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Direitos (Sociais, Políticos, de Nacionalidade) e Partidos Político

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DIREITO CONSTITUCIONAL
1. DIREITOS SOCIAIS
· Os direitos de 1ª geração buscam restringir a ação do Estado sobre os indivíduos, limitando o poder estatal. Por isso, são direitos que têm como valor-fonte a LIBERDADE, impondo ao Estado uma obrigação de não fazer, de não intervir na órbita privada. Em razão disso, a doutrina os denominam liberdades negativas.
· A natureza jurídica dos direitos sociais é diversa. Trata-se de direitos fundamentais de 2ª geração, que impõem ao Estado uma "obrigação de fazer", uma obrigação de ofertar prestações positivas em favor dos indivíduos, visando concretizar a igualdade material. São, portanto, direitos que têm como valor-fonte a IGUALDADE; eles buscam possibilitar melhores condições de vida aos indivíduos e, assim, realizar a justiça social.
· Segundo Alexandre de Moraes, os direitos sociais constituem normas de ordem pública, com a característica de imperativas.
· Os direitos sociais aparecem em um contexto histórico marcado por reivindicações trabalhistas e pelo surgimento de doutrinas socialista (origem: crise do Estado liberal). Constatava-se que a mera consagração da igualdade formal não era suficiente para realizar a igualdade material. Como grande marco dos direitos sociais, citamos a Constituição de Weimar de 1919 (Constituição do Império Alemão).
· Esses DIREITOS SÃO AMPLOS, vão além dos direitos dos trabalhadores. Neles estão contidos os direitos à educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância, assistência aos desamparados e outros.
· Os direitos à alimentação, à moradia e ao transporte, expressamente previstos no art. 6°, são inovações promovidas por emendas constitucionais.
· Na CF/88, esses direitos sociais estão elencados nos artigos: 6° ao 11º; o art. 194 (que trata da seguridade social), art. 196 (direito à saúde) e art. 205 (direito à educação).
· Os direitos sociais do art. 6º são, todos eles, normas de eficácia limitada e aplicabilidade mediata, dependendo, para sua concretização, da atuação estatal, seja através de edição de leis regulamentadoras, seja através de prestações positivas em favor dos indivíduos.
· Não basta que esses direitos estejam previstos na CF, ELES PRECISAM SER EFETIVADOS. Há a necessidade da firme atuação estatal por meio de políticas públicas voltadas para a concretização desses direitos. Para entender a problemática da efetivação, é necessário conhecer três importantes princípios: 
i. O princípio da reserva do possível; 
ii. O princípio do mínimo existencial e; 
iii. O princípio da vedação do retrocesso. (1.2. ALGUNS TERMOS)
· Vale destacar que os direitos sociais, por estarem sujeitos à reserva do possível, possuem uma carga de eficácia menor do que os direitos de 1ª geração. Isso porque os direitos sociais somente podem ser concretizados com a execução eficiente de políticas públicas; por outro lado, a concretização dos direitos de defesa (direitos de 1ª geração) depende, essencialmente, de "obrigações de não fazer" do Estado.
· Os direitos sociais aplicam-se a todos os tipos de trabalhadores (urbanos, rurais e avulsos), salvo os domésticos, que possuem algumas restrições. 
· O trabalhador doméstico e a diarista não são trabalhadores avulsos.
· O trabalhador avulso é a pessoa física que presta serviços sem vínculo empregatício, de natureza urbana ou rural, a diversas pessoas, sendo sindicalizado ou não, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria profissional ou do órgão gestor de mão de obra. Ele executa serviços de curta duração e tem seu pagamento feito por forma de rateio. Ex.: estivador de porto
1.1. CLÁUSULAS PÉTREAS
· As chamadas cláusulas pétreas estão localizadas no artigo 60 parágrafo 4º e, dentre elas, estão os direitos individuais (e não os sociais).
· VIA DE REGRA e para a melhor doutrina, os direitos sociais como um todo NÃO SÃO cláusulas pétreas, apesar de que existem alguns autores que consideram como cláusula pétrea alguns desses direitos.
	CERTO
	Os direitos sociais não são cláusulas pétreas.
	
	Apesar de doutrina contrária, alguns direitos sociais são cláusulas pétreas.
	ERRADO
	Os direitos sociais são cláusulas pétreas.
· DICA PRA PROVA: 
1.2. ALGUNS ‘TERMOS’
a) Princípio da Proibição do Retrocesso e Domínio dos Direitos Fundamentais Sociais
· O melhor conceito é: “ofereceu, não pode ser tirado!”. Isso significa que os direitos que foram conquistados não podem mais ser reduzidos ou suprimidos pelo Estado.
· Segundo Canotilho, baseado no princípio do não retrocesso social, os direitos sociais, uma vez tendo sido previstos, passam a constituir tanto uma garantia institucional quanto um direito subjetivo.
 
b) Cláusula da Reserva do Possível
· A reserva do possível diz que os direitos sociais devem ser efetivados, na medida exata em que isso é financeiramente possível. No entanto, não significa que o Estado pode simplesmente deixar de prover os direitos sociais alegando que não possui recursos para tal, mas significa que esses direitos sociais devem ser providos dentro das possibilidades financeiras e da razoabilidade, caso contrário o Estado “quebraria”.
c) Reserva do Mínimo Possível 
· Os gastos públicos devem ser voltados, prioritariamente, a garantir o mínimo existencial; uma vez garantido o mínimo existencial, o Estado poderá discutir em que outros projetos investir. É aplicável apenas se comprovada a real falta de recursos orçamentários pelo poder público, pois não é admissível como justificativa genérica para eventual omissão estatal na efetivação dos direitos fundamentais.
· Segundo o STF, o mínimo existencial é uma LIMITAÇÃO à cláusula da reserva do possível. Isso porque a reserva do possível só poderá ser alegada pelo Poder Público como argumento para a não concretização de direitos sociais uma vez que tenha sido assegurado o mínimo existencial pelo Estado. A garantia do mínimo existencial é uma obrigação inafastável do Estado, não sujeita à reserva do possível.
d) Implementação de políticas públicas pelo Poder Judiciário (ou judicialização de políticas públicas): Embora resida, primariamente, nos Poderes Legislativo e Executivo, a prerrogativa de formular e executar políticas públicas, revela-se possível, no entanto, ao Poder Judiciário, determinar, ainda que em bases EXCEPCIONAIS, especialmente nas hipóteses de políticas públicas definidas pela própria Constituição, sejam estas implementadas pelos órgãos estatais inadimplentes, cuja omissão - por importar em descumprimento dos encargos político-jurídicos que sobre eles incidem em caráter mandatório - mostra-se apta a comprometer a eficácia e a integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura constitucional. Ex: Aquisição emergencial de medicamentos, garantia de vaga em instituição pública de ensino. Não se pode invocar, para contestar tais decisões, o princípio da separação dos poderes ou mesmo o princípio da reserva do possível.
1.3. ROL DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 
6º
São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados.
Art. 
7º
Direitos sociais individuais. Todos os direitos alcançam os trabalhadores urbanos e rurais, mas nem todos alcançam os trabalhadores domésticos e os servidores públicos.
Art. 
8º
Direitos sociais coletivos (associação sindical e profissional). Todos os direitos alcançam os trabalhadores urbanos e rurais, mas nem todos alcançam os trabalhadores domésticos e os servidores públicos.
Direitos de greve, participação em órgãos colegiados e representante dos trabalhadores em empresas com mais de 200 empregados.
Art. 
9º a 11º
1.3.1. DIREITOS SOCIAIS INDIVIDUAIS
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
I. Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preveráindenização compensatória, dentre outros direitos;
· Esse dispositivo é típica norma de eficácia limitada, exigindo lei complementar. Trata-se do direito à segurança no emprego.
