Buscar

01 - Agentes Públicos - Conteúdo e Questões

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 61 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 61 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 61 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO ADMINISTRATIVO
1. AGENTES PÚBLICOS
· A noção de agente público se confunde de certo modo com a noção de servidor público, que durante muito tempo foi denominado funcionário público, expressão já ultrapassada. No entanto, atualmente é mais usual e adequado usarmos a expressão agente público quando referirmo-nos de maneira geral ao conjunto de pessoas que realizam as diversas atribuições no âmbito da administração pública, que, inclusive, goza de previsão legal, conforme expresso no art. 2º da Lei 8.429/92, que assim dispõe:
“Agente público é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos e entidades da Administração Pública”.
· Agentes públicos são pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal atribuída a órgão ou a entidade da Administração Pública, nas três esferas de Governo (União, Estados, DF e Municípios), nos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). 
· O Estado é uma pessoa jurídica, e sua atuação depende da atuação material de um indivíduo. Segundo a teoria do órgão, a vontade estatal é manifestada por meio dos agentes públicos, cuja atuação é imputada ao Estado.
· A expressão “agente público” é igual a servidor público em sentido amplo, podendo ser dividida em diversas categorias, variando segundo o autor:
i. DIPIETRO, são quatro espécies de agentes públicos: i. Agentes Políticos; ii. Servidores Públicos: Servidores Estatutários, Empregados Públicos e Servidores Temporários; iii. Militares; iv. Particulares em colaboração com o poder público.
ii. BANDEIRA DE MELLO, divide os agentes públicos em: i. Agentes Políticos; ii. Servidores Estatais: Servidores Públicos e Servidores das pessoas governamentais de direito privado; iii. Particulares em atuação colaboradora com o poder público.
iii. CARVALHO FILHO, divide em: i. Servidores Civis; ii. Servidores Militares; iii. Servidores Comuns; iv. Servidores Especiais (inclui os magistrados e os membros do Ministério Público); v. Servidores Estatutários; vi. Servidores Trabalhistas; vii. Servidores Temporários.
iv. JUSTEN FILHO, o gênero é agente estatal: i. Vínculo de Direito Público: Políticos e Não Políticos, podendo ainda serem divididos em Civis e Militares; ii. Vínculo de Direito Privado.
v. HELY LOPES, classificação mais consagrada, divide os agentes públicos nas seguintes categorias: Agentes Políticos, Agentes Administrativos, Agentes Honoríficos, Agentes Delegados e Agentes Credenciados.
AGENTES PÚBLICOS
1. Agentes Políticos
1.1. Chefes do Executivo
1.2. Auxiliares do Executivo
1.3. Membros do Legislativo
1.4. Membros da Magistratura
1.5. Membros do Ministério Público
1.6. Representantes Diplomáticos
2. Agentes Administrativos
2.1. Servidores Públicos (sentido estrito)
2.2. Empregados Públicos 
2.3. Funcionários ou Servidores Temporários
3. Agentes Honoríficos
3.1. Ex.: Mesário, Jurado, Membros dos Conselhos Tutelares
4. Agentes Delegados
4.1. Ex.: Concessionários, permissionários, tabelião, leiloeiros.
5. Agentes Credenciados
6. Militares
7. Terceirizados
8. Agentes de Fato
1.1. AGENTES POLÍTICOS: São os ocupantes dos primeiros escalões do Poder Público, em órgãos constitucionais independentes.
· São Incumbidos de:
· Elaborar normas legais.
· Elaborar diretrizes de atuação governamental.
· Exercer as funções de direção, orientação e supervisão geral da Administração Pública. 
· Investidos por: Investidos, normalmente, por meio de eleição, nomeação ou designação.
· Características: 
· Atuam com plena liberdade funcional.
· Desempenhando suas atribuições com prerrogativas e responsabilidades estabelecidas na própria CF ou em leis especiais.
· Não se sujeitam a eventual responsabilização civil por seus eventuais erros de atuação, a menos que tenha agido com culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder. 
· Não são hierarquizados, sujeitando-se apenas às regras constitucionais. Com exceção dos ministros e secretários estaduais e municipais, ligados ao chefe do Executivo por uma relação de hierarquia. 
· São Considerados Agentes Políticos:
i. Chefes do Executivo: Presidente da República, Governadores e Prefeitos.
ii. Auxiliares imediatos dos chefes do Executivo: Ministros, Secretários estaduais e municipais.
iii. Membros do Poder Legislativo: Senadores, Deputados e Vereadores.
	· Parte da Doutrina: Considera que também são agentes políticos os membros da magistratura (juízes, desembargadores e ministros de tribunais superiores), os membros do MP (promotores de justiça e procuradores da República) e os representantes diplomáticos.
· STF: Considera que os agentes políticos são todos aqueles que exercem atribuições decorrentes diretamente da Constituição, não sendo, pois, apenas os detentores de cargos eletivos; E quanto aos conselheiros dos Tribunais de Contas, pelo menos uma vez se manifestou classificando-os como agentes administrativos, haja vista que exercem a função do Legislativo no controle da Administração Pública. Por conta desse entendimento o Supremo considerou que a nomeação dos mesmos devem se submeter aos preceitos da SV nº 13, que veda a prática de nepotismo, mas não alcança a nomeação de agentes políticos.
· CESPE: Quanto aos membros do Tribunal de Contas (Ministros e conselheiros) é considerado agentes administrativos.
1.2. AGENTES ADMINISTRATIVOS: São todos aqueles que se vinculam aos órgãos e entidades da Administração Pública por relações profissionais, remuneradas e não eventual. Essa terminologia também se deve ao fato de desempenharem atividades administrativas.
· Características: 
· Não são membros de poder.
· Não exercem funções políticas ou governamentais.
· Estão sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico determinado pela entidade estatal a que servem. 
· Classificados como:
i. Servidores Públicos (sentido estrito): São os agentes titulares de cargos públicos (efetivos ou em comissão) que mantêm relação funcional com o Estado em regime estatutário, sempre sujeitos a regime jurídico de direito público e mantem vínculo de subordinação com o Estado ou com suas entidades mediante retribuição pecuniária. Ex: Os servidores dos órgãos da Administração DF, os Auditores e Analistas Tributários da Receita Federal, membros do TCU dos Auditores Federais de Controle Externo do TCU, dos gestores do Poder Executivo etc.
· Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas em uma estrutura organizacional, que devem ser cometidas a um servidor, que são criados por lei e com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, cujo provimento poderá ser em caráter efetivo ou em comissão. Assim, teremos servidores públicos de cargos efetivos (concursados) e servidores públicos de cargos comissionados (cargos de Direção e Assessoramento Superior).
ii. Empregados Públicos: São os agentes ocupantes de empregos públicos que mantêm relação funcional com o Estado, por prazo indeterminado, em regime contratual trabalhista (celetista) ― regido pela CLT ― estão no âmbito das estatais e estão sujeitos, predominantemente, a regime jurídico de direito privado, mas submetendo-se a algumas normas constitucionais aplicáveis à Administração Pública em geral, como os requisitos para investidura e acumulação de cargos. São exemplos os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista, como Correios, Caixa Econômica, Banco do Brasil, Petrobras etc.
· A EC n. 19/98, permitiu-se à Administração direta, autárquica e fundacional também contratar sob o regime celetista. Disposição que restou suspensa pela decisão proferida pelo STF na ADI n. 2.135.
iii. Funcionários ou Servidores Temporários: Ou ainda, agentes temporários. Não têm cargo público nem emprego público, exercem uma função pública remunerada e temporária (por tempo determinado) para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termosdo art. 37, IX da CF. Mantêm vínculo contratual com a Administração Pública ― não é de natureza trabalhista ou celetista ― na verdade, trata-se de um contrato especial de direito público, disciplinado em lei de cada unidade da federação. São exemplos os recenseadores contratados pelo IBGE para auxiliar na realização dos censos, o pessoal contratado para auxiliar em situações de calamidade pública, os professores substitutos, dentre outros.
· A contratação temporária é feita mediante processo seletivo simplificado (seleção pública) sujeito a ampla divulgação, inclusive através do Diário Oficial da União. Entretanto, no caso de calamidade pública, de emergência ambiental e de emergências em saúde pública é dispensado o processo seletivo. Ademais, a lei faculta que a seleção ocorra simplesmente com base em análise de currículo, como na contratação de professor visitante e de pesquisador em instituição destinada à pesquisa.
· Eles são regidos pela Lei nº 8.745/93 que estabelece um estatuto contratual próprio, não lhes sendo aplicada a Lei nº 8.112/90.
· Função Pública ≠ Função de Confiança: Função de confiança é para os servidores públicos efetivos.
1.3. AGENTES HONORÍFICOS: São cidadãos (particulares) convocados, designados ou nomeados que para prestar, transitoriamente, determinados serviços relevantes ao Estado, em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória capacidade profissional.
 
· São Incumbidos de: Prestar, transitoriamente, determinados serviços relevantes ao Estado.
· Características:
· Não possui qualquer vínculo empregatício ou estatutário. Porém, momentaneamente, exercem uma função pública.
· Em regra, não são remunerados em espécie, mas podem receber compensações, a exemplo de folgas no trabalho.
· Devem se sujeitar à hierarquia e disciplina do órgão a que estão servindo enquanto desempenham a função pública.
· São equiparados a “funcionários públicos” quanto aos crimes relacionados com o exercício da função, para fins penais.
· Exemplos de Agentes Honoríficos: Os jurados, os mesários eleitorais, os membros dos Conselhos Tutelares dentre outros.
1.4. AGENTES DELEGADOS: São particulares que realizam em nome próprio a execução de determinada atividade, obra ou serviço público, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob sua permanente fiscalização. 
· São Incumbidos de: Executar de determinada atividade, obra ou serviço público.
· Designados Por: Força de contrato ou ato administrativo.
· Características: 
· Atuam em colaboração com o Estado (descentralização por colaboração).
· A remuneração que recebem não é paga pelos cofres públicos, mas remuneração paga pelos usuários do serviço.
· Esses agentes, sempre que lesarem interesses alheios no exercício da atividade delegada, sujeitam-se à responsabilidade civil objetiva (CF, art. 37, §6º) e ao mandado de segurança (CF, art. 5º, LXIX). 
· Os notários constituem exceção a essa regra, segundo a Lei 13.286/16, art. 22, se sujeitam à responsabilidade civil subjetiva.
· Enquadram-se como “funcionários públicos²” para fins penais.
· A expressão “funcionários públicos” é usada no Código de Processo Penal com o mesmo sentido de “agentes públicos”.
· Exemplos de Agentes Delegados: Os funcionários das concessionárias e permissionárias de obras e serviços públicos, os leiloeiros, os que exercem serviços notariais e de registro, os tradutores e intérpretes públicos e demais pessoas que colaboram com o Poder Público.
1.5. AGENTES CREDENCIADOS: São os que recebem a incumbência da Administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante. Ex: Pessoa de renome que tenha sido designada para representar o Brasil em um evento internacional (ex.: Pelé e Ronaldo na organização da Copa do Mundo).
· Outras Classificações: A exemplo daqueles que colocam dentre tais agentes os militares (agentes militares), os terceirizados (agentes em colaboração) e também os agentes de fato. 
i. Militares: Antes da EC n. 18/98 enquadravam-se na categoria de servidores públicos, porém após a emenda retirou-se a expressão, por isso não são considerados como servidores, figurando-se como mais uma categoria de agente público, denominados simplesmente de militares.
· Considerados como agentes públicos para efeito da Lei de Improbidade Administrativa, porém, não é considerado como servidor público para efeito de regime jurídico.
ii. Terceirizados:
iii. Agentes de Fato: São aqueles que se investem da função pública de forma emergencial ou irregular. A nomenclatura “agentes de fato” é empregada justamente para distingui-los dos “agentes de direito”. Em regra, os atos produzidos pelos agentes de fato são válidos, pois, apesar de a sua investidura ter sido irregular, tudo levaria a crer que seriam agentes públicos. Trata-se da chamada teoria da aparência, pela qual os atos desses agentes devem ser convalidados, pois, parecem, na visão de terceiros de boa-fé, seriam agentes públicos de direito. Classificados em:
a. Necessários: Exercem a função em razão de situações excepcionais, como, por exemplo, alguém que preste auxílio durante calamidades públicas, atuando como se fosse um “bombeiro militar”. 
b. Putativos: São os que têm aparência de agente público, sem o ser de direito. É o caso de um servidor que pratica inúmeros atos de administração sem ter sido investido mediante prévia aprovação em concurso público.
· Embora a investidura seja irregular, os agentes putativos trabalharam em suas funções, e, por isso, não há que se falar de devolução da remuneração que receberam como retribuição pecuniária; aliás, a Administração se beneficiaria de enriquecimento sem causa.
	AGENTES PÚBLICOS
	INVESTIDOS POR
	Políticos
	Eleitos, designados, nomeados.
	Administrativos
	Servidores Públicos
	Nomeados
	
	Empregados Públicos
	Nomeados (vínculo contratual)
	
	Funcionários Temporários
	Nomeado (vínculo contratual)
	Particulares / Colaboradores
	Honoríficos
	Designados, nomeados, convocados
	
	Delegados
	Designados?
	
