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Prévia do material em texto

Lei
Previdenciária
Parte Geral em Matéria de Benefícios do RGPS
Professor: Bernardo Machado
FICHA TÉCNICA DO MATERIAL
grancursosonline.com.br
CÓDIGO:
2402151444M
TIPO DE MATERIAL:
E-book
TÍTULO:
Lei Previdenciária – Parte Geral em Matéria de Benefícios 
do RGPS
PROFESSOR:
Bernardo Machado
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
02/2024
Este material está sujeito a atualizações. O Gran não se responsabiliza por custos 
de impressão, que deve ser realizada sob responsabilidade exclusiva do aluno.
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Lei Previdenciária – Parte Geral em Matéria de Benefícios do RGPS
Professor: Bernardo Machado
SUMÁRIO
Parte Geral em Matéria de Benefícios do RGPS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Dependentes (art. 16 e 17 do RPS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Manutenção e Perda da Qualidade de Segurado (Arts. 13 e 14 do RPS) . . . . . . . . . 19
Carência (art. 26 ao 30 do RPS). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Salário de Benefício (art. 31 ao 34 do RPS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Reajustamento e Pagamento do Benefício (Arts. 40 ao 42 do RPS) . . . . . . . . . . . . . 54
Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
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Lei Previdenciária – Parte Geral em Matéria de Benefícios do RGPS
Professor: Bernardo Machado
PARTE GERAL EM MATÉRIA DE BENEFÍCIOS DO RGPSPARTE GERAL EM MATÉRIA DE BENEFÍCIOS DO RGPS
No presente e-book, estuda-se a parte geral em matéria de benefícios concedidos 
pelo RGPS. Com isso, serão estudados os seguintes temas: (i) dependentes do RGPS; (ii) 
manutenção e perda da qualidade de segurado (período de graça); (iii) carência; (iv) salário 
de benefício; (v) renda mensal do benefício; (vi) reajustamento e pagamento do benefício.
Cumpre reforçar que o presente material, diferentemente dos nossos tradicionais 
materiais em PDF elaborados pelo Gran, consiste em um e-book, o qual contém a legislação 
previdenciária esquematizada e cita os principais artigos cobrados em provas preparatórias 
para concurso público. Ou seja, o presente trabalho não tem o condão de esgotar o estudo 
do Direito Previdenciário, sendo uma excelente ferramenta para o estudo, conforme 
mencionado, dos principais artigos cobrados em provas preparatórias para concurso público.
DEPENDENTES (ART. 16 E 17 DO RPS)DEPENDENTES (ART. 16 E 17 DO RPS)
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes 
do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, 
menor de vinte e um anos de idade ou inválido ou que tenha deficiência intelectual, mental ou 
grave;
II - os pais; ou
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de vinte e um anos de idade ou 
inválido ou que tenha deficiência intelectual, mental ou grave.
§ 1º Os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições.
§ 2º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações 
os das classes seguintes.
§ 3º Equiparam-se a filho, na condição de dependente de que trata o inciso I do caput, 
exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica 
na forma estabelecida no § 3º do art. 22.
§ 4º O menor sob tutela somente poderá ser equiparado aos filhos do segurado mediante 
apresentação de termo de tutela.
§ 5º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que mantenha união estável com o 
segurado ou segurada.
§ 6º Considera-se união estável aquela configurada na convivência pública, contínua e duradoura 
entre pessoas, estabelecida com intenção de constituição de família, observado o disposto no 
§ 1º do art. 1.723 da Lei n. 10.406, de 2002 - Código Civil, desde que comprovado o vínculo na 
forma estabelecida no § 3º do art. 22.
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Lei Previdenciária – Parte Geral em Matéria de Benefícios do RGPS
Professor: Bernardo Machado
§ 6º-A As provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material 
contemporânea dos fatos, produzido em período não superior aos vinte e quatro meses anteriores 
à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado, não admitida a prova exclusivamente 
testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, observado o 
disposto no § 2º do art. 143.
§ 7º A dependência econômica das pessoas de que trata o inciso I é presumida e a das demais 
deve ser comprovada.
§ 8º Para fins do disposto na alínea “c” do inciso V do caput do art. 114, em observância ao requisito 
previsto no § 6º-A, deverá ser apresentado, ainda, início de prova material que comprove união 
estável pelo período mínimo de dois anos antes do óbito do segurado.
§ 9º Será excluído definitivamente da condição de dependente aquele que tiver sido condenado 
criminalmente por sentença transitada em julgado, como autor, coautor ou partícipe de homicídio 
doloso, ou de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados os 
absolutamente incapazes e os inimputáveis.
Art. 17. A perda da qualidade de dependente ocorre:
I - para o cônjuge, pelo divórcio ou pela separação judicial ou de fato, enquanto não lhe for 
assegurada a prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença 
judicial transitada em julgado;
II - para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com o segurado ou 
segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de alimentos;
III - ao completar vinte e um anos de idade, para o filho, o irmão, o enteado ou o menor tutelado, 
ou nas seguintes hipóteses, se ocorridas anteriormente a essa idade:
a) casamento;
b) início do exercício de emprego público efetivo;
c) constituição de estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, 
desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou
d) concessão de emancipação, pelos pais, ou por um deles na falta do outro, por meio de 
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença judicial, 
ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; e
IV - para os dependentes em geral:
a) pela cessação da invalidez ou da deficiência intelectual, mental ou grave; ou
b) pelo falecimento.
§ 1º O filho, o irmão, o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência 
econômica dos três últimos, se inválidos ou se tiverem deficiência intelectual, mental ou grave, 
não perderão a qualidade de dependentes desde que a invalidez ou a deficiência intelectual, 
mental ou grave tenha ocorrido antes de uma das hipóteses previstas no inciso III do caput.
§ 2º Para fins do disposto no § 1º, a data de início da invalidez ou da deficiência intelectual, 
mental ou grave será estabelecida pela Perícia Médica Federal.
Os beneficiários do RGPS são as pessoas físicas que fazem jus a uma prestação 
previdenciária, seja essa prestação um benefício ou um serviço.
Os beneficiários, como gênero, têm como espécies os segurados e os seus dependentes.
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Professor: Bernardo Machado
Assim, já foram estudados os segurados do RGPS. Passa-se, a partir de agora, a estudar 
os dependentes do RGPS.
Para facilitar o estudo, seguem algumas dicas. Em relação a esse tema, deve-se estudar 
o rol de dependentes, as regras gerais atinentes aos dependentes, além da inscrição 
dos dependentes. Inicia-se o estudo com o rol dos dependentes.
ROL DE DEPENDENTES DO RGPSROL DE DEPENDENTES DO RGPS
Os dependentesestão divididos em três classes. Dependentes da classe I, também 
conhecidos como dependentes preferenciais, além dos dependentes das classes II e III.
Portanto, são dependentes do RGPS:
Considera-se companheira, ou companheiro, a pessoa que mantenha união estável 
com o segurado ou segurada.
Considera-se união estável aquela configurada na convivência pública, contínua e 
duradoura entre o homem e a mulher, estabelecida com intenção de constituição de família.
Para que haja união estável, não podem ocorrer as situações de impedimento para o 
casamento, como, por exemplo, as pessoas serem casadas.
Cabe ressaltar que não há óbice para que os companheiros de pessoas casadas façam 
jus a benefícios previdenciários na condição de dependentes, desde que haja separação 
de fato ou judicial.
O que não é possível é que seja considerada a concubina (amante, ou o amante) como 
dependente do RGPS, tendo em vista a existência de impedimento para o casamento, o 
que não possibilita a condição de união estável nesse caso.
Ou seja, a preexistência de casamento ou de união estável impede o reconhecimento de 
novo vínculo referente ao mesmo período, inclusive para fins previdenciários, em virtude da 
consagração do dever de fidelidade e da monogamia pelo ordenamento jurídico-constitucional 
brasileiro.
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Lei Previdenciária – Parte Geral em Matéria de Benefícios do RGPS
Professor: Bernardo Machado
Tal entendimento foi exarado pelo STF no tema 529, tendo sido fixada a seguinte tese 
em sede de repercussão geral:
É incompatível com a Constituição Federal o reconhecimento de direitos previdenciários 
(pensão por morte) à pessoa que manteve, durante longo período e com aparência 
familiar, união com outra casada, porquanto o concubinato não se equipara, para fins 
de proteção estatal, às uniões afetivas resultantes do casamento e da união estável.
