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Caderno - IED Privado II - Ermiro Neto - 2019.2 - FBDG

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BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
 1 
Introdução ao Estudo do Direito Privado II 
Prof. Ermiro Neto 
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
RELAÇÕES JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO E DE DIREITO PÚBLICO: 
DISTINÇÃO E SUPERAÇÃO DA DISTINÇÃO 
RELAÇÕES JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO 
O poder público é uma das partes, age apenas de acordo com a lei, tem a função de organizar 
o Estado e a relação do poder público com o ente privado, quem regula é a constituição. 
RELAÇÕES JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO 
As partes são apenas sujeitos privados, pode fazer tudo desde que não exista proibição, regula 
de maneira ampla o mercado e as relações privadas, quem regula é o Código Civil. O direito privado 
integra o direito público através do movimento de constitucionalização das relações privadas. O direito 
público integra o direito privado através do movimento de desconstitucionalização das relações 
públicas. 
CODIFICAÇÃO E DESCODIFICAÇÃO 
O primeiro código foi o de 1916, que traz a ideia de regular igualmente todos os cidadãos. A 
partir da segunda guerra mundial, essa percepção levou os países a adotarem políticas publicas de 
proteção de certos sujeitos de direito. Nasce o movimento de descodificação, que não elimina o código 
e sim o reforça. 
RELAÇÃO JURÍDICA 
É toda relação jurídica entre dois sujeitos em torno de um determinado objeto que é regulado por 
uma norma jurídica. É uma relação social regulada por uma norma jurídica, em razão da qual são 
retirados direitos e deveres. 
FATOS E FATOS JURÍDICOS 
O fato jurídico se caracteriza pela produtividade dos efeitos jurídicos. O fato material não os 
produz. Quando o fato da vida é regulado por uma norma jurídica esse fato se transforma em um fato 
jurídico, que gera direitos e deveres. 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
 2 
O que distingue o fato jurídico do fato material não é a origem, mas sim a produção dos efeitos 
na orbita do direito. 
Definição pela norma jurídica da hipótese fática merecedora de qualificação – concreção da 
hipótese definida na realidade fenomenalógica da vida – incidência automática da norma sobre a 
hipótese valorada – juridicização do acontecimento. 
DEFINIÇÃO DO FATO JURÍDICO 
São fatos jurídicos os que produzem um evento jurídico, que pode consistir, em particular, na 
constituição, modificação ou extinção de uma relação jurídica, ou também na substituição de uma 
relação jurídica nova a uma relação preexistente e ainda na qualificação de uma pessoa, duma coisa 
ou de um outro fato. 
Para Pontes de Miranda, fato jurídico é o fato ou complexo de fatos sobre o qual incidiu a regra 
jurídica; portanto, o fato de que dimana, agora, ou mais tarde, talvez condicionalmente, ou talvez não 
dimane eficácia jurídica. 
Os fatos jurídicos são aqueles eventos, oriundos da natureza ou da vontade humana, que podem 
repercutir na órbita jurídica, produzindo diferentes consequências. 
CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS JURÍDICOS 
FATO JURÍDICO “STRICTO SENSU” 
Todo fato jurídico em que, na composição do seu suporte fático, entram apenas fatos da 
natureza, independentes de ato humano como dado essencial. Supõe a inexistência de vontade, 
enquanto acontecimento fenomênico, uma vez que os seus efeitos decorrem da simples prática de 
um comportamento humano, independentemente do estado de consciência. 
Ainda que se tenha eventual participação humana, como no homicídio, não se desnatura o 
acontecimento como um fato jurídico em sentido estrito, uma vez que a conduta humana é 
desnecessária para a composição de sua estrutura. 
ATO JURÍDICO 
CONCEITO: É o fato jurídico cujo suporte fático prevê como seu cerne uma exteriorização 
consciente de vontade, que tenha por objeto obter um resultado juridicamente protegido ou não 
proibido e possível. 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
 3 
Os atos jurídicos derivam, necessariamente, de uma atuação do ser humano ou de sua 
exteriorização de vontade, produzindo efeitos reconhecidos pelo direito. São aqueles que, derivando 
da exteriorização da vontade do agente, se dirigem à obtenção de um resultado jurídico concreto (não 
vedada por lei). 
ELEMENTOS CARACTERIZADORES: ato humano de vontade; exteriorização da vontade pretendida; 
consciência dessa exteriorização de vontade; que essa vontade exteriorizada dirija-se à obtenção de 
resultado permitido (não proibido) pela ordem jurídica. 
ATO JURÍDICO STRICTO SENSU 
Caracteriza-se pela vontade humana de que decorram efeitos previstos na norma jurídica. Gera 
consequências jurídicas previstas em lei (tipificadas previamente), desejadas pelos interessados, mas 
sem qualquer regulamentação da autonomia privada. 
Para Marcos Bernardes de Mello, é o que tem por elemento nuclear do suporte fático 
manifestação ou declaração unilateral de vontade cujos efeitos jurídicos são prefixados pelas normas 
jurídicas e invariáveis, não cabendo às pessoas qualquer poder de escolha da categoria jurídica ou 
de estruturação do conteúdo das relações jurídicas respectivas. 
NEGÓCIO JURÍDICO 
É uma vontade criadora, estabelecendo novas categorias jurídicas que devem decorrer dos fatos. 
As partes têm o poder de autorregular os seus direitos. 
CONTRATO: a vontade humana é manifestada por mais de uma pessoa. Exemplo: contrato de 
compra e venda. 
NEGÓCIOS UNILATERAIS: a vontade humana é manifestada por uma pessoa. Exemplo: 
testamentos. 
ATO FATO JURÍDICO 
Se constitui quando a vontade humana produz o ato independente da consciência e da vontade 
de produzir. 
Suporte fático prevê uma situação de fato, a qual, no entanto, somente pode materializar-se 
como resultante de uma conduta humana. 
É aquele em que a hipótese de incidência pressupõe um ato humano, porém os seus efeitos 
decorrem por conta da norma, pouco interessando se houve, ou não, vontade em sua prática. 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
 4 
CONSEQUÊNCIAS DOS FATOS JURÍDICOS 
Os fatos da vida, enquanto não são regulados por uma norma jurídica, não geram efeitos 
jurídicos. 
AQUISIÇÃO DE DIREITOS 
Tem-se a aquisição quando ocorre a sua conjunção com o titular, surgindo, então, a propriedade 
quando o bem se subordina ao dominus. Pode acontecer de diversas formas: 
MODO ORIGINÁRIO X DERIVADO: originário é quando o direito é adquirido independente de 
transmissão, na origem, o direito já nasce com você, sem interposição ou transferência de outra 
pessoa; derivado quando ocorre a aquisição a partir de uma transmissão de direito de uma pessoa a 
outra, evidenciando a existência da relação jurídica anterior e outra atual. 
TÍTULO UNIVERSAL X SINGULAR: universal quando o novo titular substitui o anterior proprietário na 
totalidade dos poderes sobre a coisa, como o herdeiro; singular quando sucede o novo titular apenas 
em determinadas coisas, certas e determinadas. 
GRATUITO X ONEROSO: gratuito quando não houver contraprestação; oneroso quando houver uma 
contraprestação, enriquecendo ambas as partes, como na compra e venda. 
SIMPLES X COMPLEXO: simples quando o fato gerador consiste em um só ato; complexo quando 
se apresentar necessária a ocorrência de mais de um fato. 
MODIFICAÇÃO DE DIREITOS 
OBJETIVA X SUBJETIVA: objetiva quando atingir a qualidade ou quantidade do objeto da relação 
jurídica, como na amortização de débito ou recebimento de obrigação de fazer em dinheiro; subjetiva, 
dizendo respeito aos sujeitos, substituindo a relação jurídica integra, como na desapropriação. 
DEFESA DE DIREITOS 
Para resguardar os direitos que já adquiriu, poderá o titular praticar atos conservatórios, livrando-
os de ameaça atual ou iminente. 
Para Silvio Rodrigues, o direito que se titulariza seria ineficaz se não pudesse ser defendido 
quando violado ou ameaçado. 
 
 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
 5 
EXTINÇÃO DE DIREITOS 
PERECIMENTO DO OBJETO: quando o objeto dodireito perde suas qualidades essenciais ou valor 
econômico ou quando se confunde com outro, não sendo possível distingui-lo, ou ainda, quando cair 
em local onde não possa ser retirado. 
ALIENAÇÃO: transferência de um bem ou de um direito. 
RENÚNCIA: despojamento do direito, sem transferência, com exceção de alguns direitos de caráter 
irrenunciável, como os direitos da personalidade. 
ABANDONO: deixando a coisa em qualquer local, não tendo mais interesse. 
FALECIMENTO DO TITULAR: em se tratando do direito de personalidade. 
OUTROS: prescrição, decadência, abolição de instituição jurídica, implemento da condição 
resolutiva, escoamento de prazo, perempção da instancia ou do processo, aparecimento de direito 
incompatível com o atual e que o suplanta. 
TEORIA DO NEGÓCIO JURÍDICO 
PLANOS DA EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
Os planos somente serão aplicados para a análise de negócios jurídicos. O negócio jurídico é o 
ato jurídico que não apenas adere aos efeitos que estão previstos da lei como também cria efeitos. O 
bônus da liberdade contratual atrai um ônus que é a observância dos limites e requisitos previstos na 
lei. 
PLANO DA EXISTÊNCIA 
Questiona-se quais são os elementos previstos na norma para que o negócio jurídico exista. Ao 
sofrer a incidência de norma jurídica juridicizante, a parte relevante do suporte fático é transportada 
para o mundo jurídico, ingressando no plano da existência. 
Para Marcos Bernardes de Mello, tudo aqui fica circunscrito a saber se o suporte fático suficiente 
se compôs, dando ensejo à incidência. Se há falta, no suporte fático, de elemento nuclear, mesmo 
completante do núcleo, o fato não tem entrada no plano da existência, donde não haver fato jurídico. 
O negócio jurídico inexistente é o que não possui os elementos fáticos que a sua natureza supõe 
e exige como condição existencial, conduzindo a sua falta à impossibilidade de sua formação. 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
 6 
São considerados os requisitos da existência: agente, objeto, forma e vontade exteriorizada 
conscientemente. 
O suporte fático se divide em: 
SUPORTE FÁTICO SIMPLES: prevê apenas uma hipótese fática. Exemplo: art. 2º, CC – a 
personalidade civil da pessoa começa com o nascimento com vida. 
SUPORTE FÁTICO COMPLEXO: prevê mais de uma hipótese fática. Exemplo: casamento. 
Além disso, o suporte fático pode ser classificado em elementos: 
NUCLEARES: dizem respeito à suficiência do negócio, são aqueles sem os quais o ato não existe. 
Exemplo: na compra e venda, a manifestação de vontade, o pagamento do preco e a transferência 
COMPLEMENTARES: exigidos de maneira geral pelo código como requisito para que o ato possa 
gerar efeitos. 
INTEGRATIVOS: exigido para que o ato, mesmo após observar todos os demais elementos, possa 
gerar efeito jurídico. 
PLANO DA VALIDADE 
A análise vai se restringir a seguinte questão: a manifestação de vontade está de acordo com os 
requisitos da validade? Um negócio é invalido quando não observar um dos requisitos de validade. 
É indispensável que os negócios jurídicos reúnam certo número de requisitos que costumamos 
apresentar como os da sua validade. Se o ato possui tais requisitos, é valido e dele decorre a 
aquisição, modificação ou extinção de direitos prevista pelo agente. Se, porém, falta-lhe um desses 
requisitos, o ato é inválido, não produz o efeito jurídico em questão. 
REQUISITOS DA VALIDADE: agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
forma adequada prescrita ou não defesa em lei; vontade exteriorizada conscientemente, de forma livre 
e desembaraçada. 
Para a doutrina, a invalidade é uma sanção civil, uma punição. A invalidade é a ausência de 
geração de efeitos de negócios jurídicos por inobservância de um dos requisitos de validade. Pode 
ser grave (não admite remédio, não pode ser remediada – nulidade absoluta) ou leve (o ato pode ser 
consertado – nulidade relativa). 
 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
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PLANO DA EFICÁCIA 
Depois de reconhecidas a sua existência e validade, deverá o negócio jurídico demonstrar, 
finalmente, sua eficácia plena. 
