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AULAS MACROECONOMIA

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Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados 1
Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados 2
SUMÁRIO
1. CONCEITO DE ECONOMIA ....................................................................4
1.1 As necessidades humanas ..........................................................................6
1.2. Os Bens .........................................................................................................7
1.2.1. Livres .......................................................................................................................................7
1.2.2. Econômicos ...........................................................................................................................7
1.3. Recursos produtivos ....................................................................................8
1.3.1. Capital .....................................................................................................................................8
1.4. Agentes econômicos ...................................................................................9
2. QUESTÕES CENTRAIS DA ECONOMIA ........................................... 10
3. DIVISÕES DA ECONOMIA ....................................................................11
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................11
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 12
Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados 3
AULA 1 – VISÃO GERAL DA ECONOMIA
Bem-vindo ao componente curricular de Macroeconomia!
A Macroeconomia é uma área da Economia que estuda o funcionamento da economia em seu conjunto. 
Troster e Mochón (2002, p. 6) destacam que o propósito desse componente é “obter uma visão simplificada da 
economia que, porém, ao mesmo tempo, permita conhecer e atuar sobre o nível da atividade econômica de um 
determinado país ou de um conjunto de países”.
É com base nesse propósito que nosso componente foi construído. O objetivo é apresentar os conceitos 
básicos e algumas ferramentas da macroeconomia para que possamos compreender o mecanismo da política 
econômica e como seus instrumentos afetam o funcionamento dos mercados e o desempenho das empresas, 
colaborando para a análise de cenários e a formulação de estratégias de negócios. 
Esse objetivo destaca mercados, empresas, negócios, estratégias, política... nossa! São muitas variáveis! Isso 
pode fazer você imaginar que estudar macroeconomia seja muito difícil, mas na verdade não é! A Economia 
está ligada a praticamente tudo o que vivenciamos. É cada vez mais comum discutirmos fatos econômicos como 
desemprego, aumento dos salários, juros, câmbio, aumento de preços, crise econômica, exportações, importações, 
impostos, entre outros. Como a maioria das pessoas associa a Economia ao âmbito financeiro e a problemas 
sociais e de política econômica, estudar Economia, à primeira vista, não parece muito atraente. 
Para pensar
Então para que estudar Economia? 
Os autores Hall e Lieberman (2003) apontam quatro motivos interessantes: a) para compreender 
melhor o mundo, b) para adquirir confiança, c) para realizar mudanças sociais e d) para ajudar na 
preparação de sua carreira. 
Vamos descrever cada um desses motivos:
• Para compreender melhor o mundo: a aplicação de ferramentas da economia pode ajudar a entender 
eventos globais e locais, simples (como oscilações nos preços dos produtos, por exemplo) ou complexos e 
duradouros (como os ciclos econômicos).
• Para adquirir autoconfiança: muitas pessoas têm a impressão de que a Economia trata de algo 
nebuloso, que ninguém entende, mas será? Depois de aprender um pouco sobre o tema, esse sentimento 
muda. A seção de Economia dos jornais não parece mais escrita em uma linguagem indecifrável e as pessoas 
passam até a arriscar comentários sobre as notícias do dia.
• Para realizar mudanças sociais: todos queremos “construir um mundo melhor” e a economia 
é indispensável para compreendermos as raízes dos problemas sociais (fome, pobreza, violência etc.) e 
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ambientais (poluição, aquecimento global, falta de recursos naturais, entre outros) e desenvolvermos 
esforços para resolvê-los. 
• Para ajudar na preparação da sua carreira: no mundo corporativo é imprescindível compreender os 
conceitos básicos da Economia para analisar que variáveis econômicas interferem direta ou indiretamente 
em seu negócio e quais devem ser consideradas em seu planejamento. Isso ajuda a analisar cenários e a 
tomar decisões mais seguras.
Para entender melhor a importância da Economia, precisamos conhecer seu conceito e objetivos básicos, foco 
desta aula. 
1. CONCEITO DE ECONOMIA
Em termos etimológicos a palavra Economia origina-se da palavra grega oikosnomos, sendo oikos = casa e 
nomos = norma, lei, o que significa a “administração da casa”, podendo ser estendida para a “administração de 
uma coisa pública” ou de um Estado (PASSOS; NOGAMI, 2012, p.4-5).
Segundo Pinho (2005), o filósofo grego Aristóteles foi quem lançou as bases da ciência e quem primeiro 
formulou os problemas econômicos que interessariam aos pensadores posteriores. Apenas na Idade Moderna 
é que a Economia tornou-se uma ciência, a partir das obras de François Quesnay, Tableau Économique (em 
português, Quadro Econômico), de 1758, na qual apresenta de forma simplificada a interdependência das 
atividades econômicas, e de Adam Smith, economista escocês, cuja obra intitulada A riqueza das nações, de 1776, 
investiga a causa e a natureza da riqueza das nações, analisando a Inglaterra no auge da Revolução Industrial. 
Adam Smith é considerado o pai da economia moderna, e um dos mais importantes teóricos do liberalismo 
econômico. 
Um conceito atual de Economia é:
Importante
Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem)
empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre 
as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. (VASCONCELLOS 
& GARCIA, 2009, p.2)
 
Vamos decifrar esse conceito.
A economia é uma ciência social porque as ciências sociais estudam a organização e o funcionamento da 
sociedade e o relacionamento entre as pessoas. O direito, a psicologia, a sociologia e a administração também 
são ciências sociais, uma vez que cada uma estuda o comportamento da sociedade por uma ótica distinta. A 
Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados 5
economia, por sua vez, enfoca como as pessoas se empenham na produção, distribuição e consumo dos bens e 
serviços (PASSOS; NOGAMI, 2012).
Na prática
Nosso cotidiano é cercado de questões econômicas, por exemplo, as empresas contratam a mão 
de obra e utilizam as matérias-primas para a produção de seus bens e serviços. A quantidade de 
bens disponível comparada com a quantidade de consumidores dispostos a adquirir estes bens pode 
levar a um aumento de preços. Já em uma situação de crise, o consumo pode cair e as empresas 
perdem vendas; com as vendas menores, os estoques aumentam e alguns setores passam a dispensar 
funcionários, o que provoca aumento no desemprego. Essa situação provoca uma redução na renda 
média da população. Este é só um exemplo de um problema a ser abordado pela economia. 
O cerne da Economia são as escolhas. Krugman e Wells (2007) destacam que qualquer questão econômica 
envolve escolhas individuais, que são decisões de um indivíduo sobre o que fazer e o que não fazer. As escolhas 
acontecem porque os recursos são escassos, ou seja, não podemos ter tudo o que queremos, existe uma restrição 
física provocada pela escassez dos recursos produtivos que impede que todas as necessidades sejam atendidas.
A escassez torna-se, portanto, o problema fundamental da Economia. Como não é possível produzir tudo 
o que se deseja, na quantidade e forma que se deseja, é preciso criar mecanismos para analisar asmelhores 
condições e situações de modo que as necessidades humanas sejam atendidas.
Importante
O foco da Economia é estudar as melhores formas de resolver os problemas para que se utilizem 
os recursos de forma eficiente e assim satisfazer as necessidades de um maior número de pessoas, 
buscando seu bem-estar. 
A escassez surge das necessidades humanas ilimitadas e da restrição física de recursos. Vasconcellos (2002) 
faz uma observação interessante: o crescimento populacional renova as necessidades básicas, as pessoas têm um 
desejo contínuo de elevação do padrão de vida, a evolução tecnológica faz com que surjam novas necessidades 
(quem não quer o modelo mais avançado de celular ou tablet?). 
As escolhas nos acompanham nas coisas mais simples do dia-a-dia: precisamos escolher o que comeremos 
no café da manhã, que roupa usaremos, qual será o destino das férias, qual caminho pegar para o trabalho, em 
que universidade estudaremos, que veículo compraremos etc. 
As empresas fazem escolhas sobre fornecedores, recursos humanos, projetos, entre outros; e os governos 
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decidem empregar os recursos do orçamento em áreas como educação, saúde, transporte, segurança, 
infraestrutura, entre outras. As escolhas ponderam as necessidades e desejos com duas limitações essenciais: 
a escassez de tempo e de poder aquisitivo. Os consumidores, empresas e governos analisam as alternativas 
possíveis e decidem qual é a mais conveniente. Ao fazerem isso, estão atuando no âmbito da Economia.
Resumindo:
Figura 1- O problema da escassez
Fonte: Autora
1.1 As necessidades humanas 
Segundo Passos e Nogami (2012, p.10) “as necessidades humanas representam a sensação de carência de 
algo unida ao desejo de satisfazê-la”. 
Na prática
Você já parou para pensar que as pessoas têm diversos tipos de necessidades? Ar, água, alimentos, 
vestuário, moradia, lazer, sabedoria, paz, amor... Essas necessidades são sempre renovadas (desejamos 
cada vez mais e novas coisas) e por isso dizemos que as necessidades humanas são ilimitadas. 
Por serem ilimitadas, nem todas podem ser satisfeitas. O ditado “quanto mais se tem mais se quer” 
é adequado para representar a atitude das pessoas em relação às suas necessidades.
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Para pensar
Vamos pensar juntos?
Se uma quantidade infinita de cada bem pudesse ser produzida, se as necessidades humanas 
pudessem ser completamente atendidas, não haveria o estudo da Economia. 
Porém sabemos que nem todas as necessidades humanas são objeto de estudo da Economia. A Economia 
se preocupa com o atendimento das necessidades humanas que podem ser satisfeitas por bens produzidos pelo 
homem (e têm um preço), denominadas necessidades econômicas. As necessidades econômicas são satisfeitas 
por bens econômicos.
