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Cópia de Apostila 2ª fase Direito Penal atualizada

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INFORMAÇÕES GERAIS
Além deste caderno de rascunho contendo o 
enunciado da peça prático-profissional e das quatro 
questões discursivas, você receberá do fiscal de sala:
Ÿ um caderno destinado à transcrição dos textos 
definitivos das respostas.
Ÿ 5 horas é o tempo disponível para a realização da 
prova, já incluindo o tempo para preenchimento 
do caderno de textos defini�vos.
Ÿ 2 horas após o início da prova é possível re�rar-se 
da sala, sem levar o caderno de rascunho.
Ÿ 1 hora antes do término do período de prova é 
possível re�rar-se da sala levando o caderno de 
rascunho.
Ÿ Qualquer tipo de comunicação entre os examinandos.
Ÿ Levantar da cadeira sem a devida autorização do 
fiscal de sala.
Ÿ Portar aparelhos eletrônicos, tais como bipe, 
telefone celular, walkman, agenda eletrônica, 
notebook, palmtop, receptor, gravador, telefone 
celular, máquina fotográfica, controle de alarme 
de carro etc., bem como relógio de qualquer 
espécie, protetor auricular, óculos escuros ou 
quaisquer acessórios de chapelaria, tais como 
chapéu, boné, gorro etc., e ainda lápis, lapiseira, 
borracha e/ou corretivo de qualquer espécie.
Ÿ Usar o sanitário ao término da prova, após deixar 
a sala.
Ÿ Verifique se a disciplina constante da capa deste caderno 
coincide com a registrada em seu caderno de textos 
definitivos. Caso contrário, notifique imediatamente o fiscal 
da sala, para que sejam tomadas as devidas providências.
Ÿ Confira seus dados pessoais, especialmente nome, número 
de inscrição e documento de identidade e leia atentamente 
as instruções para preencher o caderno de textos definitivos.
Ÿ Assine seu nome, no espaço reservado, com caneta 
esferográfica transparente de cor azul ou preta.
Ÿ As questões discursivas são identificadas pelo número que se 
situa acima do seu enunciado.
Ÿ Não será permitida a troca do caderno de textos definitivos 
por erro do examinando.
Ÿ Para fins de avaliação, serão levadas em consideração 
apenas as respostas constantes do caderno de textos 
definitivos.
Ÿ A FGV coletará as impressões digitais dos examinandos na 
lista de presença .
Ÿ Os 3 (três) últimos examinandos de cada sala só poderão sair 
juntos, após entregarem ao fiscal de aplicação os documentos 
que serão utilizados na correção das provas. Esses examinandos 
poderão acompanhar, caso queiram, o procedimento de 
conferência da documentação da sala de aplicação, que será 
realizada pelo Coordenador da unidade, na Coordenação do 
local de provas. Caso algum desses examinandos insista em sair 
do local de aplicação antes de autorizado pelo fiscal de aplicação, 
deverá assinar termo desistindo do Exame e, caso se negue, será 
lavrado Termo de Ocorrência, testemunhado pelos 2 (dois) 
outros examinandos, pelo fiscal de aplicação da sala e pelo 
Coordenador da unidade de provas.
Ÿ Boa prova!
DIREITO PENAL
PROVA PRÁTICO - PROFISSIONAL
‘‘Qualquer semelhança nominal e/ ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência’’
XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO
 
 
XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO PENAL 
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*ATENÇÃO: ANTES DE INICIAR A PROVA, VERIFIQUE SE TODOS OS SEUS APARELHOS ELETRÔNICOS FORAM 
ACONDICIONADOS E LACRADOS DENTRO DA EMBALAGEM PRÓPRIA. CASO A QUALQUER MOMENTO DURANTE A 
REALIZAÇÃO DO EXAME VOCÊ SEJA FLAGRADO PORTANDO QUAISQUER EQUIPAMENTOS PROIBIDOS PELO EDITAL, SUAS 
PROVAS PODERÃO SER ANULADAS, ACARRETANDO EM SUA ELIMINAÇÃO DO CERTAME. 
------------------------------------------------------------------------- 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
 
Astolfo, nascido em 15 de março de 1940, sem qualquer envolvimento pretérito com o aparato judicial, no dia 22 de 
março de 2014, estava em sua casa, um barraco na comunidade conhecida como Favela da Zebra, localizada em 
Goiânia/GO, quando foi visitado pelo chefe do tráfico da comunidade, conhecido pelo vulgo de Russo. 
Russo, que estava armado, exigiu que Astolfo transportasse 50 g de cocaína para outro traficante, que o aguardaria 
em um Posto de Gasolina, sob pena de Astolfo ser expulso de sua residência e não mais poder morar na Favela da 
Zebra. Astolfo, então, se viu obrigado a aceitar a determinação, mas quando estava em seu automóvel, na direção do 
Posto de Gasolina, foi abordado por policiais militares, sendo a droga encontrada e apreendida. Astolfo foi 
denunciado perante o juízo competente pela prática do crime previsto no Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06. Em 
que pese tenha sido preso em flagrante, foi concedida liberdade provisória ao agente, respondendo ele ao processo 
em liberdade. 
Durante a audiência de instrução e julgamento, após serem observadas todas as formalidades legais, os policiais 
militares responsáveis pela prisão em flagrante do réu confirmaram os fatos narrados na denúncia, além de 
destacarem que, de fato, o acusado apresