óssea, que é compreendida como sendo 
o pico de massa óssea, que é extremamente importante para o equilíbrio do 
esqueleto ao longo da vida é atingida pelo adulto jovem. Sendo o produto final 
da interação de fatores endógenos (genéticos e endócrinos) e de fatores exóge-
nos (nutricionais e a atividade física), e grande parte do risco de se desenvolver 
osteoporose na idade avançada pode ser explicado pela quantidade de massa 
óssea quando o pico é atingido.
Muitos estudiosos consideram que as alterações na densidade mineral ós-
sea podem ser consideradas um problema de adultos em fase de envelheci-
mento, porém, há um conhecimento recente da importância da aquisição ade-
quada de massa óssea durante a infância e adolescência para prevenir doenças 
crônicas como a osteoporose. A osteoporose é uma doença osteometabólica 
caracterizada pelo comprometimento da força óssea, predispondo ao risco au-
mentado de fraturas (Nih, 2001).
Na fase da infância e da adolescência é que o organismo acumula a maior 
quantidade de massa óssea, o que lhe garantirá na fase da velhice uma consti-
tuição mais resistente ou mais frágil, sendo assim, deve-se enfatizar a impor-
tância do estudo do estado mineral ósseo nos jovens adultos e adultos, pois 
chegam a esse momento da vida com 80% da massa óssea já adquirida.
Em geral, a integridade mecânica do osso, convencionalmente descrita em 
termos de quantidade (massa ou densidade) e qualidade (geometria da micro-
-arquitetura e as propriedades do osso). A quantidade e qualidade da massa 
óssea é determinada pelo exercício, fatores genéticos, hormonais e alimentí-
cios e raciais. A sua avaliação é geralmente realizada a partir de raios-X (DXA) 
chamado de padrão ouro, através do qual é alcançada valor da massa óssea de 
uma perspectiva quantitativa. No entanto, há alguns anos, o ultra-som QUS 
permite a avaliação quantitativa e qualitativa do tecido ósseo. Esta técnica de-
monstra um grande potencial para avaliar a estrutura óssea (Santi Maria et al., 
2014) de populações atletas e não atletas, independentemente de raça e etnia.
No caso do futebol, as forças de reação que se produzem entre o peso do jo-
gador e o solo são muito marcadas, uma vez que a combinação de saltos, rebotes, 
Cineantropometria
81
deslocamentos, chutes, entre outras ações poderiam estimular a formação do 
osso nos membros inferiores e o esqueleto axial. De fato, classicamente tem sido 
demonstrado que os ossos submetidos a diferentes cargas modificam sua arqui-
tetura e a qualidade do seu tecido. Por tanto, os exercícios de alto impacto são 
os que repercutem em um maior benefício para a massa óssea e a geometria do 
osso (Petterson et al., 2000), pois de fato, o futebol reflete tais atividades de alto 
impacto, na qual segundo alguns estudos permitem evidenciar maior densidade 
mineral óssea em relação aos grupos de controle (Karlsson et al., 2001). Por sua 
vez, é amplamente conhecido que os indivíduos negros têm uma maior densida-
de mineral óssea e conteúdo de proteína no corpo que os brancos, contudo, nos 
últimos anos, grande parte das investigações em futbolistas de elite estão cen-
tralizado em estudo de variáveis antropométricas, físicas e fisiológicas (Rienzi et 
al., 2000 apud Silvestre et al., 2006 apud Carling ; Orhant, 2010) de forma geral, 
sendo poucos os estudos que valorizam a estrutura óssea de futebolistas, pro-
vavelmente pela falta de acessibilidade a instrumental que se requer, embora o 
seu controle e monitorização constante, independentemente do equipamento a 
utilizar no geral oferece informação relevante. Isto poderia contribuir em melho-
rar a alimentação do desportista e prevenir lesões desportivas relacionadas prin-
cipalmente com as fisuras e fraturas ósseas. A seguir, o Quadro 5 mostra alguns 
valores encontrados em futebolistas profissionais segundo Calbet et al., (2001).
Quadro 5
Conteúdo mineral ósseo (CMO) e densidade mineral óssea (DMO) de várias 
regiões anatômicas de futebolistas e grupo controle.
Regiões anatômicas
CMO DMO
Futebolistas G. Control Futebolistas G. Control
Lombar 20,7±2,9 18,4±3,7 1,19±0,13 1,08±0,11
Colo Femoral 6,8±0,8 5,5±0,8 1,16±0,13 0,96±0,10
Intertrocantérica 35,6±4,9 30,1±5,3 1,41±0,15 1,19±0,13
Trocânter maior 12,4±1,7 10,1±4,3 0,98±0,1 0,81±0,08
Triângulo de Word´s 1,14±0,19 0,92±0,13 1,03±0,15 0,81±0,10
Espinha 222,9±33,1 198,9±38,2 1,1±0,13 1,00±0,11
Pélvis 429,9±66,7 392,2±70,5 1,45±0,16 1,24±0,12
Braço Esquerdo 187,1±28,1 185,9±32,7 0,82±0,08 0,8±0,08
Braço Direito 191,1±28,2 185,2±33,2 0,84±0,09 0,81±0,09
Perna Esquerda 665,4±81,4 574,2±97,8 1,55±0,13 1,41±0,10
Perna Direita 662,7±79,7 567,8±90,2 1,52±0,13 1,39±0,08
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
82
Avaliação da estrutura óssea
Avaliar as estruturas ósseas com acurácia, de forma não invasiva, de modo 
acessível, tem sido um grande desafio de vários pesquisadores.
As avaliações da massa óssea têm sido muito utilizadas tanto no adulto, 
como nas crianças para mapear doenças ósseas primárias ou secundárias, a 
osteoporose e osteopenia e o risco de fraturas. Pesquisadores têm mostrado as 
dificuldades técnicas para a realização das medidas na infância e adolescência, 
bem como os mais comuns erros de interpretação (Crabtree et al., 2004; Daci et 
al., 2004; Schoenau et al, 2004). Schoenau et al (2004) afirmam que a avaliação 
do conteúdo mineral ósseo é um parâmetro dependente do tamanho ósseo, ou 
seja, ossos pequenos têm menor conteúdo mineral que os grandes. Portanto, 
crianças com distúrbios de crescimento têm menor conteúdo mineral ósseo que 
os controles sadios pareados por idade, mesmo que os ossos sejam completa-
mente normais, apesar de pequenos. 
Cuidados na avaliação da massa óssea devem existir na infância e na ado-
lescência, já que o pico de massa óssea ocorre tardiamente na adolescência e, 
freqüentemente, entre adultos jovens. É preciso ter especial atenção na inter-
pretação da análise da massa óssea em crianças com baixa estatura (acompa-
nhada ou não de atraso nas maturações ósseas e puberal), tendo em vista a 
estreita relação entre conteúdo mineral ósseo e a densidade mineral óssea com 
a puberdade, a maturação óssea, o tamanho ósseoe a composição corporal 
(Crabtree et al., 2004; Daci et al., 2004). 
Nas últimas décadas os recursos estratégicos para mensuração da massa 
óssea foram bastante aprimorados e diversificados, desde as pioneiras análises 
de raios-x, até as técnicas quantitativas de foto absortometria como o DEXA, 
amplamente utilizado, sobretudo em pesquisas, e ainda a tomografia computa-
dorizada. Todavia, esses dois últimos métodos apresentam o indesejável con-
tratempo, principalmente para crianças, adolescentes e mulheres pós-meno-
pausadas, de emitir radiação cumulativa. O DEXA revela também o revés de 
embutir um significativo coeficiente de variabilidade (2 a 10 %) nas medidas, 
por vezes, mais alto do que o próprio ganho ou perda do conteúdo mineral 
ósseo (Iannetta, 2001). 
A técnica de DEXA mede a atenuação dos raios X de duas fontes de 
energia de fótons. Os efeitos diferentes do osso e dos tecidos moles nestes 
dois pólos permitem um cálculo matemático a respeito do conteúdo de ma-
terial ósseo, corrigido pela presença de tecido mole. A principal substância 
atenuadora de raios X no osso é a hidroxiapatita, substância com alto valor 
atômico (cálcio e fósforo) e uma densidade em torno dos 3g/cm3. Na reali-
dade, as medidas de densidade mineral óssea do DEXA não representam 
Cineantropometria
83
a densidade óssea real em g/cm3
 
(somente a tomografia computadorizada 
o faz), mas a expressa em g/cm2, resultando em uma medida de área e não 
de volume, o que se considera uma limitação do método por utilizar uma 
medida estimada e não real. Mesmo assim, as medidas centrais e periféricas 
da DEXA têm sido amplamente aceitas e utilizadas. 
É importante ressaltar que o sentido de saúde óssea precisa estar 
fundamentado não apenas na investigação dos índices quantitativos, mas 
também, na análise qualitativa complementar, relativa ao grau de organização 
das micro-estruturas trabeculares e a matriz de colágeno disponível na 
camada endostal (Iannetta, 2001). Para Gonçalves (2000) e Baptista (2000), em 
tese, a combinação das propriedades força (capacidade de resistir à tensão) 
e elasticidade (capacidade de se submeter à deformação), é que conferiria a 
conotação mais adequada ao conceito de integridade óssea. 
Figura 13
Avaliação da estrutura óssea e da composição corporal através do DEXA. 
Crédito da Foto: César Greco/Palmeiras. 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
84
Figura 14
Resultados da Densidade Mineral Óssea (BMD – g/cm2) e do Conteúdo Mineral 
Ósseo (BMC – g), nas diferentes regiões do corpo e do corpo inteiro (Total).
Nas últimas décadas, novos métodos de estudos para avaliação da quanti-
dade e principalmente da qualidade óssea têm contribuído para a uma melhor 
compreensão do desenvolvimento do esqueleto humano. Tais métodos têm pro-
porcionado importantes avanços para o conhecimento da fisiologia normal do 
tecido ósseo, abrindo novas possibilidades de detectar e intervir precocemente 
nas doenças ósseas. 
A comunidade científica que realiza trabalhos de pesquisa na área da os-
teoporose tem procurado investigar, de forma obsessiva, novos parâmetros 
que permitam efetuar uma real avaliação da arquitetura trabecular com a fi-
nalidade de utilizá-los para predizer o risco de fratura, já que o mesmo não é 
depende apenas da quantidade de massa óssea. 
Nesse sentido, tem se solidificado no campo investigativo, o emprego do ultra-
-som quantitativo (Quantitative Ultrasound - QUS), com o equipamento DBM Sonic 
BP (Wüster ; Hadji, 2001). O diferencial do método é que além de mensurar a mas-
sa, avalia fatores da microarquitetura óssea como a conectividade e espaçamento 
Cineantropometria
85
das trabéculas. A utilização do ultra-som tem crescido continuamente devido ao 
seu baixo custo, à possibilidade de se conseguir imagens em tempo real e prover 
informações das propriedades elásticas dos tecidos, além de ser um método não-
-invasivo, e principalmente devido à sua característica não ionizante. Essa técnica 
foi validada após o crivo rigoroso de estudos longitudinais bastante extensos e 
com grandes casuísticas (Iannetta, 2001). Além disso, a QUS tem mostrado nas 
pesquisas um índice de erro interno de medidas bem mais confiável do que ou-
tros equipamentos, o qual varia entre 0,23 e 0,57 % (Ferreira, 2001).
O método QUS utiliza uma onda sonora com freqüência acima da audível 
ao ouvido humano. O som é uma onda mecânica que se propaga em um deter-
minado meio, onde a velocidade e a atenuação da onda estão relacionadas às 
propriedades físicas do meio. 
Na ultra-sonometria, uma onda ultra-sônica longitudinal atravessa uma 
parte do esqueleto apendicular e as mudanças resultantes na onda sonora estão 
relacionadas às mudanças estruturais e mecânicas do osso e ao seu conteúdo 
mineral. A QUS Usa como pontos de referências para mensuração, as metáfises 
distais das falanges proximais (2° ao 5° dedo) da mão não dominante. 
Dois parâmetros fundamentais resultam das medidas: a velocidade do 
som, chamada de AD-SOS e (Amplitude Dependent Speed Sound) expressa em 
metros por segundo (m/s), representando a velocidade de som após percorrer 
os três tipos de ossos das falanges, sendo denominado osteossonometria. Este 
valor é obtido de forma automática e representa a média de 96 aquisições de 
medida de velocidade do ultra-som, que por transmissão rastreiam as trabécu-
las do tecido ósseo nas quatro falanges proximais, em sua metáfise distal, dos 
dedos II-IV da mão não dominante. Na avaliação do registro elétrico, a ampli-
tude do sinal somente é considerada quando um mínimo de valor é atingido, 
denominado nível limiar ou nível de gatilho (Iannetta, 2006). 
O outro parâmetro é o UBPI (Ultrasound Bone Profile Index) desenvolvido a 
partir da análise do comportamento dos três tipos de ossos (endostal, trabecular 
e cortical) representado no Perfil Biofísico Ósseo, que também é denominado 
osteossonografia, obtido após aquisição de 96 registros por automação, mediante 
análise matemática multifatorial, cujo cálculo independe do operador que manu-
seia a tecnologia. A aplicação desse índice é de vital importância porque realiza 
as correlações entre seus parâmetros (FWA - Fast Wave Amplitude; SDy - Signal 
Dynamic e BTT - Bone Transmission Time), que refletem as propriedades mecâni-
cas do osso. Este índice tem a capacidade de refletir a elasticidade e a homogenei-
dade óssea da região, acusando a sua deterioração com decênios de antecedência 
através da atenuação progressiva do osso, que é o primeiro a refletir as inadequa-
das interferências dos fatores endógenos e exógenos (Iannetta, 2006). 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
86
O parâmetro FWA representa a amplitude do primeiro pico do Perfil 
Biofísico Ósseo, é expresso em mV e avalia a elasticidade óssea. O SDy repre-
senta a análise comparativa entre os dois picos do Perfil Biofísico Ósseo, expres-
so em mV/μsec2
 
e avalia a homogeneidade estrutural do tecido ósseo na região 
da metáfise falangeal. O parâmetro BTT representa o arco temporal, percorrido 
pelo ultra-som na unidade de μ seg, entre o ápice do primeiro pico e a cauda do 
último com o cruzamento com a linha basal do registro (Iannetta, 2006). 
O estudo dos três parâmetros do perfil ósseo permite analisar a elasticida-
de, homogeneidade óssea e efetuar reconstrução digital em cortes transversais, 
em tempo real, na região da metáfise distal das falanges proximais das mãos. O 
método é apropriado para a avaliação da qualidade óssea da infância a senili-
dade, em decorrência de possuir tanto curva de formação como de reabsorção 
óssea, obtidas de forma inócua, ao longo das faixas etárias (Iannetta, 2006). 
O método QUS tem capacidade de refletir as características estruturais do 
osso promovendo informações adicionais e independentes daquelas obtidas 
pelo DEXA. Assim, a metodologia desde a infância pode servir como um in-
dicador da integridade óssea, como também para acompanhamento de várias 
enfermidadesque apresentam repercussão óssea (Iannetta, 2006).
Figura 15
Avaliação da estrutura óssea pelo método QUS, ultra-som de falanges 
oni one rofiler (IGEA® CARPI, Itália).
Este sistema de medida está provido de um compasso que acopla dois 
transdutores (emissor e receptor) de 12 mm de diâmetro cada. Sendo es-
tes de alta precisão (±0,02mm). O compasso é posicionado na superfície 
Cineantropometria
87
lateral de cada dedo, onde o transdutor emissor emite uma onda sonora de 
1,25Mhz, e o receptor recebe o sinal e avalia a velocidade da propagação do 
som através da falange. As principais medidas realizadas são: Quantidade 
e qualidade óssea. As medidas são realizadas segundo protocolo padrão do 
fabricante, na metáfise distal das falanges proximais da mão não dominan-
te, nos dedos II a V. 
• Quantidade óssea (AD-SoS- amplitude dependent speed sound): Este 
procedimento denomina-se também de ósteo-sonometria, onde o apa-
relho mostra valores entre 1650 a 2250m/s. Portanto, quanto mais alto o 
valor, maior é a quantidade óssea. 
• Qualidade óssea (UBPI- ultrasound boné profile índex): O software do 
aparelho gera valores que compreendem entre 0 a 1, ou seja, quanto 
mais próximos de 1, maior é a qualidade óssea.
Em estudo recente com futebolistas profissionais brasileiros da primeira di-
visão e com o objetivo de comparar a estrutura óssea de jogadores brancos e 
negros durante o período competitivo, a fim de identificar grupos de riscos em 
relação às fraturas durante o campeonato brasileiro, Santi Maria et al. (2014) ava-
liaram 35 jogadores pelo método QUS e os resultados encontram-se na tabela 11.
Tabela 11
Estrutura óssea de jogadores profissionais de raça negra e branca 
(Santi Maria et al., 2014).
Variáveis Negros Brancos Todos p
ADSoS (m/s)
Média 2211,0* 2151,0 2184,7 0,0166
DP 51,3 99,4 90,02
Mínimo 2134,5 1902,0 1902,0
Máximo 2250,0 2250,0 2250,0
UBPI (ultrasound bone 
profile index)
Média 0,84* 0,74 0,79 0,0189
DP 0,12 0,17 0,15
Mínimo 0,57 0,26 0,26
Máximo 1,00 0,87 1,00
Legenda: * Diferenças com relação aos jogadores de raça branca.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
88
Os resultados evidenciam que os jogadores de raça negra mostram su-
perioridade em relação a quantidade e qualidade óssea medida através da 
tecnologia QUS nas falanges da mão não-dominante. Neste sentido, alguns 
estudos efetuados em homens de raça negra utilizando o ultrassom QUS 
no calcáneo (Laabes et al., 2008) e utilizando DEXA em diferentes regiões 
anatómicas (Ruffing et al., 2006) mostram valores significativos mais altos 
que os de raça branca, ainda que no estudo de Sutton et al. (2009) realizado 
em jogadores de futebol não se observou diferenças significativas a respeito 
da densidade mineral óssea, apesar de que os jogadores de raça negra deste 
estudo mostraram valores relativamente mais altos em relação aos brancos. 
Em geral, alguns estudos tem informado que os futebolistas profissionais, 
independentemente da raça ou etnia, mostram maior massa óssea e mas-
sa muscular que seus contra-pares de não futebolistas (Calbet et al., 2001; 
Wittich et al., 2001), como que outras modalidades desportivas (Sabo et al., 
1996; Andreoli et al., 2001); contudo, destacamos que mesmo não estando 
claras as diferenças raciais a respeito da estrutura óssea em futebolistas pro-
fissionais, uma vez que o fato de jogar em uma posição de jogo poderia 
repercutir em uma maior e/ou menor qualidade e quantidade óssea. Isto em 
razão de que vários estudos fundamentam que a carga de peso e o exercício 
vigoroso está associado com maiores níves de densidade óssea, assim a in-
tensidade e o tipo de exercício têm importantes repercussões sobre a massa 
óssea, e estas são específicas da região anatômica principalmente implicada 
no trabalho (Bagur-Calafat, 2007). Por sua vez, durante o treinamento de 
futebol e as competições, os jogadores realizam muitas corridas, giros, chu-
tes e mudanças de ações motoras que provavelmente pelo impacto ajudam 
a melhorar a estrutura óssea. Neste sentido, a classificação dos jogadores 
por posições de jogo permitiu uma melhor explicação dos resultados, uma 
vez que os estudos demonstram diferenças físicas e antropométricas entre 
posições de jogo (Silvestre et al., 2006 apud Carling e Orhant, 2010). 
Em geral, alguns estudos mostram que a participação regular no futebol 
aumenta a massa óssea e a densidade óssea em homens (Laabes et al., 2008) em 
várias regiões corporais como o quadril, a perna e o corpo total (Fredericson et 
al., 2007) e em mulheres (Helge et al., 2010), provocando uma melhora significa-
tiva no equilíbrio postural e na força muscular (Helge et al., 2010). Em conjunto, 
estes efeitos reduzem o risco de quedas e fraturas ósseas, sendo assim, segundo 
os resultados do estudo de Santi Maria et al. (2014), mostrados na tabela 20, 
os jogadores de raça branca poderiam ter maiores probabilidades de risco de 
fraturas em relação aos de raça negra. Neste sentido, estudos prévios informa-
ram que as taxas mais altas de fratura se produziram em homens brancos, e 
Cineantropometria
89
em menor proporção entre os negros, hispânicos e asiáticos (Lauderdale et al., 
1998 apud Henry ; Eastell, 2000); ainda que seja necessário considerar alguns 
fatores relacionados que podem interferir como a genética, estilo de vida e a 
nutrição. Por tanto, destacamos que a avaliação da estrutura óssea em futebo-
listas profissionais é de suma relevância, já que permite diagnosticar o estado 
da estrutura óssea, assim como prevenir prováveis fraturas antes e durante o 
período preparatório e o período competitivo.
91
Variáveis Aeróbias
Capítulo 3
A importância de ótimo nível de desempenho aeróbio em jogadores de fu-
tebol e de outros esportes coletivos está na sua contribuição no desempenho de 
atividade intermitente de alta intensidade e na possibilidade de assegurar um 
maior desempenho durante o segundo tempo do jogo, não apresentando gran-
de queda no que diz respeito a volume e a intensidade. A melhora no sistema 
aeróbio proporciona: um retardo da fadiga física e mental, uma respiração mais 
profunda e ampla, a eficiência na recuperação a curto e longo prazo, um cora-
ção mais forte e elástico, e permite queimar mais gordura e a eliminar toxinas.
A capacidade aeróbia é a taxa máxima de energia do sistema (Kiss, 2000) 
e identificada pelo limiar anaeróbio, que é um indicador fisiológico que repre-
senta uma intensidade de esforço em que ocorre o estado estável do exercício, 
possibilitando a manutenção do esforço por um maior período de tempo e tem 
os ácidos graxos como um dos principais substratos energéticos. Trata-se não 
apenas de índice de desempenho aeróbio, mas também um importante indi-
cador da intensidade do treinamento aeróbio, sendo o percentual do VO2máx 
utilizável durante um período prolongado, sendo superado quando se trabalha 
a uma intensidade superior que resulta em rápido acúmulo de lactato sanguí-
neo, podendo ser superado também quando o tempo de trabalho é muito lon-
go, esgotando as reservas energéticas, enquanto que a potência aeróbia é taxa 
máxima de oxigênio consumível na unidade de tempo durante exercício (Kiss, 
2000) e medida diretamente pelo consumo máximo de oxigênio (VO2máx).
Durante um jogo de futebol, os atletas de elite costumam percorrer uma 
distância de cerca de 10.000 a 12.000 metros (Stolen et al., 2005), em intensidade 
média e próximo ao limiar anaeróbio (McMillan et al., 2005). A capacida-
de para sustentar exercícios prolongados é dependente de uma alta potência 
aeróbia máxima (VO2máx), mas o limite superior no qual o exercício contínuo 
pode ser mantido é influenciado pelo limiar anaeróbio e uma alta fração de 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
92
utilização do VO2máx (Silva Neto, 2006). A frequência cardíaca máxima (FCmáx) 
fica em torno de 80 a 90% e o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) em torno 
de 70 a 80% durante o jogo (Helgerud et al.,2001; Stroyer et al., 2004; Bangsbo, 
Iaia e Krustrup, 2007). Estima-se que o metabolismo aeróbio represente 90% do 
gasto energético de uma partida. Dessa forma é consenso que futebolistas de 
elite necessitem de alta capacidade e potência aeróbia.
Segundo Wisloff et al. (2004), um aumento no VO2máx em até 5 ml/kg/min 
corresponde a um ganho bastante significativo no aumento da distância per-
corrida, intensidade do jogo, número de sprints realizados, e a participação 
com bola. Para Chamari et al. (2004), um dos mais importantes fatores que 
influenciam a intensidade dos gestos exercidos pelos jogadores é o consumo 
máximo de oxigênio (VO2máx), mostrando que uma melhora de 11% no VO2máx 
significa um aumento de 5% na intensidade do jogo e uma distância percorrida 
aumentada em até 1800 metros.
O padrão ouro para medidas da capacidade e potência aeróbia são os testes 
laboratoriais de análise dos gases expirados pelos desportistas em ergômetros, 
comumente tratados por indicadores de controle como a ventilação pulmonar, 
o consumo de oxigênio, a produção de dióxido de carbono, o equivalente ven-
tilatório, o quociente respiratório, a razão de trocas gasosas, a economia de 
corrida, entre outros (Hoff, 2005).
A partir disto, tem-se discutido sobre a perspectiva de protocolos com ca-
racterísticas contínuas e intermitentes para análise direta destas capacidades. 
De acordo com Svensson e Drust (2005), os protocolos intermitentes são con-
siderados pela sua objetividade, já que se assemelham às ações competitivas 
do futebol, considerando-se a especificidade da própria modalidade; porém 
é preciso considerar particularidades quanto à viabilidade de execução destes 
meios de controle com medidas diretas da performance aeróbia em futebolistas. 
O teste proposto por Drust, Reilly e Cable (2000) considerou o modelo competi-
tivo físico do jogo para medida da performance aeróbia, mostrando similaridade 
entre variáveis do jogo com o controle realizado.
Apesar dos resultados do teste terem apresentado alta validade, objetivi-
dade, fidedignidade e sensibilidade para identificar a performance aeróbia de 
futebolistas, foram mencionadas dificuldades quanto ao tempo de execução (46 
minutos e 11 segundos).
Estas peculiaridades implicam diretamente na viabilidade de execução des-
tes meios de controle, dificultando sua utilização no âmbito do futebol e aumen-
tando a consideração acerca de testes capazes de minimizar tais dificuldades.
Uma opção seria os testes de campo serem validados a partir de medidas 
diretas do desempenho aeróbio (Leger e Lambert, 1982 apud Bangsbo, 1996). 
Variáveis Aeróbias
93
Acerca destes testes, amplo destaque na literatura tem sido dado aos testes 
de corrida “ida e volta” para o controle do desempenho aeróbio de maneira 
indireta, partindo de equações preditivas (Stolen et al., 2005 apud Bangsbo; 
Iaia ; Krustrup, 2008).
Leger ; Lambert (1982) foram os precursores deste tipo de controle, pro-
pondo um protocolo contínuo de intensidade progressiva com corridas de ida 
e volta em 20 metros determinados por sinais de áudio. Utilizando o mesmo 
conceito e levando em consideração as peculiaridades competitivas do futebol, 
principalmente a intermitência das ações, Bangsbo (1996) propôs o Yo-Yo inter-
mitente endurance test e o Yo-Yo intermittent recovery test, este último, largamente 
utilizado para o controle da performance aeróbia dos futebolistas (Hoff, 2005; 
Svensson ; Drust, 2005).
Recentemente, Castagna et al. (2006) encontraram maior associação do 
Yo-Yo intermittent recovery test com testes de controle anaeróbio do que Yo-Yo 
endurance test executado de maneira contínua. Tal premissa remete à maior 
sensibilidade do Yo-Yo intermittent recovery test em controlar a resistência espe-
cífica dos futebolistas, considerada pelos autores como resistência aeróbio-a-
naeróbia. Acerca disto, se for comparada a velocidade imposta pelo protocolo 
do Yo-Yo intermittent recovery test nível 2 (YIRT2), 11 a 26 Km/h, com as zonas 
de velocidade de deslocamentos realizados pelos futebolistas durante os jogos 
que propõem Di Salvo et al. (2007), como corridas de alta intensidade (19,1-23 
km/h) e sprints (> 23 km/h), fica clara a participação do metabolismo anaeróbio, 
reforçando a ideia de controle de resistência aeróbio-anaeróbia no teste.
Desta maneira, o Yo-Yo intermitente recovery test parece ser uma opção váli-
da, objetiva, fidedigna e viável para o controle da capacidade e potência aeró-
bio-anaeróbia dos futebolistas (Hoff, 2005; Svensson ; Drust, 2005).
Nos estudos sobre a capacidade aeróbia, listados na tabela 14, observou-se 
que o limiar anaeróbio em futebolistas pode variar entre 11,1km/h a 15,3km/h, 
correspondendo de 76% a 89% do VO2máx.
Bangsbo (1994), mensurando o limiar anaeróbio de 60 futebolistas di-
namarqueses de elite, utilizando uma concentração fixa de lactato de 
4,0mmol/l (intensidade ótima de transição entre os metabolismos aeróbio 
e anaeróbio), verificou que o limiar anaeróbio destes futebolistas se encon-
trava a 80,7% do VO2máx, com variação entre 66,4 e 92,4%. Esse autor ainda 
constatou que os laterais e os meio-campistas apresentaram valores seme-
lhantes de resistência de velocidade no limiar anaeróbio (15,9 e 15,0 km/h), 
porém significantemente mais elevado do que os atletas de outras posições, 
onde os goleiros apresentaram valores médios de 13,8km/h, os zagueiros 
13,4 km/h e os atacantes 13,6 km/h.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
94
Também verificando as diferenças de velocidade de corrida corresponden-
te ao limiar anaeróbio fixo de 4mmol/l entre as diferente posições de campo, 
Balikian et al. (2002), com futebolistas profissionais brasileiros apresentaram 
que os goleiros possuem valores médios (12,66 km/h) inferiores aos jogadores 
das demais posições (zagueiros – 13,15km/h; laterais – 14,33 km/h; meio-cam-
pistas – 14,11 km/h; e atacantes – 13,23 km/h) e no mesmo estudo ficou evidente 
que os meio-campistas e os laterais possuem limiares anaeróbios estatistica-
mente superiores aos dos zagueiros e atacantes.
Em outro estudo com futebolistas brasileiros, Silva et al. (2009), em teste 
laboratorial não encontraram diferenças significativas entre as diferentes posi-
ções táticas de linha, onde os zagueiros apresentaram valores médios do limiar 
anaeróbio de 13,5±1,30 km/h, os laterais 13,7±1,4 km/h, os volantes 13,7±0,6 
km/h, os meias 13,6±1,0 km/h e os atacantes 13,4±1,9 km/h.
Já para a potência aeróbia dos futebolistas, Tumilty (1993) sugeriu que o 
VO2máx de 60 ml/kg/min é adequado em alto nível de jogo, porém, como obser-
va-se na tabela 14, o VO2máx em jogadores de futebol apresenta muita variação, 
devido aos diferentes métodos e meios de avaliação, aos diferentes tipos de 
treinamentos em que os atletas são submetidos nos diferentes continentes do 
planeta e até mesmo no mesmo dentro de um mesmo país ou região, apresen-
tando médias entre 49,6 e 67,8 ml/kg/min. Ainda em relação aos estudos apre-
sentados na tabela 14, evidencia-se que não existe diferenças entre os valores 
médios de VO2máx entre futebolistas de diferentes localidades (Brasil – 50,2 a 
66,0; Resto do Mundo – 49,6 a 67,8ml/kg/min) e ainda, a potência aeróbia pare-
ce não sofrer influência do nível competitivo, como demonstrado pelo estudo 
de Santos (1999), em estudos com futebolistas profissionais de várias divisões 
de Portugal, que verifica que não existe diferença no VO2máx entre os atletas da 
1ª e 4ª divisão. Porém, quando a análise é feita com jogadores de diferentes 
idades, Coelho et al. (2009), encontraram diferenças significantes, sendo que os 
atletas profissionais apresentaram valores superiores em relação aos atletas das 
categorias de formação sub-20 e sub-17.
Quando a análise da potência aeróbia procurou verificar diferença entre as 
diferentes posições táticas de jogo, Arnason et al. (2004), afirmaram que entre 
os jogadores da Islândia da elite e da primeira divisão que os goleiros (57,3 ml/
kg/min)possuíram significantemente (p<0,05) um menor VO2máx estimado que 
os defensores (62,8 ml/kg/min), meio-campistas (63,0 ml/kg/min) e atacantes 
(62,9 ml/kg/min). O mesmo resultado apresentaram Balikian et al. (2002), com 
futebolistas brasileiros, que também verificaram que os goleiros (52,68 ml/kg/
min) apresentam valores médios estatisticamente inferiores aos dos zagueiros 
(60,28 ml/kg/min), dos laterais (61,12 ml/kg/min), dos meio-campistas (61,01 
Variáveis Aeróbias
95
ml/kg/min) e dos atacantes (59,94 ml/kg/min). Sporis et al. (2009), recentemen-
te com futebolistas profissionais da Croácia, também apontou que os goleiros 
apresentam valores médios inferiores de VO2máx, em comparação com os joga-
dores de linha. 
Porém, essas informações não corroboram com os dados apresentados em 
outros estudos que tentaram verificar a influência da posição em campo na 
potência aeróbia de futebolistas. Barros; Lotufo ; Mine (1996) com futebolis-
tas brasileiros, Ramadan e Byrd (1987) com futebolistas da Seleção Nacional 
do Kuwait, Al-Hazzaa et al. (2001) com jogadores Seleção Nacional da Arábia 
Saudita e Bangsbo; Norregaard ;Thorso (1991) com futebolistas dinamarqueses 
da 1ª e 2ª divisão, concluíram que não há diferença no VO2máx dos jogadores de 
diferentes funções táticas.
Avaliação da capacidade aeróbia
Diferentes variáveis podem ser utilizadas para a identificação e monitora-
mento da capacidade aeróbia em esportes coletivos, sendo o limiar anaeróbio 
(LAN) muito utilizado em atividades como futebol, basquete, handebol entre 
outros (Coelho et al., 2009). Uma grande capacidade aeróbia, representada atra-
vés de um elevado consumo máximo de oxigênio (VO2máx), indica que os joga-
dores poderiam manter um alto nível de esforço ao longo de um jogo de futebol 
(Casajús, 2001). Entretanto, desde a década de 80, o desempenho em esportes 
com predominância aeróbia não tem sido considerado dependente apenas do 
VO2máx. Segundo estes autores, o VO2máx, o limiar anaeróbio e a economia de 
corrida, em conjunto, é que vão determinar o desempenho do indivíduo. Desta 
forma, no futebol, o desempenho aeróbio do jogador parece também depender 
destes três parâmetros citados.
