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1 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Na aula de desenvolvimento de Linfócitos T aprendemos como os antígenos, ou como o SI lança mão de artifícios para escolher fenótipos específicos de Linfócitos T que vão produzir melhor resposta frente um desafio imunologico. Na prática é o seguinte, caso eu esteja sendo desafiado por uma bactéria extracelular eu lanço mão de um repertório de Linfócitos T que responde melhor imunologicamente frente um desafio de bactéria extracelular. Isso acontece para vírus e outros processos que não infecciosos. Hoje, veremos a segunda metade dessa ativação, que envolve os Linfócitos B. O objetivo da aula é: → Ver como os Linfócitos B são desenvolvidos, todos os seus estágios de amadurecimento. → Saber identificar as fases de diferenciação, ativação, e veremos qual a função exercida ao final desse processo. CAP. 7- ABBAS TRADICIONAL LINFÓCITOS B Os Linfócitos B, expressam receptores na superfície celular que desempenham funções de ativação e reconhecimento dessas células. RECAPTULANDO: O Linfócito B, tal qual o Linfócito T, expressam uma série de receptores na sua superfície, na membrana plasmática, tal quais vão corroborar com os seguintes aspectos, alguns desses receptores estão relacionados ao reconhecimento de antígenos, ou reconhecimento de desafios, outros estão relacionados a uma ativação, apesar de não reconhecerem. O principal receptor de reconhecimento do Linfócito T é o receptor da célula B, conhecido como BCR, muito similar ao receptor da célula T, o TCR. Esse receptor, BCR ou TCR, são os principais receptores de reconhecimento da molécula, ou reconhecimento do estímulo/desafio imunológico, esses, tem em comum serem altamente variados na capacidade de reconhecimento, o que na prática significa que cada Linfócito T expressa um receptor com a capacidade de interagir com um antígeno distinto na natureza. NOVAMENTE: Um receptor de célula B ou T é um receptor de superfície celular cuja função é o reconhecimento antigênico. Há 2 semanas atrás estávamos falando de apresentação e processamento, a célula apresentadora de antígenos teve o trabalho de reconhecer o patógeno, nos portões de entrada do organismo, bem como processar e apresentar, o papel dos linfócitos agora é reconhecer esses antígenos expressos. O receptor responsável pelo reconhecimento dos antígenos expressos é o BCR e o TCR, cada um para suas células específicas. O TCR só reconhece antígenos de natureza proteica, ou seja, precisam ser pequenos fragmentos antigênicos peptídicos, ou seja, precisa ser uma sequência linear de aminoácidos. Lembrando que ele não reconhece aminoácidos, e sim o resíduo deixado pelo aminoácido. Aprendemos na bioquímica que todos os aminoácidos tem radicais são esses radicais reconhecidos pelo TCR. Os BCR, além de reconhecer antígenos de natureza proteica, eles também têm a propriedade de reconhecer qualquer natureza molecular, ele é capaz de reconhecer antígenos lipídicos, glicídicos, materiais genéticos, e ainda natureza proteica, ou seja, qualquer natureza molecular é facilmente reconhecida pelo linfócito B. O linfócito B reconhece as proteínas, as naturezas mais apresentadas na resposta imunológica, sob 2 aspectos, (1) sequência linear de aminoácidos, mas, prioritariamente, (2) na sua estrutura in natura, ou seja, tridimensional. MAIS UMA VEZ: Diferente do linfócito T que não tem receptor capaz de reconhecer um antígeno conformacional/tridimensional/in natura. O linfócito B pode reconhecer a sequência linear de aminoácidos, mas ele é muito mais eficaz no reconhecimento tridimensional. Apenas os linfócitos B conseguem interagir diretamente na estrutura 3D de uma proteína e sofrer processos de ativação mediante esse reconhecimento. Na prática, significa que uma proteína desnaturada pode não ser reconhecida por um Linfócito B, porque a proteína desnaturada perdeu sua estrutura tridimensional, embora ele possa expressar capacidade ainda de ver os aminoácidos em sequência, coisa que os linfócitos T não possuem essa dificuldade, reconhecendo apenas a sequência linear. LINFÓCITO T- RECONHECE APENAS NATUREZA PROTEICA LINFÓCITO B- RECONHECE QUALQUER NATUREZA (*ponto importante que precisamos guardar) Foi dito agora pouco que os Linfócitos B e T expressam uma gama de receptores diferentes, alguns desses receptores estão correlacionados ao reconhecimento antigênico, o maior exemplo desses é o receptor das células T/B. Esses receptores B e T, BCR e TCR carecem de regiões de ativação intracelular. REPETINDO: Os receptores que estão relacionados ao reconhecimento antigênico propriamente dito carecem de regiões do próprio receptor que fornecem sinais de ativação interna. NOVAMENTE: Os receptores que se encarregam do reconhecimento antigênico carecem, ou seja, não expressam regiões na sua cauda citoplasmática onde se DISCIPLINA IMUNOLOGIA AULA 11- LINFÓCITOS B PROFESSOR YURI LYRA 2 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY inserem na membrana que não podem ativar ou enviar sinais internos às células. Isso na prática significa que o receptor que reconhece não é o receptor que ativa. Se ele reconhece mas não ativa, é necessário que outras moléculas associadas a ele consigam estabelecer essa função com essa finalidade. Por isso, todo receptor de célula T e B não é único, na verdade ele forma um complexo, e eu não chamo de “receptor de célula T/B” eu chamo de “complexo TCR ou complexo BCR”, e então eles são similares em alguns aspectos. MAIS UMA VEZ PARA ENTENDERMOS PORQUE TEM APLICAÇÃO PRÁTICA: O mesmo receptor que reconhece o antígeno não tem capacidade de por si só enviar os sinais internos do reconhecimento, o que significa que ele se liga ao