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ESTRATÉGIA PARA AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL SEGUNDO A AIHA

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ESTRATÉGIA PARA AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO 
 
OCUPACIONAL SEGUNDO A 
 
 AIHA 
 
(AMERICAN INDUSTRIAL HYGIENE ASSOCIATION) 
 
 
 
O problema básico na avaliação da exposição ocupacional é reconhecer todas as 
exposições, avaliar cada uma como aceitável ou não aceitável, e controlar as exposições 
não aceitáveis. A formação dos Grupos Homogêneos de Exposição ao Risco (GHER) - 
uma tarefa um tanto complexa - ajuda a atingir cada um destes objetivos. Através do 
processo de reconhecer, avaliar e controlar exposições, o uso do julgamento profissional 
para planejar o monitoramento, interpretar dados e recomendar mudanças é essencial. 
 
Reconhecimento da exposição 
 
Devem ser consideradas todas as fontes de exposição. Os trabalhadores podem estar 
expostos a agentes de risco durante a realização de tarefas diretamente envolvidas com 
estes agentes, por contato acidental em contaminação do ambiente ou através de tarefas 
realizadas por outros trabalhadores. 
 
Avaliação do significado da exposição 
 
Para avaliar o significado da exposição, tanto o tempo de cada exposição como os limites 
de tolerância para o agente em questão devem ser estudados. Os ambientes de trabalho são 
complexos, onde as concentrações podem variar ao longo do tempo e do espaço. 
 
Os limites de exposição ocupacional devem ser expressos em termos que sejam 
consistentes com os dados gerados pelo monitoramento do ambiente de trabalho. Todos os 
resultados de monitoramento sao médias observadas durante o tempo de amostragem. 
Estes limites sao definidos como padrões para boas práticas de trabalho, não são linhas 
rígidas que separam um ambiente saudável de um não saudável. Portanto, eles representam 
uma exposição à qual a maior parte dos trabalhadores pode estar exposta regularmente, dia 
após dia, sem sofrer efeitos adversos à saúde. Alguns agentes podem ter mais de um Limite 
de Tolerância, como é o caso daqueles que possuem limites para exposições de curta 
duração (STEL - Short Term Exposure Limit). 
 
A super exposição é observada quando o monitoramento resulta em uma concentração 
média maior do que o limite estabelecido e a amostragem foi realizada de acordo com a 
metodologia e com o tipo de limite. Nao se pode comparar médias de jornadas de trabalho 
com limites para curta exposição ou vice-versa, ou seja, utilizar medições instantâneas para 
concluir sobre exposições médias diárias. 
 
Controle de exposições inaceitáveis 
 
Para controlar estas exposições, é necessário um conhecimento detalhado do ambiente de 
trabalho. Todo o processo de exposição deve ser estudado, incluindo a fonte, a trajetória e 
o trabalhador, que é o receptor. Medidas de controle podem ser aplicadas em qualquer 
destas etapas. Alterações no processo podem reduzir as emissões, sistemas de ventilação 
podem ser implementados para impedir que as emissões cheguem ao trabalhador e, 
finalmente, os Equipamentos de Proteção Individual, usados adequadamente, são um fator 
adicional de proteção, mas não devem ser priorizados em relação aos demais controles. 
 
Grupos Homogêneos de Exposição ao Risco (GHER) 
 
O Grupo Homogêneo de Exposição ao Risco (GHER) é a base para a avaliação detalhada 
da exposição do trabalhador. Na sua forma conceitual, um GHER é um grupo de 
trabalhadores com idênticas probabilidades de exposição a um determinado agente. O 
grupo é homogêneo no sentido de que a distribuição de probabilidade de exposição é a 
mesma para todos os membros do grupo(todos os membros do grupo não precisam ter 
exposições idênticas num único dia). Devido à homogeneidade estatística, um pequeno 
número de amostras selecionadas aleatoriamente pode ser usado para definir o perfil de 
exposições dentro do grupo. Portanto, o GHER forma a base da Higiene Industrial 
quantitativa. Os GHER são formados durante a etapa de caracterização básica, são 
consolidados durante as avaliações e recebem a atenção necessária durante a etapa de 
controle dos riscos. 
 
