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SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO 1 INTRODUÇÃO E DEFINIÇÃO – Regulado pelo art. 28, Lei 8.213/91 – Utilizado para o cálculo do salário benefício e, por sua vez, para o cálculo de todos os benefícios do RGPS • Exceto o salário família e o salário maternidade – Importante para o Plano de Custeio e o Plano de Benefícios do RGPS – Todos os segurados, salvo o segurado especial, contribuem com fundamento no salário contribuição FAGNER Destacar FAGNER Destacar SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO CONCEITO: – Base de cálculo sobre a qual incidirá a contribuição previdenciária do segurado empregado, doméstico, avulso, contribuinte individual e facultativo, assim como da cota patronal do empregador doméstico e do microempreendedor individual, normalmente formado por parcelas remuneratórias do labor, ou, no caso do segurado facultativo, o valor por ele declarado, observados os limites mínimos e máximos legais » Pode, excepcionalmente, ser formado por verbas teoricamente indenizatórias, nos casos expressos previstos pela norma previdenciária, em que o legislador entendeu se tratar de remuneração disfarçada FAGNER Destacar SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO 2 LIMITES – Limite mínimo = piso salarial, legal ou normativo da categoria, inexistindo, o salário mínimo • Considera o valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês – Quando a admissão, a dispensa e o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no curso do mês, o salário contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho efetivo, pois proporcionalmente alcançará a um salário mínimo considerando a jornada integral no mês – Salário mínimo se refere à jornada integral, podendo a remuneração ser inferior a um salário mínimo para o segurado empregado e o avulso – Segurado contribuinte individual e facultativo terá o piso equivalente ao salário mínimo • Quando as remunerações do contribuinte individual que preste serviços a pessoas jurídicas forem menores ao salário mínimo, este deverá efetuar o complemento (art. 5º, Lei 10.666/03) • Já aquele que trabalha por conta própria, o art. 28 da Lei 8.212/91 é omisso – Limite máximo = R$ 5.645,80 (MTPS/MF 1/2018) SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO 3 DELIMITAÇÃO – Segurado empregado e trabalhador avulso • Remuneração auferida em uma ou mais empresas • Totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive gorjetas (art. 457, CLT), os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes do reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de CCT ou ACT ou sentença normativa • Compreende-se no salário, além do pagamento em dinheiro, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força de contrato ou costume, fornece habitualmente ao empregado (art. 458, CLT) » Há vedação para pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas FAGNER Destacar SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO • Ainda que a pessoa jurídica não pague a remuneração no mês, a quantia devida será considerada como salário contribuição e deverá ser paga a respectiva contribuição previdenciária • Adiantamento de remuneração (“vale”), referente aos meses subsequentes, também integra o salário contribuição • Também incide contribuição previdenciária sobre o valor da compensação pecuniária a ser paga no âmbito do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), integrando o salário contribuição (Lei nº 13.189/20015) • Adicional noturno, adicional de insalubridade e periculosidade possuem natureza remuneratória e, por isso, integram o salário contribuição, devendo incidir contribuição previdenciária (STJ, AgRg no AREsp 69958 de 12/06/2012) SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO • Hora Repouso Alimentação (HRA), prevista no art. 2º, §2º, Lei 5.811/72, configura retribuição pelo trabalho ou o tempo à disposição da empresa e se submete à contribuição previdenciária, integrando o salário contribuição » Verba paga aos empregados que prestam serviços em atividades de exploração, perfuração, produção e refinação de petróleo, industrialização do xisto, indústria petroquímica e transporte de petróleo e derivados • A verba chamada “quebra de caixa” também possui natureza remuneratória e compõe o salário de contribuição (art. 462, §1º, CLT) • Salário paternidade, que não possui natureza jurídica de benefício previdenciário, sendo salário pago pelo empregador durante cinco dias após o nascimento do filho do empregado (art. 10, §1º, ADCT), integra o salário contribuição e deve incidir contribuição previdenciária (STJ, REsp 1.230.957, 26/02/2014) FAGNER Destacar SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO • Parcela recebida a título de férias gozadas também integra o salário contribuição, vez que possui natureza remuneratória e salarial (art. 148, CLT) • Licença casamento e licença para prestação de serviços eleitorais, independentemente do afastamento, possuem natureza remuneratória e integram o salário contribuição (Informativo 548, STJ) • Segurado empregado e avulso, quando no mandato de dirigente sindical, seu salário contribuição será a remuneração paga pela entidade sindical ou empresa de origem SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO – Segurado empregado doméstico • Remuneração registrada na CTPS • No caso da anotação feita constar valor inferior ao realmente pago, deverá prevalecer a importância real – Segurado contribuinte individual • Remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês • Contribuição será recolhida sobre a remuneração real, sem a ficção de salário base (Lei 10.6666/2003) – Segurado Facultativo • Valor declarado (não é mais adotada, também, a ficção do salário base) FAGNER Destacar SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO 4 COMPOSIÇÃO – Em regra, o salário contribuição será composto pelas parcelas remuneratórias decorrentes do labor, nos termos da CLT, a remuneração é: Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. §1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) §2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio- alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) §3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados. (Redação dada pela Lei nº 13.419, de 2017) §4º Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. §1º Os valores atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e razoáveis, não podendo exceder,em cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário-mínimo (arts. 81 e 82). §2º Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde; V – seguros de vida e de acidentes pessoais; VI – previdência privada; VII – (VETADO) VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. §3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário-contratual. §4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo número de co-habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por mais de uma família. §5º O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico- hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9o do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017). SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO 4 COMPOSIÇÃO – Em regra, o salário contribuição será composto pelas parcelas remuneratórias decorrentes do labor, inclusive a gratificação natalina (13º salário) Súmula 688, STF. É legitima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário. – Salário maternidade • Também é salário contribuição, conquanto se trate de benefício previdenciário – Comissões pagas ao corretor de seguros Súmula 458, STJ. A contribuição previdenciária incide sobre a comissão paga ao corretor de seguros. FAGNER Destacar FAGNER Destacar SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO – Terço de férias • Havia controvérsia jurisprudencial sobre a legalidade ou não de incidência da contribuição previdenciária sobre a quantia paga a título de terço de férias gozadas • Não compõe o salário contribuição (STF e STJ) – Horas extras pagas aos segurados empregados e domésticos • Natureza remuneratória (Informativo 514, STJ) – Abono incorporado ao salário • Parcela remuneratória (Súmula 241, STF) Súmula 241, STF. A contribuição previdenciária incide sobre o abono incorporado ao salário. FAGNER Destacar FAGNER Destacar SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO – Em síntese, parcelas