Em face dos julgamentos da ADI 4277 e da ADPF 132, o Supremo Tribunal Federal 
equiparou a união homoafetiva à união estável, de modo que devem ser estendidos àqueles 
todos os benefícios concedidos a estes, desde que preenchidos os demais requisitos legais 
para a sua concessão.
Dessa forma, o companheiro ou a companheira de mesmo sexo integra o rol de 
dependentes do RGPS.
Filhos de qualquer condição são aqueles havidos ou não da relação de casamento, ou 
adotados, que possuem os mesmos direitos e qualificações dos demais, proibidas quaisquer 
designações discriminatórias relativas à filiação.
Equiparam-se a filho, na condição de dependente, exclusivamente o enteado e o 
menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica.
Cabe ressaltar que o menor sob tutela somente poderá ser equiparado aos filhos 
do segurado mediante apresentação de termo de tutela.
Por fim, a partir da MP n. 1.523/1996, convertida na Lei n. 9.528/1997, o menor sob 
guarda deixa de integrar a relação de dependentes para os fins previstos no RGPS, 
inclusive aquele já inscrito, salvo se o óbito do segurado ocorreu em data anterior.
Portanto, menor sob guarda, conforme determina a legislação previdenciária, não 
é dependente do RGPS.
Em razão da complexidade do tema “menor sob guarda”, abre-se um tópico para tratar 
especificamente desse tema.
MENOR SOB GUARDAMENOR SOB GUARDA
A redação original do art. 16, § 2º, da Lei n. 8.213/1991 determinava que se equiparavam 
a filho, mediante declaração do segurado: o enteado; o menor que, por determinação 
judicial, esteja sob a sua guarda; e o menor que esteja sob sua tutela e não tenha condições 
suficientes para o próprio sustento e educação.
Da mesma forma, o art. 33, § 3º, da Lei n. 8.06919/1990 (Estatuto da Criança e do 
Adolescente – ECA) determina que a guarda confere à criança ou adolescente a condição 
de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.
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http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/23/1999/3048.htm
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Lei Previdenciária – Parte Geral em Matéria de Benefícios do RGPS
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Portanto, os citados dispositivos eram convergentes, não havendo antinomia (conflito 
de normas) no ordenamento jurídico.
Entretanto, em razão de fraudes ocorridas com o instituto da guarda, no intuito de 
percepção da qualidade de dependente e a consequente concessão do benefício previdenciário, 
a MP n. 1.523/1996, convertida da Lei n. 9.528/1997, deu nova redação ao art. 16, § 2º, 
da Lei n. 8.213/1991, retirando o “menor sob guarda” da condição de equiparado a filho, 
deixando, por consequência, de ser dependente do RGPS.
Assim sendo, com a citada nova redação, conforme já mencionado, equiparam-se a 
filho, na condição de dependente, exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde 
que comprovada a dependência econômica.
A partir desse momento, forma-se uma antinomia no ordenamento jurídico brasileiro, 
pois a lei previdenciária não arrola o “menor sob guarda” como dependente do RGPS, 
enquanto que o ECA assegura ao “menor sob guarda” a condição de dependente para fins 
previdenciários.
Enfim! O que deve prevalecer? A lei previdenciária em face do ECA, ou o ECA em face Enfim! O que deve prevalecer? A lei previdenciária em face do ECA, ou o ECA em face 
da lei previdenciária?da lei previdenciária?
A citada antinomia foi discutida perante o Poder Judiciário.
Durante muitos anos, o entendimento foi divergente! O Superior Tribunal de Justiça 
(STJ), inicialmente, entendeu que o “menor sob guarda” não era dependente do RGPS, com 
base na técnica da hermenêutica para a solução do conflito de normas que determina que 
a lei especial prevalece sobre a lei geral (lex specialis derogat legi generali).
Tal entendimento foi superado pelo próprio STJ, ou seja, ocorreu um overrulling (expressão 
utilizada no processo civil que significa “superação de precedente”).
Portanto, conforme os mais recentes entendimentos jurisprudenciais, o menor sob guarda, 
ainda que este não estivesse incluído no rol de dependentes previsto na lei previdenciária, 
era considerado dependente do RGPS, fazendo jus ao benefício pensão por morte, ocorrendo 
o óbito do guardião, caso dependa economicamente dele.
Dessa forma, conforme entendimento exarado pelo STJ, embora a lei previdenciária 
aplicável ao segurado seja lei específica da previdência social, não menos certo é que a 
criança e adolescente têm norma específica que conferiria ao menor sob guarda a condição 
de dependente para todos os efeitos, inclusive previdenciários, nos termos do art. 33, § 3º, 
do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (Lei n. 8.069/1990).
Tal entendimento foi exarado pelo STJ em julgamento de recurso especial, em sede 
de recurso repetitivo (REsp n. 1.411.258/RS), tendo sido fixada a tese jurídica sob o tema 
732/STJ, in verbis:
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Lei Previdenciária – Parte Geral em Matéria de Benefícios do RGPS
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O menor sob guarda tem direito à concessão do benefício de pensão por morte do seu 
mantenedor, comprovada sua dependência econômica, nos termos do art. 33, § 3º 
do Estatuto da Criança e do Adolescente, ainda que o óbito do instituidor da pensão 
seja posterior à vigência da Medida Provisória 1.523/96, reeditada e convertida na Lei 
9.528/97. Funda-se essa conclusão na qualidade de lei especial do Estatuto da Criança 
e do Adolescente (8.069/90), frente à legislação previdenciária.
No momento em que o entendimento jurisprudencial era no sentido de que o “menor sob 
guarda” não era dependente do RGPS, prevalecendo a lei previdenciária em face do ECA, a 
Procuradoria Geral da República (PGR) ajuizou a ADI 4.878, com pedido de medida cautelar 
a fim de que crianças e adolescentes sob guarda sejam incluídos entre os beneficiários do 
Regime Geral de Previdência Social (RGPS).
A PGR, na citada ADI, pede que seja dada interpretação conforme a ConstituiçãoFederal 
ao § 2º do artigo 16 da Lei n. 8.213/1991.
A causa petenti da ADI é que a CF/1988 consagra o princípio da proteção integral à criança 
e ao adolescente, cabendo à família, à sociedade e ao Estado o dever de, solidariamente, 
assegurar a eles os direitos fundamentais com absoluta prioridade. O art. 227, § 3º, arrola 
sete normas a serem seguidas pelo legislador ordinário, entre as quais se destacam aquelas 
que asseguram a crianças e adolescentes garantia de direitos previdenciários e o estímulo 
do poder público, inclusive mediante incentivos fiscais e subsídios, ao acolhimento, sob a 
forma de guarda, dos órfãos ou abandonados.
Para a PGR, não é admissível que crianças e adolescentes, em razão da prioridade 
absoluta que lhes conferiu a CF/1988, vejam-se privados de recursos no mais das vezes 
indispensáveis à sua saúde e à sua própria subsistência. O Estado tem papel fundamental 
na proteção dos cidadãos, notadamente quando estes se encontram em situação de 
vulnerabilidade, completou.
Assim, a PGR pede o deferimento de medida liminar para que, até o julgamento final 
da ação, seja dada ao art. 16, § 2º, da Lei n. 8.213/1991 interpretação no sentido de incluir 
no seu âmbito de incidência os menores sob guarda. No mérito, requer que o pedido 
seja julgado procedente, para dar interpretação conforme a Constituição ao dispositivo 
retromencionado.
A citada ADI, bem como a ADI 5083, ajuizada pela Ordem dos Advogados do Brasil (ADI 
com o mesmo mérito da ADI 4878), foi julgada apenas no dia 08/06/2021, em que o STF 
reconheceu, por maioria (6 x 5), a inconstitucionalidade da Lei n. 9.528/1997, no que diz 
respeito à supressão do “menor sob guarda” do rol de dependentes do RGPS.
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Lei Previdenciária – Parte Geral em Matéria de Benefícios do RGPS
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Primeiramente, o STF mencionou que o STJ possui entendimento firmado no sentido 
de que o “menor sob guarda” ainda mantém a condição de dependente previdenciário, com 
fundamento no art. 33, § 3º, do ECA.
Ademais, a maioria formada no STF declarou inconstitucional o trecho da Lei n. 9.528/1997 
que suprimiu o “menor sob guarda” do rol de dependentes previdenciários, na medida em que 
essa alteração normativa viola o princípio da proteção integral à criança e ao adolescente, 
prevista no art. 227 da CF/1988.
