Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2FOLHA DIRIGIDA Índice Introdução Português: como estudar? Capítulo 1: Gramática para concursos Capítulo 2: O que estudar de acordo com seu nível Capítulo 3: Como interpretar textos corretamente Capítulo 4: Redação para concursos Capítulo 5: Português e as bancas Capítulo 6: Comece a praticar! 3FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | INTRODUÇÃO Português é uma disciplina certeira em quase todas as provas de concursos públicos. Alguns tiram de letra as questões que envolvem gramática, interpretação de textos e redação. Já ou- tros temem esses conteúdos. Afinal, qual é a melhor forma de se preparar para Português? Quais conteúdos de Gramática não posso deixar de estudar? Existe alguma fórmula para interpretar textos corretamente? E a redação, como elaborar um texto nota 10? Para solucionar suas dúvidas e te ajudar, a FOLHA DIRIGIDA, em parceria com professores conceituados de diversos cursos, elaborou o e-book “Como estudar Português para concursos”. PROFESSORAS QUE PARTICIPARAM DO E-BOOK: # Claudia Barbosa: leciona na Femperj e no Portal da Língua Portuguesa; # Aline Aurora: professora do site AprendaCom; # Vivian Barros: docente de Língua Portuguesa e Redação do curso Ágora; # Tatiana Rodrigues: professora da Degrau Cultural; # Mônica Massad: coordenadora da Academia de Português e Redação. CAPÍTULO POR CAPÍTULO: No capítulo 1, veremos como montar um plano de estudos ide- al para Língua Portuguesa. Porque não adianta querer estudar sem organizar sua rotina de preparação. No capítulo 2, separamos quais conteúdos devem ser estu- dados de acordo com o nível de escolaridade do cargo que almeja. Já no capítulo 3, você aprenderá como interpretar textos cor- retamente e no capítulo 4, como montar uma redação para concursos públicos com dicas exclusivas. As bancas organizadoras possuem formas diferentes de co- brar os conteúdos de Português. No capítulo cinco, desvenda- remos as seis principais bancas do país, Consulplan, Cesgran- rio, Esaf, FCC, Cespe e FGV. No entanto, você até pode saber os conteúdos na teoria, mas praticar é fundamental. Por isso, no capítulo seis apresentamos uma série de questões para você praticar tudo o que apren- deu ao longo deste e-book. PRONTOS PARA O DESAFIO? Com este e-book, você estará preparado para encarar as pro- vas de Português de qualquer concurso público. Vamos nessa! 4FOLHA DIRIGIDA Capítulo 1 GRAMÁTICA PARA CONCURSOS 5FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | GRAMÁTICA PARA CONCURSOS Planejar os estudos para concursos públicos é a chave para aprovação! A professora de Língua Portuguesa, Aline Aurora, complementa ao dizer que o planejamento deve caminhar de mãos dadas com organização e foco. “ “Costumo dizer que concurso público não é apenas para o mais inteligente e sim para o persistente e coerente com aquilo que se predispôs a fazer.” Aline Aurora Não adianta nada você estudar para concurso se sua vida não é organizada e não possui um estudo planejado. Não basta estudar, tem de se preparar, treinar. O concurseiro pode ser comparado a um atleta. Ele pode ter o dom, facilidade ou diversas habilidades. Mas isso não adian- tará se ele não treinar e se preparar. É preciso ter uma vida regrada, organizada, planejada. Os candidatos ao concurso público devem ter uma estratégia de estudo bem definida e usar o tempo a seu favor, saber fazer escolhas efetivas e canalizar toda sua energia para seu objetivo: o termo de posse. ALGUMAS ESTRATÉGIAS SÃO: # Analisar o edital; # Conhecer o perfil da organizadora; # Fazer provas anteriores a fim de que perceba como cada conteúdo é cobrado; # Planejar de modo a conciliar todas as disciplinas do edital. A questão é como estudar e não o quanto estudar. Se a pes- soa acorda e diz: “Ah! Hoje estou com vontade de estudar Por- tuguês”, alguma coisa está errada, segundo a professora Aline Aurora. Para começar, é importante fazer um quadro de horá- rio e segui-lo fielmente. MAS COMO MONTAR UM PLANO DE ESTUDOS DE PORTUGUÊS PERFEITO? Ao estudar Português para concursos, o primeiro passo é ter a disciplina de estudar todos os dias e ter em mãos uma boa gramática. “Não adianta investir rios de dinheiro em Vade Me- cum e não ter uma gramática de qualidade na estante”, expli- ca a professora. Ela recomenda os seguintes autores: # Para os iniciantes: . Nilson Teixeira – “Gramática da Língua Portuguesa para con- cursos” “A linguagem é simples e explana bem o conteúdo, além de oferecer muitas questões para treinar”, identifica a professora. # Para os demais: . Fernando Pestana – “A gramática” “Esta sem sombra de dúvidas é a mais completa do mercado”, garante Aline Aurora. O segundo passo para um bom plano de estudos é montar um cronograma desde a base da Gramática: acentuação, or- tografia, morfologia, sintaxe, concordância, pontuação, etc. Depois de elaborar o cronograma de estudos, o candidato deve administrar sua rotina de preparação de modo que con- siga seguir algumas etapas: aulas (presencial ou online), ques- tões, revisões, resumos (fichas ou mapas mentais) e simulados. A professora Aline Aurora detalha uma estratégia que costuma indicar a seus alunos ao fazer questões: “ “É importante analisar cada alternativa. Não basta procurar a resposta, é importante analisar, escrevendo em cada asserti- va a análise feita. Por exemplo, se for uma questão de função sintática, é bom analisar todas as alternativas e escrever a função de cada uma. Se for uma questão para marcar a crase correta, escrever a justificativa da ocorrência errada da crase nas demais alternativas e assim por diante. Antes que pense algo, digo: isso não é perda de tempo, é revisar o conteúdo enquanto faz as questões. Foi dessa forma que comecei a es- tudar. Funcionou para mim, vai funcionar para você.” DISCIPLINAS NÃO OBRIGATÓRIAS: A maioria dos editais dos concursos não traz a parte de fonéti- ca e fonologia, portanto os conteúdos desses itens podem ficar de fora do planejamento. O ideal é conhecer o concurso e a organizadora para saber quais itens são mais cobrados nos editais. Tudo que está no edital é importante e deve estar no cronograma de estudo. DICA Se organize por um edital verticalizado para não deixar nenhum item do programa de fora. PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS AO PLANEJAR OS ES- TUDOS EM PORTUGUÊS: Segundo a professora Aline Aurora, pular as etapas descritas no plano de estudos e começar a estudar de forma aleatória é a forma mais prejudicial de se estudar Português para con- cursos. Por exemplo, a pessoa gosta de crase, acha mais confortável e começa por esse item. Apesar de gostar, não consegue en- tender porque ainda erra tanto as questões de crase. Simples: pulou etapas. Há vários assuntos ligados entre si para ser bom nesse assunto, por exemplo, precisa estudar artigo, pronomes, regência para depois estudar crase. Isso vale para muitos as- suntos da Língua Portuguesa. CUIDADO COM A NEGATIVIDADE! O concurseiro, quando considera a disciplina difícil, faz questão de dizer isso o tempo todo como um mantra. A cada palavra negativa proferida, alimentamos nosso cérebro com veneno. Se eu digo que tenho bloqueio, como vou aprender se já de- terminei e condicionei meu cérebro a acreditar nisso? Quer aprender? Então, estude sem reclamar. 6FOLHA DIRIGIDA Capítulo 2 O QUE ESTUDAR DE ACORDO COM SEU NÍVEL 7FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | O QUE ESTUDAR DE ACORDO COM SEU NÍVEL Você já deve ter percebido que alguns tópicos de gramática caem em quase todos os concursos, não é mesmo? Pois en- tão, a professora Claudia Barbosa, que leciona na Fundação Escola Superior do Ministério Público do Estado doRio de Ja- neiro (Femperj) e no Portal da Língua Portuguesa (PLP), fala es- pecificamente sobre morfologia e sintaxe. “ “O segredo é estudar essas matérias. Dessa forma, você pode prestar vários concursos e garantir sua vaga. Depois, basta acrescentar as matérias específicas deste concurso em questão.” E para facilitar ainda mais a sua vida, a professora dividiu os conteúdos de gramática por níveis de ensino. - NÍVEL FUNDAMENTAL As provas de Nível Fundamental costumam ser bem mais sim- ples do que as provas dos outros níveis de ensino, tanto em relação ao menor número de questões, quanto ao menor nú- mero de disciplinas cobradas. MORFOLOGIA E FONOLOGIA PARA NÍVEL FUNDAMENTAL # Significado das palavras: os conhecimentos de palavras e termos específicos (sinônimo – antônimo – parônimo – homô- nimo...). # Ortografia: essas provas cobram do candidato conheci- mentos de ortografia, sobretudo relacionados à grafia correta das palavras complexas. # Acentuação: as provas também cobram as regras de acen- tuação, de acordo com as novidades do Novo Acordo Orto- gráfico. # Verbos: normalmente são cobradas as formas irregulares de verbos e, mais raramente, tempos compostos. # Plural das palavras: as provas cobram dos candidatos o plural das palavras, visto que este é um tópico que ainda pode deixar muitos candidatos com dúvidas. SINTAXE PARA NÍVEL FUNDAMENTAL # Termos oracionais: as provas cobram, com muita frequên- cia, a relação dos adjuntos adverbiais, adjuntos adnominais e complementos nominais. # Concordância verbal: as provas cobram muito a relação do sujeito posposto com o verbo. # Regência verbal: as bancas cobram muito a transitividade dos verbos e os seus complementos. # Pontuação: a parte de pontuação também costuma ser co- brada, já que a pontuação incorreta na frase pode acarretar erros de entendimento. - NÍVEL MÉDIO Os concursos que exigem Nível Médio dos candidatos são mui- to mais comuns do que os de Nível Fundamental e as funções a serem exercidas também são muito variadas. Veja quais são os tópicos mais cobrados de Morfologia e de Sintaxe nos concursos de Nível Médio. MORFOLOGIA E FONOLOGIA PARA NÍVEL MÉDIO # Significado das palavras: os conhecimentos de palavras e termos específicos (sinônimo – antônimo – parônimo – homô- nimo – hiponímia ...). # Ortografia: questões de ortografia também caem bastante. Começam a aparecer as conhecidas “pegadinhas”, questões que têm como objetivo confundir os candidatos mais desaten- tos. As mudanças ortográficas relativas ao Novo Acordo Orto- gráfico da Língua Portuguesa também são frequentes e procu- ram atrapalhar os candidatos que ainda não se atualizaram. # Classes de palavras: é muito cobrado o conhecimento do uso adequado dos verbos, dos pronomes, das conjunções e das preposições. SINTAXE PARA NÍVEL MÉDIO # Sintaxe da oração: questões que envolvem os termos essen- ciais da oração e suas funções em determinados contextos. # Regência verbal: as bancas cobram muito a transitividade dos verbos e os seus complementos pronominais. # Crase: muito cobrada, frequentemente, pelas principais ban- cas do Brasil. # Colocação prenominal: as bancas preferem cobrar esse tema em locuções verbais. # Vozes verbais: cobradas frequentemente em reescritura. 8FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | O QUE ESTUDAR DE ACORDO COM SEU NÍVEL - NÍVEL SUPERIOR Segundo a professora, os concursos de Nível Superior exigem ainda mais dos candidatos. Por isso, contam com questões de nível de dificuldade mais alto. Além disso, a própria linguagem da prova também costuma ser mais difícil e formal, cobrando do candidato um nível de conhecimento de vocabulário muito maior do que para os outros níveis. MORFOLOGIA E FONOLOGIA PARA NÍVEL SUPERIOR # Significado das palavras / Adequação vocabular: os conhe- cimentos de palavras e termos específicos (sinônimo – antôni- mo – parônimo – homônimo – hiponímia ...). # Ortografia: as questões de ortografia também aparecem bastante, no entanto, aparecem mais contextualizadas. Nor- malmente, uma frase em que o candidato deverá julgar se a palavra está correta ou não ou adequada para o texto. # Verbos: as provas de Nível Superior também costumam co- brar questões relacionadas aos verbos, tanto aos tempos e modos verbais, quanto à concordância verbal. # Preposições, conjunções e pronomes: outras classes de pa- lavras que são bastante exploradas são estas três, também de forma mais complexa e elaborada que os outros níveis. SINTAXE PARA NÍVEL SUPERIOR # Regência nominal e verbal: as provas também costumam cobrar questões de regência nominal e verbal, que costumam constituir uma grande dificuldade para muitos candidatos. # Concordância verbal e nominal: as provas cobram as fle- xões das palavras em questões relacionadas ao texto. # Crase: muito cobrada no seu aspecto semântico, frequente- mente, pelas principais bancas do Brasil. # Colocação pronominal: as bancas preferem cobrar esse tema em locuções verbais. # Vozes verbais: cobradas frequentemente em reescritura. EVITE ERROS GRAMATICAIS Para a professora Claudia Barbosa, a ideia comum entre os estudantes é recorrer aos recursos da internet para evitar os erros gramaticais. Entretanto, os tradutores ou corretores online são muito limitados. Para isso, ela recomenda outros recursos: # Recorra aos profissionais da área # Busque bons livros # Consulte dicionários e o site VOLP, da Academia Brasileira de Letras, para dúvidas estritamente ortográficas. # Há serviços online com profissionais especializados a sanar dúvidas de terceiros. # No programa do CEFIL (Centro Filológico Clóvis Monteiro), os concurseiros podem mandar suas dúvidas para o e-mail cefiluerj@gmail.com. DICAS BIBLIOGRÁFICAS PARA GRAMÁTICA # A ‘Moderna Gramática Portuguesa’ atualizada pelo Novo Acordo Ortográfico tem como autor Evanildo Bechara, o único representante da Academia Brasileira de Letras no Novo Acor- do Ortográfico. A mais completa e atualizada referência de nossa língua. # Português Descomplicado por Henrique Nuno. O autor apre- senta, de forma simples e objetiva, os tópicos da Língua Portu- guesa cobrados nos diferentes concursos públicos e vestibula- res do país. Ao final de cada capítulo constam exercícios de fixação e questões de provas oficiais dispostos num grau crescente de dificuldade, facilitando a assimilação do conteúdo. São mais de 1.000 exercícios com gabaritos comentados. 9FOLHA DIRIGIDA Capítulo 3 COMO INTERPRETAR TEXTOS 10FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | COMO INTERPRETAR TEXTOS Para a professora Claudia Barbosa, o primeiro passo na resolu- ção de qualquer questão do concurso é saber ler e interpretar um texto. A compreensão do enunciado é a chave essencial para iniciar a resolução dos problemas. Por isso, Interpretação de Texto é o que mais cai nos concursos. “ “Decomponha o texto em suas ‘ideias básicas’ em qual é o foco do texto e quais são os principais conceitos definidos pelo autor. Faça uma leitura analítica para captar sua ideia principal. Depois leia novamente para uma avaliação mais assertiva.” Claudia Barbosa 11 DICAS PARA FAZER INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Provavelmente, você já errou algum exercício quando sabia o conteúdo da questão. A interpretação afeta o nosso relaciona- mento com amigos, familiares, colegas e professores. E também a diversão ao assistir a um filme, ouvir uma música, ver uma série... As próximas dicas da professora Claudia Barbosa têm a in- tenção de melhorar a sua capacidade interpretativa para as provas e também para o dia a dia. 1. APRENDA A INTERPRETAR GRÁFICOS E TABELAS Gráficos e tabelas caem com muita frequência nos concur- sos públicos. Eles também são bastante utilizados porjornais e pelo mercado de trabalho. Entendê-los pode não ser fácil, mas não desista! Quando você aprender como eles funcionam, vai ser cada vez mais fácil fazer a interpretação desse tipo de texto. Esse conteúdo é frequente em questões interdisciplinares, incluindo a redação. # Veja aula sobre interpretação de gráficos de Matemática. # Veja aula sobre interpretação de gráficos e infográficos de Português 2. COLOQUE AS ORAÇÕES NA ORDEM DIRETA A ordem direta é a que organiza as palavras da seguinte for- ma: sujeito + predicado + complemento. Esse é o jeito objetivo de entender uma oração. Faça o exercício de reorganizar as orações que estão na ordem indireta, principalmente os enun- ciados das questões. 3. FIQUE ATENTO A TODOS OS DETALHES Preste atenção a todos os tipos de texto (como infográficos, gráficos, tabelas, imagens, citações, poemas...). Circule os no- mes dos autores, livro e ano de publicação nas referências do texto. Tais detalhes talvez revelem o tema da questão e até mesmo a resposta. 4. PRATIQUE A INTERPRETAÇÃO COM POSTS DAS REDES SOCIAIS Provavelmente você já viu memes ou menes nas redes sociais. Para entender o que significam, é preciso interpretar, no míni- mo, a relação entre dois elementos, que podem ou não estar na imagem. Para praticar, experimente anotar em um papel o que é engraçado no post e quais são os elementos que cau- sam esse efeito de sentido e perceba o contexto atual. 5. LEIA TEXTOS LONGOS IMPRESSOS Depois de uma hora fazendo uma leitura densa, ficamos can- sados. Precisamos ter resistência para não fazer análises equi- vocadas dos textos. Uma das formas de desenvolver a resis- tência é se acostumar a compreender textos longos. Procure fontes relevantes para os assuntos que você estuda no dia a dia. As provas, além de serem úteis para praticar e simular a avaliação, podem ajudar no hábito da leitura des- se tipo de texto. Experimente baixá-las e interpretar os dados na coletânea da redação. Analise também os enunciados das questões de diferentes áreas do conhecimento. Vale lembrar que a maneira que a gente lê um texto impresso e na tela do celular ou computador é diferente. Se você fará provas impressas, prefira ler textos assim. 6. COMPREENDA MÚSICAS As músicas estão presentes no nosso dia a dia e utilizam mui- tas figuras de linguagem. Depois de escutar uma música de que você gosta, reflita sobre a letra. O que o autor quis dizer com ela? Pesquise a letra e tente interpretar o significado de cada estrofe. 7. LEIA TIRINHAS O concurso público costuma avaliar habilidades importantes na vida prática. Tirinhas são facilmente encontradas, são leitu- ras leves, divertidas e sempre precisam de interpretação. Mui- tas vezes elas expõem algum problema social, histórico, ou tem uma crítica implícita. 8. OLHE PARA OS PERÍODOS, VERSOS E PARÁGRAFOS EM CON- JUNTO Escolha uma ou duas palavras que resumam o que você leu nos trechos menores, para lembrar depois. Em seguida, procu- re relações entre o que você acabou de ler. Por exemplo: de oposição, causa e consequência, adição. 9. USE UM DICIONÁRIO Quando estiver lendo, tenha um dicionário por perto e pes- quise o que não entender. Só assim vai ser possível interpretar depois. Para memorizar, anote a palavra que você descobriu o que significa em um caderninho. Ela poderá ser útil para re- solver exercícios e também para a redação. 10. PEÇA A AJUDA AO GOOGLE Todos nós já passamos por situações confusas no momento da leitura. O principal motivo dessa insatisfação com a com- preensão do texto é a falta de repertório. Nessa hora uma pesquisa responsável ao Google poderá ajudar, mas cuidado com a fonte, pois precisa ser confiável. 