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AULA 12- IMUNO (Yuri)

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1 
 
DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
 
LINFÓCITOS B (PARTE 2) 
Vamos relembrar o que é a ativação T independente, como 
o próprio nome sugere, trata-se daquela que não ocorre com 
a participação de um linfócito auxiliador. Para que esse 
linfócito B possa então sofrer seus processos de ativação que 
resultem na produção e liberação dos seus mecanismos 
efetores, ou seja, para que o linfócito B possa de fato 
reconhecer os antígenos, sofrer as vias de ativação e isso 
resulte em uma defesa efetiva, é necessário que o estímulo 
ativador, ou seja, o desafio antigênico seja repetitivo na 
superfície desse patógeno ou desse microrganismo. 
DE NOVO: Para que o linfócito B possa produzir os seus 
anticorpos, os seus mecanismos efetores, defesa no 
organismo propriamente dito, é necessário que aquele 
microrganismo que desafia/estimula a resposta T 
independente na ausência do linfócito T seja copiado, seja 
repetitivo, como é o caso dos antígenos do LPS, por 
exemplo, nesse caso é uma antígeno que está sendo 
repetido n vezes na membrana externa de uma bactéria 
GRAM negativa, como esse não é apresentado 
obrigatoriamente por uma APC, ele não é dependente de um 
linfócito TCD4, ele só vai estimular a ativação do linfócito B 
porque o LPS é repetitivo nessa membrana externa. Como 
esses antígenos acabam sendo repetitivos, o linfócito B por 
essa estimulação maciça sofre suas vias de ativação e produz 
anticorpos mediante esse estímulo, só que essa 
característica de resposta humoral vem da seguinte maneira, 
eu tenho uma proliferação clonal, ou seja, um aumento do 
número de células, sem participação ou formação de células 
de memória e existe um predomínio quase que exclusivo de 
anticorpos da classe M. 
MAIS UMA VEZ: Tenho a ativação T independente (aquela 
que ocorre na ausência do linfócito TCD4 ou auxiliador) 
quando o antígeno ou microrganismo desafiador possa 
expressar seus antígenos de maneira corriqueira e muito 
abundante. Esse antígeno sendo expresso repetitivamente 
sobre a superfície do microrganismo desafiador será 
portanto o principal estímulo para ativação desse linfócito B 
que vai resultar no aumento dessas células B sem a 
subpopulação de células de memória, o que implica dizer 
que esses estímulos serão sempre produtores de respostas 
igualitárias, o indivíduo não aprende a cada novo estímulo, 
ele responde de maneira constante a cada novo encontro, e, 
além disso, a principal classe de anticorpos que está 
associada a uma resposta que não depende de um linfócito 
auxiliador é uma classe M, já que o anticorpo IgM é sempre 
o primeiro anticorpo a ser produzido durante o 
desenvolvimento de linfócitos. 
RECAPTULANDO: Essa IgM de superfície se trata de um 
receptor de célula, depois que esse receptor passa a ser 
expelido para fora da célula, quando isso se dá, ele está 
desenvolvendo sua função humoral, efetora propriamente 
dita. Antes dessa etapa, essa IgM na superfície de um 
Linfócito B é um receptor da célula B, o qual chamamos na 
semana passada de BCR. O mesmo anticorpo que é IgM, 
 
 
 
 
antes de ser anticorpo solúvel, faz a função do BCR, do 
receptor da célula B. Portanto, se isso comporta como um 
receptor, é capaz de reconhecer antígenos, quando os 
antígenos estão repetitivos na presença desse 
microrganismo, como por exemplo, na membrana externa 
de um microrganismo GRAM – em que eu tenho excesso de 
um antígeno repetitivo, o LPS. Na presença dos antígenos de 
LPS altamente repetitivos de membrana externa, esse 
receptor da célula B consegue receber o número de 
antígenos, de estímulos suficientes para que essa célula se 
ative na independência do linfócito auxiliador e passe então 
a produzir anticorpos de defesa. Esses anticorpos de defesa 
são na sua predominância da classe M, e, não existe estímulo 
para que uma subpopulação de células torne-se célula de 
memória, o que significa dizer que esses estímulos T 
independente serão sempre constantes no indivíduo, ele 
nunca aprende a responder melhor ao LPS, porque a 
resposta de LPS é T independente, não gera memória. Um 
outro ponto importante é que esses antígenos repetitivos 
sofrem pouquíssimas variações, por isso são chamados de 
“antígenos monótonos”, configurando PAMP’s dos 
microrganismos. O LPS é um tipo de PAMP de uma bactéria 
GRAM-, sendo um PAMP, esse LPS não pode sofrer grandes 
variações antigênicas. Se estamos falando de um PAMP, 
trata-se de uma molécula conservada da evolução, significa 
que ela não sofre variações antigênicas, já que grandes 
variações antigênicas em PAMP, estão diretamente 
relacionadas a uma perda de viabilidade. Logo, esses 
antígenos que são recebidos pelos linfócitos B de ativação T 
independente, reconhecem antígenos que variam pouco. 
Tendo antígenos que variam pouco, com uma resposta do 
tipo IgM, sem memória mas de alta magnitude, lembrando 
do que foi dito sobre termos cerca de 1018 células fazendo 
esse tipo de ativação, maior que a ativação T dependente. 
Isso significa que eu não tenho memória, não tenho variação 
de anticorpos mas eu ganho na magnitude da resposta, eu 
tenho células em excesso respondendo a antígenos que 
variam muito pouco. 
Não faria sentido o SI fazer um grande número de células B 
T independentes para antígenos que variam muito pouco. Se 
o antígeno varia pouco, eu não preciso de uma grande 
variabilidade de células, eu preciso de uma grande 
quantidade de células respondedoras. Portanto, se a 
cápsula de determinada bactéria, por exemplo, o S. 
pyogenes varia pouco, logo, preciso de grande quantidade 
de linfócitos para responder, e não de grande variabilidade. 
Essa grande quantidade de células consegue então proteger 
contra antígenos que variam pouco. Variando pouco, chamo 
de T independente, a célula B, nesse caso, não está se 
comportando como uma APC, ela é simplesmente uma 
célula que responde a antígenos através de seu receptor, só 
que esses variam pouco. 
Se não é essa a minha predominante resposta humoral, a 
característica predominante de ativação dos linfócitos B é 
aquela que depende do T, ou seja, aquela resposta humoral, 
DISCIPLINA IMUNOLOGIA 
 AULA 12- LINFÓCITOS B (PARTE 2) 
PROFESSOR YURI 
 