É importante frisar que a decisão consigna a necessidade de que a dependência econômica 
do “menor sob guarda” seja comprovada, da mesma forma que ocorre com o enteado e o 
menor tutelado.
Todo o entendimento exarado pelo STJ e recentemente exarado pelo STF no julgamento 
das ADI 4.878 e 5.083 deixa de ter sentido, uma vez que, com a recente reforma da previdência 
social (EC n. 103/2019), o Poder Constituinte Derivado Reformador, especificamente no 
art. 23, § 6º, determina que se equiparam a filho, para fins de recebimento da pensão por 
morte, exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência 
econômica.
Portanto, o art. 33, § 3º, do ECA se torna incompatível materialmente com o art. 23, § 
6º, da EC n. 103/2019, sendo não recepcionado e, por consequência, revogado tacitamente.
Assim sendo, após a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), o menor 
sob guarda não é dependente do RGPS.
Cabe frisar que o citado dispositivo previsto na EC n. 103/2019 (art. 23, § 6º) não foi objeto 
das ADI 4.878 e 5.083 e, por consequência não foi enfrentada a sua constitucionalidade, 
em atenção ao princípio da adstrição ao pedido.
Caso fosse enfrentada tal questão, haveria um vício na decisão, o que poderia levar a 
sua nulidade.
O que se pode concluir até o presente momento é que, antes da reforma da previdência 
social, o “menor sob guarda” é dependente do RGPS, devendo prevalecer o ECA em face da 
Lei n. 8.213/1991.
Tal entendimento está absolutamente consolidado, seja com base no recurso especial 
julgado em sede de recurso repetitivo pelo STJ, seja com base na decisão exarada no 
julgamento das ADI 4.878 e 5.083.
O problema é afirmar que o “menor sob guarda” é dependente do RGPS após a recente 
reforma da previdência social (EC n. 103/2019), uma vez que o Poder Constituinte Derivado 
Reformador, de forma literal, no art. 23, § 6º da EC n. 103/2019, determina que se equiparam 
a filho, para fins de recebimento da pensão por morte, exclusivamente o enteado e o menor 
tutelado, desde que comprovada a dependência econômica.
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Lei Previdenciária – Parte Geral em Matéria de Benefícios do RGPS
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Até que se fale o contrário, o art. 23, § 6º, da EC n. 103/2019 deve ser considerado como 
constitucional!
A discussão será hercúlea perante o Poder Judiciário!
É importante frisar que, para que o art. 23, § 6º, da EC n. 103/2019 seja declarado 
inconstitucional, terá de ser demonstrado que o Poder Constituinte Derivado Reformador 
infringiu um dos limites ao poder de reforma (limite procedimental, limite circunstancial 
ou limite material (cláusulas pétreas implícitas e explícitas).
Quanto aos limites procedimental e circunstacial, isso, indubitavelmente, não ocorreu. 
A discussão irá girar em torno de uma possível inobservância de uma cláusula pétrea, o que 
poderia levar a citada declaração de inconstitucionalidade.
Por ora, conclui-se:
• Antes da reforma da Previdência Social (EC n. 103/2019) – “menor sob guarda” é 
dependente do RGPS – fundamento: REsp n. 1.411.258/RS e ADI 4.878 e 5.083.
• Após a reforma da Previdência Social (EC n. 103/2019) – de forma apriorística, “menor 
sob guarda” não é dependente do RGPS – fundamento: art. 23, § 6º, da EC n. 103/2019, 
o qual não foi objeto das ADI 4.878 e 5.083. Até que se fale o contrário, o art. 23, § 
6º, da EC n. 103/2019 deve ser considerado como constitucional!
REGRAS GERAISREGRAS GERAIS
Existem três regras atinentes aos dependentes do RGPS.
A primeira determina que a existência de dependente de qualquer das classes exclui 
do direito as prestações os das classes seguintes.
Assim, a existência de dependentes da classe I, faz com que os dependentes das classes 
II e III não tenham direito ao benefício previdenciário.
A segunda determina que os dependentes de uma mesma classe concorrem em 
igualdade de condições.
Portanto, caso existam quatro dependentes da classe I, o benefício previdenciário será 
dividido em quatro cotas iguais.
A terceira e última regra se refere à dependência econômica, pois a dependência 
econômica dos dependentes da classe I é presumida, salvo os equiparados aos filhos 
(menor tutelado e o enteado), enquanto a dependência econômica dos dependentes 
das classes II e III deve ser comprovada.
Portanto, cônjuge ou filho não precisam comprovar dependência econômica. Entretanto, 
a mãe de um segurado deverá comprovar dependência econômica para fazer jus ao benefício 
previdenciário.
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Estudam-se as regras atinentes aos dependentes por meio de um esquema ilustrativo.
Primeiramente, cumpre mencionar que, com a recente reforma da previdência social 
(EC n. 103/2019), a pensão por morte concedida a dependente de segurado do RGPS é 
equivalente a uma cota familiar de 50% do valor da aposentadoria recebida pelo segurado 
ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente nadata do 
óbito, acrescida de cotas de 10 pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100%.
Imagine, portanto, João, segurado empregado do RGPS, casado com Maria e pai de três filhos, 
não emancipados, menores de 21 anos, vem a falecer. Antes de sua morte, João tinha mãe 
e um irmão, que dependiam dele economicamente. Ao falecer, João deixou uma pensão por 
morte no valor de R$ 2.000,00, a qual foi calculada nostermos do parágrafo anterior (50% 
de cota familiar + 10% por dependente).
Quem tem direito a pensão por morte?Quem tem direito a pensão por morte?
Apenas cônjuge e filhos, tendo em vista que a existência de dependente da classe I 
exclui o direito dos dependentes das classes II e III.
Qual é o valor da cota de cada dependente da classe I?Qual é o valor da cota de cada dependente da classe I?
R$ 500,00 para cada dependente, tendo em vista que dependentes da mesma classe 
concorrem em igualdade de condições. Assim, uma vez que a pensão por morte é no valor 
de R$ 2.000,00 e existem quatro dependentes da classe I, divide-se o valor da pensão por 
morte em quatro cotas iguais. Assim, cônjuge tem direito a R$ 500,00, enquanto cada filho 
tem direito a R$ 500,00.
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Caso um filho perca a qualidade de dependente (ex.: quando atinge a idade de 21 anos), 
a pensão por morte é recalculada, pois, com a recente reforma da previdência social (EC 
n. 103/2019), as cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão 
reversíveis aos demais dependentes, preservado o valor de 100% da pensão por morte 
quando o número de dependentes remanescente for igual ou superior a cinco.
Caso todos os dependentes da classe I percam a sua qualidade, ainda que exista 
dependente das demais classes, a pensão não passará para esse dependente, tendo em 
vista que a existência de dependente da classe I exclui o direito dos dependentes das 
classes II e III.
Assim, caso todos os filhos atinjam os 21 anos e o cônjuge faleça, ainda que a mãe ainda 
esteja viva, a pensão por morte não passará para a mãe.
PERDA DA QUALIDADE DE DEPENDENTEPERDA DA QUALIDADE DE DEPENDENTE
A perda da qualidade de dependente ocorre: 
• para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada 
a prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença 
judicial transitada em julgado, ou pelo decurso do prazo de recebimento da pensão 
por morte, nos termos do art. 77, §2º, V, da Lei n. 8.213/1991 (o decurso do prazo 
será melhor estudado na aula acerca do benefício pensão por morte);
• para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com o segurado 
ou segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de alimentos ou pelo 
decurso do prazo de recebimento da pensão por morte, nos termos do art. 77, 
§ 2º, V, da Lei n. 8.213/1991 (o decurso do prazo será melhor estudado na aula 
acerca do benefício pensão por morte);
• ao completar 21 anos de idade, para o filho, o irmão, o enteado ou o menor tutelado, 
ou nas seguintes hipóteses, se ocorridas anteriormente a essa idade:
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− casamento;
− início do exercício de emprego público efetivo;
− constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de rela-
ção de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos 
tenha economia própria; ou
− concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, me-
diante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou 
por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos.
• Para os dependentes em geral:
− pela cessação da invalidez ou da deficiência intelectual, mental ou grave; ou
− pelo falecimento.
Para entender a perda da qualidade de dependentes, alguns comentários se fazem 
necessários.
Em relação a cônjuge, ocorrendo a separação judicial ou o divórcio, cônjuge só mantém a 
qualidade de dependente, caso seja assegurada a prestação de alimentos. Tal regra também 
se aplica a separação de fato.
