Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pri… 1/22 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pri… 2/22 ©2018 Copyright ©Católica EAD. Ensino a distância (EAD) com a qualidade da Universidade Católica de Brasília Apresentação Olá, seja bem-vindo (a)! Nesta unidade, vamos conhecer a definição de crescimento econômico, quais variáveis são utilizadas para medi-lo, o significado desses dados e os principais fatores que levam um país a progredir. “Crescer ou desenvolver”? Eis a questão! Para um melhor aproveitamento dos estudos, esta unidade está organizada nos seguintes tópicos: Crescimento econômico e seus indicadores. O crescimento econômico e os investimentos. O Produto e a renda per capita. Fatores de crescimento econômico. Bons estudos! Objetivos Entender o significado de crescimento econômico e quais variáveis são utilizadas para medi-lo. Conhecer os principais indicadores que mensuram o crescimento ou decrescimento de uma economia e interpretar o resultado desses dados. Analisar os fatores que levam uma nação ao crescimento baseado nos estudos comparativos utilizando as informações dos países ricos e pobres 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pri… 3/22 ©2018 Copyright ©Católica EAD. Ensino a distância (EAD) com a qualidade da Universidade Católica de Brasília Desafio Você deverá identificar na internet, em sites institucionais confiáveis, um recente estudo científico relevante, que apresente os dados da renda per capita e do PIB, dos últimos dez anos, de dois países ricos e de dois países pobres. Em seguida, compare os dados do mundo na sua área de formação. Deve ser algo que esteja em processo de realização ou que tenha sido finalizado nos três últimos anos. Ao realizar essa tarefa, você deverá: Postar o material selecionado no AVA, no espaço indicado, identificando a fonte de onde foi extraído, segundo as normas da ABNT. Para a comparação dos dados, recomenda-se o uso do excel. Esse relatório deve ter no máximo 3 páginas. Com base nas informações coletadas, redija um texto expositivo-informativo, com extensão mínima de 15 (quinze) linhas e no máximo 20 (vinte) linhas, apresentando a interpretação desses dados, as estratégias e experiências desses países quanto aos investimentos em ações para o crescimento econômico. 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pri… 4/22 ©2018 Copyright ©Católica EAD. Ensino a distância (EAD) com a qualidade da Universidade Católica de Brasília Conteúdo Crescimento econômico e seus indicadores O crescimento econômico é uma das mais importantes variáveis que devem ser analisadas para medir o desenvolvimento econômico de um país, Estado ou região. Então, crescimento e desenvolvimento não são a mesma coisa? As análises de grandes estudiosos da área não consideram crescimento e desenvolvimento econômico como conceitos similares. Isso se dá, pois o crescimento está mais voltado para o nível de atividade econômica do país, como produção. Todavia, o desenvolvimento avalia, além desse índice, a qualidade de vida dos indivíduos da região. Os principais economistas estrangeiros mais influentes nesse tema foram: Adam Smith, britânico do século XVIII e Joseph Schumpeter, austríaco do século XX. Os brasileiros não deixaram a desejar, são eles, também economistas: Celso Furtado e Luiz Carlos Bresser Pereira, ambos do século XX, que contribuíram e contribuem até hoje, como Bresser Pereira, com importantes estudos científicos nessa área. Para medir o progresso de um país é necessário observar se há crescimento econômico e quais fatores mensuram e comprovam essa afirmação. Isso quer dizer que para um país desenvolver é preciso crescimento, mas um país com economia crescente, não necessariamente, é considerado desenvolvido. Para que essas informações fiquem mais perceptíveis, vamos definir com clareza os aspectos do crescimento econômico. Alguns autores aceitam que não há distinção entre crescimento e desenvolvimento. Todavia, neste estudo vamos trabalhar com a hipótese de que eles são, sim, diferentes e ao final desta disciplina, você poderá tirar suas conclusões. A Equipe de professores da USP (2002, p. 514) diz: “Conceitua-se crescimento econômico como sendo o aumento contínuo do produto interno bruto em termos global e per capita, ao longo do tempo”. Vale ressaltar que o termo per capita é um termo latim que significa por cabeça. 