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AULA 11- IMUNO (Yuri)

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DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
 
Na aula de desenvolvimento de Linfócitos T aprendemos 
como os antígenos, ou como o SI lança mão de artifícios para 
escolher fenótipos específicos de Linfócitos T que vão 
produzir melhor resposta frente um desafio imunologico. Na 
prática é o seguinte, caso eu esteja sendo desafiado por uma 
bactéria extracelular eu lanço mão de um repertório de 
Linfócitos T que responde melhor imunologicamente frente 
um desafio de bactéria extracelular. Isso acontece para vírus 
e outros processos que não infecciosos. Hoje, veremos a 
segunda metade dessa ativação, que envolve os Linfócitos B. 
O objetivo da aula é: 
→ Ver como os Linfócitos B são desenvolvidos, todos 
os seus estágios de amadurecimento. 
→ Saber identificar as fases de diferenciação, 
ativação, e veremos qual a função exercida ao final 
desse processo. 
CAP. 7- ABBAS TRADICIONAL 
LINFÓCITOS B 
Os Linfócitos B, expressam receptores na superfície celular 
que desempenham funções de ativação e reconhecimento 
dessas células. 
RECAPTULANDO: O Linfócito B, tal qual o Linfócito T, 
expressam uma série de receptores na sua superfície, na 
membrana plasmática, tal quais vão corroborar com os 
seguintes aspectos, alguns desses receptores estão 
relacionados ao reconhecimento de antígenos, ou 
reconhecimento de desafios, outros estão relacionados a 
uma ativação, apesar de não reconhecerem. O principal 
receptor de reconhecimento do Linfócito T é o receptor da 
célula B, conhecido como BCR, muito similar ao receptor da 
célula T, o TCR. Esse receptor, BCR ou TCR, são os principais 
receptores de reconhecimento da molécula, ou 
reconhecimento do estímulo/desafio imunológico, esses, 
tem em comum serem altamente variados na capacidade de 
reconhecimento, o que na prática significa que cada 
Linfócito T expressa um receptor com a capacidade de 
interagir com um antígeno distinto na natureza. 
 
 
 
 
 
NOVAMENTE: Um receptor de célula B ou T é um receptor 
de superfície celular cuja função é o reconhecimento 
antigênico. Há 2 semanas atrás estávamos falando de 
apresentação e processamento, a célula apresentadora de 
antígenos teve o trabalho de reconhecer o patógeno, nos 
portões de entrada do organismo, bem como processar e 
apresentar, o papel dos linfócitos agora é reconhecer esses 
antígenos expressos. O receptor responsável pelo 
reconhecimento dos antígenos expressos é o BCR e o TCR, 
cada um para suas células específicas. O TCR só reconhece 
antígenos de natureza proteica, ou seja, precisam ser 
pequenos fragmentos antigênicos peptídicos, ou seja, 
precisa ser uma sequência linear de aminoácidos. 
Lembrando que ele não reconhece aminoácidos, e sim o 
resíduo deixado pelo aminoácido. Aprendemos na 
bioquímica que todos os aminoácidos tem radicais são esses 
radicais reconhecidos pelo TCR. Os BCR, além de reconhecer 
antígenos de natureza proteica, eles também têm a 
propriedade de reconhecer qualquer natureza molecular, 
ele é capaz de reconhecer antígenos lipídicos, glicídicos, 
materiais genéticos, e ainda natureza proteica, ou seja, 
qualquer natureza molecular é facilmente reconhecida pelo 
linfócito B. O linfócito B reconhece as proteínas, as naturezas 
mais apresentadas na resposta imunológica, sob 2 aspectos, 
(1) sequência linear de aminoácidos, mas, prioritariamente, 
(2) na sua estrutura in natura, ou seja, tridimensional. 
MAIS UMA VEZ: Diferente do linfócito T que não tem 
receptor capaz de reconhecer um antígeno 
conformacional/tridimensional/in natura. O linfócito B 
pode reconhecer a sequência linear de aminoácidos, mas ele 
é muito mais eficaz no reconhecimento tridimensional. 
Apenas os linfócitos B conseguem interagir diretamente na 
estrutura 3D de uma proteína e sofrer processos de ativação 
mediante esse reconhecimento. Na prática, significa que 
uma proteína desnaturada pode não ser reconhecida por um 
Linfócito B, porque a proteína desnaturada perdeu sua 
estrutura tridimensional, embora ele possa expressar 
capacidade ainda de ver os aminoácidos em sequência, coisa 
que os linfócitos T não possuem essa dificuldade, 
reconhecendo apenas a sequência linear. 
LINFÓCITO T- RECONHECE APENAS NATUREZA PROTEICA 
LINFÓCITO B- RECONHECE QUALQUER NATUREZA 
(*ponto importante que precisamos guardar) Foi dito agora 
pouco que os Linfócitos B e T expressam uma gama de 
receptores diferentes, alguns desses receptores estão 
correlacionados ao reconhecimento antigênico, o maior 
exemplo desses é o receptor das células T/B. Esses 
receptores B e T, BCR e TCR carecem de regiões de ativação 
intracelular. 
REPETINDO: Os receptores que estão relacionados ao 
reconhecimento antigênico propriamente dito carecem de 
regiões do próprio receptor que fornecem sinais de ativação 
interna. 
NOVAMENTE: Os receptores que se encarregam do 
reconhecimento antigênico carecem, ou seja, não 
expressam regiões na sua cauda citoplasmática onde se 
DISCIPLINA IMUNOLOGIA 
 AULA 11- LINFÓCITOS B 
PROFESSOR YURI LYRA 
 