 
Julgamento profissional 
 
Não há uma definição precisa para o que se chama de julgamento profissional, mas ele é 
indispensável para uma avaliação correta e bem-sucedida da exposição ocupacional. É 
essencial no planejamento das campanhas de monitoramento (reconhecimento dos riscos), 
na interpretação dos dados resultantes do monitoramento (avaliação dos riscos) e na 
recomendação das alterações de processo necessárias (controle dos riscos). O julgamento 
profissional também é essencial na identificação dos Grupos Homogêneos e na avaliação 
da distribuição das exposições. 
 
A flexibilidade da estratégia de avaliação da exposição não somente permite, mas força 
decisões subjetivas baseadas no julgamento profissional. 
 
 
Os passos descritos a seguir são as etapas normalmente seguidas por um higienista 
industrial experiente. Como resultado da aplicação dos mesmos, as seguintes questões 
podem ser respondidas. 
 
 Quais são as exposições potenciais? 
 Quem está exposto e a que nível? Quais são as exposições efetivas considerando os 
fatores de proteção dos EPI`s, quando usados? 
 Qual a toxicidade dos agentes de risco? 
 Quais os grupos que devem ser priorizados numa campanha de monitoramento? 
 Os resultados do monitoramento indicam que o risco é aceitável? Se não, controles 
devem ser implementados. 
 Após a divulgação dos resultados, quando deve haver novo monitoramento? 
 
Este documento resume o que muitos higienistas industriais fazem na prática do dia-a-dia. 
 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO BÁSICA 
 
 
Objetivo: 
 
O primeiro passo na avaliação da exposição é caracterizar o ambiente de trabalho. A 
caracterização básica deve identificar as exposições potenciais para cada empregado ou 
grupo de empregados alocados em determinado local de trabalho, identificar os limites de 
tolerância apropriados e definir os Grupos Homogêneos de Exposição ao Risco(GHER). 
 
Ferramentas: 
 
A identificação das exposições envolve um trabalho de detetive para descrever 
completamente a força de trabalho, os processos, operações e tarefas, e um inventário 
completo dos agentes químicos, físicos e biológicos, com seus limites apropriados. O 
ambiente de trabalho e a descrição das atividades são usados como base para a composição 
inicial dos GHER. A aplicação dos GHER é útil na medida em que, se os trabalhadores 
estão classificados adequadamente nos GHER, qualquer resultado de monitoramento para 
um trabalhador dentro de um grupo fornecerá informações representativas da exposição 
dos outros trabalhadores do grupo. 
O higienista industrial deve ter um entendimento suficiente do ambiente de trabalho para 
realizar uma avaliação do potencial de riscos a saúde. No mínimo, as seguintes questões 
devem ser respondidas: 
 
1. Quais são os agentes químicos, físicos e biológicos no ambiente de trabalho? 
2. Quais são os efeitos à saúde associados com exposição aos agentes de risco? 
3. Quais são os Limites de Tolerância para cada agente? 
4. Como os trabalhadores, ou grupos de trabalhadores, estão envolvidos com cada um dos 
agentes? 
5. Quais são as operações-chave e atividades que representam o maior potencial de 
exposição aos agentes? 
 
Sendo assim, a caracterização básica possui quatro componentes principais: 
 
 Caracterização do ambiente de trabalho 
 Caracterização das atividades realizadas por cargo/função/sub-função 
 Caracterização do agente 
 Formação preliminar dos GHER 
 
 
Caracterização do ambiente de trabalho 
 
A maioria dos ambientes de trabalho pode ser adequadamente descrita através de um 
diagrama esquemático e/ou uma descrição escrita do processo ou operações envolvidas.O 
objetivo é identificar todas as fontes de exposição, localização dos produtos químicos e 
tarefas, ventilação e outros métodos de controle. Através do fluxograma de processo o 
higienista industrial deve ser capaz de identificar mesmo equipamentos ou pontos de 
amostragem que,apesar de pequenos, possam representar risco de exposição. 
A descrição do processo deve conter dados detalhados sobre as reações envolvidas, sub-
produtos e catalizadores e outros dados importantes que não são obtidos através do 
fluxograma de processo. 
 