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pri… 5/22 Já Oliveira (2006) diz: Não raramente nos deparamos com artigos de jornais, revistas, artigos científicos, dissertações, teses, entre outros, discutindo um assunto tão em voga atualmente. Trata-se do tema crescimento econômico, ou simplesmente crescimento, mensurado através da explicitação de índices como Produto Interno Bruto - PIB, Produto Nacional Bruto – PNB, Renda Per Capita, entre outros. A partir destas definições, podemos entender que o crescimento diz respeito ao aumento de alguns indicadores econômicos que são usados para medir o nível de atividade da economia. Há várias formas de mensurar essa atividade por meio de indicadores, por exemplo, o Produto Interno Bruto (PIB), Produto Nacional Bruto (PNB), renda per capita, despesa per capita, o número de empresas falidas ou em processo de concordata, o consumo de serviços básicos como energia e água, nível de saneamento, entre outros. Posição (2019), por meio do site do Center for the Advancement of the Steady State Economy nos oferece as seguintes informações: 1. O crescimento econômico, de acordo com os manuais de economia mais comuns, corresponde ao aumento da produção e consumo de bens e serviços; 2. O crescimento econômico ocorre quando existe um aumento do consumo; 3. A economia global cresce como um todo integrado, consistindo dos sectores primário, secundário e terciário que necessitam de recursos materiais e energéticos e produzem resíduos; 4. O crescimento econômico é geralmente medido como o aumento do produto interno bruto (PIB) ou produto nacional bruto (PNB); 5. O crescimento econômico tem sido um objectivo recorrente e principal em muitas sociedades e na maioria dos governos; 6. Tendo em conta os princípios estabelecidos na física e ecologia, existem limites ao crescimento econômico; 7. Existe uma crescente evidência de que o crescimento econômico global tem impactes negativos a longo prazo para a ecologia e economia. 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pri… 6/22 É importante destacar que o Produto Interno Bruto (PIB) é a quantidade de bens e serviços produzidos dentro de um país em determinado período de tempo, independente da origem das empresas localizadas no país e de suas remessas de rendimento ao exterior. Esse conceito difere do Produto Nacional Bruto (PNB), pois considera as rendas enviadas e recebidas do exterior, enquanto o PIB não. É também possível medir o desempenho da economia por meio da equação que estudamos em macroeconomia chamada: identidade básica das contas nacionais. Figura 1 - Identidade básica das contas nacionais. O problema desta equação é que ela não refletirá averdadeira realidade do país ou região que está sendo estudada. Um PIB alto, por exemplo, pode significar uma maior renda, maior números de empregos e elevação na competitividade das empresas. Entretanto, esse indicador esconde os níveis de desigualdades sociais e, também, não reflete outros dados importantes, como a saúde e educação. O crescimento econômico e os investimentos Vimos na análise anterior que é preciso conhecer os indicadores, saber mensurá-los e investir naqueles que melhor apresentam a realidade do nível de atividade econômica da região que estamos estudando, sem esquecer-se de outras variáveis importantes como saúde, educação e qualidade de vida. 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pri… 7/22 Fonseca (2006) apresenta um esquema de fluxo do crescimento econômico relacionado com a variável investimento. Segundo esse autor, para haver crescimento sustentado é necessário um aumento na produção dos trabalhadores, que depende do capital, como máquinas, equipamentos e avanços técnicos ou inovações, além de uma força de trabalho com melhor qualificação intelectual. O referido autor afirma que todas essas variáveis estão interligadas e com todas funcionando, consequentemente haverá uma produtividade maior, assim como poderá elevar o PIB e outros indicadores utilizados para mensurar o progresso econômico. A Figura 2 é um esquema adaptado de Fonseca (2006, p.21). Figura 2 - Fluxo do crescimento econômico Fonte: Fonseca, 2006, p.21. (Adaptado) Observe, nesta figura, que os fatores de produção (mão de obra, recursos natural e capital) são transformados para produzirem bens e serviços. Vemos o consumo, essencial para manter os trabalhadores e, os investimentos que contam como capital. Vale ressaltar