· Segundo o art. 10, do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), até a promulgação da mencionada lei complementar, a indenização contra a despedida arbitrária ou sem justa causa ficará restrita a 40% sobre os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), realizados em favor do empregado.
· A despedida arbitrária ou sem custa causa não são proibidas. Elas poderão ocorrer, cabendo, todavia, indenização. Destaque-se que o art. 10, do ADCT, estabelece dois casos de VEDAÇÃO ABSOLUTA à dispensa arbitrária ou sem justa causa:
i. Do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes: Desde o registro da candidatura até um ano após o mandato.
ii. Da gestante: Da confirmação da gravidez até 5 meses após o parto (se aplica também às militares).
II. Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
· Ajuda financeira por tempo determinado. Regras para a solicitação:
i. Para 1ª: o trabalhador deve comprovar o recebimento de salários no mínimo 12 meses consecutivos ou não, dentro do limite de 18 meses anteriores à dispensa do trabalho. Assim, é preciso que tenha trabalhado registrado durante 12 meses em 18.
ii. Para 2ª: o trabalhador deve comprovar o recebimento de salários em pelo menos 9 meses consecutivos ou não, dentro do limite de 12 meses. Neste caso, é necessário que o trabalhador comprove registro em carteira em 9 dos últimos 12 meses.
iii. Para demais: é necessário que o trabalhador tenha comprovação de recebimento de salários, ou seja, que tenha registro em carteira profissional, em pelo menos 6 meses subsequentes e anteriores à data de dispensa do trabalho. Para este caso é preciso ter recebido salário em todos os meses, sem interrupção, diferentemente das duas primeiras modalidades de solicitação do Seguro Desemprego.
III. Fundo de garantia do tempo de serviço;
· O FGTS é uma espécie de “poupança forçada” dos trabalhadores rurais e urbanos que é recolhido pelo empregador à alíquota de 8% sobre a remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador. 
· Deve ser regulamentado para os domésticos e o servidor público NÃO contempla o FGTS.
IV. Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
· Norma de eficácia limitada.
· Existem os chamados "pisos salariais", que não se confundem com salário mínimo, e são resultantes de negociações coletivas de trabalho.
· O STF editou as seguintes Súmulas Vinculantes:
i. Salvo nos casos previstos na CF, o salário mínimo NÃO PODE SER USADO como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
ii. Não viola a CF o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.
V. Piso salarial PROPORCIONAL à extensão e à complexidade do trabalho;
· É estabelecido por categoria de trabalhadores e fixado mediante negociação coletiva de trabalho.
VI. Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em CONVENÇÃO ou ACORDO COLETIVO;
· Este inciso serve para garantir ao trabalhador que seu salário não poderá ser reduzido arbitrariamente pelo patrão, somente podendo ocorrer em casos excepcionais mediante negociação coletiva de trabalho.
· As negociações coletivas de trabalho são consideradas fontes do direito do trabalho.
	Negociação Coletiva de Trabalho
	Convenção Coletiva de Trabalho
	Acordo Coletivo de Trabalho
	É uma negociação entre o sindicato dos trabalhadores e o sindicato patronal.
	É uma negociação entre o sindicato dos trabalhadores e uma empresa ou grupo de empresas.
VII. Garantia de SALÁRIO, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII. 13º salário com BASE na REMUNERAÇÃO integral ou no valor da APOSENTADORIA;
· Conhecido também como gratificação natalina.
· Norma de eficácia plena.
IX. Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
· O adicional noturno, o seu valor não é definido pela CF, mas pela lei infra. Atualmente, esse adicional é de 20% para o trabalho urbano e 25% para o rural. Também recebem esse adicional os empregados que trabalham em regime de revezamento.
· Nem todos os trabalhadores que fazem plantão à noite e de madrugada recebem o adicional noturno. Isso é estabelecido logo na contratação. Nesse caso, não há o adicional porque o trabalho à noite já faz parte da sua função cotidiana.
É o caso das polícias civis, que precisam trabalhar durante todos os dias. Por isso há, muitas vezes, um descanso de 72 horas para compensar o desgaste físico. Mas há casos em que o trabalhador recebe o adicional noturno de uma forma diferente, quando é especificado no contrato. É o caso dos médicos plantonistas que foram contratados para cumprir uma atividade com remuneração fixa, com um valor diferenciado do valor diurno, não recebendo, portanto, o adicional. Porém, existem médicos em que não há especificação no contrato, e portanto, terão direito ao esse adicional noturno para equivaler o trabalho no horário diverso ao qual devem trabalhar.
X. Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
· Trata-se de norma de eficácia plena.
· O salário é uma verba de natureza alimentar, em razão disso é que constitui crime sua retenção dolosa por parte do empregador.
XI. Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
· Trata-se de norma de eficácia limitada; já se encontra regulamentada para a produção dos seus integrais efeitos.
XII. Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
· Trata-se de um benefício previdenciário, sendo devido somente ao trabalhador de baixa renda. É pago em cotas, de acordo com o número de dependentes (se possuir 1 dependente, recebe 1 cota do salário-família; se possuir 2 dependentes, recebe 2 cotas de salário-família). 
· Os critérios para o recebimento do salário-família são definidos em lei formal.
XIII. Duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 horas semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
· Possui três regras distintas. Autoaplicáveis e se estendem aos servidores públicos.
XIV. Jornada de 6 horas para o trabalho realizado em TURNOS ININTERRUPTOS de REVEZAMENTO, salvo negociação coletiva;
· Os turnos ininterruptos de revezamento são aqueles onde a empresa funciona de forma contínua (manhã, tarde e noite).
· O intervalo para descanso e alimentação durante a jornada de trabalho não descaracteriza esse sistema de turno.
· Poderá o horário, excepcionalmente, ser aumentado, em caso de negociação coletiva.
XV. Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI. Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal;
· Popularmente chamada de hora-extra. É autoaplicáveis e se estendem aos servidores públicos.
XVII. Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
· A Constituição não fala que as férias deverão ser de 30 dias. Quem prevê isso é a lei infraconstitucional.
XVIII. Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 dias;
· A extensão para 180 dias da licença gestante é facultativa e não está prevista na Constituição, mas na Lei 11.770/2008. Ela serve para algumas empresas que optam em dar uma licença maior em troca de benefícios fiscais.
· Essa licença pode ser “REQUERIDA” até 28 dias antes do parto.
· Têmdireito ainda ao afastamento mulheres que:
i. Sofrem aborto espontâneo: Antes de 23 semanas, afastamento de 2 semanas; após 23 semanas, a perda é considerada como parto, portanto o período será de 120 dias ou 180 dias.
ii. Dão à luz um bebê natimorto: Afastamento de 120 dias ou 180 dias.
iii. Que adotam crianças ou que obtiver a guarda judicial de uma criança com fim de adoção: Os prazos da licença adotante não podem ser inferiores aos prazos da licença gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogações; e não é possível fixar prazos diversos em função da idade da criança adotada. E ainda, a licença de adoção é familiar, ou seja, pode ser usufruída por um dos adotantes, mas não pelos dois.
· Em relação à licença maternidade (também chamado de salário maternidade), as mulheres DESEMPREGADAS também têm direito de receber, desde que seja segurada pelo INSS, ou seja, tenha pelo menos 12 meses de contribuição e a última contribuição ao INSS tenha acontecido até 12 meses antes do parto, ou 24 meses para quem contribuiu por pelo menos dez anos. (CONFIRMAR)
XIX. Licença paternidade, nos termos fixados em lei;
· É benefício que depende de regulamentação por lei. Como essa lei ainda não editada, está em vigor o mandamento previsto na ADCT, até que lei venha a disciplinar o disposto. Em geral, o pai da criança tem direito a 5 dias corridos, a partir da data de nascimento do bebê.
· Servidores Públicos Federais: têm direito a uma licença paternidade de 20 dias. 
· Funcionário de Empresa Privada: pode ser ampliada também para 20 dias se ela fizer parte do Programa Empresa Cidadã. 
