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___________________________________________________________________________
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE XXXX
XXXXXXXXXX, brasileiro, separado judicialmente, industrial, inscrito no CPF sob o n. º XXXXX , portador de RG XXXXX, filho de XXXXXX, residente e domiciliado na XXXXXXX CEP XXXXXXX, por intermédio de suas procuradoras abaixo assinadas, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar a presente:
AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS 
COM PEDIDO LIMINAR DE TUTELA DE URGÊNCIA 
Contra XXXXXXX, brasileira, separada judicialmente, aposentada, inscrita no CPF sob o n.º XXXXXX, portadora de RG n.º XXXXX, residente e domiciliada na XXXXXXXXXX, CEP XXXXX, consoante os fatos e fundamentos a seguir aduzidos.
1- GRATUIDADE JUDICIÁRIA 
O Requerente não tem condições de arcar com as custas e demais despesas processuais relativas ao presente processo sem, contudo, prejudicar seu próprio sustento.
Nesse diapasão, cumpre mencionar que o Requerente possui renda líquida mensal de aproximadamente R$1.800,00(um mil e oitocentos reais), conforme comprovantes anexos, além de elevadas despesas mensais, sendo assim, evidente a necessidade do deferimento dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, com fulcro no art. 98 do Código de Processo Civil c/c art. 5º LXXIV da Constituição Federal. 
Sobre este entendimento, a doutrina pátria vem, reiteradamente, aceitando o deferimento dos benefícios da justiça gratuita, sem maiores formalidades, posto que como bem leciona o professor José Roberto Castro ao tratar do assunto em referência, é taxativo ao dispor que, in verbis:
Basta que o próprio interessado, ou seu procurador declare, sob as penas da lei, que seu estado financeiro não lhe permite arcar com o custeio do processo. 
 Infere-se que necessitado, para o legislador, não é apenas o miserável, mas sim, todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar às custas do processo e os honorários de advogado, sem o prejuízo de sua própria subsistência. 
Por conseguinte, para o deferimento da justiça gratuita, não se exige o estado de penúria ou miséria absoluta, mas de pobreza na acepção jurídica do termo, o que equivale dizer, a impossibilidade de custear o processo, em razão do estado financeiro deficitário, atual e eminente. 
Desse modo, requer a Vossa Excelência, a concessão das benesses da justiça gratuita, eis que declara o requerente, expressamente, não possuir condições financeiras atuais de arcar com as custas judiciais e honorários advocatícios, sem o prejuízo de seu próprio sustento 
2 – DA CONTEXTUALIZAÇÃO FÁTICA
O casal contraiu matrimônio em XXXXX, sob o regime de comunhão XXXXX de bens e, em 2006, dissolveram a união através da Separação Judicial. 
Nos autos da Ação Condenatória de Alimentos no XXXXXX, que tramitou perante o juízo da 3ª Vara de Família e Sucessões de XXXX, ficou estipulado que o autor pagaria alimentos à ré, perfazendo o valor atual hoje de XXXXXXXXX, importância descontada diretamente de seu salário e depositada em conta bancária no nome da requerida. 
O requerente, em sede de apelação autos XXX (processo XXXXX) –TJSP) teve decisão proferida para fixar em 05(cinco) salários mínimos a pensão alimentícia em favor das Requerida, conforme se vê na cópia do acordão que teve transito em julgado em 21/08/2008. 
No mais, conforme cópia das folhas de pagamento acostadas, observa-se que os descontos são nominados de “PENSÃO ALIMENTÍCIA” para identificar, reiterando, o desconto atualmente XXXX, à título de pensionamento em favor da requerida.
Ocorre que, passados XXXX anos da quantificação da obrigação alimentar, sobrevieram mudanças relevantes nos pressupostos de fato que nortearam a fixação dos alimentos, tornando-se imperiosa a exoneração alimentícia. 
Ressalta-se que os alimentos sempre foram pagos com regularidade e descontados diretamente na folha de pagamento, mas, nos últimos tempos, essa obrigação tem sido árdua para o requerente, considerando sua atual situação financeira e os aumentos de suas despesas.
Cabe destacar que o adimplemento da obrigação alimentar tem prejudicado, sobremaneira, a condição de vida do suplicante. 
Por outro lado, a requerida encontra-se em situação diversa do requerido, possui uma vida confortável, reside em casa própria situada na XXX. Além deste bem, a requerida ainda possui mais 06(seis) imóveis nesta Comarca, conforme fazem provas as certidões de registro acostadas. 