2 
 
DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
tipicamente TH2, mas que para oferecer uma resposta 
humoral, exige a participação do linfócito auxiliador. 
RECAPTULANDO: Se existe ativação que não depende do 
linfócito auxiliador, a T independente, é natural que exista a 
resposta T dependente, ou seja, que depende do linfócito 
auxiliador. Essa resposta T auxiliadora vai acontecer da 
seguinte maneira, em primeiro lugar, exige a necessidade de 
um reconhecimento dos linfócitos B pelos seus antígenos. 
Vimos a princípio que o linfócito B sai da medula, entra como 
linfócito candidato na medula óssea, passa pelo 
desenvolvimento medular, ou seja, faz primeiro meia cadeia 
de anticorpo, e, depois, termina fazendo uma cadeia 
completa de anticorpos. Esse linfócito que venceu o 
desenvolvimento linfocitário sai da medula óssea para um 
órgão linfoide secundário, ou seja, passa a habitar os sítios 
de entrada dos microrganismos. 
REPETINDO: No início da vida o linfócito B foi feito na medula 
óssea como todas as células do SI são feitas. Essas células 
permanecem na medula óssea, fazendo seu 
desenvolvimento linfocitário 5% medular. Dentro do seu 
desenvolvimento linfocitário, acontece tudo que foi citado 
na semana anterior, ele expressa meia cadeia depois 
completa, ele aprende que não pode reconhecer antígenos 
próprios com muita veemência, ele aprende que não pode 
reconhecer antígenos próprios com muita vontade, já que os 
extremos não são aceitáveis, nem aceitar muito antígeno 
próprio, nem ignorar muito antígeno próprio. Quem ignora 
muito antígeno próprio morre, quem aceita demais antígeno 
próprio, morre. Deve-se ficar no meio termo, aquele que 
reconhece antígeno próprio mas não se ativa contra ele. Ele 
passa por todo desenvolvimento e então culmina na 
formação do linfócito B que é virgem. Esse linfócito B virgem, 
saientão do ambiente medular, e vai então agora ficar 
localizado em 3 regiões que são os órgãos linfoides 
secundários, basicamente, esses linfócitos B passam a 
habitar o baço, os linfonodos e MALT. A partir desse 
momento que os linfócitos passam a ser estadiados nessas 
regiões, ou seja, existe um risco agora, ou oportunidade 
maior do encontro com linfócito virgem e o seu antígeno, 
porque é justamente no baço que os antígenos que entram 
na corrente sanguínea vão passar, justamente no linfonodo, 
que os antígenos teciduais devem ser encaminhados pela 
linfa, e são nos MALT que os antígenos que entram por 
mucosas (respiratória, digestiva ou geniturinária) serão 
concentrados. Portanto, eu primeiro concentro o meu 
exército, em exército funcional, uma vez o exército funcional 
estando pronto, eu distribuo para os locais de sentinela, os 
locais de sentinela de via de disseminação hematogênica, 
tecidual e de epitélio mucoso, ou seja, todas as entradas do 
meu corpo. Em maior ou menor grau, tudo que entra no meu 
corpo passa por essas 3 regiões, e é para lá que os linfócitos 
virgens irão. Os linfócitos virgens nesse momento nunca 
viram antígenos, porque aprendemos que BCR é construído 
pré-existente a presença do antígeno, o que significa na 
prática que o receptor da célula B é formado de maneira 
aleatória, antes mesmo dele ver o antígeno ele é formado 
para tal, se vamos ou não usar, o destino irá dizer. O linfócito 
chegou no baço, linfonodo e MALT e agora tem a 
oportunidade de ser ativado por um antígeno específico. 
Como já falamos de ativação T independente, falaremos 
agora da ativação T dependente. 
Em primeiro lugar, nesse caso, ocorre o reconhecimento 
antigênico, todos os antígenos que permeiam os órgãos 
linfoides secundários terão a oportunidade de serem 
reconhecidos pelo receptor da célula B, ou uma 
imunoglobulina de superfície (lembrando que são 
sinônimos). Isso vai virar anticorpo solúvel, mas enquanto 
estiver preso na membrana plasmática, se comporta como 
receptor, portanto, isso é um receptor da célula B, ou uma 
imunoglobulina de superfície, onde o papel é o mesmo, 
reconhecer antígenos de qualquer natureza, ácido nucleico, 
lipídeo, carboidrato, proteína, etc. Esses antígenos são 
reconhecidos pelos receptores da célula B, e, como o 
linfócito B é uma APC, por definição, esse antígeno vai ser 
endocitado, processado pela via endossômica e retorna a 
superfície da célula expresso conjuntamente com uma 
molécula de MHC de classe II, essa, é capaz de ativar 
SOMENTE linfócitos TCD4 responsivos, ou seja, SOMENTE 
linfócitos T auxiliadores. Nesse momento que eu caracterizo 
uma resposta T dependente, a necessidade de associação ou 
de conversa/comunicação entre o linfócito B que se 
comporta como uma APC e uma célula TCD4+ auxiliar. Esse 
MHC classe II + antígeno + TCR envolve a ativação do 
primeiro sinal de APC, toda APC se comporta da mesma 
maneira, portanto, tenho MHC de classe II + antígeno + TCR. 
A resposta dada por CD4 envolve seu co-estimulador, e 
agora vem um ponto importante, esse linfócito B expressa 
uma molécula de superfície conhecida como CD40 (*”vai ter 
que saber esse nome, porque é fundamental a presença do 
CD40”). O CD40 encontra o seu contra-ligante chamados de 
CD40L. 
DE NOVO: Depois que o sinal 1 é oferecido pela tríade MHC 
de classe II + antígeno + TCR, existe também uma segunda 
estimulação molecular, essa é oferecida pelo par de ligante, 
do ponto de vista do linfócito B, a molécula conhecida como 
CD40 e seu contra-ligante observado no linfócito T 
auxiliador, o ligante de CD40, que também recebe o nome 
de CD154 (*”você escolhe o que vai guardar, se é o CD40L ou 
CD154”). O que importa é que uma molécula se une a outra, 
e essa estimulação entre CD40 e seu ligante promove uma 
modificação interna no linfócito T auxiliador que responde 
ao linfócito B com perfil de citocinas, esse é naturalmente 
dependente do antígeno apresentado, obrigatoriamente. 
 