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DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
inserem na membrana que não podem ativar ou enviar sinais 
internos às células. Isso na prática significa que o receptor 
que reconhece não é o receptor que ativa. Se ele reconhece 
mas não ativa, é necessário que outras moléculas associadas 
a ele consigam estabelecer essa função com essa finalidade. 
Por isso, todo receptor de célula T e B não é único, na 
verdade ele forma um complexo, e eu não chamo de 
“receptor de célula T/B” eu chamo de “complexo TCR ou 
complexo BCR”, e então eles são similares em alguns 
aspectos. 
MAIS UMA VEZ PARA ENTENDERMOS PORQUE TEM 
APLICAÇÃO PRÁTICA: O mesmo receptor que reconhece o 
antígeno não tem capacidade de por si só enviar os sinais 
internos do reconhecimento, o que significa que ele se liga 
ao antígeno, mas ele sozinho é incapaz de enviar um sinal 
interno para a célula para que ela possa se mobilizar frente 
reconhecimento/desafio. Portanto, é necessário que 
associado a esses receptores de reconhecimento, exista um 
conjunto de moléculas de co-estimulação ou de sinalização 
intracelular. Essas moléculas associada aos receptores 
formam o chamado complexo BCR, se estuvermos falando 
de Linfócito B, ou TCR, se estivermos falando de Linfócito T. 
O complexo TCR é conformado pelos seguintes conjuntos de 
moléculas, o receptor propriamente dito, a molécula CD3 e 
uma molécula conhecida como Zeta. 
NOVAMENTE: Essas moléculas associadas aos receptores 
formam os chamados complexos BCR ou TCR. O Complexo 
TCR, se estivermos falando do Linfócito T, é conformado 
pelos seguintes conjuntos de moléculas, o receptor 
propriamente dito, a molécula CD3, e uma molécula 
conhecida como Zeta. 
DE NOVO: O tal do complexo TCR é muito similar ao BCR, tem 
aspectos que são diferentes, mas eles trabalham de uma 
forma similar. Ele é formado por um receptor altamente 
variado, ou seja, cada célula expressa seu próprio receptor 
que interage com seu antígeno específico. Um receptor de 
célula altamente variado que nesse caso só reconhece 
natureza proteica, associado a ele, existe um par de 
moléculas conhecida como CD3, esse complexo, ou esse par 
de moléculas chamada CD3 juntamente com a Zeta que 
também é um par, são as moléculas que enviam sinais 
internos. A medida que o TCR reconhece os antígenos, ao 
lado dele, 2 pares de moléculas CD3 e Zeta participam do 
reconhecimento indireto, porque a molécula sofre uma 
mudança conformacional, e ativa as moléculas laterais. Essas 
moléculas laterais, o CD3 e o Zeta enviam sinais internos às 
células, são esses sinais internos às células que a Juliana 
explicou na aula anterior, os tais fatores de transcrição 
nuclear. 
PERGUNTA: DE ONDE SAÍRAM OS FATORES DE 
TRANSCRIÇÃO NUCLEAR? 
São mobilizados quando CD3 e Zeta sofrem 
ativação. 
E então, cada fator de transcrição nuclear mobiliza um 
Linfócito T para dizer “Você deve ser um TCD4 liberador de 
IL-17”. 
O que importa é que existe um receptor que reconhece 
antígeno, e existem moléculas colaterais a ele que enviam 
sinaisinternos. Existe um receptor que reconhece antígenos, 
e existem moléculas colaterais que enviam sinais internos. 
Esses sinais quando ativados, mobilizam a célula a 
desempenhar suas funções. 
ATUAÇÃO DE IMUNOSSUPRESSORES- 
“CICLOSPORINA” 
Os imunossupressores, como a Ciclosporina, não poderiam 
atuar no reconhecimento antigênico, já que são muitos sítios 
de reconhecimento antigênico, então, eles atuam inibindo 
os sinais internos, já que não importa a 
quantidade/disponibilidade de antígenos ativadores, se os 
sinais internos não forem transduzidos, essa célula não se 
mobiliza, e, portanto, não exerce seus efeitos. 
 
IMPEDE OS SINAIS DE TRANSDUÇÃO INTERNOS DA 
CÉLULA, TODO IMUNOSSUPRESSOR EM MAIOR OU 
MENOS GRAU INTERFERE NESSA AÇÃO DE ENVIO DOS 
SINAIS INTERNOS 
 
Agora, retornando na primeira frase da aula, os Linfócitos T 
e B exibem na superfície celular uma série de receptores 
distintos, alguns estão voltados exclusivamente para o 
reconhecimento, são eles os responsáveis por interagir com 
receptores distintos, alguns estão voltados exclusivamente 
para o reconhecimento, são eles os responsáveis por 
interagir com antígenos distintos, dispostos ou presentes na 
natureza, por isso, esses receptores são altamente variados. 
Na prática, cada Linfócito T expressa seu receptor de 
reconhecimento antigênico específico (*diz o Yuri que isso é 
mentira mas que é pra gente fingir que é verdade). Se 
existisse um receptor para cada antígeno na natureza, 
deveria existir em mim um repertório trilhardário de 
linfócitos, um para cada natureza antigênica, na verdade, um 
mesmo receptor reconhece antígenos correlacionados. 
REAÇÃO CRUZADA 
Se tivermos Dengue, somos parcialmente protegidos para 
Febre Amarela. Se fazemos anticorpos para o dengue, somos 
parcialmente protegidos para a Febre Amarela, visto que, 
Dengue e Febre Amarela tem a mesma família viral, ambos 
são Flavivírus. Eles são tão próximos que o mesmo vetor 
animal transmite a mesma doença, o mesmo Aedes 
transmite Febre Amarela, e transmite Dengue. Isso não é por 
sorte, é evolução. A evolução aproximou esses vírus, então, 
meu SI arrumou uma maneira de pegar os dois de uma 
maneira relativamente associada. Quem é protegido para o 
dengue, é parcialmente protegido para Febre Amarela. Essa 
é a razão para tomarmos BCG, ele não protege contra 
Mycobacterium tuberculosis, ele protege para 
Mycobacterium bovis, o Mycobacterium bovis não causa 
doença em humanos, mas quando você toma a vacina do 
BCG você cria imunidade parcial para o Mycobacterium 
tuberculosis. Tomo vacina para um antígeno e me protejo 
para o outro porque o mesmo receptor consegue 
reconhecer antígenos que são próximos. Obviamente, não é 
necessário dizer que quando você toma o BCG você está 
parcialmente imunizado para Hanseníase, entretanto, não 
existe uma resposta muito grande para Hanseníase já que a 
resposta para um é celular e para a outra é humoral. 
 