Ressalte-se que a Requerida adquiriu um apartamento n. º XXXXXXX , na data de 10/12/2012, pelo valor declarado de R$ 210.000,00(duzentos e dez mil reais). 
A conjugação desses fatos atesta que a alimentanda possui plena capacidade para viabilizar o próprio sustento, não mais necessitando do auxílio material do autor, circunstância que traduz causa jurídica idônea e suficiente para a exoneração da obrigação alimentar.
Contrariamente a situação financeira precária do requerente, a requerida possui outras formas de ganhos para seu sustento como, por exemplo, o benefício previdenciário referente à aposentadoria e os frutos dos imóveis de sua propriedade.
Além do desaparecimento da necessidade alimentícia, cabe assinalar que o autor está desprovido de condições financeiras para continuar arcando com o ônus da pensão alimentícia. 
Nesse contexto, cessa a obrigação de prestar alimentos pelo desaparecimento de um dos pressupostos que estão ligados a pessoa do alimentado, bem como do alimentante. Se o direito a prestação alimentícia é condicionado a necessidade do alimentando, é obvio que, cessando esse estado, se extingue, ipso facto, a obrigação da outra parte. 
Outrossim, extingue-se tal obrigação, do mesmo modo, se falta o outro pressuposto, qual seja, a mudança da capacidade econômica do alimentante e, no caso em tela, observamos não existir nenhum dos pressupostos fundamentais para manutenção do pagamento mensal de pensão alimentícia em favor da Requerida. 
A atual realidade sócio-econômica do alimentante evidencia a necessidade de extinção da obrigação alimentícia, independentemente do exame de qualquer outro requisito, em razão do completo desaparecimento de suas possibilidades financeiras. 
Destarte, diante da situação econômica precária do requerente e, considerando que a requerida tem renda própria e capacidade de provar seu sustento sozinha, o pedido de exoneração merece ser julgado procedente, tendo em vista que foram preenchidos todos os fundamentos para ensejar a extinção da obrigação alimentar. 
3 – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
Como cediço, a obrigação alimentar tem como fundamentos a possibilidade ou capacidade econômica do alimentante, bem como a necessidade alimentícia do beneficiário. Nesse sentido, constatada qualquer modificação em um desses elementos objetivos, o valor pago a título de pensão pode ser alterado, bem como extinto o próprio dever alimentar, sob pena de violação ao princípio da proporcionalidade. 
É o que ressai do art. 1.699 do Código Civil, dispositivo que respalda a pretensão do autor: 
Art. 1699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.
Atenta essa noção, leciona MARIA BERENICE DIAS: 
Consagra a lei o princípio da proporcionalidade ao estabelecer que a fixação dos alimentos deve atentar às necessidades de quem os reclama e às possibilidades da pessoa obrigada a prestá-los (CC 1.694 §1º). A exigência de ser obedecido esse parâmetro é que permite a revisão ou a exoneração do encargo. Havendo alteração, possível é, a qualquer tempo, rever o valor da pensão (CC 1.699). (Manual de Direito das Famílias, 8ª ed., Revista dos Tribunais, F. 590/591)
Sobre o mesmo tema, o ilustre Orlando Gomes é ainda mais categórico:
Há impossibilidade econômica de prestar alimentos quando o devedor não pode fornecê-los sem desfalque do necessário ao seu sustento. Esse critério, adotado no direito pátrio, é muitorigoroso, porquanto a situação econômica do obrigado pode ser de tal ordem que a prestação de alimentos, embora não sacrifique no seu sustendo atual, represente um encargo que venha agravá-lo, como na hipótese de estar endividado. Preconiza-se a apuração da capacidade econômica do eventual devedor de alimentos em relação a seu patrimônio líquido. O que importa é, porém, ter em conta que o obrigado não deve ser compelido a desfazer-se dos seus bens ou a sacrificar-se, mesmo para o futuro, a fim de satisfazer a obrigação, (...) (Direito de Família, 11º ed., Edição Revista Forense, pág.431)
Nesse contexto, a coisa julgada emanada das decisões acerca de alimentos sujeita-se à cláusula rebus sic stantibus, é dizer, vigorará enquanto se mantiver inalterada a relação jurídica decidida. Dessa forma, a qualquer tempo, é possível a alteração/exoneração do encargo arbitrado, ainda que por sentença definitiva transitada em julgado, desde que comprovada alteração no trinômio possibilidade-necessidade-proporcionalidade. Trata-se de noção prevista no próprio art. 15 da Lei de Alimentos 5.478/68, ora transcrito: 
Art. 15. A decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer tempo ser revista em face da modificação da situação financeira dos interessados. 