11. REESCREVA OU EXPLIQUE PARA VOCÊ MESMO Reescreva o que você acabou de ler de maneira resumida e utilizando sinônimos. Se preferir, escreva em tópicos. O objeti- vo dessa dica é ter certeza de que você interpretou o texto e também consegue explicá-lo de maneira simples. 11FOLHA DIRIGIDA Capítulo 4 REDAÇÃO PARA CONCURSOS 12FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | REDAÇÃO PARA CONCURSOS A professora Vivian Barros, do curso Ágora, preparou muitas dicas de como alcançar a mais alta pontuação nas redações. Segundo a professora, o primeiro passo para fazer uma boa redação é analisar alguns tópicos do edital. Ela explica que a redação, muitas vezes, é específica para alguns cargos. Entenda alguns aspectos que as organizadoras podem levar em consideração na redação. “ “Geralmente, as bancas atribuem a pontuação da redação dividindo-as em abordagem do conteúdo e o uso do idioma.” Vivian Barros Vamos ao exemplo da Consulpan: ASPECTOS MACROESTRUTURAIS: É tudo o que tem a ver com a abordagem do tema, do conteúdo e construção do texto. Como não perder pontos na abordagem do tema? “O ideal é que o candidato não faça um recorte muito espe- cífico do assunto (tangenciamento do tema). Nesta parte, a banca vai esperar que candidato fale do tema de forma mais ampla. É isso que chamamos de abordagem do tema e de- senvolvimento do conteúdo.” Como não perder pontos na pertinência de exposição relativa ao problema, à ordem de desenvolvimento proposto? A professora explica que se o candidato prometer ao exami- nador que vai falar dos argumentos X, Y e Z e não desenvolve isso, vai violar a ordem de desenvolvimento proposta. “Quando o candidato faz a introdução, ele se posiciona e dá uma orientação para o examinador de como vai funcionar seu tema. A introdução funciona como um cartão de visitas e o ideal é que o candidato já esclareça quais argumentos ele vai discutir no texto”. ATENÇÃO! Vivian Barros alerta que é fundamental que o can- didato desenvolva os argumentos mencionados na introdução, ao longo do texto. Isso será chamado de parágrafo de desenvolvimento. Como não perder pontos no padrão de resposta? Apesar de muitos candidatos ignorarem o padrão de respos- tas que são disponibilizados no site das bancas como a Con- sulplan e Cespe, a professora explica que é um material im- portante. # O candidato pode baixar as provas dos últimos concursos; # Baixar os temas que a banca privilegia; # E de acordo com o padrão de resposta, o candidato pode analisar o que a banca esperava que você respondesse. Sem se esquecer, é claro, de levar exemplos para o texto para for- tificar a argumentação. ASPECTOS MICROESTRUTURAIS: É o idioma! Na Consulplan, por exemplo, a banca elenca os erros grama- ticais nesta parte. O que eu devo revisar na prova de redação? # Conectores - Sequenciação do texto: o texto precisa ter ele- mentos de coesão para que haja o encadeamento discursivo e que não perca o sentido. # Tempos verbais: apesar de não haver um tempo hábil para que o avaliador faça essa análise de tempos verbais, deve ser levado em conta. # Precisão vocabular: a banca vai ver se o candidato está usando os vocábulos de forma apropriada. # Evitar metáfora: o texto dissertativo argumentativo precisa ser objetivo e fluido, pois a riqueza do texto está nos argu- mentos não em usar palavras mais rebuscadas. A metáfora tem um aspecto muito subjetivo, por isso é importante evitar a subjetividade na sua redação. Errinhos que o examinador procura no texto: # Pontuação: atenção na vírgula! # Concordância verbal e nominal: cuidado na hora de cons- truir os períodos. Cuidados também com plural, singular no su- jeito e predicado. # Regência nominal e verbal # Colocação pronominal # Ortografia # Acentuação Dois tipos de texto que podem ser pedidos no concurso: # Texto argumentativo # Texto expositivo Em relação ao texto argumentativo, o que é interessante avaliar? # Quando a banca pede um texto de proposta de interesse geral, ela espera que o candidato elabore um textodissertati- vo-argumentativo. # Inicie seu texto apresentando uma tese. # Se posicione a cerca do assunto para não fugir da modali- dade pedida pela banca. # Apresentar vários dados, se você não se posicionar. # Cuidado com a limitação do texto. A banca penaliza se o candidato desrespeitar. # Não crie mais uma linha. O examinador vai desconsiderar essa frase. 13FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | REDAÇÃO PARA CONCURSOS ATENÇÃO COM O VOCABULÁRIO! “ “O texto que é considerado adequado e eficiente é aquele que pode ser lido tanto por um leigo quanto por um especialista. Por isso é bom evitar metáforas, usos de jargões.” Vivian Barros VIVIAN BARROS RESPONDE DÚVIDAS SOBRE A ESTRUTURA DA REDAÇÃO # Cabe título na redação? Se a banca já der o tema para o candidato, o título não é necessário. Só se deve colocar o títu- lo na redação se a previsão estiver expressa no edital ou se houver indicação no caderno de prova “coloque um título”. O candidato deve imaginar quantidade de linhas que ele tem para desenvolver um bom texto já é pequena… então por que você vai queimar uma linha, atribuindo um título? # Letra: Pode usar letra de forma? Sim, desde que o candi- dato se atente e consiga diferenciar as letras maiúsculas das minúsculas. Mas ele deve ficar atento, pois alguns editais sinali- zam que na redação não deve ser usada letra de forma. # Pode fazer texto motivador (texto base)? Depende da or- ganizadora, se for a Consulplan , por exemplo ela não traz esse tipo. No caso, o candidato deve se atentar ao tema. # Errei uma palavra, e agora? Evite rasuras para facilitar o en- tendimento do texto. Entretanto, se houver, o candidato deve apenas fazer um risco simples na palavra errada e reescrevê- -la da forma correta logo em seguida. DICAS PARA ESTUDAR TEMAS: VISITE O SITE DO ÓRGÃO Vivian Barros explica que a prova discursiva funciona como uma entrevista. “ “A primeira coisa que sugiro aos meus alunos é visitar o site do órgão para descobrir quais são os assuntos de interesse da instituição. Por dois motivos: existem bancas que gostam de propor temas que tenham relação com a realidade do órgão ou do cargo. Então é fundamental avaliar alguns temas das seleções anteriores.” ESTRUTURA DA REDAÇÃO (INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO) Introdução: Precisa dizer claramente o que o candidato pensa a respeito do tema, o seu posicionamento. # Não precisa elaborar uma grande tese. A banca espera que o candidato conheça o tema e fale o que entende do assunto. # Cuidados: Nunca usar a primeira pessoa do singular nem do plural, apenas terceira pessoa. O exercício dissertativo exige impessoalidade. # É interessante usar as palavras-chave do tema para evitar a fuga do tema. # O candidato pode se apropriar das ideias do texto motiva- dor (se tiver), mas não pode copiá-las. # Em vez de imediatamente escrever algo, reflita sobre o tema e encontrar quais são as palavras-chave. # O tema afeta quem? Onde? Quando? Por quê? Desenvolvimento: O candidato pode trazer argumentos como causas e consequências ou escolher pontos positivos e negativos do tema. Sempre lembrando que cada parágrafo deve levar um argumento. Cuidados: O candidato não deve restringir a abordagem do tema. Se o tema da redação é sobre intolerância, o candidato não pode falar apenas de intolerância religiosa. Quantos parágrafos para ter um bom texto? # O ideal é uma dissertação de 4 a 5 parágrafos. # O desenvolvimento sempre deve ter de 2 a 3 parágrafos. # Mais um parágrafo para introdução e outro para conclusão. # Os parágrafos de desenvolvimento precisam ter harmonia na quantidade de linhas. Assim, o candidato mostra à banca que ele tem domínio para ambos argumentos apresentados. Conclusão: é uma oportunidade que o candidato tem de retomar a tese. Existem dois tipos de conclusão: # Conclusão-resumo - Parágrafo em que se resume as princi- pais ideias apresentadas no texto. # Conclusão-solução - Dar soluções para o problema. Dicas finais para uma boa conclusão: # Use elementos de coesão para indicar conclusão no pará- grafo, como portanto ou diante isso. # Não se deve usar o famoso “concluindo” ou “concluo que”. # Deixe de lado o “mas” ou “entretanto” para não dar ideia adversativa. # Não deixe de colocar o ponto final - Na hora da pressa, al- guns candidatos esquecem e podem sofrer penalização se o ponto final não estiver no texto ou não estiver legível. # A ilegibilidade ou falta de acentos também pode sofrer pe- nalização. # Cuidado com a separação de palavras. Ela deve ser clara e da forma correta. ATENÇÃO! Em ambos tipos de conclusão, o candidato não deve trazer novos argumentos. 