que a capacidade intelectual chega até a força de trabalho por meio da educação como cursos técnicos, profissionalizantes, graduações, entre outros. E assim, com o processo normal da economia, as financeiras usam desse dinheiro para financiar o capital dos 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pri… 8/22 comércios, fábricas ou prestadores de serviço. Logo, os investimentos constituem como uma base para sustentar o crescimento econômico. Essas inversões estão não somente no valor físico, dinheiro vivo, mas representadas por meio dos instrumentos e ferramentas de trabalho que, consequentemente, eleva a produção, mas também está presente na formação intelectual dos trabalhadores. O Produto e a renda per capita Bem, chegamos até aqui, mas ainda não conhecemos quais os índices mais confiáveis para medir o desempenho da economia. Todavia, já aprendemos que nem sempre uma economia com uma produção alta indica que seus níveis de saúde, educação e qualidade de vida estão bem avaliados. É preciso estar atento! Quando estudamos macroeconomia e conhecemos as identidades das contas nacionais como o PIB e PNB, entendemos porque países como o Brasil utilizam o PIB ao invés do PNB e países como os Estados Unidos fazem o contrário, mensuram o nível de atividade produtiva pelo PNB. O PNB reflete tudo que é produzido em um país, adicionando as remessas de lucros que vêm das empresas situadas no exterior, originárias desse país e subtraindo os rendimentos enviados para o exterior das multinacionais que possuem filiais nesse local, mas que remetem seus lucros para as matrizes. Os EUA, uma grande potência econômica movida pelo consumo e com atividade econômica em expansão, possuem uma grande quantidade de empresas nacionais em várias partes do mundo. Logo, recebem grandes remessas de lucros desses negócios para suas matrizes e a entrada de renda, por vezes, é maior que a saída. Assim, é mais fácil avaliar seu desempenho econômico por meio do PNB. 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pri… 9/22 Essa situação é diferente do Brasil. Aqui, nossa realidade econômica de crescimento é medida, em sua maioria, pelo PIB, mesmo não apresentando informações coerentes sobre a qualidade de vida da população. Nesse sentido, é melhor para nosso país medir seu progresso por meio do PIB, que faz o somatório de tudo que é produzido na região sem adicionar a renda que vem do exterior e subtrair aquela que sai. Por isso, é verdadeiro afirmar que no Brasil o PIB é maior que o PNB, entretanto, em países como os EUA o PNB é maior que o PIB. No que concerne à renda per capita, ela também é um indicador considerável para medir o crescimento econômico. Esse índice apresenta resultados que revelam uma grande diferença ao compararmos o valor de vários países. Nessa comparação, veja o que diz Jones (2015, p. 3), que em suas análises utiliza dos dados da renda per capita: O mundo é formado por economias de todas as formas e tamanhos. Há os países muito ricos e há os muito pobres. Algumas economias crescem rapidamente e outras simplesmente não crescem. Por fim, muitas economias – na verdade, a maioria - se situam entre os dois extremos. Ao pensar em crescimento e desenvolvimento econômicos, é útil começar considerando os casos extremos: os ricos, os pobres e aqueles que se movem rapidamente entre eles. A renda per capita trabalha com informações sobre a produtividade dos trabalhadores e a força de trabalho da sua população. Os países ricos têm essa renda elevada, provavelmente, porque os seus operários estão produzindo mais ou porque a quantidade de trabalhadores, dentro da região estudada, cresceu. Para que essa renda diminua é possível que o contrário ocorra, mas variáveis como um menor investimento influencia nesse decrescimento. Veja a Tabela 1. Tabela 1 - Média da renda per capita por período (1960-1980 e 1980-2009) da China e Brasil em % PAÍS 1960-1980 1980-2009 China 2,6 7,8 Brasil 4,5 -0,6 Fonte: Veloso et al., 2013, p. 8. (Adaptado) 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pr… 10/22 A partir desta tabela é possível visualizar dois países com disparidade de renda significativa. A China que em 1960-1980 apresentava a média de 2,6% de crescimento conseguiu triplicar esse valor nos anos que seguiram, 1980-2009. Segundo Lo e Guicai (2006), foi o investimento interno com ênfase no setor de capital, o motor do crescimento recente