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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI Anderson Augusto de Brito, Fabiano Junior Rodrigues Batista, Leandro de Castro Rodrigues, Rodolfo de Araújo e Vinícius Soares de Almeida Elementos de Máquinas Belo Horizonte 2018 Anderson Augusto de Brito, Fabiano Junior Rodrigues Batista, Leandro de Castro Rodrigues, Rodolfo de Araújo e Vinícius Soares de Almeida Elementos de Máquinas Trabalho apresentado como requisito de avaliação da disciplina Elementos de Máquinas, do curso de Técnico em Eletromecânica, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI. Professor Orientador: Gabriel Lucas Teixeira Teles. Belo Horizonte 2018 Resumo O trabalho teve como objetivo fazer um levantamento e mostrar a função de vários elementos de máquinas, como os seguintes: elementos de fixação, elementos de apoio, elementos de transmissão, elementos de vedação, elementos elásticos, elementos de elevação e transporte. Palavras-chave: Elementos; Máquinas. Sumário 1. Elementos de Fixação ........................................................................................... 5 2. Elementos de Apoio .............................................................................................. 9 3. Elementos de Transmissão ................................................................................ 27 4. Elementos de Vedação ....................................................................................... 43 5. Elementos Elásticos ........................................................................................... 57 6. Elementos de Elevação e Transporte ................................................................ 62 7. Conclusão ............................................................................................................ 81 8. Referências Bibliográficas ................................................................................. 82 5 1. Elementos de Fixação Os anéis elásticos são feitos em aço mola (SAE 1070) que proporciona melhor elasticidade na aplicação do produto. Anéis elásticos em equipamentos mecânicos são anéis de aço, ficam em rasgo em torno de um eixo redondo, podendo ser em qualquer ponto do eixo, mas em geral fica nas extremidades, afim de ajudar travar componentes que estão no eixo. 1.1. Anel Elástico O Anel Elástico é o sistema de fixação mais aplicado universalmente, ele transfere altas cargas axiais do elemento fixado para as paredes da ranhura, atuando como um anteparo quando montado em ranhuras de furos e eixos. Figura 1 - Anel Elástico 1.2. Arruela Uma arruela, é um disco fino com um furo, geralmente no meio. Ela é utilizada normalmente para suportar a carga de um parafuso. Outras utilizações são como espaçadores, mola (arruelas onduladas), almofada de desgaste, e dispositivo de bloqueio. 6 Figura 2 - Arruela 1.3. Chaveta A chaveta é uma peça de um mecanismo que serve de trava de outras peças. Entre eixos e polias, ou entre eixos e engrenagem para que estes tenham rotação síncrona. É feita de material condizente o sistema que travará. Figura 3 - Chaveta 1.4. Parafuso O parafuso é uma peça metálica ou feita de matéria dura (PVC, plástico, vidro, madeira, entre outros), em formato cônico ou cilíndrico, sulcada em espiral ao longo de sua face externa e com a sua base superior adaptada a diversas ferramentas de fixação (cabeça do parafuso), como chave de fenda ou demais modelos: Fenda cruzada (Phillips), Pozidriv, Torx, Allen, Robertson, Tri-Wing, Torq-Set e Spanner. 7 Figura 4 - Tipos de Cabeças de Parafusos 1.5. Pino O pino é uma peça cilíndrica ou cônica, oca ou maciça que serve para alinhamento, fixação e transmissão de potência. Geralmente é feita de ferro fundido ou ainda aço- liga. Figura 5 - Pinos 1.6. Porcas Porcas são elementos de máquinas de fixação m associadas a parafuso. 8 Figura 6 - Porcas 1.7. Rebite Rebite é um fixador mecânico metálico, semipermanente. Antes de sua instalação, consiste num cilindro com uma cabeça em uma das extremidades, similar a um prego ou pino. Figura 7 - Rebite 1.8. Roscas As roscas são um conjunto de filetes em torno de uma superfície cilíndrica (parafusos e porcas) podendo ser encontrada em outro perfil. Serve para definir o encaixamento perfeito dos dois materiais através de movimento helicoidal. 9 Tabela 1 - Roscas 2. Elementos de Apoio Elementos de apoio são os itens que auxiliam o funcionamento de máquinas (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Esse trabalho abordará os seguintes elementos: mancais de deslizamento e rolamento, guias, rolamentos e buchas. 2.1. Mancais Segundo Gordo e Ferreira ([20--?]), os mancais são utilizados como apoio de eixos, atenuando os choques e vibrações. Esses elementos podem ser divididos em mancais de deslizamento e mancais de rolamento (GORDO; FERREIRA, [20--?]) e comumente são feitos de ferro fundido (ABECOM, 2017). 10 2.1.1. Mancais de Deslizamento Os mancais de deslizamento são compostos por buchas, copo de lubrificação, furo do eixo, base e tampa. As buchas e lubrificantes atenuam o atrito entre o eixo e o mancal, aprimorando então a rotação do eixo. Esse tipo de mancal, em geral, é utilizado em máquinas pesadas e em equipamentos com baixa velocidade de rotação, pois esse nível de velocidade contribui para que os componentes que sofrem atrito não superaqueçam (GORDO; FERREIRA, [20--?]). A Figura 1 representa um mancal de deslizamento: Figura 8 - Mancal de Deslizamento Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). A Figura 2 representa um mancal dando suporte a um eixo cilíndrico: Figura 9 - Mancal de Deslizamento Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 11 2.1.2. Mancais de Rolamento Os mancais de rolamento são utilizados em equipamentos com maior velocidade de rotação e proporcionam menor atrito entre os eixos e eles mesmos. Os rolamentos desses mancais, que são divididos principalmente em esferas, roletes/rolos e agulhas, são os itens que, de maneira específica, exercem a função de reduzir o atrito. Esse tipo de mancal, em geral, é formado por dois anéis concêntricos (interno e externo) e, entre eles, são afixados os rolamentos. A Figura 3 representa a composição de um rolamento de esfera (GORDO; FERREIRA, [20--?]): Figura 10 - Rolamento de Esfera Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). A Figura 4 mostra as principais espécies rolamentos: Figura 11 - Rolamentos de Esfera, Rolo e Agulha Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). Os rolamentos de esfera são utilizados em velocidades de rotação mais elevada, os de rolos são utilizados em menores velocidades de rotação e o de agulhas em aplicações onde a carga oscila e o campo radial é pequeno (GORDO; FERREIRA, [20--?]). 12 A Figura 5 representa um mancal de rolamento de esfera: Figura 12 - Mancal de Rolamento de Esfera Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). Geralmente, na análise de catálogos e normas técnicas, as seguintes características sobre os rolamentos são encontradas: D = diâmetro externo; d = diâmetro interno; R = raio de arredondamento; L = largura. A Figura 6 demonstra essas características (GORDO; FERREIRA, [20--?]): Figura 13 - Características dos Rolamentos Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). O diâmetro interno dos rolamentos permite a divisão destes em três alas: leves, que são utilizadas em cargas pequenas; média, que são utilizadas em cargas maiores; pesada, que também são utilizadas em cargas maiores. Outro tipo de categorização dos rolamentos é feita em relação às forças que estes toleram. Sendo assim, podem ser divididos em: radiais, que não permitem o deslocamentono sentido transverso ao eixo e não toleram cargas axiais; axiais, que não permitem o deslocamento no sentido longitudinal ao eixo e não toleram cargas radiais; mistos, que não permitem o 13 deslocamento no sentido transverso e longitudinal ao eixo, e toleram cargas radiais e axiais (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Em resumo, os parâmetros que devem ser identificados para a compra e utilização de um rolamento são: medida do eixo, diâmetro interno (d), diâmetro externo (D), largura (L), tipo de solicitação, tipo de carga e o número do rolamento (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Alguns desses itens estão bem expressos na Figura 7: Figura 14 - Parâmetros do Rolamento Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). De maneira sintética, algumas vantagens dos mancais de rolamento são: redução de atrito e aquecimento; baixa lubrificação; não provoca desgaste do eixo; pode ser utilizado no mundo todo. Algumas de suas desvantagens são: maior fragilidade em relação aos choques; fabricação mais cara; ocupa maior espaço radial; os mancais de deslizamento suportam cargas mais elevadas; alto custo de fabricação (GORDO; FERREIRA, [20--?]). 2.2. Guias A guia é o elemento de máquina que tem por objetivo conservar a trajetória de peças que estão em movimento. Para movimento em linha reta, na maioria dos casos, são empregadas guias cilíndricas ou prismáticas, onde uma peça escorrega dentro de outra de mesma forma geométrica. Esse elemento de máquina pode ser dividido em guia aberta e guia fechada (GORDO; FERREIRA, [20--?]). A Figura 8 representa as guias cilíndricas e prismáticas: 14 Figura 15 - Guia Cilíndrica e Guia Prismática Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). A Figura 9 mostra uma guia aberta e outra fechada: Figura 16 - Guia Aberta e Guia Fechada Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). As guias são divididas em duas categorias: guias de deslizamento e guias de rolamento (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Primeiro será exposta nesse trabalho a guia de deslizamento. 2.2.1. Guias de Deslizamento As guias de deslizamento, em grande medida, são usadas nos seguintes modelos: cilíndrico, par de faces paralelas, rabo de andorinha e prismáticas em V. A Figura 10 expõem essas formas de guias de deslizamento (GORDO; FERREIRA, [20--?]): 15 Figura 17 - Modelos de Guia Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). Para lubrificação das guias, é feita a introdução de óleo nas ranhuras que ficam entre as superfícies que estão em contato, formando assim uma película lubrificante. As guias hidrostáticas são utilizadas em equipamentos maiores. Em máquinas, geralmente são usadas guias variadas de deslizamento em associação umas com as outras e, a esse conjunto de guias de uma máquina operatriz, é dado o nome de barramento (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Comumente o barramento é feito de ferro fundido, podendo ser submetido a um tratamento para aumentar sua dureza dependendo de qual será sua finalidade de utilização. A Tabela 1 mostra alguns barramentos e seu emprego (GORDO; FERREIRA, [20--?]): Tabela 2 - Barramentos Denominação Aplicação Forma Rabo de andorinha Carro porta-ferramenta Via plana Torno-revólver Via prismática dupla Carro longitudinal 16 Via em forma de telhado Guia de mesa Via dupla em V Guia de mesa Vias prismáticas e planas Tornos mecânicos Vias plana e em V Guia de mesa Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.2.1.1. Réguas de Ajuste São réguas que compensam as folgas criadas pelo atrito entre peças e guias, pois o atrito gera o desgaste das superfícies de ambas. Ao compensarem as folgas, as réguas de ajuste possibilitam que o movimento das peças continue preciso. A Figura 11 demonstra a utilização de uma régua de ajuste (GORDO; FERREIRA, [20--?]): Figura 18 - Utilização de Uma Régua de Ajuste Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.2.2. Guias de Rolamento 17 Como os elementos rolantes, esferas e rolos, rodam entre as guias, as de rolamento produzem um atrito reduzido quando comparadas às guias de deslizamento (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Esse tipo de guia é utilizado na condução de carga média e pesada (BARBOSA, 2011). A Figura 12 mostra alguns tipos de guias de rolamento (GORDO; FERREIRA, [20--?]): Figura 19 - Guias de Rolamento Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.3. Rolamentos Esse tópico tem a intenção de aprofundar um pouco mais no elemento rolamento, que já foi um dos temas bem discorridos no tópico relacionado aos mancais de rolamento. Os rolamentos que serão abordados nesse tópico são os seguintes: fixo de uma carreira de esferas, de contato angular de uma carreira de esferas, autocompensador de esferas, de rolo cilíndrico, autocompensador de uma carreira de rolos, autocompensador de duas carreiras de rolos, de rolos cônicos, axial de esfera, axial autocompensador de rolos, de agulha e com proteção (GORDO; FERREIRA, [20--?]). 