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- Oncologia - Caes e Gatos O câncer em pequenos animais: A Oncologia representa um especialidade de grande destaque na medicina veterinária, uma vez que o aumento da expectativa de vida dos animais de companhia está diretamente relacionado ao aumento de incidência de neoplasias. As neoplasias ocorrem pelo acúmulo progressivo de mutações no genoma celular induzindo uma ruptura irreversível dos mecanismos homeostáticos que regulam o crescimento, diferenciação e morte celular. Trata-se do resultado fenotípico de uma série de alterações genéticas e epigenéticas, que podem ter ocorrido durante um longo período de tempo. Estas alterações podem ser herdadas ou adquiridas, em consequência de processos endógenos ou da exposição aos vários fatores ambientais, como determinadas substâncias químicas, radiações solar e vírus oncogênicos. No Brasil o câncer nos animais de companhia é apontado como a segunda maior causa de mortes, sendo a primeira em animais acima dos 10 anos. Diagnostico: - Diagnostico citológico: é definido como exame morfológico de células, individualmente, sem a presença da arquitetura tecidual. Esse exame é importante para o diagnostico, planejamento e condução de um caso clinico. - Diagnóstico anatomopatológico: é um exame que disponibiliza informações histopatológica e imunohistoquimicas relevantes para a definição do prognóstico e tratamento. Sendo o histopalogico, o diagnostico definitivo da neoplasias, pois proporciona detalhes histomorfologico do tumor com pleomorfismo, grau de diferenciação, índice mitótico, presença ou ausência de necrose e a precisão da excisão. Tratamentos: - Cirurgia oncológica: A intervenção cirúrgica no paciente oncológico é um dos métodos mais efetivos no tratamento da maioria dos tumores sólidos em cães e gatos, e pode, em muitos casos, oferecer a possibilidade de cura. A cirurgia curativa depende de um planejamento extremamente detalhado, obtido a partir da reunião de informações sobre o tipo e graduação do câncer a ser tratado, o estadiamento do paciente, os efeitos locais e sistêmicos esperados para cada tumor, o prognóstico do paciente e as opções de tratamento complementares e alternativos disponíveis. A cirurgia é o método mais amplamente utilizado para o controle regional da doença e representa a primeira opção terapêutica em pacientes com estadiamento inicial, portadores de neoplasias localizadas e com baixo potencial metastático - Quimioterapia antineoplásica: A quimioterapia é uma forma de tratamento sistêmico para o câncer que pode proporcionar uma aumento dramático na qualidade de vida do paciente. Além disso, é definida como o uso de fármacos citotóxicos. Esses fármacos são capazes de provocar danos químicos nas células em divisão celular. Podem levar a uma remissão completa (não tem mais sinal da doença, porém não pode concluir se foi curado) em alguns canceres, e ser efetivos na diminuição do tamanho tumoral ou prolongar a vida do animal. A quimioterapia pode ser dividida em algumas terapias: Terapia adjuvante: consiste no tratamento quimioterápico após a remoção cirúrgica ou controle por radiação do tumor primário. Terapia neoadjuvante: consiste na utilização da quimioterápicos antes do tratamento com outras modalidades, com a intenção de redução do tamanho tumoral para aumento do controle e prevenção de possível crescimento de micrometástase pós- operatório. Terapia de indução: fundamenta-se na fase de tratamento inicial com fármacos com a intenção de induzir remissão em cânceres linfoides ou hematopoiéticos. Terapia de manutenção: consiste no uso de quimioterápicos de forma continua para manter a remissão, Terapia de consolidação: consiste na intenção de sustentar uma remissão. Terapia de resgate: constitui no uso de quimioterápicos após a recorrência tumoral ou quando o tumor não responde à terapia prévia. Terapia Paliativa: tem o objetivo de diminuir sinais clínicos no case de doenças inoperável. - Quimioterapia metronômica: É definida como a contínua administração de fármacos quimioterápicos em doses mais baixas do que as doses convencionais. Além disso, a metronômica diminui o crescimento dos vasos sanguíneos do tumor, esse processo é conhecido como angiogênese, o qual é um processo crítico para o desenvolvimento e progressão do tumor. Vale ressaltar, que a quimioterapia metronomica não substitui o tratamento convencional, mas pode ser utilizado como alternativa no tratamento paliativo de pacientes como neoplasias metastáticas, tumor inoperável ou em casos de resistência ao quimioterápico. Possui baixa toxidade, facilidade na administração por via oral e baixo custo. O objetivo de usar essa nova abordagem terapêutica é o de se controlar a doença, mantendo-a estável, e prolongar a sobrevida, mantendo a qualidade de vida do paciente - Eletroquimioterapia: A eletroquimioterapia é o processo de quimioterapia potencializada pela eletroporação da membrana citoplasmática por meio de pulsos elétricos. A técnica permite maior penetração localizada de fármacos quimioterápicos no citoplasma de células, inclusive nas tumorais. Tem sido empregada como forma de tratamento, único ou coadjuvante, para tumores superficiais em diversas espécies. Apresenta vantagens como ausência ou baixa ocorrência de efeitos adversos sistêmicos, pequeno número de aplicações, baixo custo e alta efetividade - Imunoterapia: É responsável para ativar os componentes celulares da resposta antitumoral ou agir seletivamente sobre estruturas moleculares do próprio tumor. Quanto ao sistema imunológico, a imunotepria pode ser considerada ativa ou passiva. Na ativa, substancias estimulantes e restauradoras são administradas com a finalidade de provocar uma resposta com antitumoral. Já na passiva, substancias ativas são administradas cm objetivo de proporcionar uma capacidade imunológica no combate a doença. Além disso, ao considerar a seletividade das imunoterapias, podem ser classificadas como inespecíficas ou especificas. As inespecíficas tem como objetivo melhorar a resposta inata e adaptativa do sistema imunológico no reconhecimento e destruição das células malignas. Já as imunoterápias específicos podem atuar de forma ativa e estimular a resposta antitumoral, a partir da utilização de vacinas antitumorais ou de forma passiva. - Radioterapia: A radioterapia é o uso da radiação ionizante para o tratamento das neoplasias. É um tratamento local eficaz para muitos tumores sólidos no cão e no gato, sem efeitos sistêmicos. . Nutrição do paciente oncológico: A alimentação adequada merece atenção especial em qualquer fase do ciclo de vida de cães e gatos, sendo fator essencial à saúde e longevidade desses animais. A terapia nutricional em animais portadores de câncer deve contemplar inúmeras variáveis, relacionadas com o tipo de tumor, o protocolo quimioterápico, as intervenções cirúrgicas, as alterações metabólicas induzidas pela neoplasia, características individuais do animal e a cooperação dos proprietários. A terapia nutricional é componente importante no tratamento de todo paciente com neoplasia, em especial no portador de caquexia neoplásica. Nutrientes específicos podem reduzir a toxicidade associada ao uso de quimioterápicos ou radioterapia, melhorar a resposta imunológica e fornecer substrato proteico-energético adequado para os pacientes. Os objetivos do suporte nutricional são prevenir ou corrigir deficiências nutricionais, minimizar os efeitos secundários do tratamento antineoplásico, melhorar a qualidade de vida e auxiliar na recuperação da condição corpórea do paciente. Outro aspecto importante no processo alimentar é educar e orientar os proprietáriossobre as alterações no metabolismo e as necessidades nutricionais especiais desses pacientes.
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