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DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
OBSERVAÇÕES 
PERGUNTA: QUEM TEM IMUNODEFICIÊNCIA FAZ PREGA 
VACINAL OU NÃO? 
Faz, visto que, a vacina é dada por microrganismo vivo, 
portanto, quando faço BCG em imunodeficiente, coloco a 
doença nele. O paciente é imunodeficiente, então, ele não 
combate o microrganismo que eu inoculei, ele faz uma 
reação inflamatória chamada de BCGite, ao invés de não ter 
prega ele faz uma prega muito grande, o que significa que o 
cara está fazendo a doença da BCG. Portanto, é ao contrário. 
PERGUNTA: QUEM TEM IMUNODEFICIÊNCIA FAZ REAÇÃO 
AO PPD? 
Não, já que quem tem imunodeficiência não tem resposta 
celular, e, dessa forma, o PPD dá 0. 
LER O ARTIGO CITADO PELA ALINE SOBRE IMUNOLOGIA DA 
HANSENÍASE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 
→ COMENTÁRIOS DO YURI APÓS PERGUNTA DA ALINE: 
Existem pessoas que vão responder melhor 
celularmente e outras humoralmente, e isso determina 
crucialmente na evolução da doença. 
→ QUEM RESPONDE CELULARMENTE TEM QUAL 
FENÓTIPO DE LINFÓCITO T PREFERENCIAL TH1 OU 
TH2? (*mandou procurarmos, porque isso vai 
determinar a evolução da doença, já que quem é X 
controla a doença melhor porque a doença é X, quem é 
humoralmente respondedor vai atuar mal na resposta 
porque o patógeno é ___ ). 
RETOMANDO AO ASSUNTO INICIAL 
Receptores de célula T, alguns estão responsáveis por 
reconhecer antígenos, outros estão responsáveis por ativar 
as células. B-7.1/2 está implicado no SI na co-estimulação do 
segundo sinal. O primeiro sinal advém do receptor da célula 
T ou B propriamente dito, o segundo sinal é oferecido pelo 
B-7.1/2, e esse é expresso por linfócitos B já que esses fazem 
parte do grupo de Células Apresentadoras de Antígenos, 
sendo assim, precisam expressar esses receptores já que 
esses encontram seu ligante CD-28, e CD28+B-7.1/2 
fornecem o segundo sinal, corroborando para o primeiro e 
levando às vias de ativação do linfócito. 
OBS: O nosso SI é tão ruim em combater câncer 
porque no momento do segundo sinal antígenos 
próprios não estimulam B-7.1/2 eles estimulam os 
outros ligantes que são inibitórios e não 
estimuladores (*mandou anotar), como o CTLA-4 e 
PD-1. Esses dois são ligantes inibitórios, enquanto 
CD-28 é um ligante estimulador. 
OBS: A Amanda mandou uma dúvida sobre uma 
proposta para o tratamento tumoral ser bloquear 
CTLA-4 e PD-1 e estimular B-7.1/2, isso está correto 
já que esse bloqueio fala a favor da resposta, visto 
que, inibir a inibição é estimular. Inibir a inibição é 
favorecer a estimulação. Portanto, se eu inibo a 
inibição e aumento a estimulação, ainda que o 
antígeno seja próprio, eu estou falando a favor da 
resposta, portanto, essa é uma terapia utilizada em 
ensaios clínicos para tratamento de tumores. 
OBS: O receptor CD-20 é específico para Linfócitos 
B, por via de regra, do 19 ao 25 são todos 
marcadores de B. O CD-20 é um receptor exclusivo 
para uma droga de tratamento de Leucemia: 
Retuximab. Esse é usado no tratamento de 
Leucemia, de Mieloma Multiplo, Mieloma Multiplo 
é uma Leucemia de Linfócitos B, para eu destruir o 
meu Linfócito B tumoral. 
RECAPTULANDO: O Mieloma Multiplo é um tumor 
de célula B, e esse está fazendo muito anticorpo, e 
eu não quero isso, eu quero que essa célula seja 
exterminada, isso pode ser feito ao produzir um 
anticorpo que atue exclusivamente em um receptor 
exclusivo de Linfócito B, esse anticorpo que atua 
exclusivamente no receptor de Linfócito B nós 
chamamos de anticorpo monoclonal. Mono 
significa um, clonal significa clone, portanto, esse 
trata-se de “um único clone”, ou seja, só tem uma 
especificidade, a que foi criada em laboratório, eu 
direciono o anticorpo monoclonal para interagir 
especificamente com esse receptor, o receptor CD-
20, o qual é exclusivo de Linfócito B, e o Mieloma, é 
um tumor de Linfócito B, assim vou mandar só 
Linfócitos B, mas não mato Linfócitos T. Portanto, 
Retuximab é um anticorpo monoclonal com ação 
terapêutica. As células saudáveis podem morrer 
junto, mas é melhor eu acabar com todas as células 
desse indivíduo do que não fazer nada e esperar o 
tumor se alastrar. Afinal de contas, esse paciente é 
leucêmico, e, nesse caso, ou você trata, ou você 
morre. Não dá para viver com Leucemia. Portanto, 
é melhor exterminar todas as células, inclusive as 
células saudáveis. 
IMUNOFENOTIPAGEM- MARCAÇÃO DE CÉLULA 
TUMORAL 
CD-19 e CD-21 são receptores exclusivamente do Linfócito B, 
portanto, são marcadores de célula, se eu quero determinar 
se uma Leucemia é do tipo B ou T, é só usar um alvo 
específico de cada um. Por exemplo, o CB-3 é um marcador 
que só existe em linfócito T, nenhum outro linfócito que não 
seja T expressa CD-3, se eu marcar essa célula como alvo, eu 
marco todos os linfócitos T, esse marcador é chamado de 
PAM T, pega todos os T, a vantagem desse é que, se eu tiver 
que diferenciar uma leucemia do tipo T e uma do tipo B, uso 
um marcador só para T, ao invés de um marcador só para B. 
Tem diferença já que tem Leucemia para T que é pior no 
jovem, e tem Leucemia para T que é pior no adulto, tem 
Leucemiade B que é melhor no jovem, tem Leucemia de B 
 