antígeno, mas ele sozinho é incapaz de enviar um sinal interno para a célula para que ela possa se mobilizar frente reconhecimento/desafio. Portanto, é necessário que associado a esses receptores de reconhecimento, exista um conjunto de moléculas de co-estimulação ou de sinalização intracelular. Essas moléculas associada aos receptores formam o chamado complexo BCR, se estuvermos falando de Linfócito B, ou TCR, se estivermos falando de Linfócito T. O complexo TCR é conformado pelos seguintes conjuntos de moléculas, o receptor propriamente dito, a molécula CD3 e uma molécula conhecida como Zeta. NOVAMENTE: Essas moléculas associadas aos receptores formam os chamados complexos BCR ou TCR. O Complexo TCR, se estivermos falando do Linfócito T, é conformado pelos seguintes conjuntos de moléculas, o receptor propriamente dito, a molécula CD3, e uma molécula conhecida como Zeta. DE NOVO: O tal do complexo TCR é muito similar ao BCR, tem aspectos que são diferentes, mas eles trabalham de uma forma similar. Ele é formado por um receptor altamente variado, ou seja, cada célula expressa seu próprio receptor que interage com seu antígeno específico. Um receptor de célula altamente variado que nesse caso só reconhece natureza proteica, associado a ele, existe um par de moléculas conhecida como CD3, esse complexo, ou esse par de moléculas chamada CD3 juntamente com a Zeta que também é um par, são as moléculas que enviam sinais internos. A medida que o TCR reconhece os antígenos, ao lado dele, 2 pares de moléculas CD3 e Zeta participam do reconhecimento indireto, porque a molécula sofre uma mudança conformacional, e ativa as moléculas laterais. Essas moléculas laterais, o CD3 e o Zeta enviam sinais internos às células, são esses sinais internos às células que a Juliana explicou na aula anterior, os tais fatores de transcrição nuclear. PERGUNTA: DE ONDE SAÍRAM OS FATORES DE TRANSCRIÇÃO NUCLEAR? São mobilizados quando CD3 e Zeta sofrem ativação. E então, cada fator de transcrição nuclear mobiliza um Linfócito T para dizer “Você deve ser um TCD4 liberador de IL-17”. O que importa é que existe um receptor que reconhece antígeno, e existem moléculas colaterais a ele que enviam sinaisinternos. Existe um receptor que reconhece antígenos, e existem moléculas colaterais que enviam sinais internos. Esses sinais quando ativados, mobilizam a célula a desempenhar suas funções. ATUAÇÃO DE IMUNOSSUPRESSORES- “CICLOSPORINA” Os imunossupressores, como a Ciclosporina, não poderiam atuar no reconhecimento antigênico, já que são muitos sítios de reconhecimento antigênico, então, eles atuam inibindo os sinais internos, já que não importa a quantidade/disponibilidade de antígenos ativadores, se os sinais internos não forem transduzidos, essa célula não se mobiliza, e, portanto, não exerce seus efeitos. IMPEDE OS SINAIS DE TRANSDUÇÃO INTERNOS DA CÉLULA, TODO IMUNOSSUPRESSOR EM MAIOR OU MENOS GRAU INTERFERE NESSA AÇÃO DE ENVIO DOS SINAIS INTERNOS Agora, retornando na primeira frase da aula, os Linfócitos T e B exibem na superfície celular uma série de receptores distintos, alguns estão voltados exclusivamente para o reconhecimento, são eles os responsáveis por interagir com receptores distintos, alguns estão voltados exclusivamente para o reconhecimento, são eles os responsáveis por interagir com antígenos distintos, dispostos ou presentes na natureza, por isso, esses receptores são altamente variados. Na prática, cada Linfócito T expressa seu receptor de reconhecimento antigênico específico (*diz o Yuri que isso é mentira mas que é pra gente fingir que é verdade). Se existisse um receptor para cada antígeno na natureza, deveria existir em mim um repertório trilhardário de linfócitos, um para cada natureza antigênica, na verdade, um mesmo receptor reconhece antígenos correlacionados. REAÇÃO CRUZADA Se tivermos Dengue, somos parcialmente protegidos para Febre Amarela. Se fazemos anticorpos para o dengue, somos parcialmente protegidos para a Febre Amarela, visto que, Dengue e Febre Amarela tem a mesma família viral, ambos são Flavivírus. Eles são tão próximos que o mesmo vetor animal transmite a mesma doença, o mesmo Aedes transmite Febre Amarela, e transmite Dengue. Isso não é por sorte, é evolução. A evolução aproximou esses vírus, então, meu SI arrumou uma maneira de pegar os dois de uma maneira relativamente associada. Quem é protegido para o dengue, é parcialmente protegido para Febre Amarela. Essa é a razão para tomarmos BCG, ele não protege contra Mycobacterium tuberculosis, ele protege para Mycobacterium bovis, o Mycobacterium bovis não causa doença em humanos, mas quando você toma a vacina do BCG você cria imunidade parcial para o Mycobacterium tuberculosis. Tomo vacina para um antígeno e me protejo para o outro porque o mesmo receptor consegue reconhecer antígenos que são próximos. Obviamente, não é necessário dizer que quando você toma o BCG você está parcialmente imunizado para Hanseníase, entretanto, não existe uma resposta muito grande para Hanseníase já que a resposta para um é celular e para a outra é humoral. 