3 
 
DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
REPETINDO: Estamos falando de uma via de ativação T 
dependente, o que implica dizer que além do linfócito B, 
existe um linfócito T participando dessa resposta. O linfócito 
B agora se comporta inicialmente como uma APC, como toda 
APC, ela vai fazer todo mecanismo que aprendemos, 
primeiro sinal estimulador é sempre oferecido pela tríade 
MHC + antígeno + TCR, essa tríade molecular fornece o 
primeiro sinal de ativação, esse, implica dizer para essa 
célula quem é o antígeno que foi fagocitado ou endocitado. 
O segundo sinal de ativação é aquele oferecido por 
moléculas co-estimuladoras, esse par de moléculas co-
estimuladoras é fundamental, visto que, sem esse par de 
moléculas co-estimuladoras não haverá toda a sinalização 
T dependente. Ou seja, o linfócito B está expressando um 
ligante chamado CD40 e o linfócito T está respondendo com 
o ligante do CD40, formando um par de moléculas (ligante + 
contra-ligante) que produz uma ação conjunta, ele tanto 
promove a ativação do linfócito T, quanto participa da 
ativação do linfócito B. Para o linfócito T, a ligação do ligante 
ao seu co-receptor promove uma secreção de citocinas 
específicas para o linfócito B. A IL-2 é tida como um 
mitógeno, o que significa que essa irá permitir um aumento 
da proliferação clonal, ou seja, um aumento do número de 
células. Portanto, a IL-2 faz parte do perfil de secreção de 
citocinas porque ela precisa aumentar o número de células, 
faz todo sentido que seja assim, ela vai aumentar o número 
de células para combater o antígeno que está sendo 
apresentado, o desafiador. A IL-7 participa como uma 
quimiocina, essa terá uma participação daqui a pouco, mas 
de todo modo, ela está participando como uma “migalha de 
pão”, essa vai ser importante para a formação dos folículos 
linfáticos, ou os folículos primários e secundários, ativados 
ou não. A IL-4 está participando aqui, visto que, nesse 
exemplo, a IL-4 trata-se de um tipo de perfil TH2. 
Depois que a APC endocitou o antígeno e expressou o MHC 
de classe II vem a via de ativação propriamente dita. Essa 
ativação necessita da tríade MHC de classe II + antígeno + 
TCR para que o linfócito corrobore com a resposta. O 
linfócito B está mostrando o antígeno para o linfócito T, 
devemos nos atentar nesse momento que temos duas células 
da imunidade adaptativa respondendo a um mesmo 
antígeno, o linfócito B e o linfócito T, isso está dizendo que 
“isso que estou te mostrando, Linfócito T, é algo que 
devemos combater em conjunto, se você realmente 
reconhece isso como antígeno, você deve me co-estimular” 
e ele co-estimula através do CD40L e o CD40. Além disso, 
como houve uma ativação conjunta, o linfócito T é auxiliador 
e vai auxiliar o linfócito B para se tornar efetor, já que até o 
momento ele era um linfócito virgem. Essa secreção de 
citocinas, o perfil de citocinas tem pelo menos 3 
componentes importantes, o mitógeno, para fazer aumento 
do número de células, uma quimiocina, para modificar as 
posições de onde os linfócitos devem viver, e, nesse caso, a 
IL-4 vai produzir um efeito sobre as células B, nesse caso, a 
IL-4 vai promover a secreção de IgE. Essa liberação do tipo 
IgE, por exemplo, promove liberação mastocitária ou 
reativação para respostas helmínticas, por exemplo. 
Na resposta T independente basta que o linfócito B através 
de seus receptores reconheçam antígenos que são 
repetitivos, a repetição de estímulos idênticos é 
suficientemente boa para ativar um linfócito virgem. 
REPETINDO: Na resposta T independente, o linfócito se ativa 
da seguinte maneira, uma sequência de antígenos idênticos 
é reconhecido por receptores para esse antígeno que variam 
muito pouco, já que os antígenos também variam muito 
pouco. 
NOVAMENTE: Vários receptores idênticos reconhecem 
antígenos idênticos, de pouca variabilidade, e a sucessão de 
reconhecimentos idênticos leva a ativação interna do 
linfócito B, essa ativação interna do linfócito B resulta em 
uma resposta efetora, só que essa resposta efetora é semcélula de memória. A ativação T independente, sem auxílio 
do linfócito auxiliador, é uma resposta sem formação de 
célula de memória, e sem a variação dos anticorpos, das 
imunoglobulinas. Isso significa que essa resposta B ocorre 
com predomínio de IgM, visto que ela não troca para IgG, 
IgE, IgA, já que para trocar a subclasse do anticorpo, tem 
que haver uma secreção de um perfil de citocinas, e a fonte 
de secreção desse perfil de citocinas depende de uma 
célula T. Se não tem célula T, não tem estimulo para variação 
de anticorpo, para que ocorra uma subpopulação de célula 
de memória, esse mitógeno é fundamental, ou seja, mais 
uma vez as citocinas promovem o efeito. Se não tem linfócito 
T, não existe uma subpopulação de células que se tornará 
célula de memória, por isso, a resposta T independente 
carece dessas ações, já uma resposta T dependente não. 
Uma resposta T dependente faz com que o linfócito T atue 
como uma APC, interaja com linfócitos T, receba os 
estímulos de citocina, e, sofra portanto, as ações dessas 
citocinas. Dentre elas, secreção de anticorpo, subpopulação 
de células de memória, variação do tipo e subtipo de 
anticorpo. 
 
SÍNDROME DO HIPER IgM LIGADO AO X DO TIPO 1: Existe 
uma imunodeficiência chamada de IMUNODEFICIÊNCIA 
PRIMÁRIA ou IMUNODEFICIÊNCIA CONGÊNITA (aquela que 
a criança já nasce com), essa imunodeficiência congênita é 
expressa pela ausência ou subestimulação do ligante do 
CD40 ou até do CD40. Existe uma imunodeficiência primária 
ou congênita conhecida como “Síndrome do Hiper IgM 
ligado ao X do Tipo 1”. Indivíduos portadores dessa 
imunodeficiência expressam linfócitos B defeituosos ou no 
 
4 
 
DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
ligante ou na estimulação dada pelo par CD40 e o CD40L. Na 
ausência desses, não há estímulo suficiente para que o 
linfócito B consiga fazer a variação em tipo e subtipo de 
anticorpo, logo, o que caracteriza essa doença ou síndrome 
é um indivíduo que não muda as classes de anticorpos, 
contando com predomínio do único anticorpo que ele 
produz, IgM. Essa síndrome é codificada pelo cromossomo 
sexual X, portanto, meninos são mais acometidos que 
meninas na população, e, ela é do tipo I, porque existe uma 
variação, a do tipo II. 
O QUE JUSTIFICA A SÍNDROME DO HIPER IGM: Ausência de 
co-estimulação de uma ativação T dependente. 
 
RESULTADOS DA ATIVAÇÃO T DEPENDENTE: Conclusão que 
chegamos é que, depois que ocorre essa ativação T, os 
resultados produzidos pela ativação do tipo T são (1) 
variação de anticorpos em tipo e subtipo, (2) presença de 
células de memória, (3) maturação de afinidade, ou seja, 
tenho uma resposta muito melhor quando comparada a 
resposta que não depende do Linfócito T. 
 
RELAÇÃO COM HIV: A célula-alvo da infecção do HIV é TCD4. 
Um indivíduo infectado por HIV tem o número de Linfócito B 
dentro dos valores de referência, mas funcionalmente 
falando o paciente cursa Anemia Estreptocócica, faz 
Meningite Meningococica, Otite de repetição, Anemia 
Bacteriana. Relacionando com a aula de micro, temos 
Meningite causada por Haemophilus, Strepto e 
Meningococco os quais são todas bactérias encapsuladas 
que dependem de resposta humoral, por isso vacino essas 
crianças. 
POR QUE UMA CRIANÇA HIV POSITIVA COM SÍNDROME 
CLÍNICA FAZ PNEUMONIA POR ESSAS BACTÉRIAS? Porque 
embora o número de Linfócitos B possa não reduzir, a 
estimulação funcional das células não existe porque essa 
célula está em menor número devido a infecção. Por isso, 
esse paciente faz imunodeficiência global, ele só perde o 
Linfócito T auxiliar, mas, sem a resposta ao Linfócito T 
auxiliar, esse paciente também não faz resposta humoral. 
 