14FOLHA DIRIGIDA Capítulo 5 PORTUGUÊS E AS BANCAS 15FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | PORTUGUÊS E AS BANCAS “ “Conhecer a banca é o primeiro passo para ser aprovado no concurso público. Depois, conheça o edital, planeje-se e estude bastante!” Claudia Barbosa CONSULPLAN A Consulplan é hoje conhecida por trazer provas com textos curtos e perguntas simples e objetivas, de múltipla escolha (com cinco alternativas para resposta). De acordo com Claudia Barbosa, os candidatos com boa capacidade de análise terão mais facilidade com as provas da banca. # As questões que abordam interpretação textual são pontos fortes na Consulplan (Interpretação textual: 49 - 41,5 %) # As questões que abordam gramática associada à interpre- tação textual vêm em segundo lugar (Gramática e interpreta- ção textual: 46 – 39 %) # Por fim, as questões que abordam apenas o conteúdo gra- matical são as últimas opções (Gramática: 23 – 19,5 %) CONSULPLAN NA INTERPRETAÇÃO DE TEXTO A professora destaca que a Consulplan prioriza questões vol- tadas para a interpretação de textos, o que torna suas ava- liações “aparentemente mais fáceis”. Entretanto, mesmo nas questões de interpretação exigem do candidato certos conhe- cimentos técnicos, como identificar os gêneros, os tipos textuais e suas principais características. CONSULPLAN NA GRAMÁTICA Quanto ao conteúdo gramatical, a Consulplan tem certa prefe- rência aos conteúdos listados abaixo: # Conjunção # Análise sintática # Pronome # Pontuação # Verbo # Regências Outros tópicos gramaticais também foram localizados nas pro- vas, mas não apresentam número significativo. São eles: # Ortografia # Uso de sufixos e prefixos # Advérbios # Adjetivos # Estrutura do parágrafo # Concordâncias # Funções da linguagem Para a Consulplan, o candidato deve se preparar para uma prova que exigirá dele mais do que o decorar de uma série de regras gramaticais. Na Língua Portuguesa, a abordagem é bem didática. Outra característica é retirar textos geralmente de jornais e de poemas e quase sempre são pequenos. ATENÇÃO! O conteúdo programático estabelecido em edital é sempre respeitado, não ficando quase nunca as- suntos “de fora” da prova. Daí sugere-se a resolução de provas anteriores. 16FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | PORTUGUÊS E AS BANCAS CESGRANRIO Segundo Claudia Barbosa, esta fundação é responsável pela seleção de candidatos para alguns dos concursos mais dis- putados no Brasil, como Petrobras, Banco do Brasil, IBGE, BNDES, entre outros. SOBRE AS PROVAS DE GRAMÁTICA DA CESGRANRIO: # São mais trabalhosas que difíceis e seguem sempre o mes- mo padrão. # Estude as provas anteriores, pois é uma excelente maneira de se preparar para o exame desta banca. # As questões de múltipla escolha estão sempre relacionadas a um texto e podem cobrar tanto a interpretação de aspectos do texto, quanto pontos gramaticais. # Uma boa estratégia para resolver a prova é fazer uma pri- meira leitura do texto,sublinhando as informações mais impor- tantes. # Não esqueça do título na redação e das referências ao final do texto. # Comece a responder as questões atentamente, voltando para o texto que já foi mapeado antes. MAIS DICAS PARA GRAMÁTICA DA CESGRANRIO: # As questões da Cesgranrio tendem a ter um enunciado maior e demandar mais interpretação, se comparadas com as de- mais bancas. # Espere encontrar muitas questões de interpretação, seguida de gramática. # Entre os principais assuntos cobrados estão pontuação, em- prego das classes de palavras, pronomes, concordância e re- gência verbal e nominal, crase e emprego de conectores. # As questões são extensas e testam o nível de atenção do candidato. # No geral, a Cesgranrio tem o costume de repetir muitas ques- tões, portanto resolva as provas anteriores, acostume-se com as palavras usadas pela banca, o estilo, os assuntos envolvi- dos, etc. EM RELAÇÃO AOS TEXTOS DA CESGRANRIO... # Os tipos de texto utilizados pela banca são variados. É pos- sível se deparar com reportagens jornalísticas, charges, artigos de opinião, etc. # Os temas estão sempre relacionados à atualidade e os tex- tos geralmente são recentes. # Quanto mais você estiver atento e em dia com leituras de jornais e revistas impressos ou digitais, mais chances vai ter de compreender as ideias principais do texto. # Atenção no enunciado dos exercícios que às vezes tendem a confundir intencionalmente o candidato! ESAF Segundo a professora Claudia Barbosa, quando falamos sobre a Escola de Administração Fazendária (Esaf), os candidatos fi- cam preocupados, porque a banca tem a fama de elaborar provas bem difíceis! POR QUÊ? A Esaf tem o hábito de elaborar questões com textos e alterna- tivas muito extensas, o que pode levar o candidato à exaustão. Solução: Estude as questões anteriores da banca. A exaustão não será mais um problema, já que estará acostumado com a metodologia. Características da Esaf: provas com aproximadamente 48% de interpretação. São comuns questões de continuação de textos e preenchimento de lacunas nas provas da organiza- dora. COMO RESOLVER? # Para esse tipo de questão, a resposta certa será “a alterna- tiva que continua o texto” ou “assinale a alternativa que não pode ser a conclusão do texto.” # Estude estrutura do parágrafo, coerência e coesão. # As questões híbridas (aquelas que envolvem mais de um conteúdo em cada alternativa) também aparecem nas provas da organizadora. DICA DA PROFESSORA Para não falhar nas questões híbridas da Esaf, não deixe de estudar tipos de coesão, emprego de tem- pos e modos verbais, transposição de voz verbal, correlação verbal, conjugação verbal, ortografia, acentuação, funções do “se”, regência, crase, pon- tuação, transformação de oração reduzida para desenvolvida e vice-versa, colocação pronominal, semântica e concordância. 17FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | PORTUGUÊS E AS BANCAS FCC A Fundação Carlos Chagas também é conhecida por se apro- fundar bastante na questão gramatical. Para a professora Ta- tiana Rodrigues, o candidato que não conhece e não treina os conteúdos morfossintáticos com profundidade não obterá êxito nas questões da FCC. QUESTÕES CERTAS DA BANCA: # A relação do verbo com seu complemento (objeto direto e objeto indireto); # Predicação verbal e vozes verbais (a passagem da voz ativa para a passiva, ou da passiva para a ativa, além do reconhe- cimento sobre em qual voz o verbo se encontra); # Pronomes pessoais e pronomes relativos; # Semântica de conectivos; # Verbos. CESPE Essa é uma das bancas mais temidas dos concurseiros. Isso porque uma questão errada anula uma certa. O Cebraspe (antigo Cespe/UnB) tem um jeito particular de elaborar provas de concursos. As questões são organizadas no tipo Certo x Er- rado que são analisadas individualmente. Um erro faz perder ponto dos acertos. Boa notícia: segundo a professora Tatiana Rodrigues, o Cespe tem se tornado cada vez mais tranquilo na cobrança da Lín- gua Portuguesa. ASSUNTOS RECORRENTES: # É a banca que mais cobra questões de Redação Oficial (mui- tas vezes, de 15 questões de Português, cobra 7 desse tema); # Acentuação; # Vírgulas nas orações adjetivas; # Pronomes relativos; # Semântica de conectivos, como em qualquer banca (sobre- tudo os de oposição). FGV Por último, mas não menos importante, a Fundação Getulio Var- gas costuma empregar dificuldade na análise de suas ques- tões. CARACTERÍSTICAS DA FGV, SEGUNDO A PROFESSORA TATIANA RODRIGUES: # Fundamentalmente semântica; # Adepta a questões que geram ambiguidade. FORMAS DE COBRANÇA: Questões que envolvam a troca de ordem dos termos, pergun- tando se essa mudança altera sentidos, além de questões que envolvem classificação de orações e orações reduzidas. TEMA RECORRENTE: Semântica de conectivos. 18FOLHA DIRIGIDA Capítulo 6 COMECE A PRATICAR! 19FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | COMECE A PRATICAR! Depois de aprender a montar seu plano de estudos em Língua Portuguesa, saber quais assuntos são mais cobrados em Gra- mática para concursos, que tal começar a praticar? Neste capítulo você verá dicas exclusivas da professora Aline Aurora e exercícios para colocar em prática todos os conheci- mentos adquiridos. Vamos nessa? DICA 1 – PRONOME INDEFINIDO X ADVÉRBIO DE INTENSIDADE É muito comum confundir a classe gramatical das palavras “mais, muito, bastante, pouco”. No entanto, você verá que não é tão difícil assim. Vou explicar com uma análise gramatical e uma semântica (sentido das palavras). Escolha a que achar mais fácil. Aspecto gramatical: é necessário saber que o advérbio é uma palavra invariável (não flexiona) e liga-se a três classes gra- maticais (adjetivo, verbo e outro advérbio). Já o pronome, ge- ralmente, é uma palavra variável (flexiona em gênero e em número) e liga-se a um substantivo. Aspecto semântico: lembre-se de que o pronome é um quan- tificador, ou seja, expressa ideia de quantidade, indefinida cla- ro. Já o advérbio expressa ideia de intensidade. Observe os exemplos a seguir: Comprei muitas flores. (flores = substantivo, logo “muitas” = pronome). Havia menos pessoas na sala hoje. (pessoas = substan- tivo, logo “menos” = pronome). É importante observar que alguns pronomes indefinidos são variáveis, como ocorre na frase 1; outros são invariáveis, como ocorre na frase 2. Nunca esqueça a semântica. Ela costuma ser uma ótima aliada. Veja que, nas frases 1 e 2, os pronomes (muitas, menos) indicam ideia de quantidade de flores e pes- soas. Vejamos agora alguns advérbios: Pedro estava bastante alegre. (alegre = adjetivo, logo “bastante” = advérbio). Pedro estuda muito. (canta = verbo, logo “bem” = advér- bio). Conseguiu perceber que, nas frases 3 e 4, os advérbios inten- sificam “para mais” o adjetivo “alegre” e o verbo “estudar”, res- pectivamente? NÃO ESQUEÇA! pronome = quantidade / advérbio = intensidade Agora que você já entendeu, darei uma DICA RÁPIDA para o momento de pânico!!! Nas frases a seguir, vamos classificar as palavras sublinhadas, ok? Ficou bastante tempo na fila. Ficou bastante preocupado. Use o seguinte macete: Substitua o termo sublinhado pela pa- lavra MUITO e tente passar as frases para o plural ou para o feminino. Se a palavra MUITO variar, significa que a palavra bastante será pronome indefinido. Caso contrário, será advér- bio. Observe: Ficou MUITAS horas na fila. Ficou MUITO preocupada. PALAVRAS SUBSTITUÍDAS: # TEMPO - HORAS. # PREOCUPADO - PREOCUPADA. # BASTANTE - MUITO. Observe que houve concordância entre os termos (muitas ho- ras). Isso quer dizer que, na primeira frase, BASTANTE é prono- me indefinido.Já na segunda frase, não houve