· Para ter a licença de 20 dias, o empregado precisa fazer o pedido junto ao empregador no prazo de 2 dias úteis após o PARTO ou da ADOÇÃO -- nesse caso, o benefício é válido se a criança tiver até 12 anos INCOMPLETOS. 
· É importante confirmar com a área de recursos humanos se há em vigor alguma outra exigência para ter direito à licença ampliada. 
· ***Se a mãe do recém-nascido morrer? Teve caso no DF que o pai entrou com liminar solicitando a extensão do direito da mãe para o pai, essa solicitação foi deferida pela juíza, porém não pode ser visto como regra.
XX. Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
· É norma de eficácia limitada e deve ser regulamentada. Tem como objetivo alcançar a igualdade material.
XXI. Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias, nos termos da lei; 
· O aviso prévio de no mínimo 30 dias é norma de eficácia plena. 
· No entanto, a PROPORCIONALIDADE do aviso prévio em relação ao tempo de serviço é norma de eficácia limitada e somente foi regulada em 2011, pela lei nº 12.506. Segundo essa lei, o aviso prévio é de 30 dias, ACRESCENTANDO-SE 3 dias para cada ano de serviço até o limite de 90 dias.
XXII. Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII. Adicional de remuneração para as atividades PENOSAS, INSALUBRES ou PERIGOSAS, na forma da lei;
· O trabalhador que fizer juz ao adicional de insalubridade e periculosidade deverá optar por um deles. Norma de eficácia limitada.
XXIV. Aposentadoria;
XXV. Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 anos de idade em CRECHES e PRÉ-ESCOLAS;
· Esse direito é considerado um direito subjetivo e o Estado não pode alegar a reserva do possível para se eximir de dar a assistência gratuita em creches e pré-escolas. Isso significa que, caso o Estado não proveja esse direito, pode-se entrar no judiciário e o mesmo será garantido.
XXVI. Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII. Proteção em face da automação, na forma da lei;
· A lei resguarda o trabalhador para não ser preterido em face das máquinas, robôs, dentre outros. 
· Lei de eficácia contida. Já possui lei complementar?
XXVIII. Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a INDENIZAÇÃO a que este está obrigado, quando incorrer em DOLO ou CULPA;
XXIX. AÇÃO, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de 5 anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de 2 anos após a extinção do contrato de trabalho;
· Na vigência do contrato de trabalho, se o empregado ajuizar uma reclamação trabalhista contra seu empregador, poderá requerer os créditos trabalhistas relativos aos últimos 5 anos; 
· Quando é extinto o contrato de trabalho, ele também poderá pleitear na Justiça do Trabalho os direitos dos últimos 5 anos, mas só poderá INGRESSAR com a reclamação trabalhista até dois anos após a extinção do contrato de trabalho.
· A partir da extinção do contrato de trabalho, o prazo começa a correr contra o empregado, isto é, cada dia em que permanece inerte, ele perde um dia de direito (se ele ingressar com a ação no último dia dos dois anos, só poderá pleitear direitos relativos aos últimos três anos do contrato de trabalho);
· Se o trabalhador ingressar com a ação após dois anos da extinção do contrato de trabalho, não terá direito algum a ser pleiteado, pois terá sido fulminado pela prescrição.
XXX. Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI. Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII. Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;
· Esses três dispositivos traduzem obrigações de não-discriminação, de isonomia.
XXXIII. Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos;
· Entre os 14 e 16 anos: como menor aprendiz; Dos 16 aos 18 anos: qualquer um pode trabalhar, desde que não seja um trabalho noturno, perigoso ou insalubre; A partir dos 18 anos: o indivíduo pode exercer qualquer trabalho, inclusive o noturno, perigoso ou insalubre.
XXXIV. Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.
· O trabalhador avulso é aquele que presta serviços a várias empresas, mas que é contratado por um órgão gestor de mão-de-obra (OGMO). É o caso, por exemplo, dos estivadores e carregadores que trabalham nos portos.
1.3.1.1. DOS TRABALHADORES DOMÉSTICOS
· A Constituição fez algumas RESTRIÇÕES aos trabalhadores domésticos. A EC 72/2013 ampliou os direitos dos trabalhadores e os dividiu em dois grupos: de eficácia plena e de eficácia limitada.
· Apesar dessa aparente falta de isonomia a Constituição Federal prevê a igualdade de direitos entre domésticos e demais trabalhadores, urbanos e rurais. Nos termos da PEC no 72/2013, diz-se que esta "altera a redação do parágrafo único do art. 7° da CF para estabelecer a igualdade de direitos trabalhistas entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais".
· Depois dessa Emenda Constitucional, o estudo dessa matéria deve ser feito de acordo com o seguinte esquema:
· Originais da CF:
i. SALÁRIO MÍNIMO, fixado em lei...; (IV)
ii. IRREDUTIBILIDADE DO SALÁRIO...; (VI)
iii. 13º SALÁRIO; (VIII)
iv. APOSENTADORIA; (XXIV)
v. FÉRIAS ANUAIS + 1/3 a mais do que o salário normal; (XVII)
vi. REPOUSO semanal REMUNERADO...; (XV)
vii. AVISO PRÉVIO...; (XIX)
viii. LICENÇA À GESTANTE...; (XVIII)
i. LICENÇA PATERNIDADE...; (XXIV)
· Trazidas pela Emenda / Exercício Imediato:
i. REMUNERAÇÃO VARIÁVEL: nunca inferior ao mín; (VII)
ii. PROTEÇÃO DO SALÁRIO na forma da lei...; (X)
iii. DUR. DO TRAB.: 8 hs diárias e 44 hs semanais...; (XIII)
iv. SVÇ EXTRA: no mínimo, em 50% à do normal; (XVI)
v. REDUÇÃO DOS RISCOS inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; (XXII)
vi. Reconhecimento: convenções e acordos colet.; (XXVI)
vii. PROIBIÇÃO de diferença de salários, de exerc. de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;(XXX)
viii. PROIBIÇÃO DE QLQR DISCRIMINAÇÃO no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; (XXXI)
ix. PROIBIÇÃO DE TRABALHO noturno, perigoso ou insalubre c/ de 18 anos e de qlqr trabalho a menor de 16, salvo... aprendiz, a partir de 14anos; (XXXIII)
· Trazidas pela Emenda / Carece Regular:
i. Proteção contra DESPEDIDA ARBITRÁRIA ou SEM JUSTA CAUSA ...;
ii. SEGURO-DESEMPREGO...; (II)
iii. Fundo de garantia do tempo de serviço - FGTS;
iv. Remun. TRABALHO NOTURNO superior ao diurno; (IX)
v. SALÁRIO-FAMÍLIA...; (XII)
vi. ASSISTÊNCIA GRATUITA ... em creches e pré-escolas;
vii. SEGURO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO...; (XXVIII)
· Não Reconhecidos:
i. Piso sal. PROPORCIONAL à extensão e à complexidade do trabalho;
ii. PARTICIPAÇÃO nos lucros, ou resultados...; (XI)
iii. JORNADA de 6 horas ....; (XIV)
iv. PROTEÇÃO do mercado de trabalho da mulher...; (XX)
v. ADICIONAL. de remuneração p/ as ativid. Penosa...; (XXIII)
vi. PROTEÇÃO em face da automação...; (XXVII)
vii. ..., PRAZO PRESCRICIONAL...; (XXIX)
viii. PROIBIÇÃO DE DISTINÇÃO: trabalho manual, técnico ...; (XXXII)
ix. IGUALDADE DE DIREITOS: trabalhador permanente e o avulso. (XXXIV)
***OBS: o fato de a CF não ter estendido esses direitos aos domésticos não significa que uma norma infraconstitucional não possa fazê-lo.
1.3.2. DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS
· Esses direitos são elencados do art. 8º ao 11º da CF. 