da China que iniciou nos anos 90 e fez parte de uma das metas prioritárias estabelecidas pelo governo. O Brasil demonstra uma situação inversa da China. Uma taxa alta de 4,5%, em 1960-1980, que caiu consideravelmente no período consecutivo, 1980-2009, revelando o valor de 0,6%. Segundo Masiero e Coelho (2014), o Plano de Metas e os Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND), executados pelo país, foram os que mais se aproximaram dessas políticas de êxito chinesas. Após os anos 90, o que se viu foram políticas isoladas, sem articulação com os agentes produtivos e fraca capacidade de liderança do Estado. Fatores de crescimento econômico Neste tópico, vamos avaliar os principais fatores do crescimento, por meio dos estudos do professor americano da Universidade de Stanford Charles I. Jones, autor não citado no início, mas grande referência nesta área. Esses fatores, estudados por ele, remetem a mais próxima realidade das regiões mensuradas. 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pr… 11/22 Charles I. Jones utiliza como principal indicador a renda per capita. Esta renda é calculada por meioda divisão da renda nacional do país sobre sua quantidade de habitantes. Jones (2015) destaca quatro fatos do crescimento econômico, são eles: I. Os países mais pobres do globo apresentam uma renda per capita menor que 5% dessa renda das nações ricas; II. Os níveis de crescimento da economia são significativamente diferentes entre uma região e outra; III. Esse nível de crescimento não se mantém constante ao longo do tempo; IV. É possível que um país ganhe ou perca colocações baseado em sua renda per capita. Isso quer dizer que um país pobre pode se tornar rico e o contrário também pode acontecer. O fato I é “fato” real. Outros pesquisadores comprovaram essa afirmação com base em dados analisados dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Veloso et al. (2013, p.3) dizem que no ano de 2009, a renda per capita dos EUA era correspondente a 36 vezes a de Uganda na África, 13 vezes a da Índia, 6 vezes a da China e também, correspondia ao dobro da renda per capita em Portugal. Nessa comparação, Uganda, Índia e China são considerados países pobres, diferente de Portugal. Essas diferenças no padrão de vida, por sua vez, refletem disparidades enormes da produtividade do trabalhador. No mesmo ano, um trabalhador típico norte- americano produzia 30 vezes mais que o de Uganda, quase 10 vezes mais que o indiano, sete vezes mais que o chinês e mais que o dobro do trabalhador português (VELOSO et al., 2013, p.3). Não podemos deixar de citar que as diferenças ou disparidades na comparação da renda per capita entre os países se dá mediante o crescimento da produção de cada trabalhador do país. E a produção do trabalhador é influenciada diretamente pela sua educação, máquinas, equipamentos, inovação e tecnologia, entre outros. Jones (2015, p. 7) afirma que: 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pr… 12/22 Por exemplo, no Brasil a renda per capita cresceu, em média, 0,9 ponto percentual (p.p.) acima do produto por trabalhador entre 1960 e 2009. Isso se deve ao crescimento da população em idade ativa acima do crescimento da população total, o que caracteriza o chamado “bônus demográfico”. O mesmo ocorreu com a Coreia do Sul. No caso da China, por outro lado, praticamente todo o crescimento extraordinário da renda per capita (6,0% a.a.) decorreu de aumento da produtividade do trabalho (5,7% a.a.), assim como na Índia. Na Tabela 2 podemos perceber essa disparidade. Dessa vez, a análise é feita utilizando o indicador Produto Interno Bruto (PIB), em US$, no ano de 2008. Observe, que nesse período, o PIB per capita da China correspondia a 15% do valor dos EUA, enquanto o PIB por trabalhador era de 13% se comparado com o valor dos norte-americano de US$ 84.771. Vale ressaltar que o PIB per capita corresponde ao valor do PIB total, calculado em um tempo específico, dividido pelo número de habitantes naquele país. Enquanto o PIB por trabalhador é, esse mesmo valor utilizado para o cálculo anterior, dividido pela quantidade de trabalhadores existentes. Se utilizarmos esse mesmo método de comparação por percentagem, entre os países ricos e pobres, é possível perceber que a Índia demonstra ter 9% do PIB per capita e 12% do PIB por trabalhador, se comparado ao Japão. Já Uganda, visivelmente a economia mais pobre da Tabela 