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Cenários Econômicos e
Demonstrações Financeiras
 Prática de Gestão | 23
Objetivos
Ao final desta unidade, você será capaz de:
• Compreender os conceitos dos indicadores PIB, inflação e 
Índice de Desenvolvimento Humano — IDH;
• Compreender as classificações e cenários econômicos;
• Participar da integração entre o PIB e outros indicadores 
econômicos apresentados.
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 Prática de Gestão | 25
1. Leitura do PIB Brasileiro
A definição que Sousa (2012) nos traz sobre Produto Interno 
Bruto — PIB diz que seria a soma entre bens e serviços produzidos em 
um país, gerando o PIB. No Brasil, até 1989, era a Fundação Getúlio 
Vargas (FGV) que calculava o PIB brasileiro. A partir daí, essa tarefa 
coube ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
A Comparação entre PIB em valores absolutos e PIB per capita 
mostra coisas curiosas. A Noruega, por exemplo, tem um PIB 
absoluto quatro vezes menor do que o brasileiro, mas seu PIB 
per capta é de dez vezes maior.
Uma outra observação é de como considerar esta informação: em 
2004, o maior PIB per capita do Brasil foi o de São Francisco 
do Conde, na Bahia. No entanto, no ranking do Índice Firjan de 
Desenvolvimento Municipal (IFDM), essa cidade fica abaixo da 
mediana do país. A explicação para um PIB tão alto é a presença, 
nessa cidade, da segunda maior refinaria de petróleo do Brasil. 
E como medir a economia de um país?
Pelo crescimento do PIB medimos o crescimento econômico 
de um país. A capacidade de crescimento econômico depende de dois 
elementos: 
Saiba mais
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Estoque dos fatores de produção 
Para que se possa atender a vontade de comprar mais 
máquinas, equipamentos, estrutura física para produzir o que cada 
organização se propõe a oferecer para o mercado, é necessário que se 
reúna o maior montante de dinheiro para que isso se realize. 
Essa ação pressiona a formar uma poupança ou, caso não 
consiga reunir o montante necessário, adquirir um empréstimo.
Quando se forma uma poupança para investir em uma fonte 
de produção, estamos construindo um estoque de capital, caso não, se 
for necessário solicitar um empréstimo, ele virá de outras poupanças 
depositadas no banco escolhido para a contratação.
Segundo Sousa (2012), “quanto menor for a disponibilidade 
interna de dinheiro, menor será a capacidade de investimento”. Isso 
porque terá de ser pago mais pelo investimento, o valor que se tomou 
emprestado e mais os juros. 
Produtividade dos fatores de produção
Essa medição acontece quando podemos perceber o aumento 
de produção pelo mesmo capital empregado. Assim, podemos dizer 
que a produtividade dos fatores de produção pode ser aumentada 
pelo progresso tecnológico, com a modernização das máquinas e 
equipamentos inseridos na produção e a educação da força de trabalho, 
melhorando o desempenho do trabalhador por capacitação.
Outro ponto ainda discutido por Sousa (2012) cita Celso 
Furtado, Amartya Sen e Inacy Sachs em uma construção sobre:
1. Desenvolvimento Humano _ Quando se relaciona 
crescimento do PIB e desenvolvimento, Amartya Sen 
relata a relação entre liberdade e renda: se há crescimento 
de renda deverá haver crescimento de condições dignas a 
qualquer cidadão de evitar a fome, a doença, a moradia 
subumana e qualquer outra coisa que interfira em um bem 
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comum, seja ele de qualquer classe social. Fala, também, da 
liberdade de expressão e participação política se estendendo 
a todos os membros da sociedade.
2. Desenvolvimento Econômico _ Este tema será tratado 
sobre a discussão entre crescimento e desenvolvimento.
3. Igualdade Social _ Segundo Celso Furtado, “um país só é 
desenvolvido na medida em que os bens e os serviços estão 
disponíveis para todos, e não só para uma minoria”.
Amartya Sen e o economista paquistanês Mahbub ul Haq, 
em 1990, criaram o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Esse 
índice analisa a expectativa de vida ao nascer relacionada à educação 
e o PIB per capita, sendo o índice utilizado para a medição do nível 
de riqueza e pobreza pelo Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento (PNUD).
2. Cenários da Inflação/Demanda
O que é inflação?