1.3.2.1. ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL OU SINDICAL (ART. 8º)
· O sindicato é uma agremiação fundada para a defesa comum dos interesses de seus aderentes. A CF garante a livre criação de sindicatos (não precisa de autorização do Estado), ressalvado o registro no órgão competente. No entanto, a CF prevê alguns requisitos:
a) Independe de autorização estatal (nem mesmo lei poderá fazer tal exigência), todavia, necessita de registro em órgão competente (MTE) e o Poder Público também NÃO PODE interferir ou intervir na organização sindical.
b) Base Territorial Mínima: 1 município, seja representativa de categoria profissional (trabalhadores) ou econômica (empregadores). Essa regra é chamada de princípio da unicidade sindical. Ex: não se pode ter o sindicato dos bancários do bairro “X” ou “Y”. 
c) Somente 1 sindicato por base territorial. Caso haja conflito: princípio da anterioridade (o 1º sindicato que foi criado prevalece).
d) Cabe ao sindicato DEFENDER os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.
e) Contribuição Sindical e Confederativa:
“A assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei”.
	CONTRIBUIÇÃO
	CARÁTER
	NATUREZA
	PAGO POR
	$ FIXADO POR
	Sindical
	Compulsório
	Tributária
	Todos os Trabalhadores da categoria (Filiados Ou Não)
	Lei
	Confederativa
	Facultativo
	Não Tributária
	Apenas aos Filiados
	Assembleia-Geral
f) Ninguém será obrigado a filiar-se ou manter-se filiado a sindicato (mas aqueles que o fizerem deverão pagar a contribuição confederativa).
· O STF decidiu que VIOLA os princípios constitucionais da liberdade de associação e da liberdade sindical, ambos em sua dimensão negativa, a norma legal que condiciona, ainda que indiretamente, o recebimento do benefício do seguro-desemprego à filiação do interessado a colônia de pescadores de sua região.
g) A participação dos sindicatos nas NEGOCIAÇÕES COLETIVAS de trabalho é obrigatória.
h) O aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais. 
i) A CF PROTEGE O EMPREGADO que se candidata e que exerce cargo de direção ou de representação sindical. 
· Trata-se da estabilidade sindical. Geralmente esse empregado não é bem visto pelo patrão por ficar exigindo os direitos e reclamando por melhores condições de trabalho e salários e acaba sendo uma figura fragilizada na relação trabalhista.
· Vedada a Dispensa de Sindicalizado: A partir do registro de sua candidatura ao cargo de direção ou representação sindical; se for eleito (ainda que suplente), até 1 ANO após o final do mandato. Salvo, se cometer falta grave.
· A garantia constitucional assegura ao empregado enquanto no cumprimento de mandato sindical não se destina a ele propriamente dito, ex intuitu personae, mas sim à representação sindical de que se investe, que deixa de existir, se extinta a empresa empregadora.
j) As disposições em relação aos sindicatos aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores.
1.3.2.2. DIREITO DE GREVE
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
· A DOUTRINA MAJORITÁRIA considera que o direito de greve dos trabalhadores da INICIATIVA PRIVADA (CLT) é norma de eficácia contida, pois poderá ser restringida por lei; Já o direito de greve dos SERVIDORES PÚBLICOS é norma de eficácia limitada, dependendo, para seu exercício, da edição de lei regulamentadora.
· Segundo o STF, "não constitui falta grave a entrada do empregado em greve, desde que não se trate de movimento condenado pela Justiça do Trabalho e desde que o comportamento seja pacífico no pertinente." Com efeito, a adesão ao movimento grevista não pode ser considerada falta grave, mas sim um direito do trabalhador.
· De acordo com a CF, art 4º - Caberá à entidade sindical correspondente convocar, na forma do seu estatuto, assembleia geral que definirá as reinvindicações da categoria e deliberará sobre a paralisação coletiva da prestação de serviço.
Art. 10. É assegurada a participação dos TRABALHADORES e EMPREGADORES nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de 200 empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
2. DIREITOS POLÍTICOS
· São os instrumentos através dos quais a CF garante o exercício da soberania popular (sufrágio universal, voto direto, secreto e igualitário, plebiscito, referendo e a iniciativa popular de lei).
· Eles estão intimamente LIGADOS à democracia, classificada pela doutrina em três tipos:
a) Democracia Direta: onde o próprio povo elabora as políticas públicas. É típica da Grécia antiga e é inviável nos dias de hoje.
b) Democracia Indireta: onde o povo elege os representantes e estes elaboram as políticas públicas.
c) Democracia Semidireta ou Participativa: é um misto da democracia direta e da indireta. Nela, em regra, o povo elege os representantes e estes elaboram as políticas públicas. Complementarmente, existem mecanismos para que o povo também participe dessa elaboração. Assim, a regra é participação indireta, combinada com alguns meios de exercício direto do povo. Esse é o modelo adotado pelo Brasil.
2.1. CONCEITOS IMPORTANTES
· Sufrágio: é o DIREITO de votar e ser votado.
· Capacidade Eleitoral Ativa: é a capacidade de votar. É a capacidade eleitoral ativa que dá à pessoa o título de cidadão.
· Capacidade Eleitoral Passiva: é a capacidade de ser votado. Para ter capacidade eleitoral passiva, deve-se possuir capacidade eleitoral ativa. 
· Voto: é o ATO através do qual se exercita o sufrágio.
· Escrutínio: é o MODO através do qual se dá o voto.
· Princípio da Anterioridade Eleitoral: é cláusula pétrea e está previsto no artigo 16 da CF que “A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência”. Esse princípio serve para que seja garantida a segurança jurídica eleitoral.
2.1.1. CARACTERÍSTICASDO VOTO
· Mnemônico: VOTO (FISCO PLUPD)
a) Facultativo: Para os analfabetos, para os maiores de 70 anos, para os maiores de 16 anos e menores de 18 anos.
b) Igualitário: O voto tem valor igual para todos. Assim, o voto do Presidente da República possui o mesmo valor de um cidadão comum.
c) Secreto: A Constituição garante que o voto seja secreto para assegurar que o cidadão vote em quem quiser, sem interferências externas.
d) Cláusula pétrea: Previsto no art. 60, § 4º que: “Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: II - o voto direto, secreto, universal e periódico”.
e) Obrigatório: Para os maiores de 18 anos e menores de 70 anos.
f) Personalíssimo: Somente a pessoa pode votar por si mesma. Não pode haver o voto por procuração.
g) Livre: O eleitor pode votar em qualquer candidato, ou ainda branco ou nulo.
h) Universal: Não há qualquer condição discriminatória para o voto.
i) Periódico: Os mandatos devem ser por prazo determinado para que seja garantida a alternância de poder.
j) Direto: Não possui intermediários. O cidadão vota exatamente na pessoa que deseja que ocupe o cargo em questão. O seu oposto é o voto indireto, onde o eleitor vota em um representante e este (o representante) vota no detentor do cargo. Um país que adota as eleições indiretas para o cargo presidencial são os Estados Unidos.
· Deve-se ressaltar que existe um caso de eleições indiretas no Brasil: caso os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República fiquem vagos nos dois últimos anos do mandato, haverá eleição indireta pelo Congresso Nacional em 30 dias. Esse mandato gerado por eleições indiretas será somente para o período que restava do mandato dos titulares anteriores e é chamado de mandato tampão.
2.1.2. REQUISITOS DA CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA (VOTAR)
· Mnemônico: VOTAR (AMaNhaN)
a) Alistamento Eleitoral: ou seja, a inscrição no Cartório Eleitoral.
b) Maior de 16 anos
c) Nacionalidade Brasileira: por nacionalidade brasileira entende-se o brasileiro nato ou naturalizado.
d) Não ser Conscrito: conscrito é quem está prestando o serviço militar obrigatório.