2.3.1. Rolamento Fixo de Uma Carreira de Esferas É utilizado para velocidade de rotação mais elevada, tem reduzida disposição de ajuste angular, atura cargas radiais e pequenas axiais. Precisa de um ajuste perfeito entre o eixo e os furos da caixa. É o rolamento mais utilizado (GORDO; FERREIRA, [20--?]). 18 Figura 20 - Rolamento Fixo de Uma Carreira de Esferas Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.3.2. Rolamento de Contato Angular de Uma Carreira de Esferas Acolhe cargas axiais somente em um rumo, sendo sempre acoplado em outro rolamento que aceita carga axial no trajeto contrário (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Figura 21 - Rolamento de Contato Angular de Uma Carreira de Esferas Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.3.3. Rolamento Autocompensador de Esferas É o rolamento que consegue nivelar desalinhamentos, pois possui duas fileiras de esferas com pista esférica no anel externo (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Figura 22 - Rolamento Autocompensador de Esferas Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 19 2.3.4. Rolamento de Rolo Cilíndrico Tendo seus itens desmembráveis é utilizado em cargas radiais elevadas (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Figura 23 - Rolamento de Rolo Cilíndrico Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.3.5. Rolamento Autocompensador de Uma Carreira de Rolos Suporta uma grande amplitude de carga radial e consegue trabalhar em ambientes com imperfeições (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Figura 24 - Rolamento Autocompensador de Uma Carreira de Rolos Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.3.6. Rolamento Autocompensador de Duas Carreiras de Rolos Rolamento que permite a distribuição igual da carga, que possui rolos de elevado tamanho e diâmetro e é utilizado em serviços robustos (GORDO; FERREIRA, [20-- ?]). 20 Figura 25 - Rolamento Autocompensador de Duas Carreiras de Rolo Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.3.7. Rolamento de Rolos Cônicos Os anéis externo e interno podem ser montados isoladamente, toleram cargas axiais em uma rota e cargas radiais. Os anéis devem ser montados aos pares devido ao fato desse tipo de rolamento somente aceitar carga axial em um trajeto (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Figura 26 - Rolamentos de Rolos Cônicos Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.3.8. Rolamento Axial de Esfera É dividido em escora simples e escora dupla, sendo usados em situações com elevada carga axial e nunca com cargas radiais. Necessita da ação contínua de uma carga axial mínima para ocorrer o direcionamento das esferas em suas pistas (GORDO; FERREIRA, [20--?]). 21 Figura 27 - Rolamento Axial de Esfera Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.3.9. Rolamento Axial Autocompensador de Rolos Tolera uma quantidade considerável de carga radial e elevada quantidade de carga axial, além de ter a característica de compensar desalinhamentos e flexões do eixo, devido a pista esférica do anel da caixa (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Figura 28 - RolamentoAxial Autocompensador de Rolos Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.3.10. Rolamento de Agulha Empregado em situações onde existe pouco espaço radial, esse tipo de rolamento tem uma fina seção transversal (GORDO; FERREIRA, [20--?]). 22 Figura 29 - Rolamento de Agulha Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.3.11. Rolamentos com Proteção Devido as suas propriedades de trabalho, são protegidos ou vedados. A proteção é feita por blindagem através de uma placa (GORDO; FERREIRA, [20--?]). 2.3.12. Defeitos Comuns dos Rolamentos São basicamente três tipos de defeitos mais comuns nos rolamentos: desgaste, fadiga e falhas mecânicas. O desgaste pode ter sua origem na falta de lubrificação, aparecimento de partículas ásperas, presença de ferrugem, desgaste por patinação e depressões na pista do rolamento. A fadiga ocorre quando a peça se move devido a girar em falso, ocasionando seu descascamento (GORDO; FERREIRA, [20--?]). As falhas mecânicas podem ocorrer por brinelamento (depressões na pista do rolamento, causadas pelos roletes e esferas), goivagem (depressões na pista do rolamento, causadas por partículas prensadas na pista pelas esferas e roletes), sulcamento (originado quando se golpeia a pista com uma ferramenta), rachaduras e fraturas (são originadas da compressão descomedida do anel e cone sobre o eixo ou pela rotação do anel no eixo mediante sobrecarga), queima por corrente elétrica (deslocamento de um fluxo ordenado de cargas elétricas durante a soldagem) e engripamento (originado por lubrificante denso ou viscoso, ou, devido a compressão excessiva, pode ter origem na abolição da folga dos roletes e esferas) (GORDO; FERREIRA, [20--?]). 23 2.4. Buchas São elementos de metal antifricção ou plásticos, de formato cônico ou cilíndrico, utilizadas para suporte dos eixos e direcionamento de brocas e alargadores. Deve ocorrer a lubrificação quando, dentro das buchas, os eixos deslizam. As buchas podem ser classificadas em: de fricção radial, de fricção axial, cônicas e bucha-guia para furação e alargamento (GORDO; FERREIRA, [20--?]). 2.4.1. Buchas de Fricção Radial Utilizadas em esforços radiais, peças para cargas diminutas e locais de fácil manutenção, possuem variados formatos, sendo as mais usuais de corpo em forma de cilindro fendido. Essa fenda permite a lubrificação. Algumas dessas buchas tem formato de cone externamente e de cilindro internamente, possuindo roscas em seus extremos e três furos longitudinais. Esses furos possibilitam o reacerto das buchas nos objetos (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Figura 30 - Bucha de Fricção Radial Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.4.2. Buchas de Fricção Axial Esse tipo de bucha é empregado em um eixo vertical. A Figura 24 representa esse tipo de bucha (GORDO; FERREIRA, [20--?]): 24 Figura 31 - Bucha de Fricção Axial Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.4.3. Buchas Cônica Utilizadas em eixos que realizam esforços radiais e axiais. São as buchas menos usuais, pois, geralmente, necessitam de dispositivos de fixação (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Figura 32 - Bucha Cônica Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 2.4.3. Bucha-guia Para Furação e Alargamento É um elemento de precisão utilizado para direcionar e permitir a auto acomodação da ferramenta quando esta está atuando na peça, tendo como consequência a posição adequada das faces usinadas. Seu objetivo é permitir um eixo compartilhado entre ele e o furo. Como podem se desgastar por atrito, esse tipo de bucha é fabricada de aço duro, com faces lisas e retificadas. Podem ser divididas em com e sem borda (GORDO; FERREIRA, [20--?]). 25 Figura 33 - Bucha-guia Para Furação e Alargamento Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). Dois ditames regem a distância entre esse elemento de apoio e a peça: se o cavaco ficar na parte interna da bucha, a distância é de 0,2 mm; se o cavaco sai pelo elemento, a distância é maior ou igual a 0,5 mm vezes o diâmetro do furo da bucha (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Figura 34 - Distância Entre a Bucha-guia e a Peça Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). Buchas-guias compridas são empregadas quando existe uma grande distância entre sua base de sustentação e a peça. Seus parâmetros avaliados são os seguintes: ajuste H7-n6; distância (e) com saída por baixo do cavaco; bucha com borda para controle da descida; diâmetro (d) de acordo com a ferramenta rotativa; diâmetro (D) superior a ferramenta rotativa (GORDO; FERREIRA, [20--?]). 26 Figura 35 - Buchas-guias Longas H7-n6 Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). Um par de buchas-guias com borda e travamento entre si ou uma única bucha-guia que comporte dois furos com travamento lateral por pino são utilizadas quando existe a necessidade de dois furos próximos entre si (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Figura 36 - Buchas-guias Para Furos Próximos Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). Buchas-guias removíveis, ajuste H7-j6, cabeça recartilhada e travamento lateral por parafuso de fenda, são utilizadas quando existe a necessidade de trocá-las na usinagem (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Figura 37 - Buchas-guias removíveis H7-j6 Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 27 A bucha-guia roscada de fixação, com três usos, é utilizada com o intuito de permitir um eixo compartilhado, centrando e afixando a peça no objeto (GORDO; FERREIRA, [20--?]). Figura 38 - Bucha-guia Roscada de Fixação Fonte: Gordo e Ferreira ([20--?]). 3. Elementos de Transmissão Sistemas de transmissão transferem potência e movimento a um outro sistema. Entende-se por transmissão a condução de movimento ou potência (rotação e torque) de um ponto a outro, dentro de uma máquina, ou entre máquinas distintas. Elementos de máquina para transmissão: correia, correntes, engrenagens, rodas de atrito, roscas, cabos de aço. 3.1. Polias Polias são elementos mecânicos circulares, com ou sem canais periféricos, acoplados a eixos motores e movidos por máquinas e equipamentos. As polias, para funcionar, necessitam da presença de vínculos chamados correias. Quando em funcionamento, as polias e correias podem transferir e/ou transformar movimentos de um ponto para outro da máquina. Sempre haverá transferência de força. Para funcionar, as polias e correias devem estar em bom estado e não apresentar sinais de desgaste. O desalinhamento ou falhas na fabricação das polias e correias podem causar uma série de problemas, como acidentes, superaquecimento e outros transtornos graves para o funcionamento da sua máquina. Por isso é muito importante contar com produtos de qualidade, oferecido por fornecedores confiáveis. 28 Os materiais empregados na confecção de uma polia são: ferro fundido, ligas leves, aços e materiais sintéticos. Os tipos de polias são: polia de aro plano, polia de aro abaulado, polia escalonada de aro plano, polia escalonada de aro abaulado, polia com guia, polia em "V" simples, polia em "V" múltipla, polia para correia dentada, polia para correia redonda. Figura 39 - Polias As polias são classificadas em dois grupos: planas e trapezoidais. As polias trapezoidais são conhecidas pelo nome de polias em “V” e são as mais utilizadas em máquinas. A tabela a seguir mostra os parâmetros dos dimensionamentos normalizados para as polias em “V”. Tabela 3 - Elementos Normalizados Para Dimensionamento das Polias em V 29 3.2. Correias As correias são elementos de máquinas cuja função é manter o vínculo entre duas polias e transmitir força. As mais utilizadas são as planas e as trapezoidais. As correias trapezoidais também são conhecidas pelo nome de correias em “V”. Os materiais empregados na fabricação de correias são os seguintes: borracha; couro; materiais fibrosos e sintéticos à base de algodão, viscose, perlon, náilon e materiais combinados à base de couro e sintéticos. A grandemaioria das correias utilizadas em máquinas industriais são aquelas constituídas de borracha revestida de lona. Essas correias apresentam cordonéis vulcanizados em seu interior para suportarem as forças de tração. Existem cinco perfis principais padronizados de correias em “V” para máquinas industriais e três perfis, chamados fracionários, usados em eletrodomésticos. Cada um deles tem seus detalhes, que podem ser vistos nos catálogos dos fabricantes. As correias em “V” com perfis maiores são utilizadas para as transmissões AULA pesadas, e as com perfis menores para as transmissões leves. O uso de correias com perfis menores, em transmissões pesadas, é contraproducente, pois exige a presença de muitas correias para que a capacidade de transmissão exigida seja alcançada. O emprego da correia trapezoidal ou em V é preferível ao da correia plana porque: Praticamente não apresenta deslizamento; permite o uso de polias bem próximas; elimina os ruídos e os choques, típicos das correias emendadas (planas). 