2, tem 3,5% do PIB per capita da França e 3,7% do PIB por trabalhador quando comparado aos valores desse mesmo indicador dos franceses. Se analisarmos todas as nações pobres citadas na Tabela 2 em relação aos indicadores americanos, esses valores seriam bem maiores. Os EUA representam uma das maiores potências econômicas do mundo com altos valores do PIB, PNB, renda per capita, entre outros. Tabela 2 - Comparação do PIB, em 2008, entre os países ricos e países pobres PAÍSES RICOS PIB PER CAPITA PIB POR TRABALHADOR EUA US$ 43.326 US$ 84.771 No que concerne à produtividade do trabalhador, os americanos apresentam um valor muito mais alto do que os brasileiros e grande parte do mundo. Uma das estratégias que induzem essa alta produtividade é o acesso a tecnologias de ponta. (https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-avanca-pouco-na-comparacao- com-outros-paises,70002248962). https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-avanca-pouco-na-comparacao-com-outros-paises,70002248962 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pr… 13/22 PAÍSES RICOS PIB PER CAPITA PIB POR TRABALHADOR Japão US$ 33.735 US$ 64.778 França US$ 31.980 US$ 69.910 PAÍSES POBRES China US$ 6.415 US$ 10.938 Índia US$ 3.078 US$ 7.801 Uganda US$ 1.122 US$ 2.604 Fonte: Jones, 2015 p.5. (Adaptado) O fato II é uma afirmação já visível nos dados anteriores. Todavia, vamos analisar, na Tabela 3, pela média da taxa de crescimento econômico, entre os anos de 1960 e 2008, baseados nas informações do PIB por trabalhador. Tabela 3 - Taxa média de crescimento, em %, no período de 1960-2008, dos países ricos e pobres PAÍSES RICOS Taxa de crescimento (%) EUA 1,6 Japão 3,4 França 2,2 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pr… 14/22 PAÍSES RICOS Taxa de crescimento (%) PAÍSES POBRES China 5,6 Índia 3,0 Uganda 1,3 Fonte: Jones, 2015, p.5. (Adaptado) Com as informações da Tabela 3, é possível confirmar que o crescimento dos EUA, entre 1960- 2008, foi de 1,6%. Esse valor está abaixo de países como Japão e França. Isso significa dizer que esses dois países tiveram um crescimento bem mais acelerado que os americanos. A China e Índia também tiveram um desempenho acelerado nesses quase 40 anos, 5,6% e 3%, respectivamente, o oposto do que ocorreu na Uganda com taxa de crescimento média de 1,3% Dentre os países ricos, o Japão se destaca por apresentar um crescimento substancial com o valor de 3,4%. O fato III indica que as taxas de crescimento não se mantêm perene ao longo dos anos. O que não parece algo espantoso, pois há diversas variáveis que podem afetar esse crescimento durante o passar do tempo. Se observarmos as taxas de crescimento do período mercantilista até hoje, vamos perceber sua transformação. Isso ocorre, principalmente, pois o cenário da conjuntura econômica apresentou mudanças importantes e bastante significativas durante todo esse tempo. 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pr… 15/22 Jones (2015, p. 12) explica: A taxa média de crescimento da Índia, de 1960 a 2008, foi de 3% ao ano. De 1960 a 1980, no entanto, essa taxa foi de apenas 2% anuais; entre 1980 e 2008, acelerou para 3,7% ao ano. [...] Por fim, as reformas econômicas na China exerceram um substancial impacto no crescimento e no bem-estar econômico de um quarto da população no mundo. Entre 1960 e 1978, o PIB por trabalhador cresceu a uma taxa anual de 2,1% no país. Desde 1979, no entanto, o crescimento chinês médio foi de 7,7% ao ano. Estas disparidades nos valores das taxas ao longo dos anos indicam um ótimo cenário, pois mesmo ainda com grandes desigualdades sociais, atualmente a economia mundial é muito mais robusta do que há alguns anos. O fato IV indica que um país considerado rico pode tornar-se pobre e um país pobre pode tornar-se rico. Mas, fica a dúvida, isso realmente é possível sem que se passem anos a fio? Vamos entender tomando como exemplo o milagre econômico brasileiro e os acontecimentos posteriores. Giambiagi (2011, p. 62) aponta que durante o governo militar no Brasil, em 1968, nossa economia avançava para uma fase de crescimento significativo, que se estendeu até 1973.Durante esse tempo, o PIB elevou-se a uma taxa média da ordem de 11% ao ano, liderado pelo setor de bens de consumo durável e pelo de bens de capital. A taxa de investimento, que ficou estagnada em torno de 15% do PIB no período de 1964-67, aumentou para 19% em 