1.2. Os Bens
Bem é tudo aquilo capaz de satisfazer uma necessidade humana (RIZZIERI, 2005). Passos e Nogami (2012) 
apresentam vários critérios de classificação dos bens:
1.2.1. Livres 
São abundantes na natureza, podem ser obtidos com pouco ou nenhum esforço humano, não são apropriáveis 
e por isso não possuem preço (ex.: ar, luz do sol, mar, etc.).
1.2.2. Econômicos
São relativamente escassos, demandam trabalho humano para sua obtenção e são apropriáveis, por isso 
possuem um preço. São o objeto de estudo da Economia. Podem ser divididos em:
• Imateriais ou serviços: mesmo sem criar objetos materiais, destinam-se à satisfação das necessidades; 
são intangíveis e por isso não poderem ser tocados, não podem ser estocados (ex. serviços médicos, serviços 
advocatícios, consultoria empresarial, aula ministrada, etc.);
• Materiais: permitem a atribuição de características físicas de peso, forma, dimensão, sendo portanto 
tangíveis e podendo por isso ser estocados (ex.: roupas, alimentos, veículos, relógios, canetas etc.). São 
divididos em:
• Bens de consumo: diretamente utilizados para satisfazer necessidades. Podem ainda ser classificados 
em bens de consumo duráveis, quando podem ser utilizados por um longo período de tempo (ex.: roupas, 
eletrodomésticos) e bens de consumo não duráveis (ou perecíveis), quando são usados uma única vez, ou 
poucas vezes (ex.: alimentos, combustível);
• Bens de capital: não atendem diretamente às necessidades, já que servem para a produção de outros 
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bens (máquinas, instalações etc.).
Troster e Mochón (2002, p.8) também classificam os bens econômicos quanto à sua função em:
• Bens intermediários: devem sofrer novas transformações antes de se converterem em bens de consumo 
ou bens de capital.
• Bens finais: já sofreram as transformações necessárias e estão prontos para o consumo ou uso. 
1.3. Recursos produtivos
Para satisfazer as infinitas necessidades econômicas precisamos produzir os bens que, por sua vez, dependem 
da utilização de recursos produtivos (ou fatores de produção). Qualquer bem que se produza na economia resulta 
da combinação desses recursos. Os economistas classificam os recursos produtivos em:
• Terra (ou recursos naturais): na economia, o termo terra é usado no sentido amplo, indicando os elementos 
da natureza que podem ser utilizados na atividade produtiva (solo para agricultura e construções prediais, 
recursos hídricos, recursos minerais etc.). O preço pago pela utilização do recurso terra é denominado 
aluguel.
• Trabalho: representa o esforço humano, físico ou intelectual despendido na produção de bens e serviços. 
O trabalho é o fator de produção básico e a sua qualidade e tamanho da força de trabalho também são 
limitados. A remuneração dos proprietários do recurso trabalho é denominada salário.
1.3.1. Capital
Conjunto de bens duradouros fabricados pelo homem utilizados no processo de produção de outros bens 
(ex.: edifícios, máquinas, equipamentos, matérias-primas etc.). Ao contrário do recurso terra que a natureza nos 
dá, o recurso capital é produzido em algum período passado. 
Os diferentes tipos de capital são: 
Quadro 1 - Tipos de Capital
Tipos de Capital
Capital físico
ou real
Capital fixo: consiste em todo tipo de instrumentos empregados 
na produção, como edifícios e maquinários. Dura vários ciclos de 
produção.
Capital circulante: consiste nos bens em processo de preparação para 
o consumo, basicamente matérias-primas e estoques.
Capital humano Educação, formação profissional e experiência, em geral tudo o que eleva a capacidade produtiva dos seres humanos.
Capital financeiro Fundos disponíveis para a compra de capital físico ou ativos financeiros.
Fonte: baseado em TROSTER e MOCHÓN, 2002
Desse modo, em economia o termo capital significa capital físico (ou capital real), o que é diferente de capital 
financeiro (dinheiro, ações, títulos etc.). Uma carteira de ações, por exemplo, não é capital no sentido econômico, 
porque não constitui um recurso produtor de bens e serviços. Não haverá aumento de riqueza na sociedade 
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se o capital financeiro aumentar sem que ocorra aumento no capital real. O recurso capital também inclui o 
capital humano, ou seja, as habilidades e conhecimentos adquiridos pelos indivíduos por meio da educação e 
da experiência.
• Capacidade empresarial: alguns economistas consideram a capacidade empresarial como um fator 
de produção, porque o empresário organiza a produção, reunindo e combinando os demais recursos 
produtivos, assumindo assim todos os riscos inerentes ao negócio e por isso colhem os ganhos do sucesso 
(lucro) ou as perdas (prejuízo).
Todas as empresas necessitam de recursos produtivos e procuram a melhor combinação de recursos 
disponíveis. Cada recurso tem um preço. O preço pago pela utilização dos fatores de produção constituirá a 
renda dos proprietários desses fatores. 
 A remuneração dos proprietários dos recursos é:
Figura 2 - Remuneração dos proprietários dos recursos produtivos
Fonte: baseado em Passos e Nogami (2012, p. 15)
1.4. Agentes econômicosPassos e Nogami (2012, p.16) conceituam agentes econômicos como “pessoas de natureza física ou jurídica 
que, por meio de suas ações, contribuem para o funcionamento do sistema econômico”. 
São eles:
• Famílias: incluem todos os indivíduos e unidades familiares da economia. São consumidores de bens e 
serviços para atender suas necessidades de consumo; também são “proprietárias” de recursos produtivos, 
fornecendo aos demais agentes os fatores de produção estudados (terra, capital, trabalho e capacidade 
empresarial). Recebem pelos fatores de produção e é com essa renda que adquirem os bens e serviços. 
• Empresas ou firmas: são unidades básicas de produção, ou seja, unidades encarregadas de produzir 
e/ou vender os bens e serviços. A produção é realizada por meio da combinação dos recursos produtivos 
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adquiridos das famílias. Além disso, são as empresas que organizam os complexos processos de produção 
e distribuição exigidos pela sociedade moderna. 
• Governo: inclui todas as organizações que direta ou indiretamente estão sob o controle do Estado. 
Muitas vezes o governo atua como consumidor ao adquirir bens e serviços para realização de suas tarefas; 
outras vezes atua como empresário, ao produzir bens e serviços por meio de suas empresas estatais e 
serviços públicos; atua ainda como regulador do sistema, com a finalidade de disciplinar os demais agentes 
econômicos. 
Para saber mais
O conceito de agentes econômicos menciona sistema econômico, mas o que é isso? “Sistema 
Econômico é um conjunto de relações técnicas, básicas e institucionais que caracterizam a organização 
econômica de uma sociedade” (TROSTER; MOCHÓN, 2002, p.37). Existem basicamente dois sistemas 
econômicos, o sistema de mercado (ou descentralizado, tipo capitalista, quando os problemas básicos 
da economia são determinados pelo mecanismo de preços) e o sistema planificado (ou centralizado, 
tipo socialista, quando os problemas básicos da economia são determinados pelos órgãos planejadores 
centrais, geralmente o Estado).
2. QUESTÕES CENTRAIS DA ECONOMIA
Da escassez dos recursos ou fatores de produção, associada às necessidades ilimitadas do homem, originam-
se as questões centrais da economia (ou problemas econômicos fundamentais), apresentadas por Passos e 
Nogami (2012) e Vasconcellos (2002):
→ O que e quanto produzir? 
Dada a escassez de recursos, a sociedade terá de escolher, dentro das possibilidades de produção, quais bens 
e serviços serão produzidos e suas respectivas quantidades.
→ Como produzir? (tecnologia)
 A sociedade terá de escolher ainda de que maneira serão produzidos, dados os diferentes tipos de técnicas 
existentes. Os produtores escolherão, dentre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo, além 
de escolher a energia que será empregada, os insumos utilizados, a quantidade de trabalho humano dedicada à 
produção e suas características. 
→ Para quem produzir? (distribuição)
 A sociedade terá de decidir também quem irá receber esses bens e serviços ou, em outras palavras, como os 
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indivíduos desfrutarão do total da produção nacional.
3. DIVISÕES DA ECONOMIA
A Teoria Econômica se divide em duas grandes áreas: Microeconomia e Macroeconomia.
Quadro 2 - Divisões da Teoria Econômica
Microeconomia Macroeconomia
Vem da palavra grega mikos, que significa pequeno. 
Dedica-se ao estudo em close, ou seja, como se a economia 
estivesse sendo analisada por um microscópio. Estuda 
o comportamento individual dos agentes econômicos 
(famílias, empresas e governo). Estuda a formação dos 
preços nos diversos mercados a partir da ação conjunta da 
demanda e da oferta. 
Vem da palavra grega makros, que significa grande. 
Dedica-se a uma visão geral da economia, ou seja, estuda 
o resultado global do comportamento dos agentes, a partir 
da análise de indicadores (inflação, desemprego, produção 
total, consumo, volume total de poupanças etc.). Estuda as 
condições de equilíbrio estável entre a renda e o dispêndio 
nacional. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta aula estudamos os conceitos básicos da Economia, suas questões centrais e suas duas áreas de 
estudo. Essas áreas, a microeconomia e a macroeconomia, diferenciam-se apenas segundo o grau de agregação 
das variáveis econômicas. Enquanto na Microeconomia estudamos o comportamento individual dos agentes 
econômicos, a Macroeconomia procura explicar o comportamento da economia a partir das variáveis agregadas. 