	Credenciados
	?
	Militares
	Nomeados
	Função de Confiança
	Designados
	Função Pública
	Nomeados
2. CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO
· No âmbito da Administração Pública, os agentes públicos OCUPAM cargos ou empregos ou EXERCEM função.
· EM REGRA, a criação dos cargos, empregos e funções depende de lei.
i. No caso dos cargos, a lei deve apontar os elementos necessários à sua identificação, lhes conferindo denominação própria, definindo suas atribuições e fixando o padrão de vencimento ou remuneração.
ii. No caso das funções, essa exigência de lei para criação refere-se TÃO SOMENTE às funções de confiança, não sendo aplicado às funções temporárias.
· De acordo com Di Pietro, há uma série de normas constitucionais que, ao fazerem referência a cargo, emprego ou função, estão se referindo apenas às funções de confiança e não às funções temporárias. Além da exigência de lei para criação, também é o caso, por exemplo, do art. 38, que prevê o afastamento do cargo, emprego ou função para o exercício de mandato.
2.1. CONCEITOS
· Servidor: É a pessoa legalmente investida em cargo público.
· Servidores públicos, em sentido estrito, são regidos por um conjunto de regras que estabelecem seus direitos, deveres, obrigações e responsabilidades. Trata-se do regime jurídico dos servidores públicos federais. (Lei nº 8.112/90).
· O vínculo do servidor com o Estado se inicia com nomeação, posse e exercício no cargo.
· Cargo Público: É o lugar ou posição jurídica a ser ocupado pelo agente na estrutura da Administração. Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos dos órgãos e entidades de DIREITO PÚBLICO (administração direta, autarquias e fundações públicas de direito público). Quando um indivíduo é aprovado no concurso da Receita Federal, por exemplo, ele passa a ocupar um dos respectivos cargos do órgão, como o cargo de Auditor-Fiscal ou de Analista Tributário. A Lei 8.112/90 assim estabelece o conceito de cargo público:“É o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.”
· A todo cargo são atribuídas uma série de responsabilidades ou funções públicas. Porém, nem toda função corresponde a um cargo, exemplo, funções exercidas por servidores temporários.
· A existência de cargo público remete à adoção de regime jurídico estatutário, quer dizer, a relação jurídica entre o agente e o Estado é definida direto por uma lei; Seriam exemplos: Os servidores públicos regidos pela 8.112/90, os magistrados regidos pela LC 35/1979 e os membros do Ministério Público regidos pela LC 75/1993.
· O cargo público pode ser de provimento efetivo, mediante concurso público, ou em comissão, de livre nomeação e exoneração (ad nutum). Até os cargos em comissão são estatutários, embora seu regime de previdência seja o regime geral aplicável aos empregados celetistas.
· Emprego Público: Designa um lugar a ser ocupado pelo agente público na estrutura da Administração. Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos da Administração direta e indireta; são mais comuns nas entidades administrativas de DIREITO PRIVADO (empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado). Diferencia-se do cargo público em razão do regime jurídico aplicável: o ocupante de emprego público tem um vínculo contratual, sob a regência da CLT, enquanto aqueles, como visto, tem um vínculo estatutário.
· O regime jurídico é híbrido. Não obstante observam a legislação trabalhista prevista na CLT, os empregados públicos devem se submeter a algumas normas de direito público, a exemplo do concurso público e da necessidade de que haja a devida motivação para sua demissão.
· Os empregados públicos não possuem estabilidade, direito reservado aos servidores estatutários. Eles podem, inclusive, ser demitidos sem justa causa, desde que haja a devida motivação e lhes seja garantido o contraditório e a ampla defesa.
· Função Pública: Constitui o conjunto de atribuições às quais não necessariamente corresponde um cargo ou emprego. Trata-se, portanto, de um conceito residual. Na Constituição Federal, abrange apenas duas situações:
i. As funções exercidas por servidores temporários, contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. (art. 37, IX)
· Na contratação temporária, o agente público exerce atribuições públicas como mero prestador de serviço, mas sem ocupar um local (cargo ou emprego) na estrutura da Administração Pública. Veja, por exemplo, que o professor contratado em uma universidade pública pelo regime temporário (professor substituto) desempenha as mesmas atribuições do professor ocupante de cargo público, mas, diferentemente deste, não ocupa um lugar na estrutura administrativa da entidade.
ii. As funções de natureza permanente, correspondentes à chefia, direção e assessoramento; em geral, são funções de confiança, de livre provimento e exoneração. (art. 37, V)
· A função de confiança deve ser exercida exclusivamente por servidor de cargo efetivo. O servidor designado para exercer atividade de chefia, direção ou assessoramento deixa de exercer as atribuições do seu cargo e passa a exercer as atribuições relativas à função.
· Função Pública ≠ Função de Confiança: Função de confiança é para os servidores públicos efetivos.
2.2. ACESSO AOS CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS
· Por meio do inciso I do art. 37, a CF garante o direito de AMPLO ACESSO aos cargos, empregos e funções públicas. Porém, também a CF retrata a necessidade à satisfação dos “requisitos estabelecidos em lei”, ou seja, a Carta Magna permite que se imponham certas restrições a esse acesso, como requisitos de idade, altura e sexo, de acordo com a natureza do cargo. As restrições impostas devem observar os princípios da isonomia, razoabilidade e impessoalidade. Para tanto, não pode instituir exigências desarrazoadas ou discriminatórias, que não guardem consonância com a atividade a ser exercida pelo agente. Nesse sentido, a Súmula 683 do STF preceitua que:
“O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”.
2.3. ALGUNS ENTENDIMENTOS DAS JURISPRUDÊNCIAS
· Segundo o STF:
· Imposição de Discrímen de Gênero: Para fins de concurso público, só é compatível com a CF nos casos excepcionais em que reste inafastável a fundamentação proporcional e a legalidade da imposição. Com isso, não se admite que obste a participação de mulheres nos concursos para acesso aos quadros da PM sem que haja justificativa na legislação de regência, tampouco no edital.
· Altura Mínima: É razoável a exigência de altura mínima para cargos da área de segurança, desde que prevista em lei (sentido formal e material), bem como no edital que regule o concurso, pois tal exigência é compatível com a natureza das atribuições do cargo.
· Idade Mínima: NÃO é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público. O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
· Exame Psicotécnico: Veja-se a SV 44 do STF: “Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público”. Além de ser previsto em lei, deverá observar critérios objetivos de reconhecido caráter científico, a fim de viabilizar a interposição de recurso administrativo e o controle jurisdicional da legalidade e da razoabilidade dos parâmetros estabelecidos.
· Veto não Motivado: O ato administrativo que impeça a participação do candidato em concurso público deve ser devidamente motivado, com a indicação dos pressupostos de fato e de direito que fundamentaram a decisão. Se não for motivado, será considerado inconstitucional. Com efeito, o concurso público deve, por princípio, ser aberto a todos os interessados.
· Direito Subjetivo: Quando ocorre o direito subjetivo a Administração poderá até escolher o momento no qual realizará a nomeação (se de uma vez só ou em várias etapas), mas não poderá dispor sobre a própria nomeação, a qual, de acordo com o edital, passa a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma, um dever imposto ao Poder Público. O direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público aparece nas seguintes hipóteses:
i. Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas previsto no edital.
· Contudo, observado o prazo de validade do concurso, ou seja, os aprovados dentro do número de vagas devem ser nomeados no período de validade.
· Possui o mesmo direito o candidato aprovado fora das vagas previstas no edital, mas que em razão da desistência de candidatos classificados em colocação superior, passe a estar colocado dentro do número de vagas.Só tem meia expectativa de direito
ii. Quando houver preterição (omissão) na nomeação por não observância da ordem de classificação.
iii. Quando surgirem novas vagas ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer à preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos acima.
· O surgimento de novas vagas ou abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, RESSALVADAS as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da Administração, caracterizadas por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame,a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. 
· Afastamento da Obrigação da Nomeação: O candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas indicado no edital tem direito subjetivo de ser nomeado, observado o prazo de validade do concurso. Dentro desse prazo, a Administração pode até escolher o momento em que efetuará a nomeação e não precisa nomear todos os candidatos ao mesmo tempo; porém, não pode deixar de nomear ninguém que tenha sido aprovado dentro do número de vagas previsto no edital. Contudo, o STF reconhece que situações excepcionais podem afastar essa obrigatoriedade de nomeação, desde que se revistam dos seguintes requisitos:
i. Superveniência: Devem ser posterior ao edital.
ii. Imprevisibilidade: Devem derivar de circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis à época do edital.
iii. Gravidade: Devem implicar onerosidade excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital.
iv. Necessidade: Não pode haver outros meios menos gravosos para lidar com a situação excepcional e imprevisível.
· Ajuizamento de Mandado de Segurança: O prazo de decadência de 120 dias para impetração de mandado de segurança por candidato não nomeado, mas que possui direito subjetivo a tanto (por exemplo, por ter sido aprovado e classificado dentro do número de vagas previsto no edital), começa a fluir a partir do término do prazo de validade do concurso.
· Alteração das Regras do Concurso: O edital é a “lei do concurso” e, nessa condição, é de observância obrigatória para todas as partes envolvidas. Dessa forma, após a publicação do edital, só se admite a alteração das regras do concurso se houver modificação na legislação que disciplina a respectiva carreira, desde que o concurso público ainda não esteja concluído e homologado. Veja que a modificação que permite a alteração do edital deve ocorrer na legislação que disciplina a respectiva carreira e não nas normas a serem cobradas na prova, uma vez que é essa a legislação que estabelece as regras gerais para os concursos da carreira, como número de etapas, provas a serem aplicadas, requisitos de classificação, etc.
· Prorrogação do Concurso Público: O ato de prorrogação deve ser editado enquanto o prazo inicial de validade ainda não tiver acabado.
· Concurso Específico para Cargo ou Emprego Público: A CF impõe à Administração o dever de realizar um concurso específico para cada cargo ou emprego efetivo. Em consequência, não é permitido o reenquadramento de servidor que atua com desvio de função, ou seja, a Administração não pode realocar determinado servidor admitido para o cargo X para que exerça atribuições do cargo Y. Nesse sentido, a SV 685 do STF diz que: “é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.” Porém, o servidor desviado de suas funções, embora não possa ser reenquadrado, tem direito ao recebimento, como indenização, da diferença remuneratória entre os vencimentos do cargo efetivo e os daquele exercido de fato.
· Classificação dos Candidatos por Regiões ou por Áreas de Especialização: O edital de concurso público pode estabelecer que a classificação dos candidatos seja feita por regiões ou por áreas de especialização. Por exemplo, um concurso público com critério de classificação regional pode abrir 10 vagas para a região Norte, 20 para a região Sudeste e 30 para a região Centro- Oeste. Nesse caso, os candidatos que se inscreverem para as vagas da região Norte não poderão assumir as vagas de outra região, ainda que fiquem de fora das 10 vagas, mesmo que tenham nota superior às dos candidatos aprovados para as demais regiões.
· Cláusula de Barreira: Nada mais é que a limitação do número de candidatos aptos a participar das fases subsequentes do certame, definidos em razão da nota obtida na etapa anterior (“nota de corte”). Essa cláusula tem o intuito de selecionar apenas os concorrentes mais bem classificados para prosseguir no certame. Ex.: quando num concurso com provas objetivas e discursivas, o edital prescreve que apenas os primeiros X candidatos terão as redações corrigidas. A aplicação dessa cláusula para prosseguimento no certame pode incidir sobre candidatos concorrendo a vagas reservadas para portadores de deficiência. Para a Corte, a delimitação de número específico de candidatos por meio de cláusula de barreira seria fator imprescindível para que determinados certames sejam realizados à luz da exigência constitucional de eficiência (seria inviável, por exemplo, corrigir todas as redações num concursos com centenas de milhares de candidatos inscritos).
· Eliminar Candidato: NÃO PODE ELIMINAR candidato do certame público apenas com base no fato de haver instauração de inquérito policial ou propositura de ação penal contra ele. A eliminação nessas circunstâncias, sem o necessário trânsito em julgado da condenação, viola o princípio constitucional da presunção de inocência, o qual também deve ser observado na esfera administrativa.
· Remarcação de Prova: INEXISTE DIREITO CONSTITUCIONAL à remarcação de provas de aptidão física em razão de circunstâncias pessoais dos candidatos, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior, salvo disposição expressa em sentido contrário no respectivo edital. Assim, por exemplo, se o candidato passar mal no dia da prova física, prejudicando seu rendimento, não terá direito a uma 2ª chamada, a menos que o edital expressamente preveja essa possibilidade. 
· Grávidas possuem direito de remarcar os testes de aptidão física mesmo não constando em edital.
· Em relação a doenças temporárias, candidatos mesmo com comprovação médica de doença temporária não tem direito a remarcação de teste físico, salvo se previsto no próprio edital do certame.
· Restrição de Participação de Certame de todos os Portadores de Deficiência: O STF tem impugnado diversos editais de concurso público que, sob a justificativa de que a atividade do cargo não é compatível com nenhum tipo de deficiência, e com isso não reservam vaga alguma para portadores de deficiência. É entendido que a eventual incompatibilidade da deficiência com as atribuições do cargo deve ser verificada depois de realizado o concurso, com base em critérios objetivos e assegurando ao candidato o direito a ampla defesa e o contraditório, ou seja, a Administração não pode restringir a participação no certame de todos e quaisquer candidatos portadores de deficiência.
· A deficiência não necessariamente precisa causar embaraço ao seu desempenho das funções do cargo. Exemplo, uma deficiência de locomoção (ex: perna amputada) certamente não dificulta o desempenho de atividades de informática, mas é considerada deficiência para fins do direito de concorrer às vagas reservadas constitucionalmente a esse cargo. Assim, a Administração não pode privar determinado candidato de concorrer às vagas de deficiente sob o argumento de que sua deficiência não prejudica o pleno exercício das atividades do cargo ou emprego objeto do certame. Entretanto, é exigido que a pessoa comprove ser portadora de alguma deficiência, e que essa deficiência não se revele absolutamente incompatível com as atribuições funcionais inerentes ao cargo ou ao emprego público.
· Pessoas com Tatuagem: Os editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais. O fato de o candidato possuir tatuagem não macula, por si só, sua honra pessoal, o profissionalismo, o respeito às Instituições e, muito menos, lhe diminui a competência. Entretanto, é possível que a Administração Pública impeça o acesso do candidato se a tatuagem que ele possui tiver um conteúdo que viole os valores previstos na CF. É o caso, por exemplo, de tatuagens que contenham obscenidades, ideologias terroristas, que sejam discriminatórias, que preguem a violência e a criminalidade, a discriminaçãode raça, credo, sexo ou origem. Isso porque tais temas são, inegavelmente, contrários às instituições democráticas. Se a Administração proibir tatuagens como essa, não será uma prática desarrazoada ou desproporcional.
· Qualquer obstáculo a acesso a cargo público deve estar relacionado unicamente ao exercício das funções como, por exemplo, idade ou altura que impossibilitem o exercício de funções específicas. A criação de barreiras arbitrárias para impedir o acesso de candidatos a cargos públicos fere os princípios constitucionais da isonomia e da razoabilidade.
· Controle Jurisdicional sobre os Concursos Públicos: O controle jurisdicional NÃO PODE se imiscuir na aferição dos critérios de correção da banca examinadora, nem na formulação das questões ou na avaliação das respostas, nem em outros assuntos semelhantes, pois configura controle do mérito administrativo, e não controle de legalidade. A EXCEÇÃO é nos casos em que restar configurada erro grosseiro no gabarito apresentado, pois caracterizada a ilegalidade do ato praticado pela Administração, fato que possibilita a anulação judicial da questão. Porém, o Judiciário pode verificar se as questões formuladas estão de acordo com o programa do certame. Nesse caso, trata-se de controle de legalidade, sendo possível, portanto, a anulação judicial de questões de concurso nas quais tenham sido cobrados assuntos não previstos no respectivo edital. Não é necessário que o edital explicite detalhadamente todas as vertentes de um determinado tema que poderão ser exigidas nas questões do certame. O STF afirma: “havendo previsão de um determinado tema, cumpre ao candidato estudar e procurar conhecer, de forma global, todos os elementos que possam eventualmente ser exigidos nas provas, o que decerto envolverá o conhecimento dos atos normativos e casos julgados paradigmáticos que sejam pertinentes, mas a isto não se resumirá. Portanto, não é necessária a previsão exaustiva, no edital, das normas e dos casos julgados que poderão ser referidos nas questões do certame”.
· Segundo o STJ:
· Limite Máximo e Mínimo de Idade, Sexo e Altura: É possível essa restrição para o ingresso na carreira militar, levando-se em conta as peculiaridades da atividade exercida, desde que haja previsão em lei específica e no edital do concurso público.
· Qualquer exigência de natureza discriminatória a restringir o acesso ao serviço público, como exigências de experiência profissional, para ser legítima, deve ser estabelecida mediante lei, e não apenas no edital. Isso porque o edital do concurso não é instrumento idôneo para impor condições para a participação no certame. Além disso, é necessário que a própria lei observe os princípios da isonomia, razoabilidade e impessoalidade no que tange à compatibilidade da exigência com as atribuições do cargo.
· Edital que não Prevê o Número de Vagas: A exemplo, os concursos para formação de cadastro de reserva, ainda que o edital não preveja o número de vagas, caso a Administração convoque determinado número de candidatos do cadastro, a desistência de candidatos convocados, ou mesmo a sua desclassificação em razão do não preenchimento de determinados requisitos, gera para os seguintes, na ordem de classificação, direito subjetivo à nomeação para as vagas não ocupadas por motivo de desistência ou desclassificação. Além disso, o candidato aprovado em 1º lugar do certame também possui direito subjetivo à nomeação, afinal, o simples fato de o concurso ter sido aberto faz presumir que haveria pelo menos uma vaga disponível.
· Portador de Visão Monocular: É quando há a ausência de visão em um dos olhos; Este possui também o direito de concorrer às vagas reservadas aos deficientes em concurso público.
· Segundo os Tribunais Superiores:
· Direito Subjetivo: A contratação de pessoal a título precário (ex.: comissionados, temporários ou terceirizados) para o exercício de atribuições próprias de cargo efetivo, quando existem candidatos aprovados e não nomeados em concurso público para esse mesmo cargo ainda dentro do prazo de validade, configura preterição na ordem de nomeação e faz surgir para os referidos candidatos o direito subjetivo à nomeação.
3. SEGUNDO O REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS – RJU. (Lei nº 8.112/90)
· Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.
· Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.
· A Lei 8.112/1990 é o regime jurídico único dos servidores públicos federais (servidores estatutários), editada nos termos da CF/88, art. 39:
“A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas”.
· Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
· Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
· É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.
· Dos Prazos: Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos, EXCLUINDO-SE o dia do começo e INCLUINDO-SE o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente.
3.1. DO CONCURSO PÚBLICO
· Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
· A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
· O prazo de validade do concurso público será de ATÉ 2 anos, prorrogável uma vez, por igual período.
· Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.
· Este trecho da CF aborda a relação da necessidade de observância da ordem de prioridade de convocação na hipótese de novo concurso ser realizado durante a vigência do prazo de outro certame para o mesmo cargo ou emprego. Frisando que, essa regra só se aplica enquanto o primeiro concurso estiver dentro do seu prazo de validade.
· A lei 8112/90 diz que na ESFERA FEDERAL “não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado”. Já as DEMAIS ESFERAS, devem ser visto o que a legislação local determina, já que a CF não proíbe a realização de um novo concurso durante o prazo de validade de um anterior para o mesmo cargo ou emprego.
· A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
· Na esfera federal: LIMITE MÍNIMO: 5% do total de vagas (Decreto 3298/99); LIMITE MÁXIMO: até 20% das vagas (Lei 8112/90).
· A cota para negros é dada pela lei 12990/14, que reserva o total de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedade de economia mista controladas pela União.
· O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
· Mais Informações: Vide – 3.12. Regras relativas à cargo, emprego e função pública
3.2. REQUISITOS PARA A INVESTIDURA
· A Lei nº 8.112/90 estabeleceuos requisitos para investidura em cargo público, conforme art. 5º, que assim dispõe:
“São requisitos básicos para investidura em cargo público: I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de 18 anos; VI - aptidão física e mental.”
· As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.
· Comprovação dos Requisitos: 
· REGRA: No ato da posse no concurso. A lei quando impõe alguma condição (demonstração de experiência profissional prévia ou de escolaridade mínima...) para o exercício de cargo público, a verificação da situação do candidato deve ocorrer no ato da posse e não no ato de inscrição no concurso ou em qualquer de suas etapas. Por exemplo, um candidato pode se inscrever e prestar concurso que exija nível superior ainda que não tenha terminado seu curso na universidade. O que importa para o cumprimento do requisito é a existência da habilitação plena no ato da posse, momento em que o candidato comprovará que concluiu o curso para ter condições de assumir a vaga.
· EXCEÇÕES: No ato da inscrição no concurso, nos seguintes casos:
i. Para ingresso nos cargos de juiz e de membro do Ministério Público (federais ou estaduais), a verificação dos requisitos deve ocorrer na data da inscrição no concurso. A CF exige que o candidato para o preenchimento desses cargos seja bacharel em direito e que comprove, no mínimo, 3 anos de atividade jurídica. O STF definiu que os 3 anos de atividade jurídica supõe a conclusão do curso de bacharelado em Direito (ou seja, não contam eventuais trabalhos na área jurídica executados antes do término do curso, como estagiário ou como servidor público que desenvolva atividades na área) e que a comprovação desse requisito deve ocorrer na data da inscrição no concurso .
ii. O STF firmou o entendimento de que a comprovação do limite máximo de idade para provimento no cargo estabelecido na lei, exigência geralmente feita nos concursos para carreiras militares e policiais, deve ocorrer no momento da inscrição no certame, tendo em vista a impossibilidade de dimensionar o período que será transcorrido entre a abertura das inscrições do concurso público e sua efetiva homologação. Assim, por exemplo, segundo o Supremo, num concurso que exija idade inferior a 30 anos é possível dar posse a candidato com 31 anos, desde que ele tivesse 30 anos por ocasião da inscrição do certame.
· Entendimento Do STF: Estabelecer limite de idade para inscrição em concurso público depende de expressa previsão legal, conforme a SV 14: “Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público”.
	COMPROVAÇÃO DOS REQUISITOS
	REGRA
	―
	No ato da posse
	EXCEÇÃO
	· Juiz
· Membros do MP
	No ato da inscrição
	
