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Concurso de Pessoas no Direito Penal


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Aula 04
Direito Penal p/ MP-CE (Analista
Ministerial - Direito) Com Videoaulas -
Pós-Edital
Autor:
Renan Araujo
Aula 04
10 de Janeiro de 2020
 
 
 
 
 
 
 
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CONCURSO DE PESSOAS. 
 
1 CONCURSO DE PESSOAS .......................................................................................... 2 
1.1 Conceito, natureza e características .......................................................................................... 2 
1.2 Requisitos ................................................................................................................................... 3 
1.2.1 Pluralidade de agentes ................................................................................................................................................. 3 
1.2.2 Relevância causal da colaboração ................................................................................................................................ 6 
1.2.3 Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo) ......................................................................................................................... 7 
1.2.4 Identidade de infração penal ....................................................................................................................................... 7 
1.2.5 Existência de fato punível ............................................................................................................................................ 8 
1.3 Modalidades .............................................................................................................................. 8 
1.3.1 Coautoria ...................................................................................................................................................................... 8 
1.3.2 Participação ................................................................................................................................................................ 12 
1.4 Comunicabilidade das circunstâncias ...................................................................................... 15 
1.4.1 Espécies de elementares e de circunstâncias ............................................................................................................ 15 
1.5 Cooperação dolosamente distinta .......................................................................................... 16 
1.6 Multidão delinquente .............................................................................................................. 17 
2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ..................................................................... 18 
3 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA ................................................................................ 18 
4 EXERCÍCIOS PARA PRATICAR .................................................................................. 20 
5 EXERCÍCIOS COMENTADOS .................................................................................... 31 
6 GABARITO .............................................................................................................. 53 
 
 
Olá, meus amigos! 
 
Na aula de hoje vamos estudar um tema muito importante e está relacionado à própria 
figura delituosa e sua caracterização, que é o concurso de agentes. 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
Renan Araujo
Aula 04
Direito Penal p/ MP-CE (Analista Ministerial - Direito) Com Videoaulas - Pós-Edital
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1 CONCURSO DE PESSOAS 
1.1 CONCEITO, NATUREZA E CARACTERÍSTICAS 
O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração de dois ou mais agentes 
para a prática de um delito ou contravenção penal. 
O concurso de pessoas é regulado pelos arts. 29 a 31 do CP: 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de 
sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa 
pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Circunstâncias incomunicáveis 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do 
crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Casos de impunibilidade 
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são 
puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Mas como compreender a natureza jurídico-penal de uma conduta criminosa praticada 
por diversas pessoas? Três teorias surgiram: 
 Pluralista (ou pluralística) - Para esta teoria cada pessoa responderia por um crime 
próprio, existindo tantos crimes quantos forem os participantes da conduta 
delituosa, já que a cada um corresponde uma conduta própria, um elemento 
psicológico próprio e um resultado igualmente particular1. 
 Dualista (ou dualística) – Segundo esta teoria, há um crime para os autores, que 
realizam a conduta típica emoldurada no ordenamento positivo, e outro crime para 
os partícipes, que desenvolvem uma atividade secundária. 
 Monista (ou monística ou unitária) – A codelinquência (concurso de agentes) deve 
ser entendida, para esta teoria, como CRIME ÚNICO, devendo todos responderem 
pelo mesmo crime. É a adotada pelo CP. Isso não significa que todos que respondem 
pelo delito terão a mesma pena. A pena de cada um irá corresponder à valoração de 
cada uma das condutas (cada um responde “na medida de sua culpabilidade). Em 
 
1 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, São Paulo, 2015, p. 548 
Renan Araujo
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razão desta diferenciação na pena de cada um dos infratores, diz-se que o CP adotou 
uma espécie de teoria monista temperada (ou mitigada). 
 
O concurso de pessoas pode ser, basicamente, de duas espécies: 
 EVENTUAL – Neste caso, o tipo penal não exige que o fato seja praticado por mais de 
uma pessoa. Isso não impede, contudo, que eventual ele venha a ser praticado por 
mais de uma pessoa (Ex.: Furto, roubo, homicídio). 
 NECESSÁRIO – Nesta hipótese o tipo penal exige que a conduta seja praticada por 
mais de uma pessoa. Divide-se em: a) condutas paralelas (crimes de conduta 
unilateral): Aqui os agentes praticam condutas dirigidas à obtenção da mesma 
finalidade criminosa (associação criminosa, art. 288 do CPP); b) condutas 
convergentes (crimes de conduta bilateral ou de encontro): Nesta modalidade os 
agentes praticam condutas que se encontram e produzem, juntas, o resultado 
pretendido (ex. Bigamia); c) condutas contrapostas: Neste caso os agentes praticam 
condutas uns contra os outros (ex. Crime de rixa) 
 
1.2 REQUISITOS 
Mas quais são os requisitos para que se possa falar em concurso de pessoas? Cinco são os 
requisitos para que seja caracterizado o concurso de pessoas. Vejamos: 
 
1.2.1 Pluralidade de agentes 
Para que possamos falar em concurso de pessoas, é necessário que tenhamos mais de uma 
pessoa a colaborar para o ato criminoso. É necessário que sejam agentes culpáveis? A doutrina se 
divide, mas prevalece o entendimento de que todos os comparsas devem ter discernimento, de 
maneira que a ausência de culpabilidade por doença mental, por exemplo, afastaria o concurso de 
agentes, devendo ser reconhecida a autoria mediata. 
Assim, se uma pessoa, perfeitamente mental e maior de 18 anos (penalmente imputável) 
determina a um doente mental (sem qualquer discernimento)que realize um homicídio, não há 
concurso de pessoas, mas autoria mediata, pois o autor do crime foi o mandante, que se valeu de 
uma pessoa sem vontade como mero instrumento2 para praticar o crime. Não há concurso, pois 
um dos agentes não era culpável. 
Todavia, é bom ressaltar que, nos crimes plurissubjetivos3, se um dos colaboradores não é 
culpável por qualquer razão, mesmo assim permanece o crime. Nos crimes eventualmente 
plurissubjetivos (crime de furto, por exemplo, que eventualmente pode ser um crime qualificado 
 
2 WELZEL, Hans. Derecho Penal, parte general. Ed. Roque Depalma. Buenos Aires, 1956, p. 106 
3 Aqueles em que necessariamente deve haver mais de um agente, como no crime de associação criminosa, por 
exemplo – art. 288 do CP 
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pelo concurso de pessoas, embora seja, em regra, unissubjetivo) também não é necessário que 
todos os agentes sejam culpáveis, bastando que apenas um o seja para que reste configurado o 
delito em sua forma qualificada. 
 
EXEMPLO: José, maior e capaz, perfeitamente imputável, combina de realizar um roubo 
juntamente com Paulo, adolescente de 17 anos de idade e, portanto, inimputável. O 
roubo se realiza. Neste caso, não podemos falar em autoria mediata entre José e Paulo, 
eis que Paulo não foi mero instrumento nas mãos de José. Paulo quis participar da 
empreitada criminosa, e responderá por isso, de acordo com as regras próprias do ECA4. 
Neste caso, como não houve autoria mediata, José deverá responder pelo crime roubo 
com a majorante de ter sido o crime praticado em concurso de pessoas5, ainda que 
Paulo responda de acordo com o ECA, e não de acordo com a Lei Penal. 
 
Nessas duas últimas hipóteses, no entanto, não há propriamente concurso de pessoas, mas o 
que a Doutrina chama de concurso impróprio, ou concurso aparente de pessoas. Contudo, essa 
ressalva só se aplica ao caso de concurso entre culpável e “não culpável que possui 
discernimento”. Assim, se o agente culpável se vale de alguém sem culpabilidade como mero 
instrumento, sem que ele possua qualquer discernimento, teremos sempre autoria mediata. 
 
1.2.1.1 Autoria mediata 
A autoria mediata ocorre quando o agente (autor mediato) se vale de uma pessoa como 
instrumento (autor imediato) para a prática do delito. 
EXEMPLO: José, maior e capaz, entrega uma arma de fogo a uma criança de 05 anos, 
dizendo que ela deve colocar a arma na cabeça de Maria e fazer uma brincadeira, pois 
ao apertar o gatilho, sairá água da arma. A criança aperta o gatilho e Maria morre. Neste 
caso, temos autoria mediata, pois José (autor mediato) se valeu da criança (executor) 
como mero instrumento para a prática do delito. 
 
 
Todavia, não basta que o executor seja um inimputável, ele deve ser um verdadeiro 
INSTRUMENTO do mandante, ou seja, ele não deve ter qualquer discernimento no caso concreto. 
 