Caracterização das tarefas e atividades 
 
Para compreender a interface entre os trabalhadores e o processo produtivo com seus 
agentes, o higienista industrial deve adquirir um conhecimento detalhado dos 
procedimentos e práticas de trabalho existentes na planta. Todo esforço deve ser feito 
para utilizar as informações já existentes na empresa sobre os trabalhadores e atividades 
desenvolvidas pelos mesmos. Muitas empresas possuem um registro no setor pessoal 
contendo um sumário de cada cargo/função/sub-função por área/departamento/setor da 
empresa, e estes dados devem ser utilizados, mesmo que venham a ser enriquecidos ou 
mais detalhados. Geralmente os estudos epidemiológicos são baseados nestes dados e, 
caso o higienista industrial não se utilize dos mesmos dados, poderá ser impossível 
estabelecer correlações de nexo-causal. 
 
As atividades desenvolvidas deverão ser observadas, atentando-se para aspectos como: 
frequência de execução de cada atividade, duração, forma de interação com o agente de 
risco, etc. 
 
 
Caracterização dos agentes de risco 
 
Os dados relacionados ao ambiente de trabalho e às atividades realizadas pelos empregados 
são tantos que é necessário se utilizar do julgamento profissional para decidir qual o grupo 
que possui o maior potencial de exposição. Este julgamento se baseia, principalmente, nos 
efeitos à saúde observados em razão da exposição elevada a determinado agente e na 
probabilidade de que o grupo esteja exposto a este agente. 
São utilizados dados como: propriedades físico-químicas dos compostos presentes, 
quantidade manuseada, dados toxicológicos (efeitos à saúde irreversíveis ou não, limites de 
odor, limites de tolerância apropriados, etc.). 
 
Formação Preliminar dos Grupos Homogêneos de Exposição 
 
 
Os GHER são estabelecidos de diversas formas, mas o principal é que ocorra a colocação 
de um cargo/função em um grupo com exposição similar. Para tanto, deverá ser feita uma 
listagem com a descrição das tarefas, incluindo as características pertinentes às mesmas, 
como agentes de risco presentes, intensidade, localização, frequência, medidas adotadas 
para controle da exposição, etc. Estas informações são obtidas tanto da documentação já 
existente na empresa (setor pessoal) quanto das inspeções detalhadas nos ambientes de 
trabalho. O enfoque para a formação dos grupos pode ser tanto por tipo de tarefa (ou seja, 
grupos relativos a diferentes tipos de atividades), ou por tipo de agente ao qual o 
funcionário está exposto. Este último enfoque é muito útil quando se deseja obter dados 
para comparação com parâmetros legais ( por exemplo, no caso de relatório de 
insalubridade), mas deve-se observar, quando do acompanhamento efetivo dos grupos já 
consolidados, se não há outros agentes de risco em intensidades diferentes dentro de um 
grupo, cujos efeitos se somariam àqueles oriundos do agente principal. 
 
Com os GHER preliminares estabelecidos, deve-se partir para a próxima etapa do trabalho. 
 
 
 
AVALIAÇÃO QUALITATIVA DO RISCO E PRIORIZAÇÃO 
 
 
 
Objetivo: 
 
Realizar uma classificação da exposição e dos efeitos à saúde para cada agente de risco, 
estabelecendo uma graduação de prioridade para monitoramento dos GHER. 
 
 
Ferramentas: 
 
 
Classificação da Exposição 
 
Um “grau” de exposição deverá ser dado a cada GHER. Este grau pode ser baseado em 
resultados de monitoramentos anteriores, em julgamento profissional ou em modelos 
matemáticos. A classificação deve se adequar ao agente e ao objetivo do monitoramento. 
Pode ser algo do tipo mostrado na tabela 1 abaixo. 
 
 
Tabela 1 - Exemplo de classificação qualitativa da exposição 
 
Categoria Descrição 
 
Não exposto Sem contato com o agente 
 
Pouco exposto Contato raro com o agente a baixas 
concentrações 
 
Moderadamente exposto Contato frequente com o agente a baixas 
concentrações ou contato raro a altas 
concentrações 
 
Muito exposto Contato frequente com o agente a altas 
concentrações 
 
Altamente exposto Contato frequente com o agente a 
concentrações muito altas 
 
 
 
 
Outras classificações podem ser usadas, como abaixo do Limite de Tolerância, até o Limite 
de Tolerância ou acima dele. 
 
 
Classificação dos efeitos à saúde 
 
Cada agente deve ser avaliado pela severidade dos efeitos causados pela exposição 
excessiva ao mesmo, e assim a priorização para o monitoramento também deve levar em 
conta estes dados. Um exemplo de classificação pode ser o da tabela 2 a seguir. 
 