O limiar anaeróbio (LAN) é o ponto de intensidade em que o lactato come-
ça a se acumular, sendo sua concentração de aproximadamente 3 a 4 mmol/l. 
Esse limiar define duas zonas, a inferior e a superior. O limite inferior desse 
limiar é o limiar aeróbio, com valores aproximados entre 1,5 e 2,9 mmol/l. 
O LAN de um indivíduo em boas condições físicas encontram-se entre 75 e 
85% do VO2máx e em atletas de alto rendimento e bem treinados pode chegar a 
90% do VO2máx. Trata-se de um indicador importante de eficiência no esporte 
de alto nível, pois tendo essa informação em mãos, o preparador físico ao 
trabalhar em uma intensidade elevada no limiar anaeróbio do percentual do 
VO2máx garante uma velocidade maior, sem acúmulo de lactato e assim poderá 
controlar o surgimento da fadiga.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
96
Ainda segundo Coelho et al. (2009), vários critérios são usados para diag-
nosticar o limiar anaeróbio, como ponto fixo de 2 e 4 mmol/l e incrementos 
de 1 mmol a partir da linha de base ou até a inflexão da curva de lactato, sen-
do o limiar anaeróbio normalmente expresso em consumo de oxigênio ou em 
percentual do VO2máx, podendo também ser indicado em carga absoluta como: 
velocidade de corrida (km/h) e potência em cicloergômetro (watt).
Comumente, o LAN está associado a diferentes variáveis, como velocida-
de de corrida, potência, frequência ventilatória, FC, %VO2máx ou Lactato. Destas 
variáveis, a velocidade de corrida correspondente ao Lactato de 4mM tem sido 
considerada como um bom parâmetro para o LAN. Sjodin e Jacobs (1981) deno-
minaram a intensidade referente à Lactato de 4mM como OBLA (onset of blood 
lactate accumulation). Heck et al. (1985) verificaram que a média da lactacidemia 
na máxima fase estável do lactato (MFEL) dos atletas foi 4mM, o que correspon-
de ao máximo balanço entre a produção e a remoção de lactato. É comum no 
futebol que a determinação do OBLA seja relacionada a uma dada velocidade ou 
FC nesta intensidade. A determinação destes fatores desempenha uma impor-
tante função no acompanhamento do desenvolvimento da capacidade aeróbia 
de jogadores (Santos, 1999). Quanto maior o condicionamento aeróbio do atleta, 
maiores intensidades de exercício podem ser toleradas antes que o LAN seja al-
cançado ou ultrapassado. Desta forma, o LAN pode ser visto como um parâme-
tro de condicionamento aeróbio e, sua determinação deve levar em consideração 
a especificidade do exercicio realizado (Coelho et al, 2009).
O limiar anaeróbio pode ser medido de forma direta, através da análise da 
concentração de lactato sanguíneo, ou indireta, por meio do comportamento 
da ventilação pulmonar no teste ergoespirométrico. O método direto pode ser 
utilizado nos testes de campo, possibilitando realizar testes mais específicos ao 
jogador de futebol, no seu ambiente competitivo. O limiar anaeróbio é testado 
em laboratório ou no campo através de protocolos contínuos ou intermitentes, 
onde nos laboratoriais escalonados, há incrementos de 1km/h na corrida, e de 
25 a 50 watts em cicloergômetros, com estágios de 3 a 5 min, com pausas para 
coletas sanguíneas de 30s (Lotufo, 2008).
Testes laboratoriais
A avaliação da capacidade e da potência aeróbia realizados em laboratório 
envolve equipamento caro e sofisticado, com protocolos precisos, e em muitas 
vezes esses testes assumem, em perspectivas de medida, critério de referência. 
Os testes laboratoriais tendem a ser reproduzíveis e válidos, porém, as fon-
tes de erros de medida estão presentes nesses testes como em qualquer ou-
tro método de avaliação. O protocolo, o teste, o avaliador, equipamento e a 
Variáveis Aeróbias
97
administração do teste podem ser fonte de erro de medida. E alguns fatores im-
portantes devem ser verificados antes de realizar os testes laboratoriais: equi-
pamento, esteira/ bicicleta e analisador de gás devem ser calibrados e verifica-
dos regularmente; os avaliadores devem ser treinados e qualificados; e, pode 
haver necessidade de adaptação ao avaliado, para conhecimento do protocolo 
(Morrow Jr et al., 2003).
Teste de esforço máximo em ergoespirometria
• Ergoespirometria - Metodologia que acrescenta à ergometria conven-
cional a ventilação pulmonar e variáveis de trocas respiratórias, per-
mitindo avaliação mais objetiva da capacidade funcional, bem como a 
análise do limiar anaeróbio.
• Considerações sobre o método - São empregados sistemas que com-
preendem analisadores de gases e dispositivos de medida de fluxo 
ventilatório, acoplados ou não ao computador. Uma válvula de baixa 
resistência com duas vias é utilizada, uma das quais o avaliado inspira o 
ar atmosférico e outra para coleta (análise) dos gases expirados. Ainda, 
são empregados fatores de correção como o STPD (Stardard Temperature 
Pressure Dry) e o BTPS (Body Temperature Pressure Saturated), permitindo 
que os valores obtidos possam ser sempre comparados em qualquer si-
tuação de temperatura e pressão atmosférica.
As seguintes variáveis podem ser obtidas:
VO2 - volume de oxigênio consumido por minuto;
VCO2 - volume de dióxido de carbono produzido por minuto;
VE - volume de ar expirado por minuto = freqüência respiratória x volume 
corrente ou FR x VC;
VE/VO2 - equivalente respiratório de oxigênio;
VE/VCO2 - equivalente respiratório de dióxido de carbono;
R=VCO2/VO2 - razão de trocas respiratórias (RER);
PETO2 - pressão de oxigênio no final da expiração;
PETCO2 - pressão de dióxido de carbono no final da expiração;
FEO2 - fração expirada de O2;
FECO2 - fração expirada de CO2;
VD/VT - razão entre espaço morto funcional e volume corrente;
VO2/FC - pulso de oxigênio;
VVM - ventilação voluntária máxima (obtida na espirometria convencional).
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
98
Avaliaçãoda capacidade funcional em indivíduos normais - A ergoes-
pirometria propicia a localização de dois pontos referenciais que identificam 
padrões ventilatórios e metabólicos: primeiro limiar ventilatório ou, de acordo 
com Wasserman, limiar anaeróbio, caracterizado por: perda da linearidade en-
tre VE e VO2 (VE/VO2); perda da linearidade entre VCO2 e VO2 (VCO2/ VO2); 
aumento de PETCO2 ou FECO2. Segundo limiar ventilatório ou de acordo 
com Wasserman, ponto de compensação ventilatória para acidose metabólica: 
perda da linearidade da relação entre VE e VCO2; maior valor de PETCO2 ou 
FECO2, precedendo sua queda abrupta.
Testes de campo
Os testes de campo incluem meios de avaliar a capacidade aeróbia e são 
viáveis para testes em grupo de jogadores. Normalmente, os métodos de cam-
po necessitam pouco equipamento e são menos dispendiosos em tempo e cus-
tos do que os métodos laboratoriais. As corridas em distâncias estabelecidas 
para se obter o menor tempo possível ou a maior distância percorrida em um 
período de tempo predeterminado são alguns dos testes de campo mais popu-
lares para estimar a capacidade aeróbia (Morrow Jr et al., 2003). 
Contínuos
TESTE DE COOPER
O Teste de Cooper foi elaborado pelo Doutor Kenneth H. Cooper em 1968 
para ser usado pelas forças armadas norte-americanas para verificar o nível 
de condicionamento físico. Em sua forma original, o objetivo do teste é correr 
o mais longe possível em 12 minutos. O teste de Cooper visa medir o condi-
cionamento da pessoa e dessa forma deve ser corrido em um ritmo constante 
ao invés de sprints. O teste é de uma forma geral, fácil e barato de fazer, espe-
cialmente para grupos grandes. Por outro lado, os resultados dependem da 
motivação da pessoa fazendo o teste.
A população alvo é muito ampla, podendo ser aplicado em pessoas com 
baixo condicionamento físico e na maioria dos atletas e em relação à faixa etária 
é possível sua aplicação entre 10 e 70 anos para ambos os sexos.
Na sua metodologia o avaliado deverá percorrer (correndo ou andando) 
continuamente durante 12 minutos, sendo registrado a distância total.
Variáveis Aeróbias
99
Figura 16
Esquema do Teste de Cooper, de 3km, de 3200m e de 4000m.
Silva et al. (2005) postulam que é possível estimar a velocidade do limiar 
de lactato (OBLA - Onset of Blood Lactate Accumulation) através do teste de 
Cooper utilizando a equação OBLA = 0,83 x Cooper + 1,8 (Sendo Cooper a velo-
cidade média obtida no teste e OBLA a velocidade estimada do LL).
O limiar anaeróbio em jogadores de futebol através do Teste de Cooper 
pode ser verificado através da equação: 
LAN predito (km/h) = 2,73825 + 0,69451 x VM Cooper (VM = Velocidade 
média no teste) (Mahseredjian; Barros Neto ; Tebexreni, 1999).
Os resultados do teste de Cooper podem ser bem correlacionados com 
o consumo máximo de oxigênio. A equação para estimar o VO2máx é: VO2máx 
(ml/kg/min) = (distância em metros – 504,9)/44,73.
TESTE DE 3.000m, 3.200m E 4.000m
Os testes de 3km, de 3200m e de 4000m são realizados em pista de atletismo 
ou no campo de futebol demarcado (figura 23) e tem por objetivo avaliar o tem-
po gasto para percorrer o determinado percurso (3km, 3200 m ou 4000m), sen-
do possível a determinação da velocidade média para a distância percorrida.
A partir do tempo de realização do teste, que deve ser o menor possível, 
podemos calcular o limiar anaeróbio e o consumo máximo de oxigênio através 
das seguintes equações:
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
100
3000m
O limiar anaeróbio pode ser calculado utilizando a equação proposta por 
Simões et al. (1996): LAN = (Vm 3km x 0,97) – 15,81. Após o teste, deve-se cal-
cular a velocidade média em m/min - Vm 3km), sendo aplicada à fórmula para 
a determinação indireta do LAN.
3200m
O limiar anaeróbio pode ser calculado utilizando a equação proposta por 
Weltman et al. (1987): LAN = (509,5-(24,9 x T))/16,67.
Estimativa do VO2máx:
VO2máx (ml/kg/min) = 118,4 - 4,774 ( T )
T = Tempo em min com fração decimal (Ex: 12 min e 42 seg = 12,42) 
4000m
O limiar anaeróbio em jogadores de futebol através do Teste de 4000m 
pode ser verificado através da equação: 
LAN predito (km/h) = 2,12644 + 0,73328 * VM 4.000 (VM = Velocidade mé-
dia no teste de 4000m) (Mahseredjian, Barros Neto e Tebexreni, 1999).
Avaliação da potência aeróbia
Testes laboratoriais (ergoesperiometria)
O mais importante parâmetro de avaliação da capacidade funcional pela 
ergoespirometria é o consumo máximo de oxigênio (VO2máx), que se correlacio-
na com o Débito Cardíaco máximo (DC máximo). A identificação do VO2máx em 
um teste com aumento progressivo de trabalho é obtida quando a um aumento 
da carga, não mais corresponde uma elevação do VO2. Quando este critério não 
é obtido, o termo VO2 pico é utilizado para identificar o maior VO2 atingido.
A medida direta do VO2máx é feita submetendo o indivíduo a um teste ergomé-
trico com cargas crescentes e analisando as frações expiradas de oxigênio e dióxido 
de carbono durante o esforço e a ventilação pulmonar, até atingir: plateau da curva 
do consumo máximo de oxigênio em relação ao incremento da carga; obtenção da 
freqüência cardíaca máxima predita pela idade (220 - Idade); razão das trocas ga-
sosas igual ou superior a 1,1; ou exaustão física. Essa medida nos fornece um resul-
tado fidedigno, porém, seu custo é alto em relação à medida de campo; são neces-
sários equipamentos sofisticados, mão-de-obra especializada para a administração 
dos testes, maior quantidade de tempo com cada jogador e exige ainda maior mo-
tivação do indivíduo, pois geralmente é realizada em ambiente de laboratório.
Variáveis Aeróbias
101
Testes de campo (específicos)
No que diz respeito à medida indireta do VO2máx, podem ser utilizados os 
chamados testes de campo, nos quais o cálculo dessa variável é feito através de 
equações baseadas em tempo ou distância preestabelecidos. Nesse caso, po-
dem ser avaliados vários jogadores ao mesmo tempo e o custo é baixo e as 
condições do teste, em alguns casos, são mais próximas das situações de prática 
e da especificidade do esporte.
O tipo de teste e o instrumento empregado podem ocasionar variabilidade 
no resultado do VO2máx. Metaxas et al.(2005), em estudo que futebolistas execu-
taram quatro testes aeróbios, dois de campo (um intermitente e outro contínuo) 
e dois de laboratório (um intermitente e outro contínuo), notaram que no teste 
de campo continuo (Yo-Yo endurance) os valores médios de VO2máx foram sig-
nificantemente inferiores que nos outros testes. Mas, especificamente, o VO2máx 
no teste de campo contínuo foi menor 10,5%, 11,4% e 13,3% quando compa-
rado ao teste de campo intermitente (Yo-Yo endurance intermitente), teste de 
esteira contínuo e teste de esteira intermitente, respectivamente. Esses autores 
também observaram que existiu diferença nos valores de VO2máx entre todas as 
combinações de comparação entre os testes.
Os testes de campo são projetados de modo que possam ser implementadas 
no ambiente de treinamento típico. Esta conveniência é que eles não requerem 
necessariamente uma visita a um laboratório institucional para as avaliações 
a serem realizadas. Além disso, os testes podem ser realizados sem recurso 
a equipamento de monitorização complexos. O pressuposto subjacente é que 
qualquer alteração no desempenho do teste de campo tem relevância para a 
capacidade de desempenho em um contexto competitivo (Reilly, 2001).
SHUTTLE RUN TEST DE MULTIESTÁGIO / YO-YO ENDURANCE TEST
Os testes físicos recomendados para mensurar o VO2máx, levando em con-
sideração a especificidade do Futebol e o dinamismo para a aplicação, são os 
testes Shuttle Run Test de multiestágio (Leger ; Lambert, 1982), que está incluído 
na bateria de testes da Comissão Européia de Especialistas (EUROFIT) e/ou o 
Yo-yo Endurance Test (Bangsbo, 1996), onde os dois testes seguem os mesmos 
princípios: sendo testes do tipo contínuo, progressivo, máximo, indireto e co-
letivo, no qual consiste emcorrer, o máximo de tempo possível, em regime de 
vai-e-vem, num corredor de vinte metros de comprimento (Figura 17). A velo-
cidade é imposta por sinais sonoros, provenientes de um sistema de audio con-
tendo os respectivos programas. A chegada do atleta, a um ou outro lado do 
corredor em linhas demarcadas no solo tem que coincidir com o sinal sonoro. O 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
102
intervalo entre sinais sonoros diminui a cada minuto e o atleta deve aumentar, 
ligeiramente, a velocidade (0,5 km/h a cada minuto) para continuar a chegar a 
tempo aos extremos do corredor. O teste deve ser finalizado com a desistência 
do atleta ou com a sua incapacidade de acompanhar o ritmo imposto pelo teste. 
O objetivo desses testes é a execução do maior número possível de repetições 
desse ciclo de ida e volta. Alguns detalhes técnicos devem ser observados, tais 
como: os atletas nas viradas devem ultrapassar com ambos os pés a linha de-
marcada no chão. A velocidade da corrida será ajustada para estágio e nível do 
programa específico, de forma progressiva. 
Figura 17
Testes Shuttle Run Test de multiestágios e Yo-yo Endurance Test.
20 metros
Variáveis Aeróbias
103
Figura 18
Ficha de anotação do Yoyo Endurance nível 1
Nível de 
Velo-
cidade
Intervalos
1
1 2 3 4 5 6 7
20 40 60 80 100 120 140
2
1 2 3 4 5 6 7 8
160 180 200 220 240 260 280 300
3
1 2 3 4 5 6 7 8
320 340 360 380 400 420 440 460
4
1 2 3 4 5 6 7 8
480 500 520 540 560 580 600 620
5
1 2 3 4 5 6 7 8 9
640 660 680 700 720 740 760 780 800
6
1 2 3 4 5 6 7 8 9
820 840 860 880 900 920 940 960 980
7
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1000 1020 1040 1060 1080 1100 1120 1140 1160 1180
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1200 1220 1240 1260 1280 1300 1320 1340 1360 1380
9
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1400 1420 1440 1460 1480 1500 1520 1540 1560 1580 1600
10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1620 1640 1660 1680 1700 1720 1740 1760 1780 1800 1820
11
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1840 1860 1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000 2020 2040
12
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2060 2080 2100 2120 2140 2160 2180 2200 2220 2240 2260 2280
13
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2300 2320 2340 2360 2380 2400 2420 2440 2460 2480 2500 2520
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
2540 2560 2580 2600 2620 2640 2660 2680 2700 2720 2740 2760 2780
15
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
2800 2820 2840 2860 2880 2900 2920 2940 2960 2980 3000 3020 3040
16
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
3060 3080 3100 3120 3140 3160 3180 3200 3220 3240 3260 3280 3300
17
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
3320 3340 3360 3380 3400 3420 3440 3460 3480 3500 3520 3540 3560 3580
18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
3600 3620 3640 3660 3680 3700 3720 3740 3760 3780 3800 3820 3840 3860
19
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
3880 3900 3920 3940 3960 3980 4000 4020 4040 4060 4080 4100 4120 4140 4160
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
4180 4200 4220 4240 4260 4280 4300 4320 4340 4360 4380 4400 4420 4440 4460
Fonte : (Bangsbo, 1996).
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
104
Figura 19
Ficha de anotação do Yoyo Endurance nível 2
Nível de 
Velo-
cidade
Intervalos
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
9
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420
10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
440 460 480 500 520 540 560 580 600 620 640
11
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
660 680 700 720 740 760 780 800 820 840 860
12
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
880 900 920 940 960 980 1000 1020 1040 1060 1080 1100
13
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1120 1140 1160 1180 1200 1220 1240 1260 1280 1300 1320 1340
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
1360 1380 1400 1420 1440 1460 1480 1500 1520 1540 1560 1580 1600
15
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
1620 1640 1660 1680 1700 1720 1740 1760 1780 1800 1820 1840 1860
16
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000 2020 2040 2060 2080 2100 2120
17
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
2140 2160 2180 2200 2220 2240 2260 2280 2300 2320 2340 2360 2380 2400
18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
2420 2440 2460 2480 2500 2520 2540 2560 2580 2600 2620 2640 2660 2680
19
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
2700 2720 2740 2760 2780 2800 2820 2840 2860 2880 2900 2920 2940 2960 2980
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
3000 3020 3040 3060 3080 3100 3120 3140 3160 3180 3200 3220 3240 3260 3280
21
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
3300 3320 3340 3360 3380 3400 3420 3440 3460 3480 3500 3520 3540 3560 3580 3600
Fonte :(Bangsbo, 1996).
Variáveis Aeróbias
105
Figura 20
Conversão da performance no Yoyo Endurance Test para o 
consumo máximo de oxigênio (Bangsbo, 1996).
Resultados 
no Teste 
(Veloc. 
Do nível: 
repetições)
VO2Máx 
(ml/kg/min)
Resultados 
no Teste 
(Veloc. 
Do nível: 
repetições)
VO2Máx 
(ml/kg/min)
Resultados 
no Teste 
(Veloc. 
Do nível: 
repetições)
VO2Máx 
(ml/kg/min)
Resultados 
no Teste 
(Veloc. 
Do nível: 
repetições)
VO2Máx 
(ml/kg/min)
5:2 27.1 10:6 45.7 14:13 61.2 18:12 75.3
5:4 28.0 10:8 46.3 15:2 61.7 18:14 75.9
5:6 28.6 10:11 47.4 15:4 62.2 19:2 76.4
5:9 29.9 11:2 47.9 15:6 62.8 19:4 77.0
6:2 30.5 11:4 48.5 15:8 63.3 19:6 77.5
6:4 31.4 11:6 49.2 15:10 63.9 19:8 78.1
6:6 32.2 11:8 49.9 15:13 64.7 19:10 78.6
6:9 33.2 11:11 50.9 16:2 65.2 19:12 79.2
7:2 34.0 12:2 51.4 16:4 65.8 19:15 80.0
7:4 34.6 12:4 52.0 16:6 66.3 20:2 80.5
7:6 35.5 12:6 52.6 16:8 66.9 20:4 81.1
7:8 36.1 12:8 53.1 16:10 67.4 20:6 81.6
7:10 36.7 12:10 53.7 16:13 68.2 20:8 82.1
8:2 37.5 12:12 54.2 17:2 68.7 20:10 82.7
8:4 38.3 13:2 54.9 17:4 69.2 20:12 83.2
8:6 39.1 13:4 55.5 17:6 69.8 20:15 83.8
8:8 39.7 13:6 56.0 17:8 70.3 21:2 84.5
8:10 40.6 13:8 56.6 17:10 70.9 21:4 85.1
9:2 41.1 13:10 57.1 17:12 71.4 21:6 85.6
9:4 41.6 13:12 57.7 17:14 72.0 21:8 86.1
9:6 42.4 14:2 58.1 18:2 72.6 21:10 86.7
9:8 43.0 14:4 58.7 18:4 73.1 21:12 87.2
9:11 43.9 14:6 59.2 18:6 73.6 21:14 87.8
10:2 44.4 14:8 59.8 18:8 74.2 21:16 88.3
10:4 45.0 14:10 60.4 18:10 74.8
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
106
YO-YO INTERMITTENT RECOVERY TEST
O VO2máx, dos jogadores também pode ser verificado através do Yo-yo 
Intermittent Recovery Test (Bangsbo, 1996), observado na Figura 21, onde sua 
especificidade é ainda maior que os demais testes físicos, pois trata-se de uma 
atividade intermitente, que exige do atleta uma rápida recuperação entre os 
exercícios de alta intensidade. O cálculo do VO2máx, através deste teste é possível 
através das equações (Bangsbo, Iaia e Krustrup, 2008):
Yo-Yo IR Nível 1:
VO2max (ml/min/kg) = IR1 distância (m) x 0,0084 + 36,4
Yo-Yo IR Nível 2:
VO2max (ml/min/kg) = IR2 distância (m) x 0,0136 + 45,3
Essas equações foram baseadas através da análise de um estudo com 141 
jogadores, com correlação significativa (p<0,05), obtendo correlação entre o Yo-
Yo IR1 e o VO2máx de r = 0,70; e o Yo-Yo IR2 também teve uma correlação signifi-
cativa (p<0,05) com o VO2máx, onde r = 0,58.
Este teste tem por objetivo avaliar a capacidade do jogador em se recuperar 
entre exercícios intensos, onde podemos verificar que essa capacidade é muito 
importante para o Futebol, pois influência o potencial do atleta para executar 
exercícios de alta intensidade durante o jogo (Silva Neto, 2006).
Em recentes estudos (Krustrup et al., 2003; Impellizzeri, Rampinini, 
Marcora, 2005), verificaram a validade e a confiabilidade do teste Yo-yo 
Intermittent Recovery Test com futebolistas profissionais de elite e análises 
de sangue e biópsia muscular, obtidos antes e depois da execução de teste, 
demonstraram envolvimento da potência aeróbia máxima e do sistema de 
energia anaeróbio, confirmando que a demanda fisiológica desse teste de 
resistência específica do futebol são similares aquelas taxas ocorridas du-
rante uma partida.
O YO-YOIR é um teste do tipo intermitente, progressivo, máximo e coleti-
vo. Consiste em correr, o máximo de tempo possível, em regime de vai-e-vem, 
num corredor de 20 metros de comprimento, o avaliado também realiza uma 
pausa com trote de dezsegundos em um espaço de 5 metros, a cada 40 metros 
percorridos (Figura 21). A velocidade é imposta por sinais sonoros, prove-
nientes de um toca-fitas, contendo a fita com o programa Yo-yo Intermittent 
Recovery Test. A chegada do sujeito, a um ou outro lado do corredor em linhas 
demarcadas no solo tem que coincidir com o sinal sonoro. O teste deve ser 
Variáveis Aeróbias
107
finalizado quando o avaliado não conseguir atingir as marcações de distân-
cias pré-estabelecidas, dentro do sinal sonoro de controle de velocidade, por 
duas vezes consecutivas. O desempenho no teste é expresso pela distância 
total percorrida em metros (m).
Figura 21
Yo-yo Intermittent Recovery Test.
Os equipamentos utilizados são: um aparelho de som e o programa do YO-
YOIR, ficha de registro dos números de repetições e níveis de velocidade e 
cones para a demarcação das linhas. O Teste deve ser realizado no campo e o 
atleta deve utilizar suas chuteiras e ser incentivado a todo o momento, para que 
atinja seu desempenho máximo.
20 metros5 metros
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
108
Figura 22
Ficha de anotação do Yoyo Intermittent Recovery nível 1 
Nível de 
Velocidade Intervalos
5
1
40
9
1
80
11
1 2
120 160
12
1 2 3
200 240 280
13
1 2 3 4
320 360 400 440
14
1 2 3 4 5 6 7 8
480 520 560 600 640 680 720 760
15
1 2 3 4 5 6 7 8
800 840 880 920 960 1000 1040 1080
16
1 2 3 4 5 6 7 8
1120 1160 1200 1240 1280 1320 1360 1400
17
1 2 3 4 5 6 7 8
1440 1480 1520 1560 1600 1640 1680 1720
18
1 2 3 4 5 6 7 8
1760 1800 1840 1880 1920 1960 2000 2040
19
1 2 3 4 5 6 7 8
2080 2120 2160 2200 2240 2280 2320 2360
20
1 2 3 4 5 6 7 8
2400 2440 2480 2520 2560 2600 2640 2680
21
1 2 3 4 5 6 7 8
2720 2760 2800 2840 2880 2920 2960 3000
22
1 2 3 4 5 6 7 8
3040 3080 3120 3160 3200 3240 3280 3320
23
1 2 3 4 5 6 7 8
3360 3400 3440 3480 3520 3560 3600 3640
Fonte : (Bangsbo, 1996)
Variáveis Aeróbias
109
Figura 23
Ficha de anotação do Yoyo Intermittent Recovery nível 2
Nível de 
Velocidade Intervalos
11
1
40
15
1
80
17
1 2
120 160
18
1 2 3
200 240 280
19
1 2 3 4
320 360 400 440
20
1 2 3 4 5 6 7 8
480 520 560 600 640 680 720 760
21
1 2 3 4 5 6 7 8
800 840 880 920 960 1000 1040 1080
22
1 2 3 4 5 6 7 8
1120 1160 1200 1240 1280 1320 1360 1400
23
1 2 3 4 5 6 7 8
1440 1480 1520 1560 1600 1640 1680 1720
24
1 2 3 4 5 6 7 8
1760 1800 1840 1880 1920 1960 2000 2040
25
1 2 3 4 5 6 7 8
2080 2120 2160 2200 2240 2280 2320 2360
26
1 2 3 4 5 6 7 8
2400 2440 2480 2520 2560 2600 2640 2680
Fonte : (Bangsbo, 1996).
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
110
TESTE TCAR
O TCAR é caracterizado por ser um teste do tipo intermitente escalona-
do, com multiestágios de 90 segundos de duração, em sistema “ida-e-volta”, 
constituído de 5 repetições de 12 segundos de corrida (distância variável), in-
tercaladas por 6 segundos de caminhada (± 5 metros). O ritmo é ditado por um 
sinal sonoro (bip), em intervalos regulares de 6 segundos, que determinam a 
velocidade de corrida a ser desenvolvida nos deslocamentos entre as linhas 
paralelas demarcadas no solo e também sinalizadas por cones. O teste inicia 
com velocidade de 9,0 km·h-1 (distância inicial de 15m) com incrementos de 0,6 
km·h-1 a cada estágio até a exaustão voluntária, mediante aumentos sucessivos 
de 1m a partir da distância inicial, conforme esquema ilustrativo apresentado 
na figura 24 (Carminatti et al., 2004).
Para realizar o TCAR, além de fichas para controle do teste, é necessário 
utilizar um aparelho de som, uma caixa de som amplificada capaz de gerar o 
áudio do protocolo do TCAR (Carminatti et al., 2004), fita métrica de 50 metros, 
seis cones e duas cordas brancas com 10 metros de comprimento (demarcar 
linhas de referência das distâncias de cada estágio).
Neste teste, pode ser determinado o ponto de deflexão da freqüência car-
díaca (PDFC), que apresenta evidências de validade para determinação da ca-
pacidade aeróbia, sendo altamente associado à máxima fase estável de lactato 
(MLSS) (Carminatti, 2006). Além disso, no TCar também é possível se determi-
nar o pico de velocidade (PV), sendo que esta variável é apresentada como um 
indicador de potência aeróbia. 
O PV determinado no TCAR apresentou elevada reprodutibilidade em um 
estudo com 24 atletas de futebol (coeficiente de correlação intraclasse = 0,93); 
além disso, está associado (r=0,74, p<0,01) com a velocidade referente ao consu-
mo máximo de oxigênio (vVO2máx), mensurada em esteira rolante, em jogado-
res de futebol (n = 28).
Figura 24
Visualização do esquema do teste intermitente TCAR.
1m 1m 1m 1m 1m 1m 1m
0,6 km.h-1 a cada 90s15m (9 km.h-1)
corrida
2,5 M
(pausa)
Variáveis Aeróbias
111
Tabela 12
Valores médios de PV e VPDFC dos atletas das diferentes posições 
(Dittrich, Floriano e Grossl, 2009).
Zagueiro Laterais Volantes Meias Atacantes Grupo total
PV (Km.h-1) 16,8±0,9 17,2±1,0 16,8±1,0 16,8±0,5 16,3±1,0 16,8±0,9
VPDFC (Km.h-1) 14,0±1,1 14,1±1,3 13,7±0,7 13,5±0,4 13,5±1,4 13,8±1,0
PDFC (bpm) 178±5,0 177±8,0 181±6,0 181±7,0 179±8,0 179±6,0
FCmáx (bpm) 190±8,0 196±4,0 197±7,0 197±6,0 196±7,0 195±7,0
PDFC%FCmáx 94±1,0* 90±3,0 92±2,0 91±2,0 92±2,0 92±2,0
VPDFC%PV 84±4,6 82±3,8 81±1,4 80±2,3 82±5,1 82±3,8
PV = Pico de velocidade; VPDFC = Velocidade correspondente ao ponto de deflexão da freqüência cardía-
ca; PDFC = Ponto de deflexão da freqüência cardíaca; FCmáx = Freqüência cardíaca máxima; PDFC%FCmáx 
= Percentual do PDFC em relação à FCmáx; VPDFC%PV = Percentual da VPDFC em relação ao PV. * p<0,05 
em relação aos laterais.
Tabela 13
Variáveis aeróbias avaliadas no teste de campo TCAR (PV, PDFC, VPDFC) nos 
jogadores de futebol de diferentes posições (Silva et al., 2009).
Zagueiro Lateral Volante Meia Atacante 
PV (Km.h-1) 16,5±1,0 16,8±1,3 16,8±0,9 16,7±0,8 16,0±0,8
PDFC (bpm) 174,0±7,0 173,0±8,0 177,0±9,0 181,0±6,0 174,0±10
VPDFC (Km.h-1) 13,50±1,7 13,1±1,3 13,1±0,9 12,9±0,7 12,1±0,7
PDFC%FCmáx 89,3±7,0 90,2±2,7 89,0±2,7 90,0±4,3 88,1±3,4
%PV 81,4±7,2 78,9±4,5 75,5±4,3 77,0±8,3 77,8±8,3
PV = Pico de velocidade; PDFC = Ponto de deflexão da freqüência cardíaca; VPDFC = Velocidade corres-
pondente ao ponto de deflexão da freqüência cardíaca; PDFC%FCmáx = Percentual do PDFC em relação à 
FCmáx; %PV = Percentual da velocidade correspondente ao ponto de deflexão da freqüência cardíaca em 
relação ao pico de velocidade.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
112
Desempenho aeróbio dos futebolistas
Nos estudos sobre a capacidade aeróbia, listados na tabela 24, observou-se 
que o limiar anaeróbio em futebolistas pode variar entre 11,1km/h a 15,3km/h, 
correspondendo de 76% a 89% do VO2máx.
Bangsbo (1994), mensurando o limiar anaeróbio de 60 futebolistas di-
namarqueses de elite, utilizando uma concentração fixa de lactato de 
4,0mmol/l (intensidade ótima de transição entre os metabolismos aeróbio 
e anaeróbio), verificou que o limiar anaeróbio destes futebolistas se encon-
trava a 80,7% do VO2máx, com variação entre 66,4 e 92,4%. Esse autor ainda 
constatou que os laterais e os meio-campistas apresentaram valores seme-
lhantes de resistência de velocidade no limiar anaeróbio (15,9 e 15,0 km/h), 
porém significantemente mais elevado do que os atletas de outras posições, 
onde os goleiros apresentaram valores médios de 13,8km/h, os zagueiros 
13,4 km/h e os atacantes 13,6 km/h.