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DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
que é pior no adulto. Como eu tenho que saber qual o tipo 
de Leucemia para saber o prognóstico da doença, preciso 
marcar qual é a célula tumoral, e, para isso, uso alvo 
exclusivo. 
Um exemplo disso é LLA do tipo B que tem prognóstico 
melhor no adulto, e, pior na criança. Podemos oferecer esse 
prognóstico apenas se marcarmos, o nome disso é 
imunofenotipagem, marcação e determinação da 
população. Sabemos que um linfócito é CDB e o outro CD4 já 
que um expressa CD8 e outro CD4. Quem é CD4 não pode 
ser CD8, quem nasceu para CD8 jamais será CD4. 
FORMAÇÃO DE REPERTÓRIO LINFOCITÁRIO 
Yuri disse que precisamos ler o livro, mas os livros falham. Ao 
ler o livro, temos a ideia de que cada receptor de Linfócito T 
ou B interagem com antígeno específico, e já foi provado que 
não é assim, cade receptor pode interagir com 300 a 400 
antígenos diferentes, cada um deles. A pergunta é, como 
eles são construídos? 
NOVAMENTE: Se cada receptor interage com um antígeno 
na natureza, como eles são construídos? 
Bom, existe um hipótese, a Mendeliana, que afirma a 
existência de um gene para cada tipo de receptor na 
natureza. 
DE NOVO: Se lermos o livro seco, a ideia que teremos é de 
que para cada antígeno, temos um receptor diferente. 
Então, deveriamos ter uma célula para cada antígeno 
previsto na natureza. Já foi dito que não é assim, mas, se 
fosse, como esse receptor seria formado? 
Primeira hipótese é de Mendel, se seguirmos essa hipótese 
de Mendel, teriamos na cabeça que um gene faz cada um 
tipo de receptor, visto que, receptor é proteína. Existem 
milhares de antigenos na natureza, e no nosso corpo, a 
espécie humana tem cerca de 30 000 genes, sendo que esses 
30 000 genes não são todos da imunologia, alguns estão 
atuando na enzima da bioquímica, outro fazendo uma 
cadeia, etc. Ou seja, se eu só tenho 30 000 genes, e tenho 
um trilhão de antígenos, deve haver então, análise 
combinatória dos genes para formar receptores. 
O receptor da célula B é muito semelhante ao receptor da 
célula T. O receptor da célula B tem duas regiões, uma cadeia 
chamada de cadeia pesada e uma região chamada de cadeia 
leve. Todo receptor de célula T é formado por cadeias leves 
e cadeias pesadas, daí vem a noção do anticorpo ter esse 
formato. Cada região da bifurcação é dividida entre porções 
variáveis e porções não variáveis. Como eu tenho 2 cadeias, 
existem 2 porçõesvariáveis e 2 porções não variáveis. 
MAIS UMA VEZ: Tenho um receptor de célula B, esse 
receptor tem uma cadeia grande, a qual é chamada de 
cadeia pesada, que é pesada porque é grande, ou seja, pesa 
mais, e duas cadeias leves, são leves porque são menores, 
pesam menos. Cada bifurcação tem 2 segmentos, os que se 
ligam ao antígeno são chamados de região variável, os que 
não se ligam ao antígeno, são chamados de região não 
variável, ou constante. A região que se liga ao antígeno, 
obviamente, tem que ser variável, já que os antígenos não 
são iguais, portanto, regiões que se ligam aos antígenos tem 
que variar muito para que eu possa reconhecer muitos 
antígenos distintos. A região que não se liga ao antígeno não 
precisa variar tanto, visto que, não tem ligação a ninguém, 
portanto, é constante. Só varia entre as pessoas, porque as 
pessoas são diferentes, mas em termos dos antígenos, varia 
pouco. Essas regiões que variam sofrem recombinação 
genética. 
MAIS UMA VEZ: A região que varia é justamente aonde o 
antígeno se liga, sendo assim, dentro do meu genoma tem 
que ter genes que fazem essas regiões variarem. Esses genes 
variam da seguinte maneira, o nome disso é REPERTÓRIO 
IMUNOLÓGICO. Todo repertório imunológico é feito por 4 
segmentos, V, D, J e C. Toda região V, D, J e C se liga a um 
que é a constante. 
REPETINDO: Fazendo a cadeia pesada (a qual ainda vai pegar 
uma cadeia leve) eu preciso fazer um RNA mensageiro, esse 
é formado pegando um pedaço V, + um pedaço D, + um 
pedaço J, e uno tudo isso com um pedaço C. 
FALANDO DE NOVO: Como é feito um anticorpo? Cadeia 
pesada e cadeia leve. Cadeia pesada é feita com um 
pedacinho do gene V, um pedacinho do gene D, um 
pedacinho do gene J e tudo isso se soma com a região 
constante. Supondo números aleatórios, como V-47, D-22, J-
4 com a constante 3, tenho formada minha cadeia pesada. 
Agora, está faltando a cadeia leve, essa, só tem V e J, não 
tem D, mas é a mesma coisa. Supondo números aleatórios 
novamente, formo um anticorpo, que pode pegar por 
exemplo Strepto, esse pega a cápsula do Streptococco. As 
possibilidades de combinação são quase infinitas, o que 
corresponde a quase infinidade da presença de antígenos. 
Cada códon é formado por 3 bases nitrogenadas, isso é um 
freaming, se uma base nitrogenada pular, já não é mais o 
mesmo anticorpo, portanto, vão aumentando as 
possibilidades de anticorpos as quais são quase infinitas que 
bate com a inifinidade de antígenos. 
Um desses repertório, provavelmente, é para antigenos 
próprios, o que justifica a presença de doenças autoimunes. 
Isso quer dizer que você é doente autoimune mesmo sem 
ser doente autoimune, existe em você o poder de ser doente 
autoimune. Você é um potencial doente autoimune, mas 
pode não ser um real doente autoimune. 
 