MATURAÇÃO DA AFINIDADE: A resposta T dependente 
funciona da seguinte forma, o Linfócito B que foi encontrar 
o T faz as suas de APC, o Linfócito T responde ao B, e esse 
consegue produzir efeitos como troca de classe, sair da IgM 
que é a primeira imunoglobulina, primeiro anticorpo, e, tem 
a possibilidade de trocar o principal anticorpo da minha via 
plasmática, o anticorpo das minhas mucosas, o anticorpo 
que protege para minha reações alérgicas ou produz 
resposta contra antígenos parasitários e helmínticos. A troca 
de classes depende da ativação T dependente. Além da troca 
de classes, ocorre também a maturação da afinidade. 
O que é a maturação da afinidade? Eu tenho uma população 
de Linfócitos B já formados, essa população de Linfócitos B 
já formados constantemente está sofrendo ativação do 
Linfócito T. Isso produz uma pequena variação dentro da 
população. O Linfócito B quando ativado pelo T recebe a 
estimulação Il-2, a qual se comporta como mitógeno. Se ele 
se comporta ou vai se comportar como mitógeno, isso 
significa que tenho uma população de linfócito B, essa vai 
sofrer pequenas variações fenotípicas, ou seja, a cada x 
populações idênticas uma ou outra variam um pouco, essa 
célula que variou um pouco pode migrar para dois polos, 
pode migrar por ter produzido um BCR variante que agora 
tem nenhuma afinidade pelo antígeno inicial. 
DE NOVO: Temos o Linfócito B virgem, esse foi no Linfonodo 
se encontrar com o Linfócito T, portanto, essa ativação é T 
dependente. Linfócito B diz “olha só o que eu encontrei, 
antígeno” aí o Linfócito T diz, “para esse antígeno ai você tem 
que se ativar”, quando ativado, o Linfócito T libera citocinas, 
uma das citocinas que ele libera é IL-2, e essa faz o Linfócito 
B entrar em mitose, fazer clones de si mesmo. Essas células 
que são iguais a mim respondem ao antígeno que eu 
apresentei. O linfócito B recebeu o estímulo do Linfócito T 
apresentando o antígeno para ele, o que significa que eu já 
vi esse antígeno. Nessa população mitogênica, as vezes um 
linfócito varia, o que significa que ele responde ao mesmo 
antígeno, mas, agora responde de uma maneira mais afim. 
Ser mais afim significa, na prática, ser um linfócito que se 
ativa na presença de menor concentração de antígeno. 
REPETINDO: O que é maturação de afinidade? Aprendemos 
na primeira aula de imunologia que a resposta do gráfico 
vacinal secundário é melhor, e isso se justifica por essa 
maturação de afinidade. Se não existisse maturação de 
afinidade o gráfico não seria assim. Tomamos vacina 
justamente para melhorar a exposição, isso acontece da 
seguinte forma, o linfócito B chega com o antígeno, e o 
linfócito T responde “faz mitose aí”, e ele vai fazer mitose, só 
que ele não perdeu quem é o antígeno dele, ele sabe quem 
é. Sofreu a mitose, dentro dessa mitose, algumas células 
sofreram variações genéticas, isso NÃO QUER DIZER QUE 
AGORA ELE RESPONDE A OUTRO ANTÍGENO, ele agora 
responde ao MESMO antígeno, com uma afinidade 
diferente, podendo ser uma afinidade pior. Se é uma 
afinidade pior, esses vão sumir, e, os que tem maior 
afinidade permanecem, isso é Darwin, Seleção Natural. Pode 
também ser uma afinidade maior, sendo maior, quanto 
menos antígeno tiver, os que são mais afins prevalecem, 
então, esses linfócitos de baixa afinidade irão sumir, e só 
ficarão os linfócitos que tem alta afinidade, isso é a 
Maturação da Afinidade. Supondo que o antígeno foi 
exposto mais uma vez, se ele foi exposto mais uma vez, as 
células B irão fazer expansão clonal, porque IL-2 será 
liberada novamente, e os Linfócitos farão novamente outra 
população, onde os mais afins sofrerão seleção natural e irão 
prevalecer, por assim vai sucessivamente, aumentando a 
afinidade. Se a resposta vai ficando melhor, a cada novo 
encontro com o mesmo antígeno eu fico mais forte. 
Isso parece bom, entretanto, existe a face ruim disso. Essa, 
acontece se o antígeno for do próprio corpo, ou seja, uma 
pessoa com doença autoimune não tratada, a cada novo 
encontro com antígeno próprio, ela vai se tornando cada vez 
mais robusta na resposta. Isso significa dizer que a doença 
autoimune que você tem hoje, não está se manifestando 
hoje, porque a maturação da afinidade ainda não chegou no 
ponto certo. No dia que ela chegar ao ponto certo, ela irá 
começar a se manifestar, ou seja, se funciona paravacina, 
funciona para ativação quaisquer. Devemos lembrar que o 
receptor é um receptor aleatório, ele pré-existe ao antígeno 
não quer dizer que eu só faça receptor para microrganismos, 
eu faço receptor para quaisquer antígenos, inclusive os 
 
5 
 
DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
meus. O meu trabalho na tolerância imunológica é não 
permitir que esses linfócitos existam, mas eles existem, 
parte deles viram linfócitos reguladores, mas nem todos 
viram, e os que não virarem reguladores são os que irão 
disparar as respostas imunes humorais, como o Lúpus 
Eritematoso Sistêmico, Artrite Reumatoide, Doença de 
Crohn, todas as respostas autoimunes humorais passaram 
por esse processo de maturação de afinidade. 
 
NÚMERO DE EXPOSIÇÕES ESTÁ DIRETAMENTE 
RELACIONADO AO GRAU DE MATURAÇÃO/AFINIDADE, 
 
 
A cada novo estímulo, maior a afinidade. Esse é o motivo 
para tomarmos DOSE DE REFORÇO, já que, a primeira dose 
pode não ser suficiente para estimulação, então, são feitas 
mais doses para ficarmos cada vez mais afim. Até que chega 
um momento que o organismo desenvolveu que as doses 
que eram pouco espaçadas passam a ser mais espaçadas. De 
5 em 5, 2 em 2, 10 em 10 anos, ou, “para sempre”. 
RETORNANDO A AULA DE ORGÃOS LINFOIDES 
Essa é a arquitetura seccional de um linfonodo, é a mesma 
arquitetura seccional de qualquer órgão linfoide com 
exceção de um tecido, já que tecido não tem arquitetura, é 
tecido. Se for de um órgão linfoide tem, linfonodo é assim, 
baço assim, exatamente igual. MALT é aparecido, não é tão 
diferente, a diferença é que MALT não tem cápsula, baço e 
linfonodo tem, então, a cápsula consegue formar os 
caminhos. Funciona da seguinte forma, o antígeno que vai 
ao linfonodo, assim como o antígeno que vai do baço, ele 
vem dos tecidos. 
ANTÍGENO VEM DOS TECIDOS- SE FOR LINFONODO 
ANTÍGENO VEM DO SANGUE- SE FOR BAÇO 
Entra via linfáticos aferentes. Esse tecido linfático vem do 
líquido intersticial, a linfa nada mais é que líquido intersticial, 
esse, é o líquido que se comunica com tecidos, ou seja, se 
um tecido meu está infectado, ele troca antígeno com o 
líquido intersticial. Do líquido intersticial, suga até o 
linfonodo e ao chegar, inundam o meu linfonodo. Alguns 
deles, os pequenos em geral, vão diretamente para o meu 
chamado “folículo primário”. Antígenos pequenos vão 
diretamente ao folículo, os maiores precisam de 
macrófagos. 
ANTÍGENOS PEQUENOS- DIRETAMENTE AOS FOLÍCULOS 
ANTÍGENOS MAIORES- PRECISAM DE MACRÓFAGOS 
Um grande número de linfócitos B tem contato com 
antígeno pela primeira vez, são os linfócitos virgens. Veio 
antígeno dos tecidos via linfa, essa, adentrou nos linfonodos, 
e, caso sejam antígenos pequenos migram para um folículo 
(é um canal mesmo, como se fosse um túnel). Do contrário 
ele será conduzido via macrófago lá para dentro, tanto faz. 
Esses antígenos então chegarão a uma região chamada 
“região folicular” (*”não precisa saber isso não, só estou 
contando”). Quem está lá nos folículos são os linfócitos B. 
Se pegarmos a anatomia de linfonodo, veremos que existem 
duas áreas bem características, uma área do linfonodo 
 