4 Estatuto da Criança e do Adolescente. 
5 Art. 157, §2º, II do CP. 
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Ex.: José e Pedro (este menor de idade, com 17 anos) combinam de matar Maria. José 
arma o plano e entrega a arma a Pedro, que a executa. Neste caso, Pedro é inimputável 
por ser menor de 18 anos, mas possui discernimento, não se pode dizer que foi um 
mero “instrumento” de José. Assim, aqui não teremos autoria mediata, mas concurso 
aparente de pessoas. 
Ex.2: José, maior e capaz, entrega a Mauro (um doente mental sem nenhum 
discernimento) uma arma e diz para ele atirar em Maria, que vem a óbito. Neste caso há 
autoria mediata, pois Mauro (o inimputável) foi mero instrumento nas mãos de José. 
 Mas esta é a única hipótese de autoria mediata? A resposta é negativa. A melhor Doutrina 
divide a autoria mediata em três hipóteses, basicamente6: 
 
1 – Autoria mediata por erro do executor – Neste caso, aquele que pratica a conduta foi induzido 
a erro pelo mandante (erro de tipo ou erro de proibição). Ex.: Médico que entrega à enfermeira 
uma injeção contendo determinada substância tóxica, e determina que esta aplique no paciente, 
alegando que se trata de morfina, para aliviar a dor7. A enfermeira, aqui, não atua dolosamente 
(do ponto de vista “finalístico”), pois apesar de dar causa à morte do paciente (causalidade física, 
pois foi ela quem injetou a substância), não dirigiu sua conduta a este resultado. O domínio do fato 
pertencia ao médico, o real infrator. 
2 – Autoria mediata por coação do executor – Aqui o infrator coage uma terceira pessoa a praticar 
um delito. Em se tratando de coação MORAL irresistível, teremos um agente não culpável (a 
coação moral irresistível afasta a culpabilidade). Desta forma, aquele que executa o faz em 
situação de não culpabilidade. A culpabilidade recai apenas sobre o coator, não sobre o coagido. 
Ex.: Médico que determina à enfermeira que aplique sobre o paciente uma dose cavalar de 
veneno. O médico, porém, não esconde da enfermeira que se trata de veneno, ao contrário deixa 
isso bem claro. Porém, diz à enfermeira que se ela não fizer o que foi determinado, irá matar sua 
filha. Vejam que, neste caso, a enfermeira sabe que está injetando o veneno, de forma que age 
dolosamente, mas ainda assim sem culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa. 
3 – Autoria mediata por inimputabilidade do agente – Nesta hipótese o infrator se vale de uma 
pessoa inimputável para a prática do delito. A inimputabilidade, aqui, pressupõe que o executor 
(inimputável) não tenha discernimento necessário8. Caso o executor, mesmo inimputável, possua 
discernimento, não haverá autoria mediata. Ex.: José, 20 anos, organiza um plano para furtar uma 
loja de eletrônicos, e combina com Marcelo, de 17, a execução do plano. Neste caso, não há 
autoria mediata, pois Marcelo, a despeito de sua inimputabilidade legal, tem discernimento para 
não ser considerado como “objeto”. Por outro lado, no mesmo exemplo, imaginemos que Marcelo 
tenha 30 anos, mas seja absolutamente incapaz de entender o que se passa (doente mental 
 
6 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 560 
7 O exemplo é de Hans Welzel. (cf. WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 106) 
8 WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 107-108 
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completo). Neste caso, a inimputabilidade de Marcelo afasta o reconhecimento do concurso de 
pessoas com José, que responderá como autor mediato do crime. 
 
É cabível autoria mediata nos crimes próprios e de mão própria? Em relação aos crimes 
próprios se admite a autoria mediata, desde que o autor MEDIATO reúna as condições especiais 
exigidas pelo tipo penal. 
EXEMPLO: Paulo, servidor público, coage moralmente Maria (coação irresistível), 
obrigando-a a subtrair 10 notebooks da repartição em que ele, Paulo, exerce suas 
funções. Paulo, para a execução do delito, se valeu de sua função para facilitar a 
subtração. Neste caso, Paulo poderá responder por peculato-furto na qualidade de 
autor mediato. 
 
Mas, e se Maria é quem fosse a servidora e Paulo fosse um particular? Poderia haver 
autoria mediata? Não, neste caso não poderíamos falar em autoria mediata. 
Contudo, se não há autoria mediata e não há concurso de pessoas (pois não há concurso de 
pessoas entre coator e coagido), Paulo ficará impune? Não, a Doutrina desenvolveu, para tais 
casos, a figura da AUTORIA POR DETERMINAÇÃO. Consiste, basicamente, em punir aquele que, 
embora não sendo autor nem partícipe, exerce sobre a conduta domínio EQUIPARADO à figura da 
autoria.9 
Não se pode considerar o agente comoautor por não reunir os elementos necessários para 
tanto. Também não se pode considera-lo como partícipe, eis que a participação pressupõe o crime 
praticado por outro autor (e não há). Ele será punido, portanto, por ser o autor da determinação 
para a conduta (ter sido o responsável por sua ocorrência). 
 
Em relação aos crimes de mão própria, contudo, não se admite a figura da autoria mediata, 
eis que o crime não pode ser realizado por interposta pessoa (Ex.: A testemunha, no crime de falso 
testemunho, não pode coagir alguém a depor em seu lugar, prestando testemunho falso). 
Neste caso, porém, exemplificativamente, se a testemunha for coagida por terceira pessoa, 
esta terceira pessoa poderá ser considerada AUTOR por determinação, conforme explicado 
anteriormente. 
 
1.2.2 Relevância causal da colaboração 
A participação do agente deve ser relevante para a produção do resultado, de forma que a 
colaboração que em nada contribui para o resultado é um indiferente penal. 
 
9 PIERANGELI, José Henrique. ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Manual de Direito Penal Brasileiro. Ed. RT. São Paulo, 
2008, p. 580/581 
Renan Araujo
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Além disso, a colaboração deve ser prévia ou concomitante à execução, ou seja, anterior à 
consumação do delito. Se a colaboração for posterior à consumação do delito, como o fato já 
ocorreu, não há concurso de pessoas, podendo haver, no entanto, outro crime (favorecimento 
real, receptação, etc.). 
Porém, se a colaboração for posterior à consumação, mas combinada previamente, há 
concurso de pessoas. Ex: Imagine que Poliana decide matar seus pais, e combina com seu 
namorado para que ele esteja às 20h em ponto na porta de sua casa para lhe ajudar na fuga. 
Assim, a conduta do namorado (auxiliar na fuga) é posterior à consumação, mas fora combinada 
anteriormente, havendo, portanto, concurso de pessoas. Diversa seria a hipótese, no entanto, se o 
namorado tivesse ido à casa da namorada sem saber que deveria lhe ajudar na fuga. Lá chegando, 
a namorada conta o ocorrido e ele, a partir daí, concorda em auxiliá-la na fuga. Nessa hipótese, o 
namorado comete o crime de favorecimento pessoal (nos termos do art. 348 do CP). Cuidado com 
isso! 
 
1.2.3 Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo) 
Também é conhecido como concurso de vontades. Assim, para que haja concurso de 
pessoas, é necessário que a colaboração dos agentes tenha sido ajustada entre eles, ou pelo 
menos tenha havido adesão de um à conduta do outro. 
Deste modo, a colaboração meramente causal, sem que tenha havido combinação entre os 
agentes, não caracteriza o concurso de pessoas. Trata-se do princípio da convergência. Caso haja 
colaboração dos agentes para a conduta criminosa, mas sem vínculo subjetivo entre eles, 
estaremos diante da autoria colateral, e não da coautoria. 
 
1.2.4 Identidade de infração penal 
Também conhecido como unidade de infração penal para todos os agentes, está 
fundamentado no art. 29 do CP: 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, 
na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 
 
Daí podemos perceber que, se 20 pessoas colaboram para a prática de um delito (homicídio, 
por exemplo), todas elas respondem pelo homicídio, independentemente da conduta que tenham 
praticado (um apenas conseguiu a arma, o outro dirigiu o veículo da fuga, outro atraiu a vítima, 
etc.). As condutas dos agentes, portanto, devem constituir algo juridicamente unitário10. 
 
 
10 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 553 
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1.2.5 Existência de fato punível 
Trata-se do princípio da exterioridade. Assim, é necessário que o fato praticado pelos 
agentes seja punível, o que de um modo geral exige pelo menos que este fato represente uma 
tentativa de crime, ou crime tentado. 
Para a caracterização do crime tentado, é necessário que seja dado início à execução do 
crime. Se o fato ficar meramente no plano abstrato, no plano da cogitação, não há fato punível, 
nos termos do art. 14, II do CP. 
 O art. 31 do CP determina, ainda, de modo específico para a hipótese de concurso de 
pessoas, que a colaboração só é punível se o crime for, ao menos, tentado: 
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são 
puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 
 
 Importante ressaltar que, em alguns casos, os atos preparatórios já configuram fato punível, 
seja porque a lei assim expressamente determina, seja porque eles constituem tipo penal 
autônomo. 
 