Muito embora o negócio jurídico valido tenha vocação para a imediata produção de efeitos, 
ocorrem fatores que bloqueiam tais efeitos ou servem como fonte liberatória deles, gerando uma 
eficácia pendente ou temporária. 
Surgem assim os fatores do negócio jurídico como elementos acidentais, extrínsecos ao negócio, 
dele não participando, não o integrando, mas contribuindo decisivamente para a obtenção do resultado 
almejado. 
ELEMENTOS ACIDENTAIS: condição (evento futuro incerto) e o termo (evento futuro certo). 
NEGÓCIO JURÍDICO 
VONTADE, AUTONOMIA E FUNÇÃO SOCIAL 
A autonomia contratual de cada um de nós é reconhecida pela lei desde que esteja de acordo e 
nos limites da ordem jurídica. 
FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO 
A manifestação de vontade deve ter em vista uma causa legítima para aquele contrato. Tem-se 
dado à função social uma dupla dimensão. 
INTERNO: obriga as partes contratantes a darem à sua manifestação de vontade um sentido 
social. Os contratos devem buscar atingir um valor social reconhecido pela constituição. Os contratos 
só vão existir se buscarem atingir, além dos interesses das partes, um determinado valor social. 
EXTERNO: se o contrato respeita a lei e os requisitos de validade, deve ser reconhecido pela ordem 
jurídica. No entanto, se o contrato atinge direitos de terceiros que não são contratantes, esse contrato 
não respeita a função social. 
A legislação brasileira prestigia a função social no seu sentido externo. No entanto, é importante 
deixar claro que isso não exclui a possibilidade da eficácia de direitos fundamentais nas relações 
privadas. 
 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
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DEFINIÇÃO 
Negócio jurídico é todo fato jurídico consistente na declaração de vontade, a que o ordenamento 
jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, 
validade e eficácia impostos pela norma jurídica que sobre ele incide. 
Para Orlando Gomes, negócio jurídico é toda declaração de vontade destinada à produção de 
efeitos jurídicos correspondentes ao intento prático do declarante se reconhecido e garantido pela lei. 
Ainda, pode ser entendido como a relação jurídica constituída a partir da declaração de vontade 
em que as partes têm a possibilidade de criar efeitos jurídicos não previstos na lei, observando-se os 
limites para o exercício da liberdade de contratar previstos na lei e os limites da função social do 
contrato. 
CLASSIFICAÇÃO 
QUANTO À MANIFESTAÇÃO DE VONTADE 
UNILATERAIS: quando se aperfeiçoar apenas com uma única manifestação de vontade. Exemplo: 
testamento. 
BILATERAIS: quando se completa com duas manifestações de vontade, coincidentes com o 
mesmo objeto, através de consentimento mútuo, porém com interesses antagônicos. Exemplo: 
compra e venda. 
PLURILATERAIS: envolve a composição de mais de duas vontades paralelamente manifestadas por 
diferentes partes, com um interesse convergente. Exemplo: contrato de sociedade. 
QUANTO AOS TITULARES 
INTER VIVOS: é celebrado para produzir efeitos desde logo, quando ainda vivos os contratantes. 
Exemplo: compra e venda. 
CAUSA MORTIS: a geração de efeitos ocorre após a morte de uma das partes. Exemplo: 
testamento. 
QUANTO AOS BENEFÍCIOS PATRIMONIAIS 
ONEROSO: quando há vantagem patrimonial para ambas as partes. Exemplo: compra e venda. 
Pode ser comutativo (quando houver conhecimento prévio das vantagens econômicas) ou aleatório 
(as vantagens são incertas e não sabidas). 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
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GRATUITO: somente uma das partes aufere benefícios. Exemplo: doação sem encargos. 
NEUTRO: quando for desprovido de expressão econômica. Exemplo: gestação em útero alheio.BIFRONTE: pode ser gratuito ou oneroso a depender da vontade das partes. Exemplo: contrato de 
depósito. 
QUANTO À FORMA 
FORMAL: quando tiver de obedecer a alguma solenidade exigida por lei. Exemplo: casamento, 
compra e venda de imóvel acima de 30x o salário mínimo precisa ser por escritura pública. 
INFORMAL: de forma livre. Exemplo: empréstimo. 
QUANTO À DURAÇÃO 
INSTANTÂNEOS: efeitos são exauridos em um único momento. Exemplo: compra e venda à vista. 
DE TRATO SUCESSIVO: os efeitos se prolongam no tempo. Exemplo: locação, sociedade, compra e 
venda à prestação. 
QUANTO À IMPORTÂNCIA 
PRINCIPAL: se tiver existência autônoma, independente de outro. 
ACESSÓRIO: se sua existência e destino são subordinados juridicamente a outro negócio. 
QUANTO À CAUSA 
CAUSAL: fundado em motivo determinante. 
ABSTRATO: sem causa predeterminada. 
QUANTO À EFICÁCIA 
CONSENSUAL: para o seu aperfeiçoamento basta a exteriorização da vontade das partes. 
SOLENE: quando for exigido, por lei, o atendimento de alguma formalidade, sob pena de nulidade. 
REAL: a perfectibilização do negócio depende da tradição, ou seja, da entrega efetiva do objeto 
negocial. 
 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
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QUANTO À EXTENSÃO DOS INTERESSES DAS PARTES 
INTERSUBJETIVA: apenas uma pessoa em cada um dos polos da relação. 
PLÚRIMA: um ou ambos os polos da relação conta com mais de um sujeito. 
INDIVIDUAL HOMOGÊNEA: contar com a presença de uma entidade representando os interesses 
de uma dar partes, consubstanciando interesses de um grupo determinado de pessoas, previamente 
determinadas e determináveis. 
QUANTO À PRODUÇÃO DE EFEITOS 
EFICÁCIA COLETIVA: os interesses defendidos são de abrangência coletiva. 
EFICÁCIA DIFUSA: quando estiver presente entidade representativa de interesses difusos. 
REGRAS DE INTERPRETAÇÃO 
BOA-FÉ (ART. 113, CC) 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de 
sua celebração. 
Impõe a busca de um sentido ético das clausulas do negócio jurídico, conforme a confiança e a 
probidade. A regra fundamental de interpretação de toda e qualquer atividade negocial há de ser a 
boa-fé objetiva. 
