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A ESTRANHA MORTE DE MARTA 1.1 Descrição da oficina Esta é a primeira OFICINA. Trata-se de uma introdução ao curso de História, que contém um dossiê no qual se incluem o roteiro de investigação e os elementos sobre um caso fictício, supostamente ocorrido no Rio de Janeiro. O documento que levanta o caso é um informe da polícia sobre uma jovem chamada Marta. Junto a esse detalhado informe há uma série de documentos que, supõe-se, estavam na bolsa da garota. 1.2 Objetivos Esta oficina introdutória tem três objetivos: a) Que os alunos cheguem a reconhecer o conceito de prova-fonte como elemento que proporciona informação para a investigação. b) Que adquiram experiência na análise e interpretação das provas para, a partir delas, chegar a identificar um personagem ou narrar um possível desenrolar dos fatos. c) Que aprendam a utilizar a capacidade de inferir, para formular hipóteses baseadas em provas, e que percebam as lacunas existentes, que impedem, por vezes, que se chegue a conclusões definitivas. 1.3 Conteúdos Nesta oficina não são formulados objetivos conceituais ou de conteúdos históricos, pois este não estão presentes. O caso é meramente policial e serve como introdução às oficinas seguintes. No entanto, existem conteúdos que envolvem comportamentos e atitudes, já que se pretende, desde o início do curso, que o aluno saiba ordenar corretamente uma informação e tente formular hipóteses sobre qualquer caso que se apresente, assim como aceitar opiniões contrárias às suas. Finalmente, há que se levar em conta que esta oficina é importante para iniciar os alunos na técnica de debate. 1 .4 Estratégias O professor exporá brevemente em que consiste o trabalho dos historiadores. Destacará a tarefa de busca e seleção de fontes e fará a comparação entre essa atividade e as que realiza um detetive para resolver um caso. Posteriormente, proporá aos alunos investigar um caso fictício, como se fossem detetives encarregados da sua investigação. Para isso, deverão ser seguidas as pautas marcadas no guia de investigação, mas primeiro farão a leitura do informe policial no qual os fatos são detalhados. Depois dessa leitura, surgirão as perguntas: Quem era essa garota? Com que tipo de gente se relacionava? Que fez durante as horas que antecederam sua morte? Qual foi a causa da morte? Para proceder ordenadamente é preciso seguir o questionário do guia. Para responder a ele, será necessário utilizar todos os documentos anexados. Isso possibilitará a formulação das mais diversas hipóteses. A apresentação e a argumentação das hipóteses são o passo seguinte. Aqui é muito importante que cada aluno ou grupo de alunos explique como os documentos se relacionam, em que razões baseiam suas hipóteses etc. O papel do professor é o de moderador; ele faz com que seja respeitada a ordem das intervenções, controla o tempo de exposição, evita que se fale demais e, sobretudo, aponta a insuficiência de provas, as contradições, os documentos que não se encaixam. É preciso ter presente que o caso não tem um desenlace previsto. Não se trata de achar a solução. Trata-se de aprender como trabalhar numa aula de História. 1.5 Avaliação Nesta oficina, pode-se avaliar: A capacidade de explicar por escrito a hipótese que o aluno considera mais lógica. Trata-se de avaliar a expressão escrita, necessariamente importante para alcançar resultados aceitáveis durante o curso. A capacidade de observação do aluno, já que a oficina está repleta de pequenos detalhes (frases rabiscadas ou arrependimentos em uma carta de Marta, datas dos diversos documentos...). A capacidade de discussão: sustentar uma hipótese com argumentos e aceitar a hipótese contrária, quando as provas são evidentes. 1. Trabalho de detetive APRESENTAÇÃO DO CASO Alguns acontecimentos alteram a monotonia de nossas vidas. Para averiguar o que e por que ocorrem, os detetives e policiais realizam uma investigação. Historiadores e detetives utilizam procedimentos de trabalho parecidos. Em 1914, um jovem estudante assassinou um dos herdeiros do trono da Áustria. Os historiadores se dedicaram a estudar o fato e investigar por que esse acontecimento provocou o início da Primeira Guerra Mundial. Como se trata, de um assassinato famoso, muitos historiadores tentaram descobrir as razões do crime, utilizando métodos de investigação muito semelhantes àqueles utilizados pelos detetives. Por isso, a primeira atividade desta introdução à História se refere a um caso fictício: a estranha morte de Marta. Assim como procederia um detetive, trata-se de esclarecer as estranhas circunstâncias da morte de uma jovem, em uma madrugada de quarta-feira de cinzas, no Rio de Janeiro. Para seguir ordenadamente as etapas que o levarão a resolver o caso, você deverá iniciar o trabalho com a leitura do relatório da polícia. Depois, siga a ordem do Guia de Investigação. 2. Guia de investigação Leia atentamente o relatório da polícia e responda: 1. Que informações ele fornece sobre Marta Lopes e as circunstâncias de sua morte? 2. Selecione todos os documentos que revelem a personalidade dessa jovem e prepare um relatório detalhado sobre Marta Lopes. 3. Como era Marta Lopes fisicamente? Como era sua personalidade, seu caráter? Quais eram seus gostos? 4. Enumere as pessoas com quem Marta tinha contato, quem eram e que tipo de relação tinham com ela. 5. Tente reconstruir os movimentos de Marta no dia em que morreu. Monte uma linha do tempo com base nos fatos encontrados. 6. Formule hipóteses sobre as possíveis causas da morte. 7. Apresente provas que reforcem a sua hipótese. Quem você interrogaria? Em quem você acreditaria? 8. De quais outras provas você precisaria para confirmar a sua hipótese?
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