6 
 
DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
habitada só por linfócito B, e uma área que é o contrário, 
habitada predominantemente por linfócito T. 
NOVAMENTE: Quando entramos na arquitetura de um 
linfonodo, eu vejo dois segmentos, um segmento que é 
habitado predominantemente por linfócito B, e um 
segmento que é predominantemente habitado por linfócitos 
T. Após a chegada de um antígeno no linfonodo, o antígeno 
chega então no linfócito B. O linfócito B reconhece antígeno 
in natura, tridimensional, processa e coloca no MHC de 
classe II. Esse linfócito B sai dessa região de linfócito B e vai 
para uma região intermediária. (*mandou prestar atenção) 
O linfócito B pegou o antígeno que chegou no linfonodo, 
processou, colocou no MHC de classe II, portanto, aqui está 
se comportando como uma APC. Saiu dessa região que é só 
B, a qual é folículo primário, e foi para uma região 
intermediária. Nesse momento, se encontra com uma célula 
TCD4, essa, veio do Timo, já que está virgem. Passou por uma 
célula dendrítica e viu o mesmo antígeno que o linfócito B. É 
O MESMO ANTÍGENO!!! ISSO É UM EXÉRCITO DE INIMIGO 
COMUM!!! Se o linfócito B está vendo esse antígeno, então, 
o T também tem que ver. Cada um está vendo de um ponto 
diferente. O T está vendo porque a célula dendrítica levou 
para ele. O B está vendo porque o antígeno entrou pelo 
linfonodo. Os dois estão enxergando o mesmo antígeno, só 
que em pontas diferentes. O linfócito B vem para um lado, o 
linfócito T vem para outro, e eles se encontram no meio. 
Quando se encontram no meio vem a ativação T 
dependente. Linfócito B se comportando como APC fala para 
o linfócito T que ele viu um antígeno. É O MESMO 
ANTÍGENO!!! Como é o mesmo, o linfócito B pode se ativar, 
o T auxilia mandando citocinas. O B sofre uma pequena 
expansão clonal, essa, já forma anticorpo, são os anticorpos 
de classe IgM, os da fase aguda que estamos acostumados a 
ver. A primeira resposta é primária, já que todos os 
integrantes são virgens, a primeira resposta primária tem 
predomínio de IgM, essa célula vive pouco, e, depois que 
essa célula B foi ativada, ela volta para a região de B para 
formar o chamado folículo secundário, e, lá, sofre ativação e 
modificação de classe do anticorpo, predominante agora do 
tipo G, e, esse linfócito não é mais de vida curta, é um 
linfócito de vida longa. Isso é a minha imunidade para 
sempre. 
NOVAMENTE PORQUE SE ENTENDERMOS ISSO, 
ENTENDEMOS A RESPOSTA HUMORAL: Estou infectado, 
portanto, tenho antígeno em meu corpo inteiro. Se essa 
infecção foi tecidual, uma célula dendrítica pegou uma célula 
do meu tecido, migrou para o linfonodo para apresentar 
para CD4, esse, se ativou em sua região específica. Portanto, 
aqui já tenho meia conversa, linfócito T já está ativo, porque 
a célula dendrítica pegou o antígeno lá do tecido infectado. 
O linfócito B pegou antígeno também do meu organismo, 
antígeno veio pelo meu linfonodo, só que entrou por um 
canalículo diferente, chegou na região do linfócito B, 
apresentou para o linfócito, processou já que é uma APC, 
veio se encontrar. Quando se encontram, ocorre a ativação 
T dependente. Nesse momento ocorre secreção, IL-2, IL-7, 
IL-4, todas as citocinas estão ai, só dependem desse linfócito 
T. Se esse linfócito T for TH1, o que depende para ele ser TH1 
é a célula dendrítica que irá mandar, visto que, foi ela que 
apresentou o receptor de reconhecimento de padrão (PRR), 
foi ela que viu o antígeno pela primeira vez, portanto, é ela 
que manda. Se ela reconheceu, por exemplo, um vírus, ela 
irá expressar o antígeno do vírus, dessa forma, o perfil do 
linfócito T que é imaturo passa a ser TH1, e, esse TH1 secreta 
INF-gama, a qual trata-se de nossa citocina especial para 
fazer IgG. Digamos que não seja isso, digamos que o 
antígeno que eu reconheci não fosse um antígeno de TH1, 
mas um antígeno de TH2, se assim fosse, o linfócito seria 
TH2, e, a citocina liberada que modifica a classe seria IL-4, e 
o anticorpo produzido aqui seria predominantemente IgE. 
 
PERGUNTA: Por que o HIV faz imunodeficiência? 
Porque se ela matar o linfócito TCD4, o número de linfócitos 
B não irá se alterar, mas sua FUNÇÃO varia. Portanto, em 
primeiro lugar, a imunodeficiência se dá porque o HIV acaba 
funcionalmente com a minha resposta humoral. 
Não é só isso que o HIV faz. A arquitetura do linfonodo onde 
B e T tem uma região separada, e, entre T e B há o encontro 
T com B, o HIV destrói. Se acabou a arquitetura, o lugar que 
era para ser de B não vai ficar para B, sendo assim, o antígeno 
que chega para B não será visto, e, portanto, B não será 
ativado. Funcionalmente, acabou a resposta, esse paciente é 
totalmente imunodeprimido. A imunodeficiência do HIV é 
um erro falarmos que depende apenas da morte do linfócito 
CD4. Esse é importante, mas o HIV acaba com a arquitetura, 
mesmo que fosse funcional, se a arquiteturaacabar, a 
função global do linfócito acaba. 
AVIDEZ X AFINIDADE 
“Sobrevivência aumentada e proliferação”, essa afirmação 
se refere a afinidade aumentada, é Darwin. Quem for mais 
afim sobrevive, quem for menos afim, morre. 
Quando a célula B vai sofrer ativação, uma parte vira 
memória, e, outra parte vira secretora, passa a ser 
produtora, efetora propriamente dita. Maturação de 
afinidade é que um anticorpo inicialmente reconhece um 
antígeno com afinidade x. Quando ele sofre aquela variação 
no receptor ele não perde afinidade pelo antígeno, mas ele 
pode ampliar essa afinidade, pode reduzir também, mas 
estamos interessados apenas na ampliação. Se ele amplia, a 
afinidade fica maior, isso resulta no seguinte, o maior 
número de exposição faz com que a afinidade aumente 
quanto mais vezes eu vejo um antígeno estimulador, mais os 
meus anticorpos passam a ser afins. Por isso tomamos 
vacina, para aumentar afinidade, aumentar força de ligação, 
AVIDEZ. Avidez é a força de ligação. É um parâmetro 
avaliado em laboratório, essa, trata-se do somatório da força 
de ligação. O somatório da força de ligação, ou seja, a avidez 
está revelando a afinidade. Avidez de ligação de um 
anticorpo x antígeno está revelando quantas vezes esse 
antígeno já foi apresentado para você. 
NOVAMENTE: Avidez está diretamente relacionada a 
afinidade, cada vez que eu me exponho mais ao antígeno eu 
fico mais afim. Afim é a quantidade mínima necessária, 
tenho 10 antígeno para 100 células, os mais afins se ligam a 
ela. Avidez é quanto que um antígeno se liga com força ao 
 