Dá ao negócio o sentido que não anule o que foi querido pelas partes. Interpretar um negócio 
conforme a boa-fé é buscar ao máximo a racionalidade do negócio, aquilo que foi de fato a vontade 
das partes, o que elas tinham em mente. 
Regras: as palavras e expressões ambíguas devem ser interpretadas pelos costumes locais; as 
expressões não compreensíveis são tidas como não escritas; o conteúdo negocial só compreende as 
coisas sobre as quais podem as partes pactuar. 
MANIFESTAÇÃO EXTERNADA (ART. 112, CC) 
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nela consubstanciada do que 
ao sentido literal da linguagem. 
Buscar a real intenção externada pelas partes, em detrimento da interpretação literal. 
 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
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SILÊNCIO (ART. 111, CC) 
Art. 111. O silencio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não 
for necessária a declaração de vontade expressa. 
O silêncio deve ser interpretado como uma concordância, exceto se essa concordância não 
puder ser extraída das circunstâncias do caso, ou quando a lei exigir manifestação expressa. 
RESERVA MENTAL (ART. 110, CC) 
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental 
de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. 
É a emissão de uma declaração não querida, não desejada, em seu conteúdo e muito menos 
em seu resultado, tendo por fito único enganar, iludir, o declaratório. O contratante terá reserva mental 
quando, apesar da manifestação de vontade externada, ele, internamente, quer coisa contrária. 
Existem duas modalidades: 
SEM O CONHECIMENTO DO DESTINATÁRIO: o negócio subsiste, sendo irrelevante a reserva mental 
desconhecida da parte contrária. 
COM O CONHECIMENTO DO DESTINATÁRIO: sabendo que o declarante não cumprirá o conteúdo 
negocial, o negócio será inexistente ou, se houver intenção de prejudicar terceiros ou violar a lei, 
estará eivado de nulidade, caracterizando simulação. 
PARÁGRAFO 1º DO ART. 113 – MP DA LIBERDADE ECONÔMICA 
Art. 113. A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: 
I – for confirmado pelo comportamento das partes posterior a celebração do negócio; 
II – deve ser levado em consideração os usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo 
do negócio; 
III – deve o juiz utilizar como parâmetro a boa-fé objetiva. 
IV – a interpretação deverá ser mais benéfica à parte que não redigiu o dispositivo do contrato; 
V – a interpretação deve corresponder ao sentido que as partes dariam a respeito da questao 
discutida, tomando como base as demais disposições do negócio. 
REPRESENTAÇÃO 
Em regra, quem manifesta a vontade é a pessoa diretamente interessada. No entanto, em várias 
situações, quem manifesta a vontade não é o próprio interessado. O interessado vai nomear um 
representante para manifestar a vontade no lugar dele. 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
 12 
A representação torna possível a celebração de contratos entre um interessado direto ou 
principal e uma outra pessoa interessada, por intermédio de um agente interposto, de tal maneira que 
os efeitos atinjam apenas o representado e o terceiro, passando longe da esfera jurídica de interesses 
do representante. 
Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado. 
A representação pode ser: 
VOLUNTÁRIA: o poder de atuação em nome de alguém é concedido por ato de vontade do próprio 
interessado, do titular cujos interesses estarão em pauta. 
LEGAL: é o poder, conferido por lei, de agir em nome de outrem, de um incapaz, por exemplo. 
JUDICIAL: a autoridade judiciaria nomeia uma pessoa para atuar em nome de outra, como se 
percebe no caso do inventariante. 
Além disso, faz-se necessário diferenciar o mandato, a representação e o mandato. 
MANDATO: contrato por intermédio do qual alguém se incumbe de praticar negócios no interesse 
de outrem. É negócio jurídico pelo qual uma pessoa incumbe outra de realizar uma determinada 
atividade, em seu nome. A representação é a atuação de uma pessoa na gestão dos interesses de 
outrem. 
REPRESENTAÇÃO: é a atuação de uma pessoa na gestão dos interesses de outrem. 
PROCURAÇÃO: é o instrumento do mandato, que deve conter todos os poderes concedidos pelo 
representado ao representante. É dever do representante apresentar pros terceiros com quem ele for 
lidar a procuração, que é a prova de que ele está agindo dentro dos limites do mandato que lhe foi 
conferido. 
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz 
efeitos em relação ao representado. 
Ademais, uma vez tendo sido o ato praticado pelo representante nos limites dos seus poderes, 
a manifestação de vontade do representante vinculará o representado. Ou seja, uma vez que o 
representante agiu conforme os poderes que lhes foram outorgados, não pode o representado ir contra 
o que foi decidido. 
Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração. 
§1º Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da 
administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos. 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
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A lei vai disciplinar os poderes gerais de representação e os poderes especiais. Para certos atos 
a lei obriga que o representante tenha poderes especiais. 
Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes suficientes, 
são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar. 
Parágrafo único. A ratificação há deser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e retroagirá à 
data do ato. 
O representante que praticar atos fora dos limites não vinculará o representado, salvo se este 
confirmar o ato. Se não houver ratificação, o negócio é ineficaz com relação ao representado. 
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do 
representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder 
pelos atos que a estes excederem. 
O representante pode ser responsabilizado pelos danos causados decorrentes do ato praticado 
sem poderes. 
TEORIA DA APARÊNCIA 
Quando a aparência de celebração de negócio é idônea a suscitar a confiança ou representação 
mental, o criador dessa situação concreta está vinculado ao resultado. 
Na representação aparente, apesar de não existir a manifestação de vontade do representado 
em outorgar poderes, a conduta dele, objetivamente considerada, contribui para formar no terceiro a 
convicção de ter sido outorgada procuração. 
Nos negócios em que o terceiro negociar com um representante aparente do representado, 
presentes os elementos da boa-fé e da impossibilidade da ciência sobre o fim de tais poderes, o 
terceiro terá direito ao cumprimento do contrato negociado. 
REGIME DAS INVALIDADES 
É o estudo dos atos que não obedecem aos requisitos do plano de validade, que são: agente 
capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável, forma adequada prescrita ou não proibida 
em lei e vontade exteriorizada conscientemente de forma livre. 
