Buscar

Classificação da Constituição

Prévia do material em texto

> QUANTO À ORIGEM < 
>> PROMULGADA: o texto é constituído por intermédio de 
participação do povo, de modo direto ou indireto (por meio 
de representantes eleitos). 
São, portanto, a norma é originada de um órgão composto 
por representantes do povo, eleitos com o fim de as 
elaborar e estabelecer. 
 NO BRASIL 
1891, 1934, 1946 e 1988 
>> OUTORGADA: constituída e estabelecida sem qualquer 
participação popular, sendo imposta, de forma unilateral, 
por agente revolucionário, que não recebeu do povo a 
legitimidade para atuar em nome dele. 
 NO BRASIL 
1824, 1937, 1967 e EC1/1969 
>> CESARISTA: tem o texto elaborado por ditador, sem a 
participação do povo, e posteriormente submetido à 
aprovação popular. 
O texto não é democrático, porque o papel da população 
é somente confirmar ou não um texto pré-concebido, 
sem possibilidade de inserção de conteúdo novo. 
>> DUALISTA: nasce por meio de um pacto nos casos em 
que o poder constituinte originário se concentra nas mãos 
de mais de um titular. 
É fundada em princípios antagônicos: monarquia e 
democracia. 
 
 
> QUANTO À ESTABILIDADE < 
>> IMUTÁVEL: o texto constitucional é elaborado com o 
intuito de ser eterno. Não permite qualquer mudança, pois 
não prevê procedimento de reforma e baseia-se na 
crença de que não há órgão com suficiente legitimidade 
para alterar o texto criado por entidade suprema e 
superior (normalmente considerada divina). 
>> TRANSITORIAMENTE IMUTÁVEL: Constituição que 
somente pode ser alterada após certo período após sua 
entrada em vigor. 
 NO BRASIL 
1824 – Art. 174: seu texto somenter poderia ser 
alteraado após 4 anos de vigência da Constituição. 
>> FIXA: reconhece a possibilidade de alteração do texto 
constitucional, que só pode ocorrer se advir de poder com 
competência igual àquele que a criou (poder constituinte 
originário). 
>> RÍGIDA: possibilita a alteração, porém com observancia 
de processo legislativo mais complexo e solene em relação 
àquele previsto para a elaboração das demais espécies 
normativas (infraconstitucionais). 
 NO BRASIL 
1988 
* há divergência doutrinária no entendimento de que a 
CF/88 seja rígida. 
Alexandre de Morais defende que a CF é super-rígida, 
porque além do processo legislativo complexo para sua 
alteração, existem cláusulas imutáveis (cláusulas petreas). 
A doutrina majoritária entende que a Constituição é 
mesmo rígida, porque o que caracteriza a rigidez é o 
procedimento diferenciado do alteração, e não a 
existência de dispositivos inalteráveis, que podem existir 
ou não nos documentos rígidos. 
>> FLEXÍVEL: admite modificação por meio de processo 
legislativo comum, não requerendo qualquer processo 
específico para sua alteração. 
O impacto relevante da adoção de texto classificado como 
flexível é a inexistência de supremacia formal entre a 
norma constitucional e as infraconstitucionais, porque 
todas são elaboradas, modificadas e revogadas por rito 
idêntico. Nesse sentido, a Constituição poderá ser 
OR
IG
EM
PROMULGADA
OUTORGADA
CESARISTA
DUALISTA
alterada por lei ordinária que constraste com o texto 
constitucional. 
Doutro lado, há supremacia material entre o texto 
constitucional e os demais elementos normativos, sendo 
constitucional as normas que regulamentam a estrutura 
política do Estado. 
>> TRANSITORIAMENTE FLEXÍVEL: possibilita a alteração 
por meio de procedimento simples até certo momento. 
Após este primeiro momento, a modificação é permitida, 
mas somente por intermédio de mecanismo diferenciado, 
quando a Constituição passa a ser rígida. 
Primeiro ela é flexível, depois ela é rígida. 
>> SEMIRRÍGIDA: o texto constitucional pode ser 
modificado de acordo com ritos distintos, a depender do 
tipo de norma a ser alterada. 
Neste tipo de Constituição, alguns artigos, que contêm 
preceitos mais importantes, compõem a parte rígida, que 
só podem ser reformados por procedimento 
diferenciado e rigoroso; enquanto os demais, compõem a 
parte flexível, podem ser alterados por processo mais 
simples.
 
