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Fichamento - A luta pelo Direito - Rudolf Von Ihering

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FICHAMENTO – A LUTA PELO DIREITO
	Toda e qualquer lei, em qualquer nação ou estado foram prescritas para a manutenção da paz social e para garantir que a democracia e os direitos de todos os indivíduos sejam respeitados, no entanto, para que esses preceitos que regulam a sociedade existam foram - e ainda é necessário guerras e lutas. Ou seja, a lei não é apenas um conjunto de regras e normas escritas, e sim uma força viva, a qual se desenvolve de acordo com o percorrer da sociedade. Diante a assertiva, Ihering afirma que a lei não é responsabilidade APENAS do estado, mas sim do corpo social. Ao longo da história de toda nação isso se torna muito claro, onde indivíduos lutam para conquistar seus direitos em todas as categorias. Contudo, nem todo ente de uma sociedade tem essa consciência, para uma grande maioria, a lei é apenas forma que o estado determina o que é lícito e o que é ilícito, e impõe a toda a massa com a finalidade de promover a harmonia e, para outros, a lei é uma grande luta de gerações.
	Para o autor, a palavra "Direito" possui dois sentidos, um sentido objetivo e outro subjetivo. O sentido objetivo da palavra "Direito" designa o conjunto de normas que o estado mantém em vigor, ou seja, normas que regem as relações humanas no geral, a forma de agir imposta a todos os indivíduos dentro da sociedade. Essa norma de agir também pode ser chamada de norma agendi. Essa forma objetiva também pode ser chamada de Direito Positivo. 
	Já o sentido subjetivo da palavra "Direito", designa a faculdade do cidadão de invocar a lei na defesa de seus interesses próprios, esses direitos encontram anteparo na norma, ou seja, estão inteiramente ligados ao Direito Objetivo. Essa faculdade de fazer uma ação pode ser chamada de facultas agendi. 
	Ihering cita em seu livro que dissertará sobre a lei no Direito Subjetivo, no entanto, reconhece que o espírito do Direito Subjetivo encontra-se também no Direito Positivado, ou seja, no direito objetivo. Ele escolhe dissertar sobre o subjetivo, uma forma mais individual, já que, o direito objetivo não é contestado, porque este parte do Estado. 
	No livro, Ihering cita e discorda da teoria de Puchta e Savigny, que discorre sobre os primórdios do direito. Para Puchta e Savigny o direito é formado naturalmente, ou seja, surge com simplicidade, com o decorrer da evolução social, sem necessidade de lutas para que seja legitimado. Já Ihering, discorda e acredita no surgimento do direito através da luta, combates e de esforços de uma sociedade. Para Rudof “O nascimento do direito se dá como o do homem, um parto doloroso e difícil.”.
	Partindo desse pressuposto, Ihering afirma que as leis, para serem transformadas em condutas, desde as mais simples, até as mais complexas, foram mal acometidas. No livro, Rudof cita um exemplo clássico da história de Roma, onde aqueles que tinham débito e não conseguissem quitar os mesmos tinham que trabalhar como escravos para quitar a sua dívida, e, com o passar do tempo, essa prática deixou de existir, no entanto, esse é um exemplo de um embate árduo e retrata muito bem a frase “O nascimento do direito se dá como o do homem, um parto doloroso e difícil.”, pois muitas pessoas foram mortas, prejudicadas e escravizadas na época.
	À vista disso, Ihering então defende em sua obra que o povo só consegue o direito forte através dos sacrifícios no campo das obrigações, onde gerações são sacrificadas para que outras gozem do direito, e assim sucessivamente. Todo aquele que possui seus direitos prejudicados, seja de forma subjetiva ou objetiva tem duas opções: A primeira é lutar pelo direito, com a finalidade de lhe conferir aquilo que é justo, a outra opção é abrir mão dessa luta tão importante para Ihering, no entanto, nessa opção é regida pela quietude diante tantas problemáticas na sociedade, o que nos remete ao início do livro. No entanto, Rudolf compreende que a última opção vai contra o verdadeiro âmago do Direito, pois nesse caso prefere-se a evasão ao combate diante a injustiça. 