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DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
anticorpo, se ele se liga com força, é porque ele passou por 
graus progressivos de maturação da afinidade. 
DE NOVO: Olhando para a figura, podemos perceber que o 
segundo anticorpo é mais afim, já que a ligação está mais 
apertada. Cada vez que eu me encontrar com o mesmo 
antígeno, mais apertado vai ficar. O “encontro sucessivo de 
apertadinhos” é avidez. Na prática, se um anticorpo dosado 
é mais ávido, quer dizer que essa pessoa passou mais vezes 
por um encontro com esse antígeno. Isso é feito com a 
RUBÉOLA, por exemplo, porque Rubéola tem vacina. 
Obviamente, ao comparar (1) alguém que teve vacina mas 
não teve Rubéola, com (2) alguém que teve Rubéola e tomou 
vacina, a segunda pessoa terá maior avidez. 
AVIDEZ está diretamente relacionada a AFINIDADE, 
entretanto, a afinidade é a quantidade mínima, e a avidez é 
força total de ligação. Força total de ligação depende de 
quantas vezes eu fiquei afim, e eu só posso ter ficado mais 
afim se tiver tido contato várias vezes. 
HAPTENOS E CARREADORES 
Nem todos os antígenos da natureza possuem a mesma 
capacidade de produzir resposta imune em termos de avidez 
e afinidade. Alguns anticorpos formam resposta mais afim 
em relação a outros, mas mesmo no caso dos menos afim, 
vacinas devem ser produzidas. Melhoro a avidez e afinidade 
da minha vacina se eu colocar um co-estimulador junto com 
ela, esses são os chamados “haptenos” ou “carreadores”. A 
maioria das nossas vacinas vem conjugadas junto ao 
hidróxido de alumínio, também chamado de alúmen em 
formulação vacinal. O hidróxido de alumínio não é o 
antígeno da vacina, no entanto, muitas vacinas o recebem 
junto a suas formulações para que esse se misture ao 
antígeno que eu quero formando uma liga para que o 
antígeno que eu quero imunize essa pessoa. Na hora que eu 
vacino essa pessoa, tenho antígeno + alúmen, o macrófago 
que pegou esse alúmen não consegue digerir esse hidróxido 
de alumínio, ele fica tentando corroer. Á medida que ele vai 
corroendo, os antígenos vão sendo liberados 
vagarosamente, a importância disso é AUMENTAR O TEMPO 
DE EXPOSIÇÃO DO MACRÓFAGO AO ANTÍGENO. 
REPETINDO: O alúmen está junto da vacina para que o 
macrófago não degrade muito rápido, para o macrófago 
pegar o antígeno e esses serem liberados pouco a pouco, 
dando tempo de estimulação ao macrófago, ele ganhando 
esse tempo de estimulação a resposta fica mais vigorosa. 
MECANISMOS EFETORES DE ANTICORPO 
Um anticorpo pode por mim (1) opsonizar, (2) liberar uma 
resposta citotóxica dependente de anticorpo, (3) ativar o 
complemento pela via clássica, e, através do complemento 
da via clássica, ele pode fazer liberação da MAC, ativação do 
macrófago ou do neutrófilo, pode fazer com que céulas 
fagocitem. 
 
AFINIDADE: 
QUANTIDADE MÍNIMA NECESSÁRIA 
 
AVIDEZ: 
FORÇA TOTAL DE LIGAÇÃO 
 
 
8 
 
DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
REPETINDO: Esses são os mecanismos efetores humorais 
(Essas são as formas que o anticorpo pode me defender), (1) 
neutralizar; (2) opsonizar (“marcar para fagocitose”); (3) 
citotoxicidade dependente do anticorpo, ou seja, uma célula 
T é citotóxica, mas pelo cruzamento com a resposta 
humoral, ela produz uma resposta ainda mais efetora, ou, 
ainda, pode ativar o anticorpo, pode ativar o sistema 
complemento pela via clássica que é a via de anticorpos. 
 
IMUNOGLOBULINAS 
Na imagem acima temos a estrutura de um anticorpo. Como 
é sabido, todo anticorpo é formado por um par de cadeia 
pesada internamente, e um par de cadeia pesada 
externamente. O anticorpo é sempre espelhado, portanto, 
temos uma porção de cada lado. A porção que se liga ao 
antígeno efetivamente é conhecida como porção Fab, essa 
pequena porção que engloba uma parte da cadeia pesada e 
uma parte da cadeia leve é conhecida como porção, ou 
então, Fragmento ab (vem do inglês “ligação ao antígeno”), 
portanto, trata-se de um fragmento de ligação ao antígeno. 
Na prática, trata-se da região que o antígeno de fato interage 
com o anticorpo. 
NOVAMENTE: Na imagem temos um anticorpo genérico, 
esse, é formado pela cadeia pesada e pelas bordas que são 
as cadeias leves. Esse fragmento da bifurcação eu chamo de 
Fab, sendo a região que o antígeno interage especificamente 
com o anticorpo, é por onde o anticorpo se liga. Como 
mostrado na semana passada, toda cadeia leve e pesada nas 
suas pontas tem as regiões variáveis, essas tem que variar 
porque nem todos os antígenos são iguais, portanto, esses 
fragmentos marcados em vermelho, a porção variável 
pesada e a porção variável leve tem que variar para que o 
antígeno se encaixe. Para ficar mais fácil de entendermos, 
devemos pensar que isso é uma chave-fechadura. Não é 
qualquer chave que abre a fechadura, porém, uma mesma 
chave pode abrir algumas fechaduras, e é basicamente isso. 
Qualquer um dos dois podemos chamar de chave, bem 
como, qualquer um dos dois podem ser chamados de 
fechadura. Essa chave não é igual em todos os anticorpo, 
mas alguns anticorpos diferentes pegam o mesmo antígeno, 
e, o mesmo antígeno pega alguns anticorpos. A porção que 
se segue, ou seja, a porção que está excluida da porção Fab 
é chamada de porção Fc, enquanto a Fab se liga aos 
antigenos, a porção Fc se liga diretamente a receptores de 
células. 
 