3.3. Engrenagens (dente reto/helicoidal) Entre todos os modelos de engrenagens, os mais comuns são as engrenagens de dentes retos. Essas peças possuem os dentes posicionados de forma paralela entre si – quando comparados em relação ao eixo. As engrenagens de dentes retos são frequentemente utilizadas para atuar em transmissões em que haja a necessidade de mudança na posição das engrenagens que estão em funcionamento. Isso acontece devido ao fato destas engrenagens possuírem um fácil engate. Nas máquinas industriais, as engrenagens de dentes retos também possuem uma ampla utilização. Além disso, são muito encontradas também na transmissão de caminhões e equipamentos como os tratores, bem como nos redutores. 30 Tendo como principal função realizar, entre dois eixos, a transmissão relativa ao movimento rotativo e ao torque, as engrenagens de dentes retos se tornam extremamente importante em diversos setores da indústria. Figura 40 - Engrenagem de Dentes Retos O funcionamento das engrenagens de dentes retos tem início no perfil da base. Nessa parte, a engrenagem motora entra em contato com o perfil relativo à cabeça da engrenagem que será movida. No ponto de tangência ocorre o cruzamento das engrenagens de dentes retos, fazendo com que a cabeça da engrenagem motora entre em contato com o perfil da base pertencente à engrenagem movida, gerando o movimento. Utilizar as engrenagens de dentes retos é vantajoso, entre outros motivos, por causa da atuação em sistemas mais simples, bem como a pressão constante nos dentes. Mas, é preciso ficar atento e adquirir as engrenagens de dentes retos com uma fabricante que as produza com a qualidade necessária. 31 Trabalhando em pares, as engrenagens têm seus dentes encaixados com os da outra no momento da operação. No caso da engrenagem helicoidal, esses dentes são posicionados de modo transversal, em formato de hélice. Figura 41 - Engrenagem Helicoidal A engrenagem helicoidal costuma ser utilizada para fazer a transmissão de maneira fixa em rotações altas. Isso ocorre, porque o trabalho deste modelo de engrenagem é silencioso, devido aos seus dentes que estão como componentes axiais de força – essa força, inclusive, precisa ser compensada por um rolamento ou um mancal. A engrenagem também é frequentemente utilizada para casos de transmissão entre eixos paralelos e eixos que formem ângulos entre si, geralmente de 60° ou 90°. Também existem as engrenagens: Engrenagem Bi Helicoidal, Engrenagem Cilíndrica com Dentes Helicoidais, Engrenagem Cilíndrica com Dentes Retos, Engrenagem com Dentes Retificados, Engrenagem Cônica, Engrenagem Cônica de Dentes Helicoidais, Engrenagem Cônica de Dentes Retos, Engrenagem de Corrente, Engrenagem de Corrente Dupla, Engrenagem Helicoidal Cônica, Engrenagem sem Fim, Engrenagens Cilíndricas, Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais, Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos, Engrenagens Cilíndricas Helicoidais, Engrenagens Cônicas, Engrenagens Cônicas Helicoidais, Engrenagens Cônicas Retas, Engrenagens de Bombas, Engrenagens Especiais, Engrenagens Planetárias, Engrenagem Cônica Helicoidal. 3.4. Rodas de Atrito Embora pareça um princípio ultrapassado de transmissão, as rodas de atrito têm sua aplicação, inclusive em máquinas agrícolas e florestais. A maior desvantagem que http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-bi-helicoidal.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-cilindrica-dentes-helicoidais.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-cilindrica-dentes-helicoidais.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-cilindrica-dentes-retos.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-dentes-retificados.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-dentes-retificados.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-conica.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-conica-dentes-helicoidais.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-conica-dentes-retos.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-corrente.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-corrente-dupla.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-corrente-dupla.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-helicoidal-conica.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-sem-fim.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagens-cilindricas.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagens-cilindricas.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagens-cilindricas-dentes-helicoidais.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagens-cilindricas-dentes-retos.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagens-cilindricas-dentes-retos.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagens-cilindricas-helicoidais.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagens-conicas.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagens-conicas-helicoidais.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagens-conicas-retas.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagens-bombas.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagens-bombas.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagens-especiais.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagens-planetarias.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-conica-helicoidal.php http://www.fresadorasantana.com.br/engrenagem-conica-helicoidal.php 32 têm em relação aos outros princípios é o espaço ocupado. Para que haja atrito tem que haver superfície e em transmissão de potências elevadas essa superfície pode se tornar inviável. As características e tipos são semelhantes às engrenagens, podendo ser para eixos paralelos ou não. A maior diferença entre ambas é que nas engrenagens é impossível haver deslizamento. Nas rodas de atrito ele existe e em alguns casos é até necessário, por isso a utilização desse princípio. As rodas de atrito são construídas com diferentes materiais, porém na banda de contato utilizam-se materiais antifricção como borrachas, couro e modernamente, algumas ligas metálicas. Na figura existe uma roda de atrito em uma adubadora, que em contato com o pneu, e com a máquina em movimento, passa a acionar o mecanismo que dosa a quantidade de adubo que será aplicada. Figura 42 – Roda de Atrito De forma mais resumida possível, atrito é a fricção entre duas superfícies. Isso ocasiona uma certa resistência ao movimento. De uma forma mais completa, o atrito é um estado de aspereza ou rugosidade entre dois sólidos em contato, que permite a troca de forças em uma direção tangencial à região de contato entre os sólidos. • O fato de existir atrito entre dois sólidos não implica, necessariamente, a existência de uma força de atrito entre eles. • O sentido da força de atrito é sempre contrário ao deslizamento ou à tendência de 33 deslizamento entre sólidos em contato. • De acordo com a 3 lei de Newton ( Ação e Reação ), os sólidos A e B trocam entre si forças de atrito, existeuma força de atrito que A aplica em B e B em A. Tais forças de atrito são opostas ( têm mesma intensidades ), mesma direção e sentidos opostos. • as forças de atrito trocadas entre A e B (F e f) nunca se equilibram porque estão aplicadas em corpos distintos. 3.5. Correntes As correntes de transmissão mecânica, que por vezes denominamos de correntes de rolos, ou correntes de transmissão de potência, são um meio de alto desempenho e eficácia para a construção de acionamento entre eixos. Composto por uma engrenagem motora e pelo menos uma movida ligadas por um lance de corrente, forma um sistema que assegura um rendimento de até 98% em condições normais de trabalho, permitindo uma relação de velocidade constante entre engrenagens. Sendo o tipo mais usado em todo mundo nas mais diversas aplicações industriais, as correntes de transmissão mecânica podem ser construídas nos tipos simples, dupla e tripla, podendo ainda ser fabricada até 14 carreiras, sendo neste último caso sempre sob encomenda. Os acionamentos com correntes de transmissão de mecânica contam sempre com duas engrenagens, sendo uma movida e a outra motriz, sendo que este sistema é considerado de alta eficiência e versatilidade, podendo assegurar um rendimento de 98% obtendo-se uma relação de velocidade constante, quando em condições corretas de trabalho. São a solução perfeita quando existe a necessidade de transmitir força em condições abrasivas ou poeirentas, locais de difícil acesso, grandes distâncias entre centros, e outras condições especiais, pois apresentam resultados extremamente satisfatórios. Exemplos de modelos diversos: Corrente de transmissão de mecânica Norma ANSI, ASA, ABNT, corrente de transmissão de mecânica Norma ISO, DIN, BS, corrente de transmissão de mecânica tipo OFF-SET, correntes de transmissão mecânica para acionamentos diversos, correntes de transmissão mecânica de aço niquelado, correntes de transmissão mecânica com pinos prolongados, correntes de transmissão 34 mecânica reforçada, correntes de transmissão mecânica não standand, correntes de transmissão mecânica com Dogs. Figura 43 - Correntes As correntes normalmente utilizadas para transmissões em máquinas agrícolas e florestais são de elos estampados e fundidos, próprias para baixas velocidades. Existem as de rolos, comumente utilizadas nas bicicletas e motocicletas, mais sofisticadas. Transmissões por correntes só pode ser utilizada entre árvores paralelas e com as rodas denteadas perfeitamente alinhadas. A velocidade não deve ultrapassar 20 m s1. Nas transmissões com correntes de rolos o rendimento varia de 97 a 98%. As perdas são principalmente dissipadas na forma de calor, exigindo desse tipo de transmissão cuidados especiais com a lubrificação. As transmissões com correntes de elos têm rendimento menor e normalmente não utilizam lubrificação. 3.6. Roda Dentada As rodas dentadas são análogas às polias. Já as correntes são análogas às correias. A diferença fundamental é que não permitem deslizamento na transmissão. As correntes podem ser de rolos, dentes, elos fundidos, estampados ou soldados. Correntes de rolos podem ter uma ou mais carreiras de rolos, dependendo da potência a transmitir. São bastante ajustadas e o exemplo mais comum está na transmissão das bicicletas. As correntes de dente são compactas, permitindo transmissões de potências elevadas. Nas 7, 6 correntes de elos fundidos os elos são fundidos um a um e encaixados. Já foram bastante utilizadas em máquinas agrícolas e florestais, porém foram gradualmente substituídas pelas correntes de elos estampados. Essas, por sua vez, são bastante comuns em máquinas, nas transmissões de baixa velocidade e potência, sem lubrificação e na presença de poeira. São de baixo custo e bastante praticas na montagem, emendas e desmontagem. As correntes de elos soldados são as mesmas correntes utilizadas para tração, comuns em talhas. Todas 35 as correntes e rodas dentadas são especificadas pelo seu passo, que é a distância entre um elo e outro. As rodas dentadas normalmente são de ferro fundido ou usinadas em aço. 3.7. Came Came é um elemento de máquina cuja superfície tem um formato especial. Normalmente, há um excêntrico, isto é, essa superfície possui uma excentricidade que produz movimento num segundo elemento denominado seguidor. As cames geralmente se classificam nos seguintes tipos: de disco, de disco de tambor, de tambor frontal, frontal e frontal de quadro. Came de disco: é uma came rotativa e excêntrica. Consta de um disco, devidamente perfilado, que gira com velocidade constante, fixado a um eixo. O eixo comanda o movimento alternativo axial periódico de uma haste denominada seguidor. A extremidade da haste da came de disco pode ser: de ponta, de ponta de rolo e de prato. Came de tambor: as cames de tambor têm, geralmente, formato de cilindro ou cone sobre o qual é feita uma ranhura ou canaleta. Durante a rotação do cilindro em movimento uniforme, ocorre deslocamento do seguidor sobre a ranhura. O seguidor é perpendicular à linha de centro do tambor e é fixado a uma haste guia. Came frontal: came frontal tem a forma de um cilindro seccionado, sendo que as geratrizes têm comprimentos variados. Durante a rotação do cilindro em movimento uniforme, ocorre o movimento alternativo axial periódico do seguidor, paralelo à geratriz do tambor. 