EXEMPLO: José e Paulo combinam de fabricar moeda falsa (crime do art. 289 do CP) e, 
para tanto, adquirem o maquinário necessário, mas não iniciam a produção das notas 
falsas. Neste caso, a princípio, a conduta de José e Paulo seria impunível, eis que não foi 
iniciada a execução do crime de moeda falsa. Todavia, o CP já criminaliza essa conduta 
como tipo penal autônomo. Trata-se do crime de “petrechos de falsificação”, art. 291 do 
CP.11 
 
1.3 MODALIDADES 
1.3.1 Coautoria 
Para entendermos o fenômeno da coautoria, devemos, primeiramente, estudar o que seria 
a autoria do delito. 
Várias teorias, ao longo do tempo, procuraram definir o conceito de AUTOR. 
O conceito extensivo de autor não diferencia autor e partícipe, considerando que todos 
aqueles que concorrem para o crime são autores do delito. Esse conceito é baseado numa 
premissa “causal-naturalista” de que todo aquele que dá causa ao delito (por qualquer forma), 
deve ser considerado autor do crime. 
 
11 Petrechos para falsificação de moeda 
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto 
especialmente destinado à falsificação de moeda: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
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Contudo, como pelo conceito extensivo de autor não era possível definir quem era autor e 
quem era partícipe, surgiu a teoria subjetiva da participação, que considerava como autor aquele 
que pratica o fato como próprio, que quer o crime “como próprio”, como seu, e partícipe aquele 
que quer o fato como alheio, pratica uma conduta acessória ao “crime de outra pessoa”.12 Isso era 
fundamental para a fixação da pena de cada um, já que aos autores deveriam ser aplicadas penas, 
em tese, mais severas. 
Como o conceito extensivo apresentou mais problemas que soluções, surgiu o conceito 
restritivo de autor13. Para esta teoria restritiva14, autor e partícipe não se confundem. Autor será 
aquele que praticar a conduta descrita no núcleo do tipo penal (subtrair, matar, roubar, etc.). 
Todos os demais, que de alguma forma prestarem colaboração (material ou moral), serão 
considerados partícipes. Esta foi a teoria adotada pelo CP. 
Agora que já sabemos que o CP diferencia autor e partícipe, precisamos saber qual é o 
critério para se diferenciar um do outro. Três teorias surgiram. 
A primeira teoria, a teoria objetivo-formal, estabelece que autor é quem realiza a conduta 
prevista no núcleo do tipo, sendo partícipes todos os outros que colaboraram para isso, mas não 
realizaram a conduta descrita no núcleo do tipo. Para esta teoria, por exemplo, no crime de 
homicídio, somente seria autor aquele que efetivamente praticasse a conduta de “matar” alguém. 
Todos os outros colaboradoresseriam partícipes. O grande problema desta teoria é considerar o 
autor intelectual (mandante) como partícipe, e não como autor. Mais que isso: Essa teoria não 
explica o fenômeno da autoria mediata (quando alguém se vale de um inimputável para cometer 
um crime). 
A segunda teoria, a teoria objetivo-material, entende que autor é quem colabora com 
participação de maior importância para o crime, e partícipe é quem colabora com participação 
reduzida, independentemente de quem pratica o núcleo do tipo (verbo que descreve a conduta 
criminosa – matar, subtrair, etc.). 
A terceira e última teoria, a teoria do domínio do fato, criada pelo pai do finalismo, Hans 
Welzel15, e posteriormente desenvolvida por Claus Roxin, defende que autor é todo aquele que 
possui o domínio da conduta criminosa, seja ele o executor (quem pratica a conduta prevista no 
núcleo do tipo) ou não16. Para esta teoria, o autor seria aquele que decide o trâmite do crime, sua 
prática ou não, etc. Essa teoria explica, satisfatoriamente, o caso do mandante, por exemplo, que 
mesmo sem praticar o núcleo do tipo (“matar alguém”), possui o domínio do fato, pois tem o 
poder de decidir sobre o rumo da prática delituosa. 
 
12 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 555 
13 PIERANGELI, José Henrique. ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Manual de Direito Penal Brasileiro. Ed. RT. São Paulo, 
2008, p. 572. 
14 Também chamada por alguns de teoria dualista ou objetiva. 
15 WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 105 
16 MUÑOZ CONDE, Francisco. Teoría general del delito. Ed. Temis Editorial. Bogotá, 1999, p. 155-156 
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Para esta teoria, o partícipe existe, e é aquele que contribui para a prática do delito17, 
embora não tenha poder de direção sobre a conduta delituosa. O partícipe só controla a própria 
vontade, mas a não a conduta criminosa em si, pois esta não lhe pertence. 
 
 
A teoria do domínio do fato tem por finalidade estabelecer uma diferenciação entre autor e 
partícipe a partir da noção de “controle da situação”. Aquele que, mesmo não executando a 
conduta descrita no núcleo do tipo, possui todo o controle da situação, inclusive com a 
possibilidade de intervir a qualquer momento para fazer cessar a conduta, deve ser considerado 
autor, e não partícipe. 
O controle (ou domínio) da situação pode se dar mediante18: 
1 - Domínio da ação - O agente realiza diretamente a conduta prevista no tipo penal 
2 - Domínio da vontade - O agente não realiza a conduta diretamente, mas é o "senhor do 
crime", controlando a vontade do executor, que é um mero instrumento do delito (hipótese de 
autoria mediata). 
3 - Domínio funcional do fato - O agente desempenha uma função essencial e indispensável 
ao sucesso da empreitada criminosa, que é dividida entre os comparsas, cabendo a cada um uma 
parcela significativa, essencial e imprescindível. 
Em todos estes casos, o agente será considerado autor do delito. 
A teoria do domínio do fato, porém, não se aplica aos crimes culposos, pois neste não há 
domínio final do fato, pois o fato final (resultado) não é buscado pelos agentes, que pretendiam 
outro resultado19. 
A teoria adotada pelo CP é a teoria objetivo-formal, considerando autor aquele que realiza 
a conduta descrita no núcleo do tipo, já que denota sua “vontade de autor” (animus auctoris), em 
contraposição à “vontade de colaboração” do partícipe (animus socii). Entretanto, considera-se 
adotada a teoria do domínio do fato para os crimes em que há autoria mediata, autoria 
intelectual, etc., de forma a complementar a teoria adotada. 
Esta é, portanto, a posição doutrinária a respeito da posição do CP sobre a diferença entre 
autor e partícipe. 
Desta maneira, após entendermos quem seria considerado autor do delito para o CP, 
podemos definir a coautoria como a espécie de concurso de pessoas na qual duas ou mais pessoas 
praticam a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Assim, no crime de roubo, se duas ou mais 
pessoas entram num banco, portando armas, e anunciam um assalto, todas elas praticaram a 
conduta descrita no núcleo do tipo do art. 157, § 2°, I e II do CP (subtrair para si ou para outrem, 
 
17 WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p.117-119 
18 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 557-558 
19 Idem, p. 558 
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mediante violência ou grave ameaça...). Logo, todas são coautoras do delito. No mesmo exemplo, 
porém, o dono do carro, que emprestou o veículo para a fuga, é mero partícipe. 
 
 
Não confundam coautoria com autoria colateral. Na coautoria, deve haver vínculo subjetivo 
ligando as condutas de ambos os autores. Na autoria colateral, ambos praticam o núcleo do tipo, 
mas um não age em acordo de vontades com o outro. Imaginem que A e B, desafetos de C, sem 
que um saiba da existência do outro, escondem-se atrás de árvores esperando a passagem de C, a 
fim de matá-lo. Quando C passa, ambos atiram, e C vem a óbito. Nesse caso, não houve coautoria, 
mas autoria colateral. Entretanto, aí vai mais uma informação: Imaginem que o laudo identifique 
que apenas uma bala atingiu C, direto na cabeça, levando-o a óbito. Nesse caso, o laudo não 
conseguiu apontar de qual arma saiu a bala que matou C. Nesse caso, como não se pode definir 
quem efetuou o disparo fatal, ambos respondem pelo crime de homicídio TENTADO, pois não se 
pode atribuir a nenhum deles o homicídio consumado, já que o laudo é inconclusivo quanto a isto. 
Este é o fenômeno da autoria incerta. No entanto, se ambos estivessem agindo em conluio, com 
vínculo subjetivo, ou seja, se houvesse concurso de pessoas, ambos responderiam por crime de 
homicídio CONSUMADO, pois nesse caso seria irrelevante saber de qual arma partiu a bala que 
levou C a óbito. 
 
A coautoria pode ser funcional (ou parcial), que é aquela na qual a conduta dos agentes são 
diversas e se somam, de forma a produzir o resultado. Assim, se Ricardo segura a vítima para que 
Poliana a espanque, ambos são coautores do crime de lesão corporal, mediante coautoria 
funcional. 
Porém, a coautoria pode ser, ainda, material (direta), que é a hipótese em que ambos os 
coautores realizam a mesma conduta. Assim, no exemplo acima, se Ricardo e Poliana espancassem 
a vítima, ambos seriam coautores mediante coautoria material. 
 