	Ihering cita uma frase muito marcante em seu livro, nela ele diz que “O direito é a condição da existência moral da pessoa, e mantê-lo é defender sua própria existência moral.", ou seja, o Direito é intrínseco quando o assunto é moral. Sem o direito, não existe moral. A moral no qual Ihering se refere me remete a sociologia, ou seja, moral como padrão de conduta em determinado seguimento social, a qual vai se modificando a cada época e a cada setor da sociedade, moral que também determina ao homem qual a conduta a seguir para o seu aperfeiçoamento como homem. Ou seja, ir contra o Direito é como ir contra a moral, onde o homem não consegue mais firmar sua honra. 
	Meio a toda essa problemática, Ihering faz uma confrontação muito inteligente entre dor física e dor moral, Rudolf sinaliza a dor física como um indicativo individual e subjetivo de que algo está errado dentro do nosso organismo, já a dor moral, na concepção de Rudolf vem como violação do direito de um povo. E, o indivíduo, ao ser ferido moralmente deve lutar pelos seus direitos, determinado a proteger todos os seus direitos, e, agarrar-se aos mesmos com responsabilidade e coragem, afim de manter sua moral. 
	No entanto, existe uma contrariedade nesse assunto, nem todo o indivíduo porta-se da mesma forma quando sua moral, ou seja, seus direitos, são feridos, e Ihering reconhece que isso deriva de diversos fatores, como: profissão, valores familiares, sociedade na qual aquele indivíduo está inserido e outros. Um exemplo que o autor cita do livro é a comparação entre o militar e o camponês, onde se consegue ver claramente os diversos fatores discrepantes entre os dois indivíduos. 
	A luta pelo direito não é apenas defender o SEU direito, mas é acima de tudo legitimar a sua índole e princípios éticos de vida de toda uma sociedade, ou seja, a luta pelo direito é um dever que o indivíduo tem com ele mesmo, através da sua moral, e também com a sociedade na qual ele está inserido, através da defesa do seu direito privado, o indivíduo está também intercedendo a favor de seu povo. 
	Dessa forma, conclui-se que todo homem, independentemente de sua situação social de inserção na sociedade deve lutar contra a opressão, não apenas pela questão de moral, mas especialmente pelo bem-estar social, assim, por consequência, esse cidadão servirá de exemplo aos demais. E, por conseguinte, esse exemplo trará a consciência de democracia a sociedade, e, ao meu ver, comprovará o parágrafo único do Art. 1º da Constituição da República Federativa do Brasil, o qual diz: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição."
	Só existe a possibilidade do progresso de uma nação com a mudança e com a evolução da mentalidade de um povo, e como esse povo defende a violação dos seus direitos. E a busca insaciável da sociedade, que deve ir lutando contra as injustiças no âmbito privado. Ihering faz uma citação em seu livro que explicita isso: ”E, se quisermos saber como se dá a luta de uma nação que defenderá em determinado caso seus direitos políticos e sua posição internacional, basta apenas saber-se como o seu povo defende o direito individual na vida privada.”. O que nos remete ao início desse fichamento, a lei como algo vivo e direito como algo que não está só no campo das ideias, mas sim em um sentimento de auto-preservação da moral do ser humano.
	Para Von, o direito conta com várias disciplinas jurídicas, as quais, em sua totalidade somam para aperfeiçoamento de caráter e moral do ser humano, e mesmo discorrendo sobre Direito Subjetivo, Ihering o tempo todo tenta mostrar o quão importante é, mesmo que o indivíduo sofra injustiça de forma isolada, a importância de lutar pelos direitos em todos os âmbitos.
	Ao final, Von discorre sobre como os valores estão invertidos, onde as pessoas perderam a essência de lutar em defesa de sua honra e começaram a lutar pelo materialismo. Conclui-se que a luta pelo direito, além de ser uma defesa individual, é acima detudo um dever que todos nós temos com a sociedade. Toda atitude que permita a injustiça, mesmo que de forma isolada e privada tem reflexo na nossa sociedade. 
Dessa forma, podemos afirmar que a luta é objeto fundamental para a existência do direito. Se cada ser humano, independente da sociedade na qual está inserido lutar por seus direitos chegaremos a paz e a justiça. Ao final, se constrói então a máxima: “A luta pelo Direito é um dever do indivíduo para consigo próprio”, e, como o ser humano é um ser social, todos os seus atos para consigo próprio refletem em seu meio.

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