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PSICOLOGIA SÓCIO-INTERACIONAISTA NP2

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Psicologia Sócio-Interacionista 
 
Qual a concepção epistemológica de Wallon? 
Wallon, assim como Vygotsky, foi adepto de uma 
corrente epistemológica baseada no materialismo 
histórico dialético. Para Wallon, de um existem aspectos 
biológicos predeterminantes de origem genética, e do 
outro os fatores ambientais, sociais e históricos 
presentes na vida do indivíduo, que lhe criam desafios e 
forçam a adaptação. 
 
O que é epistemologia genética? 
É uma das bases de teoria de Wallon, que teoriza que a 
história do sujeito começa a se construir no início da 
vida. Desta forma, a metodologia psicogenética estuda a 
origem dos processos psíquicos, argumentando que a 
partir do estudo da criança entende-se o 
comportamento do adulto. 
 
Explique a psicogênese da pessoa completa. 
O organismo atua como condição primária do 
pensamento, uma vez que toda função psíquica supõe 
um equipamento orgânico. Ao mesmo tempo, o 
homem também é determinado socialmente, moldando 
e sendo moldado pelo meio cultural e histórico em que 
se encontra. Desta forma, Wallon constrói sua teoria do 
desenvolvimento cognitivo centrada no estudo da 
psicogênese da pessoa como um todo, que abrange o 
estudo de fatores afetivos, cognitivos e motores do 
indivíduo no processo de seu desenvolvimento. 
 
O que é desenvolvimento cognitivo, segundo 
Wallon? 
Para Wallon a inteligência surge depois da afetividade e 
a partir do desenvolvimento motor. A cognição é 
percebida como parte da pessoa completa que só 
pode ser compreendida integrada a ela, cujo 
desenvolvimento se dá a partir das condições orgânicas 
e é resultante da integração entre o ser e o meio 
ambiente, caracterizado pelo social. Assim, o 
desenvolvimento é condicionado tanto pela maturação 
orgânica, como pelo exercício funcional, propiciado pelo 
meio. 
 
Explique os campos funcionais; 
emoção/pessoa/movimento/inteligência. 
Emoção: As emoções consistem essencialmente em 
sistemas de atitudes que correspondem, cada uma, a 
uma determinada espécie de situação. Atitudes e 
situação correspondente implicam-se mutuamente, 
constituindo uma maneira global de reagir de tipo 
arcaico, frequente na criança. É a primeira expressão 
da afetividade, tendo uma ativação orgânica, que não é 
controlada pela razão. 
 
Pessoa: A pessoa que articula todos os demais campos. 
Este também é o campo funcional responsável pelo 
desenvolvimento da consciência e da identidade do eu. 
A construção do eu depende essencialmente do outro, 
seja para ser referência, seja para ser negado. 
Principalmente a partir do instante em que a criança 
começa a viver a chamada crise de oposição, em que a 
negação do outro funciona como uma espécie de 
instrumento de descoberta de si própria. 
Movimento: o movimento é o primeiro sinal de vida 
psíquica da criança, onde ela discrimina duas dimensões: 
A dimensão mais expressiva que são as expressões 
que estão nas bases das emoções e a dimensão 
instrumental que é a ação direta sobre o meio físico e 
concreto. Além do seu papel na relação com o mundo 
físico o movimento tem um papel fundamental na 
afetividade e também na cognição. O indivíduo 
expressa pensamento por meio motor, e a gestualidade 
comunica conhecimento e cultura. O movimento 
interage com as emoções no processo de construção 
do conhecimento. 
 
Inteligência: Para Wallon, a inteligência está diretamente 
relacionada com duas importantes atividades cognitivas 
humanas: o raciocínio simbólico e a linguagem, pois à 
medida que a criança vai aprendendo a pensar nas 
coisas fora de sua presença, o raciocínio simbólico e o 
poder de abstração vão sendo desenvolvidos. O 
conhecimento é construído pela interação do indivíduo 
com o meio social, influenciado pelo ato motor, pela 
emoção, numa relação continuamente dialética, onde a 
linguagem é instrumento e suporte indispensável para o 
progresso do pensamento. 
 
Que dimensão ocupa lugar central na teoria de 
Wallon? 
Para Wallon, a dimensão afetiva ocupa lugar central 
tanto do ponto de vista da construção da pessoa 
quanto na construção do conhecimento. 
 