 
Abaixo vou mostrar para vocês algumas hipóteses polêmicas de aplicação do instituto da 
coautoria: 
 
 Admite-se a coautoria nos crimes próprios, desde que ambos os agentes possuam a 
qualidade exigida pela lei, ou que, aqueles que não a possuem, ao menos tenham ciência de 
que o outro agente age nessa qualidade. 
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 Não se admite a coautoria nos crimes de mão-própria, pois são considerados de conduta 
infungível, só podendo ser praticados pelo sujeito especificamente descrito pela lei. 
 A Doutrina se divide quanto à possibilidade de coautoria em crimes omissivos, da seguinte 
forma: 
1 – Parte entende que NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE COAUTORIA OU PARTICIPAÇÃO 
(Concurso de agentes), pois TODAS AS PESSOAS PRATICAM O NÚCLEO DO TIPO, DE 
MANEIRA AUTÔNOMA; 
2 – Outra parte da Doutrina entende poderia haver concurso de pessoas, na 
modalidade de coautoria, mas é minoritário; 
3 – A Doutrina ligeiramente majoritária entende que é possível PARTICIPAÇÃO, mas 
NÃO COAUTORIA. 
 
 Na autoria mediata não há concurso de pessoas entre autor mediato autor imediato, 
respondendo apenas o autor mediato, que se valeu de alguém sem culpabilidade para a 
execução do delito. 
 Entretanto, é possívelcoautoria e também participação na autoria mediata, desde que haja 
colaboração entre os agentes mediatos. NUNCA HAVERÁ CONCURSO DE PESSOAS ENTRE 
AUTOR MEDIATO E AUTOR IMEDIATO. 
 CUIDADO! Na coação física irresistível, não há autoria mediata, mas autoria direta, pois o 
agente que realiza a ação não possui conduta, já que não há vontade. Nesse caso, aquele 
que pratica a coação física irresistível é autor direto, não mediato; 
 Admite-se a autoria mediata nos crimes próprios, mas não nos crimes de mão própria (há 
alguns doutrinadores que entendem ser possível). 
 
1.3.2 Participação 
Conforme estudamos, no Brasil adotou-se o conceito restritivo de autor, distinguindo-se 
autor e partícipe. Adotou-se, ainda, a teoria objetivo-formal, de forma que podemos definir a 
participação como a modalidade de concurso de pessoas na qual o agente colabora para a prática 
delituosa, mas não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal. 
A participação pode ser: 
 Moral – É aquela na qual o agente não ajuda materialmente na prática do crime, mas 
instiga ou induz alguém a praticar o crime. A instigação ocorre quando o partícipe age no 
psicológico do autor do crime, reforçando a ideia criminosa, que já existe na mente deste. O 
induzimento, por sua vez, ocorre quando o partícipe faz surgir a vontade criminosa na 
mente do autor, que não tinha pensado no delito; 
 Material – A participação material é aquela na qual o partícipe presta auxílio ao autor, seja 
fornecendo objeto para a prática do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc. É 
também chamada de cumplicidade. Este auxílio não pode ser prestado após a consumação, 
salvo se o auxílio foi previamente ajustado. 
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 Já que o partícipe não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal, como puni-lo? 
A punibilidade do partícipe não pode ser realizada diretamente pela descrição do fato típico. 
De fato, aquele que empresta uma arma para que alguém mate outra pessoa, não poderia 
responder por homicídio, pois o art. 121 do CP diz: “matar alguém”. Aquele que empresta a arma 
não está “matando”, por isso se diz que não há, aqui, adequação típica imediata. 
Contudo, a punibilidade do partícipe é possível porque há normas de extensão da 
adequação típica (no caso, o art. 29 do CP), que permitem a extensão do raio de aplicação do tipo 
penal para aqueles que, de alguma forma, tenham contribuído para o delito. Trata-se da chamada 
adequação típica mediata. 
Como a conduta do partícipe é considerada acessória em relação à conduta do autor (que é 
principal), o partícipe é punido em razão da teoria da acessoriedade20. Porém, existem quatro 
teorias da acessoriedade: 
 Teoria da acessoriedade mínima – Entende que a conduta principal deva ser um fato 
típico, não importando se é ou não um fato ilícito. EXEMPLO: Imagine que Marcio e 
João combinam de matar Paulo. Na data combinada para a execução, Marcio guia o 
carro até o local e fica esperando do lado de fora. João se dirige até Paulo e, após 
uma discussão, Paulo começa a agredir João, que na verdade mata Paulo em 
legítima defesa. João matou Paulo em legítima defesa e não em razão do ajuste com 
Marcio (não tendo praticado fato ilícito, mas apenas típico), mas por esta teoria, 
mesmo assim Marcio responderia como partícipe do crime. Veja que João, de fato, 
matou Paulo. Contudo, o fato não é ilícito, pois João agiu em legítima defesa. Porém, 
para esta teoria, ainda que a conduta de João seja considerada apenas típica, mas 
não ilícita, Marcio deveria ser punido. O pior de tudo é que, neste caso, Márcio, que 
não praticou a conduta seria punido, mas João seria absolvido pela legítima defesa. 
 Teoria da acessoriedade limitada – Exige que o fato praticado (conduta principal) 
seja pelo menos uma conduta típica e ilícita. Assim, no exemplo dado acima, a 
conduta do partícipe Marcio não é punível, pois a conduta principal, apesar de típica, 
não é ilícita. Veja que, para esta corrente Doutrinária, se o fato praticado pelo autor 
NÃO FOR ILÍCITO (Ainda que seja um fato típico), em razão de legítima defesa, etc., 
o partícipe não deve ser punido. 
 Teoria da acessoriedade máxima – Para esta teoria, o partícipe só será punido se o 
fato for típico, ilícito e praticado por agente culpável. Essa teoria faz exigência 
irrazoável, pois a culpabilidade é uma questão pessoal do agente, não guardando 
relação com o fato. Assim, imagine que Carlos, maior de idade, seja partícipe de um 
roubo praticado por Lucas, menor de idade. Para esta corrente, Carlos não poderia 
responder pelo roubo praticado (na qualidade de partícipe), pois Lucas (o autor 
 
20 A teoria da acessoriedade deriva de uma das teorias dos FUNDAMENTOS da punibilidade do partícipe, que é a 
TEORIA DO FAVORECIMENTO (ou da CAUSAÇÃO), que diz que o partícipe deve ser punido por ter coloborado para 
que o delito fosse realizado. Em contraposição a esta, havia a teoria da participação na culpabilidade, que defendia 
que o partícipe deveria ser punido apenas por exercer “influência negativa” sobre o autor. Esta última foi 
abandonada pela Doutrina há algumas décadas. 
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principal) é inimputável (não tem culpabilidade), sendo o fato apenas típico e 
ilícito, sem o complemento da culpabilidade. 
 Teoria da hiperacessoriedade – Exige que, além de o fato ser típico e ilícito e o 
agente culpável, o autor tenha sido efetivamente punido para que o partícipe 
responda pelo crime. É ainda mais irrazoável que a última. Imagine que José seja 
partícipe de um roubo praticado por Marcelo. No decorrer do processo, Marcelo vem 
a falecer (o que gera a extinção da punibilidade de Marcelo, nos termos do CP). Para 
esta corrente, como houve extinção da punibilidade em relação a Marcelo (o autor 
do delito), o partícipe (José) não poderá mais ser punido. 
 
O Nosso CP não adotou expressamente nenhuma das quatro teorias, mas com certeza não 
adotou a teoria da acessoriedade mínima nem a teoria da hiperacessoriedade (as extremas). 
A Doutrina entende que a teoria que mais se amolda ao nosso sistema é a teoria da 
acessoriedade limitada21, exigindo que o fato seja somente típico e ilícito para que o partícipe 
responda pelo crime. 
 
 
Questões interessantes acerca da participação: 
 A lei admite a redução da pena de 1/6 a 1/3 se a participação é de menor importância (art. 
29, § 1° do CP). Isto não se aplica às hipóteses de coautoria, mas apenas à participação; 
 A Doutrina admite a participação nos crimes comissivos por omissão, quando o partícipe 
devia e podia evitar o resultado (art. 13, § 2° do CP). 
 A participação inócua não se pune. Assim, se A empresta uma faca a B, de forma a auxiliá-lo 
a matar C, e B mata C usando seu revólver, a participação de A foi absolutamente inócua, 
pois em nada auxiliou no resultado. Da mesma forma, se A instiga B a matar C, e B realiza a 
conduta porque já estava determinado a isso, a instigação promovida por A não teve 
qualquer eficácia, pois B já mataria C de qualquer forma. 
 Participação em cadeia é possível: Assim, se A empresta uma arma a B, para que este a 
empreste a C, a fim de que este último mate D, tanto A quanto B são partícipes do crime, 
por prestarem auxílio material em cadeia. 
 A participação em ação alheia ocorre quando o partícipe, sem qualquer liame subjetivo com 
o autor, contribui de maneira culposa para a prática do delito. Assim, o funcionário público 
que não tranca a porta da repartição ao final do expediente, e esta vem a ser furtada por 
um particular na madrugada, responde por peculato culposo (art. 312, § 2° do CP),21 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 565 
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enquanto o particular responde por furto. Não há concurso de pessoas pois falta o liame 
subjetivo entre ambos (coerência de vontades). 
 