concordância entre os termos (muito preocupada). Isso significa que BASTAN- TE é advérbio. Espero que tenha entendido. Agora que tal entender isso numa questão de concurso? Tente fazer antes de ler o comentário da questão. (FGV / IBGE / 2017) No texto 1, há três ocorrências do vocá- bulo “mais”: (1) “...joga mais luz sobre a origem da vida”; (2) “... uma das mais importantes publicações científicas” e (3) “...será o mais antigo registro de vida na Terra”. Sobre essas ocorrências, é correto afirmar que em: (A) (1) e (2) “mais” tem valor de intensidade; (B) (1) e (3) “mais” tem valor de quantidade; (C) (2) e (3) “mais” tem valor de intensidade; (D) (2) “mais” tem valor de quantidade indeterminada; (E) (3) “mais” tem valor de quantidade determinada. COMENTÁRIO: questão pede o valor semântico do termo MAIS (quantidade ou intensidade). Você nunca pode esquecer que pronome indica quantidade indefinida (ou indeterminada, como dita na questão) e advérbio indica intensidade. Na frase (1), o termo MAIS é pronome, pois está ligado ao substantivo LUZ, portanto é quantidade de luz. Já nas frases (2) e (3), a palavra MAIS é advérbio, pois está ligada aos adjetivos IM- PORTANTE e ANTIGO, respectivamente, portanto expressa ideia de intensidade. Feita essa análise, você acerta a questão cujo gabarito é letra C. 20FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | COMECE A PRATICAR! DICA 2 - (LOCUÇÃO VERBAL X TEMPO COMPOSTO) A locução verbal é formada por dois ou mais verbos que se unem e desempenham, em uma oração, o valor equivalente ao de um único verbo. A locução é composta por VERBO AU- XILIAR + VERBO PRINCIPAL. O verbo principal sempre estará na forma nominal (infinitivo, gerúndio ou particípio). Exemplos: Ele parece estar feliz. (auxiliar + infinitivo) Pedro está estudando agora. (auxiliar + gerúndio) Ninguém tinha encontrado o livro certo. (auxiliar + particí- pio) Quando a locução verbal é formada pelos verbos auxiliares “TER” ou “HAVER” + PARTICÍPIO, temos um tempo composto. Que- ro dizer que todo TEMPO COMPOSTO é uma locução verbal, mas cuidado: nem toda locução verbal é um tempo composto, ok? PARA LEMBRAR: # TER / HAVER + PARTICÍPIO – Locução verbal de um TEMPO COMPOSTO. # AUXILIAR + INFINITIVO – Apenas locução verbal. # AUXILIAR + GERÚNDIO – Apenas locução verbal. CUIDADO! Verbos que não formam locução verbal: causativos (MANDAR / DEIXAR / FAZER) e sensitivos (VER / OUVIR / SENTIR). Nesses ca- sos, teremos um período composto: O professor deixou entrar o aluno. (o professor deixou que entrasse o aluno) DICA RÁPIDA Se os verbos tiverem o mesmo sujeito, será uma lo- cução verbal. Caso contrário, haverá duas orações. Observe que na frase acima, há sujeitos diferentes para cada verbo (professor deixou / aluno entrar). (ALINE / 2017) Assinale a opção em que não há uma locução verbal: (A) O rapaz tinha lido o material errado. (B) O estudo vai se tornando cada vez mais agradável. (C) O rapaz deixou de estudar na hora errada. (D) O funcionário viu chegar o documento. COMENTÁRIO: Uma forma rápida de resolver essa questão é observar se há um sujeito para cada verbo ou procurar verbo causativo ou sensitivo. GABARITO: LETRA D (A) Quem tinha lido o livro errado? O rapaz. (tempo composto – locução verbal) (B) O que vai se tornando mais agradável? O estudo (locução verbal) (C) Quem deixou de estudar? O rapaz – o verbo deixar aqui não é causativo (locução verbal) (D) Quem viu? O funcionário / O que chegou? O documento – aqui há um verbo sensitivo (VER) DICA 3 – (ANEXO x EM ANEXO) Às vezes bate aquela dúvida na hora de enviar um e-mail. Como se referir ao arquivo que irá junto com a mensagem? Está anexo ou em anexo? A língua portuguesa admite o uso das duas formas. Ambas as expressões estão corretas e re- presentam a ligação entre dois termos. Agora, é preciso saber usar cada uma. Veja os exemplos: Segue o documento em anexo. Segue o documento anexo. Seguem as fotos anexas. O termo “anexo” é um adjetivo e concorda em gênero e em número com o substantivo a que se refere. Já a expressão “em anexo” é uma locução adverbial, portanto é INVARIÁVEL. (FUMARC / PREFEITURA DE BELO HORIZONTE / 2011) Levan- do em consideração a língua padrão escrita, assinale a frase CORRETA: (A) Em anexo, seguem os documentos oficiais. (B) Segue anexo a coleta de preços. (C) As reclamações dos funcionários seguem anexo. (D) Segue anexa as partituras musicais. COMENTÁRIO: Toda vez que aparecer a expressão “em anexo”, ela deve ficar invariável. Já o termo “anexo” deve sempre con- cordar com o substantivo a que se refere. RESPOSTA LETRA A. Vamos corrigir as alternativas erradas: (B) Segue ANEXA a coleta; (C) As reclamações seguem ANEXAS; (D) SEGUEM ANEXAS as partituras. 21FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | COMECE A PRATICAR! DICA 4 – ACERCA DE X A CERCA DE X HÁ CERCA DE E aí... sabe a diferença entre ACERCA DE, A CERCA DE e HÁ CER- CA DE? É muito simples. Guarde as informações do quadro a seguir para não errar mais. SIGNIFICA EXEMPLOS A CERCA DE “a respeito de” ou “sobre”: Estávamos conver- sando acerca da prova. A CERCA DE ou CERCA DE “perto de”, “aproxi- madamente”, “próximo de”: O rapaz foi encon- trado a cerca de 10 m do local. HÁ CERCA DE (tempo decorrido) “faz aproximada- mente” “há aproxi- madamente” O curso foi lançado há cerca de dois anos. (FGV / PREFEITURA DE CUIABÁ – MT / 2015) “A questão acerca da aposentadoria das mulheres...”. Assinale a opção que indica a expressão sublinhada que está corretamente grafada. (A) Há cerca de dez dias todos os políticos defendiam a apo- sentadoria. (B) As mulheres trabalham acerca de cinco anos menos que os homens. (C) A discussão na Câmara era a cerca da lei de aposenta- doria. (D) Nada se discutiu a cerca da nova lei. (E) Estamos acerca de dez dias do final do ano COMENTÁRIO: Para resolver essa questão, bastar substituir a expressão destacada por outra equivalente, como: acerca de = sobre; a cerca de = aproximadamente; Há cerca de = há aproximadamente. A letra A está correta, pois temos ideia de tempo decorrido e pode ser substituído por “há aproxima- damente”. Na letra B, deveria ser A CERCA DE (= aproximada- mente); na letra C, deveria ser ACERCA DE (= sobre); na letra D, deveria ser ACERCA DE (= sobre); na letra E, deveria ser A CERCA DE (= aproximadamente). GABARITO – LETRA A DICA 5 – USO DOS PORQUÊS Muita gente se pergunta se é para usar “porque” (junto) ou “por que” (separado). Então, vamos aprender para não esquecer mais, ok? # PORQUE – É uma conjunção; equivale a “POIS”. # PORQUÊ – É um substantivo; vem precedido de artigo (equi- vale a “O MOTIVO”). # POR QUE – Pode ser um pronome interrogativo (aparece em perguntas diretas ou indiretas); equivale a POR QUE RAZÃO. Pode ser um pronome relativo preposicionado; equivale a “PELO QUAL” ou “PELA QUAL”. # POR QUÊ – É um pronome interrogativo, aparece no final de frase ou antes de alguma pontuação. EXEMPLOS PORQUE = POIS Aprendeu porque estudou. PORQUÊ = O MOTIVO Não sabemos o porquê do barulho. Não sabemos o motivo do barulho. POR QUE = POR QUE RAZÃO = PELO QUAL / PELA QUAL Por que (razão) não veio? Não conheço a rua por que passei. (pela qual passei) POR QUÊ = POR QUE RAZÃO (antes de pontua- ção) Não veio por quê? Agora tente fazer a questão antes de ler o comentário. (CONSULPLAN / TJ-MG / 2017) Estabeleça a associação correta entre a 1ª coluna e a 2ª considerando o emprego do por que / porque. (1) “Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas mu- lheres [...]. ” (2º§) (2) “Misoginia é o ódio contra as mulheres apenas porque são mulheres. ” (4º§) ( ) Faltei_____________ você estava doente. ( ) Todos sabem _____________ não poderei estar presente. ( ) Não se sabe ____________realizou tal procedimento. ( ) Este ponto de vista é _________não há manifestação de outro pensamento. A sequência está correta em: (A) 1, 1, 1, 2 (B) 1, 2, 1, 2 (C) 2, 1, 1, 2 (D) 2, 2, 2, 1 COMENTÁRIO: Na coluna (1), temos um pronome interrogativo numa pergunta indireta. Observe que conseguimos colocar a palavra RAZÃO depois do pronome; na coluna (2), é uma con- junção, que equivale a “pois”. As lacunas devem ser preenchi- das da seguinte forma: ( ) Faltei PORQUE você estava doente. (= POIS) ( ) Todos sabem POR QUE não poderei estar presente. (= POR QUE RAZÃO) ( ) Não se sabe POR QUE realizou tal procedimento. (= POR QUE RAZÃO) ( ) Este ponto de vista é PORQUE não há manifestação de ou- tro pensamento. (= POIS – aqui a substituição por “pois” ficaria estranha, mas é fácil perceber a ideia explicativa). GABARITO: LETRA C 22FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | COMECE A PRATICAR! DICA 6 – PALAVRA SE (PIS ou PA) Questões sobre a palavra SE são recorrentes em concurso. Va- mos saber a diferença entre PIS (partícula de indeterminação do sujeito) e PA (partícula apassivadora). # A palavra SE será PIS quando ligada a verbo transitivo indi- reto (VTI), verbo transitivo direto + objeto direto preposicionado (VTD + OD prep.), verbo intransitivo (VI) e verbo de ligação (VL). # A palavra SE será PA quando ligada a verbo transitivo direto (VTD) e verbo transitivo direto e indireto (VTDI). Saber essa diferença é importante para você resolver questões de vários itens do edital, como: voz verbal, concordância e ti- pos de sujeito. Por essa razão, tente guardar no coração todas as informações do quadro a seguir: “PIS” “PA” TRANSITIVIDADE VERBAL VTI = Precisa-se de dinheiro. VTD + OD prep. = Comeu-se do bolo. VI = Vive-se bem aqui. VL = Era-se feliz. VTD = Leu-se o livro. VTDI = Deu-se o recado a Pedro. VOZ VERBAL Voz ativa Voz passiva