36 Figura 44 - Came 3.8. Eixo Os eixos de transmissão são dispositivos redondos, com partes dentadas, que permitem a conversão da velocidade do motor em torque. Em sua forma mais tradicional, as engrenagens são dispositivos redondos, com partes dentadas, que permitem a conversão da velocidade do motor em torque. Muitas das engrenagens mais comuns possuem um furo no centro da peça, conhecido como orifício, através do qual o eixo de transmissão será equipado. Quando o eixo da engrenagem é girado, o equipamento como um todo também gira. Essencialmente, o eixo de transmissão nada mais é do que o eixo da engrenagem, que proporciona uma rotação que permite que uma engrenagem se envolva com outra e vire. O processo é muitas vezes conhecido como redução de engrenagem e que é essencial para a transferência de potência do motor para impulsionar mecanismo como um todo. A conversão da velocidade do motor em torque é o que fornece a força motriz de alimentação, por exemplo, as rodas de um automóvel são movimentadas desta maneira. Através das engrenagens e dos eixos em uma transmissão de automóvel, o motor é capaz de correr a uma velocidade constante, enquanto as rodas 37 dos automóveis podem ser executadas de maneira mais rápida ou mais lenta, ou ainda no sentido inverso, utilizando o mesmo motor de rotação, direção e velocidade. Figura 45 - Eixo O volante do motor de um automóvel comum é ligado a um eixo de transmissão. Uma observação a ser feito é que o “Eixo Cardan” é composto de dois eixos tubulares: um primário, centrado à fonte motriz, e outro secundário, centrado ao eixo de tração. 3.9. Eixo - árvore É um elemento rotativo ou estacionário, geralmente de seção circular, que tem montado sobre si elementos como engrenagens, polias, volantes, manivelas, rodas dentadas e outros elementos de transmissão. Podem ser submetidas a esforços de flexão, tração, compressão ou torção. Atuando isoladamente ou de forma combinada. É importante que se faça uma diferenciação conceitual entre eixo e árvore, uma vez que é comum nos depararmos com a utilização incorreta, especialmente do termo eixo. Essa diferenciação tem a ver com os conceitos da resistência dos materiais, uma das áreas básicas de conhecimento na engenharia. Eixo é um elemento fixo, não submetido a esforço de torção e que apenas suporta rodas, polias, etc. Como exemplo tem-se o elemento que suporta as rodas de uma carreta agrícola. Já a árvore é um elemento que giratransmitindo potência, portanto é submetido a esforço de torção. Existem árvores retilíneas, árvores de manivelas (típicas nos motores de combustão interna) e árvores flexíveis formadas por cabo de aço girando envolto em uma capa, também flexível como o caso do cabo do velocímetro de um carro ou do odômetro (contador de giro) do motor do trator. 38 Figura 46 - Eixo Árvore 3.10. Rosca Para Transmissão do Movimento As roscas de transmissão podem ter o perfil: Quadrado, Trapezoidal ou Misto. Rosca de transporte ou movimento possui passo longo e por isso transforma o movimento giratório num deslocamento longitudinal bem maior que as anteriormente citadas. É empregada normalmente em máquinas (tornos, prensas, morsa, etc.) ou quando as montagens e desmontagens são frequentes. O material do furo roscado deve ser diferente do aço para evitar a solda a frio (emgripamento). Também é desaconselhável sua montagem onde as vibrações e os choques são frequentes. Quando se deseja um grande deslocamento com filetes de pouca espessura, emprega-se a rosca múltipla, isto é, com dois filetes ou mais. Em alguns casos, quando o ângulo da hélice for maior que 45º o movimento longitudinal pode ser transformado em movimento giratório, como por exemplo o berbequim. 39 Figura 47 - Rosca Para Transmissão do Movimento 3.11. Chaveta Chavetas são elementos utilizados para transmissão de torque e para união entre eixo e cubo. A maioria das chavetas são chavetas planas ou quadradas. As chavetas planas têm seção retangular, com a menor dimensão localizada na direção radial e podem ou não ser afiladas (em cunha). As chavetas quadradas têm seção quadrada e, igualmente podem ou não ser afiladas. Quando uma chaveta está no lugar, o cubo faz pressão sobre a sua metade superior de um lado e árvore sobre sua metade inferior do outro lado, resultando um conjugado, que vai atuar tendendo a virar a chaveta na sua sede. Diversas são as formas de unirmos o cubo com o eixo. As soluções devem ser tal que a união seja rígida ou móvel e preferencialmente provisória. Além disso, o tipo de esforço recebido ou transmitido também será fator decisivo na escolha da solução. Estes podem ser classificadas em duas categorias: esforços predominantemente axiais; esforços predominantemente tangenciais. Em ambos os casos o esforço pode ser transmitido do eixo ao cubo ou vice-versa. Como exemplos típicos podemos citar para o primeiro caso a união entre haste e pistão e, para o segundo, a união eixo engrenagem. Chavetas de cunha (ABNT-PB-121) As ranhuras não devem ser muito profundas, no eixo, uma vez que a resistência diminui a medida que a ranhura se aprofunda, mas devem ser suficientemente profundas para oferecerem boa proporção. Existem tabelas em que encontram-se as dimensões da seção das chavetas retangulares e quadradas de acordo com o diâmetro do eixo. As chavetas tanto retangulares quanto quadradas podem ser afiladas para facilitar a montagem e retirada do lugar e também para permitir montar o cubo apertado (justo) contra árvore. O rasgo afilado e feito no cubo e não na árvore. A alta pressão provocada pelas chavetas afiladas resulta numa 40 grande força de atrito que ajuda na transmissão da potência e pode ser tão grande a ponto de induzir tensões perigosas(quebrar o cubo). Chaveta encaixada (DIN 141, 490 e 6883) É uma chaveta bastante comum e sua forma corresponde ao tipo mais simples de chaveta de cunha. Para facilitar seu emprego, o rasgo da árvore é sempre mais comprido que a chaveta. Chaveta plana (DIN 142 e 491) Sua forma é similar à da chaveta encaixada, porém, para sua montagem não se abre rasgo no eixo. É feito um rebaixo plano. Chaveta meia-cana (DIN 143 e 492) Sua base é côncava (com o mesmo raio do eixo). Sua inclinação é de 1:100, com ou sem cabeça. Não é necessário rasgo na árvore, pois transmite o movimento por efeito do atrito, de forma que, quando o esforço no elemento conduzido é muito grande, a chaveta desliza sobre a árvore. Chavetas embutidas: essas chavetas têm os extremos arredondados, conforme se observa na vista superior da figura que segue. O rasgo para seu alojamento no eixo possui o mesmo comprimento da chaveta. As chavetas embutidas nunca têm cabeça. Chavetas tangenciais (DIN 268 e 271) São formadas por um par de cunhas, colocado em cada rasgo. São sempre utilizadas duas chavetas, e os rasgos são posicionados a 120º. Transmitem fortes cargas e são utilizadas, sobretudo, quando o eixo está submetido a mudança de carga ou golpes. Chavetas transversais: são aplicadas em união de peças que transmitem movimentos rotativos e retilíneos alternativos. Quando as chavetas transversais são empregadas em uniões 59 permanentes, sua inclinação varia entre 1:25 e 1:50. Se a união se submete a montagem e desmontagem freqüentes, a inclinação pode ser de 1:6 a 1:15. Chaveta woodruff ou chaveta meia lua (DIN 496 e 6888): A chaveta meia lua, e usada para pequenos esforços e, na maioria das vezes, para montagem eixo-cubo cônica, pois se adapta facilmente a conicidade do fundo do rasgo do elemento externo. Chavetas de pinos: um pino, cilíndrico ou cônico usado como chaveta, é chamado de chaveta de pino. Pode ser instalada longitudinalmente ou transversalmente em relação ao eixo. No primeiro caso a potência transmitida é menor do que no segundo. Chavetas de pino são fáceis de instalar e, quando montadas na posição transversal, são algumas vezes usadas como pinos de cisalhamento. Com os pinos cônicos obtém-se uma montagem mais firme. Outro tipo de pino são os chamados pinos 41 elásticos, que consistem num pino cilíndrico vazado com um rasgo em um dos lados. Uma de suas extremidades é 60 chanfrada para facilitar sua entrada no orifício que possui diâmetro menor, provocando o fechamento do rasgo. O pino exerce uma pressão contra as paredes do orifício produzindo seu travamento. Chavetas paralelas ou lingüetas (DIN 269) Uma lingueta permite ao cubo mover-se ao longo da árvore, porém impede a rotação isolada do mesmo e é usada, por exemplo, para permitir o movimento de uma engrenagem para engate ou desengate e para ligar ou desligar uma embreagem de dentes. A lingueta pode ser fixa na árvore ou no cubo. E preferível usar duas linguetas deslocadas de 180º porque neste caso a força necessária para o deslocamento axial e bem menor. Essas chavetas têm as faces paralelas, portanto, não têm inclinação. A transmissão do movimento é feita pelo ajuste de suas faces laterais às laterais do rasgo da chaveta. Fica uma pequena folga entre o ponto mais alto da chaveta e o fundo do rasgo do elemento conduzido. 61 As chavetas paralelas não possuem cabeça. Quanto à forma de seus extremos, eles podem ser retos ou arredondados. Podem, ainda, ter parafusos para fixarem a chaveta ao eixo. 3.12. Acoplamento Acoplamento é um conjunto mecânico, constituído de elementos de máquina, empregado na transmissão de movimento de rotação entre duas árvores ou eixo- árvores. Emprega-se o acoplamento quando se deseja transmitir um momento de rotação (movimento de rotação e forças) de um eixo motor a outro elemento de máquina situado coaxialmente a ele. Observação: Os acoplamentos que operam por atrito são chamados de embreagem (fricção) ou freios. Os acoplamentos classificam-se em permanentes e comutáveis. Os permanentes atuam continuamente e dividem-se em rígidos e flexíveis. Os comutáveis atuam obedecendo a um comando. Acoplamentos permanentes flexíveis: são elementos empregados para tornar mais suave a transmissão do movimento em árvores que tenham movimentos bruscos e quando não se pode garantir um perfeito alinhamento entre as árvores. 42 Os acoplamentos hidráulicos: são componentes essenciais nas instalações de tubos e tubulações, e podem também ser usados em mangueiras hidráulicas para várias aplicações. Acoplamentosnormalmente não permitem que haja a desconexão de eixos durante a operação, no entanto, há limitação de certos acoplamentos, pois podem desconectar-se quando algum limite de torque for excedido. O objetivo principal dos acoplamentos é juntar duas peças de equipamentos rotativos, enquanto permite algum grau de desalinhamento ou fim de movimento, ou ainda, permite ambos os objetivos. Seguindo a cuidadosa seleção, instalação e manutenção dos acoplamentos hidráulicos, economias substanciais podem ser feitas em custos de manutenção reduzidos e menos tempo de inatividade. Figura 48 - Acoplamento Acoplamentos de engrenagens: são rígidos de maneira torcida e são fornecidos em dois modelos - completamente flexível e flexível/rígido. Um acoplamento completamente flexível é composto por dois cubos com uma engrenagem externa e duas buchas externas com uma engrenagem interna. É um acoplamento universal para todo tipo de aplicações e acomoda todos os desalinhamentos possíveis (angular, compensado e combinado), além de grandes momentos axiais. Máquinas, rolamentos, vedações e eixos, portanto, não estão sujeitos a forças adicionais, às vezes de magnitude considerável, que surgem do inevitável desalinhamento geralmente associado a acoplamentos de eixo rígido. Um acoplamento flexível/rígido é composto por uma metade de engrenagem flexível e uma metade rígida. Isto não acomoda o posicionamento paralelo de eixos, mas acomoda desalinhamento angular. Este tipo de acoplamento é usado primariamente para aplicativos de "eixo flutuante". 