incluídas na composição: • Parcelas remuneratórias • Salário maternidade • Férias gozadas • Salário paternidade • Horas extras • Adicional noturno • Adicional de periculosidade • Hora Repouso Alimentação – HRA • Aviso prévio gozado SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO Não integram o salário contribuição: – Benefícios da previdência social, exceto salário maternidade • Herança do período que a verba possuía natureza trabalhista • Apenas para efeito de cálculo da aposentadoria é que o valor do auxílio acidente é considerado como salário de contribuição (art. 31, Lei 8.213/91) – Ajuda de custo e adicional mensal • Recebidos pelo aeronauta, nas hipóteses de transferência provisória ou permanente (Lei 5.929/73) FAGNER Destacar SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO – Parcela in natura recebida e, conformidade com os programas de alimentação aprovados pelo MTE (Lei 6.321/76) • Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) é aquele aprovado e gerido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, não integrando a remuneração • Caso o pagamento seja feito em dinheiro, integrará o salário contribuição (entendimento do STJ e da Receita Federal) • Para STJ, vale alimentação, em dinheiro, não integra o salário contribuição. Do mesmo modo, se for disponibilizada, em mesa, in natura, mesmo sem a inscrição no PAT Súmula 67, TNU. O auxílio alimentação recebido em pecúnia por segurado filiado ao RGPS integra o salário contribuição e sujeita-se à incidência de contribuição previdenciária • A CLT, pós Reforma Trabalhista, veda que a empresa pague a verba de alimentação em dinheiro (art. 457, §2º) • A “hora repouso alimentação”, segundo o STJ, também possui natureza remuneratória e compõe o salário contribuição FAGNER Destacar FAGNER Destacar FAGNER Destacar SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO – Verbas indenizatórias • Importâncias recebidas a título de aviso prévio indenizado (Instrução Normativa RFB 1.730/2017), férias e terço indenizados, licença prêmio indenizada, incentivo à demissão e multa de 40% do FGTS – Prêmios e gratificações • O Informativo 569, STJ já indicava a não incidência, quando de caráter eventual, e a Reforma Trabalhista, alterando a redação do art. 457, CLT passou a prever expressamente a não incidência de contribuição previdenciária sobre os prêmios, ainda que habituais – Parcela recebida a título de vale transporte, na forma da Lei 7.418/85 (Informativo 578, STJ) Súmula 60, AGU. Não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale transporte pago em pecúnia, considerando o caráter indenizatório da verba. – Ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência da mudança de local de trabalho do empregado Art. 470, CLT. As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador. FAGNER Destacar FAGNER Destacar SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO – Diárias para viagem no seu valor total (art. 457, §2º, CLT) • Até antes da reforma trabalhista, as diárias acima de 50% da remuneração mensal do empregado incidiam contribuição previdenciária – Importâncias recebidas a título de bolsa de complementação educacional de estagiário (Lei 11.788/2008) • Tanto o é que o estagiário não é segurado obrigatório do RGPS – Participação nos lucros e resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica – Abono do Programa de Integração Social – PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Público – PASEP – Valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo MTE SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO Não integrarão o salário contribuição, desde que extensíveis a todos os funcionários: – Importância paga ao empregado a título de complementação o valor do auxílio doença, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa – Parcelas destinadas à assistência do trabalhador da agroindústria canavieira, de que trata o art. 36 da Lei 4.870/65 – Valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de sus empregados e dirigentes – Valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico hospitalares e outros similares SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO –Valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aoempregado e utilizados no local de trabalho para prestação dos respectivos serviços –Ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas Súmula 310, STJ. O auxílio creche não integra o salário de contribuição. –Valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de empregados (Lei 9.394/96) FAGNER Destacar FAGNER Destacar SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO – Importância recebida a título de bolsa aprendizagem garantida ao adolescente até 14 anos de idade (art. 64, Lei 8.069/90) – Valores recebidos em decorrência de direitos autorais • Nem sobre a receita dos direitos autorais haverá incidência de contribuição previdenciária, pois sua natureza jurídica revela um direito real e da personalidade simultaneamente – Valor da multa prevista no art. 477, §8º, CLT • Inobservância do prazo legal para o pagamento das verbas rescisórias – Valor correspondente ao vale cultura • Previsto na Lei 12.761/2012, o vale cultura possui caráter pessoal e intransferível, válido em todo o território nacional, para acesso e fruição de produtos e serviços culturais, no âmbito do Programa de Cultura do Trabalhador, no valor mensal de R$ 50,00 – Prêmios e abonos – “Salário” pago pela empresa pelos primeiros 15 dias de afastamento do empregado incapaz para o trabalho (§3º, art. 60, Lei 8.213/91) • Entendimento do STJ FAGNER Destacar FAGNER Destacar FAGNER Destacar ACIDENTE DE TRABALHO 1 HISTÓRICO DA PROTEÇÃO – No mundo: 1º Alemanha, Bismark, 06.07.1884 • Definição ampla • Assistência médica e farmacêutica • Pagamento para compensar a ausência de salário – No Brasil: em 1919, aprovada a Lei 3.724, 1ª norma geral sobre acidente de trabalho • Enquadramento restrito, com pagamento de indenização tarifada ao trabalhador ou família – Proteção acidentária saiu da esfera trabalhista para a previdenciária (Lei 5.316/67) • Estatização do seguro de acidente de trabalho • Art. 201, I, CF – Direito social do trabalhador • Adoção de medidas de redução dos riscos inerentes ao trabalho (art. 7º, XXII, CF) • Empregador obrigado a fornecer EPI e instruir empregados (art. 157, CLT) • Proteção extensiva aos domésticos (Lei Complementar 150/2015) 2 DEFINIÇÃO, REGULAÇÃO E ELEMENTOS CARACTERIZADORES – Previsão nos arts. 19 a 23 da Lei 8.213/91, reformada pela Lei Complementar 150/2015 Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. § 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador. § 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. § 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular. § 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento. – Caracterização depende do nexo entre o exercício do trabalho e o evento que cause lesão física ou psicológica ao trabalhador – Elementos típicos • Evento decorrente de trabalho a serviço da empresa ou do empregador doméstico, de atividade campesina ou pesqueira artesanal individualmente ou em regime de economia familiar para subsistência, desenvolvida pelo segurado especial • Causação de lesão corporal ou funcional (psíquica) • Ocorrência de morte do segurado, redução ou perda temporária ou definitiva da capacidade laboral – Prevenção é dever legal das empresas • Responsáveis pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador • Obrigatória a constituição de CIPA, conforme instrução expedidas pelo MTE (art. 163, CLT) 3 DOENÇAS EQUIPARADAS (OCUPACIONAIS) – Também consideradas pela legislação como acidente de trabalho • Guardam nexo com o exercício da atividade laborativa – Podem ser doença profissional (tecnopatia ou ergopatia) ou doença do trabalho (mesopatia) • DOENÇA PROFISSIONAL – produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade, constante na relação do MTE (art. 20, I, Lei 8.213/91) – Doenças ocupacionais típicas – Aquelas típicas do exercício de determinadas atividades laborativas (profissões) – Exemplo: silicose que normalmente assola mineiros • DOENÇA DO TRBALHO – adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante na relação do MTE (art. 20, II, Lei 8.213/91) – Doenças ocupacionais atípicas – Compostas por enfermidades que se fazem presentes em atividades que não guardam nexo com o trabalho, podendo decorrer ou não do exercício do trabalho – Exemplo: disacusia (surdez) – Rol exemplificativo no RPS • Agentes ou fatores de risco • Doenças • Nexo técnico epidemiológico CID-10 (art. 337, RPS) – Dia do acidente (doença profissional ou do trabalho) • Data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico • Vale o que ocorrer primeiro Atenção: Doenças progressivas – Não são consideradas doença do trabalho (art. 20, §1º, Lei 8.213/91) • Doença degenerativa; – Salvo quando perícia do INSS constata que tem nexo com o trabalho • Inerente a grupo etário; • A que não produza incapacidade laborativa; • A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. 