	· Limite máximo de idade
	
3.3. PROVIMENTO EM CARGO PÚBLICO
· Provimento é o ato de preencher cargo público com a designação de seu titular, que será realizado mediante ato emanado da autoridade competente de cada Poder.
· Segundo o STF, é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público, destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
· Formas de Provimento: Originário (Nomeação) e o derivado (Promoção, Readaptação, Reversão, Aproveitamento, Reintegração e Recondução).
i. Originário: Quando o agente não tem vínculo anterior com o cargo a ser ocupado. A nomeação é a única forma de provimento originário.
ii. Derivado: Quando há um vínculo anterior com o cargo a ser ocupado. Podendo ser vertical (elevação funcional = promoção) ou horizontal (mudança de cargo do mesmo nível = readaptação). Os demais casos são por reingresso.
	Havia também a ascensão e a transferência, porém, foram revogadas pela Lei nº 9.527/97.
3.3.1. NOMEAÇÃO
· A nomeação é a única forma de provimento originário, todas as demais são provimentos derivados.
· A nomeação é sempre ato administrativo unilateral que não gera, por si só, qualquer obrigação para o servidor, mas sim o direito subjetivo para que esse formalize seu vínculo com a Administração, por meio da posse.
· Nomeação é a indicação de uma pessoa para ocupar um cargo público, podendo ser de provimento efetivo, que se dará em virtude de aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos, ou, comissionado, que é de livre nomeação e exoneração. A nomeação será:
i. Em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; (concurso público)
ii. Em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. 
· O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.
	STF: A nomeação de funcionário sem concurso pode ser desfeita ANTES DA POSSE.
INVESTIDURA
Posse
PROVIMENTO
V
Nomeação 
 