Também verificando as diferenças de velocidade de corrida corresponden-
te ao limiar anaeróbio fixo de 4mmol/l entre as diferente posições de campo, 
Balikian et al. (2002), com futebolistas profissionais brasileiros apresentaram 
que os goleiros possuem valores médios (12,66 km/h) inferiores aos jogadores 
das demais posições (zagueiros – 13,15km/h; laterais – 14,33 km/h; meio-cam-
pistas – 14,11 km/h; e atacantes – 13,23 km/h) e no mesmo estudo ficou evidente 
que os meio-campistas e os laterais possuem limiares anaeróbios estatistica-
mente superiores aos dos zagueiros e atacantes.Em outro estudo com futebolistas brasileiros, Silva et al. (2009), em teste 
laboratorial não encontraram diferenças significativas entre as diferentes posi-
ções táticas de linha, onde os zagueiros apresentaram valores médios do limiar 
anaeróbio de 13,5±1,30 km/h, os laterais 13,7±1,4 km/h, os volantes 13,7±0,6 
km/h, os meias 13,6±1,0 km/h e os atacantes 13,4±1,9 km/h.
Já para a potência aeróbia dos futebolistas, Tumilty (1993) sugeriu que o 
VO2máx de 60 ml/kg/min é adequado em alto nível de jogo, porém, como obser-
va-se na tabela 24, o VO2máx em jogadores de futebol apresenta muita variação, 
devido aos diferentes métodos e meios de avaliação, aos diferentes tipos de 
treinamentos em que os atletas são submetidos nos diferentes continentes do 
planeta e até mesmo no mesmo dentro de um mesmo país ou região, apre-
sentando médias entre 49,6 e 67,8 ml/kg/min. Ainda em relação aos estudos 
apresentados na tabela abaixo, evidencia-se que não existe diferenças entre os 
valores médios de VO2máx entre futebolistas de diferentes localidades (Brasil 
– 50,2 a 66,0; Resto do Mundo – 49,6 a 67,8ml/kg/min) e ainda, a potência aeró-
bia parece não sofrer influência do nível competitivo, como demonstrado pelo 
Variáveis Aeróbias
113
estudo de Santos (1999), em estudos com futebolistas profissionais de várias 
divisões de Portugal, que verifica que não existe diferença no VO2máx entre os 
atletas da 1ª e 4ª divisão. Porém, quando a análise é feita com jogadores de 
diferentes idades, Coelho et al. (2009), encontraram diferenças significantes, 
sendo que os atletas profissionais apresentaram valores superiores em relação 
aos atletas das categorias de formação sub-20 e sub-17.
 Quando a análise da potência aeróbia procurou verificar diferença en-
tre as diferentes posições táticas de jogo, Arnason et al. (2004), afirmaram que 
entre os jogadores da Islândia da elite e da primeira divisão que os goleiros 
(57,3 ml/kg/min) possuíram significantemente (p<0,05) um menor VO2máx es-
timado que os defensores (62,8 ml/kg/min), meio-campistas (63,0 ml/kg/min) 
e atacantes (62,9 ml/kg/min). O mesmo resultado apresentaram Balikian et al. 
(2002), com futebolistas brasileiros, que também verificaram que os goleiros 
(52,68 ml/kg/min) apresentam valores médios estatisticamente inferiores aos 
dos zagueiros (60,28 ml/kg/min), dos laterais (61,12 ml/kg/min), dos meio-cam-
pistas (61,01 ml/kg/min) e dos atacantes (59,94 ml/kg/min). Sporis et al. (2009), 
recentemente com futebolistas profissionais da Croácia, também apontou que 
os goleiros apresentam valores médios inferiores de VO2máx, em comparação 
com os jogadores de linha. 
Porém, essas informações não corroboram com os dados apresentados em 
outros estudos que tentaram verificar a influência da posição em campo na 
potência aeróbia de futebolistas. Barros; Lotufo ; Mine (1996) com futebolis-
tas brasileiros, Ramadan ; Byrd (1987) com futebolistas da Seleção Nacional 
do Kuwait, Al-Hazzaa et al. (2001) com jogadores Seleção Nacional da Arábia 
Saudita e Bangsbo; Norregaard ; Thorso (1991) com futebolistas dinamarque-
ses da 1ª e 2ª divisão, concluíram que não há diferença no VO2máx dos jogadores 
de diferentes funções táticas.
Em outro estudo com futebolistas brasileiros, Silva et al. (2009), em teste 
laboratorial não encontraram diferenças significativas entre as diferentes posi-
ções táticas de linha, onde os zagueiros apresentaram valores médios do limiar 
anaeróbio de 13,5±1,30 km/h, os laterais 13,7±1,4 km/h, os volantes 13,7±0,6 
km/h, os meias 13,6±1,0 km/h e os atacantes 13,4±1,9 km/h..
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
114
Estudo País Nível n
CAPACIDADE AERÓBIA CAPACIDADE AERÓBIA POTÊNCIA AERÓBIA
VLAN (km/h) FC LAN(bpm)
VO2 do LAN
(ml/kg/min)
% VO2máx 
(%)
v VO2máx
(km/h)
FC VO2máx
(bpm)
VO2máx
(ml/kg/min)
VO2máx
(l/min)
Origem: Nacional
Barros et al. (1996) Brasil P 77 - - - - - - 56,2 ± 6,2 -
Silva et al. (1999) Brasil P 18 - - - - - - 63,7 ± 4,9 -
Silva et al. (2000) Brasil P 26 - - - - - - 60,5 ± 4,7 -
Osiecki et al. (2002) Brasil P 17 - - - - - 190,8 ± 6,6 59,0 ± 4,5 -
Osiecki et al. (2002) Brasil S20 12 - - - - - 189,0 ± 6,4 59,9 ± 2,2 -
Balikian et al. (2002) Brasil P 25 13,5 ± 0,9 - - - - - 59,0 ± 5,6 -
Coelho et al. (2009) Brasil S17 19 12,1 ± 1,3 176,0 ± 12,0 - - - 202,0 ± 7,0 56,1 ± 2,0 -
Coelho et al. (2009) Brasil S20 12 12,1 ± 1,1 171,0 ± 11,0 - - - 197,0 ± 9,0 50,2 ± 2,9 -
Coelho et al. (2009) Brasil P 1D 14 12,9 ± 1,2 176,0 ± 8,0 - - - 193,0 ± 10,0 66,0 ± 4,5 -
Silva et al. (2010) Brasil S20 29 13,5 ± 1,2 174,0 ± 7,0 - - 16,8 ± 1,0 - 63,2 ± 4,9 -
Origem: Internacional
Rhodes et al. (1986) Canadá SO 16 13,8 ± 0,5 - - 80,5 ± 3,9 - 191,5 ± 6,7 58,7 ± 4,1 4,2 ± 0,4
White et al. (1988) Inglaterra P 17 - 155,5 ± 3,3 37,5 ± 1,2 77,1 ± 3,3 - 179,2 ± 2,4 49,6 ± 1,2 -
Chin et al. (1992) Hong Kong P 24 - 159,0 ± 5,0 47,2 ± 5,4 80,0 ± 7,2 - 179,0 ± 7,0 59,1 ± 4,9 3,9 ± 0,3
Green (1992) Austrália P 10 14,5 ± 0,7 - 45,5 ± 3,1 - - - 57,6 ± 3,5 -
Santos (1999) Portugal P 1D 44 14,2 ± 1,4 - - 80,3 ± 6,1 18,8 ± 1,2 185,5 ± 8,4 58,0 ± 6,2 -
Santos (1999) Portugal P 2D 18 13,6 ± 1,3 - - 81,1 ± 5,6 18,3 ± 1,3 187,9 ± 7,7 53,8 ± 3,0 -
Santos (1999) Portugal P 3D 12 13,1 ± 1,8 - - 78,9 ± 4,7 18,2 ± 1,0 180,5 ± 9,6 56,2 ± 5,7 -
Santos (1999) Portugal P 4D 15 14,8 ± 1,0 - - 85,3 ± 4,9 18,9 ± 1,3 184,3 ± 9,8 58,1 ± 4,7 -
Al-Hazzaa et al. (2001) Arábia S. SN 29 - - - - - 185,0 ± 5,0 56,8 ± 4,8 4,2 ± 0,3
Casajús (2001) Espanha P 15 12,4 ± 1,5 164,0 ± 6,0 50,2 ± 8,0 - 16,1 ± 1,4 185,0 ± 4,0 65,5 ± 8,0 5,1 ± 0,4
Al-Hazzaa et al.(2001) Arábia S. SN 29 - 160,0 ± 8,0 43,6 ± 4,4 76,1 ± 4,1 - - - -
Helgerud et al. (2001) Noruega S20 19 11,1 ± 0,7 - 47,8 ± 5,3 82,4 ± 3,1 - - - -
Bunc e Psotta (2001) Rep. Techa P 15 13,3 ± 0,8 173,0 ± 9,0 49,2 ± 2,2 80,5 ± 2,5 16,7 ± 1,1 186,0 ± 9,0 61,0 ± 5,2 4,8 ± 0,4
Hoff et al. (2002) Noruega P 6 - 174,0 ± 20,7 50,9 ± 4,0 - - 198,0 ± 7,9 67,8 ± 7,6 5,2 ± 0,7
Chamari et al. (2004) Tunísia S20 34 - - - - 18,4 ± 1,0 191,0 ± 7,0 61,1 ± 4,6 4,3 ± 0,4
Arnason et al. (2004) Islândia E 8 - - 63,2 ± 0,4 - - - - -
Arnason et al. (2004) Islândia P 1D 7 - - 61,9 ± 0,7 - - - - -
Chamari et al. (2005) Tunísia SN 24 15,3 ± 1,1 - - 89,3 ± 4,7 16,5 ± 1,0 190,0 ± 10,0 66,6 ± 5,2 4,45 ± 0,5
Ferrari Bravo et al. (2008) Itália S20 13 - - - - - - 58,5 ± 4,1 4,2 ± 0,6
Urzua et al. (2009) Chile P 40 - - - - - - 56,2 ± 5,7 -
Urzua et al. (2009) Chile U 19 - - - - - - 50,4 ± 4,1 -
Sporis et al. (2009) Croácia P 270 - - - - 16,9 ± 3,2 189,1 ± 1,9 60,1 ± 2,3 -
Abt e Lovell (2009) Inglaterra P 10 - - - - 18,8 ± 0,9 185,0 ± 8,0 59,0 ± 4,0 -
Ziogas et al. (2010) Grécia P 53 13,2 ± 0,7 170,0 ± 10,0 - - - - 58,8 ± 3,3 -
E – Elite; P – Profissional; SO – Seleção Olímpica; SN – Seleção Nacional; U – Universitário; S17 – Sub-17; S20 – 
Sub-20; 1-2-3-4D – 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Divisão Nacional; VLAN – Velocidade no Limiar anaeróbio; FC LAN – Frequên-
cia cardíaca no Limiar anaeróbio; vVO2máx – velocidade no VO2máx; FC VO2máx – Frequência cardíaca no VO2máx.
Tabela 14
Indicadores fisiológicos de capacidade aeróbia (limiar anaeróbio) e potência 
aeróbia (VO2máx) de futebolistas segundo origem e nível competitivo
Variáveis Aeróbias
115
Estudo País Nível n
CAPACIDADE AERÓBIA CAPACIDADE AERÓBIA POTÊNCIA AERÓBIA
VLAN (km/h) FC LAN(bpm)
VO2 do LAN
(ml/kg/min)
% VO2máx 
(%)
v VO2máx
(km/h)
FC VO2máx
(bpm)
VO2máx
(ml/kg/min)
VO2máx
(l/min)
Origem: Nacional
Barros et al. (1996) Brasil P 77 - - - - - - 56,2 ± 6,2 -
Silva et al. (1999) Brasil P 18 - - - - - - 63,7 ± 4,9 -
Silva et al. (2000) Brasil P 26 - - - - - - 60,5 ± 4,7 -
Osiecki et al. (2002) Brasil P 17 - - - - - 190,8 ± 6,6 59,0 ± 4,5 -
Osiecki et al. (2002) Brasil S20 12 - - - - - 189,0 ± 6,4 59,9 ± 2,2 -
Balikian et al. (2002) Brasil P 25 13,5 ± 0,9 - - - - - 59,0 ± 5,6 -
Coelho et al. (2009) Brasil S17 19 12,1 ± 1,3 176,0 ± 12,0 - - - 202,0 ± 7,0 56,1 ± 2,0 -
Coelho et al. (2009) Brasil S20 12 12,1 ± 1,1 171,0 ± 11,0 - - - 197,0 ± 9,0 50,2 ± 2,9 -
Coelho et al.(2009) Brasil P 1D 14 12,9 ± 1,2 176,0 ± 8,0 - - - 193,0 ± 10,0 66,0 ± 4,5 -
Silva et al. (2010) Brasil S20 29 13,5 ± 1,2 174,0 ± 7,0 - - 16,8 ± 1,0 - 63,2 ± 4,9 -
Origem: Internacional
Rhodes et al. (1986) Canadá SO 16 13,8 ± 0,5 - - 80,5 ± 3,9 - 191,5 ± 6,7 58,7 ± 4,1 4,2 ± 0,4
White et al. (1988) Inglaterra P 17 - 155,5 ± 3,3 37,5 ± 1,2 77,1 ± 3,3 - 179,2 ± 2,4 49,6 ± 1,2 -
Chin et al. (1992) Hong Kong P 24 - 159,0 ± 5,0 47,2 ± 5,4 80,0 ± 7,2 - 179,0 ± 7,0 59,1 ± 4,9 3,9 ± 0,3
Green (1992) Austrália P 10 14,5 ± 0,7 - 45,5 ± 3,1 - - - 57,6 ± 3,5 -
Santos (1999) Portugal P 1D 44 14,2 ± 1,4 - - 80,3 ± 6,1 18,8 ± 1,2 185,5 ± 8,4 58,0 ± 6,2 -
Santos (1999) Portugal P 2D 18 13,6 ± 1,3 - - 81,1 ± 5,6 18,3 ± 1,3 187,9 ± 7,7 53,8 ± 3,0 -
Santos (1999) Portugal P 3D 12 13,1 ± 1,8 - - 78,9 ± 4,7 18,2 ± 1,0 180,5 ± 9,6 56,2 ± 5,7 -
Santos (1999) Portugal P 4D 15 14,8 ± 1,0 - - 85,3 ± 4,9 18,9 ± 1,3 184,3 ± 9,8 58,1 ± 4,7 -
Al-Hazzaa et al. (2001) Arábia S. SN 29 - - - - - 185,0 ± 5,0 56,8 ± 4,8 4,2 ± 0,3
Casajús (2001) Espanha P 15 12,4 ± 1,5 164,0 ± 6,0 50,2 ± 8,0 - 16,1 ± 1,4 185,0 ± 4,0 65,5 ± 8,0 5,1 ± 0,4
Al-Hazzaa et al.(2001) Arábia S. SN 29 - 160,0 ± 8,0 43,6 ± 4,4 76,1 ± 4,1 - - - -
Helgerud et al. (2001) Noruega S20 19 11,1 ± 0,7 - 47,8 ± 5,3 82,4 ± 3,1 - - - -
Bunc e Psotta (2001) Rep. Techa P 15 13,3 ± 0,8 173,0 ± 9,0 49,2 ± 2,2 80,5 ± 2,5 16,7 ± 1,1 186,0 ± 9,0 61,0 ± 5,2 4,8 ± 0,4
Hoff et al. (2002) Noruega P 6 - 174,0 ± 20,7 50,9 ± 4,0 - - 198,0 ± 7,9 67,8 ± 7,6 5,2 ± 0,7
Chamari et al. (2004) Tunísia S20 34 - - - - 18,4 ± 1,0 191,0 ± 7,0 61,1 ± 4,6 4,3 ± 0,4
Arnason et al. (2004) Islândia E 8 - - 63,2 ± 0,4 - - - - -
Arnason et al. (2004) Islândia P 1D 7 - - 61,9 ± 0,7 - - - - -
Chamari et al. (2005) Tunísia SN 24 15,3 ± 1,1 - - 89,3 ± 4,7 16,5 ± 1,0 190,0 ± 10,0 66,6 ± 5,2 4,45 ± 0,5
Ferrari Bravo et al. (2008) Itália S20 13 - - - - - - 58,5 ± 4,1 4,2 ± 0,6
Urzua et al. (2009) Chile P 40 - - - - - - 56,2 ± 5,7 -
Urzua et al. (2009) Chile U 19 - - - - - - 50,4 ± 4,1 -
Sporis et al. (2009) Croácia P 270 - - - - 16,9 ± 3,2 189,1 ± 1,9 60,1 ± 2,3 -
Abt e Lovell (2009) Inglaterra P 10 - - - - 18,8 ± 0,9 185,0 ± 8,0 59,0 ± 4,0 -
Ziogas et al. (2010) Grécia P 53 13,2 ± 0,7 170,0 ± 10,0 - - - - 58,8 ± 3,3 -
117
Variáveis Anaeróbias
Capítulo 4
Ao analisar um jogo de futebol ou até mesmo o treinamento, podemos 
destacar em primeiro lugar que este esporte tem características complexas. 
Essas características devem ser levadas em consideração pelos responsáveis 
pelo desenvolvimento de programas de treinamento, uma vez que um jogo 
de futebol demanda aproximadamente 90min e o tamanho do campo aca-
bam sendo indicadores da carga de trabalho, que podem indicar uma predo-
minância aeróbia. No entanto, durante esse período de tempo os jogadores 
fazem sprints, arranques, saltos, considerados de alta intensidade em seus 
treinamentos (Bangsbo, 2014), como durante os jogos. Estas características 
permitem afirmar que o jogador de futebol utiliza o metabolismo aeróbio e 
anaeróbio durante suas atividades. Mecanismos que estão em constante mu-
dança, apresentando ritmos de intensidades diferentes. Estes aspectos mere-
cem ser atendidos como tal na hora de planificar o treinamento e distribuir a 
carga de trabalho aos atletas, ressaltando que os jogadores de futebol necessi-
tam de uma elevada capacidade anaeróbia para sustentarem o esforço físico, 
em sua maioria descontínuos por um período maior a 90 minutos.
O desempenho anaeróbio é evidenciado pela necessidade metabólica ce-
lular em resposta aos exercícios de alta intensidade e de curta duração, onde 
este sistema energético necessita de ATP para a contração muscular requerido 
através da via alática e lática ou da glicólise anaeróbia e é determinado pela 
potência e capacidade, respectivamente.
O futebol é um dos esportes em que predomina a resistência e a veloci-
dade, sendo aproximadamente 10% coberto em alta velocidade e com sprints. 
Para o qual, a energia necessária provém tanto da via aeróbia (mais de 90%) e 
anaeróbia, aproximadamente em 5-10% (Stolen et al., 2005). Estas vias estão em 
relação direta com as características do rendimento muscular dos jogadores de 
futebol, já que em muitos aspectos estão determinados pela distribuição dos 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
118
diferentes tipos de fibras musculares: de contração rápida (FT) e de contração 
lenta (ST). Que limita a capacidade física para sustentar esforços físicos inten-
sos e prolongados, já que ações como a corrida contínua e esforços do tipo 
explosivos que se apresentam nas partidas (Cometti et al., 2001) vão depender 
exclusivamente do tipo de fibra. Portanto, são fatores importantes para o bom 
desempenho do futebolista e consequentemente devem ser avaliados.
Os esforços explosivos como saltos, enfrentamentos, choques, realizados 
pelos futebolistas (Bangsbo, 1994), basicamente dependem da força máxima e 
da potência anaeróbia do sistema neuromuscular, em particular da parte infe-
rior das extremidades (Cometti, et al., 2001), os quais podem ser medidos atra-
vés dos testes de salto vertical (Cometti et al., 2001, Tessitore et al., 2007), tes-
tes de velocidade (Tessitore et al., 2007; Cometti et al., 2001), agilidade (Young 
; James ; Montgomery, 2002; Little ; Williams, 2005) e resistência específica 
(Bangsbo, 1996; Buchheit et al., 2009), sendo considerados por muitos estudos 
como necessários e importantes para o rendimento bem sucedido dos futebo-
listas. Sua avaliação é atualmente determinada pelo uso de plataformas de for-
ça, tapetes de saltos (força explosiva) e células fotoelétricas (ou cronômetros) 
para velocidade, agilidade e resistência específica. 
Força muscular
No futebol, o treinamento de força é necessário para a elevação da perfor-
mance específica da modalidade, especialmente para saltar, chutar, na capaci-
dade de aceleração e nas rápidas mudanças de direção/ ou sentido da corrida. 
Além disso, esse tipo de treinamento é muito importante para prevenir lesões, 
pois uma musculatura bem-desenvolvida é mais eficiente na proteção do apa-
relho motor. Em seus escritos sobre avaliação do desempenho físico no futebol 
Balsom (1994) relata que existe relação significante entre o teste de salto vertical 
com contramovimento e auxílio dos braços e os tempos registrados na corrida 
de 15m. Desta forma, Balsom (1994) afirma que a força explosiva é um impor-
tante fator na aceleração.
Vários estudos apontam que as atividades intermitentes de alta inten-
sidade incluem acelerações, breques e re-acelerações freqüentes, como, por 
exemplo, na disputa de bola, saltos, disputas corpo a corpo, marcações, dri-
bles e outras atividades de alta intensidade (Stolen et al., 2005). Para Silva 
(2001) e Rebelo ; Oliveira (2006), o desempenho funcional de rápida mudan-
ça de direção parece ser uma característica necessária para se jogar futebol. 
Qualquer mudança de direção durante a corrida é causada por um impulso 
Variáveis Anaeróbias
119
externo a partir do solo e quanto mais rápida a mudança de direção em uma 
atividade de alta velocidade, maior será a força aplicada em menor tempo de 
contato com o solo (Nunes, 2004).
A técnica e a tática no futebol são altamente dependentes das capacidades 
físicas do jogador (Chamari et al., 2004). A força explosiva no futebol apresen-
ta-se como uma capacidade condicionante que permite ao atleta realizar mo-
vimentos rápidos e com mudança de direção (Silva, 2001). Com isso, podemos 
notar a importância da força explosiva dos jogadores de futebol, já que uma 
partida é definida nas ações de alta velocidade e/ou alta intensidade. 
Informações de caráter científico fundamental sobre as bases biológicas 
para a força e potência como: o controle neural funcional do movimento; 
excitabilidade da unidade motora durante movimentos explosivos; bases 
musculares da força; desempenho contrátil dos músculos; ciclo de alonga-
mento e encurtamento, em conjunto com as observações da investigaçãomais aplicada como: o mecanismo de adaptações do treinamento de for-
ça, e por conseqüências, as ciências do treinamento de força (Komi, 2006; 
Badillo ; Ayestarán, 2001; Bosco, 2007) permitem um agrupamento das for-
mas de trabalho mais utilizadas na avaliação e no treino da força em redor 
das suas características principais e, sobretudo face ao tipo de adaptações a 
que conduzem.
Considerações gerais sobre a força
No âmbito do esporte, a força tem sido entendida pelo contexto da com-
plexidade, uma vez que possui vários elementos procedimentais para sua con-
ceituação. É nesse sentido que a força é compreendida como a capacidade do 
sistema neuromuscular em gerar tensão com certa intensidade em uma deter-
minada velocidade específica, para vencer ou sustentar certa resistência, a qual 
é aplicada por um tempo para sua realização de uma ação com um padrão de 
movimento específico conduzindo a influência dos componentes e fatores que 
a influenciam em várias formas de sua manifestação nos esportes (Badillo e 
Ayestarán, 2001 apud Komi, 2006).
Manifestações da força para o futebol
Todavia, no esporte, parte-se então do pressuposto de que, a força é a capa-
cidade motora que se manifesta de forma diferente em função das necessidades 
das ações, apresentando-se como expressões de que se mostra, de forma cifra-
da, a leitura de sua relação com a revelação de uma estruturação das formas, 
partindo da tese de que a força quase nunca se manifesta de forma pura, distin-
gui as seguintes manifestações: ativa e reativa.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
120
A manifestação ativa é entendida pelo efeito de força produzida por um ci-
clo simples de trabalho muscular aquele de encurtamento da parte contrátil. É, 
pois, a tensão gerada por ação de uma contração muscular voluntária, tornan-
do-se possível interpretar diferentes manifestações ativas de força em função 
de sua magnitude, velocidade de execução e tempo de duração. Nesse sentido, 
são conhecidas duas expressões a força máxima e a força explosiva.
FORÇA MÁXIMA: Entende-se que é a mais elevada tensão que o sistema 
neuromuscular é capaz de produzir, independentemente do fator tempo. A 
força máxima, por sua vez, deve ser entendida como uma forma de manifesta-
ção que influencia todos aos outros componentes de produção de força, e por 
essa razão se encontra a um nível hierárquico superior, permitindo seu engaja-
mento numa estrutura, pela via de um significante, a partir do qual os outros 
componentes podem sofrer efeitos estruturantes (Bosco, 2007).
FORÇA EXPLOSIVA: É compreendida como a capacidade do sistema neu-
romuscular em gerar tensão com natureza explosiva (Badillo ; Ayestarán, 2001), 
como um produto da relação entre força e velocidade (Kraemer ; Hakkinen, 
2004) aplicada por um tempo para sua realização (Badillo ; Ayestarán, 2001), 
proveniente de um efeito de força produzido por um ciclo simples de trabalho 
muscular, aquele do encurtamento muscular da parte contrátil, sendo expressa 
por uma ação de velocidade de contração a mais rápida possível.
A manifestação reativa é entendida pelo efeito de força produzida por um 
ciclo duplo de trabalho muscular: aquele do alongamento e encurtamento. 
Nessa são conhecidas duas expressões a força explosiva elástica e a força ex-
plosiva elástica reflexa.
FORÇA EXPLOSIVA ELÁSTICA: Além do que foi expresso na força explo-
siva, tem-se o efeito do Ciclo Alongamento-Encurtamento (CAE), o qual se ob-
serva uma ação somática de velocidade do alongamento, ocorrendo quando é 
realizado na musculatura um alongamento antes do encurtamento, neste caso, 
além das capacidades contrateis e de sincronização têm-se o efeito do compo-
nente elástico (Badillo ; Ayestarán, 2001; Komi, 2006; Bosco, 2007).
FORÇA EXPLOSIVA ELÁSTICA REFLEXA: Neste tipo de força, além da 
capacidade contrátil, sincronização, recrutamento e elástica, têm-se o efeito do 
componente reflexo. Como expressam observa um alongamento rápido em um 
tamanho de movimento pequeno, a mais rápida produção de força, conside-
rada a mais abrangente na manifestação da força como conseqüência de um 
contramovimento (ação excêntrica) do membro impulsivo; nesse caso, o ciclo 
duplo é realizado o mais rápido possível e com um tamanho de movimento pe-
queno ou com amplitude bem reduzida (Badillo ; Ayestarán, 2001 apud Komi 
apud 2006; Bosco, 2007).
Variáveis Anaeróbias
121
Avaliação da força muscular
No estudo das manifestações da força alguns autores (Badillo ; Ayestarán, 
2001), consideram que a manifestação da força motora é expressa por dois gru-
pos: força ativa e a força reativa. A força ativa é o efeito de força produzida 
por um ciclo simples de trabalho muscular, e a força reativa é o efeito da força 
produzida por um ciclo duplo de trabalho muscular (ciclo alongamento e en-
curtamento - CAE).
Força ativa
Como vimos, a força ativa é constituída pela força máxima dinâmica e pela 
força explosiva (Bosco, 2007). Onde entende-se por força máxima dinâmica 
aquela força que se expressa com apenas um movimento sobrepondo sem li-
mite de tempo a uma sobrecarga mais elevada possível. O fator que caracteriza 
esse tipo de força é a capacidade contrátil da musculatura, retratando o siste-
ma tendão/músculo. Já a força explosiva, ao fator contrátil acrescenta-se um 
segundo fator relativo à capacidade de sincronização da contração das fibras 
musculares, para que possa preceder um maior recrutamento a inervação pa-
drão do sistema neuromuscular. Do ponto de vista de Barbanti (2002) a força 
explosiva é aquela força que vem expressa por uma ação de contração a mais 
rápida possível, para transferir a sobrecarga a ser vencida numa maior veloci-
dade possível, ou seja, é a natureza explosiva da força. Em termos gerais para 
Badillo e Ayestarán (2001), a manifestação explosiva da força é uma relação en-
tre a força expressa e o tempo necessário para tal execução, para os quais, força 
explosiva máxima seria definida como a melhor relação entre a força aplicada 
e o tempo empregado.
O teste de 1RM (1 Repetição Máxima) deve ser empregada para verificar a 
força máxima do atleta, onde o rendimento é expresso pela carga máxima (kg) 
alcançada em cada exercício. Para verificar a força máxima, tem-se realizado 
também o teste de carga por repetições máximas.
Para medir a expressão da força explosiva, deve-se utilizar a técnica de salto 
vertical com meio agachamento partindo de uma posição estática sem contramo-
vimento (SJ), técnica descrita por Bosco (1994). O resultado expresso pelo rendi-
mento do impulso na vertical indicará a altura saltada em centímetros (cm).
TESTES DE CARGA MÁXIMA
Teste de 1 Repetição Máxima ou 1RM - É a quantidade máxima de peso 
levantada uma vez durante a realização de um exercício padronizado de le-
vantamento de peso. Para testar 1 RM de um grupo muscular, como flexores 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
122
de cotovelo ou extensores de joelho, é escolhido um peso, ao dispositivo do 
exercício, porém abaixo da capacidade máxima de levantamento do indivíduo. 
Se uma repetição é completada, acrescenta-se peso ao dispositivo do exercí-
cio, até alcançar a capacidade máxima de levantamento. Os acréscimos de peso 
costumam ser de 1 a 5 kg durante o período de avaliação. Essa técnica é habi-
tualmente utilizada com halteres, anilhas e aparelhos convencionais em salas 
de musculação.
Teste de Carga por Repetições Máximas - O teste de carga por repetições 
máximas possibilita a identificação da força máxima sem a necessidade do 
teste específico de carga máxima, fazendo uso de equações matemáticas. É 
importante ressaltar que a não utilização de testes de carga máxima possi-
bilita a redução ou exclusão do risco de lesões por esforço máximo, assim 
como, torna possível a realização de testes em exercícios variados em uma 
única sessão de treinamento sem estimular a fadiga central. O teste de carga 
por repetições máximas propriamente dito, consiste na inversãodo teste de 
carga máxima, ou seja, realiza-se um número máximo de movimentos com a 
carga não variável.
Algumas equações são usadas para o cálculo da Carga Máxima através do 
Teste de Carga por Repetições Máximas:
Epley (1995) - 1RM(kg)= (1+ 0,333 x reps.máx.) x carga do teste
Mayhew et al. (1993) - 1RM(kg)= 100 x carga do teste /
 (52,2 + 41,9 x exp(-0,055 x reps.máx.))
Brzycki (1993) - 1RM(kg)= carga do teste / (1,0278 - reps.máx. x 0,0278)
Procedimentos para realização do Teste de Carga Máxima: Aquecimento, 
alongamento geral, alongamento específico, ajuste das posições no aparelho 
(assento, encosto, etc.), aquecimento específico realizando 5 repetições no 
aparelho com carga leve, ajustar uma carga relativamente alta para execu-
ção do teste, execuções ao comando do avaliador, execuções em velocidade 
normal, execuções na amplitude total do movimento, execuções sem tran-
cos, arrancos ou roubos, o atleta deverá executar o número máximo de repe-
tições possível, devendo dar o máximo de si, atingir realmente o seu limite. 
O atleta deve ser incentivado verbalmente para conseguir mais repetições. 
O Avaliador deve atentar em validar somente o número de repetições cor-
retas realizadas e intercalar agonistas com antagonistas ou MMII / MMSS. 
Se, o número de repetições extrapolar a 35, deve-se parar o teste e realizá-lo 
outro dia com carga maior, e atenção para registrar corretamente os dados 
obtidos no teste.
Variáveis Anaeróbias
123
TESTE DE SALTO VERTICAL SEM CONTRAMOVIMENTO – SQUAT JUMP (SJ)
Esta técnica consiste na realização de um salto vertical com meio agacha-
mento que parte de uma posição estática de 5 segundos com uma flexão do 
joelho de aproximadamente 110º sem contramovimento prévio de qualquer 
segmento; as mãos devem ficar fixas próximas ao quadril, na região supra-
-ilíaca. O tronco deverá estar na vertical sem um adiantamento excessivo. Um 
detalhe técnico deve ser observado, é importante que os joelhos permaneçam 
em extensão durante o vôo. O intervalo entre uma tentativa e outra deve ser 
de 10 segundos. Estes procedimentos técnicos são descritos por Bosco (1994).
Figura 25
Teste de salto vertical sem contramovimento partindo de uma posição 
estática (5 s na posição) de meio agachamento (SJ).
Força reativa
Quanto à força reativa duas manifestações se fazem presente, a força ex-
plosiva elástica e a força explosiva elástica reflexa. A força explosiva elástica 
ocorre quando é realizado na musculatura um alongamento antes do encurta-
mento, neste caso, além das capacidades contrateis e de sincronização têm-se 
o efeito do componente elástico (Badillo ; Ayestarán, 2001 apud Barbanti, 2002 
apud Komi, 2006). Para medir a expressão da força explosiva elástica, deve 
fazer uso da técnica de salto vertical com contramovimento sem a utilização 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
124
dos membros superiores (CMJ), técnica descrita por Bosco (1994) e da técni-
ca de salto vertical drop jump (DJ), descrita por Kollias, Panoutsakopoulos e 
Papaiakovou (2004). Os resultados expressos pelo rendimento do impulso na 
vertical indicarão a altura saltada em centímetros (cm).
TESTE DE SALTO VERTICAL COM CONTRAMOVIMENTO SEM AUXÍLIO DOS 
MEMBROS SUPERIORES – COUTERMOVEMENT JUMP (CMJ)
O atleta ficará em pé a partir de uma posição com o tronco ereto, com os 
joelhos em extensão a 180°. Os saltos verticais máximos serão realizados com 
a técnica de contramovimento sem a contribuição dos membros superiores (as 
mãos devem ficar fixas próximas ao quadril), nessa situação específica, o atleta 
executará o ciclo de alongamento e encurtamento (flexão e extensão do joelho) 
procedimento descrito por Bosco (1994). A flexão do joelho acontecerá aproxima-
damente com o ângulo de 120°, em seguida o executante fará a extensão do joe-
lho, procurando impulsionar o corpo para o alto e na vertical, durante essa ação o 
tronco deverá permanecer sem movimento para evitar influência nos resultados. 