Cotejando-se tais fundamentos com a narrativa apresentada no item anterior, depreende-se que o autor comprovou, de forma clara e inequívoca, uma sensível alteração nos pressupostos de fato que nortearam a quantificação dos alimentos, exigindo-se a exoneração do encargo. 
De fato, analisando-se a situação pessoal e econômica do requerente, sua diminuta renda, em cotejo com os seus gastos mensais com alimentação, farmácia, assistência medica, dentre outros, verifica-se o desaparecimento do requisito da possibilidade financeira do alimentante, o que conduz à extinção do dever alimentar
Por outro lado, também se constata uma desnaturação das necessidades alimentares da requerida, que recebe aposentadoria mensalmente e é proprietária de sete imóveis nesta comarca, revelando, assim, condições para arcar com o próprio sustento, sem necessitar do auxílio penoso por parte do autor. 
Não se pode olvidar, ainda, que o objetivo da pensão alimentícia é de auxiliar o cônjuge que, por alguma justificação válida, não consegue sustentar-se sozinho. Todavia, a pensão alimentícia não pode, em nenhum caso, ser instrumento de ociosidade, promovendo a acomodação da parte que, na expectativa de tal prestação, escusa-se de prover sustento próprio.
O entendimento é escudado em sólido embasamento jurisprudencial:
APELAÇÃO CÍVEL - EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS - EX-CÔNJUGE – CONDIÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA – Não se pode obrigar a manutenção da obrigação de alimentos entre ex-cônjuges, em função do dever de solidariedade, já que há a redução na capacidade econômica daquele que presta alimentos.  (TJMG -  Apelação Cível 1.0518.15.000590-9/001, Relator(a): Des.(a) Jair Varão , 3ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 28/07/0016, publicação da súmula em 09/08/2016)
 AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. EX ESPOSA. ALTERAÇÃO DA SITUAÇÃO FINANCEIRA. EXONERAÇÃO. POSSIBILIDADE. - O art. 1.699 estabelece que "se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.". - Em se tratando de exoneração ou revisão alimentícia, deverá o Magistrado observar o critério da proporcionalidade, consistente na conjugação proporcional dos elementos: possibilidade econômica do alimentante e necessidade do alimentado. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0338.11.009592-8/001 - COMARCA DE ITAÚNA - APELANTE(S): V.F. - APELADO(A)(S): L.D.F.F. Relator: Des.(a) Wander Marotta Relator do Acordão: Des.(a) Wander Marotta Data do Julgamento: 09/04/2013 Data da Publicação: 12/04/2013.)
EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS DESTINADOS AO EX CÔNJUGE - ALTERAÇÃO PARCIAL DO BINÔMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE - REDUÇÃO DA POSSIBILIDADE DO ALIMENTANTE - VALOR MENSAL RECEBIDO PELA ALIMENTADA ACRESCIDO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA SUPERA O VALOR QUE RESTA AO ALIMENTANTE APÓS DESCONTO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA - PENSÃO ALIMENTÍCIA REDUZIDA - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 
- Os alimentos são devidos aos cônjuges em função do dever de mútua assistência. Se for minorada a possibilidade financeira do alimentante ou houver a redução da necessidade do alimentado, é possível a redução do encargo ou até mesmo sua exoneração, não sendo razoável manter integralmente a pensão que faz com que o alimentado receba mensalmente quantia superior à do próprio alimentante.  (TJMG -  Apelação Cível  1.0045.13.000432-3/001, Relator(a): Des.(a) Vanessa Verdolim Hudson Andrade , 1ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 06/10/2015, publicação da súmula em 16/10/2015)
EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. EX-ESPOSA. BINÔMIO POSSIBILIDADE E NECESSIDADE. REDUÇÃO DA CAPACIDADE FINANCEIRA DO ALIMENTANTE. PROVA. 1. A obrigação alimentar vincula-se à clausula rebus sic stantibus, podendo ser revisada sempre que ocorrer substancial alteração no binômio possibilidade e necessidade, sendo possíveis os pleitos de redução, majoração ou exoneração de alimentos. 2. Evidenciada a desnecessidade da alimentada de receber a pensão para se manter, cabível a exoneração do encargo alimentar. 3. Não restando demonstrada a impossibilidade da alimentada em manter o próprio sustento, justifica-se a exoneração de alimentos. Recurso desprovido. (TJ/RS Apelação Cível – Sétima Câmara, n.º 70055139968 (N° CNJ: 0238623-91.2013.8.21.7000, Comarca de porto alegre, Relator Sérgio Fernando de Vasconcelos Chaves, DATA DA PUBLICAÇÃO 19/07/2013)
APELAÇÃO CÍVEL. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. EX-ESPOSA. A obrigação alimentar entre cônjuges é proveniente do dever de solidariedade (art. 1.694 do Código Civil) e de mútua assistência (art. 1.566, III, do CPC). Ausente prova que justifique a necessidade da manutenção da pensão alimentícia, cabível a exoneração do alimentante do encargo, já que a alimentanda tem condições de prover o próprio sustento. Apelação provida. (Apelação Cível Nº 70059971697, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado em 02/07/2014) (grifou-se)
Destarte, comprovando-se inequivocamente que houve redução significativa na renda do requerente e que a requerida tem condições de sozinha prover sua subsistência, sem necessitar do subsídio alimentar, não mais se justifica a continuidade do pensionamento, devendo a obrigação ser extinta de imediato. 
