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Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA Anotações Direito Privado II Maurício Requião Teoria do fato jurídico – base em pontos de Miranda e revista (essa) por Marcos Bernardes de Mello. ➢ Conteúdo Programático: (1) Plano da existência; (2) Plano da validade; (3) Plano de eficácia. Temos o suporte fático pode ser abstrato ou concreto, o primeiro é previsão na norma de algo que pode acontecer. O ser humano que cria a ideia do contrato e outros, por isso é importante diferenciar o que o ser humano pode escolher ou não, por exemplo nascimento e morte não está no controle do humano. Prescrição e decadência – Pesquisar, está relacionado com o tempo ➢ Referências bibliográficas: Marcos Bernades de Mello – Três livros • Teoria do fato jurídico – Plano da Existência – LER DE CAPA A CAPA, se está no livro pode cair na prova, LER NOTA DE RODAPÉ, trazer livro para aula. • Teoria do fato jurídico – Plano da Validade – usa um pouco menos.7 • Teoria do fato jurídico – Plano da Eficácia. ➢ Avaliações: 1º avaliação: 04/04/19; 2º avaliação: 06/06/19. As provas tendem a ser mais casos práticos, para serem solucionados. Talvez tenha um trabalho. ▪ Introdução: Fenômeno jurídico: nós seres humanos temos diferentes formas de regulamentação de ações, desde cortesias, questões religiosas até mesmo questões morais, o Direito é só mais um nesses modos, mas que de todos esses é o único legitimado a usar a força do Estado para obrigar seu cumprimento, estando definido normativamente. Pelo Direito ter muita força ele interfere muito na realidade, mas na mesma medida é impedido de interferir em algumas coisas, como a situação do negro, não mudou o fato de que sempre foi um ser Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA humano, não modificando coisas naturais, elas são o que são, mas interfere socialmente e juridicamente, tendo um impacto gigantesco. Podemos analisar pela dimensão normativa, axiológica ou sociológica. A primeira delas seria a axiológica, que tem questões valorativas, pois decidir o que é, e o que não é do direito é uma escolha, muitas vezes o que está na lei não é o justo, lembrar sempre que o direito em si não é feito para justiça, nós puxamos para funcionar menos vil, mas o direito é instrumento de poder e força. Nosso recorte metodológico vai para o normativo para entender como tudo está estruturado. Pensando no viés sociológico, é que impacto vai trazer na sociedade, bem como a aceitação social daquela norma. Falar sobre a norma nos leva a pensar no porque que a norma é obrigatória, teoria sancionista e não-sancionista. Kelsen explica essa teoria de forma sancionista, se não cumprir o que a norma determina sofre-se sanção. A teoria não-sancionista parte da ideia de que a obrigatoriedade da norma está vinculada a questão da incidência, isso quer dizer que ela é obrigatória porque se se der no mundo concreto algo que está descrito na norma, acontecer aqui algo que será caracterizado como suporte fático concreto, a norma necessariamente incide, ela diz que é obrigatória porquê não há como fugir da sua incidência, já que há condições para que ela aconteça. Suporte fático - livro - ler - até nota do rodapé Elementos nucleares: se relacionam com o plano da existência, ou seja, quando falamos de se faltar qualquer dos elementos do suporte fático não surge fato jurídico, falávamos dos elementos nucleares, eles são essenciais para que se de incidência da norma e se de o fato jurídico. Em termo de efeito prático, a falta de cerns ou completants, não incide. • Cerns: é o basilar do fato jurídico em questão, e é por ele que se identifica qual é o tipo jurídico. Se tem no cern a vontade, necessariamente a vontade, já é fato jurídico. • Completants: completa o sentido do cern. Imagine que eu pretendo celebrar um contrato de compra e venda, faço um acordo desse contrato de um celular, o que é a coisa central para ter esse contrato: - vontade, o acordo é o cern, que se aplica para mostrar o contrato, mas para ter um contrato preciso de dois sujeitos, esses são completants, e para que possa acontecer a compra e venda tem que ter o preço fixado e uma coisa para ser entregue, que são também completants, e TODOS eles são elementos nucleares, o que significa dizer que se faltar um deles o suporto fático não foi completo, não surge o fato jurídico. Quando falamos de incidência a verificação do que é suporte fático completo é algo que depende diretamente do suporte fático hipotético, ou seja, do que está previsto na norma como sendo necessário. A análise para ver se incide ou o que é, depende do que está descrito na norma, ou seja, do suporte fático hipotético. Quando falamos de vontade se ele comporta o suporte fático, fazemos análise de validade. Se no plano hipotético dizer Exemplo: matar alguém, a norma vai incidir e aquilo vai ser qualificado como homicídio, não há como afastar isso, por isso é seria obrigatório. A obrigatoriedade não parte da sanção e sim da incidência. Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA que não precisa da vontade, para o direito é irrelevante, por exemplo, e o menor faz um contrato, dizemos que é inválido, mas se um menor incapaz pesca um peixe, não podemos dizer isso, porquê a vontade não importa. Elementos Complementares: podem se relacionar ou com validade ou com a eficácia, mas na maior parte das vezes com a validade. Nota-se que esses elementos complementares não se dá a análise da incidência. Só temos elementos complementares nos casos que hajam análise de validade, o que acontece é que esses elementos complementares são apresentados como elementos de perfeição, adjetivadores daqueles que são os elementos nucleares, eles trazem características de qualidade e perfeição para os nucleares. O mais óbvio é quando se fala que tem que ser um sujeito capaz para fazer um contrato, não é para fazer o contrato, é para que o contrato seja VÁLIDO. Quando falamos de complementares eles pegam algo que já está nos nucleares e exigem características a mais. Para que o contrato exista, eu preciso de dois sujeitos, mas para que seja válido, os dois precisam ser capazes, essa qualificadora de capaz é o elemento complementar. Do mesmo modo, a legitimidade do sujeito, legitimidade a consequência é na eficácia já capacidade é na validade. A diferença é que quando falamos de capacidade, portanto de validade, a análise de validade é sempre absoluta, não tem como algo ser valido para um e inválido para outro, ou é válido ou é inválido. Já quando falo em legitimidade, pode ser que o negócio jurídico tenha problema para uma pessoa e não tenha para outra, é uma análise na eficácia, portanto relacional, por exemplo, compra e venda, na situação que uma pessoa venda uma cosia que não é sua, esse contrato existe? Existe. É válido? Não. Esse contrato produz efeito entre as partes? Produz. Mas para quem era o dono, o contrato não produz efeito. Não é parte legitima. Vai ser analisado como algo que já existe como elemento nuclear, e por força disso, surge essa situação em alguns casos, porque nem todos tem complementares, e esse traz requisito de perfeição, qualificar, e normalmente implica em invalidade ou ineficácia. Nota-se também que só há sentido em pensar em discutir analisar elementos complementares se os nucleares estiverem presentes. Se o fato não existe para o mundo do Direito, não há o porquê discutir. Nota-se que esses elementos complementares não se dá a análise da incidência. Só temos elementos complementares nos casos que hajam análise de validade, o que acontece é que esses elementos complementaressão apresentados como elementos de perfeição, adjetivadores daqueles que são os elementos nucleares, eles trazem características de qualidade e perfeição para os nucleares. O mais óbvio é quando se fala que tem que ser um sujeito capaz para fazer um contrato, não é para fazer o contrato, é para que o contrato seja VÁLIDO. Quando falamos de complementares eles pegam algo que já está nos nucleares e exigem características a mais. Para que o contrato exista, eu preciso de dois sujeitos, mas para que seja válido, os dois precisam ser capazes, essa qualificadora de capaz é o elemento complementar. Do mesmo modo, a legitimidade do sujeito, legitimidade a consequência é na eficácia já capacidade é na validade. A diferença é que quando falamos de capacidade, portanto de validade, a análise de validade é sempre absoluta, não tem como algo ser valido para um e inválido para outro, ou é válido ou é inválido. Já quando falo Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA em legitimidade, pode ser que o negócio jurídico tenha problema para uma pessoa e não tenha para outra, é uma análise na eficácia, portanto relacional, por exemplo, compra e venda, na situação que um indivíduo venda uma cosia que não é sua, esse contrato existe? Existe. É válido? Não. Esse contrato