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DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
(*NÃO ESTÁ NO LIVRO) Você formou seus anticorpos e suas 
células antes de reconhecer o antígeno, em você, existem 
todas as possibilidades, inclusive as que você nunca vai usar. 
Em você, existe a possibilidade de um Linfócito que responde 
a um antígeno que nunca vamos ver na vida. Ou seja, existe 
um Linfócito em mim que nunca será usado, porque eu 
nunca vou ver o antígeno que ele responde, mas pode ser 
que um dia eu o veja, e se isso acontecer, meu repertório já 
estará formado, portanto, pré-existe o desafio. Antes de 
você ser desafiado por Streptococco já existe linfócito 
respondedor. 
VACINA 
A VACINA é só a seleção. Muitos são os Linfócitos que temos 
para Streptococco, mas a vacina, por exemplo, a 23 valente, 
está dizendo o seguinte, esses são os 23 Linfócitos que você 
deveria conhecer de verdade. Dos 1 bilhão que você tem, 
esses são os 23 patogênicos que todo mundo deveria 
responder. Então, eu jogo dentro do seu corpo, quando eu o 
faço, quem sobrevive, segundo Darwin, é o mais adaptado, 
ou seja, somente os linfócitos que de alguma maneira 
reconhecem os 23 sorogrupos permanecem em mim, os 
outros 780 bilhões que não respondem aos 23 sorogrupos 
ou nunca vão vir ou serão simplesmente esquecidos. 
ALERGIA 
Uma pessoa é alérgica e depois deixa de ser porque aquela 
célula que respondia a alergia na infância não existe mais, e, 
se ela não existe mais, é porque nunca mais viu o antígeno 
para qual ela responde, e então agora está curado. Era 
alérgico quando criança e hoje não sou mais porque perdi 
meu repertório que era alérgico. Não era alérgico e hoje sou 
porque hoje o antígeno da alergia foi apresentado a mim, e 
a partir de agora eu sou alérgico. Você é alérgico a tudo, mas 
não é alérgico agora porque o antígeno que estimula o seu 
linfócito alérgico nunca te foi apresentado, mas no dia que 
ele for... 
DESENVOLVIMENTO DE LINFÓCITOS B 
Ser um Linfócito B é ser um aluno de medicina, todo mundo 
nasceu para sentar na nossa cadeira, mas nem todos podem 
sentar na nossa cadeira. Todo mundo pode fazer medicina 
se quiser, mas nem todos vão fazer. Todo mundo pode 
tentar ser linfócito, é só querer. 
Você no primeiro período é apenas uma célula na medula 
óssea com múltiplas possibilidades, aí você decide fazer 
medicina, e então precisa provar que pode ser um 
acadêmico de medicina, fazendo metade de um receptor. Se 
um linfócito quer ser um linfócito, ele precisa ter um 
receptor nele, um BCR ou TCR. Só que não será exigido que 
você faça um BCR ou TCR agora, antes disso, você tem que 
fazer a metade de um, se o fizer, você está no caminho certo, 
se você é incapaz de fazer metade de um, então você NÃO 
PODE SER UM LINFÓCITO.Isso é o que acontece nesse momento, o Timo e a Medula 
Óssea perguntam da seguinte forma para os Linfócitos “Você 
quer ser um Linfócito B?” “Quero” “Você quer ser um 
Linfócito T” “Quero”, já que o receptor precisa de 2 cadeias, 
faz então só a pesada para mim, precisa fazer tudo não. Aí 
ele vai, V, D, J e C. Se fez o V, D, J e C perfeito, pode continuar, 
você passou a ser imaturo. V, D, J e C fez a primeira metade 
da cadeia. Se você chora e não consegue fazer V, D, J e C, é 
porque você não nasceu para isso, então VAZA. Não dá para 
ter linfócito preguiçoso ou não respondedor, ou o linfócito 
veio para trabalhar, ou então ele NÃO SERVE. Se ele fizer 
metade da cadeia, é porque ele vai fazer o resto, se ele não 
fez metade da cadeia, é porque ele não vai terminar, 
portanto, esse linfócito precisa ir para apoptose, já que 
ninguém aqui vai ficar levando linfócito imaturo, ou melhor, 
eu não vou ficar carregando linfócito que não serve para 
nada. Chegando a fase do linfócito terminar a cadeia, ele 
termina e então forma a leve. Como ele já tinha a pesada e 
fez a leve, ele fez agora o receptor completo. Sendo assim, 
ele agora é um linfócito de verdade. Esse linfócito está 
formado, ele expressa um receptor de membrana que 
reconhece antígeno funcional, esse linfócito é imaturo, é 
virgem, os seus linfócitos ainda não viram o antígeno, mas 
ele tem um potencial, e é da medula óssea que ele sai, e 
agora vai para os Órgãos Linfoides Secundários, onde ele vai 
esperar passar seu antígeno, no dia que ele passar ele vai 
ativar e passa a ser um linfócito atuante. Se ele nunca for 
reconhecer o seu antígeno, ele fica inerte, ou, na maioria das 
vezes, ele morre. 
Estima-se que 5% de quem começa consegue terminar, os 
outros 95% morre. 100% tenta ser linfócito, e só 5% 
terminam, 5% de um trilhão é muita coisa. Portanto, um 
linfócito quando saiu da medula ele tem 48 horas para atuar, 
ou seja, 48hrs para aparecer o antígeno que ele responde e 
se tornar um linfócito efetivo do meu repertório. 100% sai, e 
5% sai vivo. É o bope da imunologia, entra 100 e sai 5%, 5% 
tem receptor, mas não viu o antígeno, então ele vai para rua, 
se em 48hrs ele não reconhecer o antígeno, ele sofre 
apoptose. 48hrs é muito pouco tempo, entretanto, isso é 
feito todos os dias. Todos os dias eu faço célula, e todos os 
dias eu perco célula. Quando éramos criança tínhamos 
linfócitos respondedores, e assim o eram porque tinham 
contato com antígeno direto, depois que amadureceu nunca 
mais respirou poeira, nunca mais comeu camarão, e, por 
isso, aquela célula que responderia a camarão morreu, e, 
depois disso, nunca mais apresentei camarão a nenhuma 
outra, para nunca mais ter alergia, e hoje eu estou curado. 
Quando ele forma a cadeia pesada, ele é chamado de célula 
Pré-B, quando ele termina de formar as duas cadeias, ele é 
 
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DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
chamado de Linfócito virgem, imaturo, e então sai para fazer 
seu trabalho. 
A primeira cadeia que é sempre formada é a pesada, a 
porção constante da cadeia pesada é sempre a porção que 
codifica para uma IgM. 
NOVAMENTE: A primeira cadeia é sempre a pesada, só que, 
essa cadeia pesada, obrigatoriamente, é sempre 
inicialmente uma IgM, ela sempre codifica para uma IgM. A 
primeira cadeia pesada de um linfócito B é uma IgM, 
OBRIGATORIAMENTE. A primeira cadeia pesada de todo 
anticorpo é sempre uma IgM, esse, marca fase aguda, por 
isso, é feito sempre IgM antes de IgG. Cadeia IgM é sempre 
a primeira a ser inserida, portanto, todo anticorpo primário 
é sempre um anticorpo da classe M, depois ele troca. 
 