> QUANTO À FORMA < 
>> ESCRITA: é a Constituição em que todos os dispositivos 
são escritos e estão inseridos de modo sistemático em 
documento único. A elaboração do texto constitucional se 
dá pelo órgão constituinte originário, em momento único. 
>> NÃO ESCRITA: as normas e princípios encontram-se 
em fontes diversas, todas de natureza constitucional, 
sem patamar hierárquico ou precedência de uma sobre 
as demais. 
Em razão de as fontes normativas serem múltiplas, as 
normas constitucionais são esparsas e podem ser 
encontradas nos costumes e jurisprudências dos 
Tribunais, mas também em acordos, convenções e nas 
leis. 
 ATENÇÃO! 
A Constituição não escrita não possui somente normas 
não escritas. É formada pela junção de norma escrita 
com texto não escrito com os textos escritos. 
 
> QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO < 
>> DOGMÁTICA: documento escrito, elaborado de uma só 
vez, em ocasião certa, por órgão competente. Retrata 
os valores e principios que orientam a sociedade naquele 
período específico, fazendo com que ganhem força 
jurídicade dispositivos cogentes (ou seja, sua observância 
é obrigatória). 
>> HISTÓRICA: sempre não escrita. É uma Constituiçõa que 
se constrói ao longo do tempo, por meio de processo de 
filtragem de ideias. É, portanto, produto da gradativa 
evolução jurídica e histórica da sociedade. 
 
> QUANTO À EXTENSÃO < 
>> ANALÍTICA: sua confecção se dá de maneira extensa, 
porque abrange todos os temas considerados relevantes 
para a orgaização e funcionamento do Estado. 
>> CONCISA: Constituição elaborada de forma breve, que 
apenas compreende os princípios básicos para a 
estruturação do Estado e da sociedade. 
 
 
 
ES
TA
BI
LI
DA
DE
IMUTÁVEL
TEMPORARIAMENTE IMUTÁVEL
FIXA
RÍGIDA
FLEXÍVEL
TRANSITORIAMENTE FLEXÍVEL
SEMIRRÍGIDA
FO
RM
A ESCRITA
NÃO ESCRITA
M
OD
O 
DE
 E
LA
BO
RA
ÇÃ
O
DOGMÁTICA
HISTÓRICA
EX
TE
NS
ÃO ANALÍTICA
CONCISA
> QUANTO AO CONTEÚDO < 
MATERIAL: Constituição é todo texto que trata me 
matéria constituconal, independentemente de estar 
inserido no diploma constitucional. 
 ATENÇÃO! 
Não há concenso doutrinário acerca da definição do 
que seria ou não matéria constitucional. 
A maioria da doutrina entende que seja matéria 
constitucional os Direitos Fundamentais, a Estrutura 
do Estado e a Organização dos Poderes. 
FORMAL: constituição é toda norma que está inserida 
dentro da Constituição, independentemente de se 
tratar de matérias tidas como constitucionais. Ou 
seja, são constitucionais os preceitos que compõem 
o documento constitucional, ainda que o conteúdo não 
seja materialmente constitucional. 
 
> QUANTO À FINALIDADE < 
>> GARANTIA: Constituição restringe o poder estatal, 
criando esferas na vida privada dos indivíduos em que o 
poder público não pode intervir. Possui um corpo 
normativo que elenca direitos individuais oponíveis ao 
Estado. 
A doutrina costuma dizer que esse tipo de Constituição 
“olha para o passado”, porque se preocupa 
em garantir a manutenção dos direitos já conquistados, 
protegendo-os em face de uma possível (e indesejável) 
interferência do Estado. 
>> BALANÇO: visa enaltecer o desenvolvimento atual da 
sociedade, que seja capaz de traduzir os patamares em 
que se encontram a economia e as instituições políticas. 
De acordo com a doutrina, é a Constituição que “olha para 
o presente” 
>> DIRIGENTE: opõe-se a concepção de Constituição-
garantia, porque o documento constitucional é criado a 
partir de expectativas em relação ao futuro, 
arquitetando um plano de fins e objetivos que devem ser 
perseguidos pelos poderes públicos e pela sociedade. 
 
> QUANTO À INTERPRETAÇÃO < 
>> NOMINALISTA: possui normas precisas e claras que 
dispensam qualquer outro método interpretativo que não 
o gramatical ou literal. 
>> SEMÂNTICA: aquela cujo texto exige a aplicação de uma 
diversidade de métodos interpretativos para que possa 
ser realmente entendido. A interpretação literal não é 
suficiente parasua compreensão. É necessária a 
utilização de diversos processos hermenêuticos para sua 
efetiva compreensão. 
 