· Posse:
“Lei 8812/90, art. 6º - A investidura em cargo público ocorrerá com a posse”.
· Posse é ato jurídico bilateral de investidura do servidor no cargo. Somente haverá posse no provimento originário (nomeação).
	STF: Funcionário nomeado por concurso tem direito à posse
· A posse é a aceitação formal, por parte do nomeado, das atribuições e responsabilidades de seu cargo. A partir da posse o nomeado torna-se servidor público.
· Procuração: A lei permite que a posse se dê mediante procuração específica, ou seja, que seja exclusiva no sentido de outorgar poderes ao terceiro para proceder à investidura no cargo em nome do nomeado, nos termos do art. 13, §3º, que assim dispõe:
“A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. | A posse poderá dar-se mediante procuração específica”.
· Prazo para Posse: O prazo para o nomeado tomar posse é de 30 dias, improrrogáveis, contados da nomeação. Caso o nomeado não tome posse no prazo fixado, tornar-se sem efeito o ato de nomeação. Porém, RESSALVANDO-SE as seguintes hipóteses de licenças e afastamento, quando o prazo será contado a partir do término do impedimento (quando já é servidor). São os casos de:
i. Licença em virtude de doença em pessoa da família (Art. 81, inc. I);
ii. Licença em virtude de acidente em serviço ou doença profissional (Art. 102, inc. VIII, “d”);
iii. Licença para tratamento da própria saúde (Art. 102, inc. VIII, “b”);
iv. Licença gestante, adotante e paternidade (Art. 102, inc. VIII, “a”);
v. Licença para prestar serviço militar obrigatório (Art. 81, inc. III);
vi. Convocação para serviço militar (Art. 102, inc. VIII, “f”);
vii. Licença capacitação (Art. 102, inc. VIII, “e”);
viii. Licença capacitação (Art. 81, inc. V);
ix. Férias (Art. 102, inc. I);
x. Treinamento regularmente instituído ou pós-graduação stricto sensu (Art. 102, inc. IV);
xi. Deslocamento por remoção (Art. 102, inc. IX);
xii. Júri e outros serviços obrigatórios por lei (Art. 102, inc. VI);
xiii. Participação em competição representando o país (Art. 102, inc. X).
· Com a posse abre-se o prazo quinzenal (15 dias) para o empossado entrar em exercício.
· Apresentação pelo Servidor: No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
· A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
· Exercício:
· O exercício se dará no prazo de 15 dias após a posse.
	O atoda pessoa física designada para ocupar o cargo pelo qual ela inicia o exercício da função a que fora nomeada é o exercício.
· Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função pública, de modo que não poderá ser conferido a terceiro (é personalíssimo). Será exonerado o empossado que não entrar em exercício no prazo legal. 
· No caso de função de confiança o exercício, em regra, coincide com a data da designação, SALVO quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no 1º dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a 30 dias da publicação. E acaso não se entre em exercício torna-se sem efeito a designação.
· O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do servidor.
	A promoção NÃO INTERROMPE o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.
· Compete dar-lhe o exercício a autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado o servidor.
· Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão competente os elementos necessários ao seu assentamento individual.
· Jornada de Trabalho: Os servidores têm jornada de trabalho com duração máxima semanal de 40 horas, devendo observar o limite mínimo de 6 horas e máximo de 8 horas diárias. Essa regra NÃO SE APLICA a duração de trabalho estabelecida em leis especiais.
	VEDADO, segundo o Estatuto, editar atos de nomeação, posse e exercício com efeitos retroativos.
	
	Prazos e efeitos para nomeação e designação
	―
	Servidor provido (nomeado para cargo)
	Servidor designado para função de confiança
	Prazo para entrar em Exercício
	15 dias a contar da posse
	Na data da publicação da designação – salvo se estiver de licença ou afastado
	Efeito de não cumprir o prazo
	Exoneração
	Ato é tornado sem efeito
3.3.2. READAPTAÇÃO
· Readaptação é a investidura de servidor estável ou não estável, ocupante de cargo efetivo, em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis (afins) com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental. Sempre precedida de inspeção médica, pois se o servidor for julgado incapaz será aposentado.
· Na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
· Observações para Readaptação: i. Atribuições condizentes com sua limitação; ii. Habilitação exigida para o cargo; iii. Mesmo nível de escolaridade; iv. Equivalência de vencimentos.
· Segundo a CF/88, art. 37, § 13 diz que o servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. 
3.3.3. REINTEGRAÇÃO
· Reintegração é o retorno do servidor estável (ou investidura) ao cargo anteriormente ocupado em razão de ter sido invalidada sua demissão por decisão administrativa ou judicial.
i. Se o cargo que ocupava tiver sido transformado em outro, voltará para o cargo objeto da transformação. 
ii. Se extinto o cargo, o servidor ficará em disponibilidade (até seu adequado aproveitamento).
iii. Se provido o cargo, o reintegrado ficará no cargo e o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem (sem direito à indenização) ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
	SE CARGO PROVIDO
	ATUAL OCUPANTE
	Estável
	Não Estável
	SERÁ
	· Reconduzido ao cargo de origem; 
· Aproveitado em outro cargo; 
· Posto em disponibilidade, até que seja aproveitado. 
	· Exonerado. 
· O servidor reintegrado terá direito ao ressarcimento de todas as vantagens durante o período de seu afastamento.
· Apesar da CF/88 pregar que a reintegração é para servidores estáveis e que os autores evitam usar esse termo para os servidores não estáveis, ninguém ignora que os efeitos serão os mesmos do servidor estável. Além disso, existe posição do STF admitindo reintegração de servidor não estável (RE 378041).
· Caso haja reintegração e o atual ocupante não for estável o que acontece com ele? A atual legislação ordinária nada menciona sobre o caso. Apesar de não ser estável, realizou concurso público e ocupa cargo efetivo e por isso existem direitos e proteções a ele. É possível identificar o que não pode ocorrer, já que não se enquadra nas opções a seguir:
i. Não pode ser reconduzido.
ii. Não pode ser posto em disponibilidade.
iii. Não pode ser exonerado.
3.3.4. RECONDUÇÃO
· Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em decorrência de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou por reintegração do anterior ocupante.
· Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
	O servidor estável também poderá ser reconduzido caso desista do estágio probatório.
3.3.5. REVERSÃO
· Reversão é o retorno do servidor aposentado à atividade. A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação. Ocorre nos casos de:
i. Aposentadoria por invalidez (reversão compulsória) quando Junta Médica Oficial declarar sem fundamento os motivos da aposentadoria.
· Encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. 
 
ii. No interesse da administrativa (reversão a pedido), desde que: 
a. Tenha sido a aposentadoria voluntária e o 
b. A aposentadoria não tenha ocorrido há mais de 5 anos.
c. Estável quando estava na atividade.
d. Haja cargo vago.
e. Tenha feito a solicitação de retorno e o aposentado não tenha completado 70 anos de idade.
· O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria. E também, somente terá os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos 5 anos no cargo. 
3.3.6. APROVEITAMENTO
· Aproveitamento é o retorno do servidor posto em disponibilidade (por isso, servidor estável), obrigatoriamente, a cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
· Órgão Responsável pelo Aproveitamento: O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal.
“Lei 8112/90, art. 37, § 3º - Nos casos de reorganização ou extinção de ÓRGÃO ou ENTIDADE, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31”.
· Na hipótese prevista no § 3º do art. 37 (extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade), o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade.
· Cassação de Disponibilidade: Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.
3.3.7. PROMOÇÃO
· Promoção é a elevação funcional do servidor dentro de uma carreira, ou seja, é a passagem de um servidor de uma categoria/classe para outra. Assim, por exemplo, Delegado de Polícia de 3ª categoria sendo promovido ― por antiguidade ou merecimento ― para Delegado de Polícia de 2ª categoria, depois para 1º categoria e, por fim, para a Categoria Especial.
· É importantedestacar que a Lei nº 8.112/90 trazia a previsão da ascensão e da transferência, duas formas que eram tidas por inconstitucionais, já que violavam o princípio da acessibilidade por meio de concurso público.
· A ascensão era a modalidade de provimento por transposição ou verticalidade, de modo que o indivíduo tinha acesso a outro cargo, de nível superior ao que ocupava, sem concurso público. Referida modalidade foi revogada pela Lei nº 9.527/97, pois estava suspensa pelo STF que certamente a declararia inconstitucional.
· Na transferência o servidor passava de um cargo para outro em órgãos ou entidades distintas. Por também ser inconstitucional, foi objeto de revogação pela Lei nº 9.527/97.
· Segundo a CF, art. 39, § 2º: A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
	COMPETÊNCIA PARA DAR PROVIMENTO - DF
	Poder Executivo
	Governador
	Poder Legislativo
	Presidente da CLDF
	Poder Judiciário
	