produz efeito entre as partes? Produz. Mas para quem era o dono, o contrato não produz efeito. Não é parte legitima. Vai ser analisado como algo que já existe como elemento nuclear, e por força disso, surge essa situação em alguns casos, pq nem todos tem complementares, e esse traz requisito de perfeição, qualificar, e normalmente implica em invalidade ou ineficácia. Nota-se também que só há sentido em pensar em discutir analisar elementos complementares se os nucleares estiverem presentes. Se o fato não existe para o mundo do Direito, não há o porquê discutir. Elementos Integrativos: Se relaciona com a eficácia, quando analisamos esse elemento, essa análise diz respeito ao plano da eficácia, de todos acima citado, o mais incomum de ter são os elementos integrativos. Quando não temos implica na ineficácia do ato, estão ali para ampliar a eficácia, ou seja, fazer com que aquele ato alcance sua eficácia plena, por exemplo, o registro em cartório, para maior ampliar a eficácia, normalmente envolve atos registrais. Suporte fático x Fato Jurídico: o fato jurídico já é o produto, suporte fatico hipotética normativo, prevendo o fato juridico e fatos da vida que se enquadrem no que está previsto na norma, suporte fato concreto, tem a incidência e nasce o fato juridico. O que importe para o suporte fático, é o que era no momento da incidência, em regra, se depois o suporte fático mudar, não feita em nada no fato jurídico já aconteceu, é o fato juridico perfeito. Preceito: a ideia de preceito surge exatamente a mesma lógica de suporte fático, só que quando analisamos o SF o que a lei exige e tal para ocorrer o fato, mas em preceitos analisamos quais são esses efeitos, qual efeito decorrente do fato jurídico. Temos dois, o preceito hipotético, que está na norma e o preceito concreto há uma variação. É importante dizer que, nem sempre vai ter o suporte fático e o preceito exatamente no mesmo dispositivo, por exemplo, ato ilícito, Art. 186 e 187, observando o Art. 186 - suporte fático, mas observa-se que ele não diz o que acontece com quem cometeu o ato ilícito, mas avançando para o Art. 927 teremos isso, logo temos o preceito. Incidência: -Definição: o efeito que acontece quando se tem uma norma jurídica vigente -Características: • Incondicionalidade - se estiverem presentes os pressupostos de incidência, ela acontecerá, ela não é afastável meramente pela vontade das partes. É como uma norma coagente, que você não pode afastar com a vontade. Quando falamos de uma norma não coagente, não é simplesmente que a vontade das partes pode afastar a vontade, porquê dá a entender que qualquer coisa a vontade impede a norma incidir, consegue-se fazer isso apenas porquê a sua vontade faz incidir outra. No caso, uma norma permite o afastamento de outa. Exemplo de norma não coagente: Art. 252, CC "Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou." Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA Então o suporte fático concreto que se preencheu foi outro e não o da norma. Suporte fático: quem escolhe é quem o determinou, quando falamos de norma coagente, é que podemos preencher um suporte fático diferente do que seria regular, o que seria a regra, mas isso só pode ser feito porquê outra norma permitiu fazer, e isso não impede de ter a incondicionalidade. Quando houver algum dispositivo proibindo algo e não vier expressa a consequência disso, toda vez que isso acontecer a consequência vai ser a nulidade. (regra geral). *Contrato atípico - pode-se inventar contratos atípicos mesmo sem estarem previsto no código, por isso tem um olhar voltado para ser não coagentes. • Inesgotabilidade - o fato da incidência da norma se dá um milhão de vezes, e isso não impede que a incidência da norma aconteça. Se a incidência acontecer uma vez, não impede que ocorra outras vezes. Existem algumas normas que incidem no momento do tempo ou em alguns momentos do tempo e depois vão parar de incidir, essa norma parar de incidir abstratamente não significa que ela não tenha essa característica, em concreto de fato ela não vai mais existir. Observando o Art. 19 da ADCT, temos que a norma não incide mais, porquê a CF/88 não será promulgada nada. O que precisa de pressuposto para ela incidir não tem mais, por isso ela não incide mais. Pressuposto: • Vigência da norma jurídica - O suporte fático hipotético abstrato está na norma, ela por considerar relevante tipifica e transforma em suporte fático hipotético abstrato, a ressalva que tem que ser feita é em "vigência", nos mostra que não basta que a norma apenas exista, é preciso também que essa norma esteja apta a produzir os seus efeitos. • Concreção do suporte fático suficiente - Já vimos que a norma por si só não gera efeitos, logo precisamos de algo concreto. Suficiência e insuficiência do suporte fático só se faz no plano concreto. Existe um suporte fático suficiente quando estão presentes todos elementos nucleares do suporte fático. Insuficiente é quando algum dos elementos nucleares não estão presentes. Atendidos esses pressupostos a norma incide, e gera algumas das consequências abaixo: Exemplo: você não pode fazer tal contrato e não disser o que acontece se você fizer, o contrato será nulo. Por conta da natureza patrimonial e contratual se trata de regras não coagentes. É preciso observar em que contexto está acontecendo, diz-se que a vontade afasta a incidência dessa norma, por que essa vontade não compõe o suporte fático dela e sim de outro que incide incondicionalmente. Exemplo, uma norma em vacância, a lei geral de proteção de dados que vai entrar em vigor em 2020. Norma que esteja apta a produzir seus efeitos. Exemplo, uma mulher pensa em pegar um celular e jogar na parede e desiste. Suporte fático deficiente, em regra se refere a falta de um elemento complementar, não fazendo com que ele não exista. Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA Consequências: • Juridicização - a mais comum, é a norma que incide para pegar a parte que importa no SFC e transformar em um fato jurídico, mas sempre a incidência serve para isso. • Pré-exclusão de juridicidade - antes que se torne jurídico estou impedindo que isso aconteça. A norma incide para impedir que algo que seria juridiscizado dealguma maneira. Art. 186 é a jurisdição e 188 exclusão, portanto, o Art. 186 não acontece por que o 188 incide impedindo. • Invalidação - a norma incide para dizer que algo é inválido, para isso necessariamente antes precisa existir, então teve uma norma gerando a Juridicização, que o fez ingressar no mundo do direito, mas como tinha um defeito no suporte fático e assim invalidando. • Deseficalização - tirar a eficácia. As normas de prescrição têm esse efeito, digamos que eu fiz um contrato e o efeito desse é que eu posso exigir algo de alguém, só que o código diz que se eu não fizer isso em 5 anos eu perco a possibilidade de cobrar. • Desjuridização - é que algo que esteja no mundo jurídico que vai ser retirado. Já falamos de contrato, duas pessoas fazem acordo em relação a algum objeto, proposta e aceitação e forma o contrato, mas o código regulamenta também o destrato, que é quando se muda de ideia e se faz um acordo para que esse contrato que esteja no mundo jurídico, não exista mais, quando isso ocorre temos a consequência de desjuridização. Questão 03: Dois sujeitos realizaram um determinado ato jurídico ao qual nomearam como sendo o ato de tem por suporte fático hipotético os elementos A, B e C, que chamaremos aqui de ATO 01. Entretanto, em concreto, o que ocorreu foi a realização dos elementos A, B, C e D, que correspondem a outro ato, aqui denominado ATO 02. Levando em conta o acima exposto, qual foi o ato praticado pelos sujeitos? Justifique e exemplifique. Os elementos A, B e C - Ato 01 Os elementos A, B, C e D - Ato 02 Ato final: Ato 02 A ideia é que existe um ato o ATO 01, e existe outro com SF A,B,C,D, e em concreto o que se deu foi A,B,C,D, e por fim o que aconteceu foi o ATO02, mas a pessoa não pode fazer por seu ato de vontade qual norma vai incidir, e sim qual SFC se deu de forma suficiente, porquê se não existisse o ATO02, poderia dizer que o 01 aconteceu porquê estava sobrando, mas ele existe então é o ATO02. Exemplo, digamos que para fazer uma compra e venda, e que eu tenha que fazer um acordo e a pessoa se obriga a me entregar uma coisa em troca de eu pagar um preço, e sabemos que para fazer uma doação, em que eu me obrigo a entregar algo a alguém em troca de nada. Então o pagamento do preço seria o D, então não posso entrega/transferir essa coisa para alguém e pedir o preço de volta e dizer que é uma doação, porquê quando eu transfiro algo para alguém não é mais doação. Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA ▪ Planos do mundo jurídico: Existência, validade e eficácia. É muito importante a existência dos três planos, e qualquer falha em um deles, vai gera uma consequência jurídica diferente. Qualquer existência jurídica parte do plano da existência, e ai analisamos a concreção do fato jurídico, então passam pela análise da vaidade, e tem outros que vão direto para eficácia, primeiro ver se existe, se é válido e depois se é eficaz. Podemos ter 4 situações: SITUAÇÃO 01: o ato existe é válido e eficaz - mais comum; SITUAÇÃO 02: o ato existe, é válido e ineficaz - suposição, no caso em que faz o testamento (ver atividade). SITUAÇÃO 03: o ato existe, é inválido e eficaz; SITUAÇÃO 04: o ato existe, é invalido e eficaz. Se o ato for nulo a regra é que ele for eficaz, e se for anulável é eficaz. Mas há exceções, temos o casamento putativo. No nosso ordenamento jurídico em cada momento só se pode casar com uma única pessoa, então se uma pessoa que já é casada casar de novo, o 2º casamento é nulo e não produz efeito, temos que o cônjuge do 2º casamento não sabia e agiu por boa-fé, isso ainda acontece porque não há um sistema integrado dos fóruns, e mesmo tendo boa-fé é nulo, porquê tem a questão da nulidade, o que é para um é para outro, a lei para proteger o cônjuge de boa-fé determinou que esse casamento produz os efeitos para essa pessoa que está de boa-fé. Por isso é importante que existência e validade não é uma coisa só, se ser nulo e ser inexistente for a mesma coisa isso não seria possível. Precisamos dos três planos, mesmo que em algumas situações em que o efeito prático possa ser igual, mas o efeito jurídico é diferente é justamente porquê em diversas situações as consequências jurídicas são diferentes. *PUTATIVO - parece ser uma coisa, mas não é, parece que está em ordem, mas não está. ▪ Classificação dos fatos jurídicos: É uma classificação que tem efeitos práticos gigantescos, pois o tipo de fato muda tudo. Para sabermos qual fato jurídico é, teremos que sempre fazer perguntas sobre os elementos nucleares. 1. Aquilo que está regulamentado é conforme ou contrário o direito? Se for conforme é lícito, caso não ilícito. Uma primeira classificação que fazemos: Fato Jurídico Lato Sensos - qualquer fato que é relevante para o mundo jurídico. 2. No suporte fático, temos a conduta humana? Se a resposta for não, teremos um fato jurídico stricto sensus, que são aqueles que no suporte fático não temos a conduta humana. 3. Tenho no suporte fático a vontade? A conduta é voluntiva ou involutiva? Conduta envolve vontade ou não envolve à vontade? Se não envolver teremos um ato-fato jurídico. O suporte fático vai ter a conduta humana, mas não vai ter a vontade, por exemplo, o código quando trata da pesca como meio de inquisição de propriedade, o regulamente como ato-fato jurídico, e isso significa que a vontade é completamente irrelevante, por isso se eu capaz pesco ou uma criança de 10 anos pesca, completamente incapaz, o efeito será exatamente o mesmo, porquê a vontade Exemplo, a morte e nascimento que não são condutas humanas, mas fatos naturais que o direito regulamenta, caso sim é ato real. Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA que eu tenho e a criança tem, juridicamente falando não compõe suporte fático, é irrelevante para esse tipo de fato. Se ao contrário a resposta for que a vontade compõe o suporte fático nós teremos um ato-juridico lato sensu, o que significa dizer que a vontade humana compõe o suporte fático, e que se divide em ato-jurídico stricto sensu e negócio jurídico. 4. A vontade das partes pode mudar a eficácia do ato? Como eu sei se é stricto sensu ou negócio jurídico, no primeiro os efeitos do ato já estarão pré-determinados em leis e a vontade das partes não poderão mudar os efeitos. Se não puder, ato stricto, se puder é negócio, por exemplo, imagine que uma pessoa resolve adotar uma criança, adotar é vontade, é ato jurídico lato sensu, e eu posso resolver que eu vou adotar e querer só o dever de dar o auxílio intelectual e emocional, mas o financeiro não, posso fazer isso? Não, pois quando se adota isso já está pré-determinado, eu não posso modificar os efeitos de adotar alguém. Já quando se trata do negócio jurídico é o inverso, não é que tudo pode ser modificado, mas dentro da lei é permitido mudar algumas coisas, por exemplo, todo contrato é um negócio jurídico, para ser uma compra e venda precisa ter um acordo de uma pessoa entregar uma coisa e a outra pagar o preço, em regra nessa ordem de acordo com o código, mas eles podem fazer um acordo em que eu te entrego uma coisa hoje e você me paga daqui a 30 dias, como é um negó0cio eu posso modificar os efeitos, o pagamento que deveria ser agora pago em outro momento. A análise da validade só acontece a partir do ato jurídicos. Ato-fato jurpidico: O que importa é o fato que resulta da conduta e não a vontade. EXERCÍCIO: Procurar o suporte fático - artigo, para a partir daí classificar: 1. Um nascimento: Stricto sensus (onde não temos a conduta humana). Art. 2°, que torna o nascimento um fato jurídico."Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro." 2. Celebração do contrato de locação: Negócio jurídico. Art. 565 ; "Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição." 3. Ter realizado algo que satisfaz a uma promessa de recompensa: Ato fato jurídico. Art. 855., tem a conduta e não tem vontade. "Art. 855. Quem quer que, nos termos do artigo antecedente, fizer o serviço, ou satisfizer a condição, ainda que não pelo interesse da promessa, poderá exigir a recompensa estipulada." 4. Atropelar alguém: Ilícito. Art. 186. "Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito." 5. Emissão de uma quitação: Ato Jurídico stricto sensus. Art. 320. "Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante." LER LIVRO COMPLETO Fato jurídico strito senso: A vontade humana não compõe o suporte fático. • Pagamento é um ato fato jurídico, já que independe da vontade pelo pensamento da maioria pois há uma divergência na doutrina. • Ato fato jurídico- A conduta humana compõe o suporte fático, porém, a vontade é irrelevante. Todos os exemplos de ato fato jurídico se enquadram em atos reais. • Atos reais: 188/cc situações que seriam ilícitas, mas foram praticadas em situações que não são consideradas (excludentes de ilicitude). • Ato indenizativo: 929 e 930 são lícitos, mas tem o dever de indenizar como consequência (então ato indenizativo). • Ato caducificante: A consequência é alguém vir a perder um direito, logo, seria um ato caducificante(prescrição) Esses efeitos do ato caducificante também podem ser encontrados em atos ilícitos. Características do ato jurídico latu senso: ✓ Exteriorização da vontade Declaração da vontade: Ela envolve ato linguagem, comunicação inequívoca do que se pretende, tem que falar ou escrever por exemplo (mais preciso). ✓ Manifestação de vontade: Envolve outros tipos de atos, o agir sem declaração (menos preciso). Às vezes a lei vai exigir declaração e isso será ato completante, só poderá ser feito por declaração como o casamento por exemplo. ✓ Art.111/cc- O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. Quando exigir declaração será impossível ser formada através do silêncio. ✓ Art.112/cc - Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. ✓ Art. 113/cc - Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. Depende do local, dos usos do lugar. ✓ Art. 114/cc – ato benéfico só umas das partes aufere vantagem ou benefício, só uma tem obrigações o principal exemplo é a doação. Ato oneroso as duas partes têm obrigações podendo responder por culpa em que o principal exemplo é a compra e venda. Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA ✓ Consciência da vontade: Contexto em que o sujeito não sabe que determinada conduta exterioriza uma vontade. ✓ Resultado licito, possível, determinado ou determinável (para que haja exteriorização da vontade). • Ato jurídico stritu senso: Efeitos já colocados em lei para determinado ato de vontade. Ato complexo- Vários atos feito pelo mesmo ente Ato composto- Realizado por vários entes. • Pode haver atos jurídicos mistos que é ato jurídico e negócio jurídico, tem as duas coisas acontecendo. Negócio Jurídico: Se trata de um tipo de fato jurídico em que sem tem à vontade compondo o suporte fático, mas também está autorizada pela lei de efetuar mudanças nos efeitos, ou seja, podendo nos limites da lei determinar os efeitos. ➢ Critérios que definem o negócio jurídico: Quanto a quantidade de polos que exteriorizam a vontade e o sentido, direcionamento das vontades: a) Unilateral- Testamento, promessa de recompensa. b) Bilateral- Antagônico, complementar. c) Plurilaterais- Sentidos convergentes (um mesmo sentido). Quanto a causa (algo que juridicamente justifica aquilo): a) Causais- A causa continua influenciando o negócio jurídico. b) Abstratos(independente)- A causa deixa de importar. Inter vivos e Mortis causa: Exemplo: Quitação/ ato jurídico composto (somado ao ato de vontade, há ainda outras circunstâncias que devem acontecer para concretiza-la. Exemplo: contratos de compra e venda, doações (todos os contratos). Exemplo: constituição de uma sociedade. Exemplo: compra e venda Exemplos: Títulos de créditos(cheque) (se fosse causal, não haveria a possibilidade de circulação). Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA Inter vivos: Tem efeito independentemente da morte da pessoa. Mortis causa: depende da morte da pessoa. Quanto a entrega das coisas: Consensuais- Art. 481, cc (um tem que se obrigar a pagar o preço e outro a entregar a coisa). Não depende da entrega da coisa, o contrato já existe. Reais- Art. 579, cc(trata da entrega efetiva da coisa). Quanto a exigência da forma (de uma forma específica): Solene- A lei exige, expressamente, uma forma (via de regra escrita), art. 108, cc Não solenes- A lei deixa a forma livre-REGRA. Quanto as vantagens: Onerosos- Há vantagens ou desvantagens a ambas as partes Gratuitos ou benéficos- Há vantagens ou desvantagens somente para uma parte Quanto a dependência: Principais- Existência independente Acessório- Existência vinculada a um negócio principal. Quanto a previsão em lei: Típicos- Aquele previsto na legislação(expressamente) Atípicos- Permissão que o código traz para liberdade dos sujeitos. São negócios jurídicos não previstos em lei (ainda não foram regulamentas). Ato Ilícito: Algo ser ilícito significa que algo está sendo analisado pelo Direito. Quando se pensa em atos ilícitos se pensa muito em atitudes humanas, um fato stricto sensus não podem ser Exemplo: contratos em geral. Exemplo: Testamento Exemplo: Comodato, o consenso é insuficiente para formá-lo. Exemplo: Compra e venda. Exemplo: Fiança Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA ilícitos, a morte seria ilícita? Uma tempestade? Não tem como botar a determinação de ilicitude em stricto, em algo que não parte da conduta humana, e não parece ter lógica fazer esse juízo de valor em algo de stricto sensus. No suporto fático um fato contrário ao direito e imputabilidade. Considerado indevido e imputada responsabilidade a alguém, o que não significa pelo alguém que praticou, por exemplo, os menores não são responsabilizados, pois quando ele causa um dano a regra geral é que quem vai ser imputável são os pais e responsáveis, não é porquê é um menor que não é ilícito a responsabilidade só deslocada para outro sujeito. Marcus Bernadis coloca também em outras doutrinas o critério quanto a natureza do direito ao ofendido, que ele fala em ilícito absoluto e ilícito relativo. Não basta o que está em Marcus Bernadis, além do que ele fala deve procurar o artigo Ilícito civil, esse desconhecido, de Felipe Peixoto Braga Netto. ▪ Atividade: Dê as classificações:1. Contrato de compra e venda 2. Contrato de comodato 3. Contrato de doação 4. Fiança (inadimplência do contrato de locação) 5. Testamento 6. Promessa de recompensa Arts.: 186,187 e 188; Classificações: A prática de alguns atos ilícitos para que eles possam se realizar, exigem uma formação de relação prévia entre os sujeitos envolvidos no ato ilícito, seja como ofensor ou no ofendido, por exemplo, em um contrato, descumprir um contrato é ilícito – ilícito relativo, primeiro se estabeleceu uma relação (contratual) e o ilícito só foi possível por essa relação, eu não posso descumprir um contrato se não faço parte dele. O absoluto é quando não tem esse requisito. A eficácia de um ato ilícito, ou seja, qual tipo de consequência juridica, e se divide em efeitos: ▪ Ato ilícito indenizante: a mais comum, a consequência é de indenizar, se o sujeito pratica um ato ilícito e esse causou danos a outrem tem como consequência o dever de indenizar. Exemplo: um acidente qualquer duas pessoas podem se envolver nele, sem nenhuma relação prévia. Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA ▪ Ato ilícito caducificante: o sujeito perde determinado direito, por exemplo, se os pais batem nos filhos podem ter como consequência a perda de um direito, a perda do poder familiar. ▪ Ato ilícito autorizante: a prática do ato ilícito tem por efeito gerar para alguém a permissão da prática de certo ato que a pessoa não estava permitida a praticar, por exemplo, doação, ela pode ser revogada e tem dois caminhos para tal, um é com encargo onde a pessoa fez a doação mas determinou um ônus para ele, tipo, dar um terreno e exigir que seja feito uma creche naquele local e o outro caso é que temos a possibilidade de revogação por ingratidão (homicídio, ofensa à honra, negar alimentos). Teremos então uma autorização para o doador para que ele revogue a doação (consequência). ▪ Ato ilícito invalidante: a consequência é invalidar. Ne todo autor entenda a invalidade como sendo uma consequência da ilicitude, eles colocam como algo a parte. Um ato ilícito não necessariamente está ligado a uma dessas consequências, por exemplo, o pai que castiga o filho demasiadamente, pode não perder o poder familiar e ele pode ter efeito caducificante e indenizante (ato ilícito com mais de uma consequência). Artigo 186 e 187, CC/02: “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” Quando falamos em ato ilícito exige-se primeiro uma conduta, que pode ser ativa ou passiva, ou seja, ação ou omissão, também seja se o sujeito quis ou não agir. Diferente do Direito Penal a preocupação do Direito Civil é com a vítima, enquanto o Direito Penal está preocupado com quem cometeu o problema. Isso não significa que no Direito Civil nunca vá se medir a culpa, nesse primeiro momento, nesse artigo ele não faz distinção entre dolo e culpa, mas temos algumas situações em Responsabilidade Civil que se mede o grau de culpa (Art. 944, parágrafo único). Temos que ter em mente que não temos palavras desnecessárias no código, se ele utilizou essas duas palavras representa que são duas exigências distintas, por exemplo, temos muitas situações em que as pessoas causam danos a outras, mas que não estão violando direito – situação: médico faz uma cirurgia em uma pessoa e que para isso precisa cortar pessoa, isso é um dano, mas autorizado pela pessoa, não se diz portanto, que é uma violação de direito e muito menos em um ato ilícito. Hoje poderia não está escrito, não haveria necessidade, mas esse código começou a ser redigido em 1969, e já existiu na doutrina uma época em que se discutia se existia dano moral, vários argumentos eram postos contra. Ato ilícito em sentido stricto. “Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa- fé ou pelos bons costumes.” Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA Temos o abuso de direito. Temos um ato ilícito que em sua base temos uma conduta que por si só não é ilícita, não se analisa o que se foi realizado, mas como foi realizado. A ilicitude só surge porque o sujeito no exercício de seu dever excede barreira, tornando a conduta ilícita. Por exemplo, caso da França de abuso de direito vinculado a função social que é bem conhecido, basicamente um sujeito tinha um terreno que próximo desse imóvel existia um local que acontecia decolagem e pouso de dirigíveis e ele não gostava, então ele mandou construir estacas pontiagudas altas e instalou n terreno dele, com a finalidade de furar se o dirigível passasse por cima da casa dele, observe, se tenho um terreno eu tenho o direito de construir o que eu quiser, da forma que eu achar adequado, mas deve- se lembrar que a propriedade deve atender a uma função social, logo eu não sou totalmente livre, quando ele agiu dessa maneira ele claramente excedeu o exercício daquele direito. Inicialmente parte de uma situação licita e o exercício se excede, o que seria o limite regular para o uso desse direito. Outra situação foi no desastre de Mariana, que por consequência ficou sem água potável e as pessoas começaram a vender galões de agua mineral e vender por R$200,00, claramente excede o limite do direito, lembrar que não é o preço e sim a intenção que gera p abuso de direito. As próprias situações que desautorizam a propriedade estão excedendo o direito, indo contrário ao direito a propriedade. A maior parte é dada como o descumprimento da boa-fé ou bons costumes, a boa-fé pode se distinguir em objetiva e subjetiva, quando falamos da boa-fé subjetiva estamos falando muito mais da análise de um dado psíquico do sujeito porque ela é situacional, ela é o sentido de boa-fé que as pessoas do dia a dia que não estudaram o direito usam, por exemplo; “Luiza fez isso, mas fez de boa-fé.” Quando falamos de boa-fé em princípio, nos referimos a boa-fé objetiva. Aqui falamos que existe um padrão ideal de conduta, que há um modo que as coisas d3vem acontecer e quando não acontecem estão, portanto, ferindo a boa-fé, a grande diferença é que isso ultrapassa a ideia de intencionalidade, não importa se eu quis fazer certo ou errado, mas sim se eu fiz certo ou errado, o que é mais fácil para a pessoa que recebeu o prejuízo, pois o outro querer ter feito ou não é irrelevante, é importante só se aconteceu da maneira errada, por