Alguns detalhes técnicos devem ser observados, tais como: os joelhos permane-
çam em extensão durante o vôo e os membros superiores não deverão contribuir 
com a impulsão. O intervalo entre uma tentativa e outra deve ser de 10 segundos.
Figura 26
Teste de salto vertical com contramovimento e sem contribuição 
dos membros superiores (CMJ).
Variáveis Anaeróbias
125
DROP JUMP (DJ)
O método do teste Drop Jump consiste em o sujeito se encontrar sobre um 
banco de 40 cm de altura, se deixar cair sobre o tapete de teste, ao contato do 
qual deve reagir com um ciclo estiramento-encurtamento para procurar reali-
zar um salto vertical máximo. A altura da queda é de 40 cm. Para iniciar, o su-
jeito deve se encontrar em cima do banco em posição ereta, pernas estendidas 
(ângulo de 180° com o joelho), mãos na cintura, em seguida levar à frente um 
pé e deixando-se cair sob o efeito da gravidade. Ao contato com o solo reagir 
o mais rápido possível, saltando o mais alto, durante esse movimento evitar a 
flexão do joelho (Kollias; Panoutsakopoulos ; Papaiakovou, 2004).
Figura 27
Teste de salto vertical na técnica Drop Jump (DJ)
Já a expressão de força explosiva elástica reflexa é mais abrangente na ma-
nifestação da força como conseqüência de um contramovimento (ação excêntri-
ca) do membro impulsivo; nesse caso, o ciclo duplo é realizado o mais rápido 
possível e com um tamanho de movimento pequeno ou com amplitude bem 
reduzida (Badillo ; Ayestarán, 2001apud Barbanti, 2002 apud Komi, 2006). Para 
mensurar o desempenho da força explosiva elástica reflexa deve ser utilizado 
o teste de saltos verticais contínuos com duração de 5 segundos sem a contri-
buição dos joelhos e membros superiores (CJ5s). As medidas devem seguir o 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
126
procedimento descrito por Bosco et al. (2001). O resultado expresso pelo ren-
dimento do impulso na vertical indicará a altura saltada em centímetros (cm).
TESTE DE SALTOS VERTICAIS CONTÍNUOS DE 5s – 
CONTINUOUS JUMP WITH 5s (CJ5s)
O atleta ficará em pé a partir de uma posição com o tronco ereto, com os 
joelhos em extensão a 180°, tendo as mãos permanecendo fixas próximas ao 
quadril (cintura). Os saltos verticais contínuos serão realizados com a técnica 
de contramovimento com duração de 5 segundos, nessa situação específica, 
o atleta executará o ciclo de alongamento e encurtamento limitando a flexão 
dos joelhos e tornozelos com movimentos rápidos e breves de molejos do tipo 
ricochete, devendo saltar o mais alto possível. Alguns detalhes técnicos devem 
ser observados, tais como: o contato com o solo após o vôo deverá ser feito com 
os metatarsos e não sobre toda a superfície do pé; os joelhos permaneçam em 
extensão durante o vôo e os membros superiores não deverão contribuir com 
a impulsão. O intervalo entre uma tentativa e outra deve ser de 60 segundos. 
Este procedimento técnico é descrito por Bosco et al. (2001). O avaliado terá um 
auxílio de um avaliador que será responsável para o sujeito não deslocar para 
frente ou para trás durante os saltos verticais contínuos.
Figura 28
Teste de saltos verticais contínuos com duração de 5 segundos 
sem contribuição dos joelhos e membros superiores (CJ5s).
Variáveis Anaeróbias
127
A importância das expressões da força explosiva dentro dos movimentos 
do ciclo de alongamento e encurtamento demonstra um crescimento de seu 
desempenho devido aos componentes que contribuem para sua manifestação, 
tais como o contrátil, recrutamento, elástico e o elástico reflexo (Komi, 2006).
A eficiência do atleta no desempenho do salto vertical em alcançar a maior 
altura na verticalização do corpo é essencialmente dependente dos fatores de-
terminantes para as diversas expressões da força, tais fatores são as contribui-
ções do componente contrátil, do sistema de recrutamento e sincronização, do 
componente elástico e do componente elástico reflexo (Komi, 2006).
Índice de Elasticidade (IE): é a diferença entre o SJ e o CMJ, expressaem Percentual (%). Essa diferença é referida como eficiência na utilização do 
componente elástico para aumentar a produção de força (Arruda e Hespanhol, 
2009) e calculado através da fórmula: IE(%) = [(CMJ-SJ)/SJ]x100.
Índice de Reatividade (IR): é a ótima relação de duas variáveis analisadas 
no teste CJ5s, o Tempo de Contato com o Solo (TC) e o Tempo Total de Vôo 
(TTV), do melhor salto, expressos em miléssimos de segundo (ms). O valor do 
IR é calculado pela fórmula: IR(%) = TTV/TC, e anotado em Percentual (%).
Tabela 15
Valores médios de desempenho da Força Explosiva em Futebolistas.
Estudo País Nível SJ(cm)
CMJ
(cm)
IE
(%)
CJ5s
(cm)
Casajus (2001) Espanha P 1D 39,0 41,4 6,15 -
Nunes (2004) Brasil P 1D 36,22 41,05 13,34 -
Hespanhol et al. (2006) Brasil S20 35,81 39,35 9,89 41,03
Santi Maria et al. (2008) Brasil S20 37,52 41,19 9,78 42,82
Sporis et al. (2009) Croácia P 44,1 45.1 - -
Silva Neto (2006) Brasil P 1D 36,94 41,88 13,48 -
McMillan et al. (2005) Escócia S17 40,3 53,4 32,51 -
Ferrari Bravo et al. (2008) Itália S20 41,9 48,5 15,75 -
Faina et al. (1988) Itália P 40,4 43,5 7,6 -
Santos (1999) Portugal P 35,3 36,6 3,0 -
Loturco et al. (2015) Brasil P 39,68 41,58 - -
P – Profissional; 1-2D – 1ª, 2ª Divisão Nacional; S17 – Sub-17; S20 – Sub-20.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
128
Como mencionado anteriormente, a força muscular, além de elevar a per-
formance atlética do jogador de futebol, ela desempenha importante papel na 
prevenção de lesões. O equilíbrio muscular é fundamental para os atletas se 
manterem saudáveis fisicamente e manterem seus níveis de excelência. Hardy 
et al. (2017) destacam dois fatores principais que podem causar lesões em joga-
dores de futebol: o primeiro é o desequilíbrio muscular unilateral entre a mus-
culatura do quadríceps e isquiosural, enquanto o segundo está relacionado ao 
desequilíbrio bilateral de força entre os membros dominante e não-dominante, 
pois esses desequilíbrios podem potencializar o risco de lesões. As avaliações 
desses equilíbrios/desequilíbrios nas diferentes fases da contração isotônica 
(fase concêntrica e fase excêntrica) e o treinamento em equipamentos com bio-
feedback se tornaram indispensáveis nas rotinas de treino das grandes equipes, 
facilitando as intervenções em tempo real e os ajustes necessário, deixando as-
sim, os atletas melhores preparados para as sequências de treinamentos e jogos.
Figura 29
Avaliação/Treinamento da força/potência muscular para 
verificar desequilíbrios em equipamentos com biofeedback 
(superior: Kineo System; inferior: Nordbord; pag. ao lado: Desmotec).
Variáveis Anaeróbias
129
Figura 30
Exemplo de Relatórios quantitativo no Kineo System.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
130
Velocidade
A velocidade representa a capacidade de um sujeito para realizar ações 
motoras no menor tempo e com um máximo de eficácia. Tais ações são desen-
volvidas com um máximo de intensidade e dentro das circunstâncias em um 
tempo mínimo, assumindo que a tarefa é de curta duração e sem apresentar 
cansanço. E no futebol a velocidade se faz necessária nas ações de alta intensi-
dade, tanto nas movimentações ofensivas quanto nas defensivas, uma vez que 
o atleta de determinada equipe, sendo mais veloz que seu adversário, terá uma 
probabilidade maior de sucesso, tanto para fazer um gol como também, nas 
ações defensivas, chegar antes do adversário e assim evitar o gol.
As exigências que se desenvolvem durante uma partida de futebol variam 
em função do estilo de jogo da equipe, a função tática, a zona de jogo e o nível 
competitivo. Por sua vez, a velocidade depende de fatores como: hereditários, 
sensoriais, cognitivos, psicológicos, neurais e musculares e o melhoramento do 
mesmo depende da capacidade dos músculos de contrair-se intensamente, de 
forma que o corpo ou extremidade se mova rápidamente. Estas características 
motivaram a desenvolverem investigações com especial atenção nos indicado-
res fisiológicos e físicos do futebolista. Onde Bangsbo (1994) considera que a 
velocidade não só é um problema físico, mas que também se relaciona com a 
capacidade de percepção das situações durante um jogo. Sendo assim, a capa-
cidade de percepção, de avaliação e de decisão são componentes muito impor-
tantes do desempenho específico do sprint no futebol (Balsom, 1994).
Figura 31
Componentes específicos do sprint.
Variáveis Anaeróbias
131
Figura 32
Manifestações da velocidade nos esportes.
Na atualidade as Ciências do Esporte vêm contribuindo de maneira sig-
nificativa e decisiva na evolução e no controle do treinamento dos atletas 
de futebol. Uma ampla gama de investigações é uma amostra do grande 
avanço científico e tecnológico do futebol, permitindo desta forma um rá-
pido avanço e evolução do rendimento do futebolista. Prova disso é que 
a mais de 25 anos atrás se conhece que um futbolista durante um jogo de 
futebol realiza cerca de 19 sprints, tendo um intervalo aproximado em mé-
dia de dois minutos e uma duração total de 7 minutos (Reilly, 1990). Estas 
evidências trazem consigo que os treinamentos de velocidade envolvem tais 
características específicas. Mas, no entanto, a maioria de textos ou guias 
utilizados para o rendimento desportivo profissional apenas proporcionam 
critérios normativos para determinadas distâncias de velocidade. De fato, 
atualmente sofremos de investigações que permitam melhorar as manifes-
tações como a aceleração e a velocidade de deslocamento e sobre todo es-
clarecer as muitas dúvidas e lacunas que ainda existem em referência nas 
correlações estatísticas com outras ações motoras, em especial entre o tem-
po de reação e da velocidade.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
132
A esse respeito Bangsbo et al. (2006) consideram que o treinamento da ve-
locidade dos atletas de futebol deve realizar-se ao máximo durante um curto 
período de tempo (10s). Destacando que os períodos de recuperação entre os 
estímulos de exercícios deve ser o suficientemente longo para que os músculos 
se recuperem totalmente. Desta forma, permitir a um atleta realizar um esforço 
ao máximo em uma série de exercícios posteriores.
O futebol requer 1-3 segundos de sprints explosivos, esse tempo de rea-
ção pode ser melhorado em certa medida como parte do aquecimento e de 
exercícios específicos, dado que as investigações têm demostrado que a veloci-
dade pode melhorar-se mediante ao fortalecimento dos músculos (Loturco et 
al., 2015). Mas, no entanto, cabe ressaltar que algumas investigações revelam 
que o tempo de reação é independente da velocidade e ambas manifestações 
sofreram efeitos positivos pelo treinamento físico, tanto no tempo de reação e 
na velocidade (Little ; Williams, 2005).
Finalmente, podemos destacar que a velocidade do futebolista está rela-
cionada com a força explosiva dos músculos dos membros inferiores, assim 
como também com a capacidade de coordinação dos movimentos e com 
a capacidade de percepção de uma determinada situação (Bangsbo, 1994). 
Estas relações têm mostrado nos últimos anos a proliferação de métodos de 
treinamento, dirigidos a melhorar o desempenho da velocidade e da agili-
dade. Porém, a característica que mais interessa ao futebolista em relação à 
velocidade de deslocamento é a fase de aceleração, com e sem mudanças de 
direção, junto com a agilidade, obviamente no momento de um jogo de fu-
tebol existem aspectos que influenciam no desempenho, como a habilidade 
técnica, sentido táctico, a capacidade técnica, o estilo de jogo, a motivação 
do jogador e o raciocínio. 
Por tanto, o objetivo do treinamento da velocidade é melhorar as mani-
festações da velocidade através da realização de programas neuro-musculares 
(Loturco et al., 2015), assim como os componentes psico-cognitivos e táticos 
que compreendem a anticipação, decisão, percepção e reaçã e o componente 
físico como a resistência da velocidade, velocidade de aceleração e velocidadecom mudança de direção.
Variáveis Anaeróbias
133
Figura 33
O futebol necessita de velocidade. Crédito da Foto: César Greco/Palmeiras.
Os esforços característicos do futebol são aqueles que demandam altas in-
tensidades e que se realizam em distâncias entre 5 e 15m, com durações apro-
ximadas de 2 a 4 segundos (Bangsbo, 1994). Estudo com jogadores de futebol, 
contendo respostas sobre trabalho de grande intensidade executado durante 
uma partida, mostraram que 96% das corridas de alta intensidade ocorreram 
em distâncias de até 30 metros (Wisloff; Castagna ; Helgerud, 2004), sendo que 
o percentual maior de percurso é de 10 metros correspondendo a 49% do total 
(Valquer; Barros ; Sant’anna, 1998). É importante destacar ainda que a distância 
média dos tiros durante uma partida é de 15 a 17 metros (Mohr; Krustrup ; 
Bangsbo, 2003) e os estudos de Wisloff et al. (2004) e Chamari et al. (2004) de-
monstraram uma correlação significativa entre o salto vertical e as velocidades 
atingidas nos 10, 20 e 30 metros. Muitos estudos recentes descrevam distâncias 
de 5m, 10m, 20m, e 40m, (Little ; Williams, 2005; Loturco et al., 2015) e aparen-
temente as distâncias entre 5 e 40m, seriam as mais adequadas para a avaliação 
da capacidade dos futebolistas, segundo alguns autores como Balsom (1994) e 
Rebelo e Soares (2002). Porém, Kollath e Quade (1993) destacam que o sprint de 
30m, é geralmente utilizado para avaliar a velocidade máxima de deslocamen-
to. Todos esses protocolos na atualidade são avaliados com partida alta (em 
pé) utilizando células foto-elétrica. Inclusive, autores como Brown, Vescovi e 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
134
VanHeest (2004) consideram um problema comum na avaliação do sprint atra-
vés de cronômetros manuais. Porém cabe recordar que enquanto os testes são 
aplicados cumprindo os requisitos de validade e confiabilidade, os resultados 
também serão confiáveis. A tabela 16 mostra as distâncias e os valores médios 
de futebolistas de elite obtidos em diferentes estudos.
Os testes devem ser realizados no campo e os jogadores devem calçar suas 
respectivas chuteiras de jogo. Antes do início do teste, é importante realizar 
um bom aquecimento, e após esse aquecimento, se faz necessário 2 minutos de 
intervalo para a realização do teste, objetivando assim a reposição de energia. 
Vale observar que o ponto de partida deve ser com o atleta parado 50 cm atrás 
da linha de partida, ao sinal de “vai”, o atleta deverá realizar o percurso no 
menor tempo possível, só diminuindo sua velocidade ao ultrapassar a linha de 
chegada. Devem ser realizadas três tentativas máximas, com o intervalo de dois 
minutos entre as tentativas, onde será considerado como escore da medida, o 
menor tempo realizado pelo atleta, em segundos e os atletas devem ser incen-
tivados durante toda a realização do teste.
Tabela 16
Valores médios de velocidade de futebolistas profissionais, 
segundo vários estudos.
Estudo País Nível V5m(s)
V10m
(s)
V15m
(s)
V20m
(s)
V30m
(s)
V35m
(s)
V40m
(s)
Brewer e Davis (1992) Inglaterra P 1D - - 2,35 - - - 5,51
Nunes (2004) Brasil P 1D - - - 2,925 - - -
Chamari et al. (2004) Tunísia e 
Senegal
S20 - 1,87 - - 4,38 - -
Cometti et al. (2001) França P 1D - 1,80 - - 4,22 - -
Silva Neto (2006) Brasil P 1D 0,985 - - 2,939 - - -
Kollath e Quade (1991) Alemanha P 1,03 1,79 - 3,03 4,19 - -
Wisloff et al. (2004) Noruega P 1D - 1,82 - 3,00 4,00 - -
Hoff e Helgerud (2002) Noruega P 2D - 1,81 - - - - 5,55
Rebelo e Oliveira (2006) Portugal P - - 2,41 - - 4,90 -
Clark (2007) África Sul P - 1,86 - - - - 5,49
Zerguini et al. (2006) Argélia P 1,02 1,76 - 3,09 - - -
Matos et al. (2008) P - 1,79 - - - - -
Little e Williams (2005) Inglaterra P - 1,83 - - - - -
Hüseyin e Eroglu (2006) P - - - 3,02 - - -
P – Profissional; 1-2D – 1ª, 2ª Divisão Nacional; S20 – Sub-20.
Variáveis Anaeróbias
135
Agilidade
A agilidade pode ser definida como uma variável neuromotora carac-
terizada pela capacidade de realizar mudanças rápidas de direção, sentido 
e deslocamento da altura do centro de gravidade de todo o corpo ou parte 
dele, sendo mais efetiva quando está associada a altos níveis de força, re-
sistência e velocidade (Barbanti, 2002). A partir desta perspectiva, outros 
autores definem a agilidade como a maneira eficaz e rápida de realizar a 
frenada, a mudança de direção e a aceleração, mantendo o controle do cor-
po em forma horizontal e vertical em uma direção durante uma série de 
movimientos e inclusive arrancar novamente despois de uma parada brusca 
em resposta a um estímulo. Em relação ao rendimento da agilidade Ellis et 
al. (2000) destaca que os atletas com boa performance ao realizar a agilidade, 
provavelmente possuam outras qualidades, tais como o equilíbrio dinâmi-
co, percepção espacial, ritmo e processamento visual. Como a agilidade de-
pende de algumas manifestações como a capacidade dos músculos, nível de 
força, velocidade, equilíbrio e habilidade, podemos concluir, por tanto, que 
o nível de desempenho irá depende de todos esses fatores atuando juntos 
de forma equilibrada.
Figura 34
Fatores que condicionam a agilidade.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
136
Com efeito, num determinado momento do jogo, ser mais rápido per-
mitirá chegar primeiro, ser mais ágil evitará o iminente impacto com um 
adversário e ser mais potente contribui para o sucesso do jogador em am-
bas as ações. Ou seja, como já observamos anteriormente, as ações de alta 
velocidade e/ou alta intensidade define a equipe vitoriosa e a perdedora. 
Porém, quando um atleta acelera ou desacelera de forma muito brusca são-
-lhe exigidos elevados níveis de força e potência para modificar a inércia da 
sua massa corporal, exigindo contrações vigorosas para a manutenção do 
equilíbrio e controle da bola, também resulta em alterações morfológicas, 
bioquímicas e funcionais.
O futebol é um desporto de velocidade, com constantes sprints em con-
tra-ataques e jogadas de velocidade, saltos para cabeceios e movimentações 
rápidas para se livrar ou realizar marcação. Os atletas realizam uma su-
cessão de esforços intensos e curtos em ritmos diferentes, com um nível de 
exigência funcional muscular muito alto, como nas ações de corridas, nos 
saltos, nas movimentações táticas e na técnica de condução de bola, solici-
tando desses atletas mobilização máxima de suas capacidades funcionais, 
velocidade e força. Devido ao tamanho reduzido do espaço de jogo, várias 
são as ações que exigem dos jogadores mudanças rápidas de direção, ou 
seja, a agilidade também é extremamente importante na prática do futebol 
de alto nível.
As constantes mudanças de direção durante os jogos e treinamentos são 
observadas frequentemente em esportes como o futebol, futsal, basquete, 
handebol, entre outros. Esta característica é habitualmente considerada como 
uma habilidade para mudar de direção rápidamente, já que os padrões de 
movimento destas modalidades requerem que sejam assim, e muito raramen-
te se deslocam em linha reta. A agilidade foi um fator importante para a evo-
lução do futebol e esta particularidade de jogadores de elite foi melhorada 
através do treinamento, a prova é que o futebol nos últimos tempos se tornou 
mais dinâmico, e isso pode ser atribuído, em especial, pela melhora da velo-
cidade e agilidade dos jogadores.
Variáveis Anaeróbias
137
Figura 35
Agilidade para mudar rápidamente a direção e driblar o adversário. 
Crédito da Foto: César Greco/Palmeiras.
A agilidade é utilizada para descrever qualquer ação desportiva dinâmica 
que englobe uma mudança na posição de jogo. Esta habilidade vai melhorando 
com o transcorrer da idade, a qual vai evoluindo à medida que se vai sincroni-
zando e coordenando os movimentos. As estratégias para ensinar as habilidades 
motoras adequadas podem iniciar-se aos 5 anos de idade, com períodos críticos 
de desenvolvimento que ocorrem entre os 9 e 12 anos de idade. Estas atividades 
proporcionarãoa estrutura do movimento em função do tempo e a coordenação, 
e consequentemente para o encadenamento das manifestações da agilidade.
Alguns estudos consideram que o treinamento da agilidade pode ser in-
corporado como mecanismo de prevenção de lesões, já que os músculos são 
preparados para terem contato com o solo, de modo tal que realização de tais 
programas estão orientados a instruir aos atletas a correta execução dos saltos 
(ex: flexionando os joelhos e quadril), aprender a realizar desacelerações de 
frente, lateralmente ou em quedas, entre outras ações, de tal forma que condu-
zam a superação de dificuldades que se apresentem no cotidiano.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
138
O treinamento da agilidade é considerado como uma re-execução da pro-
gramação motora através do condicionamento muscular e a adaptação neural 
dos fusos musculares, órgãos tendinosos de golgi e proprioceptores (Craig, 
2004). Este processo em conjunto e teoria deveria melhorar o equilíbrio e o con-
trole do corpo durante o movimento. Esta teoria é apoiada por alguns estudos 
que consideram que o treinamento da pliometria pode aumentar os objetivos 
do treinamento da agilidade (Hirayama et al., 2017; Kobal et al., 2017).
Por tanto, a agilidade está integrada a tarefas específicas de exercícios físi-
cos com e sem bola, produzidas durante situações de velocidade, os quais de-
vem ser aprendidos mediante a estimulação da coordinação neuro-muscular, 
propiciando o desenvolvimento da agilidade.
Em consequência, consideramos que o treinamento da agilidade é funda-
mental pelos seguintes aspectos: 
• Proporciona uma base sólida para o control muscular e função das ha-
bilidades motoras;
• Educa os atletas para a adquisição do domínio da habilidade, evitando 
o risco de acidentes e lesões durante os jogos e/ou treinamentos;
• Contribui para a aquisição de novas experiências durante a competição 
e treinamento;
• Permite adquirir uma rápida capacidade de mudança de direção diante 
as circunstâncias.
Figura 36
Velocidade de Reação e Agilidade para defender a bola numa cobrança de 
penalti. Crédito da Foto: César Greco/Palmeiras.
Variáveis Anaeróbias
139
A seleção de testes especificos deve estar relacionada com as caracte-
rísticas específicas do esporte e/ou a posição específica dos padrões de mo-
vimento, que devem refletir o tipo de atividades que ocorrem durante a 
competição. Mas, no entanto, uma grande maioria de testes avaliam habi-
lidades para mudar de direção e posição rapidamente em um plano hori-
zontal. Uma vez que é necessário ter em conta aspectos como a percepção e 
tomada de decisão.
Os testes mais utilizados pela literatura e focados a avaliar a agilidade 
de futebolistas são: Teste T e o Teste de Zig-Zag, Teste 505, Illinois Agility 
Test. Os resultados obtidos através destes testes são difíceis de analisarem, 
requerem de muito critério, já que não existe um consenso específico no 
momento. Mas é necessário recordar que a agilidade é um componente do 
desempenho que descreve a capacidade do corpo para mudar de direção 
rapidamente, fruto de uma combinação de uma variedade de componentes 
físicos (Svensson e Drust, 2005).
A tabela 17 mostra os resultados de três testes (dois de agilidade e pla-
taforma de força), pré e pós 6 semanas de treinamento pliométrico, segundo 
Miller et al. (2006). Finalmente na tabela 18 se descrevem os resultados ob-
tidos através do Illinois Agility Test em futebolistas profissionais e em ama-
dores (Clark, 2007).
Tabela 17
Valores médios de três testes (pré e pós-treinamentos) 
de jogadores de futebol.
Testes Grupos Pré Treinos Pós Treinos
Teste T (s)
G.E 12,8±1,0 12,1±1,1
G.C 12,6±1,1 12,6±1,1
Illinois (s)
G.E 17,1±1,7 16,6±1,6
G.C 16,5±,0,9 16,5±0,9
Plataforma de Força (m/s)
G.E 256,9±28,2 230,5±37,2
G.C 233,1±20,6 232,1±20,7
GE = Grupo experimental; GC = Grupo controle.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
140
Tabela 18
Valores médios de agilidade e velocidade de futebolistas de 
alto rendimiento e amadores.
Testes Profissionais Amadores
Illinois (s) 16,29 ± 0,45 16,35 ± 0,48
10 (m) 1,86 ± 0,07 1,88 ± 0,07
40 (m) 5,49 ± 0,18 5,57 ± 0,23
Para avaliação da variável fisica agilidade pode ser realizada vários testes 
e ambos podem ser executados com e sem bola para verificação do “Déficit 
Técnico”, que é a diferença (em %) entre o tempo de realização com bola 
(AGCB) e o tempo de execução do teste sem a bola de jogo (AGSB):
Déficit Técnico (%) = [(AGCB – AGSB)/AGSB] × 100
Os testes selecionado de agilidade devem ser realizados no campo de trei-
namento, com o jogador calçando suas chuteiras próprias de jogo, podendo ser 
realizada 2 medidas com saída para cada lado do teste escolhido e se o atleta 
escorregar, encostar a mão no chão ou derrubar alguma marcação durante a 
avaliação, o teste deve ser interrompido e reiniciado após a total recuperação 
do jogador. O intervalo mínimo de 2 minutos deve ser respeitado entre uma 
execução e outra.
ILLINOIS AGILITY TEST
Procedimentos: O comprimento do percurso do Illinois Agility Test (Amiri-
Khorasani et al., 2010) é de 10 metros e a largura (distância entre os pontos 
de partida e chegada) é de 5 metros. Quatro cones são usados para marcar 
o início, fim e os dois pontos da virada. Outros quatro cones são colocados 
abaixo do centro a uma distância igual à parte. Cada cone no centro está afas-
tado 3,3 metros de distância. O atleta deve posicionar-se 50cm atrás da linha 
de largada. No comando ‘Vai’ o cronômetro é iniciado, e o atleta inicia o mais 
rapidamente possível e corre ao redor do campo na direção indicada, sem 
bater os cones de novo, para a linha de chegada, em que o tempo será parado 
e o registro (escore) do teste se dá em segundos (s). O mesmo procedimento 
é feito para analisar o Défict Técnico, onde o atleta realiza o teste conduzinho 
e controlando uma bola.
Variáveis Anaeróbias
141
Figura 37
Esquema do teste llinois gilit est.
TESTE T40m
Procedimentos: o Teste T40m (Pauole, 2000) consiste em uma corrida 
de 10m, seguido de uma mudança rápida de direção para a esquerda, per-
correndo mais 5m; após isso, o jogador muda o sentido de sua corrida e 
percorre mais 10m, mudando novamente o sentido da corrida, percorrendo 
5m, e fazendo uma nova mudanca rapida de direcao, e assim percorre os 
10m finais, totalizando 40m. O atleta deve correr com maxima velocidade 
até a última linha. Após 2 min o atleta refaz o procedimento. Já com a bola, 
o atleta deve passá-la da linha demarcada, e o escore de medida também é 
o tempo (em segundos).
5 metros
5 metros
Star Finish
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
142
Figura 38
Teste T40m.
TESTE DE AGILIDADE DE 20m
Procedimentos: o Teste de Agilidade de 20m consiste em uma corrida 
de 20m, com 3 mudanças sucessivas de direção ao fim de cada fração de 
5m (Little ; Williams, 2005) ou 4 mudanças de direção a cada 4m (Rebelo ; 
Oliveira, 2006). Este tipo de teste exige acelerações, desacelerações e equi-
líbrio, que são fatores importantes da agilidade. Deve-se realizar duas ten-
tativas iniciando a primeira curva para a esquerda e duas tentativas ini-
ciando a curva para a direita. Considera-se o menor tempo de cada par de 
tentativas. O teste deve ser realizado em campo de jogo, com os jogadores 
calçando chuteiras.
5 metros 5 metros
10
 m
et
ro
s
Início e Final
BC D
A
Variáveis Anaeróbias
143
Figura 39
Teste Agilidade de 20m com 3 mudanças de direção a cada 5m.
Figura 40
Teste Agilidade de 20m com 4 mudanças de direção a cada 4m.
5m
3,80m
3,80m
3,80m
3,80m
15,20m
3,20m
5m
5m
5m
4 m
etr
os
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
144
SHUTTLE RUN AGILITY TEST
Procedimentos: Este teste exige que o jogador corra de frente entre duas 
linhas paralelas tão rápido quanto possível. A distância entre as duas linhas 
de cones é de 9,14m. O atleta deve iniciar a 50cm da linha de largadae no sinal 
“Vai” o participante corre para o outro lado da linha, passa um pé da linha e 
retorna para a linha de partida, realizando um total de 2 corridas de vai-e-vem 
de 9,14m, totalizando 36,56m em intensidade máxima.
Figura 41
Teste hu le un gilit est sem bola e com bola.
10 cm
30 cm
9,14 m
9,14 m
30 cm
10 cm
Variáveis Anaeróbias
145
505 AGILITY TEST
Procedimentos: o teste de agilidade 505 é um teste da capacidade de virada 
de 180 graus. O teste também pode ser adaptado para testes específicos do es-
porte por possibilitar ao sujeito utilizar uma bola de futebol, futsal, basquetebol 
ou bola de hóquei. Devem-se utilizar marcadores que ficam a uma distância 
de 15 metros a partir de uma linha marcada no chão. As fotocélulas são colo-
cadas a 10m da linha de partida. O atleta corre em direção ao marcador de 15 
metros, onde seu tempo começa a ser registrado a partir dos 10m e ao atingir a 
linha dos 15m, o atleta realiza um giro de 180 graus e corre de volta por 5 m. O 
melhor de duas medições para cada perna é registrado. A capacidade de girar 
para cada lado também pode ser testada. O atleta deve ser orientado a não ul-
trapassar a linha por muito, pois isso vai aumentar seu tempo.
Figura 42
Teste gilit est.
BALSOM AGILITY TEST
Procedimentos: o Balsom Agility Test (Balsom, 1994) é um teste de agilidade 
projetado para o jogador de futebol, em que os sujeitos são obrigados a fazerem 
várias mudanças de direções e dois giros. Posicione os cones como ilustrado no 
diagrama para marcar o início, fim e os três pontos de giros. O comprimento do 
percurso é de 15m. O jogador começa em A e corre para o cone B antes de virar 
e voltar para A. O jogador então atravessa cones na C, avança para D, e retorna 
ao C. O jogador vira para a direita e passa pelo ponto B até finalizar o teste nas 
fotocélulas que ficam no ponto de chegada. Duas repetições são permitidas e 
tempo mais rápido registrado.
10 meters 5 meters
turn
start
timing gates
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
146
Figura 43
Esquema do teste alsom gilit est.
ARROWHEAD AGILITY DRILL
Procedimentos: este teste mede a agilidade do atleta, especialmente o 
controle do corpo e mudança de direção, comumente usado para testes de 
jogadores de futebol. Os cones são definidos de acordo com o diagrama, 
com três cones marcadores colocados em forma de ponta de flecha, e um 
conjunto de cones ou marcador de linha para indicar a linha de partida e 
de chegada. O jogador começa com o pé atrás da linha de partida em uma 
posição de sprint. Quando estiver pronto, ele corre o mais rápido possível 
para o cone central (A), vira para correr ao redor do cone lateral (C) ou (D), 
e contorna o cone longe (B) e volta em linha reta até o ponto de largada / 
chegada. O indivíduo completa quatro corridas, duas para a esquerda, em 
seguida, duas para a direita.
◄ ◄
◄ ◄
◄ ◄
◄
◄◄
◄◄
C
B
D
A
15 m
Start
Variáveis Anaeróbias
147
Figura 44
Esquema do teste rro head gilit est.
Resistência específica
A resistência pode ser compreendida como sendo a capacidade psicofísi-
ca do esportista em suportar a fadiga, já Platonov e Bulatova (2003), dizem 
que a resistência é a capacidade de realizar exercícios de maneira eficiente, su-
perando a possível fadiga que mesmo possa produzir, sendo que o nível de 
desenvolvimento desta capacidade tem uma estreita relação com o potencial 
energético do organismo dos atletas.
Os mesmos autores ainda afirmam que o grau de ajustamento da resis-
tência deve estar condicionado as exigências e as demandas da modalidade 
esportiva relativo aos parâmetros técnicos, táticos e psicológicos, o que certa-
mente irão proporcionar um alto desempenho de atividade muscular durante 
os treinos e competições. 
Corroborando com os conceitos supracitados Sánchez et al. (2005) e Toledo 
(2013), dizem que em geral o entendimento do tipo de resistência a ser traba-
lhado para um dado desporto deve ser ajustada no seu protagonismo metabóli-
co, que efetivamente depende em grande parte da medida da duração da carga 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
148
de trabalho assim como sua intensidade, o que para isso já existem numerosos 
estudos que realizam uma radiografia de que se sucede durante uma partida. 