	Tribunal de Contas
	Presidente da TCDF
	PROVIMENTO
	ESTABILIDADE
	SITUAÇÃO DO CARTO
	FICA?
	READAPTAÇÃO
	Investidura
	Estável ou não
	Cargo ocupado
	Excedente
	REVERSÃO
	Retorno
	Estável ou não**
	Ocupado
	Excedente (aposentadoria por invalidez)
	REINTEGRAÇÃO
	Reinvestidura
	Estável*
	Transformado em outro
	Reintegrado (ao cargo transformado)
	
	
	
	Extinto
	Disponibilidade
	
	
	
	Ocupado
	Reintegrado (titular do cargo)
Reconduzido (eventual ocupante)
	RECONDUÇÃO
	Retorno
	Estável
	Ocupado
	Aproveitado
	APROVEITAMENTO
	Retorno
	Estável
	―
	Aproveitado
3.4. REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
3.4.1. REMOÇÃO / MOVIMENTAÇÃO / TRANSFERÊNCIA
· É o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Modalidades:
i. de ofício, no interesse da Administração (com ou sem mudança de sede).
ii. a pedido, a critério da Administração (com ou sem mudança de sede).
iii. a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração (sempre será com mudança de sede). Para:
a. Para acompanhar cônjuge/companheiro, servidor público civil ou militar, de qualquer Poder (...), deslocado no interesse da Administração.
b. Por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial.
c. Em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.
· No caso de remoção de ofício com mudança de sede, o servidor possuirá o direito à ajuda de custo e a matrícula em instituição congênere, ou seja, ou seja, o direito a matrícula só é garantido de instituição privada para privada, e de pública para pública. Logo, o servidor que estudava originariamente em instituição privada, em regra, terá direito a se matricular em outra entidade privada no local de destino (ADI 3.324/DF). Porém, excepcionalmente pode ser realizada matrícula em instituição não congênere.
· O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, 10 dias e, no máximo, 30 dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede (lei 8112, art. 18). Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo será contado a partir do término do impedimento.
· Ao servidor é facultado declinar dos prazos estabelecidos.
· O período de deslocamento do servidor para nova sede é considerado de efetivo exercício.
· Segundo o STF: A remoção para acompanhar cônjuge/companheiro é ampliativa: “A” removido por interesse da Administração deve ser servidor público ou empregado público, de qualquer dos Poderes, e de qualquer ente da Federação (União, estados, DF e municípios). Por outro lado, “B”, deve estar submetido à Lei 8.112/1990, ou seja, deve ser servidor público federal.
3.4.2. REDISTRIBUIÇÃO 
· É o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade DO MESMO PODER, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos:
i. Interesse da administração.
ii. Equivalência de vencimentos.
iii. Manutenção da essência das atribuições do cargo.
iv. Vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades.
v. Mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional.
vi. Compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade.
· A redistribuição ocorrerá sempre ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.
· A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades envolvidas da Administração Pública Federal.
· Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento em outro cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
· O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal.
· O servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade. 
· O servidor que NÃO FOR redistribuído (estável ou não) ou colocado em disponibilidade (apenas estável) poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. 
3.4.3. SUBSTITUIÇÃO 
· É hipótese excepcional na qual o servidor ( ), ao ocupar a vaga do titular, poderá acumular, temporariamente, a remuneração de seu próprio cargo e do cargo que assumiu cumulativamente se a substituição exceder a 30 dias. (art. 38 e art. 39)
· Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. (Art. 38). O substituto poderá:
i. Optar pela Remuneração: O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período.
ii. Fará jus à Retribuição pelo exercício do outro “cargo”: O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período.
· A substituição, descrita no artigo 38, aplica-se aos titulares de unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.
· Cargos de natureza especial são cargos em comissão “mais altos”, cujos ocupantes assessoram diretamente os dirigentes superiores do Poder Executivo, de que seriam exemplos os Ministros de Estado, o Chefe deGabinete do Presidente da República e os Secretários Especiais (Secretário Especial dos Direitos Humanos, Secretário Especial de Políticas para as Mulheres etc.). 
3.5. VACANCIA
· A vacância é o ato administrativo pelo qual o cargo público fica vago (ou servidor é destituído do cargo, emprego ou função). O art. 33 designa que a vacância decorrerá de: i. Exoneração; ii. Demissão; iii. Promoção; vi. Readaptação; vii. Aposentadoria; viii. Posse em outro cargo inacumulável; ix. Falecimento (é um fato administrativo).
· Também ocorria vacância nos casos de provimentos por ascensão e transferência, porém foram revogados pela Lei nº 9.527/97. 
	A promoção, a readaptação e a posse em outro cargo inacumulável representam, simultaneamente, a vacância em um cargo e o provimento em outro.
3.5.1. EXONERAÇÃO
· A exoneração pode ser de cargo efetivo ou cargo em comissão e possui caráter não punitivo. Veja texto da lei 8112/90:
“Art. 34, Parágrafo único. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício. A exoneração de ofício dar-se-á: I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido”
“Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança dar-se-á: I - a juízo da autoridade competente; II - a pedido do próprio servidor”.
· A exoneração de ofício necessita de instauração de processo administrativo comum, com contraditório e ampla defesa.
· Segundo o STF, o estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo.
· A exoneração de cargo em comissão a juízo da Administração pode ser realizada a qualquer momento, sem direito a aviso prévio.
· O servidor exonerado do cargo efetivo ou do cargo em comissão perceberá indenização relativa ao período de férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de 1/12 avos por mês de efetivo exercício superior a 14 dias. A indenização será calculada com base na remuneração do mês em que for publicado o ato exoneratório.
	HIPÓTESES DE EXONERAÇÃO DE SERVIDOR (cargo efetivo)
	Servidor SEM Estabilidade
	Servidor COM Estabilidade
	· A pedido do servidor.
· De ofício:
· Não entrar em exercício no prazo estabelecido.
· Reprovação em estágio probatório.
· Extinção do cargo.
· Excesso de despesa com pessoal.
	· A pedido do servidor.
· Desempenho insatisfatório.
· Excesso de despesa com pessoal.
	
· Questão de Prova: (SUFRAMA/2014) Acerca da organização político-administrativa do Estado, da administração pública e dos servidores públicos, julgue: Mesmo durante o estágio probatório, o servidor público concursado não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade. (C)
· A exoneração devido ao não comparecimento para o exercício não entra nas possibilidades da questão, pois não há de se falar em estágio probatório já que nem entrou em exercício. Já em relação à “exoneração de servidores no caso de se ultrapassarem os limites de gastos com pessoal” está elencada no capítulo II da CF que disciplina as finanças públicas. Porém, o cabeçalho da questão específica o local no qual deve ser baseada a resolução “organização político-administrativa do Estado, da administração pública e dos servidores públicos”. Logo, está possibilidade também não se enquadra na questão.
3.5.2. DEMISSÃO
· A demissão é o desligamento de servidor de cargo efetivo, estável ou não, sendo o desligamento de caráter punitivo (sanção disciplinar) aquele que comete infração grave no exercício e que ainda se encontra na ativa quando da apuração e da apenação. Necessita de PAD.
	Dependendo do caso, o servidor demitido pode ser proibido de voltar a ocupar cargo federal.
3.5.3. DESTITUIÇÃO
· A destituição será para cargo de comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo, além disso, possui caráter punitivo (sanção disciplinar) e será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão. Constatadas tais penalidades, a exoneração efetuada (a juízo da autoridade competente ou a pedido do servidor) será convertida em destituição de cargo em comissão. Necessita de PAD.
· Mais Informações – Exoneração, Demissão e Destituição: Vide- Penas Administrativas - Lei 8112. Doc
 