Em primeiro lugar, o agente deve ser capaz, respeitadas as hipóteses de absoluta e relativa 
incapacidade traçadas pelos arts. 3º e 4º, CC. O objeto há de ser lícito, possível, determinado ou 
determinável, não se contrapondo à lei, à moral ou aos bons costumes. Quanto à forma, a expressa 
disposição de lei ou a vontade exteriorizada das partes pode estabelecer a necessidade de atender a 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
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forma especial. Por sua vez, a vontade deve ser explicitada de forma livre, não podendo estar 
impregnada de malícia ou vício. 
A invalidade é o resultado do desrespeito, da inobservância, dos requisitos de validade. As 
invalidades dependem de expressa previsão legal, somente podendo estar caracterizadas por 
expressa previsão da norma jurídica. 
A nulidade absoluta viola os interesses públicos, cuja proteção interessa a todos. Nesses casos, 
é um vício que não pode ser remediado, não pode acontecer a prescrição da nulidade absoluta e 
qualquer pessoa poderá alegar essa nulidade. Por outro lado, a anulabilidade compromete apenas 
interesses particulares. É um vício que pode ser remediado, pode prescrever e somente as partes 
interessadas podem alegar. 
NULIDADE ABSOLUTA 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; 
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
IV – não revestir a forma prescrita em lei; 
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; 
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa; 
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a pratica, sem cominar sanção. 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na 
substância e na forma. 
Casos de simulação: aparentar conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às 
quais realmente se conferem, ou transmitem; contiverem declaração, confissão, confissão ou cláusula 
não verdadeira; os instrumentos particulares forem antedatados ou pós-datados. 
A nulidade de um ato ou negócio jurídico resulta, efetivamente, da violação a preceitos de ordem 
pública, estabelecidos em lei, ligados, de modo geral, à própria formação valida da figura negocial, 
conforme previsão do art. 104. 
O ato ou negócio nulo não produz qualquer efeito jurídico, podendo, inclusive, ser reconhecido 
como tal ex officio, pelo próprio juiz, ou a requerimento do interessado ou do MP, quando tenha de 
intervir. 
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CARACTERÍSTICAS ELEMENTARES: opera-se de pleno direito; pode ser invocada por qualquer 
pessoa, inclusive MP; não admite confirmação sendo, pois, irratificável; é imprescritível; pode ser 
conhecida ex officio. 
NULIDADE RELATIVA 
O ato ou negócio jurídico anulável produzirá regulares efeitos até que lhe sobrevenha decisão 
judicial, no sentido de impedir que continuem se produzindo. É reconhecida por meio de ação 
anulatória, ajuizada pelo interessado exclusivamente, cuja natureza é desconstitutiva, produzindo 
efeitos ex tunc, uma vez que as partes deverão ser reconduzidas ao estado que antes dele se 
achavam. 
CARACTERÍSTICAS ELEMENTARES: existe e gera efeitos até que sobrevenha a declaração de 
invalidade; somente a pessoa juridicamente interessada poderá promover a anulação negocial; admite 
ratificação; submete-se aos prazos prescricionais; o juiz não pode conhecer a anulabilidade de ofício, 
nem o MP pode suscitá-la. 
O prazo para pleitear a anulação de negócio jurídico é de quatro anos. Quando a lei dispuser 
que determinado ato é anulável sem estabelecer prazo para pleitear-lhe a anulação, considera que o 
prazo é de dois anos. 
A nulidade relativa se sujeita a situações que permitam evitar a sua invalidação. 
CONFIRMAÇÃO (RATIFICAÇÃO) 
É a possibilidade de as partes, por vontade expressa ou tácita, declararem aprovar um 
determinado negócio ou ato anulável. 
EXPRESSA: através de novo ato, que contém a substância negocial, as partes afirmam a vontade 
de mantê-lo. Exemplo: manifestação de vontade em um negócio jurídico de um menor relativamente 
incapaz. Para resolver esse problema, é necessário lavrar uma nova escritura pública de venda em 
que o tutor vai assinar junto com o menor. 
TÁCITA: apesar de ciente da anulabilidade, a parte cumpre regularmente seu conteúdo. Exemplo: 
uma mulher se casou pois o pai do noivo a ameaçou, mas, ao longo do tempo, ela confirmou que 
queria o casamento, nunca manifestou o contrário. 
 
 
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REDUÇÃO DA INVALIDADE 
Aplica-se às hipóteses de invalidade parcial do negócio jurídico, tendo cabimento quando, dentro 
de um mesmo ato negocial, são manifestadas duas ou mais declarações de vontade, e quando for 
admitida a separação delas, permitindo a extirpação da parte comprometida do negócio, aproveitando-
se a parte válida. 
O Código diz que a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas 
a destas não induz a da obrigação principal. 
Exemplo: contrato em que A tinha que pagar 1 milhão para B, com juros de 3 a 5% ao mês, mas 
a lei estabelece que seja de 1% ao mês. Para resolver, como a obrigação principal é pagar 1 milhão 
de reais e a obrigação acessória é pagar juros, então tem uma redução no juros. 
CONVERSÃO 
É a recategorização do negócio nulo, aproveitando-se a manifestação de vontade para 
reconhecer outro negócio jurídico, dês que respeitados seus requisitos formais. A conversão pode ser 
objeto de negócios jurídicos nulos ou anuláveis. O negócio nulo vai ser anulado, mas depois como 
forma de respeito da vontade das partes, ele será convertido em outro. 
VÍCIOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
ERRO 
É a falsa percepção, noção, ou a falta de percepção sobre a pessoa, o objeto ou o próprio negócio 
que se pratica. É o equívoco espontâneo do contratante sobre as circunstâncias elementares do 
negócio jurídico. 
O erro é o estado da mente que, por defeito do conhecimento do verdadeiro estado das coisas, 
impede uma real manifestação da vontade. 
O erro só é admitido como causa da anulabilidade se for essencial. O erro essencial é o que 
recai sobre as circunstâncias e aspectos relevantes do negócio que se celebra, é oque constitui a 
causa determinante do ato. Se o agente tivesse conhecimento da realidade efetiva, não celebraria o 
negócio. 
Além disso, o erro tem que ser real, ou seja, tem que produzir um prejuízo para o interessado. 
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Exemplo: um joalheiro que adquire um relógio de bronze, pensando em se tratar de ouro, sem 
conferir a qualidade do produto, por depositar confiança no vendedor, com quem mantém relações 
jurídicas há muito tempo. 
