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17/10/2019 1 Gestão de Custos e Investimentos CAD089 2º Semestre 2019 Profa. Dra. Ana Carolina Costa Corrêa Aula 11 Investimentos 2 Agenda Orçamento de capital: decisões de investimento de longo prazo Estimativa dos fluxos de caixa para orçamento de capital Avaliação de projetos de investimento 3 Decisões Financeiras Passivo Circulante Ativo Circulante Decisões / Políticas -Investimento -Financiamento -Distribuição de Resultados Médio e Longo Prazo (Decisões Estratégicas) Curto Prazo /Gestão do Capital de Giro (Decisões Operacionais) Gestão / Políticas - Caixa (Disponibilidades) - Títulos Negociáveis - Duplicatas a Receber - Estoques - Duplicatas a Pagar - Títulos a Pagar - Contas a Pagar 4 Balanço Patrimonial 5 Circulante Disponível, Estoques, Contas a receber Não Circulante Realizável L. Prazo Investimentos Imobilizado Terrenos, Edificações, Máq. e Equipamentos, Veículos, Móveis e utensílios -(Depreciação acumulada) Intangível Circulante Fornecedores, Contas a pagar Passivo Não Circulante Financiamentos, Contas a pagar a longo prazo Patrimônio Líquido Capital Social Lucros acumulados Orçamento de Capital “Processo de avaliação e seleção de investimentos de longo prazo compatíveis com o objetivo de maximização da riqueza do proprietário da empresa”. 6 17/10/2019 2 Investimento Sacrifício feito hoje visando a obtenção de uma série de benefícios futuros 7 Orçamento de Capital Projeto A Projeto B Projeto C • Gera valor? • Qual investimento inicial? • Qual valor a empresa pode investir? • Quais projetos escolher? • Quais técnicas aplicar? Longo Prazo 8 Projeto de Investimento Princípio básico (Ross et al, 2008, p. 62): “Um projeto de investimento deve ser pelo menos tão desejável quanto o que está disponível no mercado financeiro” 9 Estrutura do Investimento Montagem do fluxo de caixa Taxa de atratividade do investimento Métodos de avaliação econômica de investimentos Avaliação de risco 10 Taxa de Retorno Taxa de atratividade do investimento = Taxa de retorno exigida = Taxa de desconto Utilizada como critério de aceitação ou rejeição de um investimento Custo de oportunidade Depende do risco do investimento Quanto > risco maior taxa de retorno exigida 11 Projeto de Investimento n FCO FCO FCO FCO FCO FCO FCO Giro + VR Investimento (Fixo + Giro) Prazo determinado FCO = Fluxo de Caixa Operacional VR = Valor residual do investimento fixo % Taxa de desconto Risco 12 17/10/2019 3 Fatores Básicos – Projeto de Investimento Decisão incremental Prazo determinado Operacional Fluxos de caixa irrecuperáveis (sunk costs) Custos de oportunidade Efeitos colaterais Investimentos: giro e fixo 13 Gasto de Capital x Gasto Operacional Gasto de Capital Gasto Operacional Desembolso que deve gerar benefícios no longo prazo Prazo > 1 ano Desembolso que deve gerar benefícios no curto prazo Prazo < 1 ano 14 Principais Motivos da Realização de Gastos de Capital Expansão – ampliação do volume de atividade: Motivo mais comum. Exemplo: ativo imobilizado Substituição – reposição e modernização de ativos fixos: Repor ou substituir ativos obsoletos ou desgastados Renovação: Pode envolver a reconstrução, a reforma ou o ajuste do ativo imobilizado 15 Principais Motivos da Realização de Gastos de Capital Outros: Propaganda, pesquisa e desenvolvimento, consultoria de gestão e novos produtos 16 Gastos de Capital - Exemplos Ampliação da capacidade instalada Modernização tecnológica Fabricação de novos produtos Implantação de nova fábrica Diversificação de produtos Diversificação de mercados Nova localização industrial Melhoria das condições meio-ambiente 17 Etapas do Processo de Orçamento de Capital 1. Geração de propostas 2. Revisão e análise 3. Tomada de decisão 4. Implantação 5. Acompanhamento Maior tempo e esforço Importante, mas muitas vezes ignorado (Monitoramento e Controle) 18 Escolha do projeto com melhor retorno em relação ao risco 17/10/2019 4 Processo de Avaliação e Seleção de Investimento de Capital Dimensionamento dos fluxos de caixa de cada proposta de investimento Avaliação econômica dos fluxos de caixa com base na aplicação de técnicas de análise de investimentos