exemplo, se em um contato meu tem uma clausula abusiva, pouco importa se a pessoa quis que ela fosse, ela terá que ser retirada do contrato, quando falamos de boa-fé objetiva, passa a ser desnecessária a análise da subjetividade, do querer ou não fazer errado, apenas se analisa como se deu. Espécies de abuso de direito “Venire contra factum proprium” – o sujeito tem uma primeira conduta que vai em um sentido, que levam as pessoas a acreditarem que o comportamento dele vai seguir naquele sentido, essa primeira conduta é o “factum proprium”, no segundo momento ele tem uma outra conduta que vai no sentido oposto a expectativa/confiança que a conduta dele gerou, esse é o “venire”, temos o “Nemo Potestasi venire contra factum proprium”. Você não pode ter uma conduta que crie uma expectativa e no final ter uma conduta que contrarie a conduta anterior, por exemplo, o professor fiz vou fazer um trabalho aqui e quem fizer vai ter um ponto extra, você e depois o professor diz que não vai dar o ponto extra na prova, algum professor é obrigado a dar ponto extra na prova? Não, não é ilícito! Mas ele criou a expectativa nos alunos nesseponto e então ele não pode quebrar essa confiança Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA que esse ponto será gerado, percebe-se que as condutas não são ilícitas, mas se tornam na quebra da boa-fé. Para além dessa ideia de “venire”, temos outras que são variações dessa ideia original do “venire contra factum proprium”, temos situações outras em que teremos coisas que lembram essa ideia de “venire”, mas que não são exatamente a mesma situação. “Supressio e surrectio” – a diferença é na ordem das coisas e nos efeitos, na “supressio” o primeiro comportamento é uma inação, o sujeito tinha certo direito a exercer, mas ele não exerce, mas ele cria a expectativa para terceiros que aquele direito não será mais exercido, em virtude disso, isso faria com que o primeiro sujeito perdesse o direito que ele tinha, que é “supressio”(perda do direito pelo não exercício vinculado a expectativa legitima) e em contrapartida o outro sujeito ganharia o sujeito – “surrectio”. A doutrina usa o Art. 330, CC/02 para exemplificar: “Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.” Analisamos, em um contrato de locação, diz-se que todo mês o locatário deve entregar na casa do locador o dinheiro, só que no primeiro mês ele encontra na rua e paga, no segundo ele pede para pegar na casa dele e paga, e isso passa a ser feito sucessivamente e em um dado momento o locador para de ir na casa dela cobrar e ele também não vai até ele, o sujeito entende que não precisa levar, pois o fato de o locatário não ter agido criou uma expectativa legitima de perda de direito e o sujeito locatário recebe direito dele receber apenas na casa dele. Se o locador avisasse que pegou lá mas que o combinado era o mesmo não perderia o direito. Isso não se aplica em prescrição e decadência, pois já sabemos o prazo, diferente de “supressio e surrectio” que temos que analisar o caso concreto para ver se a inação foi tempo suficiente para gerar expectativa no outro. Uma outra situação que está dentro dessa lógica é o caso do “Tu Quoque” – “até tu Brutus”, a ideia é que o sujeito até está fazendo algo errado, mas o problema é que quem reclama é alguém que também está errado, o sujeito tem uma condita ilícita com o outro e quando o outro tem com ele, ele quer reclamar. Situação: Um sujeito faleceu e tinha dois imóveis e muitos filhos, um dos filhos dele, o mais velho, resolver comprar as frações ideais dos imóveis de todos irmãos, mas uma irmã não quis vender, essa irmã que ficou com 1/14 dos imóveis morou sozinha em um imóvel e outro irmão que é dono de 13/14 ficou morando nos dois outros acima. E ela quis que ele pagasse esse 1/14 do aluguel para ela e ela não pagava o equivalente da parte dela, isso caracteriza abuso de direito. Inalegabilidade das nulidades formais – a situação em que haveria por alguma questão formal uma causa para invalidade só que essa causa ou é de ciência do outro contratante e ele mesmo ciente do problema formal ignora isso e depois quer alegar ou então situações em que o sujeito que teria invalidade para alegar a si próprio e oculta, logo perde o direito de usá-lo. Quando um jovem maliciosamente esconde sua idade, ele perde o direito de anulação. A propriedade se desdobra em vários direitos o mais comum é a posse, mas algumas vezes podemos fracionar ele dá para diferentes pessoas, que é o caso do usufruto, onde eu digo que a posse vai ficar para outra pessoa, mas isso é feito no cartório que Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA fulano é usufruto do imóvel, quem pode fazer tudo em relação ao imóvel é o usufrutuário, eu continuo sendo proprietário. Temos dois sujeitos o usufrutuário e o nu proprietário, o segundo é o dono, mas não pode fazer nada, o caso é, ela não paga aluguel e sai devendo, quando o nu proprietário entra com ação para cobrar dela ela diz “você é nu proprietário e não pode cobrar aluguel”, existe realmente um problema formal, a parte que celebrou o contrato não é legitima. Temos uma última figura que a do inadimplemento substancial que está mais ligado a ideia de abuso de direito, os anteriores estão mais ligados ao “venire”. A ideia é que uma pessoa que deve e não paga o credor tem direito de imputar no devedor as consequências do inadimplemento e pode permitir que a parte que foi prejudicar resolva o contrato, então se o sujeito for inadimplente o credor pode aplicar qualquer uma dessas consequências, mas a hipótese de resolver o contrato é sempre possível, mas o que se considera é que em algumas situações permitir que o autor exerça seus direitos em relação a isso seria abusivo. Temos uma dívida que foi paga quase toda, daí o nome da teoria inadimplemento substancial. A teoria defende que aplicar todas as consequências de inadimplemento seria abuso de direito do credor levando em conta o inadimplemento substancial do credor. Por exemplo o sujeito não paga 2 de 46 parcelas, não é justo que ele perca tudo, é desproporcional. ▪ Não existe uma porcentagem pré-estabelecida do aceitável, mas na maioria dos processos está em torno de 80% do valor. Outra situação é o “duty to mitigate the loss” (dever de amenizar a perda) - temos situações que o sujeito sofre um dano que vai ser indenizado por outro, só que eu por interesse ou negligência nessa situação termino não tentando diminuir o dano que sofri, e isso pode ser entendido também como abuso de direito. Adimplemento substancial – Se o sujeito foi inadimplente, o credor pode resolver (encerrar o contrato pelo inadimplemento) o contrato. Defende que, aplicar todas as consequências do inadimplemento é abuso de direito do credor, levando em conta o adimplemento substancial do devedor. OBS.: O contrato de leasing ou arrendamento mercantil, assim denominado no Direito brasileiro, é o contrato no qual duas ou mais pessoas resolvem alugar ou arrendar determinado objeto um ao outro. Norma de textura aberta e interpretação – Requião, parte da boa-fé; Atividade: criar questão e barema. Larissa M., Julia L. e Maria A. Pergunta Exemplo: O sujeito compra um carro via leasing. Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA Mauricio interessado em comprar um carro, procura Tiago e acorda o valor de R$23.000,00. Após receber o pagamento, Tiago descobre que Mauricio mentiu quanto a idade, alegando ser maior de idade, quando na verdade tinha 16 anos. Existe o contrato? Houve má-fé? Caso Tiago não descobrisse a idade no momento do pagamento, qual teria sido as consequências? Qual elemento do suporte fático é elemento chave para resolução dessa questão? Barema: O contrato existe, entretanto não é válido, visto que uma das partes não atende os requisitos necessário definidos no ordenamento jurídico. Mauricio agiu de má-fé ao mentir sobre a sua idade, pois sabia que não seria possível a completa realização do negócio jurídico, tendo ele 16 anos. Na hipótese que Tiago não descobrisse a idade ao momento do pagamento, o carro seria de Mauricio, no entanto descobriria no momento seguinte, pois para realizar a transferência de um veículo é preciso seguir rito específico em cartório. É importante ressaltar que não haveriam consequências no plano da existência. O elemento chave está nos elementos complementares, sendo ele a capacidade civil (relativamente incapaz), pois o contrato é anulável, portanto eficaz. O jovem por ter mentido, não poderia posteriormente usar o artificio da idade para anular o contrato. Questão para responder: Mário e João firmaram um contrato de leasing em que ficou expressamente acordado que a propriedade de João seria passada para o ainda possuidor Márioapós o pagamento de 40 parcelas de aluguel. Após certo tempo, já quitadas 30 parcelas, Mário foi demitido do seu emprego e João tolerou 3 parcelas sem pagamento. Tendo em visto esse cenário, João quis tomar do possuidor o seu apartamento já melhor valorizado por Mário no tempo em que estava no imóvel. João agiu de maneira correta? Em que estado se encontra o possuidor? Resposta: CERTA, NO ENTENTO TER CUIDADO COM PORCETAGENS. Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA A situação em que Mário se encontra é de adimplemento substancial, o que permite que o credor aplique as consequências de inadimplemento tem-se que a hipótese de resolver o contrato é sempre possível, portanto não se é permitido exceder o exercício de direitos, o que torna abusivo, logo João não agiu de maneira correta, principalmente quando há interesse econômico envolvido (o fato do imóvel está mais valorizado – não muito). A teoria defende que aplicar todas essas consequências é abuso de direito do credor, levando em consideração o inadimplemento substancial da outra parte. A situação de Mário seria a permanência no estabelecimento e uma tentativa justa de resolução do contrato, visto que já foi pago cerca de 75% das parcelas e em regra está em torno de 80% do valor. Temos presente no Código Civil, para reafirmar o inadimplemento substancial inimputável, no qual temos a existência de força maior ao ato de terceiros que influenciaram na atual situação, defendido por Ruy Rosado Aguiar, o Art. 393: Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. ▪ Plano da Validade: Ele analisa os elementos de perfeição do ato jurídico, temos que ver se os elementos básicos atendem exigências que são feitas pela norma, se está de acordo com s características desses elementos. Os pressupostos de validade estão previstos no Artigo 104 CC, não apenas esses, pois há outras situações que podem ser causa de invalidade: “Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.” Analisando o inciso I: Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA O absolutamente incapaz não prática seus atos, e sim seu representante legal. Os relativamente incapazes, praticam atos inválidos, porém inválidos, ele precisa um assistente, pois aqui é o incapaz que pratica o ato. Se acompanhado com o assistido, é válido. • Críticas: “Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;” O sujeito não consegue exprimir, é errado está aí, pois se estar no artigo 4°, é relativamente incapaz, ele pratica um ato estando em coma, como seria possível? O ideal é que voltasse ao Art. 3°. Outra crítica é que estão usando esse inciso III para burlar as mudanças posteriores ao Estatuto da Pessoa com Deficiência. Hoje pessoas com deficiência, é capaz. O mesmo estatuto prevê a possibilidade da curatela da pessoa com deficiência. O problema é que o juiz na decisão, não vai poder simplesmente dizer que essa pessoa é absolutamente ou relativamente incapaz, então ele cria limitações exatas na capacidade desse sujeito. Diz respeito a questões patrimoniais, e não as existenciais, a pessoa continua podendo casar. Capacidade x Legitimação: é inerente o sujeito, é capaz ou não. Caso de dois sujeitos, capazes e solteiros, podem casar, mas tem o impedimento de ser filho, sogra... É algo que se aplica ao sujeito naquela situação específica. É situacional, por exemplo: se existem sujeitos casados, um deles não vai poder fazer uma compra e venda de imóvel sozinho. Assim como o caso do fiador, para prestar a fiança o conjunge tem que legitimar. Não é que a pessoa não possa fazer aquilo, é que para aquele ponto há limitação, impedimento. Os artigos 105 e 177 dialogam, temos que: “Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum” “Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.” Além dos elementos de incapacidades, temos que analisar outras situações. Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA “Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou- se maior.” Se o menor alegar falsamente sua capacidade, ele perde direito posterior de pedir anulação do negócio jurídico. Analisando o inciso II: Licitude do objeto – se o ordenamento considera que determinado objeto é ilícito, obvio que ele não vai recepcionar negócios jurídicos que versem sobre objetos. A lei fala além de licito o objeto também tem que ser possível. Quando falamos de possível, temos que analisar dois aspectos: impossibilidade fática - é fazer o negócio juridico impossível (vender um pedaço do céu) e impossibilidade jurídica – o objeto juridicamente impossível se relacionam com a ideia de bens fora do comercio, que o ordenamento não quer que se realize, mas o objeto não é ilícito, imagine a pessoa que recebe alimentos, no caso dele, o sujeito que recebe o alimentos não pode fazer um negócio juridico sobre esses alimentos, isso porque tem proibição do ordenamento, que esse valor seria para se alimentar e não para negociar. Na prática o efeito é o mesmo. Nota-se que quando falamos de impossibilidade fática, que impossibilidade é essa, observe: “Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.” Quando falamos de impossibilidade devemos lembrar que a impossibilidade inicial, no momento em que se fez, mas se depois se torna possível, também não vai ser invalidado. Exemplo: imóvel na plana, apartamento existe? Não. Mas é apenas impossibilidade inicial, pois o negócio juridico será valido. Apenas é invalido quando a impossibilidade é absoluta. Além de licito e possível, tem que ser também determinado ou determinável. Não tem que necessariamente desde o início está determinado o objeto, mas precisa que sejam oferecidos os elementos para que eu possa determina-los. Por exemplo: eu combino com Bianca que vou dar ou o celular ou o notbook, isso mostra eu não sei qual será, mas já tenho elementos suficientes para determinar qual será. Analisando o inciso III: A forma prescrita ou em lei, a regra geral é da liberdade de forma, a liberdade de forma se difere de inexistência de forma, o comum é deixar essa forma livre, pode-se fazer o negócio verbalmente ou por escritura pública, por exemplo. Em outras vezes a lei exige uma certa forma (prescrita). ▪ Nulidade x Anulabilidade: Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA o Eficácia do ato inválido: É talvez o caso nunca trabalhado em sala, em regra temos que o ato nulo não produz efeito, enquanto o anulável produz efeitos. Obvio que há exceções, um exemplo é o casamento putativo, assim como também no Art. 48: “Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadasde erro, dolo, simulação ou fraude.” No caso, é contra lei, mas produz efeitos. O ato nulo, não produz os efeitos pretendido. Por exemplo: uma compra feita por um absolutamente incapaz é nula, mas essa pode ter efeitos práticos, o que quero dizer, o menor pagou o preço, o dinheiro foi entregue e o sujeito entregou para ele a coisa, por mais que juridicamente não existe a compra e venda, e não existe a causa que transmita a propriedade, mas mesmo juridicamente falando, esse menor está na posse do bem, logo é um efeito, não é um efeito que decorreu da compra e venda, pois ela é nula e não produz efeitos, mas da transmissão da propriedade. Eventualmente, teremos efeitos secundários/derivados, e uma situação que foi realizado um negócio jurídico nulo. O anulável produz efeitos. A regra do inválido anulável é de eficácia, o anulável produz efeitos, pois a invalidade já existe, mas ele é inválido no grau anulável, até alguém que em seu direito reclame, ele continua produzindo seus efeitos. o Extinção da invalidade: É bem diferente quando se pensa em ato nulo ou anulável, em regra, as raríssimas exceções, quando falamos de ato nulo não tem como se dar a extinção da invalidade, não tem como deixar de inválido. Se ele é nulo, em regra é nulo e acabou, não tem como resolver o problema dele em válido, a exceção é o exemplo do artigo em que traz que se passou o prazo, o ato nulo vai validar. Já o ato anulável é possível extinguir a invalidade, isso se dá por dois caminhos: pode acontecer por força de uma sanação ou por força de uma convalidação, a extinção a rigor só aconteceria na sanação, pois você pega o que estava errado e resolve, pega a causa de invalidade e sana, dar fim a ela, ela pode ocorrer através de uma confirmação ou de assentimento posterior, veja quando falamos de confirmação o que acontece é que o próprio sujeito que participa do negócio juridico, ele vai lá e resolve o problema que existia, por exemplo: menor faz negócio jurídico com 16 anos, logo é anulável, quando ele completa 18 anos ele confirma o negócio, visto que agora ele é capaz, expressando novamente a vontade dele, afastando a invalidade que existia. Outro exemplo é comprar um colar achando que era de ouro (eu achei) e era apenas dourado, eu comprei em erro – defeito do negócio jurídico, logo anulável, eu descubro que é não é, mesmo assim quero ficar com o colar, então eu confirmo o negócio juridico, afastando a invalidado. Pensando no assentimento posterior, onde o ato de sanação é feito por um terceiro, usando o mesmo exemplo do