sinté-tica TIPO DE SUJEITO Sujeito indetermi-nado Sujeito simples ou composto CONCORDÂNCIA Verbo SEMPRE no singular Verbo concorda com o sujeito Para ter certeza de que se trata de uma partícula apassiva- dora (PA), passe a frase para a voz passiva analítica. Exemplo: Leu-se o livro = O livro foi lido. Observe que a palavra “livro” é o sujeito do verbo ler. Se o sujeito estiver no plural, o verbo irá também para o plural. Observe: Leram-se os livros = Os livros foram lidos. Vamos ver como esse assunto pode ser cobrado em concurso. (VUNESP / TJ-SP / 2017) Leia o texto para responder à ques- tão. Confirmando-se a análise do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, a maior parte do Nordeste brasileiro en- frentará mais três meses de chuvas abaixo do normal, de abril a junho, prolongando uma seca que já dura cinco anos. (Folha de S.Paulo, 03.04.2017) Na oração “Confirmando-se a análise do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos...”, a palavra “se” tem o mesmo emprego que se verifica em: (A) Se houve restrições ao seu projeto, é porque precisa de melhorias. (B) Vivia-se muito bem por aqui, antes da invasão dos turistas. (C) Precisa-se de técnico em informática, com referências atu- alizadas. (D) Observa-se a fascinação das pessoas pelos recursos tec- nológicos. (E) Os jovens amaram-se de imediato, quando se conhece- ram nas férias de verão. COMENTÁRIO: Primeiro passo é fazer a análise da palavra SE presente no enunciado. Observe que o verbo “confirmando” é transitivo direto, portanto temos uma partícula apassivadora (PA), pois é possível passar para voz passiva analítica: “Confir- mando-se a análise” = “a análise SENDO CONFIRMADA”. Agora é só procurar um verbo transitivo direto + PA. Gabarito: letra D (Observa-se a fascinação = a fascinação é observada). Na le- tra A, a palavra SE é conjunção; nas letras B e C, é PIS (partícula de indeterminação do sujeito); na letra E, pronome recíproco, pois indica reciprocidade. DICA 7 – PALAVRA QUE (PRONOME RELATIVO X CONJUÇÃO IN- TEGRANTE) Vamos a uma dica rápida para saber a diferença entre pro- nome relativo (QUE) e conjunção integrante (QUE) a partir dos exemplos a seguir: Já li o livro que me deu. (Já li o livro O QUAL me deu) Quero que leia aquele livro. (Quero ISSO) Na frase (1), a palavra QUE é um pronome relativo, pois se re- fere a livro e pode ser substituído pelo pronome O QUAL. Na frase (2), a palavra QUE é uma conjunção integrante, pois a oração “que leia aquele livro” pode ser substituída pelo prono- me ISSO e completa o sentido do verbo QUERER. INFORMAÇÕES IMPORTANTES PRONOME RELATIVO CONJUNÇÃO INTEGRANTE Refere-se a um antecedente. Não se refere a um termo antecedente. Inicia uma oração adjetiva. Integra uma oração substan-tiva. Equivale a O QUAL / A QUAL. A oração equivale a ISSO. Nunca aparece depois de verbo. Pode aparecer depois de verbo. Vamos a uma questão de concurso. Tente fazer antes de ler o comentário, ok? (CESGRANRIO / FINEP / 2011) A palavra em destaque na frase: “As coisas novas que aprendo exercitam o cérebro.” tem a mesma classe da palavra destacada em: (A) “[...] um sintoma de que eu me tornaria” (L. 7-8) (B) “[...] um teste vocacional que, para minha imensa surpresa, deu arquitetura (L. 23-25) (C) “Tenho a comunicar que – aos 58 anos – comecei a ter aulas de piano” (L. 32-33) (D) “Dizem que, quando chegamos a uma certa idade, é bom aprendermos” (L. 40-41) (E) “Acho que nunca vou conseguir fazer piruetas patinando, [...]” (L. 45-46) COMENTÁRIO: Nesse tipo de questão, é muito comum a banca colocar pronome relativo e conjunção integrante nas alterna- tivas. O primeiro passo é analisar a classe da palavra QUE do enunciado. Vejamos: a palavra QUE pode ser substituída por AS QUAIS (as coisas novas AS QUAIS aprendo...), logo só pode ser pronome relativo. Comece, então, eliminando todas as pa- lavras QUE as quais vierem depois de verbo (lembre-se: PRO- NOME RELATIVO NUNCA VEM DEPOIS DE VERBO). Assim, já elimi- namos as alternativas C, D e E. Viu como ficou fácil? Na letra A, temos uma conjunção integrante, pois podemos substituir pelo pronome ISSO (um sintoma DISSO); na letra B, substituímos por O QUAL (um teste vocacional O QUAL ... deu arquitetura). GABARITO: LETRA B. 23FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | COMECE A PRATICAR! DICA 8 – ADJUNTO ADNOMINAL X COMPLEMENTO NOMINAL Para diferenciar o adjunto adnominal do complemento nomi- nal, é preciso reconhecer a que termo se relaciona. # Será Adjunto Adnominal (AA) se o elemento se relacionar com substantivo (concreto ou abstrato). Os livros de Pedro são raros. (livros = substantivo concre- to) # Será Complemento Nominal (CN) se o elemento se relacio- nar com adjetivo, advérbio ou substantivo (só abstrato). Tenho medo de escuro. (medo = substantivo abstrato) Pedro é fiel aos seus valores. (fiel = adjetivo) Pedro votou favoravelmente a seu amigo. (favoravel- mente = advérbio) Mas só isso não basta. Quando o termo é preposicionado e se liga a um substantivo abstrato, a confusão começa: será ad- junto ou complemento? Você verá que não é tão complicado assim. AA AGENTE CN PACIENTE O amor dos pais é fundamental. (os pais amam – AA) O amor aos pais é fundamental. (os pais são amados – CN) Observe que os termos “aos pais” e “dos pais” se ligam ao substantivo abstrato AMOR. Pensando que o substantivo abs- trato expressa, em sua maioria, ideia de ação, pois vem de um verbo (AMOR vem de AMAR), basta observar se o termo pre- posicionado pratica ou sofre a ação. Na primeira frase, os pais amam, então temos AA; já na segunda, os pais são amados, logo CN. Guarde no coração a seguinte tabela: ADJUNTO NOMINAL COMPLEMENTONOMINAL Pode ou não ter preposição DEVE ter preposição(obrigatória) Pode indicar posse Não indica posse Tem valor de agente (pratica a ação) Tem valor de paciente (sofre a ação) Liga-se a um: substantivo concreto substantivo abstrato Liga-se a um: substantivo (somente abstrato) adjetivo advérbio DICA RÁPIDA O adjunto adnominal apresenta valor de agente (pratica a ação expressa pelo substantivo a que se refere). O complemento apresenta valor de pacien- te (sofre a ação expressa pelo substantivo a que se refere). Vamos ver como a banca FGV cobrou esse conteúdo. (FGV / PREFEITURA DE NITERÓI / 2015) Considerando os seguin- tes segmentos do texto 1: “redução da maioridade penal” e “inclusão de jovens”, a afirmação correta sobre o papel dos termos sublinhados é: (A) os dois termos exercem a função de adjuntos adnominais; (B) apenas o primeiro termo exerce a função de adjunto; (C) apenas o segundo termo exerce a função de adjunto; (D) os dois termos exercem a função de complementos nomi- nais; (E) apenas o primeiro termo exerce a função de complemento. COMENTÁRIO: Os termos sublinhados estão ligados a um subs- tantivo abstrato, então a dica é identificar se eles apresentam valor de agente ou paciente. Os dois termos apresentam valor de paciente (a maioridade penal é reduzida / os jovens são incluídos), então ambos são complementos nominais. RESPOSTA: LETRA D. DICA 9 - PRONOME LHE: OBJETO INDIRETO OU ADJUNTO AD- NOMINAL Você sabia que o pronome oblíquo LHE nem sempre é objeto indireto (OI)? Pois é!!! Vamos saber essa diferença agora. Ob- serve: LHE – Objeto Indireto (OI): # Completa o sentido de um verbo transitivo indireto (VTI). # Pode ser substituído por A ELE / A ELA. LHE – Adjunto Adnominal (AA): # Apresenta ideia de posse. # Pode ser substituído por SEU, SUA, DELE, DELA. Agora fica fácil saber a função sintática do pronome “lhe”. Deram-lhe um presente lindo. (Deram A ELE = OI) Pegaram-lhe os documentos. (Pegaram os documentos DELE = AA) Vamos a uma questão! (ESPP / COBRA / 2013) Considere o período abaixo. Era a ideia que lhe fervia na cabeça. A função sintática do termo destacado é: (A) adjunto adnominal (B) adjunto adverbial (C) objeto direto (D) objeto indireto COMENTÁRIO: O pronome LHE apresenta ideia de posse e pode ser substituído por DELE ou DELA. Vejamos: Era a ideia que fervia na cabeça DELE. Por essa razão, apresenta a função de adjunto adnominal. RESPOSTA: LETRA A. 24FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | COMECE A PRATICAR! DICA 10 - CRASE FACULTATIVA Observe como é fácil fazer questão de crase facultativa. (IBFC / SEAP-DF / 2013) Indique a alternativa em que o sinal da crase é facultativo: (A) O paciente foi socorrido às pressas (B) Hoje cedo, Sofia voltou à casa da mãe. (C) Morte de bebês leva à punição de médico. (D) Esse assunto se refere à sua casa. COMENTÁRIO: Se cair no concurso questão de crase faculta- tiva, basta procurar na frase as seguintes palavras: nome de mulher, ATÉ, MINHA, TUA, SUA, NOSSA. Ficou fácil, viu? GABARITO: LETRA D, pois apareceu o pronome possessivo SUA. Nas de- mais alternativas, todas as crases são obrigatórias: letra A) nas locuções femininas; letra B) a palavra casa está definida; letra C) antes de palavra feminina. DICA 11 - CONCORDÂNCIA - FALTA X FALTAM Qual seria a frase correta? Falta algumas páginas para ler. Faltam algumas páginas para ler. Cuidado com os verbos FALTAR, BASTAR, RESTAR, ACONTECER e SOBRAR. Em geral, eles aparecem antes do sujeito, causando confusão na hora de concordar, pois muitos pensam que o termo seguinte é objeto direto. No entanto, esses verbos são INTRANSITIVOS, logo não pedem objeto, ok? Então, você precisa localizar o sujeito para fazer a concordância. Observe # FALTAM algumas páginas para ler. # ACONTECERAM vários PROBLEMAS ontem na festa. # RESTAM mais itens para estudar. SEMPRE LEMBRAR A crase será facultativa apenas em 3 casos: # Antes de nome de