Explique as três leis que regulam o processo de 
desenvolvimento segundo Wallon. 
Lei da Alternância Funcional: A Lei da Alternância 
Funcional é a principal lei que regula o desenvolvimento 
psicológico da criança. Sugere que as atividades da 
criança, algumas vezes podem ser destinadas a 
construir a sua individualidade e outras vezes, para 
estabelecer relações com os outros, alternando a 
orientação progressivamente em cada estágio. Duas 
direções opostas alternam-se ao longo do 
desenvolvimento: centrípeta (construção do eu) e 
centrífuga (elaboração da realidade externa). Essas duas 
direções alternam-se constituindo o ciclo da atividade 
funcional. 
 
Lei da Preponderância Funcional: as três dimensões 
(afetiva, cognitiva e motora) preponderam 
alternadamente ao longo do desenvolvimento do 
indivíduo: A dimensão motora predomina nos primeiros 
meses de vida, as dimensões afetivas na formação do 
eu e a cognitiva no conhecimento do mundo exterior. 
 
Lei da Integração Funcional: As novas possibilidades 
integram-se às conquistas dos estágios anteriores. 
Deste modo, as funções antigas não desaparecem, mas 
se integram com as novas. 
 
Quais são os estágios de desenvolvimento para 
Wallon? Explique suas principais funções, 
orientações e características. 
1º Estágio: Impulsivo Emocional: 
Ocorre no primeiro ano de vida (0-1 ano). 
Principais Funções: A emoção pode construir uma 
simbiose emocional com o ambiente. 
Orientação: Para o interior - voltado para a construção 
do indivíduo (eu). 
1º Momento: Impulsividade Motora: 
Wallon descreve esta primeira etapa, que se inicia com 
o nascimento e dura aproximadamente três meses, 
como aquela em que o ser é quase o organismo puro 
e sua atividade apenas por reflexos e movimentos 
impulsivos. 
- Expressões/reações generalizadas e indiferenciadas de 
bem estar/mal estar. 
- Predominância da afetividade orienta as primeiras 
reações do bebê às pessoas. 
- As emoções são o primeiro recurso de interação do 
bebê com o meio social. 
- Emoções são extremamente contagiosas entre os 
indivíduos. 
2º Momento: Emocional 
O recurso de aprendizagem nesse momento é a fusão 
com outros. 
O processo ensino-aprendizagem exige respostas 
corporais, contatos epidérmicos, daí a importância de se 
ligar ao seu cuidador, que segure, carregue e que 
embale. 
Através dessa fusão, a criança participa intensamente 
do ambiente e, apesar de percepções, sensações 
nebulosas, pouco claras, ela vai se familiarizando e 
apreendendo esse mundo, portanto, iniciando um 
processo de diferenciação. 
Os movimentos infantis são um tanto quanto 
desorientados, mas a contínua resposta do ambiente ao 
movimento infantil permite que a criança passe da 
desordem gestual às emoções diferenciadas. 
 
2º Estágio: Sensório-Motor e Projetivo 
Inicia-se por volta de um ano e se estende até os três 
anos de idade. 
Principais Funções: atividade sensório-motora tem dois 
objetivos básicos: o primeiro é a manipulação de 
objetos e o segundo é a imitação; 
Orientação: Para o exterior – relações orientadas para 
com os outros e objetos externamente. 
Caracteriza-se pela investigação e exploração da 
realidade exterior. 
O andar e a linguagem darão oportunidade à criança de 
ingressar em um novo mundo, o dos símbolos. 
Linguagem estrutura o pensamento. 
Importância de se afinar o olhar para o movimento. 
Quando já dispõe da fala e da marcha, a criança se 
volta para o mundo externo (sensibilidade 
exteroceptiva) para um intenso contato com os objetos 
e a indagação insistente do que são, como se chamam, 
como funcionam. 
 
3º Estágio: Personalismo 
Por volta dos três aos seis anos. 
Principais Funções: Consciência e afirmação da 
personalidade na construção de si mesmo. 
Orientação: para o interior: necessidade de afirmação. É 
a fase de se descobrir diferente das outras crianças e 
do adulto. 
Subperíodos: 
(Entre2 e 3 anos) a oposição, tenta reivindicar, a 
insistência sobre a propriedade dos objetos; 
(Entre 3-4 anos) Idade da graça nas habilidades 
expressivas e motoras. Procura a aceitação e 
admiração dos outros. Período narcisista; 
(Pouco tempo antes dos 5 anos) Representação de 
papéis. Imitação. 
 