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Cabe ressaltar o enunciado de Súmula n. 336 do STJ, que assim determina:
Súmula n. 336 do STJ: “A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem 
direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade 
econômica superveniente.”
Assim, mesmo que não seja determinada a prestação de alimentos, poderá ser concedida a 
pensão por morte para ex-cônjuge, desde que seja comprovada a sua necessidade econômica 
superveniente, como, por exemplo, com a comprovação de ajuda no pagamento de aluguel 
ou outras contas. Obviamente, essa necessidade econômica superveniente precisa ocorrer 
entre o momento da renúncia dos alimentos e o óbito do segurado. Ou seja, não pode ser 
após o óbito do segurado.
Para companheiro, aplica-se a mesma regra atinente a cônjuge, ou seja, cessando a 
união estável, é mantida a qualidade de dependente, caso seja assegurada a prestação 
de alimento.
Em relação aos filhos/equiparados (enteado e menor tutelado) e irmãos, uma vez atingida 
a idade de 21 anos, perdem a qualidade de dependentes, ou em outras hipóteses, desde 
que essas outras hipóteses ocorram antes dos 21 anos de idade.
É importante frisar que o filho inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, 
ainda que atinja os 21 anos, mantém-se como dependente, desde que a invalidez ou a 
deficiência ocorra antes da perda da qualidade de dependente.
Imagine um filho de um segurado que perca a sua qualidade de dependente por atingir a 
idade de 21 anos. No dia seguinte ao aniversário, sofre um grave acidente que o torna inválido. 
Infelizmente, tal filho não receberá a pensão por morte, pois a invalidez ocorreu após perder 
a qualidade de dependente.
Conclui-se, portanto, que uma vez perdida a qualidade de dependente, esse status não 
retorna mais.
PELO AMOR DE DEUS! NÃO EXISTE AMPLIAÇÃO DA IDADE PARA O ESTUDANTE ATÉ OS 
24 ANOS se ainda estiver cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica 
de segundo grau!
Tal ampliação ocorre apenas para consideração de dependentes para efeitos do 
imposto de renda.
Tal entendimento está previsto na Súmula 37 da Turma Nacional de Uniformização dos 
Juizados Especiais Federais (TNU), que assim dispõe:
Súmula 37 da TNU: “A pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de idade, não 
se prorroga pela pendência do curso universitário”.
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Portanto, como dito anteriormente, uma vez atingida a idade de 21 anos, o filho/
equiparado (enteado ou menor tutelado) ou irmão perde a qualidade de dependente, ou em 
outras hipóteses, desde que essas outras hipóteses ocorram antes dos 21 anos de idade.
Outra forma de os filhos/equiparados (enteado e menor tutelado) ou irmãos perderem 
a qualidade de dependentes é se emancipando, salvo se a emancipação for decorrente de 
colação de grau em curso de ensino superior.
As situações de emancipação estão previstas no art. 5º, parágrafo único, do Código 
Civil, sendo elas:
• pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento 
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido 
o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
• pelo casamento;
• pelo exercício de emprego público efetivo;
• pela colação de grau em curso de ensino superior;
• pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, 
desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria.
As situações de emancipação elencadas no Código Civil, uma vez ocorridas, fazem com 
que o filho/equiparado (enteado ou menor tutelado) ou irmão perca a sua qualidade de 
dependente, salvo a colação de grau em curso de ensino superior, situação que não está 
prevista no art. 17, III, do RPS.
Portanto, leve a seguinteregra para a prova. Qualquer que seja a situação de 
emancipação, o filho/equiparado (enteado ou menor tutelado) ou irmão perde a qualidade 
de dependente, salvo se a emancipação for decorrente da colação de grau em curso de 
ensino superior.
Ademais, o filho, o irmão, o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada 
a dependência econômica dos três últimos, se inválidos ou se tiverem deficiência 
intelectual, mental ou grave, não perderão a qualidade de dependentes desde que a 
invalidez ou a deficiência intelectual, mental ou grave tenha ocorrido antes de uma 
das situações de perda da qualidade de dependente, ou seja, antes de completarem 21 
anos ou incorrerem em algumas das situações de emancipação elencadas na legislação 
previdenciária.
A data de início da invalidez ou da deficiência intelectual, mental ou grave será estabelecida 
pela perícia médica federal.
Por fim, perdem a qualidade os dependentes em geral pela cessação da invalidez ou 
pelo falecimento.
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INSCRIÇÃO DOS DEPENDENTES E COMPROVAÇÃO DE VÍNCULO E DEPENDÊNCIA INSCRIÇÃO DOS DEPENDENTES E COMPROVAÇÃO DE VÍNCULO E DEPENDÊNCIA 
ECONÔMICAECONÔMICA
Art. 22. A inscrição do dependente do segurado será promovida quando do requerimento do 
benefício a que tiver direito, mediante a apresentação dos seguintes documentos:
I - para os dependentes preferenciais:
a) cônjuge e filhos - certidões de casamento e de nascimento;
b) companheira ou companheiro - documento de identidade e certidão de casamento com 
averbação da separação judicial ou divórcio, quando um dos companheiros ou ambos já tiverem 
sido casados, ou de óbito, se for o caso; e
c) equiparado a filho - certidão judicial de tutela e, em se tratando de enteado, certidão de 
casamento do segurado e de nascimento do dependente, observado o disposto no § 3º do art. 16;
II - pais - certidão de nascimento do segurado e documentos de identidade dos mesmos; e
III - irmão - certidão de nascimento.
§ 1º (Revogado pelo Decreto n. 4.079, de 2002)
§ 2º (Revogado pelo Decreto n. 4.079, de 2002)
§ 3º Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso, deverão ser 
apresentados, no mínimo, dois documentos, observado o disposto nos § 6º-A e § 8º do art. 16, 
e poderão ser aceitos, dentre outros:
I - certidão de nascimento de filho havido em comum;
II - certidão de casamento religioso;
III - declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu 
dependente;
IV - disposições testamentárias;
V - (Revogado pelo Decreto n. 5.699, de 2006)
VI - declaração especial feita perante tabelião;
VII - prova de mesmo domicílio;
VIII - prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos 
da vida civil;
IX - procuração ou fiança reciprocamente outorgada;
X - conta bancária conjunta;
XI - registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como dependente 
do segurado;
XII - anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados;
XIII - apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada 
como sua beneficiária;
XIV - ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como 
responsável;
XV - escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente;
XVI - declaração de não emancipação do dependente menor de vinte e um anos; ou
XVII - quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.
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§ 4º O fato superveniente que importe em exclusão ou inclusão de dependente deve ser comunicado 
ao Instituto Nacional do Seguro Social, com as provas cabíveis.
§ 5º (Revogado pelo Decreto n. 4.079, de 2002)
§ 6º Somente será exigida a certidão judicial de adoção quando esta for anterior a 14 de outubro 
de 1990, data da vigência da Lei n. 8.069, de 1990.
§§ 7º e 8º (Revogados pelo Decreto n. 3.668, de 2000)
§ 9º No caso de dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, para fins 
de inscrição e concessão de benefício, a invalidez será comprovada por meio de exame médico-
pericial a cargo da Perícia Médica Federal e a deficiência, por meio de avaliação biopsicossocial 
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
§ 10. O dependente menor de vinte e um anos de idade apresentará declaração para atestar a 
não ocorrência das hipóteses previstas no inciso III do caput do art. 17.
§ 11. (Revogado pelo Decreto n. 4.079, de 2002)
§ 12. Os dependentes excluídos de tal condição em razão de lei têm suas inscrições tornadas 
nulas de pleno direito.
§ 13. No caso de equiparado a filho, a inscrição será feita mediante a comprovação da equiparação 
por documento escrito do segurado falecido manifestando essa intenção, da dependência 
econômica e da declaração de que não tenha sido emancipado.
§ 14. Caso o dependente só possua um dos documentos a que se refere o § 3º produzido em 
período não superior a vinte e quatro meses anteriores à data do óbito ou do recolhimento à 
prisão, a comprovação de vínculo ou de dependência econômica para esse período poderá ser 
suprida por justificação administrativa, processada na forma prevista nos art. 142 ao art. 151.
Art. 23. (Revogado pelo Decreto n. 4.079, de 2002)
Art. 24. Os pais ou irmãos deverão, para fins de concessão de benefícios, comprovar a inexistência 
de dependentes preferenciais, mediante declaração firmada perante o Instituto Nacional do 
Seguro Social.