A PRIMEIRA CADEIA PESADA DE UM LINFÓCITO B É 
UMA IgM 
O que está faltando falar a respeito do desenvolvimento de 
linfócitos B que ainda não foi falado, é que, existem 2 
características que o linfócito B faz que o linfócito T não faz. 
Na verdade, são 3, (1) o receptor do linfócito B, uma vez 
ativado, pode ser secretado para fora da célula, e ele se 
transforma em um anticorpo solúvel. Uma vez esse receptor 
tendo reconhecido o antígeno específico para o qual ele 
atua, e tendo promovido a ativação do linfócito B, o receptor 
passa a ser secretado, a ser expulso da membrana e isso se 
chama anticorpo solúvel. Daí vem nosso anticorpo, o 
anticorpo é esse receptor, só que é esse receptor sendo 
liberado da célula, “solúvel”. O TCR, naturalmente, não é 
solúvel, ele fica sempre preso na superfície do linfócito, 
então, a primeira diferença é essa. Os receptores do linfócito 
B são secretados na sua forma solúvel, e darão origem aos 
nossos anticorpos. O receptor da célula T fica preso na 
membrana plasmática para sempre. (2) O rearranjo gênico 
dos receptores é o que forma meu repertório linfocitário. 
Devemos pensar em uma estante grande, onde cada 
linfócito ocupa uma posição na estante. O repertório é a 
quantidade de linfócitos que você coloca na estante ao longo 
da vida. Devemos entender que todos temos um repertório 
aleatorizado, ou seja, todo mundo tem um repertório 
aleatorizado, tudo depende das combinações que foram 
anteriormente citadas. Isso eu chamo de rearranjo gênico. O 
rearranjo gênico é essa condição/constituinte de linfócitos T 
que cada um possui, é minha gama de possibilidades. Só os 
linfócitos B fazem reedição de receptor. No início da minha 
vida embrionária, todos meus antígenos próprios são 
apresentados a todos os candidatos a linfócitos efetores. 
DE NOVO: Tenho um antígeno próprio, e esses, na vida 
embrionária, antes de nascer, é apresentado para todos os 
candidatos a serem meus linfócitos efetores, meu exército 
de defesa. Quando chega o primeiro candidato do linfócito é 
apresentado a esse antígeno próprio, “linfócito Karen, esse 
é um antígeno próprio, isso é nosso, você nunca deve se 
ativar contra ele”, ou seja, ele recebe a mensagem para 
reconhecer mas nunca se ativar. Reconheça, faz parte de 
você, mas nunca se ative. Isso para o Bernardo, um antígeno 
próprio do Bernardo, é estranho para Karen, então, no dia 
que a Karen vê um antígeno próprio do Bernardo, ele gera 
como estranho, então deve dar cabo. Por isso o transplante 
falha, o que é próprio para seu órgão, é estranho para o 
outro. Dentro de mim não, o antígeno é apresentado antes 
de nascer “Ta vendo isso aqui? Faz parte da gente. Nunca 
atacar”, reconheço mas não ataco, essa é a TOLERÂNCIA 
IMUNOLÓGICA. A AUTOIMUNIDADE é a quebra da 
tolerância, reconheço e ataco. Ou seja, sei que é meu, mas 
sou muito agressivo, com isso, ataco inclusive o que é meu. 
A autoimunidade começou quando a Karen reconheceu 
antígeno próprio. A Karen fez um receptor, esse receptor 
reconheceu o antígeno, se fosse para ser tolerância “é 
próprio, já sei o que é”, mas nunca devo atacá-lo, entretanto, 
quando você reconhece e vê isso com muita vontade de 
ataca-lo, isso é autoimunidade. Esse linfócito precisa ser 
destruído. Se ele morre, morre com ele a autoimunidade. 
Para o linfócito T só tem essa possibilidade, morrer. 5% 
terminam o curso, já que 95% ou são muito agressores, e 
eles são potencialmente agressores, ou então eles são 
inertes. Linfócitos negligente são deletados, linfócitos 
potencialmente agressores são deletados. Só fica o meio 
termo. O Treg é o “testemunha do linfócito”. Suponhamos 
que temos um potencial agressor, quando ele reconhece o 
antígeno próprio ele deve se ativar e matar todo mundo que 
expressa esse antígeno, só que esse antígeno é próprio, e sua 
sentença por ser um linfócito auto-agressor deveria ser de 
morrer. Entretanto, existe um outro caminho, você pode se 
transformar em um Treg, e anunciar a palavra do Treg, ou 
seja, você vai contar sua história de que você era um 
agressor, e não é mais, e vai convencer todos os outros 
agressores a não serem mais agressores como você foi um 
dia. O Treg “diz”, “po cara, não é assim, eu já reconheci 
antígeno próprio demais, o certo seria eu estar morto, mas 
eu estou aqui, domingo de manhã, te mostrando a palavra 
do Treg, seu destino é a morte, mas você tem escolha, sua 
escolha é de ser umatestemunha do Treg, é melhor isso que 
morrer.” Portanto, o Treg convence os agressores a não 
serem mais agressores, ele convence com citocina, TGFBeta. 
Esse papo é para linfócito T, que vira Treg. O linfócito B vira 
Breg, esse faz a mesma coisa, só que é para anticorpo de 
outras naturezas. O linfócito T só vira Treg com antígeno 
proteico, visto que é a única coisa que ele reconhece. 
Entretanto, dá para ser autoimune de outras naturezas, 
essas outras moléculas, para convencer da não 
 