Segundo Rossetti (1994), a depreciação do valor da moeda (ou 
a redução do poder aquisitivo da moeda), identificada como inflação, 
é um dos mais antigos e controvertidos fenômenos econômicos. As 
teorias explicativas da inflação são numerosas, porém, de forma geral, 
a inflação é caracterizada pela contínua, persistente e generalizada 
expansão dos preços.
• A intensidade dos processos inflacionários: é bastante 
variável. A história econômica tem registrado inflações dos 
mais diferentes graus.
• Inflações galopantes ou hiperinflações: caracterizada por 
uma violenta expansão do nível geral. 
No início da década de 80, a inflação brasileira atingiu a faixa 
de três dígitos, ficando em torno de 100% anuais. No triênio 1983-85, 
superou a taxa de 200% anuais e, no início de 1986, caminhava para 
mais de 300%.
Tivemos, também, novas tensões de alta da inflação em 
1990, com a mais elevada taxa mensal da história econômica do país 
registrada, em março do mesmo ano, de 81,3%, medida pelo Índice 
Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que é uma das 
versões do IDP medido pela Fundação Getúlio Vargas.
Hoje, temos uma inflação estável com crescimento por dois 
motivos aparentes, conforme matéria apresentada na Veja em junho de 
2010: http://veja.abril.com.br/perguntas-respostas/inflacao.shtml. 
 
 Em resumo, a inflação pode ser de oferta, quando há escassez 
de produto, ou de demanda, quando a procura é maior do que a 
quantidade ofertada.
Segundo a matéria, no Brasil, o que justifica a alta da inflação 
seria o crescimento do PIB por gerar maior crescimento 
econômico por conta do maior poder aquisitivo, expandindo o 
consumo de forma mais acelerada que a produção.
3. Integração entre os Tópicos Anteriores — 
Estudo de Caso
Segundo Rossetti, em seu artigo Desaceleração do 
crescimento: uma reflexão sobre as causas, “crescimento continuado se 
faz não através de estímulos ao consumo, mas sim aos investimentos. 
Isto porque, o consumo é fator indispensável para a sustentação dos 
níveis de oferta agregada e de emprego.”
Existe uma distinção entre crescimento e desenvolvimento 
quando nos atentamos ao quesito da relação oferta e procura na 
economia. O artigo de Rossetti comprova também que quanto mais 
Importante
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alta a proporção do consumo mais se comprime a capacidade de 
investimento, conflitando com propósito de aceleração do crescimento. 
Dentre as economias emergentes, o Brasil é o que menos investe em 
proporção ao PIB.
Apesar de o Brasil ser um dos países que mais aumentou a 
verba da educação nos últimos anos, de 3,9% do PIB em 2000 para 
5,5% do PIB em 2012, no ranking do exame que mede habilidades de 
leitura, matemática e ciências, do Programa Internacional de avaliação 
de Alunos (Pisa), o Brasil segue entre os últimos colocados.
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Síntese
Neste material apresentamos a variação do PIB como 
forma de identificar a importância e a influência do crescimento ou 
desenvolvimento de uma sociedade.
Em um primeiro momento foi apresentado como reage o 
mercado com a expansão dos preços. Demonstramos classificações da 
inflação desde a inflação resgate até a galopante, como as já presenciadas 
no Brasil nas décadas de 80 e 90, e como isso se relaciona com o 
crescimento do PIB. Em seguida, apresentamos artigos demonstrando a 
análise dessa relação e seus desdobramentos.
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Leitura Complementar
Para se aprofundar sobre o conteúdo, leia a matéria jornalística 
sobrea Política Pública no Brasil:
Não falta dinheiro, mas política pública — Paulo Saldaña. 
Disponível em: http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,nao-
falta-dinheiro-mas-politica-publica-imp-,1158429.
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Referências Bibliográficas
GONÇALVES, A. C. Pôrto. Cenários econômicos e tendências. Rio 
de Janeiro: FGV, 2011.
MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia. Tradução da 5ª 
Edição norte-americana. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
NOGAMI, Otto; PASSOS, Carlos Roberto Martins. Princípios de 
economia. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
ROSSETTI, J. Paschoal. Introdução à economia. 16. ed., revisada, 
atualizada e ampliada. São Paulo: Editora Atlas, 1994. 
SOUSA, J. Monteiro. Economia brasileira. São Paulo: Pearson/ 
Prentice Hall, 2012.

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