1.4 COMUNICABILIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS 
O art. 30 do CP estabelece que: 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando 
elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Antes de estudarmos a comunicabilidade ou não das circunstâncias, devemos diferenciar a 
mera circunstância da circunstância elementar do crime. 
A circunstância elementar é aquela que se refere a algo indispensável para a 
caracterização do crime. Assim, a circunstância “alguém” no crime de homicídio, é uma elementar, 
pois se o fato for praticado contra um animal, por exemplo, não haverá homicídio. 
Por sua vez, a mera circunstância não é indispensável à caracterização do crime, pois apenas 
agregam um fato que, se presente, aumenta ou diminui a pena. Assim, o “motivo torpe” é uma 
circunstância não-elementar, ou mera circunstância, pois caso o fato seja praticado sem essa 
circunstância, continua a existir homicídio, no entanto, sem a qualificadora. 
 
1.4.1 Espécies de elementares e de circunstâncias 
Podem ser subjetivas (de caráter pessoal), quando relativas à pessoa do agente. É o caso da 
condição de funcionário público, que é pessoal, pois se refere ao agente. 
Podem ser, ainda, objetivas (ou de caráter real), quando se referem ao fato criminoso em 
si, seu modus operandi, etc. Assim, o emprego de violência, no crime de roubo (art. 157 do CP) é 
uma elementar objetiva. 
As condições pessoais não se confundem com as circunstâncias ou elementares de caráter 
pessoal. As primeiras são fatores pessoais do agente, que independem da prática da infração 
penal. Assim, o fato de o agente ser menor de 21 anos é uma condição pessoal, e não uma 
circunstância de caráter pessoal, tampouco uma elementar. 
Com base nesses três institutos (elementares, circunstâncias e condições pessoais), 
podemos extrair três regras do CP: 
 As circunstâncias e condições de caráter pessoal não se comunicam – Se A contrata 
B, para que este mate C, em razão deste último ter estuprado sua filha, A comete o 
crime de homicídio privilegiado, em razão do relevante valor moral (art. 121, § 1° do 
CP). Entretanto, B não comete o crime de homicídio privilegiado, pois a circunstância 
“relevante valor moral” é pessoal, não se estendendo ao coautor; 
 As circunstâncias de caráter real, ou objetivas, se comunicam – Porém, é necessário 
que a circunstância tenha entrado na esfera de conhecimento dos demais agentes. 
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Imagine que A contrata B para matar C. B informa a A que usará de emboscada 
(portanto, homicídio qualificado, nos termos do art. 121, § 2° do CP), e A concorda 
com isto. Nesse caso, a circunstância objetiva “emboscada” (relativa ao meio 
utilizado), se comunica, pois embora A não tenha usado de emboscada, concordou 
com esta prática por B. Diversamente, se B praticasse o crime mediante emboscada 
sem nada comunicar ao mandante, A, esta circunstância não se comunicaria, por não 
ter entrado na esfera de conhecimento de A; 
 As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas ou subjetivas – No entanto, 
mais uma vez se exige que estas elementares tenham entrado no âmbito de 
conhecimento dos demais agentes. Imaginem que Júlio, servidor público, convida 
Marcelo a entrar na repartição onde trabalham, valendo-se da condição de Júlio, para 
subtrair alguns computadores. Caso Marcelo conheça a condição de funcionário 
público de Júlio, ambos respondem pelo crime de peculato-furto (art. 312, § 1° do 
CP). Caso Marcelo desconheça essa circunstância elementar, responde ele apenas 
pelo crime de furto, pois a ausência dessa circunstância faz desaparecer o crime de 
peculato-furto, mas a conduta ainda é punível como furto comum. 
 
1.5 COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA 
A cooperação dolosamente distinta, também chamada de “participação em crime menos 
grave” ou “desvio subjetivo de conduta”, ocorre quando ambos os agentes decidem praticar 
determinado crime, mas durante a execução, um deles decide praticar outro crime, mais grave. 
Nesse caso, aplica-se o art. 29, § 2° do CP: 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de 
sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
(...) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; 
essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
EXEMPLO: Imaginem que Camila e Herval combinam de realizar um furto a uma casa 
que imaginam estar vazia. Camila espera no carro enquanto Herval adentra à residência. 
Entretanto, ao chegar à residência, Herval se depara com dois seguranças, e troca tiros 
com ambos, levando-os a óbito (sinistro esse cara). Após, entra na casa e subtrai 
diversos bens. Volta ao carro e ambos fogem. 
 
Camila não quis participar de um latrocínio (que foi o que efetivamente ocorreu), mas 
apenas de um furto. Assim, segundo a primeira parte do § 2° do art. 29 do CP, responderá somente 
pelo furto. 
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Entretanto, se ficar comprovado que Camila podia prever que o latrocínio era provável (se 
soubesse, por exemplo, que Herval estava armado e que havia a possibilidade de ter seguranças na 
casa), a pena do crime de furto (não a do latrocínio!!) será aumentada até a metade. 
A lei diz “até a metade”, logo, o aumento pode não chegar a esse patamar. O aumento de 
pena irá variar conforme o grau de previsibilidade do crime mais grave para o qual Camila não se 
predispôs, mas era previsível. 
 
 
CUIDADO MASTER! Existe uma questão muito controvertida no que se refere ao concurso de 
pessoas. É a possibilidade (ou não) de concurso de pessoas em crimes CULPOSOS. 
São muitas, MUITAS ideias diferentes. Cada autor inventa alguma coisa para vender seu livro, 
certo? Bom, resumidamente, podemos definir a Doutrina majoritária da seguinte forma: 
COAUTORIA EM CRIMES CULPOSO – É possível, pois é possível que duas pessoas, de comum 
acordo, resolvam praticar uma conduta imprudente, por exemplo. Ex.: Dois rapazes resolvem atirar 
um móvel do 10º andar de um prédio, sem intenção de atingir ninguém, mas acabam lesionando 
uma pessoa. 
PARTICIPAÇÃO EM CRIME CULPOSO – Depende. Podemos estar falando de participação DOLOSA 
ou participação CULPOSA. 
DOLOSA – Não cabe participação dolosa em crime culposo, pois a Doutrina entende que não há 
“unidade de vontades” entre os agentes (um quer o resultado a título de dolo, e o outro, executor, 
é apenas um descuidado). Assim, não há “vínculo subjetivo” entre eles no que tange ao resultado. 
Logo, cada um responde por sua conduta. 
CULPOSA – É possível, pois é possível que alguém, por culpa, induza, instigue ou preste auxílio ao 
executor de uma conduta também culposa, e haveria “unidade de vontades”. 
CUIDADO: O STJ entende que NÃO cabe nenhum tipo de participação em crime culposo. Parte da 
Doutrina também segue este entendimento. 
 
1.6 MULTIDÃO DELINQUENTE 
Também chamada de “multidão criminosa”22, são considerados pela doutrina como 
aqueles atos em que inúmeras (incontáveis, uma multidão) pessoas praticam o mesmo delito, 
agindo em concurso de pessoas, muitas vezes sem um acordo prévio, mas cada uma aderindo 
tacitamente à conduta da outra. Ex.: Linchamentos,brigas de torcidas organizadas, saques a lojas 
ou a carretas tombadas, etc. 
 
22 O termo “multidão criminosa” é utilizado, dentre outros, por René Ariel Dotti (cf. DOTTI, René Ariel. Curso de 
Direito Penal, Parte Geral. Ed. Revista dos Tribunais. 4º ed. São Paulo. 2012, p. 459) 
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A Doutrina sustenta que, mesmo nestes casos, têm-se CONCURSO DE PESSOAS, pois há 
vínculo subjetivo entre estas pessoas, ainda que tácito (não explícito). O agente que praticar o 
delito nestas condições, porém, deverá ter sua pena atenuada, nos termos do art. 65, e do CP, já 
que se trata de situação em que há maior vulnerabilidade psicológica para que uma pessoa venha 
a aderir a uma conduta criminosa. Por outro lado, os que promoverem, organizarem ou liderarem 
a conduta criminosa terão suas penas agravadas (art. 62, I do CP). 
 