O estudo da Macroeconomia será aprofundado nas próximas aulas.
 Esperamos você lá!
Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados 12
REFERÊNCIAS
HALL, R. E., LIEBERMAN, M. Macroeconomia. Princípios e Aplicações. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 
KRUGMAN, P.; WELLS, R. Introdução à Economia. Rio de Janeiro: Campus, 2007.
PASSOS, C. R. M. & NOGAMI, O. Princípios de Economia. 6 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 
PINHO, D. B. Aspectos da evolução da ciência econômica – da economia da informação às raízes do 
pensamento econômico. In: PINHO, D. B., RIZZIERI, J. A. B. Introdução à Economia. In: PINHO, D. B., 
VASCONCELLOS, M. A. S. (org.) Manual de Economia. Equipe de Professores da USP. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 
2005. 
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SUMÁRIO
1. DO QUE TRATA A MACROECONOMIA ..............................................3
2. METAS MACROECONÔMICAS .............................................................3
3. INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA .................................5
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................7
REFERÊNCIAS .................................................................................................8
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AULA 2 – INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
Vimos que a Economia pode ser dividida em Macroeconomia e a Microeconomia. A Microeconomia 
estuda o comportamento individual dos agentes econômicos, é como se estivéssemos olhando “de perto”. Já 
a Macroeconomia estuda o comportamento dos agregados econômicos, é como se estivéssemos olhando “de 
longe”. 
Qual é a melhor visão? Depende do que se quer fazer. Se quisermos entender um mercado específico, 
precisamos da visão detalhada da microeconomia, mas se quisermos entender a economia como um todo, 
precisamos da visão mais ampla proporcionada pela Macroeconomia. 
O processo de tomada de decisão envolve o conhecimento das variáveis agregadas. Afinal, é preciso entender 
como a taxa de juros pode interferir no seu negócio; se parte da minha produção é exportada, preciso analisar o 
efeito das variações cambiais sobre o meu faturamento. Esse tipo de análise é proporcionado pela Macroeconomia. 
O objetivo desta aula é entender melhor o campo da Macroeconomia. 
1. DO QUE TRATA A MACROECONOMIA
Ao percorrer os jornais e noticiários de economia, deparamos com assuntos como taxa de juros, taxa de câmbio, 
crescimento econômico, inflação, desemprego, tributação, quantidade de dinheiro disponível, exportações, 
importações, consumo, investimento, gastos públicos e outras variáveis estudadas pela macroeconomia. 
Para compreender algumas dessas questões iniciais, tratadas pela Macroeconomia, convidamos você à leitura:
Biblioteca digital
Acesse a Biblioteca Digital e leia as páginas 2 a 8 do livro “Macroeconomia”, de Abel, Bernanke e 
Croushor
2. METAS MACROECONÔMICAS
Após a leitura do texto, compreendemos as questões fundamentais abordadas pela macroeconomia, porém, para 
estudá-las, é preciso entender que o tratamento correto de um problema econômico envolve três níveis de análise: 
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Quadro 1 - Níveis de análise macroeconômica
Fonte: Baseado em Passos e Nogami (2012, p.365)
Com base nesses níveis de análise e nas questões fundamentais apresentadas no texto para leitura é possível 
identificar cinco objetivosprincipais da Macroeconomia:
a. Crescimento da produção e do emprego: O crescimento econômico é a meta mais importante a 
ser perseguida pelos formuladores da política econômica. O crescimento econômico refere-se à expansão 
da produção do país e seu principal indicador é o Produto Interno Bruto (PIB). O aumento da produção é 
importante para a melhoria da renda, pois existe uma relação direta entre produção e emprego e por isso, com 
crescimento, tende-se a aumentar automaticamente o nível de emprego da economia e consequentemente 
a renda das pessoas. 
b. Estabilidade de preços (controle da inflação): A preocupação em manter a inflação controlada, ou 
seja, manter controlada a velocidade de crescimento dos preços de uma economia se justifica pelas distorções 
causadas por este fenômeno: fortes aumentos nos preços afetam negativamente a renda (“corroem” o poder 
de compra) e distorcem as decisões econômicas das empresas e famílias, impedindo uma alocação eficiente 
dos recursos. 
c. Equilíbrio das contas internas: A diferença entre as receitas públicas e os gastos do governo é um 
indicador do grau de equilíbrio (ou desequilíbrio) da atuação do setor público. Quando essa diferença é 
negativa, denomina-se déficit público. Quando esse déficit é elevado, também são altas as necessidades 
financeiras do governo. Afinal ele precisa “cobrir” a falta de caixa e geralmente recorre ao mercado para isso, 
o que pressiona para cima os juros da economia, afetando negativamente os investimentos privados. Manter 
as contas equilibradas é, portanto, uma preocupação da política econômica.
d. Equilíbrio das contas externas: Um país mantém relações comerciais e financeiras com outros países. 
O registro contábil dessas relações compõe o Balanço de Pagamentos. É importante manter o Balanço de 
Pagamentos equilibrado para evitar dificuldades, já que déficits (saldos negativos) elevados podem limitar 
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a capacidade de importar devido ao baixo estoque de reservas internacionais, além de exigir recursos para 
cobrir esse saldo negativo; e superávits (saldos positivos) elevados representam a entrada excessiva de 
moeda estrangeira no país, o que afeta a taxa de câmbio (que tende a cair), podendo prejudicar a receita 
dos exportadores. 
Para saber mais
Você sabe o que é déficit? E superávit? 
O exemplo destaca o esforço francês para equilibrar as contas internas, ou seja, ajustar o orçamento 
público a fim de reduzir o déficit. Quando tratamos do orçamento público, assim como o orçamento 
empresarial e o pessoal, precisamos calcular todas as receitas (entradas de caixa) e descontar todas 
as despesas/custos (saídas de caixa). No caso do orçamento público, quando o saldo for positivo, ou 
seja, as receitas são superiores aos gastos, temos uma situação de superávit; e, quando o saldo entre 
receitas e gastos for negativo, temos uma situação de déficit.
e. Distribuição de renda: É preocupação dos formuladores da política econômica a melhoria da qualidade 
de vida e a diminuição das desigualdades. Esse objetivo não é percorrido no curto prazo, demanda tempo 
e grande esforço.
Na prática
As medidas de política econômica tentam alcançar esses objetivos da forma mais harmoniosa 
possível, porém, na prática, podem existir conflitos, já que cada objetivo não é independente. Por 
exemplo, as medidas para conter o aumento dos preços podem levar à redução da demanda, das 
vendas e a um aumento no nível de desemprego e a uma redução do ritmo de crescimento do país. 
Assim, o desafio da política econômica é manter todos os objetivos sob controle. 
3. INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
Para atingir as metas macroeconômicas, o governo dispõe de um conjunto de instrumentos de política 
econômica. São eles:
a. Política fiscal: refere-se à condução de duas políticas, a tributária (os impostos são a principal receita do 
Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados 6
governo) e a dos gastos públicos. O orçamento público e seu saldo (déficit ou superávit) é uma preocupação 
da política fiscal. 
b. Política monetária: refere-se às decisões para o controle da oferta de moeda de uma economia por 
parte do Banco Central (disponibilidade de crédito, taxas de juros, condições do crédito, quantidade de 
moeda em circulação, entre outros). Essas decisões afetam o consumo e o investimento da economia e 
consequentemente o crescimento econômico e o nível de preços. 
c. Política cambial e de comércio exterior: a política cambial refere-se às ações do governo que atingem 
diretamente as transações internacionais do país, por meio do valor do câmbio e do volume de reservas. Já 
a política de comércio exterior diz respeito às decisões do governo quanto às exportações e importações. 
d. Política de rendas: refere-se ao estabelecimento de critérios para reajuste dos preços e salários. 
Podemos considerar que, desde o Plano Real, não temos uma política de rendas explícita, pois os preços 
são livres (determinados pela oferta e demanda) e, em relação aos salários, temos a livre negociação entre 
os trabalhadores e empregadores.
Uma visão sintética da Macroeconomia:
Figura 1- Visão sintética da Macroeconomia
Fonte: Baseado em Mochón, 2006, p.247.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta aula estudamos as principais preocupações abordadas pela Macroeconomia, seus objetivos e os 
instrumentos existentes para a correção dos desequilíbrios. A partir da próxima aula estudaremos os principais 
agregados macroeconômicos e aprofundaremos o conhecimento sobre os instrumentos de política econômica. 
Esperamos você lá!
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REFERÊNCIAS
ABEL, A. B.; BERNNKE B. S. CROUSHORE, D.; Macroeconomia. 6 ed. São Paulo, Pearson Addison Wesley, 2008.
MOCHÓN, F. Economia: Teoria e Prática. São Paulo: McGraw Hill, 2006. 
PASSOS, C. R. M. & NOGAMI, O. Princípios de Economia. 6 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2012.
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SUMÁRIO
1. FLUXO CIRCULAR DA RENDA ..............................................................3
2. PRODUTO NACIONAL ............................................................................5
2.1. Do Produto Interno ao Produto Nacional ................................................6
2.2. Produto Nominal e Produto Real ..............................................................7
2.3. Produto Bruto e Produto Líquido..............................................................8
2.4. Produto Interno a preço de mercado e a custo dos fatores ..................8
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 10
REFERÊNCIAS ................................................................................................11
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AULA 3 – NOÇÕES DE CONTABILIDADE NACIONAL
Vimos que a Macroeconomia aborda o estudo da economia como um todo, sem se preocupar com questões 
específicas de mercados ou agentes. Esse enfoque exige a definição e a medição de quais agregados serão 
analisados, ou seja, deve-se buscar medidas que permitam mostrar o quanto a economia produziu, consumiu, 
poupou, entre outras. 