3 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY OBSERVAÇÕES PERGUNTA: QUEM TEM IMUNODEFICIÊNCIA FAZ PREGA VACINAL OU NÃO? Faz, visto que, a vacina é dada por microrganismo vivo, portanto, quando faço BCG em imunodeficiente, coloco a doença nele. O paciente é imunodeficiente, então, ele não combate o microrganismo que eu inoculei, ele faz uma reação inflamatória chamada de BCGite, ao invés de não ter prega ele faz uma prega muito grande, o que significa que o cara está fazendo a doença da BCG. Portanto, é ao contrário. PERGUNTA: QUEM TEM IMUNODEFICIÊNCIA FAZ REAÇÃO AO PPD? Não, já que quem tem imunodeficiência não tem resposta celular, e, dessa forma, o PPD dá 0. LER O ARTIGO CITADO PELA ALINE SOBRE IMUNOLOGIA DA HANSENÍASE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! → COMENTÁRIOS DO YURI APÓS PERGUNTA DA ALINE: Existem pessoas que vão responder melhor celularmente e outras humoralmente, e isso determina crucialmente na evolução da doença. → QUEM RESPONDE CELULARMENTE TEM QUAL FENÓTIPO DE LINFÓCITO T PREFERENCIAL TH1 OU TH2? (*mandou procurarmos, porque isso vai determinar a evolução da doença, já que quem é X controla a doença melhor porque a doença é X, quem é humoralmente respondedor vai atuar mal na resposta porque o patógeno é ___ ). RETOMANDO AO ASSUNTO INICIAL Receptores de célula T, alguns estão responsáveis por reconhecer antígenos, outros estão responsáveis por ativar as células. B-7.1/2 está implicado no SI na co-estimulação do segundo sinal. O primeiro sinal advém do receptor da célula T ou B propriamente dito, o segundo sinal é oferecido pelo B-7.1/2, e esse é expresso por linfócitos B já que esses fazem parte do grupo de Células Apresentadoras de Antígenos, sendo assim, precisam expressar esses receptores já que esses encontram seu ligante CD-28, e CD28+B-7.1/2 fornecem o segundo sinal, corroborando para o primeiro e levando às vias de ativação do linfócito. OBS: O nosso SI é tão ruim em combater câncer porque no momento do segundo sinal antígenos próprios não estimulam B-7.1/2 eles estimulam os outros ligantes que são inibitórios e não estimuladores (*mandou anotar), como o CTLA-4 e PD-1. Esses dois são ligantes inibitórios, enquanto CD-28 é um ligante estimulador. OBS: A Amanda mandou uma dúvida sobre uma proposta para o tratamento tumoral ser bloquear CTLA-4 e PD-1 e estimular B-7.1/2, isso está correto já que esse bloqueio fala a favor da resposta, visto que, inibir a inibição é estimular. Inibir a inibição é favorecer a estimulação. Portanto, se eu inibo a inibição e aumento a estimulação, ainda que o antígeno seja próprio, eu estou falando a favor da resposta, portanto, essa é uma terapia utilizada em ensaios clínicos para tratamento de tumores. OBS: O receptor CD-20 é específico para Linfócitos B, por via de regra, do 19 ao 25 são todos marcadores de B. O CD-20 é um receptor exclusivo para uma droga de tratamento de Leucemia: Retuximab. Esse é usado no tratamento de Leucemia, de Mieloma Multiplo, Mieloma Multiplo é uma Leucemia de Linfócitos B, para eu destruir o meu Linfócito B tumoral. RECAPTULANDO: O Mieloma Multiplo é um tumor de célula B, e esse está fazendo muito anticorpo, e eu não quero isso, eu quero que essa célula seja exterminada, isso pode ser feito ao produzir um anticorpo que atue exclusivamente em um receptor exclusivo de Linfócito B, esse anticorpo que atua exclusivamente no receptor de Linfócito B nós chamamos de anticorpo monoclonal. Mono significa um, clonal significa clone, portanto, esse trata-se de “um único clone”, ou seja, só tem uma especificidade, a que foi criada em laboratório, eu direciono o anticorpo monoclonal para interagir especificamente com esse receptor, o receptor CD- 20, o qual é exclusivo de Linfócito B, e o Mieloma, é um tumor de Linfócito B, assim vou mandar só Linfócitos B, mas não mato Linfócitos T. Portanto, Retuximab é um anticorpo monoclonal com ação terapêutica. As células saudáveis podem morrer junto, mas é melhor eu acabar com todas as células desse indivíduo do que não fazer nada e esperar o tumor se alastrar. Afinal de contas, esse paciente é leucêmico, e, nesse caso, ou você trata, ou você morre. Não dá para viver com Leucemia. Portanto, é melhor exterminar todas as células, inclusive as células saudáveis. IMUNOFENOTIPAGEM- MARCAÇÃO DE CÉLULA TUMORAL CD-19 e CD-21 são receptores exclusivamente do Linfócito B, portanto, são marcadores de célula, se eu quero determinar se uma Leucemia é do tipo B ou T, é só usar um alvo específico de cada um. Por exemplo, o CB-3 é um marcador que só existe em linfócito T, nenhum outro linfócito que não seja T expressa CD-3, se eu marcar essa célula como alvo, eu marco todos os linfócitos T, esse marcador é chamado de PAM T, pega todos os T, a vantagem desse é que, se eu tiver que diferenciar uma leucemia do tipo T e uma do tipo B, uso um marcador só para T, ao invés de um marcador só para B. Tem diferença já que tem Leucemia para T que é pior no jovem, e tem Leucemia para T que é pior no adulto, tem Leucemiade B que é melhor no jovem, tem Leucemia de B 4 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY que é pior no adulto. Como eu tenho que saber qual o tipo de Leucemia para saber o prognóstico da doença, preciso marcar qual é a célula tumoral, e, para isso, uso alvo exclusivo. Um exemplo disso é LLA do tipo B que tem prognóstico melhor no adulto, e, pior na criança. Podemos oferecer esse prognóstico apenas se marcarmos, o nome disso é imunofenotipagem, marcação e determinação da população. Sabemos que um linfócito é CDB e o outro CD4 já que um expressa CD8 e outro CD4. Quem é CD4 não pode ser CD8, quem nasceu para CD8 jamais será CD4. FORMAÇÃO DE REPERTÓRIO LINFOCITÁRIO Yuri disse que precisamos ler o livro, mas os livros falham. Ao ler o livro, temos a ideia de que cada receptor de Linfócito T ou B interagem com antígeno específico, e já foi provado que não é assim, cade receptor pode interagir com 300 a 400 antígenos diferentes, cada um deles. A pergunta é, como eles são construídos? NOVAMENTE: Se cada receptor interage com um antígeno na natureza, como eles são construídos? Bom, existe um hipótese, a Mendeliana, que afirma a existência de um gene para cada tipo de receptor na natureza. DE NOVO: Se lermos o livro seco, a ideia que teremos é de que para cada antígeno, temos um receptor diferente. Então, deveriamos ter uma célula para cada antígeno previsto