> QUANTO À CORRESONDÊNCIA COM A REALIDADE < 
 
CRITÉRIO ONTOLÓGICO: A classificação foi desenvolvida 
por Karl Loewenstein no século XX e tem a finalidade de 
analisar o grau de correspondência entre o texto 
constitucional e a realidade. 
>> NORMATIVA: Constituição em que há consonância 
entre o texto constitucional e a contexto político e social 
do Estado. 
>> NOMINATIVA: Constituição que não é capaz de 
reproduzir com exatidão a realidade política e estatal, 
mas tem o intuito de chegar a esse estágio. 
>> SEMÂNTICA: Constituição que nunca teve o objetivo de 
ser coerente em relação ao texto e a realidade, mas 
apenas garantir uma situação de dominação estável por 
parte de um poder autoritário. 
CO
NT
EÚ
DO MATERIAL
FORMAL
FIN
AL
ID
AD
E GARANTIA
BALANÇO
DIRIGENTE
IN
TE
RP
RE
TA
ÇÃ
O
NOMINALISTA
SEMÂNTICA
 
> QUANTO À IDEOLOGIA < 
>> ECLÉTICA: há convivo harmônico entre várias ideologias. 
O texto constitucional é fruto de um acordo entre forças 
políticas. 
>> ORTODOXA: Constituição é construída com base em 
pensamento único, que afasta o pluralismo, na medida em 
que descarta qualquer possibilidade de convivência entre 
diferentes grupos políticos e teorias distintas. 
 
> QUANTO À UNIDADE DOCUMENTAL < 
 
A classificação só se aplica quando a Constituição é 
escrita. 
>> ORGÂNICA: é composta por um único documento, que 
contém todas as normas constitucionais. Não há 
possibilidade de identificar disposições constitucionais 
fora da Constituição. 
>> INORGÂNICA: é composta por diversos documentos, os 
quais, juntos, formam uma Constituição. 
 
> QUANTO AO SISTEMA < 
>> PRINCIPIOLÓGICA: nesse tipo de Constituição os 
princípios se sobressaem em relação as regras. 
>> PRECEITUAL: há primazia das regras em relação aos 
princípios. Existem normas com alto grau de precisão e 
especificidade, o que permite imposição direta e 
coercitiva dos dispositivos. 
 
> QUANTO AO LOCAL DA DECRETAÇÃO < 
>> HETEROCONSTITUIÇÃO: não se origina no Estado onde 
terá vigência. Surge em Estado diferente de onde o 
documento terá validade ou são elaborados por organismo 
internacional. 
>> AUTOCONSTITUIÇÃO: elaborada dentro do próprio 
Estado que irá estruturar normativamente e reger. 
 
> QUANTO AO PAPEL DA CONSTITUIÇÃO < 
>> CONSTITUIÇÃO-LEI: equipara a Constituição às demais 
leis do ordenamento jurídico. As normas constitucionais 
estão em idêntico patamar da legislação ordinária. Não 
possuem superioridade em relação às leis ordinárias; não 
são capazes de moldar a atuação do legislador e funciona, 
unicamente, como diretrizes não vinculantes. 
>> CONSTITUIÇÃO-MOLDURA: funciona como limite à 
atuação do legislador ordinário, que não poderá atuar fora 
dos limites previamente estabelecidos. A jurisdição 
constitucional somente se preocupará em verificar se o 
legislador agiu dentro dos contornos da moldura 
constitucional. 
>> CONSTITUIÇÃO-FUNDAMENTO: é lei fundamental. 
Diferencia as normas constitucionais das demais, na 
medida em que as situa num plano de superioridade 
valorativo que as torna cogentes para legisladores e 
indivíduos. A atuação do legislador é breve, uma vez que 
seu papel é limitado a interpretar as normas 
constitucionais e efetivá-las. 
CO
RR
ES
PO
ND
ÊN
CI
A 
CO
M
 A
 R
EA
LI
DA
DE
NORMATIVA
NOMINATIVA
SEMÂNTICA
ID
EO
LO
GI
A
ECLÉTICA
ORTODOXA
UN
ID
AD
E 
DO
CU
M
EN
TA
L
ORGÂNICA
INORGÂNICA
SI
ST
EM
A
PRINCIPIOLÓGICA
PRECEITUAL
LO
CA
L 
DE
 
DE
CR
ET
AÇ
ÃO
HETEROCONSTITUIÇÃO
AUTOCONSTITUIÇÃO
O legislador é mero instrumento de realização da 
Constituição. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA CF/88 
 
PA
PE
L 
DA
 
CO
NS
TIT
UI
ÇÃ
O LEI
MOLDURA
FUNDAMENTO
CO
NS
TIT
UI
ÇÃ
O 
BR
AS
IL
ER
A
PROMULGADA
RÍGIDA
ESCRITA
DOGMÁTICA
ANALITICA
FORMAL
DIRIGENTE
SEMÂNTICA
NOMINATIVA
ECLÉTICA
ORGÂNICA
PRINCIPIOLÓGICA
AUTOCONSTITUIÇÃO
CONSTITUIÇÃO
FUNDAMENTO

Continue navegando