É necessário que atentemos para o significado da capacidade especial de 
trabalho que segundo Toledo (2013) são as possibilidades funcionais reais do 
organismo humano para o desenvolvimento efetivo de uma atividade muscu-
lar concreta, o que significa que o estado de funcionamento estável do orga-
nismo permitirá resolver tarefas de treino e de competições de maneira eficaz.
Sobre a capacidade especial de trabalho, Verkhoshansky (2002), afirma que 
o mecanismo de adaptação do organismo do desportista as condições da ativi-
dade de treinamento e competição se fundamenta no ganho e na melhora da 
capacidade especial de trabalho, ou seja, na especialização morfofuncional, isso 
considerando a adaptação a longo prazo.
Nos esportes coletivos com bola, como o futebol, a maioria das ações durante 
a partida são de alta intensidade e curta duração, evidenciando que o metabolismo 
anaeróbio tem um papel determinante para o bom desempenho dos atletas dessas 
modalidades. Quando as ações de alta ou média intensidade são sucessivas e com 
pouco tempo de pausa, o sistema anaeróbio lático (glicolítico) predomina sobre 
o sistema anaeróbio alático para ressintetizar a adenosina trifosfato (ATP), já que 
os estoques de creatina-fosfato (CP) se esgotam rapidamente. O desempenho do 
atleta de futebol, por exemplo, está relacionado não só com a técnica e tática da 
sua modalidade esportiva, mas também com a sua capacidade de tolerar elevadas 
taxas de reposição de ATP num determinado período de tempo, por isso é impor-
tante uma quantificação objetiva do desempenho anaeróbio (Bangsbo et al., 2006).
A capacidade anaeróbia de curta duração pode ser entendida como fator 
determinante do futebol, e como observado, o jogo é caracterizado por ser um 
esporte intermitente, com alternância de ações de alta, média e baixa intensidade, 
onde há um grande número de sprints durante toda a partida e o tempo entre 
uma corrida em alta velocidade e outra é muito curto, sendo assim, um jogador 
de futebol que apresenta uma ótima capacidade anaeróbia, apresentará menor 
queda de rendimento no decorrer da partida (Santi Maria; Campeiz, 2013).
Esta capacidade física pode ser definida como a resistência específica do 
futebol, onde é representa pela quantidade de trabalhor realizado durante uma 
partida (Hoff, 2005). As atividades de alta intensidade (sprints e corrida de alta 
velocidade) durante uma partida são características fundamentais para dife-
renciar o nível de jogo de futebol, devido a evidência de que os futebolistas de 
elite executam maiores quantidades de trabalho em esforços de alta intensida-
de (foi de 8,7%±0,5% as corridas de alta intensidade e 1,4%±0,1% os sprints), 
do que os jogadores de níveis moderados, foram 6,6%±0,4% as corridas de alta 
intensidade e 0,9%±0,1% os sprints (Mohr et al., 2003).
Variáveis Anaeróbias
149
Em uma partida os futebolistas realizam entre 1.000-1.400 pequenas ações, 
ou seja, a cada 4-6 segundos ocorre uma ação (Mohr et al., 2003). Essas ações 
incluem: de 10-20 corridas em velocidade máxima (sprints), corridas em alta 
intensidade a cada 70 segundos, aproximadamente 15 roubadas de bola (sem 
cometer falta), 10 cabeceios, 50 participações com a posse de bola e aproxima-
damente 30 ações envolvendo mudanças de direção (Ekblom, 1994).
Quando comparado as ações de sprints (velocidade de corrida em torno 
de 18 a 30 km/h), observa que jogadores de elite percorrem 650±0,60 metros, 
ou seja, 58 % a mais do que jogadores de níveis moderados com valores de 
410±0,60 metros percorridos durante uma partida (Bangsbo et al., 2006).
Quanto à corrida de moderada/alta intensidade (velocidades de corrida em 
torno de 15 a 18 km/h) duranteuma partida foi de 1.800 a 2.600 metros. Novamente, 
essa diferença é devido ao nível dos jogadores de futebol, pois futebolistas de elite 
percorrem cerca de 2.430 metros, sendo 28% maior quando comprados com joga-
dores moderados com valores de 1.900 metros (Mohr et al., 2003).
A resistência específica do futebol pode ser responsável por uma diminuição 
na queda de desempenho que ocorre nas ações de alta intensidade observadas en-
tre o 1º e o 2º. Em estudos de Van Gool, Van Gerven e Boutmans (1988), demonstra-
ram que os jogadores de futebol percorrem em média uma distância de 407±103 m 
em alta intensidade no primeiro tempo da partida e 364±143 m no segundo tempo.
O futebol se caracteriza como uma atividade física intermitente com so-
licitações de variadas fontes energéticas, por alternar corridas de altas e 
médias intensidades, com períodos de recuperação onde há corridas contí-
nuas de baixa intensidade (Ferrari Bravo et al., 2008). O grande diferencial 
entre as equipes de elite é o percentual da distância total percorrida em alta 
intensidade (Ekblom, 1994), ou seja, um resultado positivo durante uma 
partida está diretamente ligado à intensidade do jogo, e não ao volume total 
percorrido durante a partida.
Balsom (1994) comentou que existem três tipos de testes de campo para 
resistência específica do futebol que podem ser utilizados. Cada teste tem um 
princípio básico diferente. Os três princípios são: 1º) desempenho durante 
sprint repetido; 2º) tempo de fadiga durante um protocolo de exercício com 
aumento progressivo da velocidade de corrida; 3º) tempo gasto para percorrer 
um conjunto de distâncias.
Testes de velocidade repetida
Os padrões de movimentos nos esportes coletivos são em sua grande 
maioria de natureza intermitente, alternando breves períodos de esforços má-
ximos ou próximos do máximo, seguidos de diferentes períodos e formas de 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
150
recuperação (ex.: futebol, handebol, rugby, basquete, etc) (Glaister et al., 2005; 
Spencer et al., 2005; Bortolotti et al., 2010). Por exemplo, a incapacidade de se 
recuperar após um sprint quando atacando pode levar a um atraso no momen-
to de reassumir uma posição tática defensiva, assim, deixando o time vulnerá-
vel defensivamente (Bangsbo, 2014).
A capacidade de realizar sprints repetidos (RSA) tem sido definida como a 
capacidade de realizar repetidamente sprints de curta duração (Oliver, 2009). 
Este padrão de atividade tem sido observado em diversas modalidades espor-
tivas intermitentes, particularmente as coletivas como o futebol. Na tentativa 
de avaliar correlatos fisiológicos envolvidos na capacidade de realizar sprints 
repetidos, alguns testes têm sido propostos. Os pesquisadores sugerem que 
as informações provenientes destes testes possam melhorar o entendimen-
to acerca da influência de algumas capacidades físicas sobre o desempenho 
em modalidades esportivas com características intermitentes (Spencer et al., 
2005). Alguns destes protocolos foram baseados em dados gerados por meio 
da análise dos padrões de movimento durante partidas através de imagem de 
vídeos (time-motion analysis), na tentativa de melhor representar as ações de 
jogo. Porém, diferentes protocolos têm sido usados para investigar a RSA em 
esportes coletivos, com diferenças no padrão de corrida, podendo variar em 
corridas lineares e corridas com mudanças de direção, com diferente duração 
do esforço, número de repetições e tipo de recuperação (ativa ou passiva).
No futebol, as ações predominantes são aeróbias. Em um estudo recente 
Bradley et al. (2009) mostraram uma razão de 1:3 entre a distância percorrida 
em alta intensidade (> 14,4 km/h) em relação às corridas em baixa e modera-
da intensidade. Entretanto, as ações determinantes em uma partida têm maior 
contribuição do sistema anaeróbio e acontecem repetidamente durante uma 
partida. Dessa forma, a RSA tem sido associada de forma decisiva ao desempe-
nho em diversas modalidades esportivas. 
Nesse sentido, demonstrou-se uma associação positiva entre o desempe-
nho em testes de sprints repetidos (RSA) e as distâncias percorridas em alta 
intensidade (>19,8 km.h-1) e em sprint (>25,2 km.h-1) durante uma partida 
(Rampinini et al., 2007). Da mesma forma, as variáveis de desempenho obtidas 
no RSA também foram sensíveis em discriminar jogadores de diferentes níveis 
competitivos e diferentes posições (Aziz et al., 2008; Impellizzeri et al., 2008).
Dessa forma, a tarefa realizada nos testes de velocidade repetida influencia 
diretamente no desempenho em esforços desta natureza. A duração ou razão 
entre esforço e pausa e o tipo de recuperação (ativa ou passiva) que, dessa for-
ma, modulam o volume e a intensidade, podem gerar diferentes respostas de 
desempenho. Estes fatores, por sua vez, exercem sua influência principalmente 
Variáveis Anaeróbias
151
sobre a capacidade de ressíntese de ATP e creatina fosfato (CP) (Spencer et al., 
2005; Glaister et al., 2005). Além disso, a produção de metabólitos associados 
à acidose metabólica e nível de aptidão aeróbia também parecem influenciar o 
desempenho neste padrão de esforço (Glaister et al., 2005).
Sendo assim, é necessário que os testes atendam as demandas da modalidade 
e que suas condições se reproduzam durante o jogo (Bortolotti et al., 2010). Na 
tentativa de avaliar os correlatos fisiológicos envolvidos na capacidade de realizar 
sprints repetidos, alguns testes têm sido propostos. A Tabela 19 descreve diferentes 
protocolos encontrados na literatura para avaliação desta capacidade em jogado-
res de futebol. De forma geral, tais protocolos diferem desde a distância dos sprints, 
número de repetições, duração do intervalo entre os sprints, caráter da recuperação 
(ativa e passiva) e tipo de corrida (linear e com mudanças de direção).
Tabela 19
Protocolos de testes de RSA para jogadores de futebol 
(adaptado de Bortolotti et al., 2010).
Protocolos Distância dos sprints (m)
Nº de 
repetições
Duração da 
recuperação (s)
Natureza da 
recuperação
Aziz et al. (2000) 40 8 30 Ativa
Aziz et al. (2008) 20 6 20 Ativa
Aziz et al. (2008) 20 8 20 Ativa
Balsom et al. (1992) 15 40 30 Passiva
Balsom et al. (1992) 30 20 30 Passiva
Balsom et al. (1992) 40 15 30 Passiva
Bangsbo (1994) 34,2 7 25 Ativa
Buchheit et al. (2009) 30 (15+15) 6 20 Passiva
Buchheit et al. (2010) 25 6 25 Passiva
Buchheit et al. (2010) 25 (12,5+12,5) 6 25 Passiva
Dawson et al. (1998) 40 6 24 Andando
Glaister (2008) 30 12 35 -
Glaister (2008) 30 12 65 -
Meckel et al. (2009) 40 6 30 Ativa
Mendez-Villanueva et al. (2011) 30 10 30 Ativa
Mujika et al. (2000) 15 6 24 -
Psotta e Bunc (2003) 20 10 20 -
Rampinini et al. (2007) 40 (20+20) 6 20 Passiva
Reilly (2001) 10 e 30 7 25 Ativa
Zacharogiannis et al. (2004) 35 6 10 Passiva
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
152
A avaliação de vários parâmetros fisiológicos e de desempenho durante os 
testes da RSA tem aumentado nos últimos anos. Os pesquisadores sugerem que 
essa informação vai reforçar o entendimento deste componente da aptidão em 
muitos esportes coletivos (Bortolotti et al., 2010). Como observamos na tabela 
19 diferentes protocolos de exercício foram utilizadas para investigar a RSA e 
esses protocolos se diferem em relação ao modo de exercício, duração do sprint, 
número de repetições/sprints, tipo de recuperação, e estado de treinamento dos 
indivíduos que tornam difícil de avaliar e comparar os estudos. Além disso, as 
grandes diferenças entre alguns protocolos de exercício e os padrões de repeti-
dos sprints em atividade de desportos de equipe podem questionar a validade 
e a importância do esporte específico de muitos destes protocolos.
Spencer et al. (2005) fizeram um levantamento dos testes de RSA e verifica-
ram que a duração dos sprints nos testes de RSA na literatura varia de aproxi-
madamente 2,5 a 10 segundos e a maioria dos estudos, no entanto, ter usado 
protocolos de sprints de 5ou 6 segundos. Estes estudos têm justificado o uso 
de sprints de 6 segundos, sugerindo que esta pode representar a duração dos 
sprints repetidos em esportes de equipe em campo. Embora tenha havido pou-
ca pesquisa investigando a natureza da atividade de sprint repetido durante 
a competição nos desportos coletivos os dados de análise de movimento em 
tempo dos esportes como o hóquei em campo, o futebol, e o rugby, sugere-se 
que a duração média dos sprints são geralmente inferiores a 6 segundos.
Agora, tão importante quanto o rigor na aplicação de um teste é a inter-
pretação de seus resultados. Algumas informações têm sido utilizadas como 
indicativo de desempenho em testes de sprints repetidos, tais como: o tempo 
médio dos sprints, tempo total de todos os sprints, tempo do melhor sprint e os 
índices de fadiga/queda de desempenho (Bortolotti et al., 2010).
Fortes correlações são encontradas entre o tempo médio e tempo total 
(Rabelo et al., 2009). No entanto, alguns estudos têm reportado que essas medi-
das podem ser limitadas quando influenciadas pela tentativa dos indivíduos se 
pouparem durante o teste (pacing) e, nesse sentido, a validade dessa informa-
ção ficaria prejudicada (Oliver et al., 2006). 
Outra medida importante seria o tempo do melhor sprint da série. Visto 
que um jogador pode ter um excelente resultado quando analisado pelo tempo 
médio e/ou tempo total, por ser pouco suscetível à fadiga, ao mesmo tempo sua 
capacidade de realizar esforços máximos pode ser insuficiente em relação ao 
grupo. Dessa forma, o melhor sprint representa uma alternativa para avaliação 
da velocidade “pura” do jogador (Bortolotti et al., 2010).
Comumente, os melhores tempos são obtidos no 1º e 2º sprints, e os pio-
res nos dois últimos. A relação entre o melhor e o pior tempo fornece um 
Variáveis Anaeróbias
153
indicativo de queda de desempenho. Muitos estudos têm utilizado índices 
de fadiga como indicativo de queda de desempenho no teste. Dois estudos 
de Glaister et al. (2004; 2008) mostraram que, embora haja diferenças na 
magnitude do índice de fadiga quando comparados diferentes modelos, o 
mesmo constitui uma medida válida para analisar o desempenho em testes 
de sprints repetidos. Entretanto, posterior aos estudos citados anteriormen-
te, Oliver (2009) mostraram que a utilidade dos índices de fadiga é duvidosa 
e que outras medidas como: tempo médio, tempo total, melhor tempo e 
tempos individuais de cada sprint; são suficientes para avaliar a capacidade 
de realizar sprints repetidos.
Em linhas gerais, os testes para avaliação da capacidade de realizar sprints 
repetidos podem fornecer importantes parâmetros de desempenho, o que per-
mite a elaboração de programas de treinamento para melhora da capacidade 
de realizar esforços máximos repetidamente e melhora da capacidade de recu-
peração entre os esforços, podendo assim, refletir diretamente no desempenho 
durante uma partida. 
Testes de rsa com mudança de direção
TESTE DE VELOCIDADE REPETIDA DE BANGSBO
O Teste de Velocidade Repetida de Bangsbo (Bangsbo, 1994) tem como 
objetivo verificar o desempenho de futebolistas durante sprint repetido. 
Basicamente existem três parâmetros neste teste: a) melhor tempo, considerado 
o mais rápido tempo dos sete sprints; b) média do tempo (a média do tempo 
expressa à capacidade do jogador para executar muitos sprints dentro de um 
período curto de tempo durante uma partida) é a média dos tempos de sete 
sprints; c) índice de fadiga (o maior tempo de fadiga sugere uma pior capaci-
dade para recuperar para um sprint) consiste na diferença entre o mais rápido e 
lento tempo. A confiabilidade desse teste foi estabelecida por Wragg, Maxwell 
e Doust (2000). Bangsbo (1994) reportaram que o melhor tempo (RVS), a média 
do tempo (RVMS) e o índice de fadiga (RVIF) em futebolistas dinamarqueses 
foram de 6,73s, 7,10s e 0,64s, respectivamente. Silva Neto (2006), com futebo-
listas profissionais brasileiros encontrou para RVS uma média de 6,76s, valor 
similar ao encontrado por Bangsbo (1994), os valores médios de RVSM (6,97s) 
e RVIF (0,21s) foram menores que os encontrados em futebolistas profissionais 
dinamarqueses. Isso leva a crer que os futebolistas brasileiros apresentaram 
maior capacidade para recuperar rapidamente entre exercícios de alta intensi-
dade que os futebolistas dinamarqueses.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
154
O protocolo constitui em sete sprints máximos de 34,2 m (Bangsbo, 1994). 
Cada sprint deve ser executado com uma mudança de direção como mostrado 
na figura 51. Para aumentar a confiabilidade do teste deve-se utilizar fotocé-
lulas elétricas para medir o desempenho dos jogadores. Depois de cada sprint 
tem um período de recuperação ativa (25 s para cobrir uma distância de 40 m). 
A recuperação deve ser cronometrada a fim de assegurar que os jogadores re-
tornem ao ponto inicial naturalmente entre o 23 e 24 segundos. O jogador deve 
ser informado verbalmente em relação ao tempo da pausa, aos 5, 10, 15, e 20 s 
da sua recuperação.
O índice de fadiga pode ser interpretado através do tempo (em segundos) 
ou calculado (em percentual) através da seguinte formula: IF= Σ 7tempos x - 1 
x 100/MT*7.
Figura 45
Teste de Velocidade Repetida de Bangsbo.
10m __
20m __
30m __
40m __
Cones
Sprint
Trote
Foto-céluas A e B
▲
A
B
5m
5m
▲▲
▲▲
▲▲
▲▲
▲▲
▲
Variáveis Anaeróbias
155
Tabela 20
Alguns estudos que utilizaram o teste de Velocidade Repetida de Bangsbo. 
Estudos País Nível Posição RVS (seg) RVMS (seg) RVIF
Bangsbo (1994) Dinamarca P - 6,73 7,10 0,64s
Wragg et al. (2000) Inglaterra -
Abrantes et al. (2004) Portugal P 1D -
Silva Neto (2006) Brasil P 2D - 6,76 6,97 0,21s
Silva et al. (2009) Brasil S20 Zag. 6,175 6,440 4,3%
Lat. 6,325 6,563 3,8%
Vol. 6,302 6,536 3,4%
Meia 6,283 6,523 3,9%
TESTE DE VELOCIDADE REPETIDA DE BUCHHEIT
O protocolo descrito por Buchheit et al. (2009) que consiste em executar 
seis sprints consecutivos de 30 m em forma de vai-e-volta (15 m na ida e 15 
m na volta) a cada 20s (original), onde cada sprint tem duração aproximada 
de 6 s. No tempo de pausa entre os sprints, o sujeito permanece em recu-
peração passiva. Três segundos anteriormente ao início/reinício do sprint, 
o sujeito é abordado a assumir sua marca e aguardar o sinal para o novo 
sprint. É utilizado de encorajamento verbal vigoroso durante todas as séries, 
sendo orientados a percorrer a distância no menor tempo possível. Cada 
sprint será iniciado com o participante estando com um pé em cima da linha 
demarcatória (5 cm de largura) de uma das extremidades do percurso de 
15 m e o outro pé atrás dessa linha. A finalização do sprint deve ser consi-
derada quando o participante ultrapassar a linha da extremidade com um 
dos pés. As linhas delimitando o percurso de 15 m devem ser feitas com fita 
adesiva e com os participantes realizando a tarefa com calçado esportivo 
específico (chuteira). O início de cada sprint deve ser determinado através 
de sinal sonoro emitido por um equipamento de som localizado no meio 
do percurso. O tempo para percorrer os 30m deve ser registrado através de 
conjunto de fotocélulas com acionamento automático.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
156
Figura 46
Representação esquemática da realização do teste de 
RSA de Buchheit et al. (2009).
A partir deste teste é possível realizar o cálculo do Índice de Fadiga de cada 
uma das sessões através da formula proposta por Fitzsimons et al. (1993):
IF = (tTOTAL / tIDEAL x 100) - 100
Onde,
tTOTAL = somatória dos tempos de todos os sprints executados;
tMELHOR = melhor tempo dentre os seis sprints;
tIDEAL = 6 x tMELHOR.
TESTE DE VELOCIDADE REPETIDA DE RAMPININI
Esse teste consiste em seis sprints de 40m (vai-e-vem de 20 + 20m) separados 
por 20s de recuperação passiva (Rampinini et al., 2007). Este teste foi concebido 
para medir ambos os sprints repetidos e habilidades nas mudanças de direção. A 
confiabilidade (erro típicoexpressa por um coeficiente de variação) para o me-
lhor tempo de sprint, o tempo médio e o decremento por cento tem sido relatada 
a 1,3, 0,8 e 25,0%, respectivamente. Apesar da baixa confiabilidade do decremen-
to por cento, foi incluído na análise estatística porque a variabilidade inter-indi-
vidual foi superior à as demais variáveis. A confiabilidade foi determinada em 
22 jogadores profissionais de um time russo que completaram o teste de RSA 
duas vezes em uma semana. A confiabilidade foi determinada através do erro 
típico da medida (TE) (Ferrari Bravo et al., 2005). Os atletas começam a partir de 
uma linha, correndo para os 20m, tocam uma linha com um pé, e voltam para 
a linha de partida o mais rápido possível. Após 20s de recuperação passiva, o 
jogador de futebol repete o sprint. Antes do teste de RSA, os jogadores devem 
realizar um aquecimento composto por 15min de baixa intensidade correndo e 
caminhando e três sprints sub-máximos para se adaptarem a execução do teste. 
Variáveis Anaeróbias
157
Imediatamente após o aquecimento, cada jogador completa uma tentativa máxi-
ma do teste onde os valores de tempo devem ser registrados preferencialmente 
através de um sistema de fotocélulas, porém, não havendo essa possibilidade de 
equipamento, os registros podem ser feitos por cronômetro.
Através dos registros dos seis sprints realizados nesse teste, é possível veri-
ficar as seguintes variáveis: RSAbest = Melhor tempo (expresso em segundos); 
RSAmean = Tempo médio (média dos seis sprints, expresso em segundos); e o 
RSAdec = Índice de fadiga/Índice de queda de desempenho (expresso em %), 
calculado através da seguinte fórmula: Índice de fadiga ou queda de desempenho 
(RSAdec, %) = ([RSAmean]/[ RSAbest] × 100) – 100.
Figura 47
Teste de Velocidade Repetida de Rampinini.
Tabela 21
Valores para o teste de RSA de Rampinini.
Estudos País Nível Posição RSAbest (seg)
RSAmean 
(seg)
RSAdec 
(%)
Ferrari Bravo et al. (2008) Itália S20 - - 7,37 4,3
Impellizzeri et al. (2008) Itália TP - 6,88 7,12 3,3
P - 6,83 7,20 5,1
AM - 7,08 7,55 6,1
- D 7,01 7,40 5,2
- L 6,83 7,18 4,8
- M 6,90 7,25 4,8
- A 6,91 7,26 4,8
Rampinini et al. (2007) Itália P - 7,00 7,25 3,3
Ferrari Bravo et al. (2005) Rússia P - 6,90 7,20 4,3
S20 – Sub-20; P – Profissional; TP – Nível TOP-Profissional; AM – Amadores; D – Defensores; 
L – Laterais; M – Meio-campistas; A – Atacantes.
▲
10 m 20 m
Sprint
Caminhando
▲
Fotocélula
B
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
158
4.1.2 – Testes de rsa lineares
RUNNING-BASED ANAEROBIC SPRINT TEST – RAST TEST
O teste anaeróbio de corrida de velocidade repetida de distância curta 
(RAST TEST) foi desenvolvido na Universidade de Wolverhampton, no Reino 
Unido para testar o desempenho anaeróbio de atletas. O RAST foi criado para 
substituir o teste Wingate (teste anaeróbio de 30s no ciclo ergômetro). O teste 
proporciona aos treinadores medidas de potência e índice de fadiga. O teste de 
Wingate é mais específico para ciclistas enquanto que o RAST é um teste que 
pode ser usado com atletas de várias modalidades de corridas e principalmente 
nos esportes coletivos que necessitam de uma rápida recuperação entre uma 
ação de alta intensidade e outra. Sendo hoje em dia um dos testes de velocidade 
repetida (RSA) mais utilizados e conhecidos nos clubes de futebol do Brasil.
Com o objetivo de investigar a confiabilidade e a validade do teste de 
sprint repetido (RAST) na avaliação anaeróbia e predição de desempenho 
de curta distância, Zagatto et al. (2009), avaliaram 40 membros das forças 
armadas com o teste de RAST, onde o estudo foi dividido em duas etapas, 
sendo a primeira etapa voltada para a investigação da confiabilidade do 
RAST usando um método de teste e reteste, e a segunda etapa teve como 
objetivo avaliar a validade do RAST comparando os resultados com o teste 
de Wingate e performance na corrida de 35, 50, 100, 200 e 400 m. Sendo as-
sim, como resultado, não foram observadas diferenças significativas entre 
os escores de teste-reteste na primeira fase do estudo (p> 0,05) e foram en-
contradas correlações significativas entre essas variáveis (coeficiente de cor-
relação intraclasse aproximadamente = 0,88). O RAST teve correlação signi-
ficativa com o teste de Wingate (r = 0,46 potência de pico, potência média r = 
0,53; índice de fadiga r = 0,63) e na performance nas corridas de 35, 50, 100, 
200 e 400 m (p <0,05). A vantagem de usar o RAST para medir a potência 
anaeróbia é que ele permite a execução de movimentos mais específico para 
eventos esportivos que usam as ações de corrida como o estilo principal de 
locomoção, e é de fácil aplicação e baixo custo, e devido à sua simplicida-
de pode ser facilmente incorporado nas avaliações de rotina. Zagatto et al. 
(2009) concluiram que este procedimento é confiável e válido, e pode ser 
usado para medir e prever performances de sprints repetidos.
O teste consiste na realização de seis corridas de 35m em velocidade má-
xima com uma pausa passiva de 10s (Zacharogiannis et al., 2004). O jogador 
deve posicionar em uma extremidade da pista de 35m, e iniciar um sprint 
máximo no comando ‘vai’ ou no sinal sonoro do equipamento de fotocélula. 
Variáveis Anaeróbias
159
Deve-se orientar o atleta a executar cada um dos sprints em máxima inten-
sidade e que ele ultrapasse a linha de chegada sem reduzir a velocidade. 
Após 10 segundos, o próximo sprint começa a partir da extremidade oposta 
na pista de 35 metros. Repita este procedimento até seis sprints para con-
cluir o teste. É necessário pesar o atleta antes do início do teste, pois o peso 
corporal é utilizado para verificação da potência gerada pelo atleta no teste. 
É um teste simples e de aplicação fácil. Pode-se utilizar fotocélulas para 
uma verificação mais precisa dos tempos gastos em cada sprint. Porém, não 
havendo a possibilidade de utilizar fotocélulas, o avaliador pode fazer uso 
de cronômetros digitais.
Figura 48
RAST TEST.
A partir da velocidade de corrida em cada sprint são calculadas as 
potências de cada corrida e em seguida a potência máxima (POTMAX), média 
(POTMED), mínima (POTMIN) e o índice percentual de fadiga (IF%). Os valo-
res de potência podem ser expressos em watts ou de forma relativa ao peso 
corporal (w/kg). A potência máxima é determinada através do melhor tem-
po nos sprints, a potência média é o somatório dos valores dos seis sprints 
divididos por seis e o índice de fadiga é a diminuição da potência máxima 
em watts (w) pela potência mínima em watts (w) divididos pela somatória 
de tempo (s) das seis corridas. Para calcular a potência relativa ao peso cor-
poral deve-se utilizar a seguinte equação:
Potência = (Massa Corporal x Distância2) / Tempo3
Na qual são utilizados: massa corporal em quilogramas (kg), distância em 
metros (m), tempo em segundos (s) e a potência calculada em watts (w).
35 metros
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
160
Recentemente Rabelo et al. (2009) propuseram que a partir dos dados en-
contrados no RAST, é possível verificar as seguintes informações:
Tempo Médio (TMED RSA) = soma dos seis valores de tempo ÷ 6 (s);
Tempo Mínimo (TMIN RSA) = menor valor entre os seis sprints (s);
Tempo Total (∑T RSA) = soma dos seis valores de tempo (s);
Índice de Fadiga (IF) = Potência Máxima - Potência Mínima ÷ Tempo Total (%);
Queda no RSA (QUEDA RSA %) = (Tempo médio ÷ tempo mínimo x 100) – 100.
Nesse mesmo estudo foi verificado que os jogadores juniores apresenta-
ram TMED RSA= 4,89s; TMED RSA= 5,31s; ∑T RSA= 31,84s; IF (%)= 8,78%; 
e QUEDA RSA (%)= 8,52%.
Tabela 22
Valores encontrados para o RAST TEST.
Estudos País Nível Posição POTmín POTméd POTmáx IF (%)
Alves et al. (2010) Brasil S20 - 6,8w/kg 8,8w/kg 11,6w/kg 40,4
P - 6,9w/kg 8,5w/kg 10,5w/kg 33,3
Cancian et al. (2010) Brasil P Z - 701,2w - 13,92
L - 597,9w - 8,5
M - 602,1w - 7,96
A - 810,2w - 11,86
Santos et al. (2009) Brasil P - 7,03w/kg 7,95w/kg 8,94w/kg 21,25
Ribeiro et al.(2007) Brasil S20 - - 9,63w/kg 12,34w/kg 41,80
Spigolon et al. (2007) Brasil S15 - 5,67w/kg 6,97w/kg 8,58w/kg 33,47w/kg
S17 - 6,14w/kg 7,82w/kg 9,79w/kg 37,19
S20 - 7,03w/kg 8,74w/kg 10,82w/kg 34,90
P - 7,55w/kg 9,29w/kg 11,32w/kg 32,45
Pellegrinotti et al. (2008) Brasil S17 - - 7,64w/kg 9,54w/kg 34,44
S20 - - 9,32w/kg 11,06w/kg 31,46
P - - 10,39w/kg 12,15w/kg 27,05
S15 – Sub-15; S17 – Sub17; S20 – Sub-20; P – Profissional; D – Defensores; L – Laterais; 
M – Meio-campistas; A – Atacantes.
Variáveis Anaeróbias
161
TESTE DE VELOCIDADE REPETIDA DE REILLY
Reilly (2001), para criar esse Teste de RSA levou em consideração que os jo-
gos de campo incorporam padrões acíclico de circulação e a intensidade do exer-
cício variam de maneira relativamente imprevisível. No futebol, por exemplo, 
há ocorrência para uma corrida a toda velocidade a cada 90s, em média, e uma 
corrida em esforço, pelo menos, a cada 30s. O período entre esses episódios tam-
bém são variados e podem ser em alguns casos, demasiado curto para permitir 
uma recuperação total antes de ter de realizar sprint novamente. O tempo de 
corridas também são importantes tendo em conta o contexto em que a atividade 
tem lugar. Os requisitos de adequação, portanto, são para movimentos rápidos, 
velocidade, recuperação rápida, e uma capacidade para sustentar a atividade.
O Teste de Velocidade Repetida de Reilly avalia a capacidade de se repro-
duzir corridas de alta intensidade que pode ser analisada por meio de obrigar o 
atleta a reproduzir uma corrida a toda velocidade depois de um curto período 
de recuperação. Como observa-se na figura 47, uma distância de 30m é demar-
cada. São pocisionadas 3 pares de fotocélulas (um no início, outro depois de 
10m, e na linha dos 30m). Há então uma zona de desaceleração de 10 m para 
o atleta não desacelerar antes passar os 30m e assim, trotando (recuperação 
ativa), voltar à linha de partida. O período de recuperação de 25 segundos é o 
protocolado. Quando o intervalo é reduzido para 15s, a realização do teste está 
significativamente relacionada com o sistema de transporte de oxigênio. Uma 
ilustração de desempenho por dois jogadores é dada na Tabela 23.
Tabela 23
Desempenho de dois jogadores no Teste de Velocidade Repetida de Reilly 
com 15 s de recuperação entre os sprints (adaptado de Reilly, 2001).
Sprints
10m (s) 30m (s)
Jogador 1 Jogador 2 Jogador 1 Jogador 2
1 1,49 1,70 4,05 4,24
2 1,51 1,72 4,07 4,31
3 1,60 1,80 4,10 4,40
4 1,61 1,84 4,18 4,46
5 1,68 1,90 4,28 4,60
6 1,89 1,96 4,46 4,66
7 1,83 2,02 4,55 4,83
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
162
Neste teste são realizados sete sprints para a determinação da aceleração 
máxima (melhor tempo de 10m) e velocidade (melhor tempo de 30m). Um ín-
dice de fadiga pode ser calculado tanto para a aceleração de 10m e velocidade 
de 30m, com base na queda do desempenho ao longo dos sete sprints. O tempo 
médio de sete tiros é um indicativo da capacidade de executar vários sprints 
curtos dentro de um curto período de tempo durante um jogo. Geralmente, os 
melhores desempenhos nos testes são o primeiro ou o segundo sprint realizado, 
os mais lentos durante o sexto ou sétimo sprint.
Figura 49
Teste de RSA de Reilly.
TESTE DE VELOCIDADE REPETIDA DE AZIZ
Este teste foi criado adequando a distância típica dos sprints que os jogado-
res de futebol são geralmente submetidos durante os jogos. O jogador deve se 
posicionar em pé, numa distância de 0,4m atrás da linha de partida, e este deve 
realizar 6 ou 8 sprints de 20m, com 20s de recuperação ativa entre os sprints 
(Aziz et al., 2008). A recuperação ativa se dá pelo fato de que, em estudo de 
análise de movimento-tempo, Spencer et al. (2004) constataram que 95% da re-
cuperação entre os sprints repetidos dentro de um jogo era realizado de forma 
ativa, consistindo principalmente de jogging (trotes).