Definição da taxa de retorno exigida pelos proprietários de capital Introdução do risco no processo de avaliação de investimentos 19 Tipos de Projetos de Investimento 20 Projetos Independentes Projetos Dependentes Projetos mutuamente excludentes Tipos de Projetos de Investimento Projetos independentes: Fluxos de caixa não têm relação uns com os outros Aceitação de um dos projetos não elimina os outros Projeto A Projeto B 21 Tipos de Projetos de Investimento Projetos dependentes: Para investir no projeto B, é preciso investir primeiro no projeto A (dependência tecnológica ou econômica) Aceitação de um projeto exerce influências negativas (substitutos) ou positivas (complementares) sobre os resultados líquidos de outros Projeto B Projeto A Projeto C Projeto D 22 Tipos de Projetos de Investimento Projetos mutuamente exclusivos ou excludentes: Têm a mesma função, competem entre si Aceitação de um dos projetos elimina outros semelhantes A opção pelo projeto B implica na rejeição automática do projeto A 23 Tipos de Projetos de Investimento Exemplo: empresa quer aumentar sua capacidade de produção Exemplo: uma construtora possui um terreno e tem que decidir entre: Projeto 1: Ampliação da fábrica Projeto 2: Compra de outra empresa Projeto 3: Contratação da produção de outra empresa 24 Projeto 1: Construir uma grande residência Projeto 2: Construir um prédio 17/10/2019 5 Disponibilidade de Fundos – Orçamento de Capital Fundos ilimitados: Investimentos sem restrição orçamentária Todos os projetos independentes que oferecerem retorno aceitável poderão ser aceitos Racionamento de capital: Investimentos com restrição orçamentária Montante fixo de dinheiro disponível para gastos de capital Diversos projetos competirão pelo valor disponível 25 Enfoque Decisões de Investimento Enfoque de aceitação-rejeição: Verificar quais projetos atendem ao critério mínimo de aceitação da empresa Aceita ou rejeita Enfoque de classificação: Ordenamento dos projetos com base em alguma medida predeterminada Exemplo: taxa de retorno, VPL 26 Classificação dos Fluxos de Caixa Série de fluxos de caixa convencionais: $2 $10 1 0 2 3 4 5 6 7 8 $2 $2 $2 $2 $2 $2 $2 Entradas de caixa Saídas de caixa 27 Classificação dos Fluxos de Caixa Série não convencional de fluxos de caixa: $5 $20 1 0 2 3 4 5 6 7 8 $7 $2 $5 $8 $8 $8 $10 Entradas de caixa Saídas de caixa 28 Fluxos de Caixa Dimensionamento dos fluxos previstos de caixa Aspecto mais importante de uma decisão de investimento! 29 Fluxos de Caixa Relevantes Saída de caixa (investimento) Entradas de caixa subsequentes resultantes Incremental Se origina em consequência da decisão de investimento 30 17/10/2019 6 Fluxos de Caixa Relevantes 31 Fluxos de caixa incrementais Fluxos de caixa da empresa com o projeto Fluxos de caixa da empresa sem o projeto Fluxos de Caixa Relevantes Fluxos de caixa incrementais: Fluxos de caixa (saídas ou entradas) adicionais Se espera que resultem de um gasto de capital Fluxos de caixa, não número contábeis! Fluxos: afetam diretamente a capacidade de pagamento de contas e de compra de ativos da empresa 32 Fluxos de Caixa Relevantes Custos irrecuperáveis ou custos perdidos (sunk costs): Gastos que já foram feitos (gastos passados) Não têm nenhum efeito sobre os fluxos de caixa relevantes para a decisão presente Não devem ser incluídos nos fluxos de caixa incrementais de um projeto!!! 33 Fluxos de Caixa Relevantes Exemplo: No ano passado a empresa gastou $ 1.500 em um estudo de mercado e de viabilidade para o projeto. Esse valor deveria ser incluído no custo do projeto? 34 Esse dinheiro já foi gasto, e aceitar ou rejeitar o projeto não vai mudar esse fato (sunk cost). Fluxos de Caixa Relevantes 35 Externalidades Positivas Negativas Sinergias Efeitos colaterais Fluxos de Caixa Relevantes Efeitos colaterais (externalidades negativas) decorrentes do projeto em avaliação sobre os demais resultados da empresa Devem ser considerados!! 