 
Tabela 2 - Exemplo de classificação qualitativa de riscos à saúde 
 
Categoria Efeitos à saúde 
 
0 Efeitos reversíveis pouco preocupantes ou 
sem efeitos adversos conhecidos 
 
1 Efeitos reversíveis preocupantes 
 
2 Efeitos reversíveis severos 
 
3 Efeitos irreversíveis 
 
4 Risco de vida ou doença incapacitante 
 
 
 
Outras classificações podem ser usadas, como a classificação com enfoque na 
carcinogenicidade do agente. 
 
 
Utilizando-se das informações acima e de julgamento profissional, deve-se então 
estabelecer a prioridade para monitoramento. Alguns fatores adicionais para esta 
priorização incluem: número de trabalhadores nos GHER, grupos com exposições 
próximas ao Limite de Tolerância, frequência de exposição, agentes cuja exposição é 
controlada apenas com EPI`s, etc. 
 
 
 
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA (MONITORAMENTO) 
 
 
Objetivo: 
 
Monitoramento refere-se à medição de exposições ou concentrações de contaminantes 
durante um período de tempo determinado. Os resultados do monitoramento podem ser 
usados para uma avaliação quantitativa da exposição para indivíduos ou grupos de 
trabalhadores ou para identificação de fontes potenciais de problemas de exposição. O tipo 
de monitoramento que será realizado está diretamente ligado ao tipo de questionamento 
que o higienista precisa responder. 
 
 
Ferramentas: 
 
As ferramentas para a estratégia e campanha de monitoramento incluem: 
 
Conhecimento do “caminho”de exposição 
 
Deve-se conhecer como se dá a exposição, se por inalação, por absorção da pele ou por 
ingestão. Na maioria dos casos a exposição dá-se por via inalatória, mas não deve-se 
desprezar a possibilidade de absorção através da pele ou ingestão. 
 
 
Objetivos do monitoramento 
 
Estes objetivos podem ser agrupados em três categorias amplas: conhecimento de base, 
diagnóstico e cumprimento legal. 
O monitoramento para conhecimento de base é realizado para avaliar o range e 
distribuição de exposição entre GHER específicos. Os resultados obtidos são os dados 
básicos para se determinar a aceitabilidade ou não da exposição, a necessidade de 
avaliações mais detalhadas e de controles adicionais. 
O monitoramento para diagnóstico é realizado em casos específicos com o objetivo 
principal de identificar fontes e tarefas responsáveis pela exposição. Os resultados são 
utilizados como base para definição dos controles a serem implementados. 
O monitoramento para cumprimento legal é realizado para comparar os resultados com os 
Limites de Tolerância legais e tomar as providências necessárias. 
 
 
Métodos de monitoramento 
 
Pessoal: este método enfoca a exposição do trabalhador e deve utilizar equipamentos de 
amostragem tais que não impeçam a realização normal do trabalho durante a jornada. A 
amostragem pode ser de longa ou curta duração, mas o ideal é a combinação de ambas, 
onde se tem uma média (TWA) e também a exposição para atividades específicas( por 
exemplo, STEL). 
 
Área: é normalmente realizado para conhecer os níveis de contaminação do ambiente e os 
resultados podem ser usados para avaliar alterações de processo, alteraçõesna eficiência de 
controles de ventilação, etc. Este tipo de monitoramento não deve substituir o 
monitoramento individual. 
 
Duração e número de amostras: 
 
Duração: acima de escolher a duração da amostragem apenas pela existência de limites (de 
oito horas,TWA, ou STEL, 15 min, por exemplo), o higienista deve observar os efeitos da 
exposição e tentar adequar seu tempo de amostragem. Às vezes é necessário realizar 
amostragens de tempos de duração diferentes devido aos efeitos à saúde para um agente 
específico. 
 
Número de amostras: este tem sido um ponto de muita discussão por vários anos. Antes 
que os métodos estatísticos se tornassem comuns, a resposta era simples: o número deve 
ser tal que o profissional se sinta confiante, ou seja, para uns este número era 10, para 
outros 5, e assim por diante. Mesmo hoje, o julgamento profissional ainda baseia muitas 
decisões quanto a este aspecto. No entanto, do ponto de vista estatístico, deve haver um 
número mínimo de amostras estatisticamente suficiente para validar a análise dos 
resultados. Este número está entre 6 e 10. Abaixo de seis a incerteza é grande e acima de 
dez o ganho em confiabilidade é pequeno. É importante ressaltar que o GHER deve estar 
bem caracterizado e que a amostragem deve ser feita de forma aleatória. Caso a escolha dos 
trabalhadores para amostragem não seja aleatória, os dados não deverão ser analisados com 
estatística, e sim com julgamento profissional. 
 