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autoimunidade, uso o Breg, e faço a mesma coisa do Treg. 
Entretanto, antes de ser Breg dá para passar pela reedição 
do receptor, na prática é o seguinte, tenho antígeno próprio, 
formo receptor, se esse receptor aqui reconhece antígeno 
próprio com muita vontade, ainda existe uma chance para 
ele. “Solta isso, faz um receptor novo aí”, pronto, “reconhece 
o antígeno agora”, menos forte do que era, então ele pode 
continuar. 
NOVAMENTE: Estou com o antígeno próprio, primeiro 
receptor interage com muita força, e muita força não é bom, 
já que significa que será um potencial agressor, então não 
quero esse tipo de receptor, então vou dar uma chance, 
reedição do receptor, troca o receptor, faz um receptor mais 
tranquilo, fez um receptor que responde menos a antígeno 
próprio, então está salvo. Se mesmo através da reedição 
continuar respondendo com muita intensidade ao antígeno 
próprio, você terá uma escolha, ou vai ser Breg ou vai ser 
morto. Assim funciona a autoimunidade. 
Depois que eu fiz receptores antes mesmo de ver antígenos, 
aí vem o contato, tudo isso que aconteceu foi antes do 
antígeno, eu faço meu repertório antes do desafio. 
DE NOVO: (*importante) Toda formação de receptor, esse 
papo de imunidade ou autoimunidade é antes do desafio. Os 
meus receptores existem antes do desafio antigênico. Todo 
meu repertório pré-existe a um encontro com antígeno. 
Tenho receptor para Pneumococco antes de conhecer 
Pneumococco. Tenho receptor para proteína do leite antes 
de reconhecer a proteína do leite. O meu repertório pré-
existe a um encontro, a um desafio, portanto, tudo isso pré-
existe a minha existência. Agora que eu já tenho os 
receptores pós-formados, eu encontro os antígenos de 
verdade. Quando eu encontro os antígenos de verdade, irã 
acontecer duas coisas, (1) HIPERMUTAÇÃO SOMÁTICA e (2) 
MATURAÇÃO DA AFINIDADE. 
Hipermutação somática é seguinte, o primeiro anticorpo 
que todo linfócito T responde é o IgM, obrigatoriamente. 
Todo primeiro anticorpo na vida de uma pessoa começa com 
uma IgM. Depois tem que trocar para IgG, IgE e IgA (IgD não 
porque só participa do reconhecimento). 
NOVAMENTE: Todos eles começam através de uma IgM. 
Todo primeiro anticorpo de um indivíduo é uma IgM. Uma 
vez reconhecido o antígeno pela formação da IgM, depois 
que a IgM foi formada, ocorre a chamada troca de isotipos, 
ou troca de classes, essa se dá já que cada anticorpo 
pertence a uma classe, cada classe desempenha uma função 
específica sobre determinado aspecto. Por exemplo, IgE está 
presente em maior abundância nos Eosinófilos, Mastócitos e 
Basófilos, porque a IgE participa das respostas alérgicas e 
helmínticas. Se isso não é mentira, se a IgE é o melhor 
anticorpo para atuar em respostas alérgicas e em respostas 
parasitárias helmínticas, por que faço primeiro IgM? Para 
garantir a associação com o anticorpo. Faço IgM para 
garantir a interação com o antígeno. Depois que esse 
anticorpo se liga ao antígeno, o primeiro sendo uma IgM, a 
IgM deixa de existir e então eu passo a fazer uma IgG. Ela 
deixa de existir e eu passo a fazer uma IgA. Ela deixa de 
existir e eu passo a fazer uma IgE, além da minha IgM que já 
existia. Ou seja, ou que aconteceu aqui da minha IgM para 
as demais classes foi a troca das funções, aquilo que era IgM 
inicialmente agora passa a ser uma IgG, trocou o tipo do 
anticorpo sem perder associação com ele. 
NOVAMENTE: O que aconteceria se eu tivesse que fazer uma 
IgG para um mesmo antígeno que a IgM já viu? O primeiro 
anticorpo é sempre uma IgM, sempre, já que é obrigatório 
que a primeira cadeia seja sempre uma cadeia de IgM. Se eu 
tivesse que substituir essa IgM por uma IgG, IgA, IgE tendo 
que encontrar novamente o antígeno, seria completamente 
aleatório ver esse antígeno novamente. Para eu fazer uma 
IgG a partir desse antígeno, eu teria que fazer um VDJ (? não 
entendi direito 25:15) totalmente igual, no momento certo. 
Para eu não perder essa associação já bem feita, ao invés de 
trocar essa região que varia, devo trocar apenas a região de 
baixo, a que dá função, IgM dá origem a IgG, IgM dá origem 
a IgE, IgM da origem a IgA. O nome disso é “Troca de 
Classes”, as trocas de classes garantem para mim que para 
um mesmo antígeno, eu tenha várias formas distintas de 
atuar. Para um mesmo antígeno eu tenho IgM, IgG, IgE, IgA, 
ou seja, para um mesmo antígeno eu cobri toda a minha 
resposta humoral. IgG corresponde a 75% dos meus 
anticorpos plasmáticos, se esse antígeno entrar pela via 
parenteral, tenho IgG para me proteger. Ou seja, tenho todo 
um repertório humoral para o mesmo antígeno. Isso só 
acontece quando eu encontro antígeno, essa é a chamada 
“Troca de Classes”. 
Maturação da afinidade é simples. Nessa formação, muitas 
IgM foram construídas que são parecidas que pegam 
antígenos, entretanto, irá se ligar ao antígeno aquela que 
tiver a maior afinidade. 
DE NOVO: Tenho uma célula que produziu uma IgM para um 
determinado antígeno. Muitas outras células passaram bem 
próximas desse antígeno, então, também produziram IgM 
parecidas. Todas essas IgM com suas células vão para uma 
“selva Darwiniana”, ou seja, um mesmo antígeno será 
disputado por várias células produtoras de IgM parecidas, 
mas não iguais. 
NOVAMENTE: Na hora que eu construí ali os meus 
repertórios eu fiz várias células com IgM parecidas para o 
mesmo antígeno, só não sendo igual. Ou seja, jogo agora 
antígeno na natureza e todas aquelas células respondem 
para esse antígeno, só que algumas respondem melhor, as 
que tem mais afinidade interagem com ele melhor. Quem 
tem mais afinidade pega mais antígenos e os demais irão 
morrer. Quando você morre, sobra o mais forte, o qual irá 
fazer intensa mitose, já que agora eu preciso fazer um 
exército de células que saiba reconhecer esse antígeno, 
nessas mitoses, pode ter variações genéticas entre as 
células, nessas variações, a sua subpopulação pode ter mais 
ou menos afinidade pelo antígeno, e os que tem mais 
afinidade, se agarram a esse antígeno melhor, e os que tem 
menos afinidade morrem, sobrando uma subpopulação para 
esse antígeno e assim sucessivamente. O grau de afinidade 
vai aumentando. Por isso, quanto mais vezes eu sou exposto 
a um antígeno, mais os linfócitos se tornam efetores. 
Por isso tomamos vacina, porque a vacina serve para te 
apresentar o antígeno antes do encontro real, porque antes 
do encontro rela tem-se a oportunidade de escolher suas 
melhores células/subpopulações, e a cada novo encontro, 
melhores células são selecionadas, os mais adaptados 
permanecem. A cada novo encontro melhores células são 
 