Para a realização deste teste, os jogadores devem ser instruídos a realizar 
todos os sprints através das fotocélulas que marcam o tempo da corrida e só 
devem desacelerar depois de ter sido ultrapassada a linha de chegada. Os jo-
gadores devem realizar a recuperação ativa, iniciando um trote por 10m, após 
a linha de chegada e retornar por trás das fotocélulas, até chegar ao cone de 
ponto de chegada. Durante o período de recuperação, o avaliador deve dar um 
feedback verbal contínuo em relação ao tempo que foi concedido para assegurar 
que o jogador ajuste o seu ritmo de recuperação e não ultrapasse os 20s.
10 m 10 m20 m
Sprint
Recuperação
Fotocélulas
Cones
BInício Final
Variáveis Anaeróbias
163
Os seguintes índices de desempenho devem ser observados: i) o mais rá-
pido tempo de sprint (FS), é o menor tempo do atleta em sprint de 20 metros, 
e ii) tempo total de sprint (TS), é a soma do tempo necessário para todos os 
seis ou oito sprints. O tempo FS mede apenas um esforço único de sprint má-
ximo. Considerando que o desafio para os atletas de esportes de equipe é que 
ele seja capaz de reproduzir esse esforço máximo repetidamente ao longo da 
partida. O tempo de TS é uma medida direta da habilidade de um jogador 
para manter a velocidade durante todo o teste e é uma medida estável de 
desempenho. No estudo de Aziz et al. (2008), o tempo de TS foi tomado como 
a principal medida de desempenho de RSA do jogador. A confiabilidade do 
tempo de TS foram: coeficiente de correlação intraclasse 0,98 (95% CI 0,96-
0,99) e erro típico é de 0,42s (95% CI 0,32-0,62 s).
Figura 50
Teste de RSA de Aziz.
Aziz et al. (2008), encontraram valores médios de FS, no protocolo de 8 
sprints, em goleiros profissionais de Singapura de 3,12 ± 0,09s e TS de 26,00 
± 0,91s, já em jogadores de linha do mesmo país, os valores médios foram 
de 3,07 ± 0,11s e 25,39 ± 0,90s para FS e TS, respectivamente. Nesses dados 
foi possível verificar que os valores médios de TS dos goleiros são significa-
tivamente diferentes (p<0,05) dos jogadores de linha. No mesmo estudo ve-
rificaram o desempenho dos jogadores de linha divididos em suas posições 
táticas e foi possível verificar que o desempenho dos atacantes, tanto no 
FS (3,01 ± 0,10s) quanto no TS (24,89 ± 0,87s) foi significativamente melhor 
(p<0,05) do que dos defensores (FS = 3,08 ± 0,11s e TS = 25,47 ± 0,91s) e dos 
meio-campistas (FS = 3,09 ± 0,11s e TS = 25,55 ± 0,83s). Aziz et al. (2008), ain-
da aplicaram o teste com protocolo de 6 sprints em jovens (sub-16 e sub-18), 
em jovens profissionais (sub-23) e em universitários, e encontraram valores 
médios de FS = 3,03 ± 0,09s e TS = 18,48 ± 0,53s para os jovens das categorias 
10 m20 m
Sprint
Recuperação
Fotocélulas
Cones
AInício Final
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
164
sub-16 e sub-18, em jovens profissionais sub-23 de FS = 3,03 ± 0,06s e TS = 
18,45 ± 0,50s e em universitários os valores médios foram de 3,04 ± 0,08s e 
18,88 ± 0,56s para FS e TS, respectivamente.
Testes de aumento progressivo de velocidade
O futebol é uma modalidade esportiva com características intermiten-
tes, estruturado por movimentos cíclicos e acíclicos, com predominância 
do metabolismo aeróbio e, em suas ações decisivas, pelo anaeróbio. A 
Resistência Específica do Futebol pode ser responsável por uma diminui-
ção na queda de desempenho que ocorre nas ações de alta intensidade ob-
servadas entre o 1º e o 2º. Como já citado anteriormente, estudos de Van 
Gool, Van Gerven e Boutmans (1988), demonstraram que os jogadores de 
futebol percorrem em média uma distância de 407±103 m em alta intensi-
dade no primeiro tempo da partida e 364±143 m no segundo tempo. Com 
futebolistas profissionais brasileiros da 1ª divisão, Barros et al. (2007) ve-
rificaram que a distância percorrida acima de 23km/h (sprint) no primeiro 
tempo foi de 231m, sendo superior à do segundo tempo (206m). O mesmo 
aconteceu nas corridas e alta intensidade (19 a 23km/h), onde a distância 
média do primeiro tempo foi de 375m e do segundo tempo foi de 316m. 
Vigne et al. (2010), comfutebolistas italianos profissionais da elite nacio-
nal, verificaram que no primeiro tempo, eles percorreram em alta intensi-
dade uma média de 582m e no segundo tempo 463m.
E os Testes de Aumento Progressivo de Velocidade objetivam avaliar 
a resistência específica do futebol, pois analisam justamente a capacidade 
dos jogadores em se recuperarem rapidamente entre as ações de alta in-
tensidade e executarem o máximo de corridas intensas. Já apresentamos 
no capítulo 3 (Variáveis Aeróbias), na parte de testes de campo da potência 
aeróbia alguns protocolos que avaliam a resistência específica dos jogadores 
de futebol. Naquele capítulo, o objetivo era apresentar os testes físicos que 
verificam o VO2máx dos futebolistas e aqui, neste capítulo, o desempenho é 
verificado através da distância (em metros) percorrida nos testes de vai-e-
-vem, como os já citados protocolos de Yo-yo Intermittent Recovery Test e 
Teste TCAR (ver protocolos destes testes no Capítulo 3), e nos protocolos 
do Yo-yo Intermittent Endurance Test, e do High-intensity Intermittent 
Sprint, que apresentaremos agora.
Variáveis Anaeróbias
165
YO-YO INTERMITTENT ENDURANCE TEST
O Yo-Yo Intermittent Endurance Test avalia a capacidade de trabalhar 
várias vezes, por um período de tempo. O teste consiste em correr interca-
lados com períodos de fases regulares e curtos de recuperação. Para testar 
deve ter dois demarcadores numa distância de 20 metros um do outro, en-
quanto um terceiro marcador é colocado a 2,5 metros para trás da linha de 
partida e ligeiramente para o lado. No beep (sinal sonôro) inicial o jogador 
começa a correr em direção a linha demarcada de 20 metros que deve coin-
cidir com a chegado do jogador no exato momento em que ocorrer o segun-
do beep, neste momento, o atleta faz uma mudança de sentido de corrida 
para voltar ao ponto de partida que também deve coincidir com o terceiro 
sinal sonôro. Quando atinge o ponto de partida, o jogador continua o teste 
com um ritmo mais lento e tem 5 segundos para percorrer os 2,5m da área 
de recuperação e se posicionar novamente entre os cones do ponto de par-
tida onde vai aguardar o sinal sonôro e retomar as corridas de vai-e-vem, 
que é o que marca o início da próxima fase. A seqüência é repetida até que 
o atleta não seja capaz de manter a velocidade (que é cada vez maior), por 
duas vezes, não necessariamente consecutivas. A primeira vez que o atleta 
não atingir o delimitador em coincidência com o sinal sonôro, é dado um 
aviso e na segunda vez, o teste deve ser finalizado. 
O objetivo do teste é executar o máximo de vezes possíveis as corridas 
de vai-e-vem. A duração total do teste varia de 5 a 30 minutos. Ao terminar 
o teste deve-se registrar como desempenho do jogador a última etapa válida 
(concluida), o número de frações de 2 x 20 metros corrida na última etapa, os 
metros percorridos e a velocidade final. Aconselha-se iniciar com o teste de 
nível 1 e se um atleta for capaz de correr mais rápido que o estágio 11 do nível 
1, ele deve realizar o teste de nível 2 na próxima ocasião. Porém, os jogadores 
de alto rendimento devem iniciar já com o nível 2.
Vários atletas podem ser testados ao mesmo tempo, onde os cursos (raias) 
de teste são colocadas paralelas entre si, a cerca de 2 metros de distância uma 
da outra. Deve haver uma raia demarcada para cada jogador testado.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
166
Figura 51
Ficha de anotação do Yoyo Intermittent Endurance Test nível 1
Nível de 
Velocidade Intervalos
1
1 2
40 80
3
1 2
120 160
5
1 2
200 240
6
1 2 3 4 5 6 7 8
280 320 360 400 440 480 520 560
6.5
1 2 3 4 5 6 7 8
600 640 680 720 760 800 840 880
7
1 2 3 4 5 6 7 8
920 960 1000 1040 1080 1120 1160 1200
7.5
1 2 3
1240 1280 1320
8
1 2 3
1360 1400 1440
8.5
1 2 3 4 5 6
1480 1520 1560 1600 1640 1680
9
1 2 3 4 5 6
1720 1760 1800 1840 1880 1920
9.5
1 2 3 4 5 6
1960 2000 2040 2080 2120 2160
10
1 2 3 4 5 6
2200 2240 2280 2320 2360 2400
10.5
1 2 3 4 5 6
2440 2480 2520 2560 2600 2640
11
1 2 3 4 5 6
2680 2720 2760 2800 2840 2880
11.5
1 2 3 4 5 6
2920 2960 3000 3040 3080 3120
12
1 2 3 4 5 6
3160 3200 3240 3280 3320 3360
12.5
1 2 3 4 5 6
3400 3440 3480 3520 3560 3600
13
1 2 3 4 5 6
3640 3680 3720 3760 3800 3840
13.5
1 2 3 4 5 6
3880 3920 3960 4000 4040 4080
14
1 2 3 4 5 6
4120 4160 4200 4240 4280 4320
Fonte : (Bangsbo, 1996).
Variáveis Anaeróbias
167
Figura 52
Ficha de anotação do Yoyo Intermittent Endurance Test nível 2
Nível de 
Velocidade Intervalos
8
1 2
40 80
10
1 2
120 160
12
1 2
200 240
13
1 2 3 4 5 6 7 8
280 320 360 400 440 480 520 560
13.5
1 2 3 4 5 6 7 8
600 640 680 720 760 800 840 880
14
1 2 3 4 5 6 7 8
920 960 1000 1040 1080 1120 1160 1200
14.5
1 2 3
1240 1280 1320
15
1 2 3
1360 1400 1440
15.5
1 2 3 4 5 6
1480 1520 1560 1600 1640 1680
16
1 2 3 4 5 6
1720 1760 1800 1840 1880 1920
16.5
1 2 3 4 5 6
1960 2000 2040 2080 2120 2160
17
1 2 3 4 5 6
2200 2240 2280 2320 2360 2400
17.5
1 2 3 4 5 6
2440 2480 2520 2560 2600 2640
18
1 2 3 4 5 6
2680 2720 2760 2800 2840 2880
18.5
1 2 3 4 5 6
2920 2960 3000 3040 3080 3120
19
1 2 3 4 5 6
3160 3200 3240 3280 3320 3360
19.5
1 2 3 4 5 6
3400 3440 3480 3520 3560 3600
20
1 2 3 4 5 6
3640 3680 3720 3760 3800 3840
20.5
1 2 3 4 5 6
3880 3920 3960 4000 4040 4080
21
1 2 3 4 5 6
4120 4160 4200 4240 4280 4320
Fonte: (Bangsbo, 1996).
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
168
Figura 53
Desenho explicativo da realização do teste.
HIGH-INTENSITY INTERMITTENT SPRINT
Como já foi discutido em outra parte deste livro, a capacidade de recuperar e 
produzir exercício de alta intensidade durante um período prolongado de tempo 
é importante para o desempenho físico bem-sucedido em uma partida de fute-
bol (Bangsbo, 1994; Bangsbo; laia ; Krustrup, 2007; Santi Maria ; Campeiz, 2013). 
O projeto de protocolos de avaliação adequada para examinar essa capacidade 
em jogadores devem ser uma prioridade para os técnicos e cientistas esportivos. 
Recentemente, uma pesquisa foi realizada em um protocolo que analisa a capa-
cidade de recuperação e de se reproduzir séries de exercícios de alta intensida-
de (Svensson; Drust, 2005). Segundo esses autores, pretende-se que o protocolo 
intermitente de corridas de alta intensidade pode ser usado por preparadores 
físicos e cientistas do esporte na avaliação da capacidade de sprint repetido. Este 
teste é distinto do teste de velocidade repetida (Bangsbo, 1994 apud Mujika et 
al., 2000 apud Rampinini et al., 2007), pois o tempo para cada tiro é controlado, 
e a distância de cada sprint do teste é variado e o total é maior. Essas alterações 
no protocolo são importantes, como a distância de sprint e a duração do período 
de recuperação entre os sprints (Balsom et al., 1992) são fatores importantes na 
determinação das respostas fisiológicas ao exercício intermitente. Balsom et al. 
(1992) observaram maiores concentrações de lactato quando a distância de sprint 
foi mais longo combinada com o menor tempo de recuperação, onde os protoco-
los consistiram de 40 x 15 m, 20 x 30 m ou 15 x 40 m de sprints com um período 
de recuperação de 30 segundos entre os sprints, ou 15 x 40 m de sprints com 30, 60 
2,5 metri 20 metri
2 m
etri
5 secondi
3o Beep
1o Beep
2o Beep
Variáveis Anaeróbias
169
ou 120s de período de recuperação. O consumo de oxigênio também foi elevado 
quando os períodos de recuperação de 30 s foram comparados com os períodos 
de recuperação de 60 e 120 s em um protocolo de 15 x 40 m. Ambas as distâncias 
de sprint e períodos de recuperação são muito variáveis nos jogos de futebol. 
As alterações nas respostas fisiológicas às mudanças nestes parâmetros podem 
exigir testes específicos a serem desenvolvidos que alternam o comprimento 
dos sprints e os períodos de recuperação. Tais testes podem proporcionar maior 
validade e, portanto, dar uma indicação mais precisa da capacidade de realizar 
esforços repetidos de alta intensidade doque os testes que usam o conjunto de 
distâncias e períodos de recuperação idênticas (Svensson ; Drust, 2005).
Pesquisas sobre o protocolo intermitente de corridas de alta intensidade 
tem se concentrado sobre as respostas fisiológicas e metabólicas para a rea-
lização de curta duração (2 x 13 m) e longa (30 m) corrida, com períodos de 
recuperação diferentes. As distâncias mais curtas para os sprints (ver figura 54) 
foram escolhidas porque os participantes eram jogadores amadores. Distâncias 
maiores podem ser mais apropriadas para os jogadores mais experientes ou de 
elite. Um conjunto de exercícios consiste em quatro curtos e quatro sprints lon-
gos. A corrida em sprint é ditada por uma série de sinais de áudio pré-gravados 
onde os ‘’beeps’’ são necessários para o jogador manter o ritmo. Entre os con-
juntos de exercícios, um período de descanso de 90 s é realizado. Durante estes 
tempos de recuperção, pode-se optar pela coleta de uma amostra de sangue 
para a avaliação da concentração de lactato sanguíneo (Svensson ; Drust, 2005).
 Figura 54
Desenho do Teste igh ntensit ntermi ent print.
O desempenho neste teste é indicado pela distância total percorrida em to-
das as corridas concluídas. Svensson e Drust (2005) apresentaram valores mé-
dios de distância percorrida neste teste de 1111+426m, 1596+674m e 1860+677m, 
15 m 15 m
start long start short
▲ ▲
B1 A1
▲ ▲
A2
▲
turn
▲ ▲ ▲
A 3 B 2
▲ ▲
35 m
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
170
em diferentes momentos de treinameto. Neste estudo ainda é possível verificar 
a alta média do lactato sanguíneo (15,0±3,9, 14,9±3,3 e 15,9±3,7 mmol/l, respec-
tivamente) para os três momentos da realização do teste, o que indica que o sis-
tema energético anaeróbio teve elevada carga de exigência durante o teste. As 
respostas cardíacas durante os testes também observadas demonstraram altos 
níveis de estresse sobre o sistema energético aeróbio (179 bpm ou 93±4% da fre-
qüência cardíaca máxima; 181 bpm ou 94±3% da freqüência cardíaca máxima, 
180 bpm ou 94±4% da freqüência cardíaca máxima, respectivamente).
 Os resultados iniciais deste protocolo intermitente de sprint indicam que o 
teste produz respostas fisiológicas que estão associadas com o exercício de alta 
intensidade. A consistência dos dados fisiológicos durante os três ensaios sugere 
que a alta intensidade do protocolo intermitente de sprint pode ser utilizada para 
controlar alterações importantes no condicionamento físico ao longo do tempo. 
O protocolo deve, no entanto, ser validado em termos de exercício de alta inten-
sidade realizado durante o jogo de futebol e outras formas de avaliação.
 Este teste pode ser útil na determinação da capacidade de realizar e se 
recuperar de exercícios de alta intensidade em atletas de futebol. Resultados 
das respostas da freqüência cardíaca e medidas de lactato sanguíneo neste teste 
indicaram que o teste produz respostas fisiológicas associadas com exercícios 
de alta intensidade intermitente. Assim, parece que tanto o sistema aeróbio 
quanto o anaeróbio são altamente utilizados durante o teste.
Tabela 24
Desempenho (em metros) de futebolistas em Testes de 
Aumento Progressivo da Velocidade
Estudo País Nível Idade(anos) Teste
Distância 
Percorrida (m)
Bangsbo (1996) Dinamarca P - YoyoIR2 1240
Bangsbo (1996) Dinamarca P - YoyoIE2 2228
Silva Neto (2006) Brasil P 1D 18-35 YoyoIR2 630
Lollo et al. (2007) Brasil S17 16,4 YoyoIR2 467
Jensen et al. (2007) Dinamarca P - YoyoIR2 980
Iaia et al. (2007) Itália P - YoyoIR2 1060
Grantham et al. (2007) Japão P 21-29 YoyoIR2 1068
Krustrup et al. (2003) Dinamarca P - YoyoIR1 1760
Krustrup et al. (2006) Dinamarca P - YoyoIR2 873
McHughes et al. (2003) P - YoyoIR2 911
Svensson et al. (2007) Inglaterra P - YoyoIR1 2292
Castagna e Belardinelli (2002) S17 - YoyoIE1 2914
P – Profissional; 1D – 1ª Divisão Nacional; S17 – Sub-17.
Variáveis Anaeróbias
171
Testes de tempo para determinadas distâncias
Nos esportes coletivos com bola, como futebol, rúgbi, basquetebol e hande-
bol, a maioria das ações durante a partida são de alta intensidade e curta du-
ração, evidenciando que o metabolismo anaeróbio tem um papel determinante 
para o bom desempenho dos atletas dessas modalidades. Quando as ações de 
alta ou média intensidade são sucessivas e com pouco tempo de pausa, o sistema 
anaeróbio lático (glicolítico) predomina sobre o sistema anaeróbio alático para 
ressintetizar a adenosina trifosfato (ATP), já que os estoques de creatina-fosfato 
(CP) se esgotam rapidamente. O desempenho do atleta de futebol, por exemplo, 
está relacionado não só com a técnica e tática da sua modalidade esportiva, mas 
também com a sua capacidade de tolerar elevadas taxas de reposição de ATP 
num determinado período de tempo, por isso é importante uma quantificação 
objetiva do desempenho anaeróbio (Bangsbo; Mohr ; Krustrup, 2006).
O teste de Wingate com 30 s é um método bastante utilizado para avaliar o 
desempenho anaeróbio (Bar-Or, 1987). A validade do Wingate está baseada na 
correlação do pico de potência (potência anaeróbia) e da potência média (capa-
cidade anaeróbia) com diversos índices de desempenho anaeróbio. A natureza 
anaeróbia do Wingate foi demonstrada com a diminuição das concentrações 
de substratos energéticos (ATP, CP e glicogênio) concomitante ao aumento do 
lactato muscular após a realização do teste. A diminuição dos estoques de CP 
e o aumento do lactato associado à diminuição do glicogênio indicam a parti-
cipação dos sistemas anaeróbios alático e glicolítico de produção de energia, 
respectivamente. Além disso, e observado que o déficit de oxigênio acumulado 
máximo (DO2ACUM) (Medbo et al., 1988), no qual há certo consenso que esse 
teste é uma medida fisiológica apropriada para determinar a capacidade de 
trabalho anaeróbio de forma não invasiva, correlaciona-se significativamente 
com o Wingate. Entretanto, ambos os testes, Wingate e DO2ACUM, têm suas apli-
cabilidades práticas reduzidas por causa da necessidade de equipamentos es-
pecificos, de examinadores qualificados e muitas vezes, as formas de execução 
dos testes estão longe das condições específicas na qual a modalidade esportiva 
é praticada, por exemplo, corrida na grama. Com isso, há necessidade de testes 
de campo que estimem objetivamente o desempenho anaeróbio.
E como vimos no início deste capítulo, Balsom (1994) comentou que existem 
três tipos de testes de campo para resistência específica do futebol que podem ser 
utilizados para analisar a resistência específica do futebol. Já verificamos ante-
riormente os princípios de desempenho durante sprint repetido; de tempo de fa-
diga durante um protocolo de exercício com aumento progressivo da velocidade 
de corrida; e agora iremos apresentar os testes que analisam a resitência específi-
ca do futebol através do tempo gasto para percorrer um conjunto de distâncias.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
172
TESTE DE VAI-E-VEM DE 300m
Nesse sentido, Moore e Murphy (2003) propuseram que o teste máximo de 
corrida de vai-e-vem de 300m (Vai-e-Vem300m), realizado em quadra esporti-
va, poderia ser utilizado para avaliaçãoo da capacidade anaeróbia em jogado-
res de rúgbi. Os resultados mostraram que os atletas com maior DO2ACUM foram 
aqueles que tiveram melhor desempenho no Vai-e-Vem300m indicando a va-
lidade desse teste como um estimador da capacidade anaeróbia. Porém, as es-
timativas do DO2ACUM dependem do estado de treinamento dos participantes e 
do método utilizado para sua determinação. Por isso, ao buscar a validação de 
um teste de campo é necessário correlacioná-lo com outro teste laboratorial que 
estime capacidade anaeróbia além do DO2ACUM. Considerando que o Wingate 
apresenta correlação com o DO2ACUM, Almeida et al. (2009) realizaram um estu-
do com o objetivo de verificar se o teste Vai-e-Vem300m poderia ser utilizado 
para predizer a capacidade anaeróbia e resitência específica, correlacionando-o 
com a potênciamédia do teste de Wingate em jogadores de futebol profissional. 
Neste estudo foi possível verificar que o Teste de Vai-e-Vem de 300m também 
se correlacione com a potência média obtida através do Wingate. Sendo assim, 
pôde-se confirmar o Vai-e-Vem300m como um teste de campo que viabiliza a 
determinação da capacidade anaeróbia e da reistência específica do futebol, e 
esse teste de campo pode ter aplicabilidade também para jogadores de futebol, 
pois até então havia sido realizado apenas com jogadores de rúgbi.
Almeida et al. (2009) verificaram que no Wingate, o pico de potência re-
lativo foi 12,3 ± 2,73 W.kg-1, a potência média relativa foi 9,1 ± 0,61 W.kg-1 e o 
índice de fadiga foi 50,5 ± 10,3 %. No Vai-e-Vem300m, a média da duração do 
teste foi de 68,9 ± 1,9 s, já a velocidade média de 20m (V20m) foi de 7,2 ± 0,3 
m/s, onde constataram que houve apenas correlação significativa da potência 
média relativa com a duração do Vai-e-Vem300m (r = - 0,75; p < 0,05) e com a 
V20m (r = 0,72; p < 0,05). Além disso, verificaram também, que a concentração 
de lactato sanguíneo (LAC) aumentou significativamente (p<0,05) quando 
comparados com os valores de antes (2,1 ± 1,0 mM) e após (14,3 ± 2,4 mM) o 
Vai-e-Vem300m. Logo, pode-se afirmar que o teste de Vai-e-Vem300m pode 
ser utilizado para predizer a capacidade anaeróbia em jogadores de Futebol, 
tendo maior aplicabilidade que o teste de Wingate devido à necessidade de 
desempenhar ações motoras específicas da modalidade, não requerer utiliza-
ção de equipamentos sofisticados e pode ser realizado no próprio campo de 
jogo. Logo, o teste corresponde a um dos princípios (tempo gasto para per-
correr um conjunto de distâncias) sobre a avaliação da resistência específica 
do futebol, comentada por Balsom (1994).
Variáveis Anaeróbias
173
Na preparação para o teste, cada jogador deve ser submetido a aqueci-
mento constituído de cinco minutos de corrida contínua em intensidade bai-
xa, cinco minutos de exercícios de alongamento e flexibilidade geral, 80 m de 
corrida de vai-e-vem (4 x 20 m) entre 60 e 80% da velocidade máxima perce-
bida pelo atleta, seguido de cinco minutos de pausa passiva imediatamente 
antes do início do teste de Vai-e-Vem de 300m, proposto por Moore e Murphy 
(2003). Em seguida, os participantes realizam corridas de 20m, em forma de 
vai-e-vem até totalizar a distância de 300m (15 x 20 m). Os participantes de-
vem receber a orientação para percorrer os 300m, no menor tempo possível, 
e transpor as linhas demarcatórias dos 20 m, com pelo menos um dos pés, a 
cada ida e volta (ver figura 55).
Figura 55
Desenho descritivo do teste de vai-e-vem de 300m.
A duração total do teste deve ser registrada através de cronômetro digital 
com acionamento manual ou fotocélulas, e com esses dados também pode ser 
determinada a velocidade média (V20m). O percurso de 20m deve ser alocado 
em um campo de futebol, utilizado pelos treinamentos da equipe, sendo que 
todos os jogadores devem estar calçando chuteiras.
A vantagem de determinar a capacidade anaeróbia e resistência específica 
no Vai-e-Vem300m está na viabilidade de sua utilização no cotidiano do treina-
mento, já que é um método relativamente simples e barato quando comparado 
A: Corrida de ida (20m)
20 metros
B: Corrida de volta (20m)
 20 metros
▲
▲
▲
▲
A
B
1
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
174
ao Wingate. Além disso, a tarefa motora ao qual o avaliado é submetido se 
assemelha aos esforços realizados durante uma partida de futebol e outros es-
portes coletivos, pois envolve aceleração, desaceleração e mudança rápida de 
direção. Ainda, a possibilidade de realizar o teste no próprio terreno de compe-
tição (gramado), com calçado próprio para tal (chuteira), aproxima o teste da 
realidade do jogador.
175
Análise do desempenho 
físico de jogo
Capítulo 5
Time motion analysis
Segundo Reilly (2005), as exigências do jogo e o desempenho dos jogado-
res podem ser avaliados através da monitorização do ritmo de trabalho dos 
jogadores durante as partidas e as respostas fisiológicas concomitantes. Esses 
índices sugerem, cada vez mais, um tempo maior no futebol profissional con-
temporâneo comparado com décadas anteriores e a simulação da intensidade 
de exercício, correspondente ao jogo de futebol, também permite aos cientistas 
estudarem os aspectos distintos do mesmo sob condições de laboratório ou 
treinamento.
Svensson e Drust (2005) definem que, para lidar com as exigências fisiológi-
cas do futebol, os jogadores devem ser competentes em diversos componentes 
da aptidão. O uso de testes de aptidão em laboratório e no campo auxiliam na 
análise de recursos para o desempenho em todos os níveis. Os testes de campo 
fornecem resultados que são específicos para a modalidade e, portanto, mais 
válidos do que os testes de laboratório. Embora os dados de laboratório e de 
campo sirvam como uma boa indicação, os resultados dos testes individuais 
não podem ser usados para prever o desempenho durante um jogo devido à 
natureza complexa do desempenho na competição.
Os recursos tecnológicos atualmente disponíveis no mercado para a análise 
do jogo de futebol, permitem a visualização e a quantificação do movimento 
de todos os jogadores e contribuem para melhor objetivar o seu rendimento. 
Os sistemas de análise do jogo incluem, também, ferramentas que permitem 
avaliar o comportamento global das equipes em confronto. Todas as interações 
entre os jogadores podem ser visualizadas e quantificadas. A organização táti-
ca coletiva, defensiva e ofensiva, a evolução de uma jogada, as ações de bolas 
paradas, são alguns exemplos.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
176
Em relação aos sistemas atuais de análise do jogo, eles permitem a ob-
tenção de um grande número de dados do desempenho dos jogadores de 
futebol, incluindo as suas posições e trajetórias, velocidades e acelerações. 
Os sistemas de análise do movimento e da competição, alguns desenvolvi-
dos exclusivamente para o futebol, foram concebidos para analisar não só o 
desempenho individual do jogador, como também, as interações entre joga-
dores durante a competição (o comportamento dinâmico do modelo de com-
petição) e representam um dos mais importantes contributos da tecnologia 
recente na busca de uma melhor compreensão da competição desportiva, po-
rém constituem-se apenas como meios auxiliares de análise.
A Time Motion Analysis, consiste no posicionamento de um conjunto de 
câmeras em torno da quadra/campo e por vídeo vem sendo utilizada em um 
grande número de estudos em diversas modalidades como o Rúgbi, Futebol 
Australiano, Polo Aquático, Futebol e Futsal, para verificar as ações dos dife-
rentes esportes
Segundo Braz (2009), um fator influenciador no processo está relacionado 
aos métodos de análise das ações competitivas dos futebolistas. Esses méto-
dos evoluíram dos meios manuais de anotação para os meios informáticos, 
culminando recentemente na digitalização automática por meio da captura 
de imagem sob diferentes perspectivas do jogo. Alguns estudos reportam a 
utilização de 8 a 12 câmeras por partida, em outras metodologias utilizam-se 
2 a 4 câmeras e hoje em dia existem sistemas que utilizam apenas 1 câmera 
e pode facilmente ser transportada para os estádios quando os jogos forem 
“fora de casa”. Da mesma forma, tem sido relatado na literatura diversos pro-
gramas para análise competitiva, entre eles, o InStat, o Amysco®, o Prozone®, 
o Dvideo® e o Tacto®. Tais desígnios podem refletir nos resultados encontra-
dos para diversas variáveis.
Existem outros sistemas, como o Catapult Sports, GPSports, StatSports, 
Polar Team Pro e outros mais acessíveis e igualmente interessantes, nomea-
damente, para o treino. Recentes inovações tecnológicas tornaram o Global 
Positioning System (GPS) um método prático e popular para quantificar pa-
drões de movimento e exigência física nos desportos. O GPS fornece uma 
descrição detalhada dos movimentosde um jogador e pode ajudar as equipes 
a partir de um ponto de vista tático e físico.
Essa ferramenta que vem sendo utilizada com grande frequência nas mo-
dalidades cíclicas e acíclicas é também uma forma de Time Motion Analysis, 
porém, através de Sistema de Posicionamento Global (GPS). Com equipa-
mentos cada vez mais compactos e precisos essa forma de monitoramento 
consiste na confiabilidade dos sistemas de GPS e GNSS para monitoramento 
Análise do desempenho físico de jogo
177
do movimento, onde essa confiabilidade é influenciada por fatores como 
taxa de aquisição de dados, velocidade, duração e tipo da tarefa (Aughey, 
2011). Os sistemas de GPS isolados não são capazes de identificar e quanti-
ficar padrões de movimentos como saltos, chutes, impactos, por isso tem-se 
utilizados equipamentos que possuem também acelerômetros e giroscópio. 
Outro aspecto importante é a necessidade de ser utilizado ao ar livre em 
espaços abertos.
Os resultados do estudo de Coutts e Duffield (2010) mostram que os 
aparelhos de GPS possuem um nível aceitável de precisão e confiabilidade 
para a distância total e para as velocidades de pico durante uma alta inten-
sidade e um exercício intermitente, mas podem apresentar problemas para 
as atividades de maior intensidade.
Dentro da realidade do futebol brasileiro de elite, as novas arenas (com 
coberturas ou mais fechadas) podem gerar erros ou problemas de funcio-
namento. Algumas empresas (Catapult Sports e StatSports) de tecnologia 
desenvolveram formas de rastreamento e localização que permitem a aná-
lise de deslocamento em ambientes fechados. Esses sistemas são chamados 
de Local Positioning System (LPS) e funciona como um sistema de geoloca-
lização, mas a conexão não se dá com satélites, e sim com antenas locali-
zadas ao redor da quadra/campo/arena que identificam o posicionamento 
dos atletas.
Para cada tipo de tecnologia utilizada para a avaliação do desempenho 
dos jogadores em jogo, existem seus prós e contras. A tecnologia GPS tem 
como vantagens um investimento financeiro moderado e esse acaba sendo 
diluido com passar do tempo, além de ter as informações em tempo real, 
porém, como desvantagens podemos dizer que a tecnologia é dependen-
te do fator climático para um correto funcionamento e tem um menor ín-
dice de precisão (margem erro relativamente alta para ações de altíssima 
intensidade).
Já as análises feitas por Vídeos/Imagens, agrega as informações junto 
com as imagens reais do jogo e possuem uma margem de erro menor do 
que o sistema de GPS, porém, tem um custo muito elevado, necessitando 
de infra-estrutura de câmeras instaladas muito complexa, o processamento 
de imagem é lento, não consegue disponibilizar todas as informações em 
tempo real e sua utilização se limita ao uso quando mandante da partida, 
pois não se trata de uma tecnologia móvel (na maioria dos sistemas dispo-
níveis no mercado).
E por fim, a tecnologia que faz uso de Sensores, possuem como prin-
cipais vantagens uma pequena margem de erro, longa vida dos sensores, 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
178
processamento rápido (disponibilização ampla de dados em tempo real), 
sensores pequenos e leves. E suas desvantagens são o custo moderado (um 
pouco mais elevado do que o sistema GPS) e a necessidade de instalação de 
antenas pequenas em torno do campo (que muitas vezes podem ser impedida 
pelo mandante do jogo).
