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V O T O O EXMO. DESEMBARGADOR FEDERAL FERNANDO BRAGA (RELATOR): Inicialmente, convém salientar que esta Corte Regional vem sedimentando o entendimento segundo o qual não se aplica o disposto no art. 1º-D da Lei nº 9.494/97 quando se tratar de execução de sentença proferida em ação coletiva. É o que se pode depreender dos arestos abaixo, in verbis: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. AÇÃO INDIVIDUAL. NÃO CABIMENTO DA SÚMULA Nº 345 DO STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. IMPOSSIBILIDADE. 1. Agravo de Instrumento manejado em face de decisão que arbitrou honorários advocatícios em valor superior a 60 (sessenta) salários mínimos em processo de execução de titulo judicial. 2. A Súmula nº 345 do eg. STJ enuncia que "São devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não embargadas.". Cabível, portanto, a fixação dos honorários advocatícios na execução em tela. 3. Não se aplica o disposto no art. 1º-D da Lei nº. 9.494/97, quando se tratar de execução de sentença proferida em ação coletiva. 4. Hipótese em que, por se tratar de ação individual, não cabe condenação em honorários advocatícios em detrimento da Fazenda Pública. Agravo de Instrumento provido. (Negritei) (TRF5, AG140584/PE, Relator: Desembargador Federal GERALDO APOLIANO, TERCEIRA TURMA, DJE: 20/2/2015) PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CONDENAÇÃO DA EXECUTADA. POSSIBILIDADE. EXISTÊNCIA DE OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DO DEVEDOR. 1. Não se PROCESSO Nº: 0803704-21.2014.4.05.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRAVANTE: SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS DE PERNAMBUCO ADVOGADO: JOSÉ CARLOS ALMEIDA JÚNIOR AGRAVADO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL FERNANDO BRAGA - 2ª TURMA R E L A T Ó R I O O EXMO. DESEMBARGADOR FEDERAL FERNANDO BRAGA (RELATOR): Trata-se de agravo de instrumento interposto pelo SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS DE PERNAMBUCO contra decisão proferida pelo magistrado federal da 9ª Vara Federal, da Seção Judiciária de Pernambuco (SJPE), que, com fundamento na Súmula nº 345 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no disposto no art. 20, § 4º, do Código de Processo Civil (CPC), fixou, em sede de execução de sentença proferida em ação coletiva, os honorários advocatícios em 1% sobre o valor exequendo. Aduz o agravante, em apertada síntese, que a verba honorária advocatícia teria sido fixada em valor irrisório, em dissonância com o previsto nos §§ 3º e 4º, do art. 20, do CPC, uma vez que não considerou dignamente o trabalho realizado pelos advogados no procedimento executório. Requer o provimento do agravo de instrumento, a fim de que os honorários advocatícios sejam fixados entre 10% e 20% sobre o valor executado, nos termos do art. 20, § 4º, do CPC. Contrarrazões apresentadas. É o relatório. aplica o disposto no art. 1º-D da Lei nº 9.494/97 quando se tratar de execução de sentença proferia em ação coletiva. Súmula nº 345 do STJ. 2. Cuidando-se de demanda repetitiva e de baixa complexidade, fixo os honorários em R$ 1.000,00 (um mil reais), nos termos do art. 20, parágrafo 4º, do CPC. 3. Apelação provida. (Negritei) (TRF5, AC558021/PE, Relator: Desembargador Federal MANOEL ERHARDT, PRIMEIRA TURMA, DJE: 19/9/2013) Nessa linha, nas execuções contra a Fazenda Pública, os honorários deverão ser fixados mediante apreciação equitativa do juiz, levando-se em consideração o grau de zelo do profissional, o lugar de prestação do serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço, de acordo com o disposto no art. 20, § 4º, do CPC. Ora, tenho que, in casu, não se mostra cabível a majoração dos honorários advocatícios, pois arbitrá-los no montante requerido pela parte recorrente [entre 10% e 20% do valor da execução (R$108.198,77)] extrapolaria os limites de um julgamento equitativo, o que não se mostra razoável, nem proporcional, porquanto se cuida de execução de sentença proferida em sede de ação coletiva, cuja matéria envolvida é recorrente (reajuste de 3,17% sobre vencimentos de servidor público) e de menor complexidade. Assim, não se há de falar, na espécie, de fixação de verba honorária em valor irrisório. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo de instrumento. É como voto. EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA. FIXAÇÃO EQUITATIVA DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. MAJORAÇÃO. DESCABIMENTO. 1. Trata-se de agravo de instrumento contra decisão proferida pelo magistrado federal da 9ª Vara Federal, da Seção Judiciária de Pernambuco (SJPE), que, com fundamento na Súmula nº 345 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no disposto no art. 20, § 4º, do Código de Processo Civil (CPC), fixou, em sede de execução de sentença proferida em ação coletiva, os honorários advocatícios em 1% sobre o valor exequendo. 2. Inicialmente, convém salientar que esta Corte Regional vem sedimentando o entendimento segundo o qual não se aplica o disposto no art. 1º-D da Lei nº 9.494/97 quando se tratar de execução de sentença proferida em ação coletiva. 3. Nessa linha, nas execuções contra a Fazenda Pública, os honorários deverão ser fixados mediante apreciação equitativa do juiz, levando-se em consideração o grau de zelo do profissional, o lugar de prestação do serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço, de acordo com o disposto no art. 20, § 4º, do CPC. 4. In casu, é descabida a majoração dos honorários advocatícios, pois arbitrá-los no montante requerido pela parte recorrente [entre 10% e 20% do valor da execução (R$108.198,77)] extrapolaria os limites de um julgamento equitativo, o que não se mostra razoável, nem proporcional, porquanto se cuida de execução de sentença proferida em sede de ação coletiva, cuja matéria envolvida é recorrente (reajuste de 3,17% sobre vencimentos de servidor público) e de menor complexidade. Assim, não se há de falar, na espécie, de fixação de verba honorária em valor irrisório. 5. Agravo de instrumento improvido. A C Ó R D à O Decide a Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por maioria, NEGAR PROVIMENTO ao agravo de instrumento, nos termos do voto do Relator, na forma do relatório e notas taquigráficas que passam a integrar o presente julgado. Recife, 7 de abril de 2015. (Data do julgamento)