A inscrição do dependente do segurado é feita pelo próprio quando do requerimento 
do benefício a que tiver direito.
Quando for necessária a comprovação de vínculo e dependência econômica, exige-
se a apresentação de, no mínimo, dois documentos, como, por exemplo, disposições 
testamentárias, prova de mesmo domicílio, conta bancária conjunta, apólice de seguro 
da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua 
beneficiária.
Dessa forma, as provas de união estável e de dependência econômica exigem início 
de prova material contemporânea dos fatos, produzido em período não superior aos 
24 meses anteriores à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado, não 
admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de 
força maior ou caso fortuito.
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Caso o dependente só possua um dos documentos mencionados produzido em 
período não superior a 24 meses anteriores à data do óbito ou do recolhimento à prisão, 
a comprovação de vínculo ou de dependência econômica para esse período poderá ser 
suprida por justificação administrativa.
No caso de dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, para 
fins de inscrição e concessão de benefício, a invalidez será comprovada por meio de exame 
médico-pericial a cargo da Perícia Médica Federal e a deficiência, por meio de avaliação 
biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
O dependente menor de 21 anos de idade apresentará declaração para atestar a não 
ocorrência das hipóteses de emancipação elencadas no art. 17, III, do RPS.
Por fim, será excluído definitivamente da condição de dependente aquele que tiver 
sido condenado criminalmente por sentença transitada em julgado, como autor, coautor 
ou partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa 
do segurado, ressalvados os absolutamente incapazes e os inimputáveis.
MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO 
(ART. 13 E 14 DORPS)(ART. 13 E 14 DO RPS)
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
Art. 13. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
I - sem limite de prazo, o segurado que estiver em gozo de benefício, exceto na hipótese de 
auxílio-acidente;
II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou das contribuições, observado 
o disposto nos § 7º e § 8º e no art. 19-E;
III - até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação 
compulsória;
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IV - até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso;
V - até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar 
serviço militar; e
VI - até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até vinte e quatro meses, se o segurado já tiver 
pago mais de cento e vinte contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da 
qualidade de segurado.
§ 2º O prazo do inciso II ou do § 1º será acrescido de doze meses para o segurado desempregado, 
desde que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho 
e Emprego.
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a 
previdência social.
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput e no § 1º ao segurado que se desvincular de regime 
próprio de previdência social.
§ 5º A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias 
por tempo de contribuição e especial.
§ 6º Aplica-se o disposto no § 5º à aposentadoria por idade, desde que o segurado conte com, 
no mínimo, o número de contribuições mensais exigido para efeito de carência na data do 
requerimento do benefício.
§ 7º Para o contribuinte individual, o período de manutenção da qualidade de segurado inicia-
se no primeiro dia do mês subsequente ao da última contribuição com valor igual ou superior 
ao salário-mínimo.
§ 8º O segurado que receber remuneração inferior ao limite mínimo mensal do salário de 
contribuição somente manterá a qualidade de segurado se efetuar os ajustes de complementação, 
utilização e agrupamento a que se referem o § 1º do art. 19-E e o § 27-A do art. 216.
Art. 14. O reconhecimento da perda da qualidade de segurado no termo final dos prazos fixados 
no art. 13 ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte individual 
relativa ao mês imediatamente posterior ao término daqueles prazos.
O tema em estudo se refere ao conhecido “período de graça”. Ou seja, é um período em 
que o segurado não verte contribuições para o sistema, mas, mesmo assim, se mantém 
amparado por ele. Por isso é dado o nome desse período como período de graça.
Primeiramente, para manter a qualidade de segurado, é preciso que a pessoa detenha 
essa qualidade.
Dessa forma, indaga-se: deter a qualidade de segurado é estar apenas filiado ao RGPS Dessa forma, indaga-se: deter a qualidade de segurado é estar apenas filiado ao RGPS 
(deter o vínculo jurídico com o RGPS)? Ou, para deter a qualidade de segurado, há algum (deter o vínculo jurídico com o RGPS)? Ou, para deter a qualidade de segurado, há algum 
outro requisito a ser preenchido?outro requisito a ser preenchido?
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A resposta a essa indagação está prevista no art. 183 da IN PRES/INSS n. 128/2002, 
que assim determina:
Art. 183. Qualidade de segurado é a condição atribuída a todo indivíduo filiado ao RGPS que 
possua inscrição e que esteja contribuindo para esse Regime.
Dessa forma, conclui-se que, para que a pessoa detenha a qualidade de segurado, esta 
precisa: (i) estar filiada; (ii) estar inscrita; (iii) estar contribuindo.
Uma vez visto o conceito de qualidade de segurado, volta-se ao estudo do período de graça.
Estudaremos várias situações para melhor explicar o tema.
Na primeira situação, imagine um segurado que fica desempregado. Como regra geral, o 
seu período de graça será de até doze meses. No 8º mês após o desemprego, esse segurado 
sofre um acidente, que determina que tenha uma incapacidade temporária para o trabalho 
em período superior a quinze dias consecutivos. Tal fato enseja a concessão do benefício 
conhecido como auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença).
O benefício será concedido?O benefício será concedido?
Sem dúvida, pois o segurado está no período de graça, ou seja, está no período em que ele 
não está vertendo contribuições para o sistema, mas faz jus aos benefícios previdenciários, 
tendo em vista estar mantendo a sua qualidade de segurado.
Na segunda situação, imagine uma segurada desempregada, que, como regra geral, mantém a 
sua qualidade por até doze meses. Estressada, ela e o marido seguem a sua vida matrimonial, 
continuando a fazer o que estão acostumados. Ou seja, um mês após o desemprego: 
“BIMBA”! Nove meses após o “BIMBA” vem o parto, que é um dos eventos ensejadores do 
salário-maternidade.
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O benefício será concedido?O benefício será concedido?
Sem dúvida, pois a segurada está no período de graça, ou seja, está no período em que ela 
não está vertendo contribuições para o sistema, mas faz jus aos benefícios previdenciários, 
tendo em vista estar mantendo a sua qualidade de segurada.
É importante frisar que o evento ensejador do benefício tem de ocorrer dentro do 
período de graça.
Portanto, em ambas as situações, se o evento ensejador (acidente ou parto) ocorresse 
após o período de graça, ou seja, após a perda da qualidade de segurado, o benefício não 
seria concedido.
Esse tema é de suma importância não apenas para o segurado, mas também para os 
dependentes dele.
Imagine um segurado que fica desempregado. Como regra geral, o seu período de graça será 
de até doze meses. No 8º mês após o desemprego, esse segurado sofre um acidente e vem 
a falecer.
A pensão por morte será concedida para os seus dependentes?A pensão por morte será concedida para os seus dependentes?
Sem dúvida, pois o segurado está no período de graça.
Entretanto, caso a morte ocorresse após o período de graça, ou seja, após a perda da 
qualidade de segurado, o benefício não seria concedido aos seus dependentes.
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Cabe apenas ressaltar que, caso o segurado tivesse preenchido os requisitos para 
obtenção de aposentadoria, mas não se aposentasse, e viesse a perder a sua qualidade de 
segurado, seria concedida a pensão por morte para os seus dependentes.
Imagine um segurado que tenha 65 anos de idade, vinte anos de tempo de contribuição e mais 
de 180 contribuições mensais vertidas para o sistema (carência necessária para a concessão 
do benefício – próximo tópico a ser estudado). Esse segurado fica desempregado e acaba 
perdendo a qualidade de segurado, vindo, posteriormente, a falecer. Nessa situação, seria 
concedida a pensão por morte para os seus dependentes, tendo em vista que o segurado 
preencheu todos os requisitos para se aposentar antes da data do seu óbito, mas não exerceu 
o seu direito enquanto estava vivo.
Tal entendimento encontra-se cristalizado no enunciado de Súmula n. 416 do STJ, 
in verbis:
Súmula n. 416 do STJ: É devida a pensão por morte aos dependentes do segurado que, 
apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção 
de aposentadoria até a data do seu óbito.
Uma vez entendido o tema, passa-se a estudaros períodos em que o segurado mantém 
a sua qualidade, independentemente de contribuições.
PRAZOSPRAZOS
Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
• sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto na hipótese de 
auxílio-acidente;
• até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou das contribuições;
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• até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de 
segregação compulsória;
• até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso;
• até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas 
para prestar serviço militar; e
• até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
O prazo do item II será prorrogado para até 24 meses, se o segurado já tiver pago 
mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade 
de segurado.