Figura 56
Funcionamento do sistema de GPS e de LPS.
Desempenho físico no jogo 
Os perfis físicos dos futebolistas numa partida têm sido caracterizados 
pelos propósitos de quantificar e qualificar as distâncias cobertas pelos fu-
tebolistas durante as partidas, bem como as ações/atividades realizadas e as 
pausas entre uma ação/atividade e outra, classificando-as conforme o volume 
(média da distância total percorrida pelos futebolistas da equipe e quantida-
de de ações), a intensidade (o percentual da distância total percorrida em alta 
intensidade) e a densidade (espaço de tempo entre uma ação e outra).
Análise do desempenho físico de jogo
179
Figura 57
Exemplo de informações por períodos (a cada 15min) em gráfico fornecidas 
pelo sistema CATAPULT SPORTS.
Muitos fatores influenciam a distância percorrida e a intensidade das ações 
dos futebolistas durante os jogos e dependem da posição de jogo, do estilo da 
equipe, do nível competitivo, do tipo de competição, da condição física dos 
futebolistas, do espaço da competição, da evolução da modalidade, dos dife-
rentes momentos da temporada, dos métodos de análise, das condições am-
bientais e da própria dinâmica do jogo (Mohr, Krustrup ; Bangsbo, 2003; Barros 
et al., 2007; Dupont et al., 2010; Bush et al., 2015).
As atividades de alta intensidade (sprints e corrida de alta velocidade) du-
rante uma partida são características fundamentais para diferenciar o nível 
de jogo de futebol, devido a evidência de que os futebolistas de elite execu-
tam maiores quantidades de trabalho em esforços de alta intensidade (foi de 
8,7%±0,5% as corridas de alta intensidade e 1,4%±0,1% os sprints), do que os 
jogadores de níveis moderados, foram 6,6%±0,4% as corridas de alta intensida-
de e 0,9%±0,1% os sprints (Mohr; Krustrup ; Bangsbo, 2003). Em estudo com jo-
gadores de futebol, contendo respostas sobre o trabalho de grande intensidade 
executado durante uma partida, Wisloff et al. (2004), mostraram que 96% das 
altas intensidades foram realizadas em até uma distância percorrida inferior a 
30 metros, já no estudo de Valquer et al. (1998), observaram que o percentual 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
180
maior de percurso é de 10 metros correspondendo a 49% do total. Nesse con-
texto, é importante destacar que a distância média dos sprints durante uma 
partida é de 15 a 17 metros (Mohr; Krustrup ; Bangsbo, 2003).
Figura 58
Resumo do desempenho físico gerado pelo sistema Prozone®. 
Resultado do jogo: Adversário 0 x 2 Palmeiras.
Análise do desempenho físico de jogo
181
Durante uma partida de futebol, os períodos em que os jogadores reali-
zam sprints ocorrem aproximadamente a cada 90 segundos e cada ação em 
intensidade máxima dura em torno de 2 a 4 segundos, tendo uma distância 
média de 15 metros. De 1 a 11% da distância total percorrida pelos jogado-
res é percorrida em intensidade máxima - sprints (Stolen et al., 2005). Uma 
vez que estas ações são extremamente relevantes para o desempenho dos 
futebolistas, podemos destacar a relação existente entre a qualidade do jo-
gador e a realização de exercício de alta intensidade durante o jogo (Santos, 
1999; Dupont et al., 2010), isto é, jogadores de primeira divisão se exercitam 
em uma intensidade alta por um período maior que os jogadores pertencen-
tes às divisões inferiores (Ekblom, 1994). Isso sugere, segundo Mujika et al. 
(2000), que existe uma relação entre a quantidade de exercícios realizados 
em alta intensidade e a qualidade do jogo.
Figura 59
Relatório físico individual de um jogador durante 90min de uma 
partida oficial pelo sistema de vídeo InStat.
Em estudo mais recente que analisou a intensidade e a densidade do jogo, 
Bradley et al. (2009) verificaram que os jogadores de diferentes funções táti-
cas têm comportamentos distintos nas corridas de alta intensidade (zaguei-
ros = 1834m, laterais = 2605m, volantes = 2825m, meias = 3138m e atacantes 
= 2341m), nas corridas de altíssima intensidade (zagueiros = 603m, laterais = 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
182
984m, volantes = 927m, meias = 1214m e atacantes = 955m), nos sprints (zaguei-
ros = 152m, laterais = 287m, volantes = 204m, meias = 346m e atacantes = 264m), 
velocidade máxima atingida (zagueiros = 7,31m/s, laterais = 7,74m/s, volantes 
= 7,52m/s, meias = 7,93m/s e atacantes = 7,76m/s) e no tempo de recuperação 
entre as ações de altíssima intensidade e sprints (zagueiros = 101s, laterais = 74s, 
volantes = 62s, meias = 51s e atacantes = 73s).
Barnes et al.(2014), apesar de não encontrarem diferenças significativas na 
distância percorrida total (volume do jogo) quando comparou as alterações de 
7 anos da English Premier League entre as temporadas de 2006/07 à 2012/13, eles 
verificaram que as alterações se deram nas ações de alta intensidade onde nas 
corridas de alta intensidade houve um aumento de 30% (890 ± 299 vs 1.151 ± 
337 m, p < 0,001), no número de sprints o aumento foi de 85% (31 ± 14 vs 57 ± 20, 
p < 0,001), sendo que as distâncias percorridas em sprints passou de 232 ± 114 
para 350 ± 139 m, p < 0,001 (aumento de 35%), confirmando que as alterações 
no jogo de futebol não se deu em relação ao volume e sim a intensidade e a 
densidade do jogo.
Bush et al. (2015) verificaram que os jogadores que atuam mais aber-
tos (laterais, meias e atacantes) aumentaram a distância percorrida em alta 
intensidade em maior proporção do que zagueiros e meio-campistas cen-
trais entre as temporadas 2006-07 e 2012-13. Em contraste, os jogadores cen-
trais aumentaram o número de passes e a taxa de passes certos em relação 
ao mesmo período. Estas tendências evolutivas poderiam ser atribuídas a 
modificações táticas. Estes resultados fornecem requisitos de referência de 
jogadores modernos de elite em cada posição e pode, portanto, ajudar no 
recrutamento de jogadores e no desenvolvimento e planejamento do treina-
mento nas específicas posições.
A distância total percorrida durante as partidas mostraram pequenas 
variações entre as temporadas 2006-07 e 2012-13, aumentando apenas para 
meio-campistas centrais e defensores (200 e 300 m, p < 0,05, respectivamen-
te). Os laterais mostraram grandes mudanças nas distâncias percorridas em 
alta intensidade (aumento de 35%, p < 0,001), no entanto, todas as posi-
ções demonstrado aumentos moderados na distância de alta intensidade ao 
longo das sete temporadas (zagueiros: 33 %; os meias: 27%; volantes: 30%; 
atacantes: 24%, p < 0,05).
Os zagueiros, laterais e meias demonstraram aumentos moderados em 
corridas de alta intensidade com a posse da bola (zagueiros: 114 ± 61 vs 193 ± 
86 m, p < 0,001; laterais: 355 ± 159 vs 503 ± 181 m, p < 0,001; meias: 591 ± 178 
vs 710 ± 171 m, p < 0,01). Em contraste, meio-campistas centrais e atacantes 
mostraram um pequeno aumento (p < 0,05). Todas as posições mostraram 
Análise do desempenho físico de jogo
183
aumentos moderados na distância percorrida em alta intensidade coberta 
sem a posse da bola entre as temporadas 2006-07 e 2012-13, sendo que os 
zagueiros aumentaram de 438 ± 120 para 533 ± 138 m (p < 0,001), laterais au-
mentaram de 498 ± 133 para 657 ± 150 m (p < 0,001), meio-campistas centrais 
aumentaram de 519 ± 166 para 697 ± 213 m (p < 0,001), meio-campistas abertos 
aumentaram de 480 ± 168 para 624 ± 200 m (p < 0,001) e os atacantes aumen-
taram de 278 ± 124 para 386 ± 148 m (p < 0,05).
As distâncias percorridas em sprint pelos laterais mostrou um maior au-
mento (62%) em comparação com os meias aberto (53%), posições centrais 
(53%) e os atacantes (36%). O número de corridas de alta intensidade e sprints 
realizados aumentou para cada posição entre as temporadas de 2006-07 a 2012-
13. Para ambos os parâmetros, os atacantes tiveram os menores incrementos, 
enquanto os laterais e meias abertos exibiram o maior.
O número de sprints aumentou em grandes magnitudes (p < 0,001) para 
todas as posições (zagueiro: 7 ± 5 vs 19 ± 8; laterais: 11 ± 6 vs 28 ± 10; meio 
campistas centrais: 11 ± 7 vs 29 ± 10; os meias abertos: 14 ± 7 vs 33 ± 11; e, ata-
cantes: 12 ± 6 vs 27 ± 9). Os sprints principais mostraram moderados / grandes 
aumentos para todas as posições (zagueiros: 13 ± 5 vs 20 ± 7; laterais: 22 ± 8 vs 
35 ± 10; meio-campistas centrais: 20 ± 9 vs 30 ± 10; meio-campistas abertos: 27 
± 9 vs 41 ± 11, p < 0,001), enquanto os atacantes apresentaram o menor aumen-
to (p < 0,01) de 23 ± 9 a 32 ± 11.
Bradley et al. (2016) investigaram a evolução das performances físicas e 
técnicas na English Premier League (EPL), com especial referência à classifica-
ção na liga inglesa. Os cientistas fizeram observações (n = 14.700) de desem-
penho de jogo utilizando o sistema Prozone Sports para fazer o rastreamento 
em sete temporadas consecutivas (2006-07 a 2012-13). A classificação final 
do campeonato dividiu as equipes em níveis: (A) ranking do primeiro-quar-
to (n = 2.519), (B) ranking do quinto-oitavo (n = 2.965), (C) ranking nono-déci-
mo quarto (n = 4.448) e (D) ranking décimo quinto ao vigéssimo (n = 4.768). 
Os clubes no Nível B demonstraram aumentos moderados nas distâncias 
percorridas em alta intensidade com posse de bola entre as temporadas (p 
< 0,001), com as equipes dos Níveis A, C e D produzindo menos aumentos 
no mesmo período (p < 0,005). Os grandes aumentos na distância em sprint 
foram observados também nas equipes Nível B (p < 0,001), enquanto que 
apenas aumentos moderados foram evidentes para os outros nívies. As 
equipes Nível B demonstraram grandes aumentos no número de passes efe-
tuados e recebidos na temporada 2012-13 em comparação com a tempora-
da 2006-07 (p < 0,001), com aumentos pequenos/moderados nas equipes de 
Nível A, C e D. A pontuação entre o 4º (time pior classificado do Nível A) e o 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
184
5º colocado (time melhor colocado do Nível B) na temporada de 2006-07 foi 
de 8 pontos, mas esta diminuiu para apenas um ponto na temporada 2012-
13. Os dados demonstram, segundo esses autores, que performances físicas 
e técnicas evoluíram mais no Nível B do que qualquer outro nível na EPL 
e isso pode indicar uma diminuição da diferença de desempenho entre os 
dois níveis superiores das equipes inglesas.
Podemos afirmar que o futebol é um esporte intermitente com mudanças 
frequentes de atividade, onde os jogadores percorrem de 9-12 km com 2-3 
km em corridas de altas intensidades e aproximadamente 0,5 km em sprints. 
Além disso, as exigências de jogo incluem um elevado número de movimen-
tos explosivos tais como acelerações, desacelerações, mudanças de direção, 
bem como saltos, impactos, sprints e enfrentamentos que têm um componente 
excêntrico poderoso com concomitante potencial de lesão muscular (Nedelec 
et al., 2012). Os jogadores demonstram uma diminuição drástica nas ações de 
alta intensidade durante o decorrer da partida, causando prejuízo acentuado 
na capacidade de sprints repetidos (RSA) (Mohr et al., 2005), exercício inter-
mitente intenso, salto com contramovimento e desempenho de força (Mohr et 
al., 2010; Mohr ; Krustrup, 2013).
Fadiga no jogo
Um dos sintomas mais importantes, a fadiga, que é definida como a 
inabilidade de manter determinada intensidade de treinamento, pode ser 
considerada como um sinal de alarme do organismo em resposta ao estres-
se excessivo. Por outro lado, a fadiga tem um papel importante no treina-
mento esportivo, pois é o primeiro passo para o processo de adaptação do 
treinamento, que estimula um incremento das funções orgânicas do atleta, 
sendo que o balanço entre o estresse e a recuperação define a qualidade do 
programa de treinamento (Cunha; Ribeiro ; Reischak, 2006; Reilly; Drust ; 
Clarke, 2008).
Muitos outros sintomas têm sido reportados na literatura, dos quais es-
tão divididos em fisiológicos (diminuição do desempenho físico, da força 
muscular, da coordenação, aumento da percepção de esforço e do período 
de recuperação, alterações na curva de lactato, sono, anorexia), bioquímicos 
(diminuição do glicogênio muscular, do conteúdo mineral ósseo, da testos-
terona livre e razão testosterona/cortisol maior que 30%, bem como aumen-
to do cortisol e da uréia), psicológicos (depressão, estresse emocional, medo 
da competição, apatia geral), imunológicos (aumento de infecções e enfer-
midades, diminuição da atividade de neutrófilos e macrófagos) (Cunha; 
Ribeiro ; Reischak, 2006).
Análise do desempenho físico de jogo
185
A fadiga muscular é um problema complexo que depende de muitos 
fatores e da importância relativa de cadaum desses fatores depende do tipo 
e composição da fibra muscular, o modo de contração muscular, a intensi-
dade, tipo e duração da atividade contrátil e do nível individual de adtidão. 
Nessa medida, a fadiga se manifesta pelo declínio dos índices relativos à 
atividade muscular, com redução de valores máxinos de força e / ou veloci-
dade de movimento e pode ocorrer em qualquer das fases de contração dos 
músculos, desde o cérebro até as pontes transversas, as células musculares 
e por sua vez, pode estar associada a mecanismos periféricos e centrais, 
respectivamente.
Bigand-Ritchie (1985) identificou as causas de maiores potenciais para a 
fadiga, como são, a excitação na entrada do centro motor alto, excitação do me-
canismo do neurônio motor inferior, excitabilidade do neurônio motor, trans-
missão neuromuscular, excitabilidade do sarcolema, acoplamento excitação-
-contração, os mecanismos contráteis e o acúmulo de metabólitos.
No futebol Mohr Krustrup e Bangsbo (2003) observaram que os jogado-
res em todas as posições táticas apresentam um declínio significativo na alta 
intensidade correndo em direção ao final da partida. Isso indica que quase 
todos os jogadores de futebol de elite utilizam sua capacidade física durante 
o jogo. As diferenças individuais não são apenas relacionadas com a posição 
na equipe. Assim, neste mesmo estudo, dentro de cada posição de jogo hou-
ve uma variação significativa nas demandas físicas dependendo da função 
tática e capacidade física dos jogadores. Por exemplo, no mesmo jogo, um 
jogador de meio-campo percorreu uma distância total de 12,3 quilômetros, 
com 3,5 km sendo coberto com uma intensidade alta, enquanto um outro 
meia cobriu uma distância total de 10,8 quilômetros, dos quais 2,0 km foi 
em intensidade alta. As diferenças individuais no estilo de jogar e do de-
sempenho físico deve ser levado em consideração ao planejar o treinamento 
e estratégia nutricional.
Além disso, Mohr, Krustrup e Bangsbo (2003) mostraram que os ata-
cantes tiveram um declínio mais acentuado na distância percorrida em 
sprints que os defensores e meio-campistas. Além disso, o desempenho dos 
atacantes no teste Yo-Yo Intermittent Recovery não foi tão bom quanto a 
dos zagueiros e jogadores de meio-campo. Assim, parece que o atacante 
moderno de alto nível deve ser capaz de executar ações de alta intensidade 
repetidamente durante o jogo.
Diversos autores tem se reportado ao assunto da fadiga ou prejuízo de de-
sempenho no futebol, podendo surgir em várias fases do jogo. Assim, diferen-
tes mecanismos fisiológicos se manifestam nos períodos da partida. A fadiga 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
186
durante o jogo pode ocorrer em três estágios diferentes: 1. em períodos de in-
tensidade em ambos os tempos do jogo (1º tempo e 2º tempo); 2. na fase inicial 
do 2º tempo; 3. no final do jogo.
A fadiga temporária após períodos intensos das ações do jogo não pare-
ce estar relacionada diretamente à concentração do glicogênio muscular, acú-
mulo de lactato, acidose ou depleção da fosfocreatina e sim, aos distúrbios na 
homeostase de íons no músculo e no comprometimento da excitabilidade do 
sarcolema. A diminuição do pH muscular no exercício físico intenso provoca o 
efluxo dos íons potássio do músculo, através da abertura dos canais de potás-
sio existentes no sarcolema, podendo provocar a fadiga dos futebolistas pela 
acumulação de potássio extracelular e, concomitantemente, distúrbios elétricos 
na célula muscular, o que pode comprometer o processo contrátil do músculo, 
notadamente na despolarização (abertura de canais de sódio), pela baixa exci-
tabilidade da membrana sarcolema.
A habilidade dos jogadores de futebol para o desempenho máximo pode 
estar inibida na fase inicial do 2º tempo, pela diminuição da temperatura mus-
cular comparada com o final do 1º tempo. Quando os jogadores executam ati-
vidades de baixa intensidade no intervalo entre os dois tempos, tanto a tempe-
ratura muscular quanto o desempenho são preservados. 
Vários estudos tem mostrado que a fadiga acontece no final de um jogo, 
podendo ser causado pela baixa concentração de glicogênio muscular. A 
quantidade de sprints, corridas de alta intensidade e distâncias percorridas 
são diminuídas no 2º tempo, comparadas com o 1º tempo, podendo indicar 
queda de desempenho nos últimos 45 minutos de jogo, sugerindo que a fa-
diga tende a ocorrer no final da partida. Amostras sanguíneas durante jogos 
de futebol tem mostrado que a concentração do lactato sanguíneo declina no 
estágio próximo ao final do jogo, enquanto ácidos graxos livres plasmáticos 
são aumentados. Fatores como calor e umidade, desidratação e uma redução 
da função cerebral podem contribuir para a deterioração do desempenho do 
jogador no jogo (Mohr; Krustrup ; Bangsbo, 2005).
Mohr, Krustrup e Bangsbo (2005) mostraram registros de distâncias percor-
ridas por sprints durante jogos competitivos de futebol, indicando diminuição 
de ocorrências nos períodos intermediários dos dois tempos (15’-30’) e dimi-
nuição acentuada no último período do 2º tempo (30’-45’) (Figura 60). 
Análise do desempenho físico de jogo
187
Figura 60
Distâncias percorridas por sprints durante períodos de 15 minutos dos jogos 
competitivos internacionais (n=18)
Fonte : (modelo adaptado de Mohr, Krustrup e Bangsbo, 2005).
A fadiga muscular deve ser interpretada como a incapacidade do músculo 
e do organismo em conjunto, manter a mesma intensidade de esforço durante 
uma atividade específica. Além disso, pode-se encontrar algumas denomina-
ções gerais, tais como excesso de esforço, cansaço, esgotamento, exaustão, entre 
outros e em termos de funções fisiológicas, a fadiga é definida como a redução 
reversível da capacidade funcional como resultado de uma atividade muscular 
e, mais recentemente, é considerada a fadiga, a incapacidade de manter uma 
dada intensidade de exercício (Reilly; Drust ; Clarke, 2008).
Em suma, de forma bem simples, define-se a fadiga como a perda do ren-
dimento da força principal, reduzindo o desempenho de uma tarefa, em reação 
à demanda imposta e, conseqüentemente, há uma incapacidade de manter a 
produção de força.
No futebol a fadiga fica evidente nos estudos sobre a movimentação e as 
ações realizadas durante uma partida, a intensidade das ações e no desem-
penho dos gestos e indicadores técnicos. A queda verificada no volume da 
atividade, através da verificação da distância média percorrida pelos jogado-
res num jogo pode variar de 1 a 9%, como podemos observar na tabela 25. 
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0 - 15 15 - 30 30 - 45 0 - 15 15 - 30 30 - 45 Tempo (min)
1o Tempo 2o Tempo
Di
st
ân
ci
as
 P
er
co
rr
id
as
 p
or
 S
pr
in
ts
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
188
Verifica-se também, na mesma tabela, que os resultados são bem semelhantes 
entre os jogadores profissionais europeus e os brasileiros.
Tabela 25
Deslocamentos médios dos jogadores de futebol no 1º e no 2º tempo do jogo.
Estudos Jogadores 1º Tempo 2º Tempo Total Dif (%)
Bangsbo et al. (1991) 14 Profissionais Dinamarqueses 5520 5250 10800 5%
Rienzi et al. (2000)
17 Profissionais 
Sulamericanos
6 Ingleses da Premier 
League
4605 4415
8638
10104
4%
Mohr et al. (2003) 18 Alto Nível24 Nível Moderado
5510
5200
5350
5130
10860
10330
3%
1%
Rampinini et al. 
(2007) 18 Profissionais - - 10864 8%
Di Salvo et al. (2007) 300 Europeus de Elite 5709 5684 11393 9%
Barros et al. (2007) 55 Profissionais Brasileiros 5173 4808 10012 7%
Lago-Peñas, Rey e 
Lago-Ballesteros 
(2012)
432 Europeus de Elite 5136 5063 10199 1%
Mohr et al. (2016) 19 Semi-profissionais do Qatar - - 10100 2%
Rampinini et al. (2009) analisaram, por meio de um sistema de análise de 
vídeo, as mudanças no desempenho técnico e físico entre a primeira e a segunda 
metade de jogos oficiais da Liga Italiana - Série A, e um declínio significativo foi 
encontrado para o desempenho físico e algumas notas técnicas(envolvimentos 
com a bola, passes curtos e passes curtos certos). A distância percorrida entre as 
duas partes do jogo sofre uma redução muito acentuada e a literatura apresenta 
para o contexto um decréscimo de 5 a 9%. Essa diminuição da distância total 
percorrida pode ter a sua origem em fatores como a depleção do glicogênio mus-
cular, a intensidade da corrida, as condições ambientais e o estilo de jogo.
Barros et al. (2007) revelam que, em jogadores brasileiros da 1ª Divisão 
e considerando as posições de jogo, as distâncias percorridas pelos late-
rais (10642 m), meias-defensivos (10476 m) e meias-alas (10598 m) foram 
Análise do desempenho físico de jogo
189
maiores do que os atacantes (9612 m), que percorriam distâncias superiores 
aos zagueiros (9029 m). A distância média percorrida no primeiro tempo foi 
de 5173m, sendo significativamente maior do que o valor médio de 4808m 
para o segundo tempo. A análise minuto a minuto revelou que, após oito 
minutos da segunda parte, o desempenho do jogador diminui e essa redu-
ção é mantida ao longo do jogo.
Verifica-se a queda nas ações moderadas, de alta intensidade e de sprint 
realizados pelos jogadores de futebol durante o segundo tempo do jogo. 
Nessas movimentações que caracterizam a intensidade do esforço durante 
o jogo, Barros et al. (2007), em estudos com futebolistas profissionais brasi-
leiros da Primeira Divisão, verificaram que é percorrido em sprint 231m no 
primeiro tempo e 206m no segundo tempo, onde os zagueiros percorriam 
191m no 1º tempo do jogo e 161m no 2º tempo, os laterais 290m e 272m, no 
1º e 2º tempo, respectivamente. Já os meio-campistas 245m e 212m e os ata-
cantes 269m e 212m, em corrida de velocidade máxima, no 1º e no 2º tempo 
de uma partida.
Jogos consecutivos
Em geral no futebol, os jogadores realizam de 50 a 80 jogos (sendo que 
o Palmeiras, campeão brasileiro em 2018, disputou 74 jogos oficiais e 3 jo-
gos amistosos em um torneio durante o período de parada do Campeonato 
Brasileiro para a realização da Copa do Mundo da Rússia) durante uma 
temporada e na maioria das ligas principais, é um procedimento normal às 
equipes realizarem jogos consecutivos (três jogos por semana) durante vá-
rios períodos dentro de uma temporada. Assim, apenas 3-4 dias de recupe-
ração são permitidos entre os jogos sucessivos que podem ser insuficientes 
para restaurar a homeostase normal (Andersson et al., 2008; Ispirlidis et al., 
2008; Fatouros et al., 2010).
Jogos consecutivos com curto tempo de recuperação podem, portanto, pro-
vocar fadiga aguda e crônica, potencialmente causando comprometimento no 
desempenho e / ou lesões, como indicado por estudos de jogadores de elite 
(Ekstand et al., 2004; Dupont et al., 2010).
Dupont et al. (2010) verificaram que o desempenho físico (distância total 
percorrida, distância percorrida em alta intensidade, distância em sprint, e o 
número de sprints) não foi afetada significativamente pelo número de partidas 
por semana (1 versus 2), enquanto que a incidência de lesões foi significativa-
mente maior quando os jogadores realizaram 2 jogos por semana versus 1 jogo 
por semana (25,6 contra 4,1 lesões por 1000 horas de exposição; p <0,001). Logo, 
o tempo de recuperação entre 2 partidas, 72 a 96 horas, parece ser suficiente 
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
190
para manter o nível de desempenho físico, mas não é suficiente para manter 
uma incidência baixa de lesões. Essas informações reforçam a necessidade de 
realizar rodízio entre os jogadores e selecionar as melhores estratégias de re-
cuperação para manter uma baixa taxa de lesões entre os atletas durante os 
períodos de jogos sucessivos em curto espaço de tempo.
O desenvolvimento da fadiga após um jogo de futebol tem sido as-
sociado à depleção dos estoques de glicogênio musculares (Mohr et al., 
2005), onde, por exemplo, têm demonstrado um elevado número de fibras 
musculares esgotadas de glicogênio (Bendiksen et al., 2012). A recupera-
ção do desempenho e do glicogênio muscular depois de um jogo foi es-
tudada e apresentam fase de recuperação lenta com duração entre 48 e 72 
h (Gunnarsson et al., 2013; Bendiksen et al., 2012; Nybo, 2012) e pode ser 
associada com o dano muscular e / ou uma severa resposta inflamatória 
(Nedelec et al., 2012). Esta opinião é corroborada pela elevação observada 
de atividade da creatina quinase plasmática (CK), mioglobina (Nybo, 2012; 
Thorpe ; Sunderland, 2012), e vários marcadores inflamatórios (Thorpe ; 
Sunderland, 2012; Heisterberg et al., 2013; Fatouros et al., 2010) durante o 
mesmo espaço de tempo. Por exemplo, Heisterberg et al. (2013) mostraram 
que certas subpopulações de leucócitos aumentaram durante a temporada 
em comparação com uma pré-temporada exigente, uma descoberta que des-
taca o estresse fisiológico de múltiplos jogos no futebol.
Recentemente, Mohr et al. (2016) verificaram que a recuperação do de-
sempenho pós-jogo e adaptações inflamatórias em resposta a um microciclo 
semanal com três jogos demonstraram um padrão de resposta diferente, com 
fortes indícios de um maior estresse fisiológico e um grau de fadiga pós-jo-
go depois do jogo meio (segundo jogo) foi precedida onde a recuperação foi 
de apenas 3 dias. As corridas de alta intensidade durante o segundo jogo da 
série de 3 partidas consecutivas foi 7-14% menor em comparação com o jogo 
1 e jogo 3. O desempenho em teste de RSA diminuiu no grupo experimental 
cerca de 2-9% 3 dias pós-jogo, sendo que após o jogo 2 foi observado o maior 
comprometimento do desempenho. Para o grupo experimental, o jogo au-
mentou a sensação de dor muscular (~ sete vezes) em relação ao grupo con-
trole, sendo que o jogo 2 induzindo a maior subida, enquanto a amplitude 
de movimento do joelho foi atenuada pós-jogo no grupo experimental com-
parado com o grupo controle (5-7%) e recuperou mais lento pós o jogo 2 
e 3 do que pós o jogo 1. Os marcadores CK, PCR, sVCAM-1, P-selectina e 
Cortisol atingiram o pico 48 h pós jogos com o jogo 2 provocando o maior 
aumento. As respostas na contagem de leucócitos, testosterona, IL-1β e IL6, 
embora alterados 24 h após cada jogo, foram comparáveis entre os jogos. O 
Análise do desempenho físico de jogo
191
Plasma TBARS e a oxidação de proteínas aumentaram ~ 50% pós-jogos com 
o jogo 2 provocando o maior aumento com 48 h de recuperação. A razão de 
glutationa oxidada (GSSG) diminuiu 24 h após todos os jogos com o jogo 
2 mostrando a recuperação mais lenta. A capacidade antioxidante total e a 
atividade da glutationa peroxidase aumentaram (9-56%) durante 48 h, em 
resposta ao jogo.
Tudo isso tem implicações importantes para a escolha dos treinamentos e 
na formação de jovens jogadores. Em primeiro lugar, em termos de condicio-
namento físico, a ênfase deve ser colocada no desenvolvimento da capacida-
de de realizar sprints repetidos com intervalos curtos de recuperação. Embora 
estudos recentes mostrem que o futebol tem um componente grande de re-
sistência, a capacidade de executar sprints e recuperar-se rapidamente é cada 
vez mais importante. Em segundo lugar, o desenvolvimento de velocidade de 
sprint é uma necessidade cada vez maior. Em terceiro lugar, desenvolvimento 
da técnica e de tomada de decisão deve ser enfatizado. A capacidade de jogar 
dentro e fora de espaços apertados é fundamental como é a capacidade para 
as equipes de organizar-se rapidamente em situações de defender e atacar. 
Finalmente, a capacidade de criar chances de gol e a capacidade de se defen-
der contra bolas paradas pode afetar o resultado do jogo.
193
Referências
Abrantes C, Maçãs V, Sampaio J. Variation in Football Players’ Sprint Test Performance 
Across Different Ages and Levels of Competition. Journal of Sports Science and Medi-
cine, v.3, n. 1, p.44-49. 2004.
Abt G, Lovell R. The use of individualized speed and intensity thresholds for determi-
ning the distance run at high-intensity in professional soccer. Journal of Sports Scien-
ces. v. 27, n. 9, p. 893-898,2009.Disponível em :. https://www.tandfonline.com/doi/
full/10.1080/02640410902998239?scroll=top&needAccess=true. Acesso em : 4 out. 2019.
Adlercreutz H, Harkonen M, Kuoppasalmi K. et al. Effect of training on plasma anabolic 
and catabolic steroid hormones and their response during physical exercise. Int J Sports 
Med. v. 7, n. 1, p. 27-8, 1986.
Al-Hazzaa HM, Almuzaini KS, Al-Refaee AS. et al. Aerobic and anaerobic power char-
acteristics of Saudi elite soccer players. Journal of Sports Medicine and Physical Fit-
ness. v. 41, p. 54-61, 2001.
Almeida AG, Pereira G, Campeiz JM, Santi Maria T. Avaliação da capacidade anaeróbia 
de jogadores de futebol através de teste máximo de corrida de Vai-e-Vem. Rev Bras 
Cineantropom Desempenho Hum .v.11, n.1, p.88-93, 2009.
Alvarez BR, Pavan AL. Alturas e Comprimentos. In: Petroski EL, organizador. Antro-
pometria: técnicas e padronizações. 2. ed. Porto Alegre: Pallotti; 2003. p. 31-47.
Alves AL, Mendes TT, Coelho DB, Soncin R, Pereira ER, Silami-Garcia E. Análise das va-
riáveis anaeróbias e antropométricas entre futebolistas profissionais e juniores. Revista 
Digital, Buenos Aires, Año 15, n. 147, 2010.
American College of Sports Medicine. Position stand: exercise and fluid replacement. 
Med Sci Sports Exerc. v. 29, p. 1-7, 1996.
American College of Sports Medicine. Position Stand: Complicaciones por calor asocia-
das al esfuerzo durante el entrenamiento y la competencia. Med Sci Sports Exerc. v. 39, 
n. 3, p. 556-572, 2007.
Amiri-Khorasani M, Sahebozamani M, Tabrizi KG, Yusof A. Acute effect of different 
stretching methods on Illinois agility test in soccer players. J Strength Cond Res.v.24, 
n.10, p.2698-2704, 2010.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
194
Andersson H, Ekblom B, Krustrup P. Elite football on artificial turf versus natural 
grass: movement patterns, technical standards, and player impressions. J Sports Sci.
v.26,n.2,p.113-122, 2008.
Andreoli A, Monteleone M, Van Loan M, Promenzio L, Tarantino U, de Lorenzo A. 
Effects of different sports on bone density and muscle mass in highly trained athletes. 
Med Sci Sports Exerc. v. 33, n.4, p. 507-511, 2001.
Arnason A, Sigurdsson SB, Gudmundsson A, Holme I, Engebretsen L, Bahr R. Physical 
Fitness, Injuries, and Team Performance in Soccer. Med Sci Sports Exerc. v. 36, n. 2, p. 
278-285, 2004.
Arruda M, Hespanhol JE. Treinamento de Força em Futebolistas. São Paulo: Phorte, 
2009.
Aughey RJ. Applications of GPS Technologies to Field Sports. International Journal of 
Sports Physiology and Performance. 6:295-310, 2011.
Aziz AR, Chia M. et al. The relationship between maximal oxygen uptake and repeated 
sprint performance indices in field hockey and soccer players. J Sports Med Phys Fit-
ness, v.40, n.3, Sep, p.195-200, 2000.