43 4. Elementos de Vedação A vedação é processo usado para impedir a passagem de fluidos líquidos, gases e sólidos particulares (pó) de meio para outro, seja de maneira estática ou dinâmica (PAULI; ULIANA, 1997). Segundo Pauli e Uliana (1997) a vedação e/ou os elementos de vedação estão presentes em quase todos os utensílios e equipamentos que utilizamos no dia a dia, são exemplos disso as garrafas térmicas, as de refrigerante, as panelas de pressão, o próprio motor do carro e por ai vai, porém a vedação não é aleatória, é necessária a presença dos elementos de vedação para que ela seja específica e funcione, por exemplo, consideremos uma garrafa de refrigerante lacrada. A tampinha em si não é capaz de mantê-la vedada. É necessário um elemento contraposto entre a tampinha e a garrafa para que haja o impedimento de vazamento tanto do próprio líquido refrigerante quanto do gás contido junto com ele na garrafa (PAULI; ULIANA, 1997). Segundo Pauli e Uliana (1997) é de extrema importância que o material do qual o vedador é fabricado seja compatível com o produto a ser vedado, pois caso não seja sua durabilidade e eficiência podem ser prejudicados por reação química entre o vedador e o produto a ser vedado. Caso isso aconteça pode vir a ocorrer o vazamento e contaminação do produto. Tratando isso numa escala industrial, os danos podem ser sérios, podendo parar máquinas, contaminar produtos que não poderão mais ser comercializados, além de prejuízo como esses ainda há o risco de graves acidentes. (PAULI; ULIANA, 1997). Muitos são os elementos de vedação e são diversas as maneiras e usos para os mesmos, alguns exemplos desses componentes são as: juntas de borracha, papelão, velumóide, anéis de borracha ou metálicos, juntas metálicas, retentores, gaxetas, gaxetas, selos mecânicos, etc (PAULI; ULIANA, 1997). 4.1. Juntas 4.1.1. Juntas de Borracha Juntas de borracha são elementos empregados em partes estáticas de equipamentos e máquinas, muito usadas em flanges (PAULI; ULIANA, 1997). 44 4.1.2. Anéis de Borracha (ring) Os anéis de borracha são vedadores usados em partes estáticas oi dinâmicas de máquinas e equipamentos. Eles podem sem comprados nas dimensões e perfis padronizados, ou ser confeccionados de acordo com a necessidade usando adesivo apropriado na colocação, as pontas de um perfil de borracha com sessão quadrada redonda ou retangular. Os anéis de formato padrão possuem a vantagem de não precisar da linha de colagem para ser fixados, isso é vantajoso pois a linha de colagem pode ocasionar vazamentos. Anéis de borracha da linha ring são frequentemente usados em vedações estáticas e dinâmicas de cilindros hidráulicos e pneumáticos que operam em baixa velocidade (PAULI; ULIANA, 1997).. 4.1.3. Juntas de Papelão As juntas de papelão são utilizadas em máquinas e equipamentos especificamente nas partes estáticas, um exemplo de uso deste tipo de vedação é, nas tampas de caixas de engrenagens. Assim como os anéis O Ring esse tipo de junta pode ser comprada pronta em formato padrão ou ser confeccionada de acordo com a forma da peça na qual será utilizada (PAULI; ULIANA, 1997). 4.1.4. Juntas Metálicas As juntas metálicas são destinadas o uso na vedação de máquinas e equipamentos que trabalham em altas temperaturas e pressões. A fabricação delas geralmente é feita em aço de baixo teor de carbono, em alumínio, cobre, o chumbo. Normalmente são aplicadas em flanges de grande aperto ou de aperto limitado (PAULI; ULIANA, 1997). 4.1.5. Juntas de Teflon As juntas de teflon são um material muito simples, porém de grande valia na vedação de produtos como óleo, ar e água. Elas suportam temperaturas de até 260ºC (PAULI; ULIANA, 1997). 45 4.1.6. Juntas de Amianto As juntas de amianto são um tipo de junta muito utilizado na vedação de equipamentos como fornos e muitos motores a explosão e muitos outros tipos. O amianto suporta elevadas temperaturas e ataques químicos de muitos produtos corrosivos (PAULI; ULIANA, 1997). 4.1.7 Juntas de Cortiça Esse tipo de vedação se destina a vedações em baixa pressão de produtos como água, ar e óleo. Essas juntas são muito utilizadas em tampas de cárter, caixas de engrenagens e etc (PAULI; ULIANA, 1997). 4.2. Retentores Esse é o vedador de lábio também conhecido como retentor, ele é essencialmente composto por uma membrana elastomérica com forma de lábio e uma parte estrutural metálica semelhante a uma mola que permite que sua fixação seja feita na posição correta de trabalho. Primordialmente tem como função reter produtos que tenham que permanecer no interior de máquinas e equipamentos como por exemplo óleos, graxas e muitos outros. O retentor sempre é aplicado em peças que executam movimentos relativos ente si, e suporta variações de temperatura. A figura abaixo mostra um retentor entre um mancal e um eixo (PAULI; ULIANA, 1997): Figura 49 - Retentor Fonte: Pauli e Uliana (1997). 46 4.2.1. Elementos de Um Retentor Básico Os elementos de um retentor básico estão demonstrados a seguir (PAULI; ULIANA, 1997): Figura 50 - Elementos de Um Retentor Básico Fonte: Pauli e Uliana (1997). Onde: 1 - Membrana elastomérica ou lábio; 1a - ângulo de ar; 1b - ângulo de vedação; 1c - ângulo de óleo; 1d - região de cobertura da mola; 1e - alojamento da mola; 1f - região interna do lábio; 1g - região do engaste do lábio; 2 - mola de tração; 3 - região interna do vedador, eventualmente recoberta por material elastomérico; 4 - anel de reforço metálico ou carcaça; 5 - cobertura externa elastomérica; 5ª - borda; 5b - chanfro da borda; 5c - superfície cilíndrica externa ou dímetro externo; 5d - chanfro das costas; 5e - costas. 4.2.2. Tipos de Perfis de Retentores Como foi visto, a vedação por retentores se dá através da interferência do lábio sobre o eixo. Esta condição de trabalho provoca atrito e a consequente geração de calor na área de contato, o que tende a causar a degeneração do material do retentor, levando o lábio de vedação ao desgaste. Em muitas ocasiões provoca o desgaste no eixo na região de contato com o retentor. As figuras seguintes mostram os tipos de perfis mais usuais de retentores (PAULI; ULIANA, 1997): 47 Figura 51 - Tipos de Perfis de Retentores Fonte: Pauli e Uliana (1997).A diminuição do atrito é conseguida com a escolha correta do material elastomérico (PAULI; ULIANA, 1997). A tabela a seguir mostra quatro tipos de elastômeros e suas recomendações genéricas de uso diante de diferentes fluidos e graxas, bem como os limites de temperatura que eles podem suportar em trabalho. Tabela 4 - Tipos de Elastômeros LIMITES DE TEMPERATURA MÁXIMA DE TRABALHO (ºC) APLICAÇÕES GERAIS 48 NBR Nitrilica - 35 110 110 110 120 90 100 100 Material normalmente utilizado para máquinas e equipamentos industriais. Muito utilizado na indústria automotiva para aplicações gerais. ACM Poliacríli ca - 15 130 120 120 130 - - - Material largamente utilizado para motores e transmissões na indústria automobilística. MVQ Silicone - 50 150 - - 130 - - - Material usualmente empregado em motores de elevado desempenho e em conversores de torque de transmissões automá-ticas. FPM Fluorel as- tômero - 30 150 150 150 150 - 125 125 Material empregado em motores e transmissões altamente solicita- das. Fonte: Pauli e Uliana (1997). 4.2.3. Recomendação Para a Aplicação dos Retentores Para que um retentor trabalhe de modo eficiente e tenha uma boa durabilidade, a superfície do eixo e o lábio do retentor deverão atender aos seguintes parâmetros: o acabamento da superfície do eixo deve ser obtido por retificação, seguindo os padrões de qualidade exigidos pelo projeto; a superfície de trabalho do lábio do retentor deverá ser isenta de sinais de batidas, sulcos, trincas, falhas de material, deformação e oxidação; a dureza do eixo, no local de trabalho do lábio do retentor, deverá estar acima de 28 HRC (PAULI; ULIANA, 1997). 49 4.2.4. Condições de Armazenagem dos Retentores Durante o período de armazenamento, os retentores deverão ser mantidos nas próprias embalagens. A temperatura ambiente deverá permanecer entre 10ºC e 40ºC. Manipulações desnecessárias deverão ser evitadas para preservar os retentores de danos e deformações acidentais. Cuidados especiais precisam ser observados quanto aos lábios dos retentores, especialmente quando eles tiverem que ser retirados das embalagens (PAULI; ULIANA, 1997). 4.2.5. Pré-lubrificação dos Retentores Recomenda-se pré-lubrificar os retentores na hora da montagem. A pré-lubrificação favorece uma instalação perfeita do retentor no alojamento e mantém uma lubrificação inicial no lábio durante os primeiros giros do eixo. O fluido a ser utilizado na pré- lubrificação deverá ser o mesmo fluido a ser utilizado no sistema, e é preciso que esteja isento de contaminações (PAULI; ULIANA, 1997). 4.2.6. Cuidados na Montagem do Retentor no Alojamento Existem cuidados muito sérios a serem observados ao se montar qualquer tipo de retentor, são esses: a montagem do retentor no alojamento deverá ser efetuada com o auxílio de prensa mecânica, hidráulica e um dispositivo que garanta o perfeito esquadrejamento do retentor dentro do alojamento; A superfície de apoio do dispositivo e o retentor deverão ter diâmetros próximos para que o retentor não venha a sofrer danos durante a prensagem; o dispositivo não poderá, de forma alguma, danificar o lábio de vedação do retentor (PAULI; ULIANA, 1997). 4.2.7. Montagem do Retentor no Eixo Os cantos do eixo devem ter chanfros entre 15º e 25º para facilitar a entrada do retentor. Não sendo possível chanfrar ou arredondar os cantos, ou o retentor ter de passar obrigatoriamente por regiões com roscas, ranhuras, entalhes ou outras irregularidades, recomenda-se o uso de uma luva de proteção para o lábio. O diâmetro 50 da luva deverá ser compatível, de forma tal que o lábio não venha a sofrer deformações (PAULI; ULIANA, 1997). 4.2.8. Cuidados na Substituição do Retentor Sempre que há a necessidade de se substituir um retentor existem vários pontos de observação para dar atenção, tais como: sempre que houver desmontagem do conjunto que implique desmontagem do retentor ou do seu eixo de trabalho, recomenda-se substituir o retentor por um novo; quando um retentor for trocado, mantendo-se o eixo, o lábio do novo retentor não deverá trabalhar no sulco deixado pelo retentor velho; riscos, sulcos, rebarbas, oxidação e elementos estranhos devem ser evitados para não danificar o retentor ou acarretar vazamento; muitas vezes, por imperfeições no alojamento, usam-se adesivos (colas) para garantir a estanqueidade entre o alojamento e o retentor. Nessa situação, deve-se cuidar para que o adesivo não atinja o lábio do retentor, pois isso comprometeria seu desempenho (PAULI; ULIANA, 1997). 4.2.9. Análise de Falhas e Prováveis Causas de Vazamentos Tabela 5 - Análise de Falhas e Prováveis Causas de Vazamentos FALHAS PROVÁVEIS CAUSAS DE VAZAMENTO Lábio do retentor apresenta-se cortado ou com arrancamento de material. armazenagem descuidada; má preparação do eixo; falha na limpeza; falta de proteção do lábio na montagem. Lábio apresenta-se com desgaste excessivo e uniforme. superfície do eixo mal-acabada; falta de prés lubrificação antes da montagem; uso de lubrificante não recomendado; diâmetro do eixo acima do especificado; rugosidade elevada. Lábio com desgaste excessivo, concentrado em algus ma parte do perímetro. montagem desalinhada ou excêntrica (alojamento/eixo); deformação nas costas do retentor por uso de ferramenta inadequada na montagem; retentor inclinado no alojamento. 51 Eixo apresenta desgaste excessivo na pista de trabalho do lábio. presença de partículas abrasivas; dureza do eixo armazenagem e manipulação do eixo. Eixo apresenta-se com marcas de oxidação na área de trabalho do retentor. falta de boa proteção contra oxidação durante a armazenagem e manipulação do eixo. Lábio endurecido e com rachaduras na área de contato com o eixo. Superaquecimento por trabalhos em temperaturas acima dos limites normais; lubrificação inadequada (lubrificação não recomendada); nível abaixo do recomendado. Retentor apresenta-se com deformações no diâmetro, ou apresenta-se inclinado no alojamento. Diâmetro do alojamento com medidas abaixo do especificado; chanfro de entrada irregular com rebarbas ou defeitos; instalação com ferramenta inadequada. Fonte: Pauli e Uliana (1997). 