Essa medição dos agregados econômicos só é possível graças à Contabilidade Nacional. Segundo Troster e 
Mochón (2002) é mediante a série de contas que integram a Contabilidade Nacional que obtemos um registro 
das transações realizadas entre os diferentes setores que fazem a atividade econômica do país. 
Assim, é por meio da Contabilidade Nacional que surgem as informações essenciais para a formulação e a 
execução da política econômica. 
O objetivo desta aula é apresentar os conceitos básicos da Contabilidade Nacional, com destaque para o 
produto nacional, considerado o agregado mais significativo.
1. FLUXO CIRCULAR DA RENDA
Para pensar
Você sabia que, com os conceitos que aprendemosaté agora, já é possível entender de modo 
simplificado como a economia funciona? 
A representação simplificada da economia é dada pelo Fluxo Circular da Renda, o qual mostra as transações 
que acontecem entre as famílias e as firmas, cada qual buscando atingir diferentes objetivos: as famílias buscam 
maximizar a satisfação de suas necessidades e as firmas buscam maximizar o seu lucro. 
Passos e Nogami destacam que o estudo desse fluxo é “fundamental para o entendimento das relações 
macroeconômicas, como também para o desenvolvimento da Contabilidade Nacional” (2012, p.369).
Vimos que em uma economia são utilizadas várias combinações dos recursos produtivos terra, capital e 
trabalho, resultando na produção dos bens e serviços existentes. 
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Figura 1 - Fluxo real da economia
Fonte: autora.
Desta relação surge nosso primeiro fluxo: o fluxo real da economia. Por Fluxo Real entendemos o movimento 
dos recursos produtivos e de bens e serviços entre os diversos agentes econômicos: pelas famílias, proprietárias 
dos recursos de produção, e pelas empresas, produtoras dos bens e serviços disponíveis. As firmas contratam 
mão-de-obra, compram matérias-primas e bens de investimento (ou seja, adquirem os recursos produtivos) e 
produzem bens que são posteriormente vendidos a outras firmas, as quais transformam o produto ainda mais, 
até que o produto final seja vendido ao consumidor/famílias. 
Sabemos que toda vez que um bem é transferido de um agente para outro são efetuados pagamentos em 
troca deles. Surge, então, mais um fluxo: o fluxo monetário. As empresas, ao adquirir os recursos produtivos das 
famílias, pagam por eles; os donos das terras recebem aluguel por suas propriedades, os trabalhadores recebem 
os salários e os detentores do capital ganham os juros ou o lucro. As famílias, por sua vez, utilizam seus recursos 
monetários para comprar os bens e serviços oferecidos pelas empresas. O dinheiro recebido com a venda das 
mercadorias e serviços retorna para as empresas, que podem adquirir mais recursos de produção, tornando o 
fluxo circular. O fluxo monetário gira, consequentemente, em direção contrária ao fluxo real.
Ao juntarmos os dois fluxos, temos o “Fluxo Circular da Renda”, apresentado na figura a seguir:
Figura 2 - Fluxo circular da renda
Fonte: Baseado em Vasconcellos (2002, p. 204)
No diagrama acima, o fluxo monetário está representado pelas setas azuis e o fluxo real pelas setas vermelhas. 
Esse diagrama também permite definir dois mercados básicos: o mercado de fatores de produção e o mercado 
de bens e serviços. 
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Para saber mais
Mercado é toda instituição social na qual os bens e serviços, assim como os fatores produtivos, são 
trocados livremente (TROSTER; MOCHÓN, 2002, p. 45). Mankiw (2010) complementa esse conceito, 
destacando que o mercado é um mecanismo por meio do qual os compradores e os vendedores 
interagem para fixar os preços. 
2. PRODUTO NACIONAL
O fluxo circular mostra o funcionamento simplificado de uma economia, mas ainda falta medir o seu 
desempenho. Como a sociedade dispõe de uma variedade de bens e serviços, é preciso juntar em uma única 
medida as quantidades de produtos agrícolas (como frutas, trigo, feijão etc.), de bens industrializados (como 
vestuário, eletrodomésticos, automóveis etc.) e os serviços (educação, cabeleireiros, faxinas, serviços médicos 
etc.). É daí que surge o produto como a soma daquilo que foi produzido em um país durante determinado 
período de tempo (GREMAUD, et al. 2006, p. 54).
A partir do conceito de produto, surge a medida mais utilizada entre os países para medir o seu crescimento: 
o PIB – Produto Interno Bruto. 
Importante
“O PIB de um país representa o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos 
para o mercado em um período de tempo, normalmente um ano, dentro das fronteiras de um país”. 
(MOCHÓN, 2006, p.260-261).
 Vamos desmembrar esse conceito?
• Valor monetário: Os bens e serviços que integram o PIB não são medidos em quantidades produzidas 
e sim no valor em moeda corrente do país. Isso se justifica porque existem muitos tipos diferentes de bens e 
serviços e cada um é mensurado por uma unidade diferente (metros, toneladas, unidades, litros etc.). Assim, 
ao utilizar o valor monetário, podemos medir todos os produtos e serviços a partir da mesma unidade. 
• Bens e Serviços Finais: a medição do PIB é limitada aos bens e serviços finais, ou seja, os bens e serviços 
disponíveis ao consumidor final. Por que essa limitação? Para evitarmos o problema da dupla contagem. 
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Importante
Dupla contagem, o que é isso? 
Na economia existem os bens finais, destinados ao consumidor final, e os bens intermediários, 
que são utilizados no processo de produção de outros bens. O valor dos bens intermediários já está 
incluído no preço dos bens finais. Por exemplo, se uma fábrica produz tinta que a outra empresa usará 
para fazer a caneta, a caneta é o bem final e a tinta é o bem intermediário. Se considerarmos toda a 
produção de tintas e canetas no cálculo do PIB, estaremos contando duplamente a produção de tinta, 
já que seu valor está embutido na produção de canetas.
Por isso a economia trabalha com o conceito de valor adicionado, que é o “cálculo do que 
cada ramo de atividade adicionou ao valor do produto final, em cada etapa do processo produtivo” 
(FONSECA, 2005, p.271).
• Produzidos para o mercado: no PIB computam-se apenas os bens e serviços produzidos. Assim, 
compras de terrenos e de ativos financeiros, como ações e títulos, não são incluídos, pois são um direito 
de propriedade e de recebimento futuro, mas não representam bens e serviços. Também não entram no 
cálculo do PIB compras de segunda mão (como automóveis usados, por exemplo), uma vez que já foram 
produzidos em períodos anteriores e computados no cálculo quando da primeira venda. O PIB ainda inclui 
apenas os bens e serviços que serão destinados à venda, ou seja, que são produzidos para o mercado. 
• Em um período de tempo, normalmente um ano: O PIB é uma variável fluxo, ou seja, reflete o 
processo que se desenvolve no decorrer do tempo. É importante definir o período de tempo considerado 
para que exista comparação entre os períodos e, por tradição, usa-se o horizonte temporal de um ano. 
Porém, o PIB possui versões trimestrais para que possamos acompanhar o desempenho da economia ao 
longo do ano. 
• Dentro das fronteiras de um país: O PIB mede o que foi produzido dentro das fronteiras de um país, 
independentemente da nacionalidade dos proprietários das unidades produtoras desses bens e serviços. 
Um exemplo é o que acontece com os jogadores brasileiros de futebol. Muitos vão jogar em times europeus. 
Os serviços de um jogador brasileiro em um time da Itália formam parte do PIB italiano e não do Brasil, pois 
o serviço foi gerado dentro do território italiano. 
2.1. Do Produto Interno ao Produto Nacional
O Produto Interno Bruto (PIB) representa a produção interna do país, independentemente da nacionalidade 
dos proprietários das unidades produtoras dos bens e serviços. 
Já o Produto Nacional Bruto (PNB) representa a produção realizada apenas por entidades nacionais, por 
exemplo, uma multinacional instalada no país gera produção interna (incluída no PIB), mas como parte da 
remuneração da empresa é enviada ao exterior a título de remessa de lucros, essa remessa não faz parte do PNB 
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porque não é remuneração dos fatores de produção de propriedade nacional.
A diferença entre eles é denominada de Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLE), a qual se divide em renda 
enviada ao exterior e renda recebida do exterior. Podemos definir a seguinte relação:
PIB = PNB + RLE
Como o Brasil é receptor de capitais internacionais (na forma de investimentos ou empréstimos), a renda líquida 
enviada ao exterior é maior do quea recebida e, portanto, o PNB brasileiro é menor que o PIB.
2.2. Produto Nominal e Produto Real
Como o PIB é uma variável monetária, quando ele cresce de um período para outro temos duas possibilidades: 
ou a economia está produzindo uma quantidade maior de bens e serviços (crescimento real), ou os bens e 
serviços estão sendo vendidos a preços mais elevados, tendo-se então o fenômeno da inflação nessa economia. 
Para que esses dois efeitos sejam separados é preciso usar a medida do PIB real.
O PIB real (ou PIB deflacionado) mede o valor da produção em qualquer período em relação aos preços de 
um ano-base (ou a preços constantes). Ou seja, o PIB real representa o PIB menos o efeito da inflação. 