 
 
INTERPRETAÇÃO E TOMADA DE DECISÕES 
 
 
Objetivo: 
 
Interpretar os dados de exposição de cada GHER e decidir se as exposições correspondem 
a um ambiente de trabalho aceitável. 
Há somente três decisões possíveis ao se analisar a aceitabilidade de dados de exposição 
ocupacional: 
 As exposições são aceitavelmente baixas 
 As exposições são muito altas e é necessário se tomarem medidas corretivas 
 Os dados não são suficientes para uma tomada de decisões. 
 
 
Ferramentas: 
 
As decisões citadas acima podem estar baseadas em testes estatísticos, em julgamento 
profissional ou na combinação de ambos. A estratégia de avaliação aqui adotada requer 
que o higienista monitore e controle as exposições até que se demonstre que elas são 
aceitáveis. 
 
 Julgamento profissional 
 
O julgamento profissional, neste contexto, refere-se à integração de todo o conhecimento 
do processo com os resultados de monitoramento, culminando na avaliação da 
aceitabilidade da exposição. 
 
Todos os resultados abaixo do Limite. Se todas as exposições estão abaixo do limite ou 
linha de ação e as exposições são representativas da população amostrada, o higienista 
pode decidir que as exposições são aceitáveis. Se o higienista está inseguro quanto à 
representatividade das amostras, mais avaliações deverão ser realizadas antes de se concluir 
sobre a exposição. 
 
Um ou mais resultados acima do Limite. Se algum resultado está acima do Limite, é 
necessário que se faça uma investigação. Além disso, uma amostragem para diagnóstico 
pode ser necessária para identificar a fonte de super exposição. Se os dias ou tarefas com 
exposições elevadas podem ser previstos, então os controles devem enfocar estes dias ou 
tarefas. Se, no entanto, estas exposições elevadas não podem ser previstas, deve ser 
considerada a incidência de exposição elevada sugerida pelos dados. Geralmente é 
necessário a realização de mais amostragens antes que o higienista possa fazer um 
julgamento profissional. 
 Se a investigação indica que as exposições elevadas são representativas, o higienista deve 
promover melhorias para controle. Uma vez que os controles tenham sido implementados, 
novos dados deverão ser coletados. Entretanto, se uma exposição elevada não é 
representativa (um vazamento causou aquele valor, por exemplo) um higienista pode 
subjetivamente determinar que os níveis são aceitáveis. Se exposições elevadas estão 
ocorrendo, pode ser indicada uma frequência maior de monitoramento. 
 
Uso de estatística paramétrica. São usados gráficos (por ex., log-normal) para concluir se 
a distribuição dos dados está correta. 
 
Análise estatística 
 
As ferramentas estatísticas são poderosas somente se o usuário entende suas bases teóricas 
e limitações. O higienista industrial deve conhecer bem fundamentos de estatística, como 
intervalos de confiança, distribuição de probabilidade, etc. 
 
Há dois tipos principais de estatística usadas em Higiene Industrial: paramétrica e não-
paramétrica. A estatística paramétrica é a mais praticada, mas também requer que se 
assumam muitas variáveis. A principal é que a forma verdadeira da distribuição de 
exposições é conhecida. Isto normalmente é incerto, e usualmente os dados são 
insuficientes para verificar a forma de distribuição estatística. 
A segunda categoria, estatística não-paramétrica, é justamente o oposto. Não é assumida 
uma forma de distribuição dos dados e são enfocadas outras medidas, como mediana e 
percentis. Estes métodos requerem mais amostras para a tomada de decisões. 
Se uma decisão deve ser tomada com poucas amostras, o nível de confiança é grande para a 
estimativa de média, baixo para a de variância e mais baixo ainda para a estimativa de 
grandes percentis. 
 