36 17/10/2019 7 Fluxos de Caixa Relevantes Exemplo: Lançamento de um produto reduz vendas de outros já existentes (“canibalização de produtos”) pela transferência de consumidores do antigo para o novo 37 Fluxos de Caixa Relevantes Sinergia de projetos (externalidade positiva): Verifica-se quando um projeto de investimento promove benefícios de caixa positivos em outros projetos em andamento na empresa São fluxos de caixa relevantes, devem ser incluídos no projeto!!! 38 Fluxos de Caixa Relevantes Exemplo: Elevação de vendas ou redução de custos de outros projetos 39 Fluxos de Caixa Relevantes Custos de oportunidade: São fluxos de caixa que poderiam ser gerados na melhor utilização alternativa de um ativo que a empresa possui Representam fluxos de caixa que não serão realizados em consequência da utilização daquele ativo no projeto proposto Quaisquer custos de oportunidade devem ser incluídos como saídas de caixa quando se determinam os fluxos de caixa incrementais de um projeto!!! 40 Fluxos de Caixa Relevantes Exemplo: Um projeto usará um espaço da empresa que poderia ser alugado por $ 2.000 por mês para outra firma. Esse valor deveria ser incluído nos custo do projeto? 41 É um custo de oportunidade que a empresa irá deixar de ganhar se aceitar o projeto, então é um fluxo de caixa relevante! Principais componentes de fluxos de caixa Investimento inicial Entradas e saídas de caixa operacionais Fluxo de caixa terminal Fluxo não operacional, após o imposto de renda Último período do projeto 42 17/10/2019 8 Fluxos de Caixa Relevantes Exemplo: substituição de um ativo Investimento Inicial Entradas de caixa operacionais Fluxo de caixa final Investimento inicial necessário para adquirir um novo ativo Entradas de caixa, após o imposto de renda, da liquidação do antigo ativo Entradas de caixa operacionais do novo ativo Entradas de caixa operacionais do antigo ativo Fluxos de caixa, após o imposto de renda, do término do novo ativo Fluxos de caixa, após o imposto de renda, do término do antigo ativo 43 Investimento Inicial Custo instalado de um novo ativo (investimento fixo): Custo do novo ativo = desembolso líquido exigido para sua aquisição Custos de instalação = quaisquer custos adicionais para colocar um ativo em funcionamento Recebimentos depois do IR com a venda do ativo antigo Diminuem o investimento inicial no novo ativo Fluxos líquidos de entrada gerados pela venda Descontados custos de remoção, como despesas de limpeza e impostos 44 Investimento em Giro Variação de capital de giro líquido (investimento em giro): Capital circulante líquido (CCL) = Ativo circulante – Passivo circulante Variações do CCL acompanham decisões de gasto de capital AC PC PNC ANC PL CCL ΔCCL = CCLt – CCLt-1 45 Investimento em Giro Exemplo: empresa adquire novas máquinas para elevar nível de operações Níveis de: • Caixa, contas a receber e estoques • Contas a pagar e despesas a pagar Necessidade de mais caixa para sustentar o maior volume de operações 46 Investimento em Giro Exercício: Uma empresa está considerando um novo investimento produtivo que irá determinar alterações relevantes nas contas do circulante. A empresa tem um ativo circulante total de $ 920.000 e um passivo circulante total de $ 640.000. Como resultado da proposta de investimento, as seguintes alterações são previstas nos níveis das contas de ativos e passivos circulantes. Pede-se determinar a variação, se houver, no capital circulante líquido (CCL) que é esperada como resultado da proposta de investimento. 47 Investimento em Giro 48 Conta Variação Contas a pagar + $ 40.000 Títulos negociáveis - Estoques - $ 10.000 Duplicatas a pagar + $ 90.000 Empréstimos - Duplicatas a Receber + $ 150.000 Caixa + $ 15.000 ΔCCL = $15.000 + $150.000 – $10.000 – $90.000 – $40.000 ΔCCL = + $ 25.000 17/10/2019 9 Investimento Inicial Custo instalado do novo ativo = Custo do novo ativo + Custos de instalação - Recebimentos depois do imposto de renda com a venda do antigo ativo = Recebimentos com a venda do antigo ativo +/- Imposto de renda sobre a venda do antigo ativo +/- Variação de capital circulante líquido (CCL) = Investimento inicial 49 Entradas de Caixa Operacionais Entradas de caixa incrementais (relevantes) depois do IR: Benefícios esperados de um gasto de capital ou projeto Fluxos de caixa, não lucros contábeis: não engloba despesas não desembolsadas (como depreciação, amortização