na natureza. Já foi dito que não é assim, mas, se fosse, como esse receptor seria formado? Primeira hipótese é de Mendel, se seguirmos essa hipótese de Mendel, teriamos na cabeça que um gene faz cada um tipo de receptor, visto que, receptor é proteína. Existem milhares de antigenos na natureza, e no nosso corpo, a espécie humana tem cerca de 30 000 genes, sendo que esses 30 000 genes não são todos da imunologia, alguns estão atuando na enzima da bioquímica, outro fazendo uma cadeia, etc. Ou seja, se eu só tenho 30 000 genes, e tenho um trilhão de antígenos, deve haver então, análise combinatória dos genes para formar receptores. O receptor da célula B é muito semelhante ao receptor da célula T. O receptor da célula B tem duas regiões, uma cadeia chamada de cadeia pesada e uma região chamada de cadeia leve. Todo receptor de célula T é formado por cadeias leves e cadeias pesadas, daí vem a noção do anticorpo ter esse formato. Cada região da bifurcação é dividida entre porções variáveis e porções não variáveis. Como eu tenho 2 cadeias, existem 2 porçõesvariáveis e 2 porções não variáveis. MAIS UMA VEZ: Tenho um receptor de célula B, esse receptor tem uma cadeia grande, a qual é chamada de cadeia pesada, que é pesada porque é grande, ou seja, pesa mais, e duas cadeias leves, são leves porque são menores, pesam menos. Cada bifurcação tem 2 segmentos, os que se ligam ao antígeno são chamados de região variável, os que não se ligam ao antígeno, são chamados de região não variável, ou constante. A região que se liga ao antígeno, obviamente, tem que ser variável, já que os antígenos não são iguais, portanto, regiões que se ligam aos antígenos tem que variar muito para que eu possa reconhecer muitos antígenos distintos. A região que não se liga ao antígeno não precisa variar tanto, visto que, não tem ligação a ninguém, portanto, é constante. Só varia entre as pessoas, porque as pessoas são diferentes, mas em termos dos antígenos, varia pouco. Essas regiões que variam sofrem recombinação genética. MAIS UMA VEZ: A região que varia é justamente aonde o antígeno se liga, sendo assim, dentro do meu genoma tem que ter genes que fazem essas regiões variarem. Esses genes variam da seguinte maneira, o nome disso é REPERTÓRIO IMUNOLÓGICO. Todo repertório imunológico é feito por 4 segmentos, V, D, J e C. Toda região V, D, J e C se liga a um que é a constante. REPETINDO: Fazendo a cadeia pesada (a qual ainda vai pegar uma cadeia leve) eu preciso fazer um RNA mensageiro, esse é formado pegando um pedaço V, + um pedaço D, + um pedaço J, e uno tudo isso com um pedaço C. FALANDO DE NOVO: Como é feito um anticorpo? Cadeia pesada e cadeia leve. Cadeia pesada é feita com um pedacinho do gene V, um pedacinho do gene D, um pedacinho do gene J e tudo isso se soma com a região constante. Supondo números aleatórios, como V-47, D-22, J- 4 com a constante 3, tenho formada minha cadeia pesada. Agora, está faltando a cadeia leve, essa, só tem V e J, não tem D, mas é a mesma coisa. Supondo números aleatórios novamente, formo um anticorpo, que pode pegar por exemplo Strepto, esse pega a cápsula do Streptococco. As possibilidades de combinação são quase infinitas, o que corresponde a quase infinidade da presença de antígenos. Cada códon é formado por 3 bases nitrogenadas, isso é um freaming, se uma base nitrogenada pular, já não é mais o mesmo anticorpo, portanto, vão aumentando as possibilidades de anticorpos as quais são quase infinitas que bate com a inifinidade de antígenos. Um desses repertório, provavelmente, é para antigenos próprios, o que justifica a presença de doenças autoimunes. Isso quer dizer que você é doente autoimune mesmo sem ser doente autoimune, existe em você o poder de ser doente autoimune. Você é um potencial doente autoimune, mas pode não ser um real doente autoimune. 5 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY (*NÃO ESTÁ NO LIVRO) Você formou seus anticorpos e suas células antes de reconhecer o antígeno, em você, existem todas as possibilidades, inclusive as que você nunca vai usar. Em você, existe a possibilidade de um Linfócito que responde a um antígeno que nunca vamos ver na vida. Ou seja, existe um Linfócito em mim que nunca será usado, porque eu nunca vou ver o antígeno que ele responde, mas pode ser que um dia eu o veja, e se isso acontecer, meu repertório já estará formado, portanto, pré-existe o desafio. Antes de você ser desafiado por Streptococco já existe linfócito respondedor. VACINA A VACINA é só a seleção. Muitos são os Linfócitos que temos para Streptococco, mas a vacina, por exemplo, a 23 valente, está dizendo o seguinte, esses são os 23 Linfócitos que você deveria conhecer de verdade. Dos 1 bilhão que você tem, esses são os 23 patogênicos que todo mundo deveria responder. Então, eu jogo dentro do seu corpo, quando eu o faço, quem sobrevive, segundo Darwin, é o mais adaptado, ou seja, somente os linfócitos que de alguma maneira reconhecem os 23 sorogrupos permanecem em mim, os outros 780 bilhões que não respondem aos 23 sorogrupos ou nunca vão vir ou serão simplesmente esquecidos. ALERGIA Uma pessoa é alérgica e depois deixa de ser porque aquela célula que respondia a alergia na infância não existe mais, e, se ela não existe mais, é porque nunca mais viu o antígeno para qual ela responde, e então agora está curado. Era alérgico quando criança e hoje não sou mais porque perdi meu repertório que era alérgico. Não era alérgico e hoje sou porque hoje o antígeno da alergia foi apresentado a mim, e a partir de agora eu sou alérgico. Você é alérgico a tudo, mas não é alérgico agora porque o antígeno que estimula o seu linfócito alérgico nunca te foi apresentado, mas no dia que ele for... DESENVOLVIMENTO DE LINFÓCITOS B Ser