menor de 16 anos temos que o assistente vem e confirma o ato, afastando a invalidade. Sanação são os artigos 172, 173 e 174: Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA “Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.” “Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo.” “Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.” A convalidação não extingue a invalidade, pois a causa de invalidação permanece. Convalidou o ato inválido, é quando passa o prazo do sujeito reclamar a cláusula de anulação., normalmente só é ato anulável, pois o nulo pode alegar a qualquer tempo. Esses prazos decadenciais que fazem o sujeito perder o direito de anular, no Código temos os artigos 178 e 179, que regulamentam os casos gerais, mas muitas vezes nas partes especificas do código, quando ele fala “isso é anulável”, já temos no próprio artigo qual prazo e a partir de quando conta. O Art. 178 se aplica para todas situações: “Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.” Por exemplo, quem tem um prazo maior, um menor com 16 anos que realiza um negócio juridico ou um menor com 17 anos? O prazo é o mesmo, pois cessa com 18 anos. Outro exemplo é essa pessoa fez negócio hoje com 16 e com um mês ela é emancipada, começa dali, pois ele passou a ser capaz. Já o inciso II, regulamenta os prazos nos defeitos dos negócios jurídicos, a diferença é que nos outros começa a conta no dia que celebrou o negócio, já a coação ela começa a conta em um momento diferente, pois pode ser que a coação não cesse com o negócio, digamos que estou vendendo um piloto por 500 reais e se o aluno não comprar perde na matéria, só que o risco de o professor abusar do poder e reprovar ele, acaba só no final do semestre, pois se a coação serve para anular um negócio juridico, seria irrazoável começar a conta de agora. “Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.” Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA Traz uma regra supletiva, algumas vezes encontra-se artigos que diz” tal ato é anulável”, sem dizer qual prazo e nem a partir de quando conta, quando isso acontece é porque na verdade, o prazo é de dois anos, a contar do momento em que o ato foi celebrado. Se pegarmos o Artigo 496 temos: “Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.” Logo usamos o Artigo 179 para resolver. o Legitimação para alegar a invalidade: Aqui a questão da legitimação é tratada de modo muito diferente do ato nulo e anulável, e tem razão para tal, pois quando o ordenamento determina que alo é nulo, é que ele está expressando um repúdio aquilo, normalmente quando é nulo temos relação maior com ordem pública, não quer proteger o sujeito e sim que não aconteça. Já quando falamos de anulabilidade, o raciocínio é quando aquilo é anulável, é para proteger algum sujeito em específico, tanto ele não se importa que não aconteça que o anulável produz efeitos, ele é anulável simplesmente porque se a pessoa está protegida tiver interesse de usar, ela vai pedir para anular. O rol dos sujeitos legitimados para alegar a invalidade no caso do nulo, é muito maior que no anulável. Analisa-se o artigo 168: “Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir. Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.” O interessado é o sujeito que pode acontecer alguma consequência do negócio. É uma alegação mais ampla, e mais do que isso, mesmo que ninguém alegue a nulidade e o juiz verificando encontrar uma situação de nulidade, ele tem que decretar a nulidade, mesmo que as partes sejam contrários. Já no caso da anulabilidade a lógica é muito diferente, veja no artigo 177: “Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.” A ideia da anulabilidade aqui, existe para proteger um sujeito, onde o juiz não pode reconhecer de oficio, se o menor 17 fez o negócio quando tinha 16, o juiz ao identificar Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA esse contrato, não pode fazer nada em termo de invalidade,pois só quem poderia alegar seria o próprio menor. Podemos também analisar Art. 496: “Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.” São os únicos que podem alegar. Outro exemplo é de doação, no Artigo 550: “Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.” Observe que o artigo só dar os casos e quem pode alegar. Essa contagem do prazo se dá dessa forma, justamente porquê se a pessoa é casada e o conjunge faz doação antes, é para proteger a sociedade conjugal. O sentindo de 168 e 177 são completamente diferentes, no anulável é muito restrito, é aquele que o código autoriza expressamente, e só aquela pessoa que vai pode reclamar. o Desconstituição do negócio inválido: A desconstituição em regra é necessária e é feita cia ação judicial, então se eu comprei algo porque fui coagido, não basta só afirmar e automaticamente ser anulado, tenho eu entrar com ação judicial de anulação do contrato por força da coação, e o juiz da sentença anulando. Há algumas situações de negócio jurídico nulo em que a desconstituição é muito importante, como o casamento putativo (se opera em “ex nunc” – não retroage), mas existem outras que você precisa desconstituir também por conta de efeitos práticos terem se realizado, como um sujeito absolutamente incapaz que realiza uma compra e venda, que é nula, mas passa a posse. Mas existem situações de negócio nulo que não há necessidade prática para essa desconstrução. Já anulável é óbvio que precisa ser desconstituído pois ele produz efeitos, isso porque apesar de ser inválido a pessoa pode permanecer com negócio invalido produzindo seus efeitos regularmente, por isso precisamos desconstruir. Novamente analisando o artigo 177 temos: “Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.” Além da desconstituição só acontecer após a sentença, nota-se que a invalidade vai afetar somente aquilo que for necessário. Exemplo: se o menor fez o contrato de compra e venda, o acordo foi feito, o contrato existe, é ulo, mas nem o menor pagou preço e nem foi entregue a coisa, logo ingressar com a ação para desconstituir é perda de tempo. Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA Então se houver solidariedade, é exceção, se o sujeito pode alegar ele alega numa obrigação em que está constituído a solidariedade, afeta tudo. Aqui é “ex tunc”, retroage. o Conversão: É algo que se aplica especificamente ao ato nulo. O ato nulo não tem como aproveitar ele, não se pode deixar ele válido. Está prevista no Art. 170: “Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.” A conversão não está resolvendo a nulidade desse ato, pois o ato continua sendo nulo, mas acontece que o quadro da conversão normalmente envolve nulidade por requisito da forma, temos que se apresenta quando temos um certo habito que tem requisitos de forma e temos também a previsão legal que tem uma finalidade semelhante, mas que tem menos requisitos formais, o que acontece é que a pessoa queria fazer o primeiro ato e na realização desse ela não atende aos requisitos de forma que foram exigidos, e se você não cumpre a forma ato será nulo, só que tem um outro ato que alcança um objetivo parecido com o que elas queriam e o modo com que elas redigiram o ato, embora gere a nulidade do ato um, atende a exigência de forma do ato dois, então ao invés de anular, transforma- se o ato um em ato dois, converte-se. Por exemplo, a nota promissória, que tem uma séria de requisitos – bem detalhado no que toca a forma, se você está emitindo essa nota e esquecer algum requisito legal, ela é nula, mas temos um outro negócio jurídico, a confissão de dívida, que serve para uma pessoa assumir que ela deve algo para outra, que vejam, tem uma finalidade parecida com a nota promissória, mas tem menos requisitos formais do que a nota promissória. ➢ Trabalho: Será uma pesquisa jurisprudencial. Exemplo: eu vendi para duas pessoas 100 sacas de feião, uma delas é relativamente incapaz e a outra é capaz, e temos a presunção de divisão de partes iguais, nessa situação se o sujeito relativamente incapaz pede para ser anulado (que somente ele pode pedir) e quando e se ele relativamente pede a anulação da sentença que anula vai anular somente a parte dele, então nesse contrato das 100 sacas, a anulação afeta somente as 50 sacas de feijão que é a parte do contrato que se aplica somente ao sujeito relativamente incapaz, e com o sujeito capaz se mantém, a não ser que seja indivisibilidade, mudando o exemplo acima, se não fossem 100 sacas de feijão e sim um notbook, que não vai ser quebrado para dividir, do mesmo modo que se tiver solidariedade, a ideia de solidariedade é que quando você tem dois sujeitos em algum polo, o normal é que cada um responda ou tenha direito só a sua parte, se eu tenho duas pessoas que me devem 100 reais, só posso cobrar 50 para uma e 50 para outra, mas por conta de algumas circunstâncias podem ser que esses sujeitos sejam solidários, e isso significa que em relação ao outro polo vai ser como se (no caso do devedor) cada devedor fosse do topo, e no caso do credor, seria do todo, nesses casos pode-se cobrar os 100 reais de um deles. Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA 5 minutos para cada decisão. Até 40 minutos a apresentação. Explicar a decisão e relaciona a decisão com a aula e o código civil, tipo “nesse caso aqui vimos isso e isso e isso, que vimos na aula, e usaremos tal artigo” Deve-se também trazer todas decisões impressas na íntegra – capa e encadernado, bem bonito, e na ordem que forem se apresentadas. Assuntos: fraude Data: 09/05 Nota em grupo. Tribunais TJ da região Sul e centro-oeste, TJ-DF, mas nada de stj ou stf Grupo: Bianca; Ludimila; Larissa; Julia; Nathalia; Daniele; Paula. Causas de anulabilidade: • Falta de assentimento: Um relativamente capaz realiza um negócio jurídico ele precisa de um assentimento do assistente (assentimento assistencial), exigido pensando em proteger o sujeito que está fazendo o negócio, porém também há o assentimento resguardativo que é exigido não para proteger o sujeito que está praticando o negócio jurídico e sim de quem dá o assentimento (pessoa de quem se exige o assentimento). • Por imposição legal: Não há uma sistemática, acontece por que por vezes o ordenamento jurídico entende que algo é anulável por ter um certo grau de ilicitude, mais pela visão do ofendido Defeitos do negócio jurídico (art.138, erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão, fraude contra credores): Os 5 primeiros são chamados de “vícios da vontade” se a vontade não tivesse “viciada” não seria manifestada dessa forma. A fraude contra credores é vista como um “vicio social”, então é anulável porque o negócio traz prejuízo ao terceiro. Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA • Erro (ou ignorância): Há um falso entendimento da realidade, assim como no dolo, a diferença é que no erro a representação equivocada (a manifestação) surge do próprio sujeito que erra, não há participação (nem ação e nem omissão) de umaterceira pessoa. Só é anulável quanto a diligência da pessoa é normal caso contrário não se pode anular. O erro que anula é o substancial. Erro in negócio: o sujeito faz um negócio, achando que está fazendo outro. Erro in corpore (quanto ao objeto): pensa que está fazendo negócio com um objeto, mas é com outro; ou erra quanto a qualidade do objeto (pensa que é de ouro, mas é apenas dourado.). Erro in persona: normalmente, quando há homônimos (pessoas com o mesmo nome); quer contratar uma pessoa, mas acaba contratando outra (contrata achando que é carpinteiro, mas é marceneiro). Erro iures (de direito): Quase não se aplica na prática, pois não se pode alegar desconhecimento da lei. • Dolo (invalidante): Aqui o erro ocorre porque alguém induz a pessoa a cometer o erro, ou mantem a pessoa no erro mesmo sabendo sobre isso. Dolo causal: Quando o dolo for a causa do negócio, se não fosse o dolo o negócio não teria sido feito, e a consequência é que esse negócio jurídico é anulável. Dolo acidental: Só obriga a satisfação das perdas e danos, aqui o negócio não é anulável é mantido, mas pode ser pedido indenização por perdas e danos, já que o negócio seria feito de qualquer forma. O código também trata da situação do dolo feito por um terceiro, assim como pelo representante. Aqui a consequência vai ser diferente a depender se ela sabia ou devia saber (no caso de ser um funcionário por exemplo, o negócio seria anulável) ou se ela não sabia e não deveria saber (nesse caso ela também estava de boa fé e o negócio jurídico é valido e não anulável, mas pode pedir ao terceiro uma indenização por perdas e danos. Obs: O representante pode ser legal (incapaz) ou convencional, por isso quando é legal o sujeito só responde pelo que ganhou e o representante pelas perdas e danos, porém, quando é convencional a pessoa responde solidariamente com o representante (pode-se cobrar tudo de qualquer uma). Ainda há uma situação que se ambas as partes procederem com o dolo, não se pode alegar o dolo para anular o negócio (ideia do tu quoque). • Coação: Alguém faz uma ameaça ao outro e por conta dessa ameaça a pessoa faz o negócio jurídico ou o realiza naqueles termos. Pode ser dirigida a própria pessoa, aos bens ou familiares e o juiz analisando a situação pode entender se houve ou não coação. Deve haver um fundado temor, uma razão ainda que “errada” de dano Exemplo: achar que pode construir um prédio em área proibida. Pode anular por motivo declarado se o negócio for expresso e tiver erro, se ele for declarado a razão determinante da anulação. Exemplo: Você comprar um cavalo para reprodução e ele for estéril. Art.142, não anulará se for possível identificar qual o problema e conseguir resolve-lo (saber quem é a pessoa ou o objeto, ou tratar-se de um erro de cálculo (erra um 0 no contrato, retifica). v Exemplo: Um testamento deixando herança para o filho único, o nome foi escrito errado, mas é possível identificar a quem se refere. Em situações que se poderia anular por haver erro substancial o código traz possibilidade da outra parte envolvida no negócio impedir a anulação, se ele aceitar realizar o negócio nos moldes inicialmente pensados. Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA iminente e considerável. O código traz duas situações que não se considera coação: ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial (um respeito que você tem por alguém pela posição que ela ocupa) (art153). Também há o regramento de coação pelo representante ou por terceiro, seguindo a mesma lógica do dolo (arts.154 e 155). • Estado de perigo: não confundir com estado de necessidade que é uma excludente. Nele acontece é que a pessoa quando está premida da necessidade de salvar-se, nota-se que o risco que existe é um dano que a doutrina costuma indicar ou a vida da pessoa, ou a saúde ou a integridade física. A necessidade de se salvar a priori é a si próprio ou alguém da família, mas o código estabelece que também pode caracterizar se for outra pessoa. Art. 156 • Lesão: art. 157 - quando falamos pode se dar por dois caminhos ou premente necessidade (que não se enquadre em estado de perigo), ou inexperiência, que é algo que é analisado dentro do contexto de cada sujeito, por exemplo, posso ser experiente para várias coisas, mas não era para cabeça de gado, e nesse me vendem altíssimo valor. Ao contrário do estado de perigo, não é requisito o dolo de aproveitamento, não preciso provar que a outra pessoa fez aquilo porque sabia a condição eu estava. • Credores: Questão sobre defeito: Requião comprou uma CBr300 que, segundo Carlos (vendedor), a fim de induzir o Requião ao erro, seria do tipo “flex”, logo poderia ser abastecida tanto com gasolina quanto com álcool. Requião deixou claro que não fazia a mínima questão de ter essa qualidade em sua moto, e teria realizado o negocio juridico ainda que a moto não fosse “flex”. No entanto, em razão do que o vendedor afirmou, Requião abasteceu com combustível inapropriado, danificando o motor. Tal negócio é passível de anulação, visto que Carlos fez a afirmação a fim e induzir a compra? Fundamente, apontando qual defeito de negocio se aplica no caso exposto. Barema: A situação descrita se encaixa em dolo acidental, e não é passível de anulação, visto que o dolo acidental só obriga perdas e danos, mas não é anulável. É importante dizer que pode ser pedido indenização por perdas e danos, já que o negócio seria feito de qualquer forma. Causas de nulidade: “Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; Larissa de Jesus Miranda FBDG T3AA IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.” Para ter uma causa de nulidade com base no inciso III, a questão probatória é muito difícil, pois em regra o que importa para o negocio juridico é a causa. Se um individuo faz um contrato e a lei exige que seja de determinada forma e ela não seja observada a consequência é que o negócio vai ser nulo, mas a nulidade só é quando a norma seja exigida (analise do inciso IV). No inciso IV, a ideia é que não confunda com fraude contra pratica um ato que pode ser prejudicial aos credores. Neste caso, é uma lei cogente, imperativa, as pessoas para tentar burlas essa norma realiza mais de um negócio juridico para afastar a proibição que essa lei traz, observe no art. 497: “Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública: I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;” No inciso VII, temos quando a lei taxativamente dizer que é nulo, então assim como temos as situações de anulabilidade por legislação expressa temos a de nulidade também. Quando a lei proíbe alguma coisa e não diz qual sanção, implicitamente será a nulidade. Além dessas situações temos ainda o caso da simulação, Art 167: “Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II - contiverem declaração, confissão,
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