4 ACIDENTE DE TRABALHO POR EQUIPARAÇÃO – Determinados eventos são equiparados, pois o exercício da atividade laboral é considerado uma concausa para sua ocorrência (causalidade indireta), concorrendo com outras alheias ao trabalho Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentementedo meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. § 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior. – Inciso I: hipótese aberta, rol exemplificativo, os demais são suas concretizações 5 RECONHECIMENTO • Expedição da CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho • Segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso: – Cabe à empresa ou empregador expedir CAT ao INSS, até primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, sob pena de multa administrativa • Multa no valor entre o limite mínimo e máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências • Competência da Receita Federal 5 RECONHECIMENTO • Omissão – Poderão promover a comunicação o acidentado, seus dependentes, a entidade sindical, o médico que o assistiu ou qualquer outra autoridade pública – Não exime à empresa ou o empregador negligente de multa • Segurado especial – Cabe ao próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical, o médico que o assistiu ou qualquer outra autoridade pública 5 RECONHECIMENTO • CAT deverá se referir às seguintes ocorrências (art. 327, IN INSS 77/2015) – I – CAT inicial: acidente de trabalho típico, trajeto, doença profissional, do trabalho ou óbito imediato – II – CAT de reabertura: afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou de doença profissional ou do trabalho – III – CAT de comunicação de óbito: falecimento decorrente de acidente ou doença profissional ou do trabalho, após o registro da CAT inicial – CAT deve ser preenchida em 4 vias • INSS, segurado ou dependente, sindicato e empresa – Acidente de trabalhador aposentado que permaneceu na atividade • Registrada e encerrada • Direito à reabilitação profissional, se preenchidos os requisitos (art. 18, §2º Lei 8.213/91) – Acidente que resulte a morte imediata do segurado, exige-se: • Boletim de registo policial da ocorrência ou, se necessário, cópia do inquérito policial • Laudo de exame cadavérico ou documento equivalente, se houver; • Certidão de óbito • Nexo Técnico Epidemiológico – É comum que empresas não expeçam a CAT visando encobrir a ocorrência do acidente de trabalho – Por essa razão foi criado o Nexo Técnico Epidemiológico – Previsto no art. 21-A, Lei 8.213/91, disciplinado na IN INSS 31/2008 – O NTEP, a partir do cruzamento das informações de código da Classificação Internacional de Doenças – CID-10 e do código da Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE aponta a existência de uma relação entre a lesão ou agravo e a atividade desenvolvida pelo trabalhador • Nexo Técnico Epidemiológico – Indicação embasada em estudos científicos alinhados com os fundamentos da estatística e epidemiologia. – A partir dessa referência, a medicina pericial do INSS ganha mais uma importante ferramenta-auxiliar em suas análises para conclusão sobre a natureza da incapacidade ao trabalho apresentada, se de natureza previdenciária ou acidentária. – Implementado nos sistemas informatizados do INSS, para concessão de benefícios, em abril de 2007 e de imediato provocou uma mudança radical no perfil da concessão de auxílios-doença de natureza acidentária • Nexo Técnico Epidemiológico – Houve um incremento da ordem de 148% – Este valor permite considerar a hipótese que havia um mascaramento na notificação de acidentes e doenças do trabalho – A empresa ou o segurado poderão requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo ao Conselho de Recursos do Seguro Social – Aplicação ao empregador doméstico, após a LC 150/2015 • Procedimento do Nexo Técnico Epidemiológico – Para a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo, que caracteriza o acidente do trabalho, a perícia médica do INSS poderá ouvir testemunhas, efetuar pesquisa ou realizar vistoria no local de trabalho ou solicitar o perfil profissiográfico previdenciário diretamente ao empregador para esclarecer os fatos – Conceito de agravo • Lesão, doença, transtorno de saúde, distúrbio, disfunção ou síndrome de evolução aguda, subaguda ou crônica, de natureza clínica ou subclínica, inclusive morte, independentemente do tempo de latência • Procedimento do Nexo Técnico Epidemiológico – Caso não concorde com o NTEP, a empresa poderá ofertar requerimento administrativo, no prazo de 15 dias, da data da entrega da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP que registre a movimentação do trabalhador, sob pena de não conhecimento da alegação na via administrativa – A empresa deve formular as alegações necessárias e apresentar as provas que possui demonstrando a inexistência de nexo entre o trabalho e o agravo, podendo a documentação probatória trazer entre outros meios de prova, evidências técnicas circunstanciadas e tempestivas à exposição do segurado, podendo ser produzidas no âmbito de programas de gestão de risco, a cargo da empresa, que possuam responsável técnico legalmente habilitado • Procedimento do Nexo Técnico Epidemiológico – O INSS informará ao segurado sobre a contestação da empresa para que este, querendo, possa impugná-la – Da decisão do requerimento cabe recurso, com efeito suspensivo, por parte da suspensivo, por parte do segurado ou da empresa, ao Conselho de Recursos do Seguro Social, no prazo de 30 dias • Natureza do Nexo Técnico Previdenciário • Poderá ser de natureza causal ou não, havendo três espécies: – Nexo técnico profissional ou do trabalho • Fundamentado nas associações entre patologias e exposições constantes das listas A e B do anexo II do Decreto 3.048/99 – Nexo técnico por doença equiparada a acidente de trabalho ou nexo técnico individual • Decorrente de acidente de trabalho típicos ou de trajeto, bem como de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele relacionado diretamente, nos termos do art. 2º do art. 20, Lei 8.213/91 – Nexo técnico epidemiológico previdenciário • Aplicável quando houver significativas estatística da associação entre o código de Classificação Internacional de Doenças-CID, e da Classificação Nacional de Atividades Econômicas-CNAE • Procedimentos a serem adotados pela perícia médica na inspeção no ambiente de trabalho (Resolução INSS 485/2015) – Observação de elementos inerentes à história clínica e ocupacional, descritos nos documentos: – Prontuário médico – PPP e demais dados da análise da função – Laudo técnico das condições de ambiente de trabalho – LTCAT – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA – Programa e Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO – Carteira de trabalho, para análise dos vínculos empregatícios anteriores; e – Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT, se houver • Inspeção no ambiente de trabalho – Precedida de envio de Carta de Comunicação de Inspeção à empresa – Finalidades: • Reconhecer tecnicamente o nexo entre o trabalho e o agravo • Verificar se existe, por parte da empresa, cumprimento quanto às normas de segurança e higiene do trabalho • Verificar a adoção e o uso de medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador • Constatar se a doença ou lesão invocada como causa do benefício junto ao INSS é pré existente ou não ao ingresso no RGPS, excetuando-se os casos de progressão e agravamento• Verificar se as informações do PPP estão em concordância com o LTCAT utilizado como base para sua fundamentação, com fins à aposentadoria especial • Confirmar se as informações contidas no LTCAT estão em concordância com o ambiente de trabalho inspecionado, com fins à aposentadoria especial • Avaliar a compatibilidade da capacidade laborativa do reabilitando frente ao posto de trabalho