3.6. DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
· Segundo a lei 8112/90: O estágio probatório tem duração de 24 meses, porém, devido a EC 19/98, alterou-se o texto constitucional e passou a ser necessário 36 meses (3 anos) de efetivo exercício para se alcançar a estabilidade. Na prática e segundo o STF e STJ, o período de estágio probatório é de 3 anos.
	Para a resolução de questões deve-se observar o enunciado, em qual lei se pede para se basear.
· Fatores Observados no Estágio Probatório: Assiduidade, Disciplina, Capacidade de iniciativa, Produtividade e Responsabilidade.
· Homologação da Avaliação: 4 meses antes de findo do período do estágio probatório, será submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores observados.
· Servidor Não Aprovado: O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, SE ESTÁVEL, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. Encontrando-se PROVIDO O CARGO de origem, o servidor será aproveitado em outro cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
· O servidor em estágio poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
· Licenças e Afastamentos Concedidos: Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública Federal.
	PROIBIDO NO ESTÁGIO PROBATÓRIO
	Licenças 
	Afastamentos
	· Capacitação profissional.
· Tratar de assuntos particulares.
· Desempenho de mandato classista.
	· Participação em programa de pós-graduação
· Suspensão do Estágio: O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado a partir do término do impedimento. Casos de suspensão do estágio:
	CASOS DE SUSPENSÃO DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
	Licenças
	Afastamentos
	· Doença em pessoa da família
· Afastamento de cônjuge... 
· Atividade política (ambos os casos)
	· Estudo ou Missão no Exterior (em organismo internacional do qual o Brasil faça parte) 
· Curso de Formação (decorrente a aprovação em concurso federal)
3.7. ESTABILIDADE, VITALICIEDADE E INAMOVIBILIDADE
3.7.1. ESTABILIDADE
· A estabilidade é adquirida no serviço público de um determinado ente federado. Assim, caso um servidor estável na esfera federal prestar concurso para cargo estadual, terá que cumprir novamente os requisitos para a aquisição de estabilidade no serviço público estadual. Para os servidores (cargos efetivos), a Lei nº 8.112/90, nos moldes prescritos pela CF, possibilita a estabilidade no serviço público quando preenchidos tais requisitos:
i. O servidor deve ter sido aprovado em concurso público.
ii. Nomeação para cargo público efetivo.
iii. 3 anos de efetivo exercício do cargo (conforme a CF, o STF e o STJ).
iv. Ter realizado e ter sido aprovado na avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
	PERDA DE CARGO (pelo servidor estável)
	Lei 8112/90 
	Constituição Federal
	· Processo administrativo disciplinar
· Sentença judicial transitadaem julgado
· Assegurado ampla defesa.
	· Processo administrativo disciplinar 
· Sentença judicial transitada em julgado 
· Avaliação periódica de desempenho (LC ainda não editada)
· Excesso de gasto com pessoal
· Estabilidade Excepcional: Os servidores públicos civis da União, dos estados, do DF e dos Municípios, da Administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos 5 anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37 da CF, são considerados estáveis no serviço público.
3.7.2. VITALICIEDADE
· A Lei nº 8.112/90 NÃO estabelece qualquer garantia de vitaliciedade ou inamovibilidade para servidores públicos. Tais garantias estão previstas constitucionalmente para algumas carreiras, consideradas típicas de Estado (magistratura, membros do MP e ministro do TC). Aquisição da vitaliciedade:
i. Imediatamente: Magistrados (juízes), membros do Tribunal de Contas (ministros).
ii. Após 2 anos de exercício: Membros do MP (procuradores da República, promotores e procuradores da justiça)
· Os cargos vitalícios previstos na CF é rol exaustivo e não se admite que a Constituição dos Estados estenda a vitaliciedade a outras carreiras, como delegados e defensores públicos.
· Perda do Cargo: A vitaliciedade não indica que o titular ocupe o cargo pelo resto da vida, mas que para perder o cargo, as situações são mais restritas do que os aplicados aos demais servidores. A perda do cargo vitalício só poderá por sentença judicial transitada em julgado.
3.7.3. INAMOVIBILIDADE
· É garantia funcional fixada pelo inciso II do art. 95 da CF. Traduz-se na impossibilidade de que o magistrado seja removido, sem o seu consentimento, de uma comarca para outra, ou ainda para outro local, sede, cargo, tribunal, câmara ou grau de jurisdição. Porém, essa regra não é absoluta. A inamovibilidade alcança os magistrados (juízes) e também os Defensores Públicos.
· CF/ 88: REMOÇÃO PERMITIDA Interesse público + Voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do CNJ + Ampla defesa.
· A despeito de entendimento anterior em contrário do CNJ, o STF, em sede de mandado de segurança, decidiu que a inamovibilidade é garantia de toda a magistratura, aplicando-se inclusive a juízes substitutos. Estes fazem contraponto aos juízes titulares, não são vitalícios, mesmo porque um juiz pode ser tanto substituto quanto vitalício. A Constituição, para vitaliciedade, exige apenas os 2 anos de exercício da magistratura. Dessa forma, desde a posse do juiz substituto, este não poderá ser removido para fora da unidade judiciária em que está lotado. Ele exercerá a substituição sempre dentro da circunscrição judiciária onde exerce sua competência judicante. A circunscrição judiciária constitui uma reunião de comarcas contíguas, na mesma região, onde uma delas é a sede. Pela garantia da inamovibilidade, a substituição ocorrerá somente nestas comarcas, sendo inadmitida a substituição em circunscrição diversa, sob risco de perseguição e ofensa ao princípio do juiz natural.
3.8. DIREITOS CARGOS PÚBLICOS (EFETIVO OU COMISSIONADO)
· São direitos dos servidores: i. Vencimento; ii. Férias; iii. Licenças; iv. Afastamentos; v. Concessões.
3.8.1. VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO
· Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. (art. 40 do RJU)
· Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. (art. 41 do RJU).
· O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível.
· A irredutibilidade dos vencimentos/remuneração não é absoluta, uma vez que a CF/88 apresenta algumas exceções:
“Art. 37. [...] XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I”.
· Casos que poderá haver a redutibilidade:
i. Quando as remunerações estiverem acima do teto remuneratório. (CF/88, art. 37, XI)
ii. Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. (CF/88, art. 37, XIV)
iii. O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (CF/88, art. 39, § 4º)
iv. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. (CF/88, art. 150)
v. Compete à União instituir impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza. (CF/88, art. 153, III)
vi. O imposto previsto no inciso III: será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei. (CF/88, art. 153, § 2º, I)
· Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo.
· É assegurada a isonomia de vencimentos (equivalência de vencimentos) para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. (lei 8112, art. 41, § 4º)
· Já de acordo com a CF/88, art. 39, § 1º diz que a fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará: 
i. A natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira. 
ii. Os requisitos para a investidura.
iii. As peculiaridades dos cargos.
· Segundo a CF/88, art. 39, § 5º diz que lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o teto remuneratório.
· Remuneração da Função ou Cargo em Comissão: Ao servidor investido em função ou cargo em comissão a remuneração será paga na forma prevista no art. 62, que diz:
“Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu exercício. | Lei específica estabelecerá a remuneração dos cargos em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos”.
“Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação da retribuição pelo exercício de função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial a que se referem os arts. 3º e 10º da Lei nº 8.911/94, e o art. 3º da Lei nº 9.624/98. | A VPNI de que trata o caput deste artigo somente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos servidores públicos federais”.
Se o servidor for investido em cargo em comissão de órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de acordo com o estabelecido no § 1º do art. 93: 
“Para exercício de cargo em comissão ou função de confiança, sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos”.
 
· Segundo a CF, é vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. 
· Absorção do VPNI: Segundo o STJ, a absorção do VPNI pelos acréscimos remuneratórios decorrentes da progressão na carreira não importa redução nominal

Continue navegando