2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 
 
CÓDIGO PENAL 
 Arts. 29 a 31 do CP – Regulamentam o concurso de agentes no Código Penal: 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na 
medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a 
um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a 
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado 
mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Circunstâncias incomunicáveis 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando 
elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Casos de impunibilidade 
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em 
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
3 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 
 STJ - RESP 1306731/RJ – O STJ firmou entendimento no sentido de que não se pode condenar 
um dos comparsas por homicídio culposo e outro por homicídio doloso, quando reconhecida a 
ocorrência de concurso de agentes. Isso porque o concurso de pessoas, dada a adoção da teoria 
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monista, pressupõe a unidade de infrações penais, objetiva e subjetivamente, ou seja, todos 
devem responder pelo mesmo delito, e sob o mesmo elemento subjetivo (dolo ou culpa): 
(...) 3. Tratando-se de crime praticado em concurso de pessoas, o nosso Código Penal, inspirado 
na legislação italiana, adotou, como regra, a Teoria Monista ou Unitária, ou seja, havendo 
pluralidade de agentes, com diversidade de condutas, mas provocando um só resultado, existe 
um só delito. 
4. Assim, denunciados em coautoria delitiva, e não sendo as hipóteses de participação 
de menor importância ou cooperação dolosamente distinta, ambos os réus teriam que 
receber rigorosamente a mesma condenação, objetiva e subjetivamente, seja por crime 
doloso, seja por crime culposo, não sendo possível cindir o delito no tocante à 
homogeneidade do elemento subjetivo, requisito do concurso de pessoas, sob pena de 
violação à teoria monista, razão pela qual mostra-se evidente o constrangimento ilegal 
perpetrado. 
5. Diante da formação da coisa julgada em relação ao corréu e considerando a necessidade de 
aplicação da mesma solução jurídica para o recorrente, em obediência à teoria monista, o 
princípio da soberania dos veredictos deve, no caso concreto, ser aplicado justamente para 
preservar a decisão do Tribunal do Júri já transitada em julgado, não havendo, portanto, a 
necessidade de submissão do recorrente a novo julgamento. 
(...) 
(REsp 1306731/RJ, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 
22/10/2013, DJe 04/11/2013) 
 
 STJ - HC 235.827/SP – O STJ firmou entendimento no sentido de é cabível a coautoria em crimes 
culposos, embora não seja cabível a participação: 
(...) 2. A doutrina majoritária admite a coautoria em crime culposo. Para tanto, devem ser 
preenchidos os requisitos do concurso de agentes: a) pluralidade de agentes, b) relevância causal 
das várias condutas, c) liame subjetivo entre os agentes e d) identidade de infração penal. In 
casu, a conduta do pai não teve relevância causal direta para o homicídio culposo na direção de 
veículo automotor. 
Outrossim, não ficou demonstrado o liame subjetivo entre pai e filho no que concerne à 
imprudência na direção do automóvel, não podendo, por conseguinte, atribuir-se a pai e filho a 
mesma infração penal praticada pelo filho. 
3. Não há qualquer elemento nos autos que demonstre que o pai efetivamente autorizou o filho a 
pegar as chaves do carro na data dos fatos, ou seja, tem-se apenas ilações e presunções, 
destituídas de lastro fático e probatório. Ademais, o crime culposo, ainda que praticado em 
coautoria, exige dos agentes a previsibilidade do resultado. Portanto, não sendo 
possível, de plano, atestar a conduta do pai de autorizar a saída do filho com o carro, 
muito menos se pode a ele atribuir a previsibilidade do acidente de trânsito causado. 
4. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício, ratificando-se em parte a liminar, 
apenas para restabelecer a sentença absolutória, no que concerne ao delito do art. 302, c/c o art. 
298, inciso I, do Código de Trânsito Brasileiro. 
(HC 235.827/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 
03/09/2013, DJe 18/09/2013) 
 
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4 EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 
 
 
01. (CESPE - 2019 - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO - ADAPTADA) 
A autoria colateral é aquela em que há pluralidade de agentes e liame subjetivo entre eles para a 
realização da conduta. 
 
02. (CESPE - 2019 - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO - ADAPTADA) 
A participação, que pode ser moral ou material, é admitida até a consumação do crime. 
 
03. (CESPE - 2019 - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO - ADAPTADA) 
A teoria da acessoriedade limitada entende que basta o fato principal ser típico para que o 
partícipe seja punido. 
 
04. (CESPE - 2018 - MPU - ANALISTA DO MPU – DIREITO) 
Cada um do item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser 
julgada, a respeito da aplicação e da interpretação da lei penal, do concurso de pessoas e da 
culpabilidade. 
João e Manoel, penalmente imputáveis, decidiram matar Francisco. Sem que um soubesse da 
intenção do outro, João e Manoel se posicionaram de tocaia e, concomitantemente, atiraram na 
direção da vítima, que veio a falecer em decorrência de um dos disparos. Não foi possível 
determinar de qual arma foi deflagrado o projétil que atingiu fatalmente Francisco. Nessa situação, 
João e Manoel responderão pelo crime de homicídio na forma tentada. 
 
05. (CESPE - 2018 - PC-SE - DELEGADO DE POLÍCIA) 
João e Pedro, maiores e capazes, livres e conscientemente, aceitaram convite de Ana, também 
maior e capaz, para juntos assaltarem loja do comércio local. Em data e hora combinadas, no 
período noturno e após o fechamento, João e Pedro arrombaram a porta dos fundos de uma loja 
de decoração, na qual entraram e ficaram vigiando enquanto Ana subtraía objetos valiosos, que 
seriam divididos igualmente entre os três. Alertada pela vizinhança, a polícia chegou ao local 
durante o assalto, prendeu os três e os encaminhou para a delegacia de polícia local. 
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.Para que fique caracterizado o concurso de pessoas, é necessário que exista o prévio ajuste entre 
os agentes delitivos para a prática do delito. 
 
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06. (CESPE - 2018 - PC-SE - DELEGADO DE POLÍCIA) 
João e Pedro, maiores e capazes, livres e conscientemente, aceitaram convite de Ana, também 
maior e capaz, para juntos assaltarem loja do comércio local. Em data e hora combinadas, no 
período noturno e após o fechamento, João e Pedro arrombaram a porta dos fundos de uma loja 
de decoração, na qual entraram e ficaram vigiando enquanto Ana subtraía objetos valiosos, que 
seriam divididos igualmente entre os três. Alertada pela vizinhança, a polícia chegou ao local 
durante o assalto, prendeu os três e os encaminhou para a delegacia de polícia local. 
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente. 
Mesmo se tivesse assumido a condição de autora mediata por colocar em seu lugar na prática do 
delito pessoa inimputável, Ana seria responsabilizada pelo resultado do crime. 
 
07. (CESPE - 2018 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) 
Em cada item seguinte, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser 
julgada com base na legislação de regência e na jurisprudência dos tribunais superiores a respeito 
de exclusão da culpabilidade, concurso de agentes, prescrição e crime contra o patrimônio. 
Clara, tendo descoberto uma traição amorosa de seu namorado, comentou com sua amiga Aline 
que tinha a intenção de matá-lo. Aline, então, começou a instigar Clara a consumar o pretendido. 
Nessa situação, se Clara cometer o crime, Aline poderá responder como partícipe do crime. 
 
08. (CESPE - 2018 - EBSERH – ADVOGADO) 
Com referência à lei penal no tempo, ao erro jurídico-penal, ao concurso de agentes e aos sujeitos 
da infração penal, julgue o item que se segue. 
Para a punição de um partícipe que colabore com a conduta delituosa, é preciso que o fato 
principal seja típico, ilícito, culpável e punível. 
 
09. (CESPE - 2018 - STJ - TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA) 
Julgue o item subsequente, relativo ao delito praticado em concurso de pessoas. 
Para a configuração do concurso de pessoas, é necessário que três ou mais agentes se auxiliem 
mutuamente na prática do ilícito penal. 
 
10. (CESPE - 2018 - STM - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) 
Acerca dos institutos do erro de tipo, do erro de proibição e do concurso de pessoas, julgue o item 
subsequente. 
Inexiste, no ordenamento jurídico, a possibilidade de as condições e circunstâncias de caráter 
pessoal de um agente se comunicarem com as de outro agente que seja coautor de um crime. 
 
11. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA) 
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A cooperação dolosamente distinta não permite a aplicação diferenciada de penas para aqueles 
que participam do crime. 
 
12. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA) 
É absolutamente impossível o concurso de pessoas nos crimes culposos. 
 
13. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA) 
Na sentença condenatória, o juiz deve sempre aplicar penas iguais para o autor, o coautor e o 
partícipe. 
 
14. (CESPE – 2016 – PC-GO – DELEGADO DE POLÍCIA – ADAPTADA) 
O concurso de agentes na realização de um crime pressupõe sempre o prévio ajuste de vontades 
na consecução de um resultado danoso desejado por todos. 
 
15. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE) 
Roberto, Pedro e Lucas planejaram furtar uma relojoaria. Para a consecução desse objetivo, eles 
passaram a vigiar a movimentação da loja durante algumas noites. Quando perceberam que o 
lugar era habitado pela proprietária, uma senhora de setenta anos de idade, que dormia, quase 
todos os dias, em um quarto nos fundos do estabelecimento, eles desistiram de seu plano. Certa 
noite depois dessa desistência, sem a ajuda de Roberto, quando passavam pela frente da loja, 
Pedro e Lucas perceberam que a proprietária não estava presente e decidiram, naquele momento, 
realizar o furto. Pedro ficou apenas vigiando de longe as imediações, e Lucas entrou na relojoaria 
com uma sacola, quebrou a máquina registradora, pegou o dinheiro ali depositado e alguns 
relógios, saiu em seguida, encontrou-se com Pedro e deu-lhe 10% dos valores que conseguiu 
subtrair da loja. 
Na situação hipotética descrita no texto acima, 
a) Pedro e Lucas serão responsabilizados pelo mesmo tipo penal e terão necessariamente a mesma 
pena. 
b) o direito penal brasileiro não distingue autor e partícipe. 
c) Pedro, partícipe, terá pena mais grave que a de Lucas, autor do crime. 
d) Roberto será considerado partícipe e, por isso, poderá ser punido em concurso de pessoas pelo 
crime praticado. 
e) se a atuação de Pedro for tipificada como participação de menor importância, a pena dele 
poderá ser diminuída. 
 
16. (CESPE – 2016 – PC-PE – ESCRIVÃO) 
A respeito do concurso de pessoas, assinale a opção correta. 
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a) Em relação à participação no concurso de pessoas, a legislação penal brasileira adota a teoria da 
acessoriedade mínima. 
b) Situação hipotética: José, gerente de loja, mesmo ciente de que um dos vendedores subtraía 
dinheiro do caixa, nada fez para impedir o crime, agindo sem liame subjetivo e intenção de obter 
vantagem econômica. Assertiva: Nessa situação, o gerente responderá em coautoria pelo crime de 
furto, com ação omissiva. 
c) Em se tratando de crimes plurissubjetivos, como, por exemplo, o crime de rixa, não há que se 
falar em participação, já que a pluralidade de agentes integra o tipo penal: todos são autores. 
d) Situação hipotética: O motorista João e sua mulher, Maria, trafegavam por uma rodovia, quando 
ambos, deliberadamente, deixaram de prestar socorro a uma pessoa gravemente ferida, sem que 
houvesse risco pessoal para qualquer um deles. João foi instigado por Maria, que estava no banco 
do carona, a não parar o veículo, e, por fim, em acordo de vontades com Maria, assim 
efetivamente procedeu. Assertiva: Nessa situação, João responderá como autor pelo crime de 
omissão de socorro e Maria será tida como inimputável. 
e) Haverá participação culposa em crime doloso na situação em que um médico, agindo com 
negligência, fornece ao enfermeiro substância letal para ser ministrada a um paciente, e o 
enfermeiro, embora percebendo o equívoco, decide ministrá-la com a intenção de matar o 
paciente. 
 
17. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) 
Tendo o CP adotado a teoria monista, não há como punir diferentemente todos quantos 
participem direta ou indiretamente para a produção do resultado danoso. 
 
18. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) 
É impossível o concurso de pessoas nos crimes culposos, ante a ausência de vínculo subjetivo entre 
os agentes na produção do resultado danoso. 
 
19. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) 
A respeito do concurso de pessoas, assinale a opção correta. 
a) As circunstâncias objetivas se comunicam, mesmo que o partícipe delas não tenha 
conhecimento. 
b) Em se tratando de peculato, crime próprio de funcionário público, não é possível a coautoria de 
um particular, dada a absoluta incomunicabilidade da circunstância elementar do crime. 
c) A determinação, o ajuste ou instigação e o auxílio não são puníveis. 
d) Tratando-se de crimes contra a vida, se a participação for de menor importância, a pena 
aplicada poderá ser diminuída de um sexto a um terço. 
e) No caso de um dos concorrentes optar por participar de crime menos grave, a ele será aplicada 
a pena referente a este crime,que deverá ser aumentada mesmo na hipótese de não ter sido 
previsível o resultado mais grave. 
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20. (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL LEGISLATIVO) 
Paulo e João foram surpreendidos nas dependências da Câmara dos Deputados quando subtraíam 
carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali transitavam. Paulo tem dezessete anos 
e teve acesso ao local por intermédio de João, que é servidor da Casa. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens a seguir. 
O fato de Paulo ser inimputável impede que se reconheça o concurso de pessoas no caso narrado. 
 
21. (CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO) 
No que se refere a concurso de pessoas, aplicação da pena, medidas de segurança e ação penal, 
julgue os itens a seguir. 
Em se tratando de autoria colateral, não existe concurso de pessoas. 
 
22. (CESPE – 2014 – TJ-SE – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) 
Caso dois agentes, previamente ajustados, tenham praticado crime de roubo, com o uso de arma 
de fogo, e, em consequência dos disparos feitos com a arma, a vítima faleça, o comparsa que não 
disparou os tiros somente responde pelos atos que efetivamente tiver praticado, não devendo ser 
responsabilizado pelos disparos que resultaram no óbito da vítima. 
 
23. (CESPE – 2013 – PG-DF – PROCURADOR) 
Marcos, imbuído de animus necandi, disparou tiros de revólver em Ricardo por não ter recebido 
deste pagamento referente a fornecimento de maconha. Apesar de ferido gravemente, Ricardo 
sobreviveu. Marcos, para chegar ao local onde Ricardo se encontrava, foi conduzido em 
motocicleta por Rômulo, que sabia da intenção homicida do amigo, embora desconhecesse o 
motivo, e concordava em ajudá-lo. Ricardo foi atingido pelas costas enquanto caminhava em via 
pública, e Marcos e Rômulo, ao verem a vítima tombar, fugiram, supondo tê-la matado. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os próximos itens. 
Rômulo agiu em coautoria e deve responder pelo mesmo crime cometido por Marcos, não se 
aplicando a ele, entretanto, a qualificadora baseada no motivo do crime (torpeza), já que ignorava 
o motivo por que o seu comparsa queria a morte de Ricardo. 
 
24. (CESPE – 2013 – TJ-RN – JUIZ – ADAPTADA) 
De acordo com a teoria da acessoriedade limitada, para a punibilidade da participação basta que a 
conduta principal constitua fato típico. 
 
25. (CESPE – 2013 – TJ-RN – JUIZ – ADAPTADA) 
Considere que Carlos, Mércia e José, empregados de uma grande empresa em Natal, tenham 
oferecido bombons envenenados ao seu chefe, Mário, que morreu após ingerir unicamente os 
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bombons oferecidos por Mércia. Considere, ainda, que os três tenham agido de forma 
independente, sem ter ciência da conduta dos demais. Nessa situação, de acordo com a teoria da 
causalidade material, resta configurada a autoria colateral, devendo Carlos, Mércia e José 
responder pela prática de homicídio consumado. 
 
26. (CESPE – 2013 – TJ-RN – JUIZ – ADAPTADA) 
Considere que, em uma noite escura, Mel induza a prima Maria a disparar contra Pedro ao fazê-la 
acreditar que atirava em um animal feroz que rondava a casa de campo em que estavam. Nessa 
situação, ficando comprovado que Maria matou Pedro em erro de tipo escusável determinado pela 
prima, que sabia da realidade dos fatos, Mel responderá como autora mediata do crime de 
homicídio. 
 
27. (CESPE – 2013 – BACEN – PROCURADOR – ADAPTADA) 
As hipóteses de coação moral irresistível e obediência hierárquica são de autoria mediata, e, por 
suas naturezas e consequências, excluem a ilicitude da conduta. 
 
28. (CESPE – 2013 – SEFAZ-ES – AUDITOR FISCAL - ADAPTADA) 
As elementares objetivas do tipo sempre se comunicam, ainda que o partícipe não tenha 
conhecimento delas. 
 
29. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) 
Julgue os itens seguintes, a respeito de concurso de pessoas, tipicidade, ilicitude, culpabilidade e 
fixação da pena. 
Caso um indivíduo obtenha de um amigo, por empréstimo, uma arma de fogo, dando-lhe ciência 
de sua intenção de utilizá-la para matar outrem, o amigo que emprestar a arma será considerado 
partícipe do homicídio se o referido indivíduo cometer o crime pretendido, ainda que este não 
utilize tal arma para fazê-lo e que o amigo não o estimule a praticá-lo. 
 
30. C - - – C C 
Em relação à improbidade administrativa, ao concurso de pessoas e às hipóteses de extinção da 
punibilidade, julgue os itens subsecutivos. 
Caracteriza-se a autoria colateral na hipótese de dois agentes, imputáveis, cada um deles 
desconhecendo a conduta do outro, praticarem atos convergentes para a produção de um delito a 
que ambos visem, mas o resultado ocorrer em virtude do comportamento de apenas um deles. 
 
31. C - - – C C 
Em relação à improbidade administrativa, ao concurso de pessoas e às hipóteses de extinção da 
punibilidade, julgue os itens subsecutivos. 
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Pode haver participação dolosa em crime culposo, não sendo necessário, para a caracterização do 
concurso de pessoas, que autor e partícipes tenham atuado com o mesmo elemento subjetivo-
normativo. 
 
32. C - - - C ) 
Idealizada por Welzel e Roxin e considerada objetivo-subjetiva, a teoria do domínio do fato 
diferencia autoria de participação em função da prática dos atos executórios do delito. 
 