de origem e frente ao posto de trabalho proposto pelo empregador • Inspeção no ambiente de trabalho – Após realização da inspeção, a perícia médica do INSS reconhecerá ou não o nexo entre o trabalho e o agravo, devendo a APS mantenedora do benefício, em ambos os casos, emitir junto à perícia uma Carta de Notificação, em três vias, sendo uma para ser juntada ao processo concessório e as outras duas para serem enviadas à empresa e ao segurado – Quando na realização da inspeção, forem constatadas irregularidades nas normativas previdenciárias, o executor da inspeção deverá emitir Representação Administrativa e encaminhar suas respectivas cópias aos órgãos competentes 6 SEGURADOS COBERTOS – Segurado empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso e segurado especial • Empresa paga contribuição SAT de 1, 2 ou 3% - Segurado empregado e trabalhador avulso • Empregador doméstico paga contribuição SAT de 0,8% • Segurado especial é contribuinte de 0,1 sobre a receita decorrente da comercialização de sua produção 7 BENEFÍCIOS PAGOS AOS SEGURADOS E DEPENDENTES – Segurado empregado, trabalhador avulso e segurado especial • Pensão por morte de acidente de trabalho, auxílio acidente por acidente de trabalho, auxílio doença por acidente de trabalho e aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho – Segurado empregado doméstico • Auxílio doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e auxílio acidente, desde que o acidente tenha ocorrido a partir de 02.06.2015, data da publicação da Lei Complementar 150/2015 ATENÇÃO – Pagamento apenas aqueles segurados que tem, em seu favor, recolhimento de contribuição SAT – O contribuinte individual (autônomo ou não) não terá deferido pelo INSS benefício por acidente de trabalho e sim benefício comum • STJ vem pronunciando o direito do contribuinte individual autônomo em perceber benefício acidentário, fixando a competência da Justiça Estadual para processar as demandas previdenciárias – Segurado facultativo também não o terá, já que não trabalha 8 PRESCRIÇÃO DOS BENEFÍCIOS ACIDENTÁRIOS – Cinco anos: Art. 104. As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, observado o disposto no art. 103 desta Lei, contados da data: I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdência Social; ou II - em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o agravamento das seqüelas do acidente. – Prescrição progressiva Súmula 85, STJ. Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da ação. 9 PRINCIPAIS CONSEQUENCIAS JURÍDICAS DO RECONHECIMENTO DO ACIDENTE DE TRABALHO OU EQUIPARADO – Evento entrará na estatística da empresa para majoração até 100% da contribuição de 1, 2, 3% sobre a remuneração dos segurados empregados e avulsos (art. 10, Lei 10.666/2003) – O empregado (inclusive doméstico), após a cessação do auxílio doença acidentário, tem garantia de estabilidade provisória no emprego por ao menos doze meses (art. 118, Lei 8.213/91) – O empregador obriga-se a depositar a importância a título de FGTS (art. 15, §5º, Lei 8.036/90) – Dispensa-se a carência para concessão de aposentadoria por invalidez e do auxílio doença – Ação judicial eventualmente proposta contra o INSS será de competência originária da Justiça Estadual (art. 109, CF), bem como as respectivas revisionais 10 CÁLCULOS DOS BENEFÍCIOS – O cálculo dos benefícios acidentários passou a ser o mesmo dos benefícios previdenciários comuns, inexistindo diferenciação para a definição de sua renda mensal inicial 11 RESPONSABILIDADE CIVIL DA EMPRESA PERANTE A JUSTIÇA DO TRABALHO Súmula Vinculante 22, STF. A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04. – Responsabilidade civil objetiva ou subjetiva? 12 AÇÃO REGRESSICA PROPOSTA PELO INSS CONTRA A EMPRESA NEGLIGENTE – Art. 120, Lei 8.213/90 – O pagamento das prestações previdenciárias por acidente de trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem – É possível presumir relativamente à culpa da empresa – O pagamento de contribuição SAT não tem o condão de excluir a responsabilidade civil da empresa perante a previdência social – Competência da Justiça Federal (art. 109, I, CF) – É razoável reduzir em 50% o valor da indenização quando o trabalhador acidentado também incorreu em culpa concorrente com a empresa – Hipóteses de responsabilidade solidária: • Empresa empregadora e a tomadora de serviço pelo acidente de trabalho culposo na terceirização • Empresas consorciadas • Na hipótese de trabalhador avulso, entre o órgão gestor de mão de obra e o operador portuário • Empresa incorporadora e construtora – A pretensão de reparação de danos ao erário é imprescritível (art. 37, §5º, CF) • Não vem sido acolhida a imprescritibilidade pela jurisprudência • STJ adotou a tese da prescrição quinquenal e que trata-se de prescrição do fundo de direito e não prescrição de trato sucessivo – Em tese, existe a possibilidade da ação regressiva ser movida contra o empregador doméstico após o advento da LC 150/2015, acaso a Previdência Social demonstre a culpa do empregador REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 1 ESPÉCIES DE PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS – Abarcam benefícios e serviços devidos aos beneficiários do RGPS (segurados e dependentes), quando preenchidos os requisitos legais para sua concessão • BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS = Obrigações de pagar quantia certa • SERVIÇOS = Obrigações de fazer devidas pela Previdência Social0 – Plano de prestações (Lei 8.213/91) prevê dez benefícios, sendo oito em prol dos segurados e dois para os dependentes, além de dois serviços disponíveis para ambos: • Benefícios dos SEGURADOS = aposentadoria por invalidez, aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria especial, auxílio doença, salário família, salário maternidade e auxílio acidente • Benefícios dos DEPENDENTES = pensão por morte e auxílio reclusão • Serviços para SEGURADOS e DEPENDENTES = serviço social e reabilitação profissional REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 2 CLASSIFICAÇÃO DAS PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS (diversos critérios) – Natureza da utilidade • Benefícios (obrigações de pagar quantia certa) ou Serviços (obrigações de fazer devidas pela Previdência Social). – Beneficiários • Segurados, Dependentes e Mistas – Programação • Programáveis – quando são objeto de uma prévia programação previdenciária, pois o evento futuro é previsível. Ex.: aposentadoria por tempo de contribuição • Não programáveis – prestações devidas quando ocorre um infortúnio que enseja sua concessão que, apesar de possível, não integra uma programação específica do regime. Ex.: aposentadoria por invalidez REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 2 CLASSIFICAÇÃO DAS PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS (diversos critérios) – Temporariedade • Vitalícias – nãopossuem prazo ou limite máximo de tempo para a sua manutenção. Ex.: aposentadoria por idade • Temporárias – há prévia limitação de tempo pela legislação previdenciária. Ex.: Salário maternidade. – Exigência de carência (número mínimo de contribuições mensais) • Sem carência – auxílio acidente, salário família, pensão por morte, auxílio reclusão, serviço social e reabilitação profissional • Com carência – aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria especial • Mistas – poderão ou não ter carência, a depender dos eventos ensejadores ou do enquadramento dos beneficiários, como o salário maternidade, auxílio doença e aposentadoria por invalidez – Função substitutiva ou não da remuneração do segurado • Substitutivos da remuneração ou do salário contribuição – não podem ser inferior a um salário mínimo: aposentadorias, auxílio doença, salário maternidade, pensão por morte e auxílio reclusão • Não substitutivos – salário família e auxílio acidente, pois estes benefícios não irão substituir a renda do segurado, e sim agregar-se a ela REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 2 CLASSIFICAÇÃO DAS PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS (diversos critérios) – Submissão ao teto do RGPS • Limitados ao teto – regra geral. Não poderão ter renda mensal superior ao valor máximo do salário contribuição • Não limitados ao teto – Exceções. Pode ocorrer no salário maternidade de empregadas e trabalhadoras avulsas, bem como no acréscimo de 25% sobre a aposentadoria por invalidez se o segurado necessitar da