2.1.3. REQUISITOS DA CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA (SER VOTADO)
· Para possuir a capacidade eleitoral passiva (condições de elegibilidade) é necessário que primeiro possua a capacidade eleitoral ATIVA.
· Mnemônico: SER VOTADO (PANI DF)
a) Pleno Exercício dos Direitos Políticos: o cidadão NÃO PODE ter perdido ou ter tido seus direitos políticos suspensos para ser eleito.
b) Alistamento Eleitoral: ou seja, a inscrição no Cartório Eleitoral. 
c) Nacionalidade Brasileira ou Português Equiparado: EM REGRA, para ser eleito é necessário ser brasileiro (nato ou naturalizado) ou ainda português equiparado. No entanto, existem alguns cargos privativos de brasileiro nato. São eles:
	i. Presidente e Vice-Presidente da República;
ii. Presidente da Câmara dos Deputados;
iii. Presidente do Senado Federal;
iv. Ministro do STF; (Ministro do TSE, Presidente do CNJ)
	v. Carreira diplomática;
vi. Oficial das Forças Armadas;
vii. Ministro de Estado da Defesa;
viii. 6 membros do Conselho da República
d) Idade Mínima: A idade mínima é exigida de acordo com o cargo na data da POSSE e não na data da eleição:
· 18 anos para Vereador;
· 21 anos para Deputado (Federal, Estadual ou Distrital), Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz;
· 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
· 35 anos para Senador, Presidente e Vice-Presidente da República.
e) Domicílio Eleitoral na Circunscrição: serve para garantir que não seja eleito “alguém de fora”. Ex.: Para que alguém seja eleito prefeito, o seu título de eleitor deve ser do município; para ser eleito governador, o seu título de eleitor deve ser de qualquer município do estado.
f) Filiação Partidária: é vedada a candidatura avulsa ou autônoma.
2.1.4. CANDIDATURA NATA
· Ela não existe mais no Brasil, pois VIOLA a livre organização dos partidos políticos.
· A candidatura nata é o instituto jurídico que garante ao parlamentar detentor de mandato o direito de concorrer ao mesmo cargo no pleito subsequente, independentemente da aprovação do partido a que está filiado. Ex: se José for prefeito do município X pelo partido Y, esse instituto garante que José possa concorrer às próximas eleições de prefeito do mesmo município X pelo mesmo partido Y (mesmo cargo e mesmo partido).
Observe que o atual prefeito pode sim ser candidato à reeleição pelo mesmo partido. Para isso, a sua candidatura deve ser aprovada pelo partido político ao qual é filiado. O veto é a candidatura nata, que mesmo que o partido não quisesse, o titular do mandato teria o direito a se candidatar.
2.1.5. DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS
· São divididos em três espécies: Perda dos direitos políticos, suspensão dos direitos políticos e inelegibilidades.
· Vedada a CASSAÇÃO dos direitos políticos.
· Cassação é a retirada unilateral dos direitos políticos de alguém sem que sejam assegurados a esse indivíduo seus direitos constitucionais, como a ampla defesa e o contraditório.
a) PERDA dos Direitos Políticos: É definitiva e atualmente ocorre em três casos:
I. Perda da nacionalidade brasileira em virtude de aquisição de outra (não está expresso na CF), salvo nos casos de:
i. Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
ii. Imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para exercício de direitos civis.
II. Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
III. Recusa a cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa. 
· Importante ressaltar que os direitos políticos são readquiridos a qualquer tempo se a obrigação for cumprida e, por isso, existem doutrinadores que colocam essa hipótese como suspensão e não como perda dos direitos políticos.
b) SUSPENSÃO dos Direitos Políticos: É sempre temporária e atualmente ocorre em três casos:
I. Incapacidade Civil Absoluta: Enquadrado apenas os menores de 16 anos.
· Os maiores de 16 e menores de 18 possuem incapacidade civil relativa e podem alistar-se como eleitores.
II. Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. 
· A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado CESSA com o cumprimento ou a extinção da pena, INDEPENDENDO de reabilitação ou de prova de reparação dos danos.
III. Improbidade Administrativa declarada por sentença judicial transitada em julgado, não podendo ser simplesmente por processo administrativo.
c) Inelegibilidades: Podem ser absolutas ou relativas.
· O atingido pelas inelegibilidades absolutas fica impossibilitado de ser eleito para TODO cargo eletivo; os atingidos pelas inelegibilidades relativas ficam impedidos de serem eleitos apenas para ALGUNS casos.
· Inelegibilidades Absolutas: Rol ampliado = EMENDA À CONSTITUIÇÃO; 
· Inelegibilidades Relativas: Rol ampliado = LEI COMPLEMENTAR.
I. Inelegibilidade Absoluta:
i. Inalistáveis, estrangeiros e conscritos;
ii. Analfabetos (apesar de possuírem capacidade eleitoral ativa – FACULTATIVA).
· E os jovens entre 16 e 18 anos de idade, mesmo podendo alistar-se eleitoralmente, são inelegíveis por não possuírem a idade mínima para concorrerem a qualquer cargo público.
II. Inelegibilidade Relativa: Somente atingem os chefes do executivo (prefeitos, governadores e presidente), não atingindo os demais cargos eletivos, como deputados, senadores, vereadores etc. São elas:
i. O Presidente da República, os Governadores de Estado e do DF, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.
· Ou seja, os citados NÃO PODEM SER ELEITOS para um 3º mandato consecutivo. No entanto, não há impedimento para que alguém ocupe um cargo de chefia do executivo por 2 mandatos consecutivos e depois se eleja para outro cargo, devendo apenas se desincompatibilizar (renunciar até 6 meses antes do pleito) paraconcorrer.
Já o VICE pode se candidatar ao cargo do titular, reeleito ou não e tendo substituído ou não (porque é outro cargo). Porém, caso o vice tenha sucedido o titular ou o substituído dentro dos 6 meses anteriores ao pleito, ele somente pode se reeleger uma vez. O mandato que ele assumiu é considerado um mandato inteiro para fins de reeleição. 
Já o TITULAR do cargo, se for reeleito, não pode se candidatar a vice imediatamente após o término de seu 2º mandato, pois apresentaria o exercício do mandato por três períodos seguidos, burlando a essência do sistema. Ademais, o TITULAR já reeleito não pode renunciar antes do término do mandato para pleitear um 3º mandato, pois seria uma forma de burlar o sistema e exercer três mandatos seguidos. Observe que a renúncia valerá, o que não pode haver é a reeleição. 
· Lembrando que essa proibição é apenas para os chefes do executivo. Dessa forma, alguém pode exercer 10 mandatos de deputado federal em sequência, por exemplo.
ii. Para concorrerem a OUTROS CARGOS, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do DF e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 meses antes do pleito. (VIDE QC 21)
· Essa proibição é chamada de desincompatibilização. Atenção: a renúncia deve ser feita até 6 meses antes do pleito (da eleição) e não do término do mandato.
A desincompatibilização é obrigatória para qualquer outro cargo eletivo, ou seja, o chefe do executivo não precisa se desincompatibilizar para concorrer ao mesmo cargo. Já o VICE somente precisa se desincompatibilizar se tiver sucedido ou substituído o titular dentro dos 6 meses anteriores ao pleito.
O Supremo também veda o chamado “prefeito itinerante” ou “prefeito profissional”. Assim, o prefeito não pode cumprir dois mandatos sucessivos e se candidatar a prefeito de outro município.
Não desincompatibiliza
Recandidatar para Presidente
Cargo: Pres. Da República
Desincompatibiliza
Candidatar para Governador
Não desincompatibiliza
Recandidatar para Presidente
 Desincompatibiliza 
(se substituto por 6 meses)
Candidatar para Governador
Cargo: VICE Pres. Da Rep.
iii. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o CÔNJUGE e os PARENTES consanguíneos ou afins, até o 2º grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado, DF ou Território, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, SALVO se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
· Essa proibição é chamada de inelegibilidade reflexa. Ela alcança somente a circunscrição de jurisdição do titular, ou seja, os parentes até o 2º grau do prefeito não podem ser eleitos para qualquer cargo dentro do município; os parentes até o 2º grau do governador não podem ser eleitos para qualquer cargo dentro do estado; e os parentes até o 2º grau do Pres. da República não podem ser eleitos para qualquer cargo eletivo dentro país.