DOLO 
É todo e qualquer artifício empregado por uma das partes, ou por terceiro, com o fito de induzir 
outrem à prática de um ato. A diferença entre erro e dolo é que neste o agente se enganou sozinho, 
naquele foi induzido a erro, foi enganado. 
O dolo deve ser principal, caracterizando-se como aquele que funciona como elemento 
necessário para a realização do negócio, ou seja, como sua causa determinante. 
Se a parte realizaria o negócio, com ou sem o dolo, tem-se o dolo acidental. Não serve para a 
anulação do negócio, apenas tem a obrigação de indenizar. 
Ademais, existe a diferenciação entre dolus bônus e dolus malus. O dolos bônus é tolerado 
juridicamente, pois não causa prejuízo. Para que o dolo seja capaz de gerar anulabilidade ao negócio 
jurídico, ele precisa ser dolus malus, que é capaz de gerar prejuízo. 
O dolo decorre de um ato praticado pela outra parte, significa uma indução em erro. O dolo 
omissivo é o dolo por omissão de informação e o dolo comissivo é o dolo por ação, por fraude, por 
parte do outro contratante. O dolo por fraude é quando o sujeito falsifica um documento para obter a 
manifestação de vontade, o dolo por omissão é quando o sujeito não informa algo essencial para a 
tomada de decisão, ainda que a parte não questione. 
ELEMENTOS CARACTERIZADORES: finalidade de conduzir à pratica do ato; gravidade dos artifícios 
utilizados; ser a causa determinante da declaração de vontade, viciando-a; ser realizado pela outra 
parte do negócio ou seu procurador e, se realizado por terceiro, que a parte contrária, a quem o dolo 
aproveite, tenha ciência dele ou devesse ter. 
COAÇÃO (ART. 151 E SS) 
Segundo Marcos Bernardes de Mello, há coação se alguém incute no paciente o medo de vir a 
sofrer um dano físico ou moral em sua pessoa ou pessoa de sua família ou em seu patrimônio, 
iminente e considerável. Poderá haver coação por meio de ameaça a pessoa que não pertença à 
família do coacto, desde que, segundo a situação, assim entenda o juiz. 
Na coação, a manifestação de vontade só é obtida em razão de uma ameaça. 
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REQUISITOS DA COAÇÃO: 
FUNDADO TEMOR DE MAL RESULTANTE DA AMEAÇA: a ameaça seja capaz de incutir medo das 
consequências ao paciente em tal intensidade que justifique o seu ato, ou seja, o dano precisa ser tão 
grave que seja capaz de viciar o negócio jurídico. 
O artigo 152 estabelece, como regra de interpretação, que se terá em conta o sexo, a idade, as 
condições sociais e cultural, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias 
que possam influir na gravidade da coação. 
É necessário que o dano que se teme seja imediato, e, ao menos, considerável. 
QUE A COAÇÃO SEJA CAUSA DO ATO JURÍDICO: é necessário que tenha uma relação de causalidade 
entre a ameaça e a prática do ato jurídico. 
CONTRARIEDADE A DIREITO DO FIM QUE SE QUER OBTER POR MEIO DA COAÇÃO: há antijuridicidade 
quando se coage para chegar a um resultado contrário ao direito ou à moral. Para configurar-se a 
coação invalidante basta que o meio utilizado para coagir ou o fim que se quer alcançar seja, qualquer 
deles, contrário a direito. 
A ameaça de exercício de um direito para levar alguém a praticar ato que deve não constitui 
coação; como, do mesmo modo, se a ameaça de exercício do direito se destina a obter um fim lícito 
que o ameaçado normalmente não atenderia. Mas, mesmo nesses casos, se os meios utilizados forem 
contrários ao direito, há coação invalidante. 
QUE A AMEAÇA SE DIRIJA: a própria pessoa do coagido, de sua família ou a patrimônio, não apenas 
o seu próprio, mas também de pessoas da família; a pessoa de terceiro, não integrante da família, 
neste caso se o juiz, segundo as circunstâncias, entender haver coação. 
QUE O MEDO RESULTANTE DA AMEAÇA SEJA ATUAL, PRESENTE NA OCASIÃO DO ATO: se o ato que se 
pretendia obter pela coação foi praticado já havendo cessado a ameaça, não se pode falar em 
anulabilidade. 
QUE SEJA FUNDADO O MEDO: o simples receio de consequências desagradáveis não constitui 
coação. 
CLASSIFICAÇÃO DA COAÇÃO 
VIS ABSOLUTA: é a coação física, quando a manifestação de vontade for obtida a partir de 
irresistível ameaça (ato inválido) ou por força física exterior (inexistente). Se a coação for tão grave 
que retire a manifestação de vontade da parte, vai ser inexistente. 
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VIS COMPULSIVA: é a coação moral, como, por exemplo, divulgar uma foto, contar um segredo, 
contar uma informação sigilosa. 
PECULIARIDADES QUANTO À COAÇÃO 
AÇÃO DIRETA: a legitimação ativa para propor a ação é o coagido, que se transmite aos herdeiros, 
legítimos ou testamentários, do coacto, que tanto podem inicia-la ou nela prosseguir. Na coação há 
sempre dever de indenizar por parte do coator, sejam patrimoniais ou morais os danos. 
ALEGAÇÃO COMO DEFESA: a coação pode ser invocada como defesa, ou incidentalmente, em ação 
em cumprimento de obrigações resultantes do negócio jurídico do qual foi a causa. 
INELEGIBILIDADE DA COAÇÃO PELO SEU AUTOR: aquele que coagiu não pode alegar a coação para 
obter a anulação do ato. 
ÔNUS DA PROVA: a coação não se presume, precisa ser provada, cabendo ao coacto o ônus da 
prova. 
A DEFESA DO RÉU: a legitimação passiva para a ação é daquele que figurou no outro polo da 
relação jurídica, mesmo que se trate de coação de terceiro, quando tenha tido ou devesse ter 
conhecimento da ação. O réu pode defender-se alegando decadência, prescrição, renúncia, 
confirmação e quaisquer outras defesas capazes de elidir os efeitos da anulabilidade. 
REPARAÇÃO DOS DANOS: a coação sempre tem o dever de reparar os danos, se houver. 