assistência permanente de outra pessoa – Necessidade ou não do afastamento do trabalho para sua concessão • Permissivos do trabalho concomitante – podem ser acumulados com a remuneração do segurado, como aposentadoria por idade, por tempo de contribuição, auxílio acidente e salário família • Não permissivos do trabalho concomitante – é condição para manutenção do benefício o afastamento do trabalho, a exemplo da aposentadoria por invalidez e o salário maternidade – Possibilidade de reiteradas concessões ou de apenas uma única vez • Reeditáveis – podem ser concedidos várias vezes, desde que realizada sua hipótese de concessão: salário maternidade, auxílio reclusão e auxílio doença • Não reeditáveis – apenas concedidos uma vez, como auxílio acidente, aposentadoria por idade, especial e por tempo de contribuição REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 2 CLASSIFICAÇÃO DAS PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS (diversos critérios) – Periodicidade de pagamento • Prestação continuada – atuais benefícios previstos na Lei 8.213/91, cujo pagamento é continuado e mensal • Prestação instantânea – benefícios pagos em uma parcela, a exemplo do extinto pecúlio, previsto no art. 81, Lei 8.213/91 – Planos de benefícios previdenciários • Benefício definido – benefícios programados têm seu valor ou nível previamente estabelecidos, sendo o custeio determinado atuarialmente, de forma a assegurar sua concessão e manutenção • Contribuição definida – benefícios programados têm seu valor permanentemente ajustado ao saldo de conta mantido em favor do participante, inclusive na fase de percepção de benefícios, considerando o resultado líquido de sua aplicação, os valores aportados e os benefícios pagos • Contribuição variável – aquele cujos benefícios programados apresentem a conjugação das características das modalidades de contribuição definida e benefício definido REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 3 DEPENDENTES DOS SEGURADOS (art. 16, Lei 8.213/91) Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) II - os pais; III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) § 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes seguintes. § 2º .O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. § 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal. § 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada. – Pessoas físicas expressamente designadas pela legislação como beneficiários do RGPS, cuja proteção social decorre do seu vínculo jurídico e econômico com o segurado. • Vínculo jurídico – pressupõe laços de família ou relação de parentesco, ainda que por afinidade. • Vínculo econômico – é exigível que a pessoa eleita como dependente seja sustentada pelo segurado. REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 3 DEPENDENTES DOS SEGURADOS (art. 16, Lei 8.213/91) – A relação entre o dependente do segurado com a Previdência Social é derivada da relação jurídica entre o segurado e o RGPS – Farão jus a pensão por morte, auxílio reclusão, serviço social e reabilitação profissional – A inscrição se dá no momento do requerimento da prestação previdenciária, mediante apresentação dos documentos listados no art. 22, RPS – Ocorreram modificações progressivas com a Lei 13.135/2015: • Retirada a emancipação como causa de antecipação da maioridade previdenciária (vigência em 18.06.2015); • Retirada a exigência de incapacidade civil do irmão com deficiência mental ou intelectual, excluída a necessidade de interdição judicial (vigência em 18.06.2017) • Inserido como dependente o irmão com deficiência grave, nos termos do RPS (vigência em 180 dias, a contar de 18.06.2015) – Tais mudanças, somadas aquelas apresentadas pela Lei 13.146/2015, com vigência a partir de 03.01.2016, sem implicar a revogação retroativa da norma anterior acarretou em mudança de posicionamento administrativo da Previdência Social REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 3 DEPENDENTES DOS SEGURADOS (art. 16, Lei 8.213/91) – 1ª classe – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave • Gozam de presunção absoluta de dependência econômica. São os dependentes presumidos, necessitam apenas comprovar o elo parental com o segurado, com exceção do enteado e do menor tutelado – ATENÇÃO: A Corte Especial do STJ EXCLUIU O MENOR SOB GUARDA no rol de equiparados a filho no julgamento do AgRg na SLS 1988, de 4/3/2015: “II - Hipótese em que a decisão cujos efeitos foram aqui suspensos discrepa da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça “no sentido de ser indevida pensão por morte a menor sob guarda se o óbito do segurado tiver ocorrido sob a vigência da MP nº 1.523/96, posteriormente convertida na Lei nº 9.528/97” REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 3 DEPENDENTES DOS SEGURADOS (art. 16, Lei 8.213/91) – 1ª classe – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave • Além desses, o ex cônjuge e ex companheiro(a) também serão considerados como dependentes desde que haja a percepção de alimentos por ocasião da separação judicial • Interpretação conjugada da Súmula 336 do STJ e do art. 1.707, CC – direito à pensão por morte em decorrência do falecimento do respectivo segurado, desde que demonstradaa necessidade econômica superveniente, até a data do óbito, através da prestação de alimentos in natura ou de qualquer outro auxílio substancial que conduzisse à dependência econômica • União estável • Concubinato • Parceiro(a) homoafetivo • Separação de fato REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 3 DEPENDENTES DOS SEGURADOS (art. 16, Lei 8.213/91) – 1ª classe – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave • Súmula 37, TNU – Pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de idade, não se prorroga pela pendência do curso universitário • O exercício de labor remunerado pelo absolutamente ou relativamente incapaz com deficiência intelectual ou mental não fará cessar a sua condição de dependente (revogação do art. 77, §4º da Lei 8.213/91 pela Lei 13.135/2015) REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 3 DEPENDENTES DOS SEGURADOS (art. 16, Lei 8.213/91) – 2ª classe – os pais • Apenas farão jus aos benefícios previdenciários caso inexista algum dependente preferencial – Vale dizer que um benefício percebido por um dependente preferencial, uma vez cessado, não será transferido aos dependentes das classes inferiores (II e III) • É preciso que demonstrem que dependiam economicamente do filho falecido ou preso, sendo seu o ônus da prova – O auxílio deve ser substancial, permanente e necessário, cuja falta acarretaria desequilíbrio dos meios de subsistência do dependente (Enunciado 13 do Conselho de Recursos da Previdência Social) • A percepção pelos pais do segurado falecido de remuneração ou de benefícios previdenciário anterior já constituem indícios contrários à comprovação de dependência econômica, máxime quando os valores são superiores ao salário mínimo REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 3 DEPENDENTES DOS SEGURADOS (art. 16, Lei 8.213/91) 3ª classe – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; • Para percepção do benefício não podem existir dependentes nas classes superiores, bem como deve ser demonstrada a concreta dependência econômica • Este inciso III do artigo 16, da Lei 8.213/91, sofreu mais de uma modificação com o advento da Lei 13.135/2015, mas nem todas entraram em vigor no dia da sua publicação operada em 18/6/2015 (art. 6º, da Lei 13.135), que passou a ter a seguinte redação no futuro: “III - o irmão de qualquer condição menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento.” REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 3 DEPENDENTES DOS SEGURADOS (art. 16, Lei 8.213/91) 3ª classe – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; • Nota-se que foi retirada a emancipação como causa de antecipação da maioridade previdenciária (vigência em 18/6/2015); foi retirada a exigência de incapacidade civil do irmão com deficiência mensal ou intelectual, e excluída a necessidade de interdição judicial (vigência em 18/6/2017); foi inserido como dependente o irmão com deficiência grave, nos termos do regulamento (vigência em 180 dias, a contar de 18/6/2015). • Posteriormente, nova modificação legal foi feita. Por força da Lei 13.146, publicada em 7 de julho de 2015, que aprovou o Estatuto da Pessoa com Deficiência e entrará em vigor em 180 dias após a sua publicação (início de janeiro de 2016), houve a alteração do artigo 16, inciso III, da Lei 8.213/91, pois a classe III passará a ter a conseguinte redação: “o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave”. Logo, em janeiro de 2016, a emancipação voltou a ser causa de antecipação da maioridade previdenciária do irmão do segurado. 