4.3. Gaxetas Gaxetas são elementos mecânicos utilizados para vedar a passagem de um fluxo de fluido de um local para outro, de forma total ou parcial. Os materiais usados na fabricação de gaxetas são: algodão, juta, asbesto (amianto), náilon, teflon, borracha, alumínio, latão e cobre. A esses materiais são aglutinados outros, tais como: óleo, sebo, graxa, silicone, grafite, mica etc (PAULI; ULIANA, 1997). A função desses outros materiais que são aglutinados às gaxetas é torná-las autolubrificadas. Em algumas situações, o fluxo de fluido não deve ser totalmente vedado, pois é necessária uma passagem mínima de fluido com a finalidade de auxiliar a lubrificação entre o eixo rotativo e a própria gaxeta. A este tipo de trabalho dá-se o nome de restringimento. O restringimento é aplicado, por exemplo, quando se trabalha com bomba centrífuga de alta velocidade. Nesse tipo de bomba, o calor gerado pelo atrito entre a gaxeta e o eixo rotativo é muito elevado e, sendo elevado, exige uma saída controlada de fluido para minimizar o provável desgaste. 52 A caixa de gaxeta mais simples apresenta um cilindro oco onde ficam alojados vários anéis de gaxeta, pressionados por uma peça chamada sobreposta. A função dessa peça é manter a gaxeta alojada entre a caixa e o eixo, sob pressão conveniente para o trabalho. As gaxetas são fabricadas em forma de cordas para serem recortadas ou em anéis já prontos para a montagem (PAULI; ULIANA, 1997). As figuras seguintes mostram gaxetas em forma de corda, anéis e algumas de suas aplicações:Figura 52 - Gaxetas Corda em espiral. O corte dos anéis segue as linhas traçadas. Montagem axial dos anéis Anel de corte único. Montagem radial dos anéis. Anéis com charneira. Montagem radial. 53 Anéis bipartidos. Montagem radial. Fonte: Pauli e Uliana (1997). 4.3.1. Seleção da Gaxeta A escolha da gaxeta adequada para cada tipo de trabalho deve ser feita com base em dados fornecidos pelos catálogos dos fabricantes. No entanto, os seguintes dados deverão ser levados em consideração: material utilizado na confecção da gaxeta; dimensões da caixa de gaxeta; fluido líquido ou gasoso bombeado pela máquina; temperatura e pressão dentro da caixa de gaxeta; tipo de movimento da bomba (rotativo/alternativo); material utilizado na construção do eixo ou da haste; ciclos de trabalho da máquina; condições especiais da bomba: alta ou baixa temperatura; local de trabalho (submerso ou não); meio (ácido, básico, salino) a que se encontra exposta (PAULI; ULIANA, 1997). 4.3.2. Substituição da Gaxeta A gaxeta deve ser removida com um par de saca-gaxeta com tamanho adequado. O interior da caixa de gaxeta deve ser bem limpo. O grau de limpeza poderá ser verificado com o auxílio de um espelho ou lâmpada, caso seja necessário (PAULI; ULIANA, 1997). Figura 53 - Saca Gaxeta Fonte: Pauli e Uliana (1997). 54 Caso não exista uma gaxeta padronizada, deve-se substituí-la por uma em forma de corda, tomando cuidado em seu corte e montagem. O corte deverá ser a 45° para que haja uma vedação. A gaxeta deverá ser montada escalonadamente para que não ocorra uma coincidência dos cortes ou emendas, evitando assim possíveis vazamentos conforme mostra a figura seguinte (PAULI; ULIANA, 1997): Figura 54 - Montagem Escalonada da Gaxeta Fonte: Pauli e Uliana (1997). 4.3.3. Falhas ou Defeitos nas Gaxetas Tabela 6 - Falhas ou Defeitos nas Gaxetas DEFEITOS POSSÍVEIS CAUSAS Excessivas reduções na seção da gaxeta situada embaixo do eixo. Mancais baixos com o eixo atuando sobre a gaxeta; vazamento junto à parte superior do eixo. Redução excessiva da espessura da gaxeta em um ou em ambos os lados do eixo. Mancais gastos ou haste fora de alinhamento. Um ou mais anéis faltando no grupo. Fundo de caixa de gaxeta muito gasto, o que causa extrusão da própria gaxeta. Desgaste na superfície externa da gaxeta. Anéis girando com o eixo ou soltos dentro da caixa. Conicidade na face de um ou mais anéis. Anéis adjacentes cortados em comprimento insuficiente, fazendo com que a gaxeta seja forçada dentro do espaço livre. Grande deformação nos anéis posicionados junto à sobreposta, enquanto os anéis do fundo se encontram em boas condições. Instalação inadequada da gaxeta e excessiva pressão da sobreposta. 55 Gaxetas apresentam tendência para escoamento ou extrusão entre o eixo e a sobreposta. Pressão excessiva ou espaço muito grande entre o eixo e sobreposta. Face de desgaste do anel seca e chamuscada, enquanto o restante da gaxeta se encontra em boas condições. Temperatura de trabalho elevada e falta de lubrificação. Fonte: Pauli e Uliana (1997). 4.4. Selo Mecânico O selo mecânico é um vedador de pressão que utiliza princípios hidráulicos para reter fluidos. A vedação exercida pelo selo mecânico se processa em dois momentos: a vedação principal e a secundária (PAULI; ULIANA, 1997). 4.4.1. Vedação Principal A vedação principal é feita num plano perpendicular ao eixo por meio do contato deslizante entre as faces altamente polidas de duas peças, geralmente chamadas de sede e anel de selagem. A sede é estacionária e fica conectada numa parte sobreposta (PAULI; ULIANA, 1997). O anel de selagem é fixado ao eixo e gira com ele para que as faces do anel de selagem e da sede permaneçam sempre em contato e pressionadas, utilizam-se molas helicoidais conectadas ao anel de selagem. As figuras a seguir mostram alguns tipos de sedes e de anéis de selagem, bem como um selo mecânico em corte: 56 Figura 55 - Anéis de Selagem, Tipos de Sedes e Selo Mecânico Fonte: Pauli e Uliana (1997). 4.4.2. Vedação Secundária A vedação secundária, aplicada à sede e ao anel de selagem, pode ser feita por meio de vários anéis com perfis diferentes, tais como: junta, anel o'ring, anel "V", cunha, fole etc (PAULI; ULIANA, 1997). Figura 56 - Cunhas, Foles e Anel "O" Fonte: Pauli e Uliana (1997). 4.4.3. Uso do Selo Mecânico Os selos mecânicos são utilizados com vantagens em relação às gaxetas, pois não permitem vazamentos e podem trabalhar sob grandes velocidades e em temperaturas e pressões elevadas, sem apresentarem desgastes consideráveis. Eles permitem a vedação de produtos tóxicos e inflamáveis. A figura a seguir mostra um exemplo de selo mecânico em corte (PAULI; ULIANA, 1997): 57 Figura 57 - Selo Mecânico Fonte: Pauli e Uliana (1997). 4.4. Vantagens do Selo Mecânico Existem algumas vantagens que o selo mecânico oferece, entre elas estão: reduz atrito entre o eixo da bomba e o elemento de vedação reduzindo, consequentemente, a perda de potência; elimina o desgaste prematuro do eixo e da bucha; a vazão ou fuga do produto em operação é mínima ou imperceptível; permite operar fluidos tóxicos, corrosivos ou inflamáveis com segurança; tem capacidade de absorver o jogo e a deflexão normais do eixo rotativo (PAULI; ULIANA, 1997). O selo mecânico é usado em equipamentos de grande importância como bombas de transporte em refinarias de petróleo; bombas de lama bruta nos tratamentos de água e esgoto; bombas de submersão em construções; bombas de fábricas de bebidas; em usinas termoelétricas e nucleares. 5. Elementos Elásticos Os elementos elásticos, chamados de molas, são todos aqueles que, pelo formato ou instalação, proporciona movimentação dentro do campo de deformação elástica, ou seja, que se movimenta sem deformar-se permanentemente. As formas geométricas dos elementos elásticos podem ser classificadas de helicoidais e planas. Elementos elásticos são fabricados de barra de aço, enrolado em forma de hélice cilíndrica ou cônica. 58 As peças podem ter perfis variados. Em geral, a mola helicoidal é enrolada à direita, podendo ser também à esquerda. As resistências a esforços são classificadas de tração, compressão e torção. Figura 58 – Elementos Elásticos Fonte: Morais ([20--?]). 5.1. Helicoidais Cilíndricas de Compressão A peça a seguir é muito utilizada para absorver impactos: Figura 59 – Helicoidal Cilíndrica de Compressão Fonte: Morais ([20--?]). Onde: H – comprimento; De – diâmetro externo; Di – diâmetro interno; d – diâmetro da seção; p – passo. 5.2. Helicoidais Cilíndricas de Tração 59 As características são idênticas ao modelo de compressão, mudando no comprimento: um útil (da mola) e um total (incluindo ganchos de fixação). Utilizado, se necessário, para resistência à esforços de tração. Figura 60 - Helicoidal Cilíndrica de Tração Fonte: Morais ([20--?]). 5.3. Helicoidais de Torção Esta mola possui as seguintes características a mais: braço de alavanca e ângulo entre pontas. Figura 61 - Helicoidal de Torção Fonte: Morais ([20--?]). 60 5.4. Helicoidais Cônicas de Compressão Molas cônicas com diversas seções, que resistem a esforços de compressão e possuem aplicações para vários projetos específicos. Figura 62 - Helicoidais Cônicas de Compressão Fonte: Morais ([20--?]). 5.5. Molas Planas: Simples São fabricadas de material plano ou em fita, e projetadas para receberem esforços em um só sentido, atendendo somente um tipo de carga, fixada numa extremidade e livre na outra. No momento de maior energia de movimento e força , a mola é flexionada em direção oposta. Figura 63 - Mola Plana: Simples Fonte: Morais ([20--?]). 5.6. Molas Planas: Prato61 As molas prato funcionam associadas entre si, empilhadas, formando colunas. O arranjo das molas nas colunas depende da necessidade que se tem em vista. Figura 64 - Mola Planas: Prato Fonte: Morais ([20--?]). 5.7. Molas Planas: Feixe de Molas O feixe de molas é feito de diversas peças planas de comprimento variável, moldadas de maneira que fiquem retas sob a ação de uma força. É empregado em pequenos espaços (altura), especialmente em veículos pesados (caminhões). Figura 65 - Mola Plana: Feixe de Molas Fonte: Morais ([20--?]). 5.8. Molas Planas: Espirais Esse tipo de mola espiral tem a forma de espiral ou caracol, são feitas de barra ou de lâmina com seção retangular. A mola espiral é enrolada de tal forma que todas as espiras ficam concêntricas e coplanares. Utilizada em relógios e brinquedos. 62 Figura 66 - Mola Espiral Fonte: Morais ([20--?]). 6. Elementos de Elevação e Transporte 6.1. Elementos de Transporte Movimentação de materiais é a arte e a ciência do fluxo de materiais, envolvendo a embalagem, movimentação e estocagem. Pode-se afirmar que é uma tarefa que demanda grande esforço, devido ao transporte dos mesmos. Os objetivos do desenvolvimento e aprimoramento das máquinas de transporte são promover a redução de custos, um aumento da capacidade produtiva e a melhoria das condições de trabalho. Para reduzir os custos serão realizadas minimizações da mão-de-obra através da implantação de equipamentos mecânicos, substituindo o trabalho braçal, exigindo um menor esforço físico do operário e reduzindo o tempo gasto de deslocamento, assim como os custos referentes aos materiais, visando uma melhor estrutura de condicionamento e uma movimentação eficiente, para reduzir os índices de perdas. Já para o aumento da produção serão racionalizados os processos de movimentação e estoque, permitindo maior rapidez na chegada dos materiais até as linhas de produção, melhor condicionamento do produto e um aproveitamento máximo de utilização da área destinada ao estoque, a partir do deslocamento da área de produção e, também, da utilização de um sistema de armazenamento mais eficaz. A escolha dos equipamentos específicos para cada tipo de material a ser transportado é algo muito importante, pois pode contribuir para uma execução mais qualificada desta tarefa. Com o surgimento de novas tecnologias e a exigência do mercado com 63 a realização de um serviço “just in time”, através da automação dos processos, percebe-se a introdução de equipamentos mais modernos e sofisticados no mercado. O custo, a qualidade do produto, a exigência de mão-de-obra especializada e espaço fabril disponível são elementos que devem ser analisados antes da escolha do produto. Usar máquinas para a movimentação de materiais, permite maior segurança no ambiente de trabalho, reduzindo o risco de acidentes de trabalho com funcionários. Outro benefício evidente é a redução da fadiga, já que haverá um menor esforço por parte dos operários, possibilitado pelo emprego da máquina na realização do serviço pesado e de risco. Ao mesmo tempo, há um maior conforto para aqueles que continuam trabalhando em serviços de transporte e armazenagem, já que a máquina substitui o homem na prática de serviços que exigem grande esforço físico. Hoje, no mercado, são encontradas muitas máquinas de transportes de materiais, podendo ser diferenciadas a partir do tamanho, volume e forma de aplicação. Existem também diversas classificações para essas máquinas na literatura, porém, podemos dividi-las em quatro sistemas básicos, conforme a função que será exercida por elas: sistemas de transportadores contínuos, sistemas de transportadores descontínuos, veículos industriais e equipamentos de elevação e transferência. 