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construídas. A cada novo reforço, mais células afins são 
construídas, e ao final só sobram células que são muito 
eficazes na resposta. Por isso, no início da vida a criança faz 
muito resfriado, mas a medida que essa criança vai ficando 
mais forte, ela vai selecionando só os linfócitos que são 
melhores respondedores. Até que em uma mesma gripe, um 
mesmo resfriado que acometia a criança na primeira 
infância, na vida adulta não tem resposta, e a criança passa 
a ser imune. 
EXPLICAÇÃO DA IMAGEM: Liberação do anticorpo, troca da 
classe, ou seja, trocar de IgM para IgG, IgE e IgA, e ter um 
repertório de respostas melhor e variado. Maturação da 
afinidade, ou seja, transformar células cada vez mais afins do 
seu antígeno, quanto mais afim ela é, mais efetora ela se 
torna. Células de memória foram compreendidas na semana 
anterior,essas são o estoque de células para cada novo 
encontro. Essas células de Memória que participam da 
maturação da afinidade, cada célula de memória que 
encontra o antígeno mais uma vez, escolhe uma 
subpopulação mais afim, a cada novo encontro mais células 
de memória são formadas com maturação de afinidade mais 
afim. Por isso, ficamos imunologicamente mais fortes ao 
longo do tempo. 
VIAS DE ATIVAÇÃO DOS LINFÓCITOS B 
Os linfócitos B podem ser ativados por duas vias diferentes, 
uma que não depende do T, e outra que depende do T. 
NOVAMENTE: Vias de ativação dos linfócitos B são duas 
principais, as que dependem do linfócito T e as que não 
dependem do linfócito T. 
Na prática, é bem simples, o linfócito T só reconhece 
antígenos proteicos, o linfócito B é uma APC, quando ele é 
uma APC e apresenta antígenos proteicos para o linfócito T, 
esse linfócito T tem chance de se ativar, quando o faz, ele 
manda o estímulo para o linfócito B produzir os seus efeitos, 
isso é ativação T dependente. 
NOVAMENTE: Eu tenho um antígeno de natureza proteica, 
linfócitos T veem na presença de antígenos de natureza 
proteica, se eles veem proteínas, o linfócito B, atuando como 
uma APC processa o antígeno e apresenta ao linfócito, esse 
linfócito reconhece o antígeno e então manda a ativação 
para o linfócito B, devolve a ativação, como a Juliana 
explicou, já que determinado fenótipo de antígeno responde 
com determinada citocina, e, com isso, faz-se a troca de 
isotipos, dependendo da secreção de citocinas, a melhor 
classe é escolhida. Por exemplo, quando a citocina que sai 
do linfócito T é IL-4 a troca de isotipos de M vai para E. 
Quando a citocina que sai do linfócito T é IL-4, o melhor 
anticorpo que é produzido trata-se de IgE. Caso o linfócito B 
se encontre com um linfócito TH1, o perfil de secreção do 
TH1 é Interferon e TNF, quando ele produz 
predominantemente Interferon e TNF a troca de isotipos é 
IgG. Se o linfócito B atuou como uma APC para o TH1, a 
resposta que esse TH1 devolve para o linfócito é secreção de 
Interferon e TNF, com isso, o que era IgM passa a virar IgG. 
Caso esse linfócito B atue como APC para TH2, esse devolve 
secretando IL-4 e IL-5, com isso, faz a troca de IgM para IgE. 
Está ocorrendo a participação do linfócito CD4, com isso, 
essa resposta é do tipo T dependente, portanto, devemos 
lembrar da primeira coisa que aprendemos, existe troca de 
classes, precisa haver troca de classes. Segunda coisa que 
aparece, formação de células de memória, de linfócitos B. 
Quando a resposta tem participação de B, eu tenho células 
de memória, quando a resposta não tem a participação de 
CD4, não tenho células de memória, e isso depende da 
natureza do antígeno. Se o antígeno é proteico, o linfócito T 
participa. Se o antígeno não é proteico, o linfócito T não 
participa. 
 
SE O ANTÍGENO É PROTEICO, O LINFÓCITO T PARTICIPA 
SE O ANTÍGENO NÃO É PROTEICO, O LINFÓCITO T NÃO 
PARTICIPA. 
 
Na ativação não dependente do T, o que ativa o linfócito B é 
o próprio antígeno de superfície, só que tem uma regra, para 
o antígeno ativar sem a participação de CD4, esse antígeno 
tem que ter MUITOS COMPONENTES NA SUPERFÍCIE e NÃO 
PODE VARIAR, tem que ser antígeno monótono. Por 
exemplo, LPS é um lipopolissacarídeo, esse, não tem 
proteína, tem muito lipídeo e muito açúcar, mas não tem 
proteína. Se o lipopolissacarídeo não tem proteína, não da 
para ativar linfócito T, já que ele só reconhece natureza 
proteica. Para não perder a resposta para LPS, eu vou pensar 
da seguinte maneira, o LPS é uma molécula que está em 
abundância na bactéria GRAM-, toda membrana externa da 
GRAM- está repleta de LPS, com isso, muitos LPS interagem 
juntos de uma única só vez. Quando isso acontece, leva um 
estímulo para o linfócito se ativar. 
REPETINDO: Na parede celular, na membrana externa da 
bactéria GRAM-, está cheio de molécula de LPS, esse não é 
 
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proteico, portanto, não terá ativação, processamento, MHC 
de classe I, MHC de classe II, etc, o que tem é lipídeo e açúcar 
em muita abundância. Para ele ativar o linfócito B o que 
precisa acontecer é que vários LPS de uma vez só cruzem 
vários receptores de uma vez só, ativando-os T 
independentemente. Se essa ativação é T independente, 
vários estímulos de uma única só vez estimulam os linfócitos, 
e então esses respondem com mitose, só que, em 
compensação, ela não tem memória, ou seja, ela não vai 
guardar subpopulação para um possível segundo encontro. 
Além disso, é CD4 que estimula a troca de isotipo, se não o 
teve, o anticorpo a ser produzido é exclusivamente IgM, já 
que esse é sempre o primeiro anticorpo, só troca de IgM 
para outras classes se o T participa, se o T não participou, é 
obrigatoriamente sempre a mesma classe de anticorpos, 
IgM, sem memória. Todo encontro com LPS é como se fosse 
a primeira vez. 
 
Açucares, lipídios, são todos antígenos monótonos. 
Aprendemos na primeira aula de imunologia que LPS é um 
PAMP, e esses não sofrem alterações, já que se um PAMP 
sofrer alteração, implica diretamente na viabilidade do 
patógeno, se o PAMP sofrer alteração ele deixa de ser PAMP 
e a bactéria deixa de existir. LPS é um PAMP, e esse não varia, 
portanto, trata-se de um antígeno monótono com pouca ou 
nenhuma variação. A importância disse é que eles interagem 
com receptores sem variação também, portanto, 5 
moléculas de LPS conseguem ativar o linfócito independente 
do linfócito T, e o resultado disso é liberação de anticorpo, 
sendo, nesse caso, sempre um IgM. O anticorpo é sempre 
uma IgM, e não tem memória para isso. 
TUBERCULOSE 
A tuberculose é produzida pelo Mycobacterium 
tuberculosis, esse, tem uma parede celular de ácido 
micólico, aquele ácido micólico não tem componente 
proteico, é formado basicamente por lipídio complexo e 
carboidrato, a resposta para Mycobacterium desenvolve 
então IgM. A resposta para bactérias do tipo tuberculosis 
tem bem mais o tipo de resposta T-independente. 
 
 
 
QUANTIDADE X QUALIDADE 
Você tem 100x mais células T independentes, sem memória. 
A explicação disso é ganhar na quantidade, já que eu não 
ganho na qualidade. Eu faço 100x mais células que não 
respondem a variação do que células que respondem, essas 
células ficam nos epitélios, nas regiões de entrada, 
principalmente, porque elas não vão ao linfonodo.

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