A incompatibilidade se APLICA TAMBÉM a quem os substituir dentro dos 6 meses anteriores ao pleito. Ex: Suponhamos que a eleição (pleito) seja dia 3/10/2012 do último ano do mandato do prefeito. Se o VICE o tiver substituído dentro dos 6 meses anteriores ao pleito (de 03/04/2012 até 03/10/2012), a inelegibilidade reflexa impedirá que o cônjuge e os parentes de até 2º grau do VICE-PREFEITO também sejam eleitos para qualquer cargo dentro do município. No entanto, se o VICE substituiu em período diferente do citado, não haverá inelegibilidade para o cônjuge e parentes até 2º grau. 
Importante ressaltar que essa proteção se dá de forma bastante ampla:
· Se o cônjuge separou durante o mandato, ainda assim é inelegível;
· Caso haja a criação de município por desmembramento, as inelegibilidades também alcançam o município filho, uma vez que as vidas políticas dos dois municípios ainda estão interligadas e sofrem influências mútuas;
· Eleição para DEPUTADO FEDERAL ou SENADOR, cada Estado e o DF constituem uma circunscrição eleitoral, o que amplia a relação dos impedimentos. Assim, cônjuge, parentes ou afins até 2º grau do governador não poderão candidatar-se a qualquer cargo no Estado (vereador, prefeito de qualquer município do respectivo Estado, deputado estadual, federal e senador nas vagas do próprio estado).
· Obs.: AS INELEGIBILIDADES REFLEXAS NÃO ATINGEM (ou seja, pode se candidatar):
i. Viúva (Lembrando que se o cônjuge se separou durante o mandato, ainda assim é inelegível).
ii. Se o cônjuge, parente ou afim já possui mandato eletivo e se candidatou à reeleição.
Acompanhe o raciocínio:
1) Suponha que marido e mulher não possuam mandato eletivo e se candidatem ao mesmo tempo para governador e prefeita de cidade de um MESMO ESTADO.
2) Suponha também que ambos sejam eleitos, exerçam seus mandatos até o final e queiram se reeleger (ou seja, mesmo cargo).
Ao final do mandato, seria injusto se a inelegibilidade atingisse a mulher, uma vez que ela já possuía o mandato eletivo de prefeita e o assumiu ao mesmo tempo que o marido. A inelegibilidade reflexa não atinge nesse caso. Ressalta se que a mulher somente pode concorrer ao mesmo cargo; se ela pretendesse se candidatar a OUTRO cargo dentro do mesmo estado, não poderia, pois haveria a inelegibilidade reflexa.
iii. Se o titular do cargo renunciar até 6 meses antes do pleito e tiver direito à reeleição. Ex: se o governador de um estado estiver exercendo seu 1º mandato e renunciar até seis meses antes do pleito, sua mulher e parentes até 2º grau poderão se candidatar para qualquer cargo eletivo dentro do seu estado, inclusive para o cargo de governador.
2.2. MILITARES
· A Constituição estabelece que: 
a) O militar é alistável e pode ser eleito; 
b) ENQUANTO ATIVO, não pode ser filiado a partido político. 
· Assim, como forma de compatibilizar esses dois dispositivos, firmou-se o entendimento que o registro da candidatura apresentada pelo partido político e autorizada pelo candidato supre a ausência da prévia filiação partidária.
· Outros requisitos para se tornar elegível o militar (de carreira):
a) Se contar MENOS de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
b) Se contar MAIS de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, SE ELEITO, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
2.3. SERVIDOR PÚBLICO EM MANDATO ELETIVO
· O servidor público também pode ser eleito. Caso isso ocorra, devem ser obedecidas as seguintes regras:
a) Mandato Federal, Estadual ou Distrital: o servidor será afastado.
b) Prefeito: o servidor será afastado e pode optar pela remuneração.
c) Vereador: se houver compatibilidade, pode haver o acúmulo das funções. Caso não haja compatibilidade, servidor será afastado e poderá optar pela remuneração.
2.4. IMPUGNAÇÃO DO MANDATO ELETIVO
· Contestação do Mandato Eletivo: O mandato eletivo poderá ser contestado no prazo de 15 dias contados da diplomação perante a Justiça Eleitoral e a ação deve ser INSTRUÍDA COM provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. 
· Tramitação da Ação: Essa ação tramitará em segredo de justiça e o autor responderá caso a mesma seja temerária (imprudente) ou de manifesta má-fé.
3. PARTIDOS POLÍTICOS
· É uma organização de pessoas reunidas em torno de um mesmo programa político, com a finalidade de assumir o poder e mantê-lo ou, ao menos, influenciar através de oposição.
· A Constituição estabelece que é livre a criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos. No entanto, devem ser observados:
a) Soberania nacional
b) Pluralismo partidário
c) Regime democrático
d) Direitos fundamentais
e) Preceitos:
i. Caráter nacional;
ii. Prestação de contas à Justiça Eleitoral;
iii. Vedação de utilização de organização paramilitar;
iv. Funcionamento parlamentar de acordo com a lei; 
v. Proibição de recebimento de recursos de entidade ou governo estrangeiros ou vinculada ao estrangeiro.
· Possuem autonomia para definir sua estrutura interna, organização, funcionamento e seu ESTATUTO tem que conter normas sobre a disciplina e fidelidade partidária, podendo,prever sanções em relação aos casos citados. Já o FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR deve se dar de acordo com a LEI.
· São pessoas jurídicas de direito privado. Eles adquirem personalidade jurídica na forma da lei e, somente depois dessa aquisição é que pode ser feito o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral – TSE.
· Possuem direito a recursos do Fundo Partidário, acesso gratuito a rádio e TV e a imunidade tributária sobre patrimônio, renda e serviços. (VIDE QC 13)
· Não existe mais a verticalização obrigatória no Brasil, pois se entendeu que isso viola a livre organização dos partidos políticos. Assim, os partidos políticos, no Brasil, não estão obrigados à vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal.
· Coligações:
· PODE ter Eleições Majoritárias (Presidente, Governador, Prefeito e Senador)
· NÃO pode ter Eleições Proporcionais (Deputados e Vereadores)
4. NACIONALIDADE
· A nacionalidade é o vínculo jurídico-político que LIGA um indivíduo a um Estado soberano. 
· A nacionalidade comporta duas dimensões: 
a) Dimensão Vertical (que liga o indivíduo ao Estado): Impõe obrigações ao indivíduo perante o Estado, próprias de uma relação de subordinação.
b) Dimensão Horizontal (que liga o indivíduo ao elemento povo): Pressupõe uma relação sem grau hierárquico, isto é, uma relação paritária do indivíduo com a comunidade à qual pertence.
· Compete a cada Estado legislar sobre sua própria nacionalidade, respeitando, é claro, os compromissos gerais e particulares aos quais tenha se obrigado. O Estado soberano é, afinal, o único outorgante possível da nacionalidade. É ele quem tem poder para determinar quem são seus nacionais, quais as condições de aquisição da nacionalidade e, ainda, disciplinar sua perda. Pode-se afirmar, portanto, que o estabelecimento de critérios para a concessão de nacionalidade é ato de manifestação da soberania estatal.
· A doutrina fala da existência de duas espécies de nacionalidade: primária e secundária.
a) Primária: Também chamada de originária. É aquela que resulta de um fato natural, o nascimento. É imposta de maneira unilateral por parte do Estado, independente da vontade do indivíduo. Os brasileiros que recebem essa nacionalidade são chamados de brasileiros natos. Ela é atribuída por critérios: ius solis e ius sanguini.
i. ius solis: (REGRA) Diz que é nacional aquele que nascer em território nacional, independente da nacionalidade dos pais.