1968 e pôs fim aos anos de “milagre” em pouco mais de 20%. O crescimento do período de 1968-73 retomou e complementou o processo de difusão da produção e consumo de bens duráveis, com o Plano de Metas. Após esse período, as altas taxas do nosso PIB apresentavam que o Brasil estava a pleno vapor em sua produção, outros programas econômicos nasceram para dar continuidade a essa expansão, dentre os mais importantes temos os Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND’s) que durou até, aproximadamente, 1980. A partir desse período, o cenário tornou-se diferente. Enquanto o preço do petróleo e o valor dos juros dos empréstimos para financiar os investimentos do país mantinham-se viáveis, nossa economia prosperava. Todavia, com a crise do petróleo que atingiu muitos países do globo e a elevação dos juros, o crescimento cessou. 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pr… 16/22 [...] a década de 80 foi um período bastante conturbado para a economia brasileira e América Latina. O aumento das taxas de juros internacionais elevou a dívida brasileira com o exterior e pode-se perceber uma queda acentuada no PIB. O cenário era de desajuste macroeconômico com inflação acentuada que impedia qualquer programa de crescimento econômico (NONATO , 2015. p. 49). A situação não foi diferente na década de 90, no Brasil. A preocupação econômica primordial continuava a ser a estabilização monetária. À época, a principal ação do Estado foi o controle inflacionário, a relativa estabilidade econômica e a abertura e integração da economia com o mercado externo, como as privatizações. No que se refere ao controle da inflação, vários Planos (Cruzado, Bresser, Verão, Collor e Real) foram executados para reverter a situação econômica desfavorável, no entanto, com exceção do Plano Real, todos os outros não tiveram sucesso. E assim, no meio do caminho da expansão para ganhar o selo de país desenvolvido, o Brasil tropeçou. Essas não foram as únicas ações que colocavam nosso país à frente dos outros, mas com certeza foi a que mais nos encheu de esperança. 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pr… 17/22 Finalizando a Unidade Nesta unidade, estudamos que o crescimento econômico é uma variável importante para que possamos analisar o desenvolvimento econômico. Vimos que esse crescimento é o resultado positivo ou negativo da atividade econômica de determinado país, Estado, cidade e qualquer outra região a ser analisada. Algumas indagações surgiram, por exemplo: como podemos medir o desempenho econômico de um determinado país? Descobrimos que a solução para essa perguntar é avaliar os indicadores que mensuram a atividade econômica e esses índices são representados, primordialmente, pelo Produto Interno Bruto (PIB), Produto Nacional Bruto (PNB), renda per capita, entre outros. Discutimos também sobre o PIB e a renda per capita. Entendemos que o Produto interno tem valor mais representativo para mensurar a produtividade de uma economia nos países mais pobres, o oposto do que ocorre nas análises dos países ricos, que utilizam o PNB para medir seu desempenho econômico. Além disso, visualizamos as informações que apresentam a disparidade entre essas variáveis econômicas entre nações desenvolvidas e subdesenvolvidas. Ao longo desta unidade, percebemos que a China iniciou seu processo de crescimento de forma lenta, mas com o passar dos anos e até hoje alcança um dos maiores patamares de produção do mundo todo. Essa produtividade está relacionada, principalmente, com os investimentos realizados pelo Estado que alavancaram as indústrias nacionais. Um de seus maiores concorrentes, os Estados Unidos, também apresentam um consumo elevado se comparado com os outros países e esse consumo impacta diretamente no aumento e na velocidade do crescimento econômico. Por fim, concluímos que são as variáveis de crescimento econômico como o PIB, PNB e renda per capita, as responsáveis por apresentarem as informações de como andam a produção na região. É importante destacar que o Brasil apresentou altos índices desses 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pr… 18/22 indicadores no período do seu milagre econômico, mas por instabilidades econômicas da conjuntura internacional e por se posicionar de forma “diferente” acabou por diminuir essas taxas devido aos níveis baixos de investimento que se seguiram no país entre os anos 80 e 90. 