Aziz AR, Mukherjee S. et al. Validity of the running repeated sprint ability test among 
playing positions and level of competitiveness in trained soccer players. Int J Sports 
Med, v.29, n.10, p.833-8. 2008. ion/5450536_Validity_of_the_running_repeated_sprint_
ability_test_among_playing_positions_and_level_of_competitiveness_in_trained_soc-
cer_players
Badillo JJG, Ayestarán EG. Fundamentos do treinamento de força aplicação ao alto 
rendimento desportivo. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
Bagur-Calafat C. Deporte y masa ósea (II). Características del ejercicio físico que condi-
cionan el modelado y remodelado óseo. APUNTS. Medicina de E’Esport..v.154,p.92-98, 
2007.
Balikian P, Lourenção A, Ribeiro LFP, Festuccia WTL, Neiva CM. Consumo máximo 
de oxigênio e limiar anaeróbio de jogadores de futebol: comparação entre as diferentes 
posições. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v. 8, n. 2, p. 32-36, 2002.
Balsom P. Evaluation of Physical performance. In: Ekblom BJ (ed.). Football (soccer). 
London: Blackwell, 1994. p.102-123.
Balsom PD, Seger Y, Sjodin B, Ekblom B. Maximal-intensity intermittent exercise: Effect 
of recovery duration. Int J Sports Med.v.13,p. 528-533, 1992.
Bandyopadhyay A. Anthropometry and body composition in soccer and volleyball 
players in West Bengal, India. J Physiol Anthropol. v. 26, n. 4, p. 501-505, 2007.
Bangsbo J. Energy demands in competitive soccer. Journal of Sports Sciences. v. 12, p. 
5-12, 1994.
Bangsbo J. Yo-yo Test. Copenhagen: Ho+Storm, 1996.
Bangsbo J. Fútbol: entrenamiento de la condición física en el fútbol. 4. ed. Barcelona: 
Paidotribo, 2008.
Bangsbo, J. Physiological demands of football. Sports Science Exchange, v. 27, n. 125, 
p.1-6, 2014.
Referências
195
Bangsbo J, Mizuno M. Morphological and metabolic alterations in soccer players with 
detraining and retraining and their relation to performance. In: Reilly T, Lees A, Davids 
K, Murphy WJ, editors. Science and Football. London: E & FN Spon.[s.l].p. 114-124, 1988.
Bangsbo J, Norregaard L, Thorso F. Activity profile of competition soccer. Can J Sports 
Sci. v. 16, p. 110-116, 1991.
Bangsbo J, Mohr M, Krustrup P. Physical and metabolic demands of training and ma-
tch-play in the elite football player. Journal of Sports Sciences. v.24, n. 7, p. 665-674, 
2006.Disponível em : https://www.researchgate.net/publication/7015993_Bangsbo_J_
Mohr_M_Krustrup_P_Physical_and_metabolic_demands_of_training_and_match-
-play_in_the_elite_football_player_J_Sports_Sci247665-74. Acesso em : 4 out. 2019.
Bangsbo J, Iaia FM, Krustrup P. Metabolic Response and Fatigue in Soccer. International 
Journal of Sports Physiology and Performance. v. 2, p. 111-127, 2007.
Bangsbo J, Iaia FM, Krustrup P. The Yo-Yo Intermittent Recovery Test: A Useful Tool 
for Evaluation of Physical Performance in Intermittent Sports. Sports Med. v. 38, n. 1, 
p. 37-51, 2008.
Baptista, F. Exercício físico e metabolismo ósseo. Lisboa: FMH Edições. 2000.
Barbanti VJ. Manifestação da força motora no esporte de rendimento. In: Barbanti VJ, 
Amadio AC, Bento JO, Marques AT. (eds.). Esporte e atividade física: interação entre 
rendimento e saúde. Barueri: Manole, 2002, p.13-26.
Barnes C, Archer DT, Hogg B, Bush M, Bradley PS. The Evolution of Physical and Tech-
nical Performance Parameters in the English Premier League. Int J Sports Med, .[s.l]., 
v.35,p.1-6,2014.
Bar-Or O. The Wingate anaerobic test. An update on methodology, reliability and valid-
ity. Sports Med, .[s.l]. ,v.4, n.6,p.381-394,1987. 
Barreiros NA, Garganta JM, Freitas SPF, Duarte DFTS, Fonseca AMLFM. O que pensam 
os treinadores portugueses da 1ª liga sobre a importância da intervenção psicológica no 
Futebol profissional? Motriz. v. 17, n. 1, p. 128-137, 2011.Disponível em : 
 http://www.scielo.br/pdf/motriz/v17n1/a14v17n1.pdf. Acesso em : 04 out. 2019.
Barros RML, Misuta MS, Menezes RP. et al. Analysis of the distances covered by first 
division Brazilian soccer players obtained with an automatic tracking method. J Sports 
Sci Med. v. 6, p. 233-242, 2007.
Barros TL, Lotufo RF, Mine F. Consumo máximo de oxigênio em jogadores de futebol. 
Treinamento Esportivo. v. 1, n. 1, p. 24-26, 1996.
Bartsch P, Saltin B, Dvorak J. Consensus statement on playing football at different alti-
tude. Scand J Med Sci Sports. v. 18, n. 1, p. 96-99, 2008.
Behnke, AR, Feen BG, Welham WC. The specific gravity of healthy men. JAMA, v.118,p. 
495-498, 1942.
Bendiksen M, Bischoff R, Randers MB et al. The Copenhagen soccer test: physiological 
responses and fatigue development. Med Sci Sports Exerc.v.44, n.8, p.1595–1603, 2012.
Bigand-Ritchie, B. et al. Contractile speed and EMG changes during fatigue of sustained 
maximal voluntary contractions. J. Neurophysiol., v. 50, p. 313-24, 1985.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
196
Billat VL, Sirvent P, Py GK, Koralsztein JP, Mercier J. The concept of maximal lactate 
steady state. A bridge between biochemistry, physiology and sport science. Sports Me-
dicine. v. 33, p. 407-426, 2003.
Bloomfield J, Polman R, O’Donoghue P. Physical demands of different positions in FA 
Premier League soccer. Journal of Sports Science and Medicine. v.6, p. 63-70, 2007.
Boileau AR, Lohman TG, Slaugther MH. Exercise and body composition in children and 
youth. Scan. J. Sport Sci., 7,17-27, 1985.
Bortolotti H, Pasquarelli BN, Soares-Caldeira LF, Altimari LR, Nakamura FY. Avalia-
ção da capacidade de realizar sprints repetidos no futebol. Motriz, Rio Claro, v.16 n.4 
p.1006-1012, out./dez. 2010.
Bosco C. La valoración de la fuerza con el teste de bosco. Barcelona: Paidotribo, 1994.
Bosco C. A força muscular: aspectos fisiológicos e aplicações práticas. São Paulo: 
Phorte, 2007.
Bosco C. et al. Effetto della vibrazione su forza esplosiva, resistenza alla forza veloce e 
flessibilità muscolare. Med. Sport, Roma, v. 54, p. 287-93, 2001.
Bouchard C, Lortie G. Heritability and endurance performance. Sports Medicine. v. 1, 
p. 38-64, 1984.
Bouchard C, Malina RM, Perusse L. Genetics of Fitness and Physical Performance. 
Champaign, IL: Human Kinetics, 1997.
Bradley PS, Sheldon W, Wooster B, Olsen P, Boanas P, Krustrup P. High-intensity run-
ning in English FA Premier League soccer matches. Journal of Sports Sciences.[s.l],v.27, 
n.2, p.159-168, 2009.
Bradley PS, Archer DT, Hogg B, Schuth G, Bush M, Carling C, Barnes C. Tier-specific 
evolution of match performance characteristics in the English Premier League: it’s get-
ting tougher at the top. J Sports Sci.[s.l],v.34, n.10, p.980-7, 2016.
Braz, T.V. Modelos competitivos da distância percorrida por futebolistas profissionais: 
uma breve revisão. Rev Bras Futebol,[s.l],v.2, n.1,p. 02-12, 2009.
Brewer J, Davis J. A psysiological comparison of English professional soccer players. J 
Sports Sci. v. 10, p. 146-147, 1992.
Brink MS, Visscher C, Arends S, Zwerver J, Post WJ, Lemmink KAPM. Monitoring 
stress and recovery: new insights for the prevention of injuries and illnesses in elite 
youth soccer players. Br J Sports Med. v. 44, p. 809-815, 2010.
Brodie DA. Techiniques of measurement of body composition. Sport Medicine. v. 5, p. 
11-40, 1988.
Brown TD, Vescovi JD, Vanheest JL. Assessment of linear sprinting performance: a theo-
retical paradigm. Journal of Sports Science and Medicine,[s.l],v.3, p. 203-210, 2004.
Brozek J, Grande F, Anderson J, Keys A. Densitometry analysis of body composition: 
revision of some quantitative assumptions. Annals New York Academy Science,[s.l],v. 
110,p.113-140, 1963.
Brzycki M. Weight training vs. weight lifting. Athletic Journal ,[s.l].67:4-55;p.62-56, 1986.
Buchheit M, Laursen PB, Kuhnle J, Ruch D, Renaud C, Ahmaidi S. Game-based Training 
in Young Elite Handball Players. Int J Sports, v. 30: p. 251-258, 2009.
Referências
197
Buchheit M, Mendez-Villanueva A, Simpson BM, Bourdon PC. Match Running Perfor-
mance and Fitness in Youth Soccer. Int J Sports Med. v. 31, p. 818-825, 2010.
Bulatova MM, Platanov VN. Entrenamiento em condiciones extremas (altura, frio y 
variações horárias). Editorial paidotribo, 1998.
Bunc V, Psotta R. Physiological profile of very young soccer players. Journal of Sports 
Medicine and Physical Fitness. v. 41, n. 3, p. 337-341, 2001.
Burke LM, Hawley J. Fluid balance in team sports – Guidelines for optimal practices. 
Sports Med. v. 24, p. 38-54, 1997.
Calbet JAL, Dorado C, Diaz-Herrera P, Rodriguez-Rodriguez LP. High femoral bone 
mineral content and density in male football (soccer) players. Med. Sci. Sports Exerc., 
v. 33, n. 10, , p. 1682–1687,2001.
Campeiz JM, Oliveira PR. Análise comparative de variáveis antropométricas e anaeró-
bias de futebolistas profissionais, juniores e juvenis. Revista Movimento & Percepção, 
Espírito Santo do Pinhal, v. 6, n. 8, 2006.
Campos LMA, Liphaus BL, Silva CAA, Pereira RMR. Osteoporose na infância e adoles-
cência. J Pediatr. v. 79, n. 6, p. 481-488, 2003.
Cancian L, Fuke K, Moro VL, Leon EG, Dias R, Matheus SC. Avaliação física em fute-
bolistas profissionais no início da pré-temporada. Revista Digital, Buenos Aires - Año 
15 - Nº 146 - Julio de 2010.
Carling C, Orhant E. Variation in body composition in professional soccer players: inter-
seasonal and intraseasonal changes and the effects of exposure time and player position. 
J Strength Cond Res ,[s.l],v.24, n.5,p. 1332–1339,[s.d].
Carminatti LJ. Validade de limiares anaeróbios derivados do teste incremental de cor-
rida intermitente (tcar) como preditores do máximo steady-state de lactato em jogado-
res de futsal. Dissertação de Mestrado. Universidade do Estado de Santa Catarina, 2006.
Carminatti LJ, Lima-Silva AE, De-Oliveira FR. Aerobic fitness in intermittent sports - re-
sults and evidences of validity of an intermittent incremental test. Brazilian Journal of 
Exercise Physiology 3, 120, 2004.
Casa DJ. Exercise in the Heat. I. Fundamentals of Thermal Physiology, Performance Im-
plications, and Dehydration. Journal of Athletic Training. v. 34, n. 3, p. 246-252, 1999.
Casajús JA. Seasonal variation in fitness variables in professional soccer players. Journal 
of Sports Medicine and Physical Fitness. v. 41, n. 4, p. 463-469, 2001.
Castagna C, Belardinelli R. Aspetti fisiologici dello Yo-Yo Intermittent Endurance Test in 
giovani calciatori, Teknosport,[s.l],v.7, n.25, 2003.
Castagna C, Impellizzeri FM, Chamari K, Carlomagno D, Rampinini E. Aerobic Fitness 
and Yo-Yo Continuous and intermittent tests performance in soccer players: a correla-
tion study. J Strength Cond Res. v. 20, p. 320-325, 2006.
Castanhede ALK, Dantas PMS, Fernandes Filho, J. Perfil dermatoglífico e somatotípico 
de atletas de futebol de campo masculino, de alto rendimento no Rio de Janeiro, Brasil. 
Fitness & Performance Journal. Rio de Janeiro, v. 2, n. 4, p. 234-239, 2003.
Catrysse E, Zinzen E, Cuboor D, Verlinden M, Van Roy P, Duquet W, Clarys JP. A revi-
sion of the anthropometric four-component individual classi® cation model for use in 
in vivo studies. Journal of Sports Sciences, 17, 910, 1999.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
198
Chamari K, Hachana Y, Ahmed YB, Galy O, Sghaier F, Chatard JC, Hue O, Wisloff U. 
Field and laboratory testing in young elite soccer players. Br J Sports Med. v. 38, p. 
191-196, 2004.
Chamari K, Moussa-Chamari I, Boussaïdi L, Hachana Y, Kaouech F, Wisloff U. Appro-
priate interpretation of aerobic capacity: allometric scaling in adult and young soccer 
players. Br J Sports Med. v. 39, p. 97-101, 2005.
Chin MK, Lo YSA, Mphil CTL, So CH. Physiological profiles of Hong Kong elite soccer 
players. Br J Sports Med. v. 26, n. 4, p. 262-266, 1992.
Clark JR. Positional assessment and physical fitness characteristics of male professional 
soccer players in South Africa. African Journal for Physical, Health Education, Recre-
ation and Dance (AJPHERD),[s.l],v.13,n.4,p.453-464, 2007.
Clark K. Nutritional guidance to soccer players for training and competition. J Sport 
Sci. v. 12, p. 42-50, 1994.
Coelho DB, Mortimer LACF, Condessa LA, Soares DD, Barros CLM, Garcia ES. Limiar 
anaeróbio de jogadores de futebol de diferentes categorias. Rev Bras Cineantropom 
Desempenho Hum. v. 11, n. 1, p. 81-87, 2009.
Coelho DB, Coelho LGM, Braga ML, Paolucci A, Cabido CET, Ferreira Junior JB, Mendes 
TT, Prado LS, Silami-Garcia E. Correlação entre o desempenho de jogadores de futebol 
no teste de sprint de 30m e no teste de salto vertical. Motriz. v. 17, n. 1, p. 63-70, 2011a.
Coelho DB, Morandi RF, Melo MAA, Silami-Garcia E. Cinética da creatina quinase em 
jogadores de futebol profissional em uma temporada competitiva. Rev Bras Cineantro-
pom Desempenho Hum. v. 13, n. 3, p. 189-194, 2011b.
Cometti G, Maffiuletti NA, Pousson M, Chatard JC, Maffulli N. Isokinetic strength and 
anaerobic power of elite, subelite and amateur French soccer players. International 
Journal of Sports Medicine. v. 22, n. 1, p. 45-51, 2001.
Cortis C, Tessitore A, D’Artibale E, Meeusen R, Capranica L. Effects of Post-Exercise 
Recovery Interventions on Physiological, Psychological, and Performance Parameters. 
Int J Sports Med. v. 31, p. 327-335, 2010.
Cossio-Bolaños MA, Arruda M, Flores Villena L. Diferencias antropométricasentre 
jugadores de fútbol profesional y amateur. Revista Educación Física, Chile, n. 261, p. 
5-9, 2003.
Cossio-Bolaños MA, Arruda M, Fama DR, Lancho JL. Propuesta normativa para la cla-
sificación de variables antropométricas en futbolistas profesionales. Biomecánica,[s.l],-
v.18,n.1, p. 19-23, 2010.
Cossio-Bolaños MA, Arruda M, Lancho JL. Concordancia del % graso a través de me-
todos antropometricos en futbolistas profesionales. Kronos,[s.l],v.10,n.11,p.48-54, 2011.
Cossio-Bolaños MA, Gómez-Campos, R, Andruske CL, Olivares PR, Santi-Maria T, La-
zari E, Luarte-Rocha C, Arruda M. Hemoglobin Concentration and Resilience of Pro-
fessional Soccer Players Residing at Sea Level and Moderate Altitude Regions. JEPonli-
ne,[s.l],v.18, n.1,p.:76-84, 2015.
Costa FF, Liparotti JR. Estudo morfológico de futebolistas profissionais no RN-Brasil. 
In: XXVI Simpósio Internacional de Ciências do Esporte, 2003, São Paulo. Anais... São 
Caetano do Sul: CELAFISCS, p.117, 2003.
Referências
199
Coutts AJ, Duffield R. Validity and reliability of GPS devices for measuring movement 
demands of team sports. J Sci Med Sport,[s.l],v.13,n.1,p.133-5, 2010.
Crabtree NJ, Kibirige MS, Fordham JN, Banks LM, Muntoni F, Chinn D, Binin CM, 
Shaw NJ. The relationship between lean body mass and boné mineral content in paedi-
atric health and disease. Bone, [s.l],v.35,n.4,p. 965-972, 2004.
Craig BW. What is the scientific basis of speed and agility? Strength and Conditioning 
,[s.l],v.26,n.3,p. 13-14, 2004.
Cunha GDS, Ribeiro JL, Reischak ADO. Sobretreinamento: teorias, diagnóstico e marca-
dores. Rev Bras Med Esporte.,[s.l],v.12,n.5,p.297-302, 2006.
Daci E, Van Cromphaut S, Bouillon R. Mechanisms influencing bone metabolism in 
chronic illness. Horm Res, 58 (suppl 1), p.44-51, 2004.
Dawson B, Fitzsimons M, Green S, et al. Changes in performance, muscle metabolites, 
enzymes and fibre types after short sprint training. Eur J Appl Physiol, 78: 163-169, 1998.
De Rose EH, Pigatto E, De Rose RCF. Cineantropometria, Educação Física e Treina-
mento Desportivo. Rio de Janeiro, SEED/MEC, 1981. 
De Rose EH, Guimarães AGS. A model for optimization of somatotype in young ath-
letes. In: Ostyn M, Beunen G, Simons J. (Eds). Kinanthropometry II, p, 77-80. Balti-
more: University Park Press, 1980.
Di Salvo V, Baron R, Tschan H. et al. Performance Characteristics According to Playing Po-
sition in Elite Soccer. International Journal of Sports Medicine. v. 28, n. 3, p. 222-27, 2007.
Dittrich N, Floriano LT, Grossl T. Capacidade e potência aeróbia em jogadores de fute-
bol de diferentes posições. Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 137, 
p. 1/137, 2009.
Dowaon MN, Cronin JB, Presland JD. Anthropometric and physiological differences 
between gender and age groups of New Zeland National Soccer. In: Spinks W, Reilly T, 
Murphy A (eds.). Science and Football IV. London: Routledge, 63-71, 2002.
Drust B, Reilly T, Cable NT. Physiological responses to laboratory-based soccer-specific 
intermittent and continuous exercise. Journal of Sports Science. v. 18, p. 885-892, 2000.
Dupont G, Nedelec M, Mccall A, Mccormack D, Berthoin S, Wisloff U. Effect of 2 Soccer 
Matches in a Week on Physical Performance and Injury Rate. Am J Sports Med. v. 38, 
n. 9, p. 1749-51, 2010.
Durnin J, Womersley J. Body fat assessed from total body density and its estimation 
from skinfold thickness: measurements on 481 men and women aged from 16 to 72 
years. Br J Nutr, 32:77-97, 1974.
Ekblom B. Football (Soccer). Oxford: Blackwell Scientific Publications, 1994.
Ekstand J, Walden M, Haqqlund M. A congested football calendar and the wellbeing of 
players: correlation between match exposure of European footballers before the World 
Cup 2002 and their injuries and performances during that World Cup. Br J Sports 
Med,[s.l],v. 38,n.4,p.493-497, 2004.
Ellis L, Gastin P, Lawrence S, Savage B, Buckeridge A, Stapff A, Tumilty D, Quinn 
A, Woolford S, Young W. Protocols for the physiological assessment of team sport 
players. In: Gore CJ (Ed.). Physiological Tests for Elite Athletes. Lower Mitcham, Aus-
tralia: Human Kinetics, p.128-144, 2000.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
200
Epley B. Poundage chart: Boyd Epley workout. Lincoln, NE: University of Nebraska, 1995. 
Faina M, Gallozzi C, Lupo S, Colli R, Sassi R, Martini C. Definition of the physiological 
profile of the soccer player. In: Reilly T, Lees A, David K, Murphy WJ. (eds.). Science 
and Football. London: E & FN Spon, p.158-163, 1988.
Fatouros IG, Chatzinikolaou A, Douroudos II et al. Timecourse of changes in oxida-
tive stress and antioxidant status responses following a soccer game. J Strength Cond 
Res,[s.l] ,v.24,n.12,p.:3278-3286, 2010.
Faulkner JA. Physiology of swimming and diving. In: H. Falls. Exercise Physiology. (p. 
415-446) Baltimore: Academic Press, 1968.
Febraio MA, Murton P, Selig SE, Clark AS, Lambert DL, Angus DJ. et al. Effect of car-
bohydrate ingestion on exercise metabolism and performance in different ambient tem-
peratures. Med Sci Sports Exerc. v. 28, p. 1380-7, 1996.
Ferrari Bravo D, Rampinini E, Sassi R, Bishop D, Sassi A, Tibaudi A, Impellizzeri FM. Eco-
logical validity of a repeated sprint ability test and its reproducibility in soccer. Euro-
pean College of Sport Science – 10th Annual Congress. Belgrade, Serbia: SMAS, 267, 2005.
Ferrari Bravo D, Impellizzeri FM, Rampinini E, Castagna C, Bishop D, Wisloff U. Sprint 
vs. Interval Training in Football. Int J Sports Med. v. 29, p. 668-674, 2008.
Ferreira RA. Boletim da SOBRAGE. Osteoporose primária. Solução: diagnóstico pre-
coce. 2001.
Filaire E, Bernain X, Sagnol M, Lac G. Preliminary results on mood state, salivary tes-
tosterone: cortisol ratio and team performance in professional soccer team. Eur J Appl 
Physiol. v. 86, p. 179-84, 2001.
Filaire E, Lac G, Pequignot JM. Biological, Hormonal, And Psychological parameters 
in professional soccer players throughout a competitive season. Perceptual and Motor 
Skills. v. 97, p. 1061-1072, 2003.
Filaire E, Legrand B, Lac G, Pequignot JM. Training of elite cyclists: effects on mood 
state and selected hormonal responses. J Sports Sci. v. 22, p. 1025-33, 2004.
Fitzsimons M, Dawson B, Ward D et al. Cycling and running tests of repeated sprint 
ability. Aust J Sci Med Sport,[s.l],v. 25,n.4, p.82-7, 1993.
Fonseca AMLFM. Revisitando a relação entre a psicologia do desporto e o futebol pro-
fissional. In: Garganta JM, Oliveira J, Murad J. (Eds.). Futebol de muitas cores e sabores. 
Porto: Campo das Letras, 2004. p. 263-270.
Fonseca PH, Fuke K, Bruno G. Constant error from the percentual of fat mass analyzed 
by different mathematical models applied to professional foot-ball athletes. FIEP Bulle-
tin, v.76, p.284-288, 2006.
Fonseca PH, Marins JCB, Silva AT. Validação de equações antropométricas que estimam 
a densidade corporal em atletas profissionais de futebol. Rev Bras Med Esporte. v.13, 
n.3, pp.153-156, 2007.
Fonseca PH, Fuke K, Leal D, Marins JCB. Antropometría de atletas profissionais de futebol: 
calculando o porcentual de gordura. Marechal Cándido Rondon, v.7, n.12, p.09-14, 2008.
Fornaziero AM. Efeitos de um jogo de futebol sobre marcadores fisiológicos, bioquí-
micos e de performance. Dissertação de mestrado. Faculdade de Educação Física, Uni-
versidade Federal do Paraná, 2009.
Referências
201
Foschini D, Prestes J, Charro MA. Relação entre exercício físico, dano muscular e dor 
muscular de início tardio. Rev Bras Cineantropom Desempenho Humano. v. 9, n. 1, p. 
101-106, 2007.
Fox EL, Bowers RW, Foss ML. Bases fisiológicas da educação física e dos desportos. 4. 
ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.
Fredericson M, Chew K, Ngo J, Cleek T, Kiratli J, Cobb K. Regional bone mineral den-
sity in male athletes: a comparison of soccer players, runners and controls. Br J Sports 
Med,[s.l],v.41,n.10,p. 664-668, 2007.
Freitas DS, Miranda R, Bara Filho M. Marcadores psicológico, fisiológico e bioquímicopara determinação dos efeitos da carga de treino e do overtraining. Rev Bras Cineantro-
pom Desempenho Hum. v. 11, n. 4, p. 457-465, 2009.
Gagliardi JF. Estudo de equações de estimativa de densidade e composição corporal 
em atletas do sexo masculino. (Dissertação de mestrado) EEF, USP, 1996.
Gil SM, Gil, Ruiz F, Irazusta A, Irazusta J. Physiological and anthropometric charac-
teristics of young soccer players according to their playing position: relevance for the 
selection process. J Strength Cond Res, 21:438-45, 2007.
Gil SM, Gil J, Ruiz F, Irazusta A, Irazusta J. Anthropometrical characteristics and soma-
totype of young soccer players and with the general population. Biol. Sport. v. 27, p. 
17-24, 2010.
Glaister M, Stone MH et al. The reliability and validity of fatigue measures during 
short-duration maximal-intensity intermittent cycling. J Strength Cond Res, v.18, n.3, 
p.459-62, 2004.
Glaister M, Stone MH, Stewart AM, Hughes M, Moir GL. The influence of recovery du-
ration on multiple sprint cycling performance. J Strength Cond Res, 19:831-837, 2005.
Glaister M. Multiple-Sprint Work: Methodological, Physiological, and Experimental 
Issues. International Journal of Sports Physiology and Performance, 3, 107-112, 2008.
Gonçalves M. Biomecânica do tecido ósseo. In: Amadio AC, Barbanti, VJ. A biodinâ-
mica do movimento humano e suas relações interdisciplinares. (p. 89-112). São Paulo: 
Estação Liberdade/EEFE-USP. 2000.
Gorostiaga EM, Izquierdo M, Ruesta M, Iribarren J, Badillo JJG, Ibanez J. Strength train-
ing effects on physical performance and serum hormones in young soccer players. Eur 
J Appl Physiol. v. 91, n. 5-6, p. 698-707, 2004.
Grantham J, Brocherie F, Mikinobu Y, Balasekaran G. Preseason aerobic performance of 
elite Japanese soccer players. J. Sports Sci. Med. 6(Suppl. 10):128, 2007. 
Green S. Anthropometric and physiological characteristics of South Australian Soccer 
Players. Australian Journal of Science and Medicine in Sport. v. 24, n. 1, p. 3-7, 1992.
Guedes DP. Estudo da gordura corporal através da mensuração dos valores de den-
sidade corporal e da espessura de dobras cutâneas em universitários. (Dissertação de 
mestrado), Mestrado em Educação Física, UFSM, Santa Maria, RS, 1985.
Guedes DP, De Souza DB. Aspectos Cineantropométricos no treinamento de futebo-
listas. In: Futebol, Bases científicas do treinamento físico. Cap. IV. . Rio de Janeiro: Sprint 
Ltda, p. 118-66, 1987.
Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
202
Gunnarsson TP, Bendiksen M, Bischoff R et al. Effect of whey protein- and carbohy-
drate-enriched diet on glycogen resynthesis during the first 48 h after a soccer game. 
Scand J Med Sci Sports ,[s.l],v.23,n.4,p.:508–515, 2013.
Herdy CV, Simão R, Costa e Silva G. Relação de desequilíbrios musculares em jogado-
res de futebol: um estudo transversal. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do 
Exercício, São Paulo. v.11. n.66. p.309-314. maio/jun. 2017.
Hawley JÁ, Tipton KD, Millard-Stafford MI. Promoting training adaptations through 
nutritional interventions. Journal of Sports Sciences. v. 24, n. 7, p. 709-721, 2006.
Heisterberg MF, Fahrenkruq J, Krustrup P, Storskov A, Kjaer M, Andersen JL. Extensive 
monitoring through multiple blood samples in professional soccer players. J Strength 
Cond Res,[s.l],v. 27,n.5,p.1260–1271, 2013.
Helge EW, Aagaard P, Jakobsen MD, Sundstrup E, Randers MB, Karlsson MK, Krustrup 
P. Recreational football training decreases risk factors for bone fractures in untrained 
premenopausal women. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports. 2010; 
20: 31-39.
Helgerud J, Engen LC, Wisloff U, Hoff J. Aerobic endurance training improves soccer per-
formance. Medicine and Science in Sports and Exercise. v. 33, n. 11, p. 1925-1931, 2001.
Henry YM, Eastell R. Ethnic and gender differences in bone mineral density and bone 
turnover in young adults: effect of bone size. Osteoporos Int. 2000; 11: 512-517.
Herrero A, Cabañas MD, Maestre I. Morfotipo del futbolista profesional de la Comuni-
dad Autônoma de Madrid. Composición corporal. Biomecánica, 12(1), p. 72-74, 2004.
Hespanhol JE, Santi Maria T, Silva Neto LG, Arruda M, Prates J. Mudanças no desempe-
nho da força explosiva após oito semanas de preparação com futebolistas da categoria 
sub-20. Movimento & Percepção. v.6, n. 9, p. 82-94, 2006.
Heyward V, Stolarczyk L. Avaliação da composição corporal. São Paulo ; Manole, 2000.
Hirata R. Physique and age of Tokio Olympic Campions. J. sport Med. Phys. Fit. 6: p. 
207-222, 1966.
Hirayama K, Iwanuma S, Ikeda N, Yoshikawa A, Ema R and Kawakami Y. Plyometric 
Training Favors Optimizing Muscle–Tendon Behavior during Depth Jumping. Front. 
Physiol. 8:16, 2017.
Hoff J. Training and testing physical capacities for elite soccer players. Journal of Sports 
Science. v. 23, p. 573-582, 2005.
Hoff J, Wisloff U, Engen LC, Kemi OJ, Helgerud J. Soccer specific aerobic endurance 
training. Br J Sports Med. v. 36, p. 218-221, 2002.
Hüseyin J, Eroglu OS. Correlation between reaction time and speed in elite soccer 
players. J exerc sci fit, v. 4, n. 2, 2006.
Iaia FM, Rostgaard T, Krustrup P, Bangsbo J. Intermittent exercise performance evalua-
tions in soccer players using Yo-Yo intermittent recovery test level 2. J. Sports Sci. Med., 
v. 6, suppl. 10, p. 167, 2007.
Iannetta O. Boletim da SOBRAGE. Osteo-sonometria & osteo-sonograma: uma asso-
ciação segura. 2001.
Iannetta O. Osteoporose: uma ex-enfermidade silenciosa. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2006.
Referências
203
Impellizzeri FM, Rampinini E, Marcora SM. Physiological assessment of aerobic train-
ing in soccer. Journal of Sports Sciences, v.23, n.6, p.583-92, 2005. 
Impellizzeri FM, Rampinini E, Castagna C, Martino F, Fiorini S, Wisloff U. Effect of 
plyometric training on sand versus grass on muscle soreness and jumping and sprinting 
ability in soccer players. Br J Sports Med. v. 42, p. 42-46, 2008.
Ispirlidis I, Fatouros IG, Iamurtas AZ, Nikolaidis MG, Michailidis I, Douroudos I, Mar-
gonis K, Chatzinikolaou A, Kalistratos E, Katrabasas I, Alexiou V, Taxildaris K. Time 
course of Changes in Inflammatory and Performance Responses Following a Soccer 
Game. Clin J Sport Med. v. 18, n. 5, p. 423-431, 2008.
Jensen JM, Randers MB, Krustrup P, Bangsbo J. Effect of additional in-season aerobic 
high-intensity drills on physical fitness of elite football players. J. Sports Sci. Med., v. 6, 
suppl. 10, p. 79, 2007.
Johnson U, Ivarsson A. Psychological predictors of sport injuries among junior soccer 
players. Scand J Med Sci Sports. v. 21, p. 129-136, 2011.
Karlsson MK, Magnusson H, Karlsson C, Seeman E. The duration of exercise as a regu-
lator of bone mass. Bone. 2001; 28: 128-132.
Keys A, Brozek J. Body fat in adult man. Physiological Review, 33, 3:245-325, 1953.
Kiss MAPDM. Potência e capacidade aeróbias: importância relativa em esporte, saúde 
e qualidade de vida. In: Amadio, A.C.; Barbanti, V.J. A biodinâmica do movimento hu-
mano e suas relações interdisciplinares. São Paulo: Estação Liberdade, 2000, p.175-184.
Klissouras V. Heritability of adaptive variation: An old problem revisited. Journal of 
Sports Medicine and Physical Fitness, 37, 1-6, 1997.
Kobal R, Pereira LA, Zanetti V, Ramirez-Campillo R and Loturco I (2017) Effects of Un-
loaded vs. Loaded Plyometrics on Speed and Power Performance of Elite Young Soccer 
Players. Front. Physiol. 8:742.
Kollath E, Quade K. Measurement of sprinting speed of professional and amateur 
soccer players. In Proceedings of Second World Congress of Science and Football. Eind-
hoven, 1991.
Kollias I, Panoutsakopoulos V, Papaiakovou G. Comparing jumping ability among ath-
letes of various sports: vertical drop jumping from 60 centimeters. J Strength Cond 
Res,[s.l],v. 18,n.3,p.:546-50, 2004.
Komi PV. Ciclo alongamento-encurtamento. In: Komi PV. (ed.). Força e potência no 
esporte. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006, p.200-18.
Komi PV, Bosco C. Utilization of stored elastic energy in leg

Mais conteúdos dessa disciplina