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Revisão Penal IV

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Revisão Direito Penal IV
· Artigo 312 - peculato
· Artigo 316 - concussão/exação
· Artigo 327 - funcionário público para efeitos penais
· Artigo 333 – Corrupção ativa 
· Artigo 339 – Denunciação Caluniosa
· Artigo 33, parágrafo. 4º da Lei de drogas
Art. 312 - Peculato -> Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. 
Pena: reclusão, de dois a doze anos e multa.
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. 
• Apropria-se, desvia ou subtrai ou quando concorre para que esse bem seja subtraído. 
Art.316 - Concussão -> É o ato de exigir para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. 
Pena: reclusão de 2 a 8 anos.
Art. 316 §1º -> Excesso de exação - Se dá quando um funcionário público exige um pagamento que ele sabe, ou deveria saber, que é indevido.
Pena: Reclusão, de 3 a 8 anos, e multa ou; Reclusão.
§2º -> Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente pare recolher aos cofres públicos.
Pena: reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Art. 327 ->Funcionário Público – É considerado, para efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
Art. 333 - Corrupção ativa -> Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. 
Pena: reclusão, de dois a doze anos e multa.
Ex.: O particular oferece um valor x para o funcionário público agilizar um processo. 
§ único: A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou pratica infringindo dever funcional. 
Art. 339 - Denunciação Caluniosa -> Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
Art. 33. – Lei de Drogas - Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços,  desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.
Casos Concretos
Caso concreto 01: 
Em datas e horários diversos, todavia no período compreendido entre meados do mês de fevereiro até o mês de maio do ano de 2014, RONALDO ESPERTO, prevalecendo-se da condição de perito, nomeado pelo juízo da Xª Vara civil da Comarca da Capital, com o fim de obter indevida vantagem econômica solicitou aos advogados de determinado processo, o pagamento de determinada quantia em dinheiro para fins de elaboração de laudo favorecendo o cliente destes, todavia as vítimas não concordaram em repassar qualquer montante a RONALDO ESPERTO. 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os Crimes contra a Administração Pública, responda às questões formuladas: 
a) RONALDO ESPERTO é considerado funcionário público para fins penais? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
R: Sim, haja vista, que Ronaldo fora nomeado a perito, exercendo o cargo de funcionário público. 
b) Qual a correta tipificação de sua conduta? Ainda, responda se a mesma restou tentada ou consumada, haja vista as vítimas não terem concordado em repassar qualquer montante ao agente.
R: A conduta de Ronaldo Esperto se tipifica no crime de corrupção passiva, uma vez que fora solicitada uma vantagem indevida, prevalecendo de seu cargo público. 
Sendo a conduta considerada consumada, pois independente da aceitação da vítima do crime, o ato de solicitar já configura a corrupção passiva consumada. 
Caso concreto 02:
Túlio, Guarda Municipal, encontrava-se em serviço em frente a determinado prédio público, quando verificou que José iniciava uma pichação naquele prédio. Em razão disso, ordenou a Flaviano Bom de Tinta que parasse de imediato e entregasse o material que estava sendo utilizado na pichação. Ocorre que Flaviano Bom de Tinta, para garantir sua fuga, desferiu chutes na canela do funcionário e, de imediato, empreendeu fuga, não vindo a ser alcançado. 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os Crimes contra a Administração Pública, responda às questões formuladas: 
a) Diferencie as condutas de desacato, resistência e desobediência. Responda de forma objetiva e fundamentada. 
R: Desacato: Ocorre quando o indivíduo agride verbalmente o agente público no exercício de sua função ou em razão dela; 
Resistência: Ocorre quando o individuo se opõe a executar o ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio; *** Se opõe de forma agressiva ***
Desobediência – Ocorre quando o indivíduo desobedece ordem legal de funcionário público no exercício da função. 
b) Qual a correta capitulação da conduta de Flaviano Bom de Tinta? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
R: Flaviano Bom de Tinta responderá pelos crimes de resistência e desobediência, conforme os arts. 329 e 330, CP. O crime de resistência, configurado pela agressão física que Flaviano cometeu contra o funcionário, deferindo chutes na canela. E o crime de Desobediência, uma vez, não obedeceu uma ordem do funcionário. 