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pr… 19/22 ©2018 Copyright ©Católica EAD. Ensino a distância (EAD) com a qualidade da Universidade Católica de Brasília Dica do Professor Fábio Giambiagi e Alexandre Schwartsman lançaram um livro intitulado Complacência: Entenda por que o Brasil cresce menos do que pode. Esses autores discutem sobre as estratégias e ações apresentadas na conjuntura brasileira que trouxe o Brasil ao patamar de crescimento e desenvolvimento que alcançou hoje. A leitura vale a pena, não somente pela didática dos autores e pela forma como sugestionam o conteúdo, mas também porque apresentam os embargos e obstáculos que nossa nação atravessou para não ter ganhado o título de primeiro país desenvolvido da América Latina. 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pr… 20/22 ©2018 Copyright ©Católica EAD. Ensino a distância (EAD) com a qualidade da Universidade Católica de Brasília Saiba Mais Leia o artigo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, “Carta de conjuntura: visão geral”. O documento número 46 - 1º trimestre de 2020, da seção IX, analisa o impacto da pandemia do COVID-19 no Brasil e no mundo. A partir da leitura, cite quais os setores que serão mais afetados e que novos negócios podem surgir para alavancar a economia em período de recessão. Buscando integrar as importantes discussões apresentadas assista ao filme “O longo amanhecer – Cinebiografia de Celso Furtado” que relata a trajetória de um dos mais conhecidos economistas do Brasil e do mundo, Celso Furtado, e apresenta informações bastante interessantes sobre o nosso processo de desenvolvimento econômico. http://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/wp-content/uploads/2020/03/CC46_Vis%C3%A3o-Geral.pdf https://www.youtube.com/watch?v=q-eT-hegNZ0 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pr… 21/22 ©2018 Copyright ©Católica EAD. Ensino a distância (EAD) com a qualidade da Universidade Católica de Brasília Referências EQUIPE DE PROFESSORES DA USP – Manual de Economia, São Paulo: Saraiva, 2020. FONSECA, M. A. Planejamento e desenvolvimento econômico. São Paulo, SP: Thomson Learning, 2006. 239 p. GIAMBIAGI, F.; VILLELA, A.; CASTRO, L. B.; HERMANN, J. Economia brasileira contemporânea: [1945-2010]. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2011. p.272. JONES, C. I. Introdução à teoria do crescimento econômico. 3. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2015. 265 p. LO, D.; GUICAI, L. China’s Economic Growth, 1978-2005: StructuralChange And Institutional Attributes. Department of Economics Working Papers, n. 150, nov. 2006. Disponível em: https://www.soas.ac.uk/economics/research/workingpapers/file28828.pdf. Acesso em: 26 abr. 2020. MANSIERO, G.; COELHO, D. B. A política industrial chinesa como determinante de sua estratégia going global. Revista de Economia Política, v. 34, n. 1 (134), p. 139-157, jan./mar. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rep/v34n1/v34n1a09.pdf. Acesso em: 26 abr. 2020. NONATO, D. G. P. Desenvolvimento econômico, política industrial e infraestrutura macrologística: uma reflexão sobre o modelo brasileiro. 2015. Dissertação (Mestrado em Logística e Pesquisa Operacional) – Programa de Pós-Graduação em Logística e Pesquisa Operacional, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015. OLIVEIRA, E. C. Crescimento e desenvolvimento econômico: a sustentabilidade como modelo alternativo. II Fórum Ambiental da Alta Paulista, São Paulo, jun. 2006. Disponível em: https://celsofurtado.phl-net.com.br/artigos_scf/Edenis_Cesar_Oliveira.pdf. Acesso em: 26 abr. 2020. http://www.scielo.br/pdf/rep/v34n1/v34n1a09.pdf https://celsofurtado.phl-net.com.br/artigos_scf/Edenis_Cesar_Oliveira.pdf 01/03/2021 Versão para impressão - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Desenvolvimento_economico/tema_01/index.html?pr… 22/22 POSIÇÃO sobre o crescimento económico (European Portuguese). Center for the Advancement of the Steady State Economy, Arlington, 2019. Disponível em: https://steadystate.org/act/sign-the-position/read-the-position-statement/posicao/. Acesso em: 26 abr. 2020. VELOSO, F; FERREIRA, P. C; GIAMBIAGI, F; PESSOA, S. (org.). Desenvolvimento Econômico: Uma perspectiva brasileira. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2013. p.262. https://steadystate.org/act/sign-the-position/read-the-position-statement/posicao/
Compartilhar