· O conceito de território brasileiro abrange as terras delimitadas pelas fronteiras geográficas, o mar territorial e espaço aéreo.
ii. ius sanguinis: (EXCEÇÃO) Diz que o que vale é o vínculo do sangue, sendo considerado nacional quem for filho de nacional, independente do local de nascimento. A Constituição brasileira adota os dois critérios, com predominância do ius solis (ius solis temperado).
b) Secundária: Também chamada de derivada. É adquirida por vontade própria do indivíduo (ato volitivo) através do procedimento da naturalização. Os brasileiros que recebem essa nacionalidade são chamados de brasileiros naturalizados.
· O conflito positivo de nacionalidade, quando alguém possui mais de uma nacionalidade, é chamado de multinacionalidade. O oposto, o conflito negativo de nacionalidade ocorre quando alguém não possui nacionalidade, sendo chamados de heimatlos ou apátridas.
4.1. BRASILEIROS NATOS
· São formas de aquisição de nacionalidade brasileira:
a) Quem nasce em território brasileiro, desde que os pais estrangeiros não estejam a serviço do país.
· Regra consuetudinária de direito internacional que os filhos de agentes de Estados estrangeiros (os dois pais devem ser estrangeiros) sejam normalmente excluídos da atribuição de nacionalidade pelo critério “ius solis”.
b) Quem nasce no estrangeiro e é filho de pai ou mãe brasileira a serviço do país.
c) Quem nasce no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira que não estão a serviço do Brasil, desde que:
i. Seja registrado em repartição brasileira competente;
ii. Venha a residir no Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
· Esta última é também chamada de nacionalidade potestativa e tem efeito suspensivo, ou seja, enquanto não declarado em processo judicial, sem prejuízo dos efeitos ex tunc da opção.
· E no caso do indivíduo nascido no estrangeiro e filho de pai ou mãe brasileiro que não está a serviço do Brasil vier a residir no Brasil antes da maioridade? Nesse caso, ele já pode, desde já, ser considerado brasileiro nato, mas a aquisição definitiva dependerá de sua manifestação após a maioridade. Alcançado a maioridade fica suspensa a condição de brasileiro nato até a manifestação da sua opção pela nacionalidade brasileira.
4.2. BRASILEIROS NATURALIZADOS
· A aquisição de naturalidade secundária depende da manifestação expressa da pessoa e do Brasil e, em REGRA, é um ato discricionário do Brasil. 
· A naturalização pode ser expressa ou tácita. 
· Naturalização expressa quando depender de requerimento do interessado; Naturalização tácita quando for adquirida independentemente de manifestação expressa do naturalizado. Cabe ressaltar que a CF88 prevê somente a naturalização expressa.
· Segundo a Constituição da República, são brasileiros naturalizados:
a) Estrangeiros que, na forma da lei, adquiram nacionalidade brasileira;
b) Originários de língua portuguesa* com: residência no Brasil por 1 ano ininterrupto e idoneidade moral; (naturalização ordinária)
· A naturalização ordinária é um ato discricionário do Chefe do Poder Executivo, ou seja, o mero cumprimento dos requisitos não assegura ao estrangeiro a concessão da nacionalidade brasileira. Essa concessão depende de uma análise quanto à conveniência e à oportunidade por parte deste.
· Moçambique, Angola, Portugal, Guiné-Bissau, Timor-Leste, Guine Equatorial, Macau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
c) Estrangeiro de qualquer nacionalidade que: Resida no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos, não tenha condenação criminal e requeira a nacionalidade brasileira. (naturalização extraordinária)
· A naturalização extraordinária, caso forem cumpridos os requisitos, não pode ser negada pelo Chefe do Poder Executivo, o interessado tem direito subjetivo à nacionalidade brasileira.
· O reconhecimento da naturalização extraordinária pelo Poder Executivo gera efeitos declaratórios (e não constitutivos), retroagindo à data de apresentação do requerimento. Com isso, caso estrangeira tenha solicitado essa naturalização e tenha passado em concurso público, o requerimento dessa naturalização seria suficiente para viabilizar a posse no cargo público.
· ESQUEMATIZANDO:
Resida no Brasil por 1 ano ininterrupto + Idoneidade moral
Originários de 
LÍNGUA PORTUGUESA
Estrangeiro de
QUALQUER NACIONALIDADE
Resida no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos + Sem condenação criminal + requeira a nacionalidade brasileira
4.3. PORTUGUESES EQUIPARADOS
· “Aos portugueses com residência permanente no país, se houver RECIPROCIDADE em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição”.
· A Constituição brasileira assegura aos portugueses com residência permanente no Brasil os mesmos direitos dos brasileiros naturalizados, desde que haja reciprocidade em Portugal e ressalvadas as vedações que a própria Constituição estabelecer. Os portugueses equiparados NÃO TERÃO nacionalidade brasileira, mas terão os mesmos direitos do brasileiro naturalizado.
4.4. DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS
· Todos os brasileiros naturalizados devem possuir os mesmos direitos e deveres que os brasileiros natos. Assim, a Constituição VEDA a distinção entre brasileiros natos e naturalizados (isonomia), SALVO as distinções que a própria Constituição impõe. São elas:
a) Brasileiro naturalizado pode ter CANCELADA sua naturalização por exercer atividade nociva ao interesse nacional.
b) NÃO PODE haver extradição de brasileiro nato, mas PODE HAVER extradiçãode brasileiro naturalizado, em caso de:
i. Crime comum, praticado antes da naturalização.
ii. Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. Seja o crime cometido antes ou depois da naturalização.
c) Empresa jornalística somente pode pertencer a:
i. Brasileiros natos;
ii. Brasileiros naturalizados há mais de 10 anos;
· Um brasileiro naturalizado há menos de 10 anos também não poderá participar da gestão desse tipo de empresa.
iii. Pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País
· Se essa empresa for uma SOCIEDADE, pelo menos 70% do capital total e votante deverá pertencer a brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos. 
d) Cargos privativos de brasileiro nato:
	i. Presidente e Vice-Presidente da República;
ii. Presidente da Câmara dos Deputados;
iii. Presidente do Senado Federal;
iv. Ministro do STF; (Ministro do TSE, Presidente do CNJ)
	v. Carreira diplomática;
vi. Oficial das Forças Armadas;
vii. Ministro de Estado da Defesa.
viii. 6 membros do Conselho da República.
4.5. PERDA DA NACIONALIDADE BRASILEIRA
· O brasileiro, tanto o nato quanto o naturalizado, pode perder a sua nacionalidade, sendo que os efeitos dessa perda serão sempre prospectivos (ex nunc). A perda da nacionalidade é a extinção do vínculo patrial que liga o indivíduo ao Estado.
· Perderá a nacionalidade o brasileiro que:
a) Tiver cancelada sua naturalização*, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
· Observe que somente brasileiros naturalizados podem perder sua nacionalidade neste caso. 
· Reaquisição: mediante ação rescisória, não sendo possível uma nova naturalização.
b) Adquirir outra nacionalidade*, salvo no casos:
i. Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
ii. Imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;
· Na aquisição de outra nacionalidade, a perda da nacionalidade se APLICA ao brasileiro nato quanto ao naturalizado. É o que a doutrina denomina de perda-mudança ou de perda da nacionalidade por naturalização voluntária. 
· Em ambos os casos de aquisição de outra nacionalidade, o individuo terá dupla nacionalidade (polipatria).
· Reaquisição: mediante decreto do Presidente da República, se o indivíduo estiver domiciliado no Brasil.
	É possível a EXTRADIÇÃO daquele que perdeu a condição de brasileiro nato pela aquisição de outra nacionalidade.