mulher - Entreguei o livro à Va- lentina. / Entreguei o livro a Valentina # Depois da preposição ATÉ - Fui até à padaria. / Fui até a padaria # Antes de pronome possessivo feminino - Assistiu à minha aula. / Assistiu a minha aula COMENTÁRIO: Nessa questão, a banca resolveu cobrar 2 as- suntos: diferença entre MAS X MAIS e concordância com verbo FALTAR. Vamos por parte: MAS (= porém) e MAIS (contrário de MENOS). O verbo FALTAR é intransitivo, portanto devemos pro- curar o sujeito, que é a palavra “ideias”. Agora já podemos re- solver a questão. Observe que há uma relação de oposição entre as orações, e o verbo FALTAR deve concordar com o su- jeito “ideias”, portanto o correto é “Marcos é esforçado, mas fal- tam-lhe ideias”. GABARITO: LETRA B DICA 12 – SUJEITO PARTITIVO (A MAIORIA, PARTE DE, GRANDE PARTE...) A maioria dos alunos ESTUDA ou ESTUDAM? Já se fez essa pergunta? É comum ficar na dúvida, mas nesse caso não fique mais, pois as duas formas estão corretas. Va- mos entender o motivo. A regra é a seguinte: quando houver sujeito partitivo + es- pecificador, o verbo pode concordar com o núcleo do sujeito (ideia partitiva) ou com o especificador. A maioria dos alunos ESTUDA. A maioria dos alunos ESTUDAM. CUIDADO!!! VERBO FICA NO EXEMPLO Sujeito Partitivo + Especificador no plural SINGULAR ou PLURAL A maioria dos alu- nos estuda. A maioria dos alu- nos estudam. Sujeito Partitivo + Especificador no singular SINGULAR A maioria da po-pulação vota. Sujeito partitivo sem especificador SINGULAR A maioria estuda. Vejamos como isso pode ser cobrado em concurso público: (AOCP / UFPEL / 2015) Em “A maioria dos outros experimentou o primeiro cigarro antes dos 26”, o verbo em destaque: (A) deveria estar no plural para concordar com o sujeito “ou- tros”. (B) está no plural por concordar com “outros”. (C) deveria estar no singular para concordar com “maioria”, mas não está. (D) está no singular por concordar com “maioria”. (E) está conjugado no tempo presente do indicativo. COMENTÁRIO: Se aparecer sujeito partitivo + especificador, lem- bre-se de que o verbo PODE concordar com o termo MAIORIA ou com o especificador “DOS OUTROS”. GABARITO – LETRA D. Vamos analisar as alternativas: A) “outros” não é o sujeito, mas sim o especificador. O verbo poderia concordar com ele. B) o verbo não está no plural. C) o verbo está no singular. D) está no pretérito perfeito. em caso de sujeito oracional, o verbo ficará sem- pre no singular. Exemplos: FALTA ler algumas páginas (sujeito = ler). Na ordem direta temos: ler algumas páginas FALTA. ATENÇÃO Agora uma questão para ver se entendeu! (ZAMBINI / MPE-SP / 2016) Marcos é esforçado, _______ ide- ais. Assinale a alternativa que completa esse enunciado de acordo com a norma culta. (A) mais falta-lhe (B) mas faltam-lhe (C) mais faltam-lhe (D) mas falta-lhe 25FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | COMECE A PRATICAR! DICA 13 – RELAÇAO DE CAUSA E EFEITO Questão sobre Causa e Efeito costuma ser o terror dos con- curseiros. Vamos tentar entender, então? Existem diversos me- canismos responsáveis pela relação de causa e efeito dentro de um texto. É importante, então, conhecer alguns desses me- canismos e ler o texto com muita atenção. Vamos conhecer algumas palavras que serão suas melhores amigas de agora em diante, ok? # Verbos causais: implicar, causar, provocar, acarretar, gerar, ocasionar, originar, resultar em (de) etc. # Verbos causativos: mandar, deixar, fazer. # Algumas preposições: com, de, por. # Algumas locuções prepositivas: devido a, graças a, em vir- tude de, em razão de, por causa de, em decorrência de, etc. # Conjunções causais: porque, pois, uma vez que, já que, como, porquanto. # Conjunções consecutivas(consequência): que (quando as- sociada com tão, tanto, tamanho), de modo que, de maneira que. # Conjunções conclusivas (elas expressam ideia de conse- quência também): logo, portanto, por isso, por conseguinte. Agora se você tem dificuldade em decorar, o caminho é a se- mântica. Para identificar a relação de causa e efeito, é impor- tante perceber que haverá dois acontecimentos ligados en- tre si. Exemplo: “Choveu” (acontecimento 1) e “rio transbordou” (acontecimento 2). A causa sempre será o acontecimento que provocará o outro acontecimento. Podemos perceber que o acontecimento 1 (chover) provocou o acontecimento 2 (trans- bordar). Isso indica que a chuva é a causa do transbordamen- to do rio. Agora vou juntar os acontecimentos usando algumas das palavras da lista acima: Devido à forte chuva, o rio transbordou. (causa / efeito) Por ter chovido muito, o rio transbordou. (causa / efeito) O rio transbordou porque choveu ontem. (efeito / causa) Vamos ver como esse assunto é cobrado pela banca Funda- ção Carlos Chagas (FCC). (FCC / TRT - MG / 2015) TRECHO DO TEXTO: Quando me per- gunto o que deverá desaparecer nos próximos anos, por con- ta dos avanços tecnológicos que mudam ou suprimem hábitos e valores tradicionais, incluo os álbuns de fotografias. [...] O autor estabelece uma relação de causa e efeito entre (A) a nova tecnologia aplicada ao arquivamento de imagens e o crescente desinteresse pela revelação de fotos e por sua conservação em álbuns próprios. (B) o preço que se deve pagar pelo desapego à memória e o hábito, arraigado entre nós, de conservarem álbuns as velhas fotografias de família. (C) o desprestígio que vêm atingindo as lembranças do pas- sado recente e a revalorização das lembranças registradas num tempo mais remoto. (D) o desprestígio por que momentaneamente passamos ál- buns de fotografias e o mau gosto das capas que passaram a ostentar. (E) a perda da memória familiar, entre os que se iludem com o avanço tecnológico, e a possibilidade da restauração de hábi- tos outrora prestigiados. COMENTÁRIO: A banca FCC costuma cobrar relação de cau- sa e efeito, portanto é importante que você já procure essa relação na sua primeira leitura. Cada vez que você identificar uma causa e efeito, procure marcar no texto. Dessa forma, na hora de fazer uma questão desse tipo, você vai procurar a fra- se que já foi marcada no texto da prova. Aí, você deve estar pensando: - professora, como achar causa e efeito no texto? Bem... como já disse, algumas palavras estabelecem essa rela- ção (conjunções, preposições, locuções, verbos...). Ao ler o texto da prova, você vai observar que o autor usou a preposição POR, como destaquei no trecho acima. Maldade no coração nessa hora! Em geral, essa preposição indica “por causa de”, como podemos notar no segmento “por conta dos avanços tecnológicos” (por causa dos avanços tecnológicos). Identifica- da essa ideia, você deve marcar esse segmento e procurá-lo nas alternativas, como ocorre na LETRA A. GABARITO: LETRA A - a nova tecnologia aplicada ao arquiva- mento de imagens (CAUSA) e o crescente desinteresse pela re- velação de fotos e por sua conservação em álbuns próprios (EFEITO). (por conta dos avanços tecnológicos, o desinteresse pelas fotografias reveladas ocorrerá). LETRA (B) O preço que se paga pelo desapego (último parágra- fo) não é a causa do hábito de conservar álbuns. Lembre-se de que causa é um acontecimento que provoca outro, o efeito. LETRA (C) o desprestígio [...] NÃO PROVOCA a revalorização das lembranças registradas. LETRA D) o desprestígio por que momentaneamente passamos álbuns de fotografias NÃO É CAUSA do mau gosto das capas que passaram a ostentar. LETRA (E) a perda da memória familiar [...] NÃO É CAUSA da pos- sibilidade da restauração de hábitos outrora prestigiados. DICA 14 – TIPOLOGIA TEXTUAL Já leu um texto e ficou na dúvida se é argumentativo ou expo- sitivo? Sabe o que é um texto injuntivo? E a diferença entre nar- ração e descrição? Vamos aprender a tipologia textual agora. Preparado (a)? Tipologia é o modo de organização do texto. É necessário co- nhecer as características de cada texto para identificar sua tipologia (argumentação, exposição, narração, descrição e in- junção). Como o objetivo aqui é dar uma dica rápida, farei um quadro para facilitar. É muito importante que se estude esse tópico com muita calma. Narrativo Descritivo Injuntivo O que é? Uma história; Um relato de acontecimentos Um retrato ver- bal; Uma ilustração com palavras Uma instru- ção; Orientação Caracte- rísticas Ideia cronoló- gica (ação das personagens); Verbos no pre- térito perfeito e advérbios Sem ação das personagens; Texto estático; Verbos no pre- sente ou preté- rito imperfeito. Verbos no imperativo 26FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | COMECE A PRATICAR! Argumentativo Expositivo O que é? Defesa de um ponto de vista (tese). O autor argumenta. Apresentação de uma ideia. O autor expõe, informa. Característi- cas Argumentos (causa/efeito, compara- ção, etc.) Modalizadores (palavras que expres- sam juízo de valor) Polifonia (citação, dados estatísticos) Que tal ver se acerta a próxima questão? (FUJB / MPE-RJ / 2011) O dia 12 de junho é reservado ao com- bate ao Trabalho Infantil. A data, designada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2002, e endossada pela legislação nacional, Lei n. 11.542, em 2007, visa chamar a aten- ção das diferentes sociedades para a existência do trabalho infantil, sensibilizando todos os povos para a necessidade do cumprimento das normas internacionais sobre o tema, em es- pecial as Convenções da OIT 188, de 1973, e 182, de 1999, que tratam, respectivamente, da idade mínima para o trabalho e as piores formas de trabalho infantil. (Trabalho infantil, Marcelo Uchôa) O texto 1 já permite sua inserção entre os textos de tipo: (A) narrativo; (B) descritivo; (C) dissertativo