LESÃO (ART. 157 E SS) 
Ocorre a lesão invalidante quando alguém, premido por necessidade ou levado por 
inexperiência, formaliza negócio jurídico em que se obriga a prestação manifestamente 
desproporcional ao valor da contraprestação. 
Exemplo: inexperiência do marido que assina contrato péssimo sendo que quem sempre cuidou 
dos negócios foi a mulher. 
Essa manifesta desproporção tem que ser verificada no momento da celebração do contrato. Se 
ocorre depois, não vai ser lesão, e sim resolução do contrato por onerosidade excessiva, com base 
na teoria da imprevisão. Em ambos os casos, a aplicação do princípio da conservação do negócio 
jurídico permite não resolver (ROE) ou não anular (lesão) se as partes chegarem a um consenso 
quanto a redução da desproporção. 
 
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PRESSUPOSTOS DA LESÃO 
ASSUNÇÃO POR UM DOS FIGURANTES DO NEGÓCIO JURÍDICO DE OBRIGAÇÃO CUJA PRESTAÇÃO TENHA 
VALOR MANIFESTAMENTE DESPROPORCIONAL AO DA CONTRAPRESTAÇÃO: não basta que seja uma 
manifesta desproporção qualquer, ela precisa ser significativa, importante, a ponto de causar sérios 
prejuízos ao lesado. 
QUE O NEGÓCIO DESVANTAJOSO TENHA SIDO FORMALIZADO PELO FIGURANTE FORÇADO POR GRAVE 
ESTADO DE NECESSIDADE OU POR INEXPERIÊNCIA NO MUNDO DOS NEGÓCIOS: a premente necessidade 
pode ser considerada sob o prisma econômico ou ter caráter moral, como a pessoa que paga muito 
caro no aluguel de um apartamento pois a sua família está desabrigada; por outro lado, para 
caracterizar a inexperiência, se leva em consideração as habilidades e conhecimento para lidar com 
a espécie de contrato em que se deu a lesão. 
CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO:LESÃO DA LEI DE ECONOMIA POPULAR (LEI N.1521/51): é a lesão usurária, quando ocorrer o dolo do 
agente no sentido de se aproveitar da vítima do estado de necessidade. É crime, não gera nulidade 
do negócio. 
LESÃO DO CC: gera a nulidade relativa do negócio. 
LESÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (ART. 51, IV, CDC): é o caso dos planos de saúde que 
cobram mais caro dos idosos, que é quando eles mais usam. Gera a nulidade absoluta. 
PECULIARIDADES REFERENTES À LESÃO 
APURAÇÃO DA ONEROSIDADE DA OBRIGAÇÃO: a grandeza da desproporção entre a prestação do 
lesado e a contraprestação do favorecido deve considerar os valores do momento da formalização do 
negócio jurídico. 
EXCLUSÃO DA ANULABILIDADE: a lesão deixa de ser causa de anulabilidade se o figurante 
favorecido pela desproporção se dispõe a eliminar a desproporção. Essa oferta para sanar a 
anulabilidade pode ser formada em qualquer momento anterior à sentença. 
AÇÃO DIRETA: a desconstituição do negócio jurídico por lesão depende da ação direta, cuja 
legitimidade ativa compete ao lesado. 
ÔNUS DA PROVA: cabe ao lesado provar a existência do estado de necessidade ou sua 
inexperiência relativamente ao negócio, que contraiu a obrigação forçado por ele e a significativa 
desproporção entre sua prestação e a contraprestação do favorecido. 
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ESTADO DE PERIGO (ART. 156) 
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, 
ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação 
excessivamente onerosa. 
Se caracteriza quando a parte contratante manifesta a sua vontade em razão de grave dano a si 
próprio ou a pessoa próxima. Quando for pessoa próxima, o juiz vai analisar a relação de proximidade 
entre o contratante e a vítima em estado de perigo. 
PRESSUPOSTOS DO ESTADO DE PERIGO: 
URGÊNCIA RELATIVA AO RISCO AO PRÓPRIO CONTRATANTE OU A PESSOA DE SUA FAMÍLIA: a 
manifestação de vontade precisa ter sido externada por conta desse risco, que é uma situação de fato, 
não causada pela outra parte do negócio. 
QUE O DANO SEJA GRAVE, QUALIFICADO E CONHECIDO DA OUTRA PARTE: é preciso que haja perigo de 
vida, ou de prejuízos ponderosos à saúde ou à integridade física das pessoas, de tal ordem que incuta 
na pessoa temor que justifica a assunção da onerosidade excessiva da obrigação. 
EXISTÊNCIA DE UMA RELAÇÃO DIRETA ENTRE O ESTADO DE PERIGO E O NEGÓCIO JURÍDICO: é preciso 
que se não houvesse o temor dele decorrente, o negócio não se teria concluído. 
DOLO: precisa ter a intenção dolosa daquele que dele se aproveita para obter vantagem indevida. 
EXCESSIVA ONEROSIDADE DA OBRIGAÇÃO ASSUMIDA PELO FIGURANTE DO NEGÓCIO JURÍDICO: a maioria 
da doutrina entende que a excessiva onerosidade deve ser avaliada à luz do contratante que está em 
estado de perigo. 
PECULIARIDADES QUANTO AO ESTADO DE PERIGO 
AÇÃO DIRETA: depende de ação direta, sendo legitimado para propor aquele que se obrigou. Se 
transmite aos herdeiros legítimos ou testamentários do obrigado. 
ALEGAÇÃO EM DEFESA OU EM RECONVENÇÃO: pode ser alegado como defesa, ou incidentalmente, 
em ação de cumprimento das obrigações oriundas do negócio jurídico dele resultantes. 
ÔNUS DA PROVA: cabe a quem alega o ônus de provar: a existência do estado de perigo, que o 
credor tinha dele conhecimento e dele se aproveitou para impor ao figurante obrigação, a excessiva 
onerosidade da obrigação assumida. 
A DEFESA DO RÉU: o réu poderá alegar que não tinha conhecimento da situação de perigo. 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
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EXCLUSÃO DA ANULABILIDADE: se o beneficiário se oferecer a rever o contrato, tornando-o 
equânime. 
DA FRAUDE CONTRA CREDORES (ART. 158 E SS) 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se praticar o 
devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser 
anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. 