Ademais, o prazo do item II ou do parágrafo anterior ainda poderá ser acrescido de 
doze meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por 
registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego.
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Analisam-se casos práticos para melhor entender a ampliação do período de graça.
Imagine um segurado que trabalha há dois anos e fica desempregado, fazendo jus ao seguro-
desemprego. Nessa situação, o segurado terá 24 meses de período de graça (doze meses pelo 
desemprego cumulado com doze meses do desemprego registrado).
Imagine, agora, um segurado que trabalha há vinte anos e fica desempregado, fazendo jus 
ao seguro-desemprego. Nessa situação, o segurado terá 36 meses de período de graça (doze 
meses pelo desemprego cumulado com doze meses por ter mais de 120 contribuições mensais 
cumulado com doze meses do desemprego registrado).
Perceba, portanto, que, no item II, o período de graça pode ser de doze meses, ou 24 
meses, ou 36 meses, dependendo da situação.
Cabe ressaltar que a comprovação da situação de registro no órgão próprio do MTE se 
dará mediante registro no Sistema Nacional de Emprego (SINE) ou pelo recebimento de 
seguro-desemprego dentro do período de manutenção da qualidade de segurado.
Ainda, cabe ressaltar que, conforme entendimento jurisprudencial, a ausência de registro 
em órgão próprio do MTE não impede a comprovação do desemprego por outros meios 
admitidos em Direito, admitindo-se, inclusive, prova testemunhal.
Tal entendimento está previsto na Súmula 27 da Turma Nacional de Uniformização dos 
Juizados Especiais Federais (TNU), que assim dispõe:
A ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho não impede a comprovação 
do desemprego por outros meios admitidos em Direito.
Por fim, para o contribuinte individual, o período de manutenção da qualidade de 
segurado inicia-se no primeiro dia do mês subsequente ao da última contribuição com 
valor igual ou superior ao salário mínimo.
Ademais, o segurado que receber remuneração inferior ao limite mínimo mensal do 
salário de contribuição somente manterá a qualidade de segurado se efetuar os ajustes 
de complementação, utilização e agrupamento.
PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADOPERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO
Quando acontece a perda da qualidade do segurado? Dia seguinte ao fim dos prazos, ou seja, dia 
seguinte ao fim dos doze meses, ou dos três meses, ou dos seis meses?
Não!
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O reconhecimento da perda da qualidade de segurado no termo final dos prazos 
ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte individual 
relativa ao mês imediatamente posterior ao término daqueles prazos.
Apesar de ser uma redação complicada, a regra não é difícil.
Imagine um caso prático!
Imagine um segurado que trabalha há dois anos e fica desempregado, sem que o desemprego 
seja registrado. Nessa situação, o segurado terá doze meses de período de graça.
Entretanto, a perda da qualidade não ocorre no dia seguinte ao final dos doze meses, 
pois ninguém pode afirmar que ele não irá contribuir em relação ao 13º mês. Assim, caso 
contribua em relação ao 13º (como contribuinte individual), o vencimento da obrigação 
apenas acontece no dia 15 do mês seguinte, ou seja, no dia 15 do 14º mês. Assim, a perda 
da qualidade apenas ocorre no dia 16 do 14º mês. Repare que o segurado sempre ganha 
mais um mês e meio de período de graça.
Visualiza-se o explicado por meio de um esquema ilustrativo.
Imagine, portanto, o nosso caso prático acima, cujo período de graça do segurado é de doze 
meses. Infelizmente, o segurado sofre um acidente no dia 13 do 14º mês, que determina 
que tenha uma incapacidade temporária para o trabalho em período superior a quinze dias 
consecutivos.
Será concedido o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença)?Será concedido o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença)?
Sem dúvida, pois o segurado ainda está no período de graça. Ele só perde a qualidade 
de segurado no dia 16 do 14º mês.
Cabe apenas ressaltar que a explicação utilizou o dia 16 como o termo final. Entretanto, 
utilizar o dia 16 é apenas para fins didáticos.
Imagine que o vencimento da obrigação em relação ao 13º mês recaia em um dia que não 
tenha expediente bancário, como, por exemplo, um sábado. Assim, o vencimento é postergado 
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para o dia útil imediatamente posterior, ou seja, o vencimento recairá no dia 17 do 14º mês, 
fazendo com que a perda da qualidade do segurado ocorra apenas no dia 18.
CARÊNCIA (ART. 26 AO 30 DO RPS)CARÊNCIA (ART. 26 AO 30 DO RPS)
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
Art. 26. Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo de contribuições 
mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas as competências 
cujo salário de contribuição seja igual ou superior ao seu limite mínimo mensal.
§ 1º Para o segurado especial, considera-se período de carência, para fins de concessão dos 
benefícios de que trata o inciso I do § 2º do art. 39, o tempo mínimo de efetivo exercício de 
atividade rural, ainda que de forma descontínua, igual à quantidade de meses necessária à 
concessão do benefício requerido.
§ 2º Será considerado, para efeito de carência, o tempo de contribuição para o Plano de Seguridade 
Social do Servidor Público anterior à Lei n. 8.647, de 13 de abril de 1993, efetuado pelo servidor 
público ocupante de cargo em comissão sem vínculo efetivo com a União, autarquias, ainda que 
em regime especial, e fundações públicas federais.
§ 3º Não é computado para efeito de carência o tempo de atividade do trabalhador rural anterior 
à competência novembro de 1991.
§ 4º Para efeito de carência, considera-se presumido o recolhimento das contribuições do 
segurado empregado, do trabalhador avulso e, relativamente ao contribuinte individual, a partir 
da competência abril de 2003, as contribuições dele descontadas pela empresa na forma do 
art. 216.
§ 4º-A Para fins de carência, no caso de segurado empregado doméstico, considera-se presumido 
o recolhimento das contribuições dele descontadas pelo empregador doméstico, a partir da 
competência junho de 2015, na forma prevista no art. 211.
§ 4º-B Para o segurado empregado doméstico filiado ao RGPS nessa condição até 31 de maio de 
2015, o período de carência será contado a partir da data do efetivo recolhimento da primeira 
contribuição sem atraso.
§ 4º-C Para o período de filiaçãocomprovado como empregado doméstico sem a comprovação 
do recolhimento ou sem a comprovação da primeira contribuição sem atraso, será reconhecido 
o direito ao benefício na forma prevista no § 2º do art. 36, independentemente da categoria do 
segurado na data do requerimento.
§ 5º Observado o disposto no § 4º do art. 13, as contribuições vertidas para regime próprio de 
previdência social serão consideradas para todos os efeitos, inclusive para os de carência.
§ 6º Para fins de carência, as contribuições anteriores à data de publicação da Emenda à 
Constituição n. 103, de 12 de novembro de 2019, serão consideradas em conformidade com a 
legislação vigente à época.
Art. 27. (Revogado pelo Decreto n. 5.399, de 2005)
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Art. 27-A. Na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão dos benefícios 
de auxílio por incapacidade temporária, de aposentadoria por incapacidade permanente, de 
salário-maternidade e de auxílio-reclusão, as contribuições anteriores à perda somente serão 
computadas para fins de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação ao 
RGPS, com metade do número de contribuições exigidas para o cumprimento do período de 
carência definido no art. 29.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput ao segurado oriundo de regime próprio de 
previdência social que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social após os prazos a que se 
refere o inciso II do caput e o § 1º do art. 13.
Art. 28. O período de carência é contado:
I - para o segurado empregado, inclusive o doméstico, e o trabalhador avulso, a partir da data 
de sua filiação ao RGPS; e
II - para o segurado contribuinte individual, observado o disposto no § 4º do art. 26, e o segurado 
facultativo, inclusive o segurado especial que contribua na forma prevista no § 2º do art. 200, 
a partir da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso, e não serão 
consideradas, para esse fim, as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências 
anteriores, observado, quanto ao segurado facultativo, o disposto nos § 3º e § 4º do art. 11.
§ 1º Para o segurado especial que não contribui na forma do § 2º do art. 200, o período de carência 
de que trata o § 1º do art. 26 é contado a partir do efetivo exercício da atividade rural, mediante 
comprovação, na forma do disposto no art. 62.
§ 2º O período a que se refere o inciso XVIII do art. 60 será computado para fins de carência.
§ 3º Para os segurados a que se refere o inciso II, optantes pelo recolhimento trimestral na 
forma prevista nos §§ 15 e 16 do art. 216, o período de carência é contado a partir do mês de 
inscrição do segurado, desde que efetuado o recolhimento da primeira contribuição no prazo 
estipulado no referido § 15.