Como o PIB real não é afetado pela variação dos preços, as variações do PIB real refletem apenas mudanças 
nas quantidades produzidas, e, portanto, é uma medida da produção de bens e serviços da economia. 
(VASCONCELLOS, 2002, p. 220-221)
Para deflacionar o PIB utilizamos a seguinte relação:
PIB real = X 100
índice de preços
PIB nominal
Vamos considerar o exemplo de uma economia hipotética:
Cálculo do PIB Real
Ano PIB nominal (em $ milhões) Índice de preços
PIB real 
(preços constantes em $ milhões – 
ano base 2009)
2009 250.000 100 250.000
2010 325.000 118,30 325.000/118,30 x 100 = 274.725,27
2011 390.000 138,20 390.000/138,20 x 100 = 282.199,71
Fonte:autora
Consideramos o ano de 2009 como ano base, por isso seu índice de preços será 100. 
Em 2010, o PIB nominal cresceu 18,30% (pela variação do índice de preços: 118,30 de 2010 menos 100 de 2009). 
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Ao deflacionar, ou seja, ao calcular o PIB real, percebemos que o PIB em 2010 cresceu apenas 9,89%1 . 
 A conclusão a que se chega é que, em 2010, o aumento do PIB nominal ocorreu em grande parte pelo 
aumento dos preços. Ao calcular o PIB real, percebe-se o aumento do PIB causado pelo aumento da produção 
(efeito quantitativo).
Esse procedimento de deflacionamento pode ser utilizado para as demais variáveis agregadas. 
2.3. Produto Bruto e Produto Líquido
Ao se calcular o PIB, contabiliza-se o valor total das fábricas e dos equipamentos produzidos durante o período. 
Esses equipamentos e instalações, porém, deterioram-se ou depreciam-se devido ao uso ou à antiguidade, ou seja, 
quando o PIB está sendo produzido, parte do estoque de capital existente na economia está sendo “consumida”, 
o que representa a depreciação (GREMAUD et al. 2006, p. 69). Dessa forma, o Produto Líquido considera o efeito 
da depreciação do capital.
Produto Bruto = Produto Líquido + depreciação
2.4. Produto Interno a preço de mercado e a custo dos fatores
Vimos que o PIB e o PNB avaliam os bens e serviços a preços de mercado. O preço de mercado inclui os 
impostos indiretos, que estão “embutidos” no preço, como o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e o 
ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços). Ao desconsiderar o efeito dos impostos sobre o 
preço, chegamos ao valor “realmente recebido pelos fatores de produção utilizados, que inclui salários, alugueis, 
lucros e juros” (PASSOS E NOGAMI, 2012, p. 384). Esse valor é denominado produto a custo dos fatores. 
A partir desse conceito, podemos calcular a renda nacional, que desconsidera a depreciação e os impostos 
indiretos. Subtraindo esses dois itens, ficamos com os pagamentos de renda que são considerados recursos. 
Assim,
Renda Nacional = PNL - impostos indiretos
Renda Nacional = PNL a custos de fatores
ou
O esquema a seguir ajuda a compreender os conceitos estudados até o momento:
1 Variação do PIB real entre 2010 e 2009 
Para calcularmos a variação podemos usar a seguinte fórmula: (valor final/valor inicial) – 1, assim: 
Variação = (PIB 2010/PIB 2009) – 1 
Variação = (274.725,27/250.000,00) – 1 = 0,0989 x 100 = 9,89%
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Do PIB à Renda Nacional
Fonte: autora
 2.5. PIB per capita
Quando se calcula a divisão do PIB pelo número de pessoas na economia tem-se o resultado do PIB per 
capita, o que nos indica qual é a proporção de riqueza gerada correspondente a cada habitante do país. Assim: 
PIB per capita = PIB
População
Este é um indicador importante, porque se o PIB crescer em proporção menor do que o crescimento da 
população, a renda per capita cairá. 
Fique atento a reportagens sobre o PIB per capita, pois é um importante indicador de comparação entre os 
países e de como o contexto socioeconômico afeta tal indicador. 
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Para saber mais
As contas nacionais são divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As 
séries históricas dessas contas podem ser consultadas no site do IBGE. Consulte o link no seu ambiente 
virtual de ensino!
O site apresenta os dados desde 1947. Vale conferir!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desta aula foi apresentar a importância da Contabilidade Nacional para gerar os principais 
agregados macroeconômicos e para dar suporte às decisões de política econômica. Porém, não estudamos a 
Contabilidade Nacional apenas para medir o desempenho da economia, mas sim porque ela evidencia as relações 
entre três variáveis macroeconômicas básicas: produto, renda e despesa. Esses conceitos estão relacionados com 
a forma de mensurar o PIB, assunto da próxima aula. Esperamos você lá!
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REFERÊNCIAS
FONSECA, M. G. da. Medidas da Atividade Econômica. In: PINHO, D. B., VASCONCELLOS, M. A. S. (org.) Manual 
de Economia. Equipe de Professores da USP. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005 (p. 269-281). 
GREMAUD, A.; VASCONCELLOS, M. A. S.; TONETO JUNIOR, R. Economia Brasileira e Contemporânea. 6 ed. 
São Paulo: Atlas, 2006
MANKIW, N. G. Macroeconomia. 7 ed. São Paulo: LTC, 2010
MOCHÓN, F. Economia. Teoria e Política. 5 ed. São Paulo: Mc Graw Hill, 2006.
PASSOS, C. R. M. & NOGAMI, O. Princípios de Economia. 6 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2012.
TROSTER, R. L.; MOCHÓN, F. Introdução à Economia. São Paulo: Makron Books, 2002.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: Micro e Macro. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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SUMÁRIO
1. ABORDAGENS PARA MEDIR O PIB............................................................. 3
2. UM POUCO DE PRÁTICA:O CASO DA ECONOMIA BRASILEIRA ...... 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 8
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 9
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AULA 4 – MEDIÇÃO DO PIB
Estudamos o conceito do produto como um dos agregados macroeconômicos mais importantes para a 
execução da política econômica e a análise de desempenho de uma economia. Precisamos aprofundar esse 
conceito, compreendendo como a atividade econômica é mensurada, ou seja, estudando as diferentes abordagens 
do PIB (Produto Interno Bruto).
Cada abordagem propicia uma perspectiva diferente, o que permite analisar a economia de forma mais 
eficiente, já que mais variáveis são integradas. 
1. ABORDAGENS PARA MEDIR O PIB
Afinal, como medir o PIB? O PIB mede três aspectos ao mesmo tempo: o total produzido, a renda total de 
todas as pessoas da economia e a despesa total com os bens e serviços produzidos na economia, uma vez que 
a renda total e a despesa total têm, na verdade, o mesmo valor. Com base nisso, existem três formas de medir a 
atividade econômica de um país, o que chamamos de ótica do produto, ótica da renda e ótica da despesa. 
Para conhecer essas três óticas (ou abordagens) convidamos você à leitura do seguinte material:
Biblioteca digital
Acesse a Biblioteca Digital e leia as páginas 17 a 25 do livro “Macroeconomia”, de Abel, Bernnke e 
Croshore.
O material para leitura apresentou as três óticas de mensuração e análise do Produto Interno Bruto (PIB):ótica 
do produto, da renda e da despesa. 
Antes de medirmos o PIB pela ótica do produto, vale relembrar que o conceito do PIB considera apenas 
os bens finais para evitar o problema da dupla contagem. Para entender como isso funciona na prática, vamos 
considerar o exemplo da produção de pão dado por Passos e Nogami (2012).
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Tabela 1 – Exemplo de cálculo do PIB pela ótica da produção (valor adicionado)
Estágio de produção Receita de vendas (-) Compras de outras empresas (=) Valor Adicionado
Produção de trigo (fazenda) R$ 700,00 R$ 0,00 R$ 700,00
Produção de farinha 
(moinho) R$ 1.000,00 R$ 700,00 R$ 300,00
Produção de pão (padaria) R$ 1.400,00 R$ 1.000,00 R$ 400,00
Valor adicionado R$ 1.400,00
Fonte: PASSOS; NOGAMI (2012, p. 276)
Considere três estágios de produção. A fazenda é produtora do trigo e o fazendeiro vende toda a sua produção 
para o moinho, ganhando R$ 700,00. Como é o primeiro elo desta cadeia produtiva, não adquire matérias-primas 
de outros produtores (por isso suas compras de outras empresas é zero). Desse modo, a produção de trigo 
agrega R$ 700,00 à economia. O moinho, por sua vez, processa o trigo transformando-o em farinha. Para tanto, 
adquire o trigo do fazendeiro por R$ 700,00 e vende sua farinha por R$ 1.000,00, agregando à economia apenas 
a diferença, ou seja, R$ 300,00. Já o padeiro adquire toda a produção de farinha por R$ 1.000,00 e fabrica o pão, 
vendendo-o por R$ 1.400,00, agregando à economia R$ 400,00 (a diferença entre a receita de R$ 1.400,00 e a 
compra de outras empresas de R$ 1.000,00).
Vemos que o valor adicionado do trigo é de R$ 700,00, da farinha é de R$ 300,00 e do pão é de R$ 400,00, o 
que totaliza R$ 1.400,00, que é exatamente o valor do pão, que é o produto final. 
Por isso, para a mensuração do PIB devemos considerar os valores dos produtos finais ou o valor adicionado 
de cada uma dos estágios de produção.