Na aula da Juliana, vimos uma série de citocinas que 
influenciam nos anticorpos, e então, resultam em um tipo de 
resposta imunológica. Por exemplo, o anticorpo da classe E, 
o IgE, é justamente o anticorpo que vai se associar aos 
nossos Eosinófilos, os quais produzem Histaminas e certas 
proteínas que atuam em respostas alérgicas e parasitárias. O 
IgE se liga ao EOSINÓFILO, BASÓFILO E AO MASTÓCITO mas 
não se liga ao Neutrófilo. 
NOVAMENTE: O IgE traduz as respostas alérgicas e 
parasitárias, tanto é verdade que quem tem alergia, recebe 
sempre do alergista uma solicitação de IgE total ou IgE 
frações para identificar qual a quantidade de IgE, para saber 
se o paciente é alérgico, e, ele pede os específicos para saber 
para quem você é alérgico, qual o tipo de antígeno. Esse 
teste feito ou no dorso ou no antebraço chama-se de PRICK 
TESTE, que é o teste em que pinga-se o antígeno e usa-se 
uma agulhinha para entrar o antígeno, pega-se o outro 
antígeno, pinga, faz o furinho e assim sucessivamente. Esse 
teste serve para saber quais os antígenos de IgE o paciente 
produz. IgE total é para saber se você tem uma grande 
quantidade de IgEcirculante. 
O IgE participa da resposta alérgica porque ele sensibiliza o 
Mastócito tecidual, o Eosinófilo e o Basófilo circulante. Eles 
tem em comum que todos eles secretam Histamina, e, essa 
é a nossa precursora da resposta alérgica e inflamatória. 
PERGUNTA: Por que a IgE sensibiliza Mastócito, Eosinófilo, 
Basófilo mas não sensibiliza Neutrófilos, por exemplo? 
Porque não existe receptor para Neutrófilo que responda a 
IgE. Essas células conseguem atuar com IgE, mas, 
 
9 
 
DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
Neutrófilos, por exemplo, não atuam porque essas células 
expressam o receptor da porção Fc da IgE. 
NOVAMENTE: Mastócitos, Eosinófilos e Basófilos 
respondem para IgE e Neutrófilo não porque na superfície 
dessas células existe um receptor específico que consegue 
se encaixar ao IgE, esse, é chamado de “Receptor da porção 
Fc do IgE”. Isso significa que esse receptor segura o 
“cabinho” do IgE, e então ele fica ancorado a sua superfície. 
O Neutrófilo não tem receptor para porção Fc. Na prática, 
isso significa dizer que se a porção Fab está relacionada a 
ligação ao antígeno, a porção Fc está ligada a função do 
anticorpo. A função da IgE é atuar contra respostas alérgicas 
e parasitárias, e só responde a alérgicos e parasitários 
porque as células que os possuem são Mastócitos, 
Eosinófilos e Basófilos e essas células tem receptor para IgE. 
IgE não participa de resposta fagocítica porque nenhum 
fagócito de receptor para IgE, ou seja, IgE tem função 
atribuída ao seu Fc, e essa é a porção efetora de todo 
anticorpo. 
Um outro exemplo é a CÉLULA NK, quando dizemos que essa 
célula faz a chamada citotoxicidade dependente de 
anticorpo (ABCC). Célula NK é uma célula citolítica que 
responde a MHC de classe I alterado (*”isso foi dito na aula 
1 de imuno, ela é uma ‘prima’ do CD8, responde ao MHC de 
classe 1 igual ao CD8, só que a célula NK não tem nada a ver 
com antígeno, e, sim com MHC de classe I alterado”). A 
relação dessa célula com anticorpo só é dada se ela tiver um 
receptor que se associa com o anticorpo. Se ela tiver um 
receptor que se associa ao anticorpo, através do anticorpo 
ela se ativa, e essa só o fará porque tem um receptor para 
porção Fc. Essa tem o receptor de IgG, então, IgG consegue 
ser reconhecida pela célula NK pelo receptor Fc. A NK é uma 
célula que atua na resposta celular, ela não atua na 
resposta humoral, NO ENTANTO, PODE ATUAR, desde que 
ela expresse receptor que se ligue ao anticorpo. Como ela 
expressa o receptor Fc da IgG, então o Fc da IgG consegue 
ativar NK e essa fazer citólise. 
Mais um exemplo para entendermos é o MACRÓFAGO, esse 
faz opsonização através de anticorpo porque ele tem um 
receptor que liga a anticorpo. O nome desse receptor é 
Receptor da Porção Fc, essa, é a porção efetora de todo 
anticorpo, e, no caso do Macrófago, ele tem receptor para 
IgM e IgG. Toda vez que essa imunoglobulinas se ligarem ao 
antígeno, ela deixa o Fc pronto/disponível, o Macrófago tem 
receptor que pega Fc, quando o Macrófago cruza essa 
reação, ele endocita anticorpo e antígeno junto. 
(*”não sabem o quanto isso é importante, se atentem”) 
O grande problema do indivíduo que faz doença autoimune 
é o EXCESSO DE IMUNOCOMPLEXOS que ele produz. Isso 
significa que esse doente tem muito antígeno, e, ele 
responde a muito antígeno disponível fazendo muito 
anticorpo contra antígeno. Quando eu misturo anticorpo + 
antígeno eu tenho imunocomplexos. 
 
ANTICORPO + ANTÍGENO: IMUNOCOMPLEXO 
 
Quem leva esses imunocomplexos para fora do meu corpo 
são os Macrófagos, por exemplo, porque ele pega antígeno 
e anticorpo e põe para dentro dele fagocitando. Dentro dele, 
ele degrada antígeno + anticorpo, por isso, me livro do 
imunocomplexo. 
REPETINDO: Quando eu tenho excesso de imunocomplexos 
no meu corpo, o Macrófago pega o receptor para Fc, poe 
anticorpo e antígeno para dentro, fagocita e destrói dentro 
dele, então eu acabei com o complexo antígeno-anticorpo. 
Entretanto, quem tem doença autoimune faz muito mais 
antígeno anticorpo do que o Macrófago consegue destruir, 
quando tenho mais antígeno-anticorpo do que o Macrófago 
consegue destruir, o imunocomplexo vai para a membrana 
do rim, para o néfron. Quando ele prende na membrana do 
rim, por ser grande demais para passar pelo néfron, se o 
anticorpo está preso ao antígeno na região do néfron ele 
está deixando exposto o Fc, e esse é o fragmento que faz a 
função efetora do anticorpo, ou seja, aquilo que o anticorpo 
usa para produzir seus efeitos. Quando o antígeno + 
anticorpo fica preso na membrana do rim, Fc fica disponível 
no anticorpo, nesse caso, o Macrófago se prende e vai 
produzir citocina inflamatória, vai começar a degradar o 
néfron. Quando isso ocorre, o paciente que tem doença 
autoimune sofre de Doença Renal Crônica. Esse é o 
problema de ter imunocomplexo não depurado pelos 
Macrófagos, por exemplo. Macrófagos depuram o complexo 
imune pela porção Fc (*”essa é a importância que vocês 
devem levar”). 
ANTICORPOS MONOCLONAIS 
 