§ 4º Para os segurados a que se refere o inciso II do caput, na hipótese de perda da qualidade de 
segurado, somente serão consideradas, para fins de carência, as contribuições efetivadas após 
novo recolhimento sem atraso, observado o disposto no art. 19-E.
Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado 
o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
I - doze contribuições mensais, nos casos de auxílio por incapacidade temporária e aposentadoria 
por incapacidade permanente; e
II - cento e oitenta contribuições mensais, nos casos de aposentadoria programada, por idade 
do trabalhador rural e especial;
III - dez contribuições mensais, no caso de salário-maternidade, para as seguradas contribuinte 
individual, especial e facultativa, respeitado o disposto no § 2º do art. 93 e no inciso II do art. 101.
IV - vinte e quatro contribuições mensais, no caso de auxílio-reclusão.
Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período de carência a que se refere o inciso III 
será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto 
foi antecipado.
Art. 30. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:
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I - pensão por morte, salário-família e auxílio-acidente de qualquer natureza, observado, quanto 
à pensão por morte, o disposto no inciso V do caput e nos § 3º e § 4º do art. 114;
II - salário-maternidade, para as seguradas empregada, empregada doméstica e trabalhadora 
avulsa;
III - auxílio por incapacidade temporária e aposentadoria por incapacidade permanente nos casos 
de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho e nos casos 
de segurado que, após filiar-se ao RGPS, seja acometido de alguma das doenças ou afecções 
especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Economia, atualizada a cada 
três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro 
fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado;
IV - aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-doença, auxílio-reclusão ou pensão por 
morte aos segurados especiais, desde que comprovem o exercício de atividade rural no período 
imediatamente anterior ao requerimento do benefício, ainda que de forma descontínua, igual 
ao número de meses correspondente à carência do benefício requerido; e
V - reabilitação profissional.
§ 1º Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática e 
por exposição a agentes exógenos, físicos, químicos ou biológicos, que acarrete lesão corporal 
ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução permanente ou temporária 
da capacidade laborativa.
§ 2º Até que seja elaborada a lista de doenças ou afecções a que se refere o inciso III do caput, 
independerá de carência a concessão de auxílio por incapacidade temporária e de aposentadoria 
por incapacidade permanente ao segurado que, após filiar-se ao RGPS, seja acometido por 
alguma das seguintes doenças:
I - tuberculose ativa;
II - hanseníase;
III - alienação mental;
IV - esclerose múltipla;
V - hepatopatia grave;
VI - neoplasia maligna;
VII - cegueira;
VIII - paralisia irreversível e incapacitante;
IX - cardiopatia grave;
X - doença de Parkinson;
XI - espondiloartrose anquilosante;
XII - nefropatia grave;
XIII - estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);
XIV - síndrome da imunodeficiência adquirida (aids); ou
XV - contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada.
Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo de contribuições 
mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas 
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as competências cujo salário de contribuição seja igual ou superior ao seu limite 
mínimo mensal.
O intuito da carência é manter o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema.
Portanto, caso o segurado não contribua com, no mínimo, 180 contribuições mensais, 
não fará jus às aposentadorias programadas (aposentadoria programada, aposentadoria 
por idade do trabalhador rural e aposentadoria especial).
Qual é o conceito de carência para o segurado especial? Não tem, tendo em vista que Qual é o conceito de carência para o segurado especial? Não tem, tendo em vista que 
o segurado especial apenas contribui quando comercializa a sua produção rural?o segurado especial apenas contribui quando comercializa a sua produção rural?
Não! Existe conceito de carência para o segurado especial, conforme preceitua o 
RPS (art. 26, § 1º, do Decreto n. 3.048/1999). Entretanto, o conceito não são contribuições 
mensais vertidas para o sistema, mas o tempo mínimo de efetivoexercício de atividade 
rural, ainda que de forma descontínua, igual ao número de meses necessário à concessão 
do benefício requerido, no caso de benefícios concedidos nos termos do art. 39, § 2º, 
I, do RPS (aposentadoria por idade do trabalhador rural ou por incapacidade permanente, 
de auxílio por incapacidade temporária, de auxílio-reclusão).
Assim, o segurado especial precisa, para fazer jus a aposentadoria por idade do trabalhador 
rural, comprovar que durante 180 meses exerceu a atividade rural, ainda que de forma 
descontínua.
Entende-se como forma descontínua os períodos intercalados de exercício de atividades 
rurais, ou urbana e rural, com ou sem a ocorrência da perda da qualidade de segurado.
Por fim, cabe ressaltar que, para efeito de carência, considera-se presumido o 
recolhimento das contribuições do segurado empregado, inclusive o doméstico (a partir 
da competência junho de 2015), do trabalhador avulso e, relativamente ao contribuinte 
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individual, a partir da competência abril de 2003, as contribuições dele descontadas 
pela empresa.
PERÍODOS DE CARÊNCIAPERÍODOS DE CARÊNCIA
Em relação ao tema carência, é importante saber quais são os benefícios que exigem 
carência para a sua concessão.
Portanto, elabora-se uma lista dos benefícios que exigem carência para a sua concessão. 
Se algum benefício não for mencionado nessa lista, é porque a carência para a sua concessão 
é zero, ou seja, independe de carência para a sua concessão.
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Qual é a carência exigida para a concessão do salário-família, ou da pensão por morte, Qual é a carência exigida para a concessão do salário-família, ou da pensão por morte, 
ou do salário-maternidade para a segurada empregada?ou do salário-maternidade para a segurada empregada?
Zero!
Como dito anteriormente, caso o benefício não conste na nossa lista acima, é porque 
a carência exigida para a sua concessão é zero, ou seja, independe de carência para a sua 
concessão.
Portanto, não fique decorando os benefícios que independem de carência (nem perderei 
tempo listando-os aqui), pois, sabendo os benefícios que exigem carência, automaticamente, 
você sabe quais são os benefícios que independem de carência para a sua concessão.
É de se estranhar a exigência de dez contribuições mensais para a concessão do salário-
maternidade para a segurada especial. Entretanto, nada é estranho! Como já visto, não 
são exigidas dez contribuições mensais vertidas para a concessão do salário-maternidade 
para a segurada especial, mas apenas que a segurada especial comprove que durante dez 
meses exerceu a sua atividade rural, ainda que de forma descontínua.
E se o parto for antecipado? O que acontece com a carência exigida para a concessão E se o parto for antecipado? O que acontece com a carência exigida para a concessão 
do salário-maternidade para as seguradas contribuinte individual, facultativa e se-do salário-maternidade para as seguradas contribuinte individual, facultativa e se-
gurada especial?gurada especial?
Em caso de parto antecipado, o período de carência será reduzido em número de 
contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado.
Assim, imagine uma segurada contribuinte individual que faça a sua inscrição no RGPS e que 
passe a verter as suas contribuições mensais. Dois meses após a inscrição, descobre que está 
grávida de um mês, nascendo o filho prematuramente no 7º mês da gestação.
Essa segurada não terá direito ao salário-maternidade, tendo em vista não ter vertido Essa segurada não terá direito ao salário-maternidade, tendo em vista não ter vertido 
dez contribuições mensais para o sistema, mas apenas oito?dez contribuições mensais para o sistema, mas apenas oito?
Não, uma vez que a carência é reduzida em relação ao número de meses em que o parto 
foi antecipado.
Assim, caso o parto seja antecipado em dois meses, a carência será de oito contribuições 
mensais. Já se o parto for antecipado em um mês, a carência será de nove contribuições mensais.
Perceba que no caso de concessão do auxílio por incapacidade temporária (antigo 
auxílio-doença) e da aposentadoria por incapacidade permanente (antiga aposentadoria 
por invalidez), a carência pode ser zero em duas situações:
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• Acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho;
• Nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das 
doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde 
e da Previdência Social, atualizada a cada três anos, de acordo com os critérios 
de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira 
especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado (art. 30, § 
2º, do RPS).
Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática 
e por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão 
corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução permanente 
ou temporária da capacidade laborativa.
Em suma, é um acidente qualquer, que acarrete lesão corporal ou perturbação funcional 
que cause a morte, a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade laborativa.
Assim, percebe-se que acidente de qualquer natureza ou causa é gênero que abarca 
como espécie o acidente de trabalho.