Caso concreto 03:
ARNALDO, jovem de 17 anos, após praticar o crime de roubo de um veículo automotor, procura seu amigo LAURO e o solicita que mantenha o carro guardado em sua casa por um tempo. LAURO aceita a incumbência e age conforme o combinado, unicamente com a intenção de ajudar ARNALDO. Contudo, a autoria do roubo é descoberta, pois a Polícia Civil consegue recuperar o veículo que ainda estava com LAURO. Dos fatos, ARNALDO e LAURO são denunciados em processo-crime pelo delito de roubo, sendo LAURO, considerado partícipe do delito. 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os delitos contra o Patrimônio e Administração Pública, responda de forma objetiva e fundamentada às seguintes questões: 
a) A capitulação da conduta de LAURO está correta? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
R: Crime de favorecimento real, conforme artigo 349 do CP, pois Lauro se encarregou somente de dar guarda ao proveito do roubo do veículo cometido por Arnaldo. Não se fala em participação, nem em coautoria de Lauro no crime de roubo, já ele não agiu, não auxiliou o referido delito e nem sequer sabia previamente do mesmo. 
b) O fato de ARNALDO ser inimputável possui alguma relevância para a conduta de 
LAURO? 
R: A menoridade de Arnaldo apenas o torna inimputável e, assim, fica isento de pena, mas sujeito à medida socioeducativa conforme previsto no ECA. Portanto, essa inimputabilidade do agente que cometeu o crime anterior, Arnaldo, é irrelevante para a tipificação da conduta de Lauro, já que o crime anterior existiu. Arnaldo incorreu no crime de favorecimento real, à luz do artigo 349 do CP.
Caso concreto 04 
A polícia de São Paulo procura um motoqueiro suspeito de matar uma adolescente, na capital. Tudo aconteceu porque o criminoso queria roubar o tênis do namorado dela. O crime aconteceu por volta das 20h de segunda-feira (14). Uma câmera de segurança gravou aaproximação de uma moto preta, em baixa velocidade na avenida Arraias do Araguaia, em Sapopemba. A polícia suspeita que o rapaz que aparece nas imagens, de capacete preto e blusa vermelha, procurava uma vítima pelo bairro - e encontrou assim que entrou na travessa Alessandro Tassoni. Era um casal que saiu de uma padaria caminhando e foi parado quase na porta de casa. O namorado contou à polícia que o ladrão desceu da moto, apontou uma arma para o casal e exigiu que ele entregasse o tênis. Quando o rapaz se abaixou para tirar o calçado dos pés, o motoqueiro fez um disparo que atingiu a cabeça da namorada, que estava ao lado. O bandido fugiu sem levar nada. Os namorados tinham saído de casa só para trocar dinheiro e já estavam voltando quando foram abordados. O rapaz contou aos policiais que tudo foi muito rápido e quando ele pediu calma, o ladrão atirou. Gabriela dos Santos, de 17 anos, foi socorrida pelos parentes. Chegou com vida ao pronto socorro, mas algumas horas depois os médicos constataram a morte cerebral da adolescente. A vizinhança passou o dia tentando acalmar a família da jovem. Revoltados, os amigos e os parentes não quiseram falar sobre o crime. Até agora ninguém foi preso. A polícia disse que o suspeito aparenta ter menos de 20 anos e cerca de um 1,80m de altura. 
Com base nos estudos realizados sobre os crimes em espécies e delitos hediondos, responda às questões formuladas: 
a) Qual a correta capitulação da conduta do motoqueiro? Ainda, o delito restou tentado ou consumado? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
R: Considerando o caso concreto, o fato típico de latrocínio consumado. É importante salientar que, para haver latrocínio, é necessário que a morte decorra da violência empregada durante a assalto no momento do assalto,(nexo causal),caso contrário o agente responderá por crime doloso. 
b) Caso o motoqueiro venha a ser preso e posteriormente condenado pelo delito praticado, sendo no curso do processo-crime descoberto que o mesmo é reincidente, qual será o prazo mínimo de cumprimento de pena para a progressão de regimes? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
R: De acordo com a lei 8072/90 artigo 2 § 2º, o motoqueiro sendo reincidente , ele poderá progredir de regime quando cumprir 3/5 da pena. 
Reincidente por crime hediondo ou equiparado praticado a partir de 09/03/ 2007.

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