4.6. LÍNGUA E SÍMBOLOS OFICIAIS
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. 
§ 1° - São SÍMBOLOS da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. 
§ 2° - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.
5. QUESTÕES
· Direitos Sociais
5. A cláusula de reserva do possível refere-se à possibilidade material de o poder público concretizar direitos sociais e constitui, em regra, uma limitação válida à implementação total desses direitos. (CERTO)
11. Inexiste previsão constitucional da aplicação, aos empregados domésticos, do prazo prescricional fixado constitucionalmente quanto a créditos trabalhistas, igual para os trabalhadores urbanos e rurais. (CERTO)
18. Não sendo os direitos sociais dotados de dimensão subjetiva, diferentemente dos direitos civis e políticos, não se exigem do poder público prestações positivas a eles relativas, o que, entretanto, não impede o controle judicial de razoabilidade das políticas públicas sociais. (ERRADO)
a) Quanto a dimensão? 
b) Os direitos sociais exigem uma prestação positiva do Estado.
c) Quanto ao controle judicial?
21. A saúde e a proteção à maternidade são direitos coletivos, porque são atribuídos, na CF, a todos os cidadãos brasileiros. (ERRADO)
· Podemos ver os direitos sociais sobre duas acepções: lato sensu (sentido amplo) ou stricto sensu (sentido restrito).
	LATO SENSU
	STRICTO SENSU
	Direitos sociais genéricos- art. 6º
Direitos sociais individuais dos trabalhadores - art. 7º
Direitos sociais coletivos do trabalhador- art. 8 a 11
	Direitos sociais - art. 6º
Podemos observar que os direitos sociais podem ser individuais, coletivos e difusos (genéricos); a saúde e a maternidade são direitos difusos, pois se aplicam a todos que delem podem gozar (obviamente, para os homens, não é possível a fruição do direito à maternidade, por exemplo). Além desses, podemos citar também a proteção da comunidade indígena, da criança e do adolescente, das pessoas portadoras de deficiência
Direitos coletivos em sentido estrito são aqueles voltados para um público que embora não se possa -- em alguns casos -- identificar seus usuários individualmente, possuem eles um elo, como uma categoria profissional, membros de um sindicato ou pessoas de uma determinada associação de bairros, de uma sociedade esportiva etc. Esses são coletivos, mas não difusos (sentido amplo, todos os membros de uma nação), portanto, a saúde é um direito difuso e não coletivo (de caráter social). Outros exemplos, a ilegalidade do aumento abusivo das mensalidades escolares, relativamente aos alunos já matriculados, o aumento abusivo das mensalidades de planos de saúde, relativamente aos contratantes que já firmaram contratos...
Direitos individuais decorrem de uma origem comum e são dotados de transindividualidade artificial ou instrumental, para fins de economia processual e facilitação ao direito de acesso à justiça, os sujeitos titulares são determinados e podem fruir individualmente do objeto da reparação.
23. O direito à segurança no emprego, previsto constitucionalmente, inclui a proteção da relação de emprego contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, a indenização compensatória, o seguro-desemprego em caso de desemprego involuntário e o fundo de garantia por tempo de serviço. (CERTO)
28. De acordo com a Const. Federal de 1988, o trabalhador doméstico tem direito a seguro desemprego, em caso de desemprego voluntário. (ERRADO)
· Com relação a esse direito, o texto inicial da CF não alcançava o trabalhador doméstico; Entretanto, com a EC 72/2013 esse grupo foi acrescentado. Todavia, ainda depende de regulamentação.
31. A constituição protege igualmente os trabalhadores da indústria e os trabalhadores domésticos. (ERRADO)
· Os trabalhadores domésticos não tem o mesmo “nível” de proteção dos trabalhadores comuns.
40. Os direitos sociais previstos na Constituição Federal advêm de normas de ordem pública, que não se revestem de imperatividade, podendo ser alteradas pela vontade das partes integrantes da relação trabalhista. (ERRADO)
· Os direitos sociais são normas de ordem pública. Normas de ordem pública são normas imperativas, de obrigatoriedade inafastável, devido à sua importância na regulação das relações entre a sociedade.
· Direitos Políticos
50. A capacidade eleitoral passiva limita-se às restrições que estão expressamente veiculadas na CF e a nenhum outro dispositivo legal. (ERRADO)
· Inelegibilidades absolutas: Rol ampliado = EMENDA À CONSTITUIÇÃO; Inelegibilidades relativas: Rol ampliado = LEI COMPLEMENTAR.
58. De acordo com a CF, a prática de ato de improbidade administrativa por agente público implica a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos, sem prejuízo da ação penal cabível. (CERTO)
· Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
68. Considere que Marcos, cidadão brasileiro, com 20 anos de idade, pretenda se eleger na próxima eleição, pela 1ª vez, vereador de determinado município e que seu irmão adotivo seja atualmente vereador do referido município. Nessa situação, Marcos é considerado relativamente inelegível. (ERRADO)
· As inelegibilidades relativas somente ATINGEM OS CHEFES DO EXECUTIVO, não atingindoos demais cargos eletivos, como deputados, senadores, vereadores etc.
77. A consulta aos cidadãos, em momento posterior ao ato legislativo, é realizada mediante plebiscito. (ERRADO)
· O PLEBISCITO é consulta realizada em momento ANTERIOR ao ato legislativo; REFERENDO é a consulta realizada em momento POSTERIOR.
· Partidos Políticos
84. A exigência de caráter nacional dos partidos políticos visa resguardar o princípio federativo da unidade nacional. (CERTO)
85. A personalidade jurídica dos partidos políticos é adquirida ANTES do registro dos estatutos no TSE. (CERTO)
95. Os partidos políticos devem registrar seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral, que decidirá acerca do pedido de registro partidário em decisão judicial devidamente fundamentada. (ERRADO)
· A decisão é administrativa e não judicial, cabendo até mandado de segurança.
97. Configura-se a denominada nacionalidade adquirida (secundária) no caso em que o indivíduo nascido no estrangeiro, filho de pai ou mãe brasileiros, passa a residir no Brasil e opta pela nacionalidade brasileira depois de ter atingido a maioridade. (ERRADO)
· Hipótese de nacionalidade NATA.
105. Filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro podem optar pela naturalização, desde que o façam antes da maioridade civil. (ERRADO)
	Se um dos pais estiver a serviço do Brasil
	Se nenhum dos pais brasileiros estiver a serviço do Brasil
	BRASILEIRO NATO, independente de registro na repartição competente ou residência no Brasil + opção pela nacionalidade brasileira A QUALQUER TEMPO.
	BRASILEIRO NATO, dependente de registro na repartição competente ou residência no Brasil + opção pela nacionalidade brasileira A QUALQUER TEMPO, depois de atingida a maioridade.
108. Aos portugueses com residência permanente no país, serão atribuídos os direitos inerentes a brasileiro nato. (ERRADO)
· Os português equiparado NÃO PODERÁ GOZAR de absolutamente todos os direitos inerentes aos brasileiros.
111. Se um casal formado por um cidadão argentino e uma cidadã canadense for contratado pela República do Uruguai para prestar serviços em representação consular desse país no Brasil e, durante a prestação desses serviços, tiver um filho em território brasileiro, tal filho, conforme o disposto na CF, será brasileiro nato. (CERTO)
· Será brasileiro nato, pois diz que o casal (argentino + canadense) a serviço de país que não é o de origem dos mesmos (Uruguai).
125. São símbolos do Estado federal brasileiro a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais, podendo os estados-membros, o Distrito Federal (DF) e os municípios adotar símbolos próprios. (CERTO)
130. A condição de brasileiro naturalizado pode ser cancelada, pelo ministro da justiça, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional, desde que sejam observadas a ampla defesa e o contraditório. (ERRADO)
· Só pode ser cancelada por sentença judicial.

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