PERDA DA QUALIDADE DO SEGURADOPERDA DA QUALIDADE DO SEGURADO
Na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão dos benefícios 
de auxílio por incapacidade temporária, de aposentadoria por incapacidade permanente, 
de salário-maternidade e de auxílio-reclusão, as contribuições anteriores à perda somente 
serão computadas para fins de carência depois que o segurado contar, a partir da nova 
filiação ao RGPS, com metade dos períodos de carência exigidos pela legislação previdenciária.
Visualiza-se essa regra por meio de vários casos práticos!
Imagine um segurado que tivesse exercido atividade remunerada pelo período de seis meses, 
ficando desempregado e perdendo a sua qualidade. Após nova filiação, exerceu atividade por 
seis meses e foi acometido de uma doença que exigia carência para a concessão do auxílio 
por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença).
Pela citada regra, seria concedido o auxílio por incapacidade temporária (antigo au-Pela citada regra, seria concedido o auxílio por incapacidade temporária (antigo au-
xílio-doença), tendo em vista que o segurado ficou incapacitado para o trabalho por xílio-doença), tendo em vista que o segurado ficou incapacitado para o trabalho por 
período superior a quinze dias consecutivos?período superior a quinze dias consecutivos?
Sem dúvida, tendo em vista que, uma vez que o segurado contribuiu por seis meses 
(1/2 da carência exigida para a concessão do benefício), recuperou o passado para efeitos 
de carência. Assim, somando-se os seis meses recuperados com os novos seis meses, o 
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segurado já teria vertido doze contribuições mensais, ou seja, teria a carência necessária 
para a concessão do benefício.
Visualiza-se o explicado por meio de um esquema ilustrativo.
Imagine, agora, o mesmo segurado que tivesse exercido atividade remunerada pelo período 
de seis meses, ficando desempregado e perdendo a qualidade de segurado. Após nova filiação, 
exerceu atividade por cinco meses e foi acometidode uma doença que exigia carência para 
a concessão do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença).
Seria concedido o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), tendo Seria concedido o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), tendo 
em vista que o segurado ficou incapacitado para o trabalho por período superior a em vista que o segurado ficou incapacitado para o trabalho por período superior a 
quinze dias consecutivos?quinze dias consecutivos?
Não, tendo em vista que, uma vez que o segurado contribuiu por apenas cinco meses, não 
recuperou o passado para efeitos de carência, pois não tinha 1/2 da carência exigida para 
a concessão do benefício. Assim, o segurado teria apenas as cinco contribuições mensais, 
ou seja, não teria a carência necessária para a concessão do benefício.
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Imagine, por fim, o mesmo segurado que tivesse exercido atividade remunerada pelo período 
de cinco meses, ficando desempregado e perdendo a qualidade de segurado. Após nova 
filiação, exerceu atividade por seis meses e é acometido de uma doença que exige carência 
para a concessão do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença).
Será concedido o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), tendo Será concedido o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), tendo 
em vista que o segurado ficou incapacitado para o trabalho por período superior a em vista que o segurado ficou incapacitado para o trabalho por período superior a 
quinze dias consecutivos?quinze dias consecutivos?
Não, tendo em vista que, ainda que o segurado tenha contribuído por seis meses (1/2 
da carência exigida para a concessão do benefício), recuperou o passado para efeitos de 
carência. Entretanto, somando-se os cinco meses recuperados com os novos seis meses, o 
segurado só teria onze contribuições mensais, ou seja, não teria a carência necessária para 
a concessão do benefício. Portanto, o benefício seria indeferido por ausência de carência.
INÍCIO DA CONTAGEM DA CARÊNCIAINÍCIO DA CONTAGEM DA CARÊNCIA
O período de carência é contado:
• para o segurado empregado, inclusive o doméstico (a partir da competência junho 
de 2015), trabalhador avulso e o contribuinte individual, a partir da competência 
abril de 2003, que presta serviço para a empresa, da data da filiação ao RGPS; e
• para o segurado contribuinte individual, que não presta serviço para empresa, 
inclusive o segurado especial que contribui, facultativamente, como contribuinte 
individual, e o segurado facultativo, da data do efetivo recolhimento da primeira 
contribuição sem atraso, não sendo consideradas para esse fim as contribuições 
recolhidas com atraso referentes a competências anteriores.
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A lógica de o início da carência ser da data da filiação ao RGPS para o segurado empregado, 
inclusive o doméstico (a partir da competência junho de 2015), trabalhador avulso e 
contribuinte individual, a partir da competência abril de 2003, que presta serviço para a 
empresa, é que o responsável pelo recolhimento da contribuição do segurado é da empresa 
ou do empregador doméstico.
É importante frisar que, no caso do início da contagem da carência para os demais 
segurados, na hipótese de perda da qualidade desses segurados, somente serão 
consideradas, para fins de carência, as contribuições efetivadas após novo recolhimento 
sem atraso.
OBSERVAÇÃO SOBRE CARÊNCIAOBSERVAÇÃO SOBRE CARÊNCIA
Primeiramente, é importante frisar que tempo de contribuição (tema que será melhor 
estudado no momento oportuno) não se confunde com carência! Em regra, os períodos são 
coincidentes! Entretanto, há situações em que o período é considerado para fins de tempo 
de contribuição, mas não é considerado para efeitos de carência. Para melhor entendimento, 
inicialmente, conceitua-se tempo de contribuição.
Com a recente reforma da previdência social, implementada pela EC n. 103/2019, 
somente será computada como tempo de contribuição a competência cujo recolhimento 
seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria.
Para entender que há diferença entre os citados institutos, serão apresentados 
alguns exemplos.
O primeiro exemplo se refere ao caso de retroação da data de início das contribuições (DIC).
A retroação da DIC se refere ao período recolhido pelo contribuinte individual anterior à sua 
inscrição, desde que comprovado o exercício de atividade remunerada no respectivo período.
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Imagine um homem que passe a exercer a atividade de vendedor ambulante. Uma vez 
exercendo tal atividade, esse homem estará filiado ao RGPS na qualidade de contribuinte 
individual. Assim, exerce a atividade durante dez anos e, só após esse período, faz a sua 
inscrição, passando a verter contribuições durante quinze anos. Após esse período de quinze 
anos, tal pessoa, com 65 anos de idade, olha para o passado e indaga: “Caramba, se eu tivesse 
contribuído desde o início do exercício da minha atividade, hoje, estaria com condições de 
me aposentar por meio de uma aposentadoria programada!”. Dessa forma, esse segurado 
busca o INSS e protocoliza um processo de reconhecimento da filiação (retroação da DIC), 
pagando esse período de dez anos.
Esse segurado já tem a idade necessária (no mínimo, no caso de homem, 65 anos de Esse segurado já tem a idade necessária (no mínimo, no caso de homem, 65 anos de 
idade), o tempo de contribuição necessário (no mínimo, no caso de homem, vinte anos) idade), o tempo de contribuição necessário (no mínimo, no caso de homem, vinte anos) 
e a carência necessária (no mínimo, 180 contribuições mensais) para se aposentar por e a carência necessária (no mínimo, 180 contribuições mensais) para se aposentar por 
meio de uma aposentadoria programada?meio de uma aposentadoria programada?
Sem dúvida, tendo em vista que, uma vez pago o período da retroação da DIC, tal período 
conta para fins de tempo de contribuição, mas não conta para efeitos de carência, uma vez 
que as contribuições não foram vertidas mensalmente. Ademais, a contagem da carência 
para o contribuinte individual só se inicia com o primeiro recolhimento sem atraso, o que 
só ocorre após a inscrição do segurado junto ao RGPS.
Assim, esse segurado já tem a idade mínima necessária (65 anos, no caso de homem), 
25 anos de contribuição (dez anos de TC da retroação da DIC e quinze anos de TC após a 
inscrição junto ao RGPS, ou seja, além do tempo de contribuição mínimo de vinte anos 
exigido para o homem) e 180 contribuições mensais para efeitos de carência.
Portanto, o período da retroação da DIC, conta para fins de tempo de contribuição, 
mas não conta para efeitos de carência.
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O art. 19-C do RPS elenca as situações em que a legislação previdenciária considera 
como tempo de contribuição (tema que, conforme mencionado, será melhor estudado em 
momento oportuno).
Ademais, com a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), o Poder 
Constituinte Derivado Reformador inseriu o § 14 ao art. 201, assim determinando:
§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos 
benefícios previdenciários e de contagem recíproca.
Dessa forma, não é mais permitida a contagem de tempo de contribuição fictício para 
efeito de concessão de benefícios previdenciários.
Ou seja,

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