6.1.1. Sistemas de Transportadores Contínuos São mecanismos destinados ao transporte de granéis e volumes em percursos horizontais, verticais ou inclinados, fazendo curvas ou não e com posição de operação fixa. São formados por um leito, onde o material desliza em um sistema de correias ou correntes sem fim acionadas por tambores ou polias. São utilizados onde haja grande fluxo de material a ser transportado em percursos fixos. Podem-se citar como exemplos os seguintes sistemas: • Esteiras transportadoras: São equipamentos de ampla aplicação, podem ser de correia, fita ou de tela metálica utilizadas geralmente para grandes quantidades de material. As fitas metálicas podem ser feitas de aço carbono, aço inoxidável e aço revestido por borracha. Nas esteiras o ângulo máximo de inclinação é função das características do material (entre 20 e 35°). As esteiras transportadoras apresentam a desvantagem de possuir uma pequena flexibilidade na trajetória. 64 Figura 67 - Esteira Transportadora Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao • Transportadores de roscas:é um equipamento de transporte de correia, produzido em materiais especiais que suportam corrosão e abrasão. A rosca conta com um helicóide que pode receber tratamentos em sua superfície ou deposição de materiais duros que aumentam sua resistência. Utilizados em silos, moinhos, indústria farmacêutica, etc. O transporte é feito através da rotação do eixo longitudinal do equipamento. Figura 68 - Transportador de Rosca Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao • Transportadores magnéticos: Utilizados para a movimentação de peças e recipientes de ferro e aço. Consiste em duas faixas de ferro magnetizadas por ímãs permanentes colocados na parte posterior de um transportador de fita, com um polo em cada faixa, assim, o material ferroso é conduzido e atraído simultaneamente, podendo seguir em trajetórias verticais e horizontais, ser virado, freando, etc. É vantajoso por ser silencioso, requerer pouco espaço e manutenção, além de trabalhar até embaixo d’água. Porém, só transporta materiais ferrosos. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao http://consolid.com.br/produto/transportadores-de-correia/ http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 65 • Transportadores pneumáticos: Utilizados para transporte de materiais granulados em silos, moinhos e portos. Constituem-se em um conjunto de tubulações e de um sistema motor que produz a corrente de ar. É vantajoso por funcionar em qualquer tipo de trajeto, possibilitar uma vedação completa, requerer pouco espaço e apresentar baixos custos de manutenção. Porém, é somente utilizado para materiais de pequena granulometria e não abrasivos. • Transportadores de roletes livres: Não há mecanismo de acionamento (somente a força da gravidade ou manual). É um sistema de transporte econômico, não há manutenção, permite o transporte de todos os materiais não a granel. A superfície de fundo do material deve ser dura e plana e no mínimo 3 roletes devem estar agindo simultaneamente sobre a carga. Figura 69 - Transportador de Roletes Livres Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao • Transportadores de correntes: Evita problemas de contaminação permite o aproveitamento do espaço aéreo, gasto inicial e manutenção baixos. 6.1.2. Sistemas de Transportadores Descontínuos São feitos para locais onde a área é elemento crítico. Tratam-se de máquinas que funcionam em ciclos defasados no tempo (carga, transporte e descarga) e que possuem mobilidade segundo dois ou três eixos num espaço restrito. A ponte rolante é o equipamento mais utilizado entre todos. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 66 • Pontes rolantes: Viga suspensa sobre um vão livre, que roda sobre dois trilhos. São empregadas em fábricas ou depósitos que permitem o aproveitamento total da área útil (armazenamento de ferro para construção, chapasde aço e bobinas. Recepção de carga de grandes proporções e peso). Vantagens: elevada durabilidade, movimentam cargas ultra pesadas, carregam e descarregam em qualquer ponto, posicionamento aéreo. Desvantagens: exigem estruturas, investimento elevado, área de movimentação definida. Figura 70 - Ponte Rolante Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao • StackerCrane: Consiste numa torre apoiada sobre um trilho inferior e guiada por um trilho superior. Pode ser instalada em corredores com menos de 1 metro de largura e algumas torres atingem até 30m de altura. Exige alto investimento, mas ocasiona uma grande economia de espaço. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 67 Figura 71 - StackerCrane Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao • Pórticos: São vigas elevadas e auto-sustentáveis sobre trilhos. Possuem sistema de elevação semelhante ao das pontes rolantes. Os pórticos são utilizados no armazenamento em locais descobertos. Vantagens: maior capacidade de carga que as pontes rolantes, não requer estrutura. Desvantagens: menos seguro, interfere com o tráfego no piso e é mais caro. Figura 72 - Pórtico Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao • Monovias: São dispositivos para elevação de cargas em indústrias ou depósitos, formados por uma única linha ou trilho, normalmente horizontal. São suspensos por pilares, onde sobre o trilho corre um carrinho equipado com uma talha operada por http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 68 um sistema elétrico, pneumático ou manual com roldanas e cabos, ou engrenagens que reduzem o esforço de elevação da carga, permitindo suspendê-la com a força do braço ou de um pequeno motor. Esse sistema de monovia difere da ponte rolante por cobrir uma só linha ao invés de permitir translação nos três eixos. Figura 73 - Monovia Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 6.1.3. Veículos Industriais São equipamentos, motorizados ou não, usados para movimentar cargas intermitentes, em percursos variáveis com superfícies e espaços apropriados, onde a função primária é transportar e/ou manobrar. São utilizados tanto junto ao processo de produção como no de armazenagem para não só transportar cargas, mas também colocá-las em posição conveniente. Sua principal característica é a flexibilidade de percurso e de carga e descarga. • Carrinhos: São os equipamentos mais simples. Consistem em plataformas com rodas e um timão direcional. Possuem vantagens como baixo custo, versatilidade, manutenção quase inexistente. Desvantagens: capacidade de carga limitada, baixa velocidade e produção, exigem mão-de-obra. • Paleteiras: Carrinhos com braços metálicos em forma de garfo e um pistão hidráulico para a elevação da carga (pequena elevação). As paleteiras podem ser motorizadas ou não. • Empilhadeiras: Podem ser elétricas ou de combustão interna (verificar ventilação). São usadas quando o peso e a distância são maiores (se comparadas com o carrinho). As mais comuns são as frontais de contrapeso. Vantagens: livre escolha do caminho, exige pouca largura dos corredores, segurança ao operário e à carga, diminui a mão- http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 69 de-obra. Desvantagens: retornam quase sempre vazias, exige operador especializado, exige paletização de cargas pequenas. Figura 74 - Empilhadeira Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao • AGV (Automated Guided Vehicles): São utilizados desde 1950 podendo carregar até 100 toneladas. Os AGVs modernos são controlados por computador, possuindo microprocessadores e gerenciadores de sistema que podem até emitir ordens de transporte e recolher ou descarregar cargas automaticamente. Existem diversos modelos, com os mais variados tipos de sensores e até por rádio frequência. As desvantagens desse sistema são o custo e manutenção elevados. Figura 75 - AGV Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 6.1.4. Equipamentos de Elevação e Transferência São equipamentos destinados a mover cargas variadas para qualquer ponto dentro de uma área fixa, onde a função principal é transferir. São aplicados onde se deseja http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 70 transferir materiais pesados, volumosos e desajeitados em curtas distâncias dentro de uma fábrica. • Guindastes: Usados em pátios, construção pesada, portos e oficinas de manutenção. O veículo pode ser motorizado ou não. Opera cargas não paletizadas, versátil, alcança locais de difícil acesso mas apresenta a desvantagem de exigir espaço e ser lento. • Talhas: Partes integradas de máquinas transportadoras, operadas por um sistema elétrico, pneumático ou manual com roldanas, cabos e engrenagens. São utilizadas em pontes rolantes, stackercranes e monovias para realizar o movimento de elevação da carga. • Plataformas de carga e descarga: Utilizadas no recebimento e na expedição de mercadorias, facilitando o trabalho. Geralmente são fixas. • Mesas e plataformas hidráulicas: Usadas basicamente na elevação da carga geralmente em conjugação com outro equipamento ou pessoa. Pontes rolantes, stackercranes, pórticos e monovias, classificados nos sistemas de transportadores descontínuos, também se encaixam nessa classe de equipamentos de elevação e transferência. A movimentação interna de produtos e materiais significa transportar pequenas quantidades de bens por distâncias relativamente pequenas, quando comparadas com as distâncias na movimentação de longo curso executadas pelas companhias transportadoras. É atividade executada em depósitos, fábricas e lojas, assim como no transbordo entre tipos de transporte. Seu interesse concentra-se na movimentação rápida e de baixo custo das mercadorias (o transporte não agrega valor e é um item importante na redução de custos). Métodos e equipamentos de movimentação interna ineficientes podem acarretar altos custos para a empresa devido ao fato de que a atividade de manuseio deve ser repetida muitas vezes e envolve a segurança e integridade dos produtos. 6.2. Elementos de Elevação As máquinas de elevação são utilizadas em diversos seguimentos da indústria e são representadas por um grande número de equipamentos. Sua classificação é de difícil realização devido a quantidade de formas construtivas nas quais podem ser 71 encontradas. A seguir é apresentada uma classificação dos principais meios de elevação. • Talhas - Polias - Talhas helicoidais - Talhas de engrenagem frontal - Talhas elétricas • Macacos - Macaco de parafuso - Macaco hidráulico • Guinchos - Guinchos de cremalheira - Guinchos manuais - Guincho móvel manual - Guinchos acionados por motor elétrico • Guindastes - Guindastes de ponte (pontes rolantes) - Guindastes móveis de paredes - Guindastes de cavaletes (pórticos e semi-pórticos) - Pontes de embarque - Guindaste de cabo • Elevadores - Elevadores pneumáticos - Elevadores elétricos - Elevadores de caneca Os principais elementos de elevação, também chamados de elementos de suspensão são: macacos, talhas, guinchos, guindastes e elevadores. O projeto e a fabricação das máquinas de elevação requerem a aplicação de normas específicas, que determinam as condições a serem obedecidas na concepção do equipamento. A especificação das características da máquina é muito importante para que a aplicação requerida seja atendida de forma consistente. A parte construtiva que diferencia este equipamento das demaismáquinas de transporte é o sistema de elevação de carga. A concepção do sistema de elevação 72 dos principais elementos de suspensão apresenta algumas características semelhantes. Os cabos de aço estão presentes na maioria dois equipamentos de elevação de carga. Outros elementos de sustentação, como por exemplo: correntes de elos redondos, correntes articuladas e rodas de cânhamo são utilizados em aplicações específicas, porém na construção dos equipamentos o cabo de aço é o principal elemento utilizado. As características que garantem ao cabo de aço esta grande utilização são: boa flexibilidade, grande capacidade de carga, durabilidade e padronização. A utilização dos cabos de aço nos equipamentos de elevação requer a utilização de dispositivos e acessórios que devem ser especificados no projeto dos equipamentos, os