um Linfócito B é ser um aluno de medicina, todo mundo nasceu para sentar na nossa cadeira, mas nem todos podem sentar na nossa cadeira. Todo mundo pode fazer medicina se quiser, mas nem todos vão fazer. Todo mundo pode tentar ser linfócito, é só querer. Você no primeiro período é apenas uma célula na medula óssea com múltiplas possibilidades, aí você decide fazer medicina, e então precisa provar que pode ser um acadêmico de medicina, fazendo metade de um receptor. Se um linfócito quer ser um linfócito, ele precisa ter um receptor nele, um BCR ou TCR. Só que não será exigido que você faça um BCR ou TCR agora, antes disso, você tem que fazer a metade de um, se o fizer, você está no caminho certo, se você é incapaz de fazer metade de um, então você NÃO PODE SER UM LINFÓCITO.Isso é o que acontece nesse momento, o Timo e a Medula Óssea perguntam da seguinte forma para os Linfócitos “Você quer ser um Linfócito B?” “Quero” “Você quer ser um Linfócito T” “Quero”, já que o receptor precisa de 2 cadeias, faz então só a pesada para mim, precisa fazer tudo não. Aí ele vai, V, D, J e C. Se fez o V, D, J e C perfeito, pode continuar, você passou a ser imaturo. V, D, J e C fez a primeira metade da cadeia. Se você chora e não consegue fazer V, D, J e C, é porque você não nasceu para isso, então VAZA. Não dá para ter linfócito preguiçoso ou não respondedor, ou o linfócito veio para trabalhar, ou então ele NÃO SERVE. Se ele fizer metade da cadeia, é porque ele vai fazer o resto, se ele não fez metade da cadeia, é porque ele não vai terminar, portanto, esse linfócito precisa ir para apoptose, já que ninguém aqui vai ficar levando linfócito imaturo, ou melhor, eu não vou ficar carregando linfócito que não serve para nada. Chegando a fase do linfócito terminar a cadeia, ele termina e então forma a leve. Como ele já tinha a pesada e fez a leve, ele fez agora o receptor completo. Sendo assim, ele agora é um linfócito de verdade. Esse linfócito está formado, ele expressa um receptor de membrana que reconhece antígeno funcional, esse linfócito é imaturo, é virgem, os seus linfócitos ainda não viram o antígeno, mas ele tem um potencial, e é da medula óssea que ele sai, e agora vai para os Órgãos Linfoides Secundários, onde ele vai esperar passar seu antígeno, no dia que ele passar ele vai ativar e passa a ser um linfócito atuante. Se ele nunca for reconhecer o seu antígeno, ele fica inerte, ou, na maioria das vezes, ele morre. Estima-se que 5% de quem começa consegue terminar, os outros 95% morre. 100% tenta ser linfócito, e só 5% terminam, 5% de um trilhão é muita coisa. Portanto, um linfócito quando saiu da medula ele tem 48 horas para atuar, ou seja, 48hrs para aparecer o antígeno que ele responde e se tornar um linfócito efetivo do meu repertório. 100% sai, e 5% sai vivo. É o bope da imunologia, entra 100 e sai 5%, 5% tem receptor, mas não viu o antígeno, então ele vai para rua, se em 48hrs ele não reconhecer o antígeno, ele sofre apoptose. 48hrs é muito pouco tempo, entretanto, isso é feito todos os dias. Todos os dias eu faço célula, e todos os dias eu perco célula. Quando éramos criança tínhamos linfócitos respondedores, e assim o eram porque tinham contato com antígeno direto, depois que amadureceu nunca mais respirou poeira, nunca mais comeu camarão, e, por isso, aquela célula que responderia a camarão morreu, e, depois disso, nunca mais apresentei camarão a nenhuma outra, para nunca mais ter alergia, e hoje eu estou curado. Quando ele forma a cadeia pesada, ele é chamado de célula Pré-B, quando ele termina de formar as duas cadeias, ele é 6 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY chamado de Linfócito virgem, imaturo, e então sai para fazer seu trabalho. A primeira cadeia que é sempre formada é a pesada, a porção constante da cadeia pesada é sempre a porção que codifica para uma IgM. NOVAMENTE: A primeira cadeia é sempre a pesada, só que, essa cadeia pesada, obrigatoriamente, é sempre inicialmente uma IgM, ela sempre codifica para uma IgM. A primeira cadeia pesada de um linfócito B é uma IgM, OBRIGATORIAMENTE. A primeira cadeia pesada de todo anticorpo é sempre uma IgM, esse, marca fase aguda, por isso, é feito sempre IgM antes de IgG. Cadeia IgM é sempre a primeira a ser inserida, portanto, todo anticorpo primário é sempre um anticorpo da classe M, depois ele troca. A PRIMEIRA CADEIA PESADA DE UM LINFÓCITO B É UMA IgM O que está faltando falar a respeito do desenvolvimento de linfócitos B que ainda não foi falado, é que, existem 2 características que o linfócito B faz que o linfócito T não faz. Na verdade, são 3, (1) o receptor do linfócito B, uma vez ativado, pode ser secretado para fora da célula, e ele se transforma em um anticorpo solúvel. Uma vez esse receptor tendo reconhecido o antígeno específico para o qual ele atua, e tendo promovido a ativação do linfócito B, o receptor passa a ser secretado, a ser expulso da membrana e isso se chama anticorpo solúvel. Daí vem nosso anticorpo, o anticorpo é esse receptor, só que é esse receptor sendo liberado da célula, “solúvel”. O TCR, naturalmente, não é solúvel, ele fica sempre preso na superfície do linfócito, então, a primeira diferença é essa. Os receptores do linfócito B são secretados na sua forma solúvel, e darão origem aos nossos anticorpos. O receptor da célula T fica preso na membrana plasmática para sempre. (2) O rearranjo gênico dos receptores é o que forma meu repertório linfocitário. Devemos pensar em uma estante grande, onde cada linfócito ocupa uma posição na estante. O repertório é a quantidade de linfócitos que você coloca na estante ao longo da vida. Devemos entender que todos temos um repertório aleatorizado, ou seja, todo mundo tem um repertório aleatorizado, tudo