4 TEMPO DE SERVIÇO E DE CONTRIBUIÇÃO E SUA CONTAGEM RECÍPROCA • Até EC 20/98 – a legislação previdenciária se referia a tempo de serviço como o período de exercício da atividade laborativa remunerada considerado para a concessão dos benefícios previdenciários • 1ª Reforma da Previdência Social – extinto o tempo de serviço e criado o tempo de contribuição – Não basta o mero exercício do trabalho, e sim a existência de contribuições previdenciárias efetivamente pagas, ou, ao menos, com presunção de pagamento nas hipóteses de responsabilização tributária das empresas – O art. 4º da EC 20/98 afirma o tempo de serviço considerado pela legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que a lei discipline a matéria, será contado como tempo de contribuição » Não foi editada, até hoje, essa norma jurídica REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 4 TEMPO DE SERVIÇO E DE CONTRIBUIÇÃO E SUA CONTAGEM RECÍPROCA • Definição de tempo de contribuição (art. 59, RPS) – O tempo, contado de data a data, desde o início até a data do requerimento ou do desligamento de atividade abrangida pela previdência social, descontados os períodos legalmente estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho, de interrupção de exercício e de desligamento da atividade • Previsão do direito à contagem recíproca do tempo de serviço – Já era previsto na Lei 6.226/75 – Atualmente expresso no art. 201, §9º , CF/88, in verbis: Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 4 TEMPO DE SERVIÇO E DE CONTRIBUIÇÃO E SUA CONTAGEM RECÍPROCA – A contagem recíproca é o direito dos segurados computarem esse tempo de contribuição do RGPS, se houver migração para o RPPS, e vice-versa – Pode, ainda, haver contagem recíproca: » Entre Regimes Próprios de entes políticos diversos, ou mesmo com regimes previdenciários estrangeiros, se houver tratado internacional autorizando, com previsão de reciprocidade, conforme art. 443 da Instrução Normativa 77/2015 » Conforme STJ, também é considerado o militar, apesar do mesmo não se aposentar e sim integrar a reserva REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 4 TEMPO DE SERVIÇO E DE CONTRIBUIÇÃO E SUA CONTAGEM RECÍPROCA • Regulamentação através do art. 94, Lei 8.213/91 – Autoriza a contagem recíproca do tempo de serviço (antes da EC 20/98) ou de contribuição, para fins de obtenção de benefício previdenciário, vedada a contagem de qualquer período fictício, a exemplo do período de licença prêmio não gozada » STJ admite o direito adquirido às contagens de tempo de serviço fictícias até o advento da EC 20/98 » Verifica-se que a contagem recíproca não é garantida apenas para a aposentadoria, mas para todos os benefícios previdenciários REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 4 TEMPO DE SERVIÇO E DE CONTRIBUIÇÃO E SUA CONTAGEM RECÍPROCA • Compensação dos regimes – Na hipótese de contagem recíproca, caberá aos diferentes regimes previdenciários se compensarem financeiramente, sendo feita ao sistema a que o interessado estiver vinculado ao requerer o benefício – Os critérios estão definidos na Lei 9.796/99 e no Decreto 3.112/99 – Essa compensação não é condição para a contagem recíproca – Funcionará como um “acerto de contas”, sendo paga pelo regime de origem ao regime instituidor e calculada proporcionalmente ao período de serviço/contribuição objeto da contagem recíproca » Para o RGPS a compensação será proporcional ao percentual do tempo de serviço total do segurado correspondente aotempo de contribuição no âmbito do regime de origem, se acordo com a renda mensal inicial e a data de início do benefício » O índice de reajuste é o INPC (art. 41-A, Lei 8.213/91) REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 4 TEMPO DE SERVIÇO E DE CONTRIBUIÇÃO E SUA CONTAGEM RECÍPROCA • EXCEÇÃO – Não admissão de contagem recíproca – Do tempo de contribuição do segurado facultativo e do contribuinte individual que optaram por recolher 11% sobre o salário de contribuição de um salário mínimo, ou 5% sobre um salário mínimo no caso de contribuinte individual enquadrado como MEI que fizer o recolhimento simplificado ou o segurado facultativo de baixa renda com atividades domésticas em sua residência, salvo se recolhida retroativamente a qualquer tempo a complementação de 9% ou de 15% com os respectivos encargos legais REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 4 TEMPO DE SERVIÇO E DE CONTRIBUIÇÃO E SUA CONTAGEM RECÍPROCA • Trabalhador rural – Para fins de contagem recíproca, considerando em RPPS, o tempo de serviço prestado pelo trabalhador rural anteriormente à competência novembro de 1991 (período anterior à filiação obrigatória) será reconhecido apenas se houver indenização ao INSS (art. 123, parágrafo único c/c art. 127, V, RPS) » Posicionamento já confirmado no STJ e STF, bem como nas Súmulas 268 do Tribunal de Contas da União e 10 da Turma Nacional de Uniformização – No âmbito do RGPS, o tempo de serviço desse segurado prestado antes da vigência da Lei 8.213/91 será computado independentemente do recolhimento das contribuições a ele correspondentes, exceto para efeito de carência (art. 55, §2º, Lei 8.213/91) » Também poderão considerar no RGPS o tempo de serviço prestado no âmbito da extinta Previdência Rural, sem a necessidade de indenizar, mas esse período não valerá como carência, pois esta pressupõe o pagamento mensal e tempestivo das contribuições REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 4 TEMPO DE SERVIÇO E DE CONTRIBUIÇÃO E SUA CONTAGEM RECÍPROCA • De acordo com o art. 96 da Lei 8.213/91 e o 127 do RPS: – É vedada a contagem de tempo de contribuição no serviço público com o de contribuição na atividade privada quando concomitantes » Salvo nas hipóteses constitucionais que admitem a acumulação de cargos, empregos ou funções públicas (art. 130, §12, Decreto 2.048/99). Nesse caso, a contagem recíproca objetivará apenas a consideração das remunerações prestadas em um regime previdenciário em outro para elevar a renda da aposentadoria – Não será contado por um regime o tempo de contribuição utilizado para concessão de aposentadoria por outro regime » Esse mesmo período contributivo não poderá ser levado, porquanto já considerado – Não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais » Mesmo que o segurado exerça atividades nocivas à saúde este período não será computado de maneira diferenciada em outro regime previdenciário básico REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 4 TEMPO DE SERVIÇO E DE CONTRIBUIÇÃO E SUA CONTAGEM RECÍPROCA • A contagem recíproca pressupõe o cômputo de um período contributivo de um regime previdenciário básico em outro regime previdenciário básico (RGPS em RPPS ou vice-versa) prestado em épocas diversas • Apenas a legislação geral sobre o RPPS (de competência da União) poderá criar restrições ou vedações com razoabilidade à contagem recíproca do tempo de contribuição (arts. 94 e 95, Lei 8.213/91) – É normatização geral sobre o RPPS de todos os entes federativos, sendo incongruente a existência de novas regras proibitivas ou restritivas apenas no cunho estadual ou municipal » Entendimento já confirmado pelo STF ao se posicionar pela inconstitucionalidade de leis de lavra dos municípios e estados com caracteres restritivos – Antes da instituição do regime jurídico único, com a Lei 8.112/90, entendem o STF e o STJ que o tempo celetista prestado em condições especiais pelo servidor público (federal, estadual, distrital ou municipal) será contado com a respectiva conversão prevista na legislação previdenciária REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 4 TEMPO DE SERVIÇO E DE CONTRIBUIÇÃO E SUA CONTAGEM RECÍPROCA • É possível que um segurado obtenha mais de uma aposentadoria por regimes diversos, desde que preencha os requisitos de cada uma e sem a utilização simultânea de tempo de serviço ou de contribuição da mesma atividade, observado o teto dos Ministros do STF (art. 40, §11, CF) • Por força da Lei 13.135/2015, em regra, a pensão por morte vitalícia ou temporária para ser deferida ao cônjuge, companheiro