Após essa separação dos produtos finais, precisamos computar a produção de todos os bens e serviços da 
sociedade. Para exemplificar, considere que uma economia produz apenas os seguintes produtos:
Tabela 2 – Exemplo de cálculo do PIB – produtos finais
Bem Unidade de Medida
Preço 
unitário Quantidade
Tecido metros R$ 15,00 200
Leite litros R$ 2,90 1.000
Arroz quilos R$ 5,00 500
Ovo dúzia R$ 6,00 1.200
Fonte: autora
Pela ótica do produto, o PIB será a soma dos valores monetários de cada bem final dessa economia.
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Tabela 3 – Cálculo do PIB – ótica da produção: valores agregados”
Bem Receita = preço x quantidade
Tecido 15,00 x 200 = 3.000,00
Leite 2,90 x 1.000 = 2.900,00
Arroz 5,00 x 500 = 2.500,00
Ovo 6,00 x 1.200 = 7.200,00
PIB R$ 15.600,00
Fonte: autora
2. UM POUCO DE PRÁTICA:O CASO DA ECONOMIA BRASILEIRA
Após discutir as três abordagens de mensuração do PIB, vale conhecer algumas variáveis da ótica da despesa 
e qual o seu reflexo sobre o crescimento brasileiro.
 O PIB brasileiro é medido trimestralmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o seu 
desempenho nos últimos anos é dado pelo gráfico 1.
Gráfico 1 - Crescimento da economia brasileira 1989-2012
Fonte: O Estado de S.Paulo, 04/03/20111 
O gráfico 1 destaca que o crescimento do PIB mantém-se positivo, com exceção do período do governo 
Collor (anos de crise política no país) e do ano de 2009, no qual o Brasil sofreu os reflexos da crise econômica 
mundial. Esses anos de retração nos permitem destacar como o PIB é uma variável sensível às mudanças políticas, 
econômicas e financeiras, tanto domésticas como internacionais. Merece destaque o movimento “zigue-zague” 
1 Segundo a autora, os dados da variação percentual de cada ano apresentados neste gráfico foram extraídos das contas nacionais trimestrais 
do IBGE e podem ser localizados pelo link < http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?indicador=1&id_
pesquisa=4>. Acesso em 14/12/2012.
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?indicador=1&id_
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desse crescimento, o que indica a dificuldade de manter políticas que proporcionem um crescimento que se 
sustente ao longo dos períodos. 
O valor do PIB de R$ 4,143 trilhões (ou US$ 2,473 trilhões) em 2011 colocou o Brasil como a sexta economia 
mundial. À sua frente estão: 
Tabela 4 – Maiores economias do mundo – PIB em trilhões de dólares
1° Estados Unidos US$ 15,094 trilhões
2° China US$ 7,298 trilhões
3° Japão US$ 5,922 trilhões
4° Alemanha US$ 3,579 trilhões
5° França US$ 2,778 trilhões
6° Brasil US$ 2,419 trilhões
Fonte: IBGE e FMI (2012)2 
Merece destaque o tamanho do PIB norte-americano em comparação às demais economias, o que ajuda a 
explicar a importância e o poder dos EUA no cenário internacional, já que é “o país mais rico do mundo”. Mesmo 
com a ascensão da China, que atualmente é a segunda maior economia, a diferença entre o PIB americano e 
chinês é expressiva. 
As três abordagens estudadas no texto para leitura permitem traçar a seguinte identidade:
PRODUTO (Valor agregado, PIB) = 
DEMANDA FINAL (Dispêndio = Consumo + Investimento + Exportações – Importações) = 
RENDA (salários + lucros + juros + aluguéis)
 Segundo Gremaud et. al. (2006, p.58) o conceito de dispêndio refere-se “aos possíveis destinos do produto, isto 
é, por quem e para quem são adquiridos”. Os principais destinos do produto são:
• a. Consumo privado (consumo das famílias): é o maior componente da economia nacional e o que 
apresenta o comportamento mais estável ao longo do tempo. A evolução do consumo brasileiro como 
parcela do PIB está representada no gráfico 2. Verifique que o consumo apresenta uma tendência crescente 
e é a principal variável a ser impulsionada pela equipe econômica para manter o ritmo de crescimento do 
país. 
Gráfico 2 - Evolução do consumo das famílias brasileiras 
2 Segundo a autora, estes dados podem ser consultados pelo site no Fundo Monetário Internacional <http://www.imf.org/external/pubs/ft/
weo/2012/02/weodata/index.aspx>. Acesso em 14/12/2012.
http://www.imf.org/external/pubs/ft/
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 Fonte: Folha de S.Paulo, 04/03/2011
• b. Consumo público: também denominado gastos governamentais, mostra-se como um importante 
componente da demanda agregada não só brasileira, mas de todos os países. Um exemplo da importância 
desse dispêndio é a crise financeira de 2008, que obrigou os governos a intervirem para impedir que a 
retração econômica fosse muito expressiva. Praticamente todos os governos ampliaram seus gastos para 
estimular a demanda agregada. Um caso real de análise baseada na ótica da despesa que acabamos de 
estudar. 
• c. Investimentos: é a despesa de bens que aumenta a capacidade produtiva da economia e, portanto, a 
oferta de produtos no período seguinte; é uma variável importante para manter o crescimento sustentado ao 
longo dos tempos. No caso brasileiro, o investimento mostra-se crescente, mas ainda está em um patamar 
baixo se comparado com outros países que apresentam um ritmo de crescimento superior. O investimento 
brasileiro está em torno de 19% do PIB, enquanto na China representa cerca de 47% e, na Índia, de 32%. Este 
é um dos principais fatores que justificam os diferentes ritmos de crescimento do Brasil e em relação a essas 
economias emergentes. 
Gráfico 3 - Evolução do investimento brasileiro
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Fonte: Folha de S.Paulo, 06/03/20123 
Para saber mais
Você quer saber o Produto Interno Bruto de sua cidade?
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibiliza o produto interno bruto de 
diversas cidades brasileiras entre 2005 e 2009. Vale conferir para entender o quanto de riqueza é 
produzida em cada município. Acesse o link do portal do IBGE!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desta aula foi apresentar as diferentes abordagens de mensuração do PIB e como essas noçõespodem auxiliar na interpretação dos problemas relacionados ao crescimento. Também apresentamos alguns 
dados da economia brasileira como forma de localizar esses conceitos em nossa realidade. Já que a discussão 
sobre o PIB envolve conceitos como consumo e investimento, é importante aprofundarmos nosso estudo no lado 
real da economia, ou seja, na teoria de determinação da renda, assunto de outra aula. Esperamos você lá!
3 Segundo a autora, os dados da variação percentual de cada ano apresentados neste gráfico foram extraídos das contas nacionais trimestrais 
do IBGE e podem ser localizados pelo link < http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?indicador=1&id_
pesquisa=4>. Acesso em 14/12/2012.
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?indicador=1&id_
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REFERÊNCIAS
ABEL, A. B., BERNNKE B. S., CROUSHORE, D. Macroeconomia. 6. ed. São Paulo, Pearson Addison Wesley, 2008.
GREMAUD, A., VASCONCELLOS, M. A. S.; TONETO JUNIOR, R. Economia Brasileira e Contemporânea. 6. ed. 
São Paulo: Atlas, 2006.
O Estado de S.Paulo. Era Lula retoma Crescimento do Cruzado. Economia. São Paulo, 04/03/2011 (p. B5).
O Estado de S.Paulo. O PIB em 2010: crescimento e desequilíbrio. Economia & Negócios. São Paulo, 
04/03/2011.
Folha de S.Paulo. PIB cresce 7,5% e Brasil vira 7° economia. Caderno Dinheiro, São Paulo, 04/03/2011.
Folha de S.Paulo. Economia cresce 2,7% em 2011, aponta IBGE. Caderno Dinheiro, São Paulo, 06/03/2012.
PASSOS, C. R. M., NOGAMI, O. Princípios de Economia. 6 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2012.
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SUMÁRIO
1. A OFERTA AGREGADA ...............................................................................................3
2. DEMANDA AGREGADA ............................................................................................5
2.1. O consumo ........................................................................................................................ 5
2.2. O investimento .................................................................................................................. 7
2.3. Gastos do governo ........................................................................................................... 7
2.4. Comércio Exterior ............................................................................................................. 8
2.5. Demanda agregada completa ......................................................................................... 8
3. EQUILÍBRIO NO MODELO KEYNESIANO BÁSICO ..........................................9
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 12
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 13
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AULA 5 – DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE RENDA E PRODUÇÃO
Na década de 1930, a economia mundial atravessava uma forte crise, que teve como marco a quebra da 
bolsa de Nova York. O episódio ficou conhecido como Crise de 1929 ou Grande Depressão, e foi um dos maiores 
choques econômicos da história moderna.
Muitas empresas faliram, a produção industrial foi contraída e o desemprego atingiu níveis elevados, o que 
corroeu a renda da população.
Nesse ambiente, surge a obra de John M. Keynes, intitulada de A teoria geral do emprego, do juro e da moeda, 
publicada em 1936. Passos e Nogami (2012) destacam que Keynes revolucionou o pensamento econômico da 
época ao sustentar que uma economia poderia atingir o equilíbrio, mesmo apresentando significativos níveis 
de desemprego, e que, para sair da crise, seria necessária a intervenção do governo para regular a atividade 
econômica e estimular o emprego. Vale destacar que o pensamento anterior, denominado pensamento clássico, 
sustentava que as economias de mercado se autorregulavam, que as forças de mercado (da oferta e da demanda) 
conseguiriam por si só recuperar uma economia, sem a necessidade de intervenções.