IgM 
Toda IgM é meu primeiro anticorpo produzido pelo linfócito 
B. Se ele é nosso primeiro anticorpo a ser produzido, 
obviamente ele é meu primeiro marcador da resposta 
aguda. Toda infecção aguda resulta primeiramente em uma 
formação de IgM. TESTE RÁPIDO PARA DENGUE: Se eu 
pegar um cassete para detecção do Dengue, um pega 
anticorpos, outro pega antígenos de superfície viral. Se o 
cara só pegou IgM mas não pegou IgG, significa que ele está 
em fase aguda. 
A IgM é nosso principal antígeno neutralizador porque essa 
trata-se de um pentâmero, portanto, 5 anticorpos formam 
 
10 
 
DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
uma molécula, e, cada anticorpo pega 2 antígenos, se eu 
tenho 2 anticorpos, pego 10 antígenos. Uma mesma 
molécula pega 10 antígenos, por isso, IgM é o nosso 
principal anticorpo neutralizador. Todo anticorpo tem seu 
mecanismo efetor na porção Fc, e, nesse caso, temos 5 
porções Fc, o que justifica IgM ser nosso principal ativador 
da Via Clássica, já que tem 5 Fc para ativar a Via Clássica, 
enquanto comparado aos outros anticorpos que só tem 1. 
A vida plasmática da IgM é de 20% do total. Geralmente, 
minha concentração plasmática é 1,5, o que corresponde a 
20% do total de imunoglobulinas que eu tenho no plasma 
sanguíneo. Isso é bem pouco. A meia-vida da IgM é até 7 
dias, portanto, a IgM que eu faço hoje, normalmente, em até 
7 dias ela já foi degradada, mais uma razão para eu pensar 
em IgM apenas em fase aguda. 
IgD 
Não preciso me preocupar porque só é expresso na 
membrana do linfócito B virgem, portanto, só serve para o 
desenvolvimento linfocitário. Portanto, IgD não é anticorpo 
de defesa, e, sim, de desenvolvimento, serve para 
desenvolvimento de linfócito B. Depois que eu faço uma 
IgM, todo linfócito B também precisa ter uma IgD, só que 
essa não tem função efetiva, a única função da IgD é fazer 
com que essa IgM termine o processo de maturação. Para 
terminar o processo de maturação tem que ser feita uma 
IgM, obrigatoriamente. Depois que se termina de fazer uma 
IgM, na penúltima fase, é pedido que ela faça uma IgD 
também, obrigatoriamente. Se o anticorpo IgM e IgD não 
estiverem presentes na superfície do linfócito ele é excluído 
da população. Serve para reconhecer antígenos próprios 
também. 
IgG 
A IgG é o nosso anticorpo plasmático mais abundante. 
NÃO É O NOSSO PRINCIPAL ANTICORPO, 
NEM É O MAIS ABUNDANTE DO MEU CORPO, 
 É O !!!PLASMÁTICO!!! MAIS ABUNDANTE. 
O mais abundante de todos é a (1) IgE, depois é a (2) IgA, e, 
depois, a (3) IgG em totalidade. A explicação disso é óbvia, 
IgA está nas minhas mucosas, e, só de mucosa temos 400m2. 
Entretanto, PLASMÁTICO, ou seja, CIRCULANTE, quem 
vigora, principalmente, é a minha IgG. A IgG faz “tudo que eu 
quiser”, (1) opsoniza, (2) neutraliza, apesar do principal 
neutralizante ser a IgM, funcionalmente, mas, quem está em 
maior concentração é IgG. Quando IgM tem 20%, IgG tem 
75%, portanto, ganha no número, passa a ser neutralizante 
no número, e, não pelafunção, porque o nosso IgG é 
monomérica. Faz (3) citotoxicidade dependente de 
anticorpo, (4) ativa complemento. IgM também faz isso, 
mas, tenho muito mais IgG nas minhas respostas. Além 
disso, IgG é nossa resposta secundária, toda vez que eu 
termino de fazer minha IgM, a próxima imunoglobulina que 
em predomínio eu faço é IgG, o que se justifica pelo número 
de IgG que temos, 75%. Essa é nossa resposta secundária. 
Não tenho só um tipo de IgG, tenho 4 tipos diferentes. 
Antigamente, falava-se que a IgG-2 não atravessa a placenta, 
mas, hoje sabemos que todas as IgG atravessam a placenta, 
aliás, IgG é o único anticorpo que atravessa a placenta. 
Portanto, é a IgG que dá minha Imunidade Passiva materno-
fetal. 
Sua concentração plasmática é maior porque é mais 
abundante, e, a meia-vida é de 23 dias, o que faz todo 
sentido, já que, dessa forma, se eu fizer minha IgG hoje, 3 
semanas depois eu ainda posso dosar a mesma IgG 
produzida no dia 0 (*”pega isso”). Isso significa que já passou 
 
11 
 
DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 
a fase aguda, já que, fase aguda é de 7 dias. Se já passou a 
fase aguda, e, ainda tenho anticorpo, significa que ela marca 
a 2° fase da exposição, a exposição de convalescência. Como 
ela tem um predomínio nas células de memória, também 
uso IgG como marcador de resposta secundária. Ela não é só 
marcadora de convalescência (recuperação), mas marca 
também minha reativação, resposta secundária. 
IgA 
No colostro, é IgA, mas, colostro NÃO É PLASMÁTICO. 
Colostro é mucoso, portanto, NÃO CONTO COMO 
ANTICORPO PLASMÁTICO. A IgA é a imunoglobulina dos 
epitélios, todos os meus epitélios tem IgA. Todas as minhas 
secreções têm IgA. Tudo que é epitélio mucoso põe IgA para 
fora (TGI, TGU, Trato respiratório). Tudo que for secreção 
externa tem IgA, leite tem IgA, fazendo a proteção materno- 
fetal. Saliva tem IgA. Lágrima tem IgA. ZÉ GOTINHA é IgA, ele 
não é chamado dessa forma a toa, esse, é para proteger o 
TGI, sendo assim, tem que ser IgA, para proteger epitélio 
mucoso. Zé Gotinha é, basicamente, IgA. Protejo 
passivamente o epitélio do meu TGI. Zé Gotinha protege 
contra pólio. “Mas tem o Zé Gotinha do Rota”, não é em 
todos os estados, e pode ser feita na agulha, no Rio de 
Janeiro o Zé Gotinha ainda é feito da Rota. Tanto para Polio 
quanto para Rota, a infecção é fecal-oral, essa transmissão 
justifica eu tomar Zé Gotinha para proteger epitélio, mas a 
Polio que usa Zé Gotinha são as doses posteriores, as doses 
iniciais são feitas na agulha, não podemos confiar apenas na 
imunização de IgA para pólio. Concentração plasmática é 
baixa, visto que isso aqui está em tecido. Meia-vida é 
pequena, de 6 dias, mas não me preocupo com meia-vida 
plasmática, me preocupo com meia-vida tecidual. 
(*A deficiência de IgA é a mais importante da aula da 
Juliana”) 
IgE 
Trata-se da imunoglobulina das nossas respostas alérgicas, 
está presente nos Mastócitos, Basófilos e Eosinófilos, uma 
vez cruzada, ela libera Histamina e degranula. 
 
Mastócito com grânulo de Histamina, quando ele cruza 
antígeno com IgE, ele degranula Histamina. Quando isso 
acontece, há resposta inflamatória. Caso seja um alérgeno, a 
resposta é alérgica.

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