Fatores críticos. Antes de iniciar qualquer análise estatística, duas questões devem ser 
respondidas pelo higienista: 
 A amostragem foi realizada de forma aleatória? Dentro de um grupo homogêneo, houve 
uma escolha sistemática de trabalhadores, dias e tempo de monitoramento (ou seja, não-
aleatoriedade)? Se isto ocorreu, a análise estatística não é apropriada, pode ser usada, 
mas a decisão deve ser tomada com base no julgamento profissional. É importante 
ressaltar que, qualquer que seja o critério, uma exposição elevada deve ser investigada e 
analisada. 
 O perfil da população avaliada está sendo alterado quanto à exposição durante a 
amostragem (alteração no processo, nas práticas de trabalho, etc.)? Se isto estiver 
ocorrendo, a tomada de decisão também deve ser realizada com base no julgamento 
profissional. 
 
Um terceiro critério não deve ser esquecido. Os dados analisados devem ser de avaliações 
similares, ou seja, não se pode misturar dados de amostragens STEL (curta duração) com 
dados de TWA (média da jornada de trabalho). 
 
A Du Pont desenvolveu um software para realizar esta análise estatística, de acordo com a 
metodologia AIHA. Este software chama-se LOGAN e pode ser adquirido através dos 
catálogos da AIHA. 
 
RECOMENDAÇÕES E RELATÓRIO 
 
 
Objetivo: 
 
Manter um registro dos dados de exposição, de modo a permitir o acompanhamento futuro 
da exposição e estudos epidemiológicos. 
 
Ferramentas: 
 
Relatório: 
 
Cada trabalho de avaliação da exposição deve ser documentado, contendo todas as 
informações relevantes. Este relatório é o primeiro veículo de comunicação dos resultados 
para os empregados e para a gerência. Os registros de exposição são extremamente 
importantes para a continuação do Programa de Higiene e servem como ponto de partida 
para cada nova avaliação e para detectar tendências de aumento ou diminuição da 
exposição. São também fundamentais para a realização de estudos epidemiológicos. Os 
seguintes ítens podem compor um relatório de Higiene Industrial: 
 Sumário executivo resumindo todo o trabalho, geralmente dirigido à gerência. 
 Objetivo 
 Descrição sumária do processo 
 Descrição de tarefas por cargo/função 
 Critérios de avaliação da exposição 
 Efeitos à saúde provocados pelo agente em estudo 
 Metodologia utilizada para amostragem e análise 
 Discussão dos resultados 
 Conclusões 
 Recomendações 
 Referências bibliográficas 
 Tabela de resultados 
 Anexos 
 
 
Sugere-se também a elaboração de banco de dados contendo todas as informações do 
processo, das tarefas realizadas no local, dos grupos homogêneos, dos resultados de 
monitoramento, dos critérios adotados parao mesmo, das características dos agentes de 
risco, das medidas de controle implementadas, etc, de modo a permitir o fácil 
acompanhamento das exposições e a emissão de relatórios específicos. 
 
 
REAVALIAÇÃO 
 
 
Objetivo: 
 
Estabelecer intervalos apropriados para novas avaliações 
 
 
Ferramentas: 
 
 
Um relatório de Higiene Industrial deve indicar a frequência recomendada para reavaliação. 
O normal é que ela seja feita todo ano. Alguns locais não necessitam desta frequência (por 
ex., áreas administrativas em locais não-industriais). Outros necessitam de atenção 
frequente, como é o caso de trabalho com produtos cancerígenos. 
 
Reavaliação periódica 
 
Estas reavaliações, independentemente da frequência, devem ser completas, ou seja, 
começar com a levantamento preliminar e chegar até as decisões e relatórios. Mesmo que 
não seja feito um monitoramento detalhado, devem ser documentadas todas as 
circunstâncias sob as quais este monitoramento foi realizado. 
 
Revisões adicionais 
 
Queixas dos empregados. Se os empregados acham que estão sofrendo efeitos adversos à 
saúde em função de algum agente presente no ambiente de trabalho, deverá ser realizada 
avaliação desta exposição. Se o higienista conclui que medidas de controle devem ser 
aplicadas, assim deverá ser feito. Se não, devem ser promovidas discussões com os 
empregados sobre a exposição e as queixas dos mesmos. 
 
Alterações no processo. Se ocorre alteração no processo produtivo, é necessário realizar 
novas avaliações. Os engenheiros de produção e de projetos devem discutir com o 
higienista as alterações previstas, antes que as mesmas sejam implementadas. 
 
Doença Ocupacional. Qualquer suspeita ou comprovação de doença ocupacional deverá 
desencadear reavaliações no ambiente de trabalho.

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