expositivo; (D) dissertativo argumentativo; (E) injuntivo. COMENTÁRIO: Para acertar uma questão de tipologia, é impor- tante identificar o objetivo e as características do texto. Veja- mos: não é uma história, então não pode ser a letra A; Não apresenta uma imagem ou ilustração, então não é descritivo, como indica a letra B; o autor não defende um ponto de vista, não expressa juízo de valor, não pode ser a letra D; não é uma instrução com verbos no imperativo, logo não pode ser a letra E; o autor do texto apenas informa sobre o dia do combate ao Trabalho Infantil sem expressar juízo de valor. Além disso, há predominância de polifonia, como a citação da Lei n. 11.542 e das Convenções da OIT 188. GABARITO: LETRA C. DICA 15 – REDAÇÃO OFICIAL Por último resolvi deixar uma dica sobre Redação Oficial. Afi- nal, esse item tem sido cada vez mais frequente nos editais. É claro que há várias regras no Manual de Redação Oficial da Presidência da República, por isso é importante ter uma cópia desse manual para estudar. Você encontra-o disponível no site do Planalto. As demais autoridades serão tratadas com o vocativo SE- NHOR, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador... Vamos à nossa última questão! (CESPE / TCE-PA / 2016) O vocativo “Excelentíssimo Senhor”, seguido do car- go respectivo, SÓ PODE SER EMPREGADO em comu- nicações dirigidas aos 3 Chefes de Poder (Executi- vo, Legislativo, Judiciário). DICA RÁPIDA Excelentíssimo Senhor Presidente da República. Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional. Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. A respeito da correspondência oficial hipotética apresentada, julgue o item a seguir com base no que dispõe o Manual de Redação da Presidência da República(MRPR). O vocativo foi inadequadamente empregado no texto, deven- do ser substituído por Excelentíssimo Senhor. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIO: O item está ERRADO, pois só se deve usar “Exce- lentíssimo Senhor” para os 3 Chefes de Poder. Na correspon- dência hipotética apresentada, o vocativo está correto, pois o destinatário é um deputado. Agora que você já praticou bastante, calma que ainda tem muito mais. A professora Claudia Barbosa orienta com exem- plos de questões muito recorrentes e que exigem muita aten- ção dos candidatos. Segundo a especialista, essas são ques- tões que os candidatos devem ter atenção redobrada. 01. (Consulplan) Na frase “Proteção, sim; violação de privaci- dade, não”, há uma indicação de: a) ideia de concessão. b) motivo e finalidade. c) oposição de ideias. d) causa e consequência. e) ideias que se completam. Comentário da professora: Essa questão foi retirada de uma prova com texto argumentativo e com tese explicitada logo no primeiro período: “Proteção, sim; violação de privacidade, não”. O autor deixa claro que a proteção é importante, mas sem exageros. Notem que “proteção” é exatamente o contrário de “violação de privacidade”, por isso podemos dizer que a frase marca uma ideia de oposição de ideias, tanto que podería- mos reescrevê-la utilizando uma conjunção adversativa: prote- ção sim, mas sem violação de privacidade. GABARITO: C 27FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | COMECE A PRATICAR! 02. (Consulplan) Assinale o elemento de coesão textual desta- cado que tem o seu referente corretamente identificado. a) “Esse é o desejo dos consumidores...” – Proteção, sim; viola- ção de privacidade, não b) “E esse é o mote...” – Internet c) “Por óbvio, essa premissa é válida...” – defesa dos direitos d) “... e praticam seus atos cotidianos...” – direitos e) “... é inverter essa lógica.” – validade da Internet Comentário: um clássico dos concursos! Veja que o elemento importantíssimo de coesão textual é o pronome. Ele deve estar em perfeita harmonia com seu antecedente, fazendo a remis- são de maneira adequada. Para encontrarmos a resposta cor- reta, vamos analisar cada alternativa: a) “Esse é o desejo dos consumidores...” – Proteção, sim; viola- ção de privacidade, não. CORRETA, veja: “Proteção, sim; violação de privacidade, não. Esse é o desejo dos consumidores brasileiros...” b) “E esse é o mote...” – Internet ERRADO, veja que o “esse” refe- re-se a “Proteção, sim; violação de privacidade, não” “Proteção, sim; violação de privacidade, não. Esse é o desejo dos consu- midores brasileiros que navegam na Internet. E esse é o mote – mais que o mote, o alerta...” c) “Por óbvio, essa premissa é válida...” – defesa dos direitos ERRADA. O pronome “essa” refere-se, na verdade, à presunção de que todos são legítimos de direitos e praticam seus hábitos cotidianos pautados na legitimidade, na confiança e no res- peito. d) “... e praticam seus atos cotidianos...” – direitos ERRADA. O pronome “seus” refere-se aos atos cotidianos de todos. e) “... é inverter essa lógica.” – validade da Internet ERRADA. O termo “essa lógica” refere-se à lógica de se pressupor que to- dos são legítimos de direitos e praticam seus hábitos cotidia- nos pautados na legitimidade, na confiança e no respeito. GABARITO: A QUESTÕES DA PROFESSORA MÔNICA MASSAD TEXTO: UM BASTA À HIPOCRISIA Rodrigo Constantino Os fatos não deixam de existir pelo simples fato de serem ig- norados. Aldous Huxley Infelizmente, a hipocrisia abunda no mundo, principalmente nas elites. Em troca do status de um no- bre homem, pessoas vendem a alma ao diabo, traindo escan- caradamente sua própria consciência e bom senso. A cretinice assume grau espantoso nos debates, e qualquer um que es- teja mais preocupado com a verdade que com as aparências de suas intenções perde a paciência ao notar que está dando murro em ponta de faca. O interesse dessa elite pérfida não é a busca sincera pela verdade e resultados; mas, sim, o confor- to psíquico de apresentar ser bem intencionado. O mensageiro que traz a notícia, que destaca os fatos verdadeiros, que de- monstra o absurdo das teorias românticas, esse é o culpado, um insensível, egoísta. A hipocrisia, aliada à ignorância de mui- tos, acaba vencendo a lógica e a verdade. A necessidade da mente humana de acreditar em explicações simplistas, culpar fatores exógenos e bodes expiatórios, e buscar conforto mes- mo que na mentira alimenta bastante essa hipocrisia. Esse tex- to é um apelo para darmos um basta a isso. São tantos exemplos de debates hipócritas que mal sei por onde começar. Talvez o caso recente de cotas em universi- dades seja interessante. Com a constatação da existência de muitos negros miseráveis no país, logo surgem as soluções mi- lagrosas, que encobrem atrás de uma nobre embalagem um objetivo populista eleitoreiro, que trará resultados catastróficos. Debater com seriedade o tema poucos querem, pois envolve estudo, a clara culpabilidade do próprio governo, maior cau- sador da miséria que vivemos, e medidas que depositam nos próprios indivíduos parte da solução. Mais fácil confundirem correlação com causalidade, e apontarem o racismo como culpado pela situação dos negros. E assim partimos para a solução hipócrita das cotas, que representam discriminação, injustiça e abuso de poder do governo. Os membros da elite fi- cam satisfeitos com a aparência de que tal medida representa um ato de justiça. Hipocrisia pura! 1. O segundo período do texto, em sua relação argumentativa com o primeiro, estabelece: a) Uma exemplificação da hipocrisia referida; b) Um esclarecimento sobre o que foi dito anteriormente; c) Uma explicação metalinguística do que seja hipocrisia; d) Uma razão da existência da hipocrisia como fenômeno so- cial; e) Uma retificação de algo que pode gerar ambiguidade de sentido Comentário da professora: Esta é uma questão de relação ló- gica textual e mostra de forma explícita que o parágrafo trata de relação entre causa e consequência, sendo a razão da hi- pocrisia um problema social. Isto pode ser verificado no trecho do parágrafo “Debater com seriedade o tema poucos querem, pois envolve estudo, a clara culpabilidade do próprio governo, maior causador da miséria que vivemos, e medidas que depo- sitam nos próprios indivíduos parte da solução. Mais fácil con- fundirem correlação com causalidade, e apontarem o racismo como culpado pela situação dos negros. E assim partimos para a solução hipócrita das cotas, que representam discriminação, injustiça e abuso de poder do governo. Os membros da elite fi- cam satisfeitos com a aparência de que tal medida representa um ato de justiça. Hipocrisia pura!” Gabarito: D. 2. A expressão “dar murro em ponta de faca” se refere a uma ação: a) De que não se pode prever os resultados; b) Cujos resultados são medíocres; c) Que é contrária ao bom senso; d) Cuja utilidade é demonstrar dedicação intensa. Comentário da professora: A expressão em si deixa a ideia implícita que de que não adianta lutar contra o que não tem jeito. Qualquer ação contrária não mudará o resultado. Gabarito: C. 28FOLHA DIRIGIDA COMO ESTUDAR PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | COMECE A PRATICAR! 3. “alimenta bastante essa hipocrisia”; a frase em que a forma bastante está empregada ERRADAMENTE é: a) Os atos hipócritas são bastante incômodos para os since- ros; b) A necessidade de encontrar culpados traz bastante sofri- mentos psíquicos; c) Os hipócritas aparecem bastante nos debates públicos; d) São bastante problemáticos os encontros de políticos em campanha; e) Os políticos bastante experientes trazem a hipocrisia no sangue Comentário da professora: Trata-se de uma questão de con- cordância nominal e “bastante” ao modificar o substantivo “so- frimentos” deveria concordar com
Compartilhar