e exaustão) 50 Fluxos de Caixa 51 Fluxo de Caixa Disponível para a Empresa (FCDE) Receitas Líquidas de Vendas (-) Custos dos Produtos Vendidos (-) Despesas Operacionais (-) Imposto de Renda = LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO (NOPAT) + Depreciações (-/+) Variação no Investimento em Giro (-/+) Gastos de Capital (CAPEX) = FLUXO DE CAIXA DISPONÍVEL PARA A EMPRESA FOCF = Free Operating Cash Flow Fluxos de Caixa 52 Fluxo de Caixa Disponível para o Acionista (FCDA) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO (NOPAT) (-) Juros Líquidos IR = LUCRO LÍQUIDO (LL) (+) Depreciações (-/+) Variação no Giro (-/+) Gastos de Capital (CAPEX) (+) Novas Dívidas – Amortizações de Dívidas (Principal) = FLUXO DE CAIXA DISPONÍVEL PARA A O ACIONISTA FCFE = Free Cash Flow to Equity Fluxo de Caixa Terminal Resulta do encerramento e da liquidação de um projeto no final de sua vida útil Recebimentos com a venda de ativos: valor residual Quantia, livre de quaisquer custos de remoção ou limpeza, esperada no final do projeto – não é incomum que seja zero Descontado o imposto de renda Variação de capital circulante líquido Reversão de qualquer investimento inicial em CCL 53 Fluxo de Caixa Terminal Recebimentos com a venda do novo ativo, depois do imposto de renda = Recebimentos com a venda do novo ativo +/- Imposto de renda sobre a venda do novo ativo - Recebimentos com a venda do antigo ativo depois do imposto de renda = Recebimentos com a venda do antigo ativo +/- Imposto de renda sobre a venda do antigo ativo +/- Variação de capital circulante líquido (CCL) = Fluxo de caixa terminal 54 17/10/2019 10 Próxima Aula Payback e payback descontado Valor presente líquido (VPL) Taxa interna de retorno (TIR) e taxa interna de retorno modificada Índice de Lucratividade (IL) 55 Leituras Básicas Capítulo 10 – Noções básicas de orçamento de capital: avaliando fluxos de caixa (BRIGHAM; EHRHARDT, 2016) Capítulo 11 – Estimativa de fluxo de caixa e análise de risco (BRIGHAM; EHRHARDT, 2016) Capítulo 8 – Fluxos de caixa para orçamento de capital (GITMAN, 2004) Capítulo 9 – Técnicas de orçamento de capital (GITMAN, 2004) 56 Leituras Básicas Capítulo 16 – Decisões de investimentos e dimensionamento dos fluxos de caixa (ASSAF NETO, 2010) Capítulo 17 – Métodos de avaliação econômica de investimentos (ASSAF NETO, 2010) Capítulo 18 – Dinâmica dos métodos de avaliação de investimentos (ASSAF NETO, 2010) 57 Leituras Complementares Capítulo 9 – Valor presente líquido e outros critérios de investimento (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN; LAMB, 2013) Capítulo 10 – Tomando decisões de investimento de capital (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN; LAMB, 2013) Capítulo 8 – Decisões de investimentos e orçamento de capital (HOJI, 2010) Capítulo 5 – Métodos de avaliação de investimentos (FREZATTI,2008) 58 Leituras Complementares Capítulo 5 – Por que o valor presente líquido leva a melhores decisões de investimentos do que outros critérios (BREALEY; MYERS, 2006) Capítulo 6 – Tomando decisões de investimentos usando a regra do valor presente líquido (BREALEY; MYERS, 2006) Capítulo 14 – Decisões de investimentos (ASSAF NETO; LIMA, 2009) Capítulo 15 – Avalição econômica de investimentos (ASSAF NETO; LIMA, 2009) 59 Bibliografia ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2010. ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2009. BREALEY, R. A.; MYERS, S. C. Investimento de capital e avaliação: finanças corporativas. Porto Alegre: Bookman, 2006. BRIGHAM, Eugene F.; EHRHARDT, Michael C. Administração financeira: teoria e prática. 14. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016. FREZATTI, Fábio. Gestão de viabilidade econômico-financeira dos projetos de investimentos. São Paulo: Atlas, 2008. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. São Paulo: Atlas, 2010. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D.; LAMB, R. Fundamentos de Administração Financeira. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. 60 17/10/2019 11 Obrigada! carolcorrea@yahoo.com anacarolinacorrea@face.ufmg.br 61
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