Por fim, alternativamente, caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, requer, ao menos, que seja reduzida o valor da pensão alimentícia para o importe de 01 salário mínimo mensal. 
4 – DA TUTELA DE URGÊNCIA 
A hipótese traduzida nos autos amolda-se aos requisitos do art. 300 do CPC, razão pela qual se faz imprescindível a antecipação dos efeitos da tutela, promovendo-se a suspensão da obrigação alimentar durante a tramitação da demanda.
Com efeito, o requerente não tem condições de continuar o pensionamento no valor de XXXX que são descontados diretamente em sua folha de pagamento. 
Os comprovantes dos holerites relativos aos três últimos meses acostados revelam prova inequívoca de sua desprivilegiada condição socioeconômica. As provas da falência da empresa, os gastos com farmácia e assistência medica, alia-se às demais condições citadas. 
A verossimilhança das alegações patenteia-se, ainda, na condição da requerida conseguir prover sua própria subsistência tendo em vista que a mesma encontra-se aposentada, recebendo benefício mensal pelo INSS, reside em casa própria e possui outros bens imóveis para prover sua subsistência. 
Por outro lado, há fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, uma vez que a pensão alimentícia compromete parte substancial da renda do alimentante, prejudicando a sua própria subsistência. 
 A concessão da liminar é medida que se impõe, conforme o ensinamento do doutrinador Basílio de Oliveira (Alimentos, Revisão eExoneração. Aide Editora, p. 197):
“Idêntico raciocínio, mutatis mutandi, se aplica na hipótese de revisão para reajuste da pensão, quer nas modificações de cláusulas de acordo de separação, ou em acordo de separação, ou em alimentos ajustados na ação especial, como também para os processos exoneratórios. Nas três hipóteses, feita a prova sumária suficiente para um juízo de probabilidade, o provimento liminar deve ser concedido. Nesse passo, ante à evidência da diminuição substancial ou da perda abrupta do poder aquisitivo do provedor, o fato autoriza a redução liminar da obrigação alimentar frente aos dados novos adventícios”. (GRIFEI)
 Não é de outra forma o entendimento jurisprudencial predominante, senão vejamos:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DE FAMÍLIA. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. TUTELA ANTECIPADA. PROBABILIDADE DO DIREITO ALEGADO. EX-ESPOSA APTA PARA O TRABALHO. RECURSO DESPROVIDO. 
- Nos termos do artigo 1.699 do Código Civil de 2002, se sobrevier mudança na situação financeira das partes poderá o interessado reclamar ao Juiz a redução da verba alimentar ou sua exoneração da obrigação de prestar alimentos. - Existindo nos autos os requisitos autorizadores da redução da verba alimentar devida, deve ser mantida a medida liminar deferida.  (TJMG -  Agravo de Instrumento-Cv  1.0024.12.333276-9/001, Relator(a): Des.(a) Moacyr Lobato , 5ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 08/09/2016, publicação da súmula em 13/09/2016)
 AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS - FILHOS MAIORES - NECESSIDADE NÃO COMPROVADA - ART. 273 DO CPC - PRESENTES OS REQUISITOS AUTORIZADORES DA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR - POSSIBILIDADE. - Configurada a existência dos pressupostos de convencimento da alegação apresentada, assim como o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, deve ser deferida a tutela antecipatória (art. 273, do CPC). 