depende das combinações que foram anteriormente citadas. Isso eu chamo de rearranjo gênico. O rearranjo gênico é essa condição/constituinte de linfócitos T que cada um possui, é minha gama de possibilidades. Só os linfócitos B fazem reedição de receptor. No início da minha vida embrionária, todos meus antígenos próprios são apresentados a todos os candidatos a linfócitos efetores. DE NOVO: Tenho um antígeno próprio, e esses, na vida embrionária, antes de nascer, é apresentado para todos os candidatos a serem meus linfócitos efetores, meu exército de defesa. Quando chega o primeiro candidato do linfócito é apresentado a esse antígeno próprio, “linfócito Karen, esse é um antígeno próprio, isso é nosso, você nunca deve se ativar contra ele”, ou seja, ele recebe a mensagem para reconhecer mas nunca se ativar. Reconheça, faz parte de você, mas nunca se ative. Isso para o Bernardo, um antígeno próprio do Bernardo, é estranho para Karen, então, no dia que a Karen vê um antígeno próprio do Bernardo, ele gera como estranho, então deve dar cabo. Por isso o transplante falha, o que é próprio para seu órgão, é estranho para o outro. Dentro de mim não, o antígeno é apresentado antes de nascer “Ta vendo isso aqui? Faz parte da gente. Nunca atacar”, reconheço mas não ataco, essa é a TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA. A AUTOIMUNIDADE é a quebra da tolerância, reconheço e ataco. Ou seja, sei que é meu, mas sou muito agressivo, com isso, ataco inclusive o que é meu. A autoimunidade começou quando a Karen reconheceu antígeno próprio. A Karen fez um receptor, esse receptor reconheceu o antígeno, se fosse para ser tolerância “é próprio, já sei o que é”, mas nunca devo atacá-lo, entretanto, quando você reconhece e vê isso com muita vontade de ataca-lo, isso é autoimunidade. Esse linfócito precisa ser destruído. Se ele morre, morre com ele a autoimunidade. Para o linfócito T só tem essa possibilidade, morrer. 5% terminam o curso, já que 95% ou são muito agressores, e eles são potencialmente agressores, ou então eles são inertes. Linfócitos negligente são deletados, linfócitos potencialmente agressores são deletados. Só fica o meio termo. O Treg é o “testemunha do linfócito”. Suponhamos que temos um potencial agressor, quando ele reconhece o antígeno próprio ele deve se ativar e matar todo mundo que expressa esse antígeno, só que esse antígeno é próprio, e sua sentença por ser um linfócito auto-agressor deveria ser de morrer. Entretanto, existe um outro caminho, você pode se transformar em um Treg, e anunciar a palavra do Treg, ou seja, você vai contar sua história de que você era um agressor, e não é mais, e vai convencer todos os outros agressores a não serem mais agressores como você foi um dia. O Treg “diz”, “po cara, não é assim, eu já reconheci antígeno próprio demais, o certo seria eu estar morto, mas eu estou aqui, domingo de manhã, te mostrando a palavra do Treg, seu destino é a morte, mas você tem escolha, sua escolha é de ser umatestemunha do Treg, é melhor isso que morrer.” Portanto, o Treg convence os agressores a não serem mais agressores, ele convence com citocina, TGFBeta. Esse papo é para linfócito T, que vira Treg. O linfócito B vira Breg, esse faz a mesma coisa, só que é para anticorpo de outras naturezas. O linfócito T só vira Treg com antígeno proteico, visto que é a única coisa que ele reconhece. Entretanto, dá para ser autoimune de outras naturezas, essas outras moléculas, para convencer da não 7 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY autoimunidade, uso o Breg, e faço a mesma coisa do Treg. Entretanto, antes de ser Breg dá para passar pela reedição do receptor, na prática é o seguinte, tenho antígeno próprio, formo receptor, se esse receptor aqui reconhece antígeno próprio com muita vontade, ainda existe uma chance para ele. “Solta isso, faz um receptor novo aí”, pronto, “reconhece o antígeno agora”, menos forte do que era, então ele pode continuar. NOVAMENTE: Estou com o antígeno próprio, primeiro receptor interage com muita força, e muita força não é bom, já que significa que será um potencial agressor, então não quero esse tipo de receptor, então vou dar uma chance, reedição do receptor, troca o receptor, faz um receptor mais tranquilo, fez um receptor que responde menos a antígeno próprio, então está salvo. Se mesmo através da reedição continuar respondendo com muita intensidade ao antígeno próprio, você terá uma escolha, ou vai ser Breg ou vai ser morto. Assim funciona a autoimunidade. Depois que eu fiz receptores antes mesmo de ver antígenos, aí vem o contato, tudo isso que aconteceu foi antes do antígeno, eu faço meu repertório antes do desafio. DE NOVO: (*importante) Toda formação de receptor, esse papo de imunidade ou autoimunidade é antes do desafio. Os meus receptores existem antes do desafio antigênico. Todo meu repertório pré-existe a um encontro com antígeno. Tenho receptor para Pneumococco antes de conhecer Pneumococco. Tenho receptor para proteína do leite antes de reconhecer a proteína do leite. O meu repertório pré- existe a um encontro, a um desafio, portanto, tudo isso pré- existe a minha existência. Agora que eu já tenho os receptores pós-formados, eu encontro os antígenos de verdade. Quando eu encontro os antígenos de verdade, irã acontecer duas coisas, (1) HIPERMUTAÇÃO SOMÁTICA e (2) MATURAÇÃO DA AFINIDADE. Hipermutação somática é seguinte, o primeiro anticorpo que todo linfócito T responde é o IgM, obrigatoriamente. Todo primeiro anticorpo na vida de uma pessoa começa com uma IgM. Depois tem que trocar para IgG, IgE e IgA (IgD não porque só participa do reconhecimento). NOVAMENTE: Todos eles começam através de uma IgM. Todo primeiro anticorpo de um indivíduo é uma IgM. Uma vez