Constitui fraude contra credores todo o ato de disposição e oneração de bens, créditos e direitos, 
a título gratuito ou oneroso, praticado por devedor insolvente, ou por ele tornado insolvente, que 
acarrete redução do seu patrimônio, em prejuízo de credor preexistente. 
PRESSUPOSTOS ESSENCIAIS 
ATO DE DISPOSIÇÃO: a diminuição patrimonial do devedor que reduz a sua capacidade de solver 
regularmente as suas dívidas - alienação de bens (doação, vendas, permutas desvantajosas), 
remissão (perdão) de dívidas, constituição de direitos reais de garantia, pagamento antecipado do 
credor quirografário, renúncia de herança. 
INSOLVÊNCIA DO DEVEDOR: é necessário que o negócio seja praticado por devedor já insolvente 
ou que assim se torne em consequência dele. 
ANTERIORIDADE DO CRÉDITO AO ATO DE DISPOSIÇÃO: a pretensão de anular o ato de disposição é 
deferida somente aos credores quirografários que já o eram antes de sua prática. 
OBS: credores quirografários são os credores sem garantia (hipoteca, fiança, etc). 
EVENTUS DAMNI: é o prejuízo do credor decorrente do ato de disposição. Haverá eventus damini 
sempre que o devedor diminuir o seu patrimônio em razão do contrato que se pretende anular. Os 
atos de disposição gratuita causam dano presumido, já os contratos onerosos poderão vir a ser 
anulados, quando a insolvência for notória ou houver motivo para ser conhecida pelo outro contratante. 
CONSILIUM FRAUDIS: ato doloso do contratante que caracteriza a má-fé e o objetivo de fraudar os 
credores. É o dolo de fraudar. Nos atos de disposição gratuita, o consilium fraudis é presumido, nas 
disposições onerosas depende dos requisitos do artigo 159, ou seja, o credor deverá provar que o 
terceiro que comprou o bem sabia ou deveria saber da fraude. 
CONSEQUÊNCIAS DA FRAUDE CONTRA CREDORES 
AÇÃO PAULIANA: é a forma como o credor postula o reconhecimento da nulidade da alienação de 
bens do devedor, por fraude contra credores. Gera uma nulidade relativa, então se submete a prazo 
(4 anos – art. 178, II), contado a partir da data em que o negócio for constituído. 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
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FRAUDE À EXECUÇÃO: 
Permite anular a alienação de bens do devedor caso isto ocorra após o ajuizamento da ação de 
execução. Se a pessoa já tem uma ação contra ela e, ainda assim, aliena bens, a sua má-fé é 
presumida, e a reação da ordem jurídica é a fraude à execução. A sua consequência é a ineficácia da 
alienação. Permite que o credor possa requerer ao juiz a execução do bem que foi transmitido ao 
terceiro, independente de ação pauliana. 
SIMULAÇÃO (ART. 167) 
É o resultado do ato de aparentar, produto de fingimento, de hipocrisia, de disfarce, de mentira. 
O que a caracteriza é o não ser verdadeira, intencionalmente, a declaração de vontade. 
O art. 167 declarou ser nulo o negócio simulado, considerando tal aquele que: 
• Aparentar conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas a que realmente se 
conferem; 
• Contenha declaração, confissão, condição ou clausula cujo conteúdo não seja verdadeiro; 
• Os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
A simulação é um ato fictício, que encobre e disfarça uma declaração real da vontade, ou que 
simula a existência de uma declaração que não se fez. 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA (ART. 189) 
Ambas buscam tutelar um mesmo interesse, tentam estabilizar as relações jurídicas em razão 
da passagem do tempo. 
PRESCRIÇÃO 
AQUISITIVA: o decurso do tempo tem, por si só, como consequência a aquisição de um direito. 
Exemplo: usocapião – aquele que exerce a posse de um bem de 15 a 2 anos pode ingressar uma 
ação para que a justiça reconheça que a pessoa adquiriu a posse daquele bem. 
EXTINTIVA: o decurso do tempo extingue o direito, extingue a pretensão, que é a prerrogativa de 
um titular do direito de exigir ocumprimento desse direito judicialmente. 
RENÚNCIA: a prescrição admite renúncia, ou seja, se a pessoa quiser dispor desse direito, ela 
pode renunciar, segundo o art. 191. No entanto, essa renúncia só pode ocorrer depois que a prescrição 
se consumar. 
BEATRIZ LAGO ROSIER – 2019.2 – FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
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CONHECIMENTO DE OFÍCIO: o juiz pode conhecer de ofício, independente da alegação das partes. 
PRAZOS DE PRESCRIÇÃO: 
Se a lei não falar nada, 10 anos. 
1 ANO: cobrar da seguradora o pagamento da indenização securitária; 
2 ANOS: cobrança de alimentos, contados a partir da data em que cada parcela vencer; 
3 ANOS: cobrança de aluguéis, indenização por responsabilidade civil; 
5 ANOS: cobrança de dívidas constantes de instrumento público ou particular. 
INÍCIO DA CONTAGEM DA PRESCRIÇÃO: a pretensão só nasce a partir da data em que a dívida for 
exigível, a partir da data em que a obrigação estiver vencida). 
CASOS DE AUSÊNCIA DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO: o prazo de prescrição se submete a teoria da 
“actio nata”, ou seja, a pretensão só nasce a partir da ciência inequívoca da violação do direito por 
parte do titular. O titular tem que provar que tomou as medidas necessárias, mas não pode saber no 
momento em que o seu direito foi lesado. 
SUSPENSÃO DO PRAZO: para e volta a correr de onde parou, as hipóteses estão no artigo 197 e 
198. 
INTERRUPÇÃO DO PRAZO: para a contagem e volta do início, as hipóteses estão no art. 202. Só 
pode ocorrer uma vez, ainda que as hipóteses ocorram mais de uma vez. O despacho do juiz que 
determina a citação do réu; o protesto é efetuado quando o interessado requer que seja dado ciência 
formal à outra pessoa de um determinado fato; o protesto cambial é um ato de direito material, que 
busca dar ciência inequívoca do débito, mas se valendo do cartório de títulos e documentos. 
DECADÊNCIA 
O prazo de decadência não se suspende nem se interrompe. Só haverá suspensão do prazo se 
o titular do direito for absolutamente incapaz. Todo prazo que estiver fora do artigo 205 e 206 será de 
decadência.

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