principais são: sapatas, manilhas, grampos, soquetes e terminais. As polias são os componentes que guiam e sustentam o cabo de aço. Na construção do sistema de elevação as polias devem ser móveis (passagem) ou compensadoras (equalizadoras). As polias móveis apresentam rotação que acompanha a velocidade de movimento do cabo enquanto as polias compensadoras apenas ajustam o movimento do cabo. A combinação de polias permite que a capacidade de um sistema de elevação seja multiplicada, reduzindo a velocidade de elevação. Este sistema é conhecido como moitão. Um fator importante a ser observado nessas construções é o rendimento da transmissão. Na construção do sistema de polias outros componentes também devem ser especificados. O eixo deve ser calculado para suportar a carga de trabalho e os rolamentos devem ser especificados para a vida útil requerida. Os principais tipos de rolamentos utilizados nestas construções são: cargas leves – rolamentos de esferas, cargas elevadas – rolamentos de rolos cilíndricos ou rolamentos de rolos cônicos. O tambor é o elemento do sistema de elevação que tem a função de acomodar o cabo de aço entre os cursos mínimo e máximo. Esta condição, juntamente com o diâmetro especificado para o cabo, determina as características dimensionais para o tambor. Na condição máxima de desenrolamento do cabo devem ser previstas pelo menos duas espiras ainda enroladas sobre o tambor, desta forma a fixação do cabo fica 73 isenta da força de tração. A extremidade do cabo é fixa no corpo do tambor através de grampos parafusados. A diversidade de tipos de cargas e materiais a serem movimentados pelos equipamentos de elevação exige para alguns casos o projeto de dispositivos especiais. O elemento mais comum é o gancho forjado. Estes componentes são normalizados e podem ser encontrados nos catálogos dos fabricantes especializados. Além dos ganchos podem ainda ser citados como dispositivos utilizados os laços, manilhas, olhais. O projeto dos dispositivos de manuseio de carga envolve considerações especiais para cada caso em estudo. 6.2.1. Macacos Macaco é uma ferramenta mecânica utilizada para pequenos deslocamentos de cargas ou quando é requerida a movimentação de uma grande quantidade de peso. Os macacos utilizados em operações de transporte de materiais podem ser divididos em: macacos de parafuso e macacos hidráulicos. 6.2.1.1. Macaco de Parafuso É um instrumento para a elevação de material pesado, pode ser encontrado em veículos, garagens e oficinas mecânicas, onde são utilizados para a elevação do automóvel para facilitar a manutenção. Permite que o esforço humano seja ampliado e transmitido à carga, através de um parafuse de rosca, promovendo a suspensão da peça. Devido ao seu efeito auto-blocante, este tipo de instrumento é mais seguro em relação aos macacos hidráulicos que necessitam que uma pressão contínua seja mantida para que a posição seja fixada. Em geral é utilizada uma lubrificação com graxa. 74 Figura 76 - Macaco de Parafuso Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 6.2.1.2. Macaco Hidráulico Este tipo de macaco utiliza um fluido incompressível que é forçado para dentro de um cilindro por um êmbolo. Em geral o fluido utilizado é um óleo por ser estável e auto lubrificantes. No retorno do êmbolo o óleo é removido do cilindro por uma válvula, quando o êmbolo é movido em direção ao cilindro ele carrega o óleo em direção a cavidade do cilindro. Figura 77 - Macaco Hidráulico Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 6.2.3. Guinchos http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 75 Os guinchos utilizados como meio de elevação de carga são conjuntos fixos ou móveis constituídos por um tambor para o enrolamento do cabo e um sistema de transmissão para o acionamento do tambor. O acionamento do sistema pode ser manual ou motorizado. Os guinchos manuais têm capacidade entre 50 Kgf e 6000 Kgf. O projeto do sistema de acionamento deve garantir que a força de acionamento não seja superior a 25 Kgf. Este equipamento normalmente é utilizado em obras de construção civil. Os guinchos motorizados podem ser acionados por motor elétrico, hidráulico ou pneumático. O tipo de acionamento depende das características de aplicação do equipamento. Para guinchos móveis sobre veículos normalmente é utilizado o acionamento hidráulico ou pneumático. Na maioria das aplicações industriais o acionamento elétrico. O projeto do guincho motorizado segue as mesmas condições do projeto de um sistema de elevação de uma ponte rolante. Os guinchos são equipamentos utilizados para a elevação de carga principalmente em locais de difícil acesso, durante os períodos de construção ou reforma de instalações. Para algumas aplicações os guinchos podem substituir o uso de máquinas com lança, em função do custo do aluguel da máquina. Guinchos de cremalheira: Construção padronizada de guinchos portáteis em aço com caixa levantável (DIN 7355 e 7356) para capacidades de carga de 1,5 – 3 – 5 – 10t. A força manual é transmitida de uma manivela através de uma transmissão intermediária simples (até 3t) ou dupla (até 10t) de rodas dentadas para uma cremalheira que guia a carcaça e se apóia na roda dentada da cremalheira. A carga é sustentada pelo ressalto na extremidade superior da carcaça ou então por uma garra de sustentação soldada na extremidade inferior da carcaça. Rodas de triquete e lingüeta de trava unidas com uma manivela de segurança impedem uma descida não proposital da carga. Guinchos manuais: Geralmente construídos como guinchos de armação ou guinchos de parede para forças de sustentação de 50 Kgf até 6000 Kgf. A carga é sustentada por um cabo de carga, também em cocha de cabo (por sua flexibilidade), enrolado em várias camadas sobre um tambor liso. Dependendo da capacidade de carga, engrenagem helicoidal com freio de compressão axial, mais frequentemente transmissão intermediária de rodas frontais de dois ou três passos, roda de tranqueta 76 para frenagem de parada e descida, placas em chapa de aço; suportes de flange em ferro fundido com graxa lubrificante. A relação de transmissão dos guinchos manuais é calculada como nas talhas de rodas frontais. O rendimento total para a rosca (mancais de deslizamento engraxados, dentes perfilados) é de 0,9, com transmissão intermediária de um passo, 0,86 de dois passos e 0,82 de três passos. Guincho móvel manual: As peças da unidade motora comuns de talhas manuais são dispostas num quadro em aço soldado e deslocável à mão, força de sustentação de 1 a 25 Tf. Mecanismo de elevação com roda cabrestante, engrenagem helicoidal de dois passos, freios por pressão de sobrecarga, pinhão de corrente (para corrente de aço) ou roda para corrente de Gall: guincho móvel de engrenagem helicoidal. Tração de corrente de cabrestante para os mecanismos de elevaçãode 30 a 40 Kgf com carga nominal. Acionamento do mecanismo de translação através da roda de cabrestante (força de tração = 20 Kgf) que com forças de sustentação de até 3 Tf fica montada diretamente sobre o eixo da roda motriz que deverá ser acionada, em outros casos gira acima de uma transmissão intermediária de rodas dentadas deste eixo. Guinchos acionados por motor elétrico: a) Guinchos para volumes – com gancho, fixos em guindastes giratórios (guindastes de cais e estaleiros, guindastes giratórios de torre para construções, guindastes flutuantes). Transmissão intermediária na caixa de mudanças fundida ou soldada com lubrificação a óleo. Os dentes enviesados e os rolamentos garantem funcionamento silencioso e bom rendimento. Caixa de mudanças para duas velocidades. Na maioria dos casos os freios são de parada de segurança. Montagem sobre pedestal fundido ou quadro de chapas de aço soldadas. b) Guinchos de garras – os cabos de fecho e de manobre de garras e de caçambas de virar de cabos múltiplos tem tambores diferentes. A disposição aos pares dos cabos (garras de três ou quatro cabos requerem que os tambores correspondentes sejam construídos com ranhuras a direita e a esquerda). A disposição do motor e a conformação da engrenagem permitem que o tambor de fecho possa ser acionado isoladamente. A conexão mecânica entre os dois tambores é feita, na maioria das vezes, através de uma engrenagem planetária. A roda planetária é sempre de construção simples para proporcionar uma engrenagem segura. 77 Figura 78 - Guincho com Acionamento por Motor Elétrico Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 6.2.4. Talhas São partes integradas de máquinas transportadoras, operadas por um sistema elétrico, pneumático ou manual, respónsáveis pela elevação de carga baseados no princípio de transmissão de forças através de polias. Como características principais podemos citar a presença de correntes, roldanas e engrenagens na maioria das talhas. O meio de apanhamento de carga é em geral um gancho e têm capacidades de carga em geral de até 10 Tf. São utilizadas em pontes rolantes, stackercranes e monovias, para realizar o movimento de suspensão da carga. 6.2.4.1. Talhas Manuais Podem ser alavancadas ou corrente direta. O içamento se dá por força manual, transmitida através das correntes e multiplicada pelo jogo de polias, permitindo elevação de cargas de até 3 Tf. No modelo de alavancas o travamento é feito pelo dispositivo de catraca da própria alavanca e no modelo de correntes simples é necessário um dispositivo adicional de travamento ou frenagem. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 78 Figura 79 - Talha Manual Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 6.2.4.2. Talhas Elétricas Podem ser com tambor de enrolamento ou com engrenagem dentada para correntes. Nesta configuração, pode-se obter capacidades de carga de até 10 Tf. O travamento das cargas deve ser feito por um servo-motor. As talhas elétricas têm como principal vantagem permitir a automatização da movimentação e acionamento à distância. Figura 80 - Talha Elétrica Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 6.2.4.3. Bases de Montagem http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 79 • Talhas fixas (montagem com vase apoiada, suspensas ou fixas lateralmente). As talhas fixas são fornecidas com uma base de montagem com quatro furos, ajustáveis a uma grande variedade de instalações. O cabo de aço poderá ser montado nas quatro posições indicadas no desenho abaixo. Ao adquirir uma talha com a posição de montagem fixa, é necessário informar a posição correta da base e da saída do cabo, indicados na imagem a seguir. • Montagem em trole para monovia: Figura 81 - Montagem em Trole Para Monovia Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao • Fixa apoiada: Figura 82 - Fixa Apoiada Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao • Talha montada em trole biarticulado para trechos curvos: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 80 Figura 83 - Talha Montada em Trole Biarticulado Para Trechos Curvos Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao • Talha montada em trole duplo: Figura 84 - Talha Montada em Trole Duplo Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao • Talha gêmeas montadas em trole duplo: Figura 85 - Talhas Gêmeas Montadas em Trole Duplo Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfG3IAG/maquinas-transporte-elevacao 81 7. Conclusão Neste trabalho, tratamos de diversos componentes mecânicos, empregados em máquinas em geral de aplicações diversas. Para que seja possível a aplicação destes elementos em um projeto mecânico, é necessário um estudo detalhado dos tipos do eventual equipamento, suas funções e propriedades, além de uma decisão técnica em comum acordo às normas, tendo em vista a complexidade do projeto. Antes de inserir o elemento, é necessário usar cálculos para definir o tipo de material a ser usado nas peças, se irão sofrer esforços axiais, radiais ou ambos. É necessário calcular a angulação das engrenagens, acoplamentos e eixos para que o sistema funcione corretamente. Portanto, esperamos que num futuro próximo, tenhamos, detalhado em nossa vida profissional, todas estas ferramentas para que possamos desenvolver e corrigir qualquer projeto super ou subdimensionado. 82 8. Referências Bibliográficas ABECOM ROLAMENTOS E PRODUTOS DE BORRACHA LTDA. O que são mancais e para que servem?. 2017. 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