reconhecido o antígeno pela formação da IgM, depois que a IgM foi formada, ocorre a chamada troca de isotipos, ou troca de classes, essa se dá já que cada anticorpo pertence a uma classe, cada classe desempenha uma função específica sobre determinado aspecto. Por exemplo, IgE está presente em maior abundância nos Eosinófilos, Mastócitos e Basófilos, porque a IgE participa das respostas alérgicas e helmínticas. Se isso não é mentira, se a IgE é o melhor anticorpo para atuar em respostas alérgicas e em respostas parasitárias helmínticas, por que faço primeiro IgM? Para garantir a associação com o anticorpo. Faço IgM para garantir a interação com o antígeno. Depois que esse anticorpo se liga ao antígeno, o primeiro sendo uma IgM, a IgM deixa de existir e então eu passo a fazer uma IgG. Ela deixa de existir e eu passo a fazer uma IgA. Ela deixa de existir e eu passo a fazer uma IgE, além da minha IgM que já existia. Ou seja, ou que aconteceu aqui da minha IgM para as demais classes foi a troca das funções, aquilo que era IgM inicialmente agora passa a ser uma IgG, trocou o tipo do anticorpo sem perder associação com ele. NOVAMENTE: O que aconteceria se eu tivesse que fazer uma IgG para um mesmo antígeno que a IgM já viu? O primeiro anticorpo é sempre uma IgM, sempre, já que é obrigatório que a primeira cadeia seja sempre uma cadeia de IgM. Se eu tivesse que substituir essa IgM por uma IgG, IgA, IgE tendo que encontrar novamente o antígeno, seria completamente aleatório ver esse antígeno novamente. Para eu fazer uma IgG a partir desse antígeno, eu teria que fazer um VDJ (? não entendi direito 25:15) totalmente igual, no momento certo. Para eu não perder essa associação já bem feita, ao invés de trocar essa região que varia, devo trocar apenas a região de baixo, a que dá função, IgM dá origem a IgG, IgM dá origem a IgE, IgM da origem a IgA. O nome disso é “Troca de Classes”, as trocas de classes garantem para mim que para um mesmo antígeno, eu tenha várias formas distintas de atuar. Para um mesmo antígeno eu tenho IgM, IgG, IgE, IgA, ou seja, para um mesmo antígeno eu cobri toda a minha resposta humoral. IgG corresponde a 75% dos meus anticorpos plasmáticos, se esse antígeno entrar pela via parenteral, tenho IgG para me proteger. Ou seja, tenho todo um repertório humoral para o mesmo antígeno. Isso só acontece quando eu encontro antígeno, essa é a chamada “Troca de Classes”. Maturação da afinidade é simples. Nessa formação, muitas IgM foram construídas que são parecidas que pegam antígenos, entretanto, irá se ligar ao antígeno aquela que tiver a maior afinidade. DE NOVO: Tenho uma célula que produziu uma IgM para um determinado antígeno. Muitas outras células passaram bem próximas desse antígeno, então, também produziram IgM parecidas. Todas essas IgM com suas células vão para uma “selva Darwiniana”, ou seja, um mesmo antígeno será disputado por várias células produtoras de IgM parecidas, mas não iguais. NOVAMENTE: Na hora que eu construí ali os meus repertórios eu fiz várias células com IgM parecidas para o mesmo antígeno, só não sendo igual. Ou seja, jogo agora antígeno na natureza e todas aquelas células respondem para esse antígeno, só que algumas respondem melhor, as que tem mais afinidade interagem com ele melhor. Quem tem mais afinidade pega mais antígenos e os demais irão morrer. Quando você morre, sobra o mais forte, o qual irá fazer intensa mitose, já que agora eu preciso fazer um exército de células que saiba reconhecer esse antígeno, nessas mitoses, pode ter variações genéticas entre as células, nessas variações, a sua subpopulação pode ter mais ou menos afinidade pelo antígeno, e os que tem mais afinidade, se agarram a esse antígeno melhor, e os que tem menos afinidade morrem, sobrando uma subpopulação para esse antígeno e assim sucessivamente. O grau de afinidade vai aumentando. Por isso, quanto mais vezes eu sou exposto a um antígeno, mais os linfócitos se tornam efetores. Por isso tomamos vacina, porque a vacina serve para te apresentar o antígeno antes do encontro real, porque antes do encontro rela tem-se a oportunidade de escolher suas melhores células/subpopulações, e a cada novo encontro, melhores células são selecionadas, os mais adaptados permanecem. A cada novo encontro melhores células são 8 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY construídas. A cada novo reforço, mais células afins são construídas, e ao final só sobram células que são muito eficazes na resposta. Por isso, no início da vida a criança faz muito resfriado, mas a medida que essa criança vai ficando mais forte, ela vai selecionando só os linfócitos que são melhores respondedores. Até que em uma mesma gripe, um mesmo resfriado que acometia a criança na primeira infância, na vida adulta não tem resposta, e a criança passa a ser imune. EXPLICAÇÃO DA IMAGEM: Liberação do anticorpo, troca da classe, ou seja, trocar de IgM para IgG, IgE e IgA, e ter um repertório de respostas melhor e variado. Maturação da afinidade, ou seja, transformar células cada vez mais afins do seu antígeno, quanto mais afim ela é, mais efetora ela se torna. Células de memória foram compreendidas na semana anterior,essas são o estoque de células para cada novo encontro. Essas células de Memória que participam da maturação da afinidade, cada célula de memória que encontra o antígeno mais uma vez, escolhe uma subpopulação mais afim, a cada novo encontro mais células de memória são formadas com maturação de afinidade mais afim. Por isso, ficamos imunologicamente mais fortes ao longo do tempo. VIAS DE ATIVAÇÃO DOS LINFÓCITOS B Os linfócitos B podem ser ativados por duas vias diferentes, uma que não depende do T, e outra que depende do T. NOVAMENTE: Vias de ativação dos