- O alimentante traz aos autos documentos capazes de comprovar de forma inequívoca que os filhos são maiores e capazes de prover por si só sua mantença. - Recurso provido.  (TJMG -  Agravo de Instrumento-Cv  1.0155.14.000434-4/001, Relator(a): Des.(a) Heloisa Combat , 4ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 04/12/2014, publicação da súmula em 11/12/2014)
AÇÃO REVISIONAL – REDUÇÃO LIMINAR, ANTE A EVIDENTE DIMINUIÇÃO DAS POSSIBILIDADES ECONÔMICAS DO DEVEDOR – ADMISSIBILIDADE – DESPROPORÇÃO GRAVOSA ENTRE OS ÍNDICES DE CORREÇÃO DE SEU SALÁRIO E DA PENSÃO DEVIDA- - Aplicação da Lei nº 5.478/68 (Alimentos), art. 13, § 1º 
Sendo evidente que os alimentos devidos são excessivos, considerando-se a situação econômica do devedor, podem eles ser liminarmente reduzidos em ação revisional (TJSP - 6ª Câm. Civil; AI nº 120.334-1-SP; rel. Des. J. L. Oliveira; j. 10.08.1989; v.u.). JB 171/197
 Diante dos fatos colacionados, restou demostrado que não há meios idôneos do Requerente continuar contribuído com o valor integral da verba alimentar anteriormente estipulado, uma vez que houve significativas mudanças que agravaram sua condição econômica, salientando a severa diminuição de seus rendimentos. 
 Cumpre destacar que o valor da obrigação alimentar corresponde a quase a totalidade dos rendimentos atuais do demandante, situação que ofende os princípios da dignidade da pessoa humana e da proporcionalidade. 
 Em contrapartida, a situação financeira da Requerida foi majorada, tendo em vista que percebe mensalmente benefício previdenciário proveniente do INSS e tornou-se proprietária de 07(sete) imóveis, tendo, portanto, plenas condições de arcar com seu próprio sustento, sem depender da obrigação onerosa e excessiva imposta ao Requerente. Sendo assim, a antecipação dos efeitos da sentença é medida de caráter urgente e imperativa.
Dessa forma, presentes os requisitos legais, o autor vem requerer a concessão liminar da tutela de urgência, determinando a suspensão da obrigação alimentar enquanto pendente a demanda.
Caso não seja este o entendimento, requer, sucessivamente, a concessão da tutela de urgência para que os alimentos sejam reduzidos para 01(um) salário mínimo mensal, enquanto pendente a demanda, a fim de não gerar maiores prejuízos ao requerente.
5 – DOS PEDIDOS:
Por tudo o que restou exposto, o autor vem requer:
1) Seja concedida A TUTELA DE URGÊNCIA, liminarmente e sem a oitiva da ré, determinando a imediata suspensão da obrigação alimentar enquanto pender a demanda. Sucessivamente, o autor vem requerer a concessão da TUTELA DE URGÊNCIA para que os alimentos sejam reduzidos para o importe de 01(um) salário mínimo mensal, enquanto pender o processo, a fim de não lhe gerar maiores prejuízos;
2) Que seja julgado procedente o pedido formulado, confirmando-se a decisão antecipatória para exonerar o autor da obrigação de pagar alimentos à ré. Sucessivamente, requer a procedência do pedido para que a pensão arbitrada seja reduzida para o valor de 01(um) salário mínimo mensal. 
3) A citação da requerida para, querendo, responder aos termos da presente demanda;
4) A concessão dos benefícios da gratuidade de jurisdição, ante a sua evidenciada hipossuficiência econômica, não possuindo condições para arcar com as despesas deste processo, sem prejuízo de seu sustento, tudo com fundamento na Lei 1.060/50 c/c art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil; 
5) A condenação da requerida ao pagamento das custas e dos honorários advocatícios de sucumbência. 
Requer, ainda, provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente: documental, testemunhal, pugnando pela intimação pessoal das testemunhas a serem arroladas, reservando-se o direito de substituí-las ou acrescentar outras, dentro do prazo legal; depoimento pessoal da requerida.
Atribui à causa o valor de XXXX, 
Nesses termos, aguarda deferimento.
XXXX, 21 de março de 2018. 
XXXX
OAB/ 
XXXX
OAB/
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