ou companheira pressupõe o recolhimento de 18 contribuições mensais. • Acaso inexistam 18 contribuições mensais vertidas pelo falecido segurado, a pensão por morte será paga por apenas 4 meses • Nesse sentido, de acordo com o novel artigo 77, §5º, da Lei 8.213/91, inserido pela Lei 13.135/2015, o tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) será considerado na contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais, o que pode ser denominado de contagem recíproca post mortem, acaso promovida após o falecimento do segurado REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 5 INDENIZAÇÃO PARA A CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO OU DE CONTRIBUIÇÃO • É comum que segurados do RGPS queiram, para cômputo do tempo de serviço/contribuição, queiram considerar períodos no qual exerceram atividade laborativa remunerada, mas encontraram obstáculo em razão da inexistência do pagamento das contribuições previdenciárias, nas hipóteses em que a responsabilidade tributária lhes é atribuída – Razões do não recolhimento: falta de zelo ou a categoria, à época do labor, não era enquadrada como segurada obrigatória • Reconhecimento de filiação – É o direito do segurado ter reconhecido, em qualquer época, o tempo de exercício de atividade anteriormente abrangida pela previdência social (art. 121, RPS) REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 5 INDENIZAÇÃO PARA A CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO OU DE CONTRIBUIÇÃO • Disciplina legal – art. 96, IV, Lei 8.213/91 O tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à Previdência Social só será contado mediante indenização da contribuição correspondente ao período respectivo, com acréscimo de juros moratório de 0,5% ao mês, capitalizados anualmente e multa de 10% • Indenização ao INSS – Espécie de ressarcimento pelo não pagamento da contribuição previdenciária – Possui caráter subsidiário, ou seja, se ainda for juridicamente possível o adimplemento da contribuição previdenciária, não se admitirá a indenização previdenciária REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 5 INDENIZAÇÃO PARA A CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO OU DE CONTRIBUIÇÃO • Decadência – Contribuinte individual – É comum a não atuação do órgão de arrecadação, ante as dificuldades de fiscalização dos segurados contribuintes individuais que trabalhem por conta própria, operando-se a decadência quinquenal para o lançamento das contribuições previdenciárias – Assim, consumada a decadência, o contribuinte individual apenas contará com esse tempo de serviço/contribuição para a percepção de benefício previdenciário se indenizar o INSS (retroação da data de início das contribuições), exceto para fins de carência • Em relação ao segurado facultativo, como inexiste obrigatoriedade de recolhimento da sua contribuição, já que sua filiação é sempre discricionária, não se há de falar em indenização • Na hipótese de mero complemento de contribuição a ser feita pelo contribuinte individual, cabe o efetivo recolhimento do plus a qualquer tempo, não havendo indenização a ser paga REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 6 MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO NO PERÍODO DE GRAÇA – Fundamentada no Princípio da Solidariedade,garante cobertura determinado período, mantendo a qualidade de segurado, mesmo sem verter contribuições ao fundo previdenciário, de acordo com a Lei 8.213/91, in verbis: Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; • SEGURADO OBRIGATÓRIO = Período de graça básico = 12 meses § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. • Possibilidade de prorrogação por mais 12 meses, caso o segurado tenha pago mais de 120 contribuições sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado » Regra não beneficia segurado especial, por inexistirem contribuições efetivas, salvo se ele tiver mais de 120 contribuições pagas sobre a receita decorrente da comercialização da sua produção (incomum) ou se optou em recolher com o mesmo regime de contribuinte individual, valendo-se da faculdade do art. 25, §1º, Lei 8.212/91 § 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. • Pode ocorrer mais uma prorrogação de 12 meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no órgão do próprio MTE, a exemplo da percepção do seguro desemprego • Essa prorrogação só beneficiária segurado empregado e empregado doméstico, pois apenas nestes casos haverá um verdadeiro desemprego » Ressaltando que apenas os segurados empregados de possuam vínculo empregatício, pois há casos de inexistência de vínculo empregatício, a exemplo do servidor titular de cargo em comissão e do titular de mandato eletivo • Pela interpretação literal do dispositivo, não seria exigido que o desemprego fosse involuntário para fins de prorrogação em 12 meses do período de graça » Porém a TNU já afirmou reiteradamente que o desempregado voluntário não pode ser beneficiado por extensão do período de graça • A comprovação da condição de desempregado é admitida pelo INSS através da apresentação dos seguintes documentos, devendo se operar ainda dentro do período de graça (art. 137, §4º, IN INSS 77/2015): » Declaração expedida pelas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego ou outro órgão do MTE; » Comprovação de recebimento do Seguro Desemprego; ou » Inscrição cadastral no Sistema Nacional de Emprego • Na esfera administrativa, o INSS não vem aceitando a comprovação do desemprego por outros meios de prova • Porém, TNU editou Súmula 27 que diz: A ausência de registro em órgão do MTE não impede a comprovação do desemprego por outros meios admitidos em Direito VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. • SEGURADO FACULTATIVO = Período de regra básico = 06 meses, sem direito a prorrogação • Na via administrativa, o segurado facultativo gozará de um período de graça de 12 meses (art. 137, §7º, IN INSS 77/2015), após cessação do benefício por incapacidade ou salário maternidade • O segurado obrigatório que, durante o prazo de manutenção da sua qualidade de segurado (12, 24 ou 36 meses), se filiar ao RGPS como facultativo, ao deixar de contribuir nessa última, terá direito de usufruir o período de graça de sua condição anterior (art. 137, §9º, IN INSS 77/2015) HIPÓTESES ESPECIAIS III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; • Esse regramento especial afasta, quando mais benéfico, as disposições gerais do período de graça pata o segurado obrigatório e o facultativo » Por exemplo, um segurado facultativo é preso, o seu período de graça será de 12 meses após o livramento, e não de 06 meses após a cessação das contribuições, pois a regra especial afasta a geral Súmula 26, AGU – Para concessão de benefício por incapacidade, não será considerada a perda da qualidade de segurado decorrente da própria moléstia incapacitante Súmula 08, Conselho de Recursos da Previdência Social – Fixada a data do início da incapacidade, antes da perda da qualidade de segurado, a falta de contribuição posterior não prejudica o seu direito as prestações previdenciárias • Importante fixar a data de início da incapacidade (DII) para ver se nessa data a pessoa ainda era ou não segurada da Previdência Social • O início do prazo para definir o momento da perda da qualidade ocorrerá no dia seguinte ao término do prazo do recolhimento da competência do mês anterior » O RPS, no art. 14, fixou uma data única para todos os segurados, que é o dia seguinte à data final de recolhimento do contribuinte individual, que se operará até o dia 15 do mês seguinte ao da competência, ou, se não houver expediente bancário, no dia útil posterior §3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social. §4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos. REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 7 CARÊNCIA • Visa resguardar o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema, bem como prevenir a ocorrência de fraudes • A concessão de alguns benefícios previdenciários depende do prévio pagamento de um mínimo de contribuições previdenciárias em dia Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências. • Para fins de carência, um dia de trabalho, no mês, vale como contribuição para aquele mês, para qualquer categoria de segurado (art. 145, IN INSS 77/2015) REGRAS GERAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 7 CARÊNCIA Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas as contribuições: (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) [...] II - realizadas a contar da data de efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores, no caso dos segurados contribuinte individual, especial e facultativo, referidos, respectivamente, nos incisos V e VII do art. 11 e no art. 13. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) • As contribuições previdenciárias recolhidas em atraso, em período anterior ao primeiro pagamento sem atraso, não podem ser consideradas para o cômputo do período de carência § 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. • Pode ocorrer mais uma prorrogação de 12 meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no órgão do próprio MTE, a exemplo da percepção do seguro desemprego • Essa prorrogação só beneficiária segurado empregado e empregado doméstico, pois apenas nestes casos haverá um verdadeiro desemprego » Ressaltando que apenas os segurados empregados de possuam vínculo empregatício, pois há casos de inexistência de vínculo empregatício,a exemplo do servidor titular de cargo em comissão e do titular de mandato eletivo • Pela interpretação literal do dispositivo, não seria exigido que o desemprego fosse involuntário para fins de prorrogação em 12 meses do período de graça » Porém a TNU já afirmou reiteradamente que o desempregado voluntário não pode ser beneficiado por extensão do período de graça • A comprovação da condição de desempregado é admitida pelo INSS através da apresentação dos seguintes documentos, devendo se operar ainda dentro do período de graça (art. 137, §4º, IN INSS 77/2015): » Declaração expedida pelas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego ou outro órgão do MTE; » Comprovação de recebimento do Seguro Desemprego; ou » Inscrição cadastral no Sistema Nacional de Emprego • Na esfera administrativa, o INSS não vem aceitando a comprovação do desemprego por outros meios de prova • Porém, TNU editou Súmula 27 que diz: A ausência de registro em órgão do MTE não impede a comprovação do desemprego por outros meios admitidos em Direito • Para os segurados que possuem presunção de recolhimento da contribuição previdenciária não se há de falar de recolhimento em atraso, devendo a carência ser computada a contar do mês da filiação, independentemente do recolhimento, a saber: empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso e contribuinte individual que presta serviços à empresa • A inserção do empregado doméstico neste rol se deu apenas por força da Lei Complementar 150/2015, que modificou o artigo 27, da Lei 8.213/91 • Já o contribuinte individual que trabalha por conta própria e o segurado facultativo, por serem os responsáveis tributários pelo recolhimento da sua contribuição não possuem presunção de recolhimento, de modo que o período de carência será contado apenas da data de efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores • As contribuições previdenciárias recolhidas em atraso, em período anterior ao primeiro pagamento sem atraso, não podem ser consideradas para o cômputo do período de carência • Ademais, para o segurado especial, a carência será realizada pelo exercício da atividade campesina ou pesqueira artesanal para subsistência, no período equivalente ao número de contribuições mensais exigidas, não sendo necessário o efetivo recolhimento da contribuição sobre a produção rural ou pesqueira, ante da ficção normativa de filiação automática do segurado especial • O termo inicial da carência será o primeiro dia da competência recolhida. O segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual que prestar serviços à pessoa jurídica têm em seu favor a presunção absoluta de recolhimento das suas contribuições previdenciárias, a teor do art. 33, §5º, Lei 8.212/91, pois a responsabilidade tributária é da empresa • Já para o empregado doméstico inexistia esta presunção, devendo ser demonstrado antigamente o pagamento das suas contribuições previdenciárias, apesar de a responsabilidade ser do empregador doméstico. Caso inexistissem os pagamentos, se for comprovado o exercício da atividade laboral pelo período exigido, o segurado doméstico recebia o benefício no valor mínimo, na forma do artigo 36, da Lei 8.213/91 • No entanto, com o advento da Lei Complementar 150/2015, o empregado doméstico passou a ter a mesma presunção de recolhimento que já beneficiava o empregado, tendo sido modificado o artigo 27 e tacitamente revogado o artigo 36, da Lei 8.213/91 • O período de carência será computado: I – para o segurado empregado, empregado doméstico (LC 150/2015), o trabalhador avulso e o contribuinte individual que presta serviços a pessoa jurídica (este a partir da competência 04/2003), da data de filiação ao Regime Geral de Previdência Social, ou seja, a partir do exercício de atividade laborativa remunerada; II – para o segurado contribuinte individual que não presta serviços à pessoa jurídica, o facultativo e o segurado especial que contribui da mesma forma que o contribuinte individual, da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para esse fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores; III – para o segurado especial, a partir do efetivo exercício da atividade rural ou pesqueira artesanal para fins de subsistência sem o auxílio de empregados permanentes. • Frederico Amado defende que presunção de recolhimento da contribuição previdenciária em favor do empregado doméstico deverá retroagir à vigência da LC 150/2015, pois se trata de correção de discriminação negativa por omissão, na medida em que a responsabilidade tributária de recolher já era do empregador doméstico • Depende de carência a concessão dos seguintes benefícios previdenciários: I – 10 contribuições mensais - salário-maternidade, para as seguradas contribuinte individual, especial e facultativa; II – 12 contribuições mensais - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez (em regra); III – 180 contribuições mensais - aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial. • Em caso de parto antecipado, o período de carência para o salário maternidade será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado • A Medida Provisória 664/2014 chegou a inserir, como regra geral, carência de 24 recolhimentos mensais para a pensão por morte e o auxílio-reclusão, mas a lei de conversão (13.135/2015) restaurou a redação anterior, dispensando a carência para os benefícios dos dependentes – De acordo com o artigo 5º da Lei 13.135/2015, “os atos praticados com base em dispositivos da Medida Provisória no 664, de 30 de dezembro de 2014, serão revistos e adaptados ao disposto nesta Lei”. – Desta forma, os efeitos da MP 664/2014 foram desconstituídos pela Lei de Conversão, cabendo ao INSS rever de ofício as negativas de auxílios- reclusão e pensões por morte em razão da não integralização de carência de 24 recolhimentos durante a sua vigência (de 1/3/2015 a 17/6/2015 neste ponto) • Contudo, nas hipóteses de aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial, para os filiados ao RGPS até 24.07.1997, existe uma regra de transição para integralização da carência, pois no regime anterior exigia-se apenas 60 contribuições mensais – Assim, levando-se em conta o ano em que o segurado implementar todas as condições necessárias à obtenção do benefício, será obedecida a tabela do art. 142, Lei 8.213/91 – A regra de transição incidiu até 2010, pois os segurados antigos que preencheram os requisitos em 2011 em diante terão que realizar a carência de 180 contribuições mensais • Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I – pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; II – salário-maternidade, para as seguradas empregada, empregada doméstica e trabalhadora avulsa; III – auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa, doença profissional ou do trabalho, bem como nas hipóteses de doenças ou afecções graves especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; IV – serviço social e reabilitação profissional. • Com a Lei 13.135/2015, a pensão por morte e o auxílio-reclusão voltaram a ter o período de carência sempre dispensado, tendo sido restaurado o inciso I do artigo 26 da Lei 8.213/91 – Inclusive, este é o entendimento do próprio INSS veiculado no Memorando Circular Conjunto nº 39/DIRBEN/DIRAT/INSS • A aposentadoria por invalidez e o auxílio doença dispensarão
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