linfócitos B são duas principais, as que dependem do linfócito T e as que não dependem do linfócito T. Na prática, é bem simples, o linfócito T só reconhece antígenos proteicos, o linfócito B é uma APC, quando ele é uma APC e apresenta antígenos proteicos para o linfócito T, esse linfócito T tem chance de se ativar, quando o faz, ele manda o estímulo para o linfócito B produzir os seus efeitos, isso é ativação T dependente. NOVAMENTE: Eu tenho um antígeno de natureza proteica, linfócitos T veem na presença de antígenos de natureza proteica, se eles veem proteínas, o linfócito B, atuando como uma APC processa o antígeno e apresenta ao linfócito, esse linfócito reconhece o antígeno e então manda a ativação para o linfócito B, devolve a ativação, como a Juliana explicou, já que determinado fenótipo de antígeno responde com determinada citocina, e, com isso, faz-se a troca de isotipos, dependendo da secreção de citocinas, a melhor classe é escolhida. Por exemplo, quando a citocina que sai do linfócito T é IL-4 a troca de isotipos de M vai para E. Quando a citocina que sai do linfócito T é IL-4, o melhor anticorpo que é produzido trata-se de IgE. Caso o linfócito B se encontre com um linfócito TH1, o perfil de secreção do TH1 é Interferon e TNF, quando ele produz predominantemente Interferon e TNF a troca de isotipos é IgG. Se o linfócito B atuou como uma APC para o TH1, a resposta que esse TH1 devolve para o linfócito é secreção de Interferon e TNF, com isso, o que era IgM passa a virar IgG. Caso esse linfócito B atue como APC para TH2, esse devolve secretando IL-4 e IL-5, com isso, faz a troca de IgM para IgE. Está ocorrendo a participação do linfócito CD4, com isso, essa resposta é do tipo T dependente, portanto, devemos lembrar da primeira coisa que aprendemos, existe troca de classes, precisa haver troca de classes. Segunda coisa que aparece, formação de células de memória, de linfócitos B. Quando a resposta tem participação de B, eu tenho células de memória, quando a resposta não tem a participação de CD4, não tenho células de memória, e isso depende da natureza do antígeno. Se o antígeno é proteico, o linfócito T participa. Se o antígeno não é proteico, o linfócito T não participa. SE O ANTÍGENO É PROTEICO, O LINFÓCITO T PARTICIPA SE O ANTÍGENO NÃO É PROTEICO, O LINFÓCITO T NÃO PARTICIPA. Na ativação não dependente do T, o que ativa o linfócito B é o próprio antígeno de superfície, só que tem uma regra, para o antígeno ativar sem a participação de CD4, esse antígeno tem que ter MUITOS COMPONENTES NA SUPERFÍCIE e NÃO PODE VARIAR, tem que ser antígeno monótono. Por exemplo, LPS é um lipopolissacarídeo, esse, não tem proteína, tem muito lipídeo e muito açúcar, mas não tem proteína. Se o lipopolissacarídeo não tem proteína, não da para ativar linfócito T, já que ele só reconhece natureza proteica. Para não perder a resposta para LPS, eu vou pensar da seguinte maneira, o LPS é uma molécula que está em abundância na bactéria GRAM-, toda membrana externa da GRAM- está repleta de LPS, com isso, muitos LPS interagem juntos de uma única só vez. Quando isso acontece, leva um estímulo para o linfócito se ativar. REPETINDO: Na parede celular, na membrana externa da bactéria GRAM-, está cheio de molécula de LPS, esse não é 9 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY proteico, portanto, não terá ativação, processamento, MHC de classe I, MHC de classe II, etc, o que tem é lipídeo e açúcar em muita abundância. Para ele ativar o linfócito B o que precisa acontecer é que vários LPS de uma vez só cruzem vários receptores de uma vez só, ativando-os T independentemente. Se essa ativação é T independente, vários estímulos de uma única só vez estimulam os linfócitos, e então esses respondem com mitose, só que, em compensação, ela não tem memória, ou seja, ela não vai guardar subpopulação para um possível segundo encontro. Além disso, é CD4 que estimula a troca de isotipo, se não o teve, o anticorpo a ser produzido é exclusivamente IgM, já que esse é sempre o primeiro anticorpo, só troca de IgM para outras classes se o T participa, se o T não participou, é obrigatoriamente sempre a mesma classe de anticorpos, IgM, sem memória. Todo encontro com LPS é como se fosse a primeira vez. Açucares, lipídios, são todos antígenos monótonos. Aprendemos na primeira aula de imunologia que LPS é um PAMP, e esses não sofrem alterações, já que se um PAMP sofrer alteração, implica diretamente na viabilidade do patógeno, se o PAMP sofrer alteração ele deixa de ser PAMP e a bactéria deixa de existir. LPS é um PAMP, e esse não varia, portanto, trata-se de um antígeno monótono com pouca ou nenhuma variação. A importância disse é que eles interagem com receptores sem variação também, portanto, 5 moléculas de LPS conseguem ativar o linfócito independente do linfócito T, e o resultado disso é liberação de anticorpo, sendo, nesse caso, sempre um IgM. O anticorpo é sempre uma IgM, e não tem memória para isso. TUBERCULOSE A tuberculose é produzida pelo Mycobacterium tuberculosis, esse, tem uma parede celular de ácido micólico, aquele ácido micólico não tem componente proteico, é formado basicamente por lipídio complexo e carboidrato, a resposta para Mycobacterium desenvolve então IgM. A resposta para bactérias do tipo tuberculosis tem bem mais o tipo de resposta T-independente. QUANTIDADE X QUALIDADE Você tem 100x mais células T independentes, sem memória. A explicação disso é ganhar na quantidade, já que eu não ganho na qualidade. Eu faço 100x mais células que não respondem a variação do que células que respondem, essas células ficam nos epitélios, nas regiões de entrada, principalmente, porque elas não vão ao linfonodo.
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