4º Estágio: Pensamento Categorial 
Entre os 6 e 11 anos. 
Função principal: Conquistar e conhecer o mundo 
exterior. 
Orientação: para o exterior – interesse especial por 
alguns objetos. 
Subperíodos: 
De (6-9) Pensamento sincrético: global e impreciso, 
mistura o objetivo com o subjetivo; 
De (9 a 11 anos) pensamento categorial: Começa a 
agrupar categorias de acordo com seu uso, 
características ou atributos. 
Marca a diferenciação entre o eu e o mundo exterior, 
em que a criança aprende a perceber o que é de si e 
o que é do outro. A diferenciação mais nítida entre o 
eu e o outro dá condições mais estáveis para a 
exploração mental do mundo externo, físico, mediante 
atividades cognitivas de agrupamento, classificação, 
categorização em vários níveis de abstração até 
chegar ao pensamento categorial. A organização do 
mundo em categorias bem definidas possibilita também 
uma compreensão mais nítida de si mesma. 
 
5º Estágio: Puberdade e Adolescência 
Idade: a partir dos 15 anos 
Função dominante: Contradição entre o conhecido e 
entre o que se deseja conhecer; 
Orientação: para o exterior – dirigida para a afirmação 
do eu. 
A crise pubertária rompe a “tranquilidade” afetiva que 
caracterizou o estágio categorial e impõe a necessidade 
de uma nova definição dos contornos da personalidade, 
desestruturados devido às modificações corporais 
resultantes da ação hormonal. 
Oposição sistemática ao adulto. Busca diferenciar-se do 
adulto. 
Vai aparecer a exploração de si mesmo, na busca de 
uma identidade autônoma, mediante atividades de 
confronto, autoafirmação, questionamentos, e para isso 
se submete e se apoia nos pares, contrapondo-se aos 
valores tal qual interpretados pelos adultos com quem 
convive. 
O domínio de categorias cognitivas de maior nível de 
abstração, nas quais a dimensão temporal toma relevo, 
possibilita a discriminação mais clara dos limites de sua 
autonomia e de sua dependência. 
 
Explique o que é educação para Wallon. 
Henri Wallon estudou o desenvolvimento da criança e 
os contextos educativos escolares, visto que o 
ambiente escolar tem características próprias. Une 
pessoas em torno de um objetivo comum: a instrução. 
O autor trata os três campos funcionais – motor, o 
afetivo e cognitivo – de forma indissociável. Para ele, 
seria impossível separar, já que o desenvolvimento de 
um causa impactos nos demais. Sendo assim, de acordo 
com as teorias, o processo de desenvolvimento 
decorre de esforços da criança para superar conflitos e 
crises decorrentes, tanto de sua origem em diferentes 
fontes de conhecimento, como de suas condições 
pessoais e sociais. De acordo com Henri Wallon, a 
dinâmica do desenvolvimento é complexa, não é 
estática e homogênea. Transforma-se junto com a 
criança conforme fatores orgânicos e sociais e ritmo de 
desenvolvimento. 
 
O papel da escola. 
A escola, segundo o autor, é um meio indispensável ao 
desenvolvimento da criança não devendo ficar restrita à 
ação do meio familiar. O grupo familiar lhe é imposto, o 
escolar ela pode eleger. A escola é um meio mais rico, 
mais diversificado e oferece à criança a oportunidade 
de conviver com seus pares. 
O meio, que inclui os objetos físicos e as relações 
humanas, é de extrema importância para o 
desenvolvimento da pessoa. Neste sentido, é de 
fundamental importância que o ambiente físico das 
instituições de Educação Infantil seja planejado e 
estruturado de acordo com as características e 
possibilidades das crianças. 
 
O papel do professor. 
O professor deixa de ser o agente exclusivo de 
informação e formação das crianças, uma vez que a 
interação com as outras crianças também assume um 
papel fundamental no desenvolvimento e aprendizagem 
de cada uma delas. Seu papel, contudo, é de extrema 
importância já que é ele quem irá possibilitar e mediar 
as interações das crianças entre si e delas com os 
objetos de conhecimento; 
A prática pedagógica precisa ser pautada nas 
necessidades das crianças como um todo e promover 
o seu desenvolvimento em todos os aspectos: afetivo, 
cognitivo e motor. 
Sabendo da importância e necessidade das condutas de 
oposição da criança em relação ao outro para o 
processo de construção de sua personalidade o 
professor pode atribuir um valor positivo ao conflito e 
procurar estratégias pedagógicas para contornar as 
situações que envolvem maior descontrole emocional.

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