Esta aula tem por objetivo apresentar de forma sintética o pensamento keynesiano de determinação do 
produto e do equilíbrio da renda nacional.
1. A OFERTA AGREGADA
Segundo Vasconcellos (2002, p.257), a oferta agregada de bens e serviços “é a quantidade que os produtores 
desejam vender no mercado, ou seja, é o valor total da produção de uma economia colocada à disposição da 
coletividade em determinado período de tempo”. Assim:
Oferta agregada (OA) = Produto Nacional = Renda Nacional
As empresas são as responsáveis pela produção da economia (OA) e respondem aos acréscimos de demanda 
de três formas:
a. Aumentando a produção física, sem elevar os preços: neste caso temos uma situação de desemprego 
dos fatores de produção, ou seja, existem recursos disponíveis para aumentar a produção física sem que 
haja a necessidade de variar o nível de preços da economia. Passos e Nogami (2012, p.394) descrevem esta 
situação como “tipicamente keynesiana, que supõe que a economia esteja em equilíbrio e com desemprego, 
produzindo abaixo de seu potencial, com as firmas operando com capacidade ociosa”.
b. Aumentando a produção e elevando os preços: é uma situação intermediária, já que alguns setores 
da economia se encontram com capacidade ociosa, o que permite o aumento da produção, e outros setores 
se encontram em pleno emprego. Quanto mais próximo da plena utilização dos recursos, mais lento o ritmo 
de produção. E, como a velocidade de crescimento da demanda não é atendida, surgem pressões para a 
elevação dos preços da economia.
c. Apenas elevando os preços: corresponde a uma situação de pleno emprego dos recursos produtivos. 
Segundo Rizzieri (2005), como os recursos não podem crescer como resposta ao aumento da demanda, 
apenas o nível geral de preços da economia tenderá a crescer, fenômeno conhecido como inflação.
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Essas três situações determinam o formato da curva de oferta agregada.
Gráfico 1 - Curva de Oferta Agregada
Fonte: PASSOS; NOGAMI (2012, p.394).
O eixo vertical mostra o nível geral de preços da economia e o eixo horizontal mostra a renda nacional (oferta 
agregada) da economia. A situação A descrita anteriormente é observada nos níveis de renda nacional entre zero 
e Y1, nos quais a oferta agregada é horizontal por representar os níveis de renda (em decorrência do aumento da 
produção), com estabilidade de preços.
A situação B é observada no trecho vermelho do gráfico, com níveis de renda entre Y1 e Ype. Há o aumento da 
produção com aumento no nível de preços. Já a situação C é observada nos níveis de renda superiores a YPe, nos 
quais a oferta agregada apresenta-se vertical, refletindo aumento no nível geral de preços, mantendo-se a renda 
nacional (produto nacional ou oferta agregada) constante. É uma situação típica do modelo clássico.
YPe é considerado o nível de renda de equilíbrio. Pelo gráfico observamos também que, uma vez atingida a 
renda de pleno emprego, apenas os preços subirão, aumentando a renda nominal, porém mantendo-se a renda 
real constante.
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Para saber mais
Vasconcellos (2002, p.257) destaca dois conceitos importantes:
• OA potencial: corresponde ao pleno emprego de recursos (produção máxima possível).
• OA efetiva: corresponde à produção que está efetivamente sendo colocada no mercado, 
que pode ocorrer com recursos abaixo do nível de pleno emprego, como ocorre nos trechos 
keynesianos do gráfico (Figura 1).
Quando todos os fatores de produção estão sendo empregados, a OA efetiva se iguala à OA 
potencial.
2. DEMANDA AGREGADA
Segundo Rizzieri (2005, p.296) a demanda agregada constitui-se “nas despesas da coletividade em bens 
e serviços de consumo, investimento, despesas governamentais e o comércio exterior (exportaçõesmenos 
importações)”. Seguindo esse conceito, podemos expressar a demanda agregada como:
Demanda Agregada (DA) = C + I + G + X – M
Demanda agregada = 
Demanda de bens de consumo pelas famílias (C) + demanda por investimentos 
pelas empresas (I) + demanda do governo (G) + demanda líquida do setor externo 
(exportações X menos importações M)
Esse conceito está diretamente ligado à mensuração do PIB pela ótica da despesa que estudamos na aula 
anterior e permite conceituar a demanda agregada como o nível de gasto global da economia.
Vale a pena destacar cada elemento que compõe a demanda agregada:
2.1. O consumo
Podemos considerar que a renda é um fator determinante do nível de consumo das famílias. Na verdade, 
é o fator que mais tem influência na determinação do consumo. Rizzieri (2005) descreve que a relação entre o 
consumo e a renda apresenta duas características: é uma função relativamente estável e é crescente, ou seja, 
quando a renda aumenta, o consumo tende a aumentar.
Existe um nível de consumo mínimo das famílias, um consumo que independe do nível de renda, o que na 
economia é denominado de consumo autônomo. Também devemos considerar que o aumento de renda não leva 
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necessariamente a um aumento no consumo na mesma proporção, o acréscimo de consumo dado um aumento 
na renda nacional é denominado de propensão marginal a consumir.
Com esses conceitos podemos escrever a função consumo (RIZZIERI, 2005, p.297-298):
C = a + bY
C = consumo das famílias
a = consumo mínimo (ou consumo autônomo)
Y = nível de renda
b = propensão marginal a consumir
Passos e Nogami (2012, p.396) destacam que, além da renda, 
outros fatores interferem nas decisões de consumo como o tamanho da família, a idade dos integrantes da 
família, o estoque de riqueza ou patrimônio, a taxa de juros de mercado, a disponibilidade de crédito, as 
rendas passadas e a expectativa quanto às rendas futuras.
Quando o nível de consumo é inferior ao nível de renda, ou seja, a família não gasta tudo o que ganha, temos 
a geração de poupança. Segundo Vasconcellos (2002, p.264) a poupança é “a parcela da renda não consumida”.
 A poupança também apresenta relação direta com a renda, pois quando a renda se eleva a poupança 
também tende a crescer. Existem níveis de renda em que as despesas com consumo são mais elevadas que 
a própria renda, acabando por gerar uma poupança negativa (ou despoupança). Nessa situação, ou a família 
irá gastar uma poupança que foi acumulada nos períodos anteriores ou utilizará o crédito, aumentando seu 
endividamento.
Essa situação de endividamento é a realidade de muitas famílias brasileiras, como mostra o gráfico 2.
Gráfico 2 – Percentual de famílias endividadas (*)
Fonte: Miriam Leitão, apud Confederação Nacional do Comércio (CNC), (2012).
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(*) considerando cartão de crédito, cheque pré-datado, carnês de loja, empréstimo pessoal, prestações de 
carro e seguros.
Observe que o endividamento das famílias brasileiras vinha decrescendo desde agosto de 2011, mas a partir 
de maio de 2012 esta tendência se inverte. Em agosto de 2012, o percentual de famílias com dívidas chegou a 
quase 60%, patamar mais alto de 2012, crescendo em relação ao mês anterior ( julho de 2012 = 57,6%), mas ainda 
abaixo do registrado no mesmo mês do ano anterior (agosto de 2011 = 62,5%). As políticas governamentais de 
estímulos ao crédito e à aquisição de bens duráveis contribuem para esse número de famílias endividadas.
2.2. O investimento
Passos e Nogami definem o investimento como o:
(...) valor daquela parte do produto da economia, para qualquer período de tempo, não destinada ao 
consumo, ou o valor daquela parte do produto da economia que toma a forma de novas estruturas, novo 
equipamento durável de produção e variação dos estoques. (2012, p. 411)
Vasconcellos (2002, p.265) complementa o conceito, colocando o 
investimento como a variável mais importante da macroeconomia, tanto no curto prazo (modelo keynesiano), 
quanto no longo prazo, quando são desenvolvidos os modelos de crescimento e desenvolvimento 
econômico, em que o investimento é o principal determinante do emprego e do crescimento do produto.
Vasconcellos (2002) ainda aponta um duplo papel para o investimento na macroeconomia: 
• Investimento como elemento da demanda agregada: fase em que apenas se gasta com instalações, 
equipamentos etc. O investimento ainda não proporciona resultados sobre a produção. 
• Investimento como elemento da oferta agregada: fase em que o investimento já se maturou e 
proporciona aumento na capacidade produtiva.
Passos e Nogami (2012) destacam os fatores que influenciam a demanda por investimento. São eles:
a. Expectativas empresariais: as decisões sobre os investimentos são tomadas com base na expectativa 
que os empresários têm sobre o futuro da economia (é com base nessas expectativas que são realizadas 
projeções para o cálculo de retorno dos investimentos estudados).
b. Taxa de juros: está diretamente ligada ao investimento; o empresário só investirá em um bem de capital 
se o retorno esperado desse investimento for maior do que a taxa de juros de mercado. É por isso que 
os empresários se manifestam contrários aos aumentos nas taxas de juros: ora a taxa de juros elevada 
amplia o custo do capital usado para financiar seus investimentos, ora diminui a atratividade do retorno 
do investimento produtivo (o investimento de capital terá um retorno menos atraente do que os juros do 
mercado).
Assim, diferentemente do consumo, o investimento não depende diretamente da renda nacional. Depende da 
taxa de juros, da rentabilidade esperada, das condições do crédito, entre outros fatores.
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2.3. Gastos do governo
Os gastos do governo constituem-se como o terceiro elemento da demanda agregada e compreendem o 
conjunto de dispêndios que o governo realiza, tanto de consumo (compra de merendas escolares, remédios, 
uniformes, pagamento dos funcionários públicos etc.) como de investimentos (construção de escolas, rodovias, 
hospitais etc).