33. (CESPE - 2007 - TJ-PI - JUIZ) 
No concurso de pessoas, há quatro teorias que explicam o tratamento da acessoriedade na 
participação. De acordo com a teoria da hiperacessoriedade, para se punir a conduta do partícipe, 
é preciso que o fato principal seja: 
I típico. 
II antijurídico. 
II culpável. 
IV punível. 
A quantidade de itens certos é igual a 
A) 0. 
B) 1. 
C) 2. 
D) 3. 
E) 4. 
 
34. (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLÍCIA) 
Acerca do concurso de pessoas, assinale a opção correta. 
A) Considere que Lia e Lena estivessem discutindo dentro do carro quando, acidentalmente, Lia 
atropelou um pedestre que atravessava na faixa de segurança. Nessa situação hipotética, Lia e 
Lena deverão responder pela prática de homicídio culposo. 
B) O crime de falso testemunho admite coautoria e participação. 
C) Considere que Mévio e Leo tenham resolvido furtar uma casa supostamente abandonada. Nesse 
furto, considere que Leo tenha ficado vigiando a entrada, enquanto Mévio entrou para subtrair os 
bens; dentro da residência, Mévio descobriu que a mesma estava habitada e acabou agredindo o 
morador; após levarem os objetos para um local seguro, Mévio narrou o fato para Leo. 
Considerando essa situação hipotética, Mévio deverá responder pelo crime de roubo e Leo, por 
furto. 
D) No crime de induzimento ou instigação ao suicídio, o agente que instiga age como partícipe e o 
suicida é, ao mesmo tempo, sujeito ativo e passivo. 
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E) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam entre os coautores e 
partícipes do crime. 
 
35. (CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO - ÁREA JUDICIÁRIA - ESPECÍFICOS) 
Considere que os indivíduos João e José — ambos com animus necani, mas um desconhecendo a 
conduta do outro — atirem contra Francisco, e que a perícia, na análise dos atos, identifique que 
José seja o responsável pela morte de Francisco. Nessa situação hipotética, José responderá por 
homicídio consumado e João, por tentativa de homicídio.Certo ou Errado? 
 
36. (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) 
O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a teoria monística, com 
temperamentos, uma vez que estabelece certos graus de participação, em obediência ao 
princípio da individualização da pena. Certo ou Errado? 
 
37. (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Fernando, Cláudio e Maria, penalmente imputáveis, associaram-se com Geraldo, de 17 anos de 
idade, com o fim de cometer estelionato. Alugaram um apartamento e adquiriram os 
equipamentos necessários à prática delituosa, chegando, em conluio, à concretização de um 
único crime. 
Nessa situação, o grupo, com exceção do adolescente, responderá apenas pelo crime de 
estelionato, não se caracterizando o delito de quadrilha ou bando, em face da necessidade de 
associação de, no mínimo, quatro pessoas para a tipificação desse delito, todas penalmente 
imputáveis. 
 
38. (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Luiz, imputável, aderiu deliberadamente à conduta de Pedro, auxiliando-o no arrombamento de 
uma porta para a prática de um furto, vindo a adentrar na residência, onde se limitou, apenas, a 
observar Pedro, durante a subtração dos objetos, mais tarde repartidos entre ambos. 
Nessa situação, Luiz responderá apenas como partícipe do delito pois atuou em atos diversos dos 
executórios praticados por Pedro, autor direto. 
 
39. (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) 
O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a teoria monística, com 
temperamentos, uma vez que estabelece certos graus de participação, em obediência ao 
princípio da individualização da pena. 
 
40. (CESPE - 2011 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) 
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Quanto ao concurso de pessoas, o direito penal brasileiro acolhe a teoria monista, segundo a qual 
todos os indivíduos que colaboraram para a prática delitiva devem, como regra geral, responder 
pelo mesmo crime. Tal situação pode ser, todavia, afastada, por aplicação do princípio da 
intranscendência das penas, para a hipótese legal em que um dos colaboradores tenha desejado 
participar de delito menos grave, caso em que deverá ser aplicada a pena deste. 
 
41. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE DIREITO) 
A teoria do domínio do fato é aplicável para a delimitação de coautoria e participação, sendo 
coautor aquele que presta contribuição independente e essencial à prática do delito, mas não 
obrigatoriamente à sua execução. 
 
42. (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO) 
Em se tratando da chamada comunicabilidade de circunstâncias, prevista no Código Penal 
brasileiro, as condições e circunstâncias pessoais que formam a elementar do injusto, tanto 
básico como qualificado, comunicam-se dos autores aos partícipes e, de igual modo, as condições 
e circunstâncias pessoais dos partícipes comunicam-se aos autores. 
 
43. (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
Ocorre a coautoria sucessiva quando, após iniciada a conduta típica por um único agente, houver 
a adesão de um segundo agente à empreitada criminosa, sendo que as condutas praticadas por 
cada um, dentro de um critério de divisão de tarefas e união de desígnios, devem ser capazes de 
interferir na consumação da infração penal. 
 
44. (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
No tocante à participação, o CP adota o critério da hiperacessoriedade, razão pela qual, para que 
o partícipe seja punível, será necessário se comprovar que ele concorreu para a prática de fato 
típico e ilícito. 
 
45. (CESPE - 2008 - STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) 
A participação ínfima ou de somenos é tratada pelo CP da mesma maneira que a menor 
participação, tendo ambas como consequência a incidência de minorante da pena em um sexto a 
um terço. 
 
46. (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA - REGIONAL) 
De acordo com o sistema adotado pelo Código Penal, é possível impor aos partícipes da mesma 
atividade delituosa penas de intensidades desiguais. 
 
47. (CESPE - 2008 - STF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) 
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Em caso de concurso de pessoas para a prática de crime, se algum dos concorrentes participar 
apenas do crime menos grave, será aplicada a ele a pena relativa a esse crime, mesmo que seja 
previsível o resultado mais grave. 
 
48. (CESPE - 2010 - AGU - PROCURADOR) 
Ao crime plurissubjetivo aplica-se a norma de extensão do art. 29 do Código Penal, que dispõe 
sobre o concurso de pessoas, sendo esta exemplo de norma de adequação típica mediata. 
 
49. (CESPE - 2008 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) 
Valdir e Júlio combinaram praticar um crime de furto, assim ficando definida a divisão de tarefas 
entre ambos: Valdir entraria na residência de seu ex-patrão Cláudio, pois este estava viajando de 
férias e, portanto, a casa estaria vazia; Júlio aguardaria dentro do carro, dando cobertura à 
empreitada delitiva. No dia e local combinados, Valdir entrou desarmado na casa e Júlio ficou no 
carro. Entretanto, sem que eles tivessem conhecimento, dentro da residência estava um agente 
de segurança contratado por Cláudio. Ao se deparar com o segurança, Valdir constatou que ele 
estava cochilando em uma cadeira, com uma arma de fogo em seu colo. Valdir então pegou a 
arma de fogo, anunciou o assalto e, em face da resistência do segurança, findou por atirar em sua 
direção, lesionando-o gravemente. Depois disso, subtraiu todos os bens que guarneciam a 
residência. 
Nessa situação, deve-se aplicar a Júlio a pena do crime de furto, uma vez que o resultado mais 
grave não foi previsível. 
 
50. (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) 
Em relação ao concurso de pessoas, o CP adota a teoria monista, segundo a qual todos os que 
contribuem para a prática de uma mesma infração penal cometem um único crime, distinguindo-
se, entretanto, os autores do delito dos partícipes. 
 
51. (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Aproveitando-se da facilidade do cargo por ele exercido em determinado órgão público, Artur, 
servidor público, em conluio com Maria, penalmente responsável, subtraiu dinheiro da repartição 
pública onde trabalha. Maria, que recebeu parte do dinheiro subtraído, desconhecia ser Artur 
funcionário público. 
Nessa situação hipotética, Artur cometeu o crime de peculato e Maria, o delito de furto. 
 
52. (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA - DIREITO) 
Acerca dos institutos do direito penal brasileiro, julgue os próximos itens. 
Tratando-se de concurso de agentes, quando comprovada a vontade de um dos autores do fato 
em participar de crime menos grave, a pena será diminuída até a metade, na hipótese de o 
Renan Araujo
Aula 04
Direito Penal p/ MP-CE (Analista Ministerial - Direito) Com Videoaulas - Pós-Edital
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resultado mais grave ter sido previsível, não podendo, contudo, ser inferior ao mínimo da pena 
cominada ao crime efetivamente praticado. 
 
53. (CESPE - 2013 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Considere que Joana, penalmente imputável, tenha determinado a Francisco, também imputável, 
que desse uma surra em Maria e que Francisco, por questões pessoais, tenha matado Maria. Nessa 
situação, Francisco e Joana deverão responder pela prática do delito de homicídio, podendo Joana 
beneficiar-se de causa de diminuição de pena. 
 
54. (CESPE - 2013 - SERPRO - ANALISTA - ADVOCACIA) 
Havendo concurso de pessoas para a prática de crime, caso um dos agentes participe apenas