Conforme Passos e Nogami (2012, p.429), é importante considerar esses gastos no modelo porque “trazem 
uma elevação substancial em quantidades e valores da economia, afetando a demanda agregada e o nível 
de renda”. Rizzieri (2005, p. 308) enfoca ainda que os “gastos do governo possuem efeito multiplicador, pois 
expandem a demanda secundária em bens e serviços de consumo”.
Ou seja, quando o governo gasta está injetando renda na sociedade, ou por meio do consumo de bens e 
serviços, ou por meio de seus programas sociais. Esses gastos colaboram para escoar a produção das empresas, 
o que mantém o nível de emprego. Além disso, esses gastos contribuem para potencializar o consumo, ou 
pela manutenção da renda em função da manutenção dos empregos, ou pela ampliação da renda das pessoas 
beneficiadas com os programas sociais.
Rizzieri (2005) destaca que os gastos do governo são financiados pela arrecadação dos impostos e, por isso, 
os impostos ou tributos (T) são um fator importante que afeta a renda.
Vasconcellos destaca ainda que os gastos governamentais são
(...) uma variável determinada institucionalmente, ou seja, dependem dos objetivos da política econômica 
escolhidos pelas autoridades. Os gastos não são determinados por outras variáveis econômicas, mas são eles 
que determinam as demais variáveis. (RIZZIERI, 2002, p. 266)
2.4. Comércio Exterior
Na equação da demanda agregada é considerada a balança comercial, ou seja, as exportações (venda de 
mercadorias para o exterior) menos as importações (compra de mercadorias do exterior).
As exportações são somadas à demanda agregada, porque para que essas vendas ao exterior aconteçam é 
necessário que a mercadoria seja produzida pelas empresas nacionais, contribuindo para a geração de emprego 
e renda. As importações, por sua vez, representam um efeito negativo sobre a demandaagregada porque, ao 
comprar do exterior, deixa-se de produzir no mercado doméstico, o que reduz a renda e a capacidade de geração 
de empregos.
Vasconcellos (2002) destaca que as exportações não são afetadas pela renda nacional, e sim pela renda de 
outros países e, por simplificação, consideraremos que o comércio exterior não depende da renda nacional.
2.5. Demanda agregada completa
Após entender cada componente da demanda agregada é possível traçar o seu gráfico. A demanda agregada 
é representada por DA = C + I + G + X – M, conforme o gráfico 3.
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Gráfico 3 - Curva da demanda agregada
Fonte: VASCONCELLOS (2002, p. 268).
Apenas o consumo é uma função que depende da renda nacional, as demais variáveis não são determinadas 
pela renda e, portanto, são constantes em relação a essa variável. A função consumo é representada por C = a + 
bY, uma função linear (função de primeiro grau, cujo resultado é uma reta). Por isso, a demanda agregada é uma 
reta ascendente, correspondente à relação direta entre consumo e renda.
3. EQUILÍBRIO NO MODELO KEYNESIANO BÁSICO
Neste modelo simplificado, o equilíbrio se dá quando a oferta agregada (OA) se iguala à demanda agregada 
(DA). 
Vasconcellos (2002, p.269) descreve que, para verificar o equilíbrio, precisamos “desenhar uma reta de 45 
graus que representa os pontos possíveis de equilíbrio entre a DA (eixo das ordenadas) e OA (eixo das abscissas), 
ou seja, em qualquer ponto em cima desta reta, DA e OA têm o mesmo valor”.
O gráfico a seguir ilustra esse equilíbrio:
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Gráfico 4 – Equilíbrio entre Demanda e Oferta agregadas
Fonte: VASCONCELLOS (2002, p. 269).
A renda de equilíbrio ocorre em y*, ponto no qual a demanda agregada cruza a reta de 45 graus (ponto em que 
a oferta agregada se igual à demanda agregada). Repare que neste ponto não há uma renda de pleno emprego; 
a renda de pleno emprego acontece em Ype. Nesse caso temos um equilíbrio com desemprego, dado que a 
demanda agregada se iguala à oferta agregada em um nível de renda menor do que o nível de pleno emprego. 
Isso consolida o modelo keynesiano, no qual é possível uma economia estar em equilíbrio com desemprego. 
Vasconcellos (2002) destaca que o ideal seria um equilíbrio com pleno emprego, mas não é isso que o modelo 
keynesiano mostra, daí a função da política econômica: como atuar sobre as variáveis macroeconômicas para 
levar a economia ao equilíbrio de pleno emprego.
Como o equilíbrio não acontece no nível de renda de pleno emprego, podemos comparar este nível com a 
demanda agregada. 
Voltemos ao gráfico. No nível de renda de pleno emprego, a demanda agregada é menor do que a oferta 
agregada (reta de 45 graus). Essa diferença é chamada de hiato deflacionário.
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Gráfico 5 – Hiato deflacionário
Fonte: VASCONCELLOS (2002, p. 270).
Importante
Hiato deflacionário: é o montante da demanda agregada que fica abaixo do pleno emprego.
O hiato deflacionário revela qual deve ser o aumento da demanda agregada para que a economia atinja o 
equilíbrio de pleno emprego. Segundo Passos e Nogami (2012, p.435), nessa situação, a falta de demanda ou 
“o déficit do dispêndio total acaba por reduzir o nível de renda, acarretando em uma queda na produção, do 
emprego e do nível geral de preços da economia”.
 Nessa situação as autoridades devem conduzir a política econômica em direção ao pleno emprego, criando 
medidas que estimulem a demanda agregada, o que pode acontecer pelo aumento dos gastos públicos e/ou 
redução dos impostos.
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Inversamente, quando há um excesso de demanda agregada em relação à oferta agregada de pleno emprego, 
temos uma situação de hiato inflacionário.
Importante
Hiato inflacionário: é o montante da demanda agregada que fica acima do pleno emprego.
Segundo Vasconcellos (2002, p.281), o hiato inflacionário “representa uma situação de inflação de demanda, 
em que a procura global de bens e serviços supera a capacidade produtiva da economia”. Devido ao excesso de 
gastos, quando os recursos já estão totalmente empregados, cria-se uma pressão inflacionária que se caracteriza 
pela elevação no nível de preços.
Rizzieri (2005, p. 313-314) explica que, nessa situação, o governo deve atuar sobre as variáveis reais da 
economia,
“procurando reduzir a demanda agregada até atingir o pleno emprego, especialmente pela redução dos 
gastos públicos, ou com medidas que causem um impacto negativo sobre o consumo e o investimento (por 
exemplo, aumento dos impostos ou aumento nas taxas de juros)”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta aula apresentou as variáveis que compõem a demanda agregada e a oferta agregada, como forma de 
entender o modelo keynesiano, no qual é possível alcançar o equilíbrio da economia com desemprego. Além disso, 
esse modelo destaca a importância do governo como estimulador da demanda agregada, dada a característica 
multiplicadora dos gastos públicos.
Essas variáveis afetam direta ou indiretamente a renda nacional e o nível de emprego da economia. E por falar 
em emprego, este será nosso próximo assunto. Encontramos você lá!
Na prática
Em 2001 a teoria keynesiana completou 75 anos. Alguns se posicionam contrários ao receituário 
proposto por Keynes, outros mostram-se favoráveis. Independentemente da posição, suas propostas 
permanecem vivas até hoje. A crise de 2008 e a atual crise europeia são sinais claros disso. As medidas
para socorrer os mercados da crise internacional foram tipicamente keynesianas: intervenção direta do
governo com elevação dos gastos e ajuda financeira (injeções de dinheiro).
 
 
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REFERÊNCIAS 
LEITÃO, M. Apud Confederação Nacional do Comércio. Pesquisa da CNC mostra que há mais famílias 
endividadas. Disponível em < http://oglobo.globo.com/economia/miriam/?palavra=fam%EDlias+endividadas 
>.Acesso em 24/10/2012.
PASSOS, C. R. M. & NOGAMI, O. Princípios de Economia. 6 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2012.
RIZZIERI, J. A. B. Teoria da Determinação da renda e produto nacional. In: PINHO, D. B. & VASCONCELLOS, M. A. 
S. (org.) Manual de Economia. Equipe de Professores da USP. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005 (p.295-318).
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: Micro e Macro. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
http://oglobo.globo.com/economia/miriam/?palavra=fam%EDlias+endividadas
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SUMÁRIO
1. A DEMANDA E A OFERTA DE MÃO-DE-OBRA ................................3
2. DESEMPREGO ............................................................................................4
3. TIPOS DE DESEMPREGO ........................................................................7
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................8
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 10
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AULA 6 – MERCADO DE TRABALHO
Nas primeiras aulas abordamos o trabalho como um fator de produção que, associado ao capital e à terra, 
gera o produto, ou seja, o trabalho é essencial para o processo de produção de bens e serviços. É também um dos 
responsáveis pela geração de valor ao produto e contribui de forma unitária com o PIB (Produto Interno Bruto), 
agregado macroeconômico da renda e da riqueza do país.
Podemos estudar o trabalho sob dois aspectos: pela perspectiva da microeconomia, quando consideramos o 
indivíduo como unidade de trabalho (ofertante de mão-de-obra) que interage com a empresa, unidade produtora 
de bens e serviços; e pelo ponto de vista da macroeconomia, quando consideramos que os trabalhadores em 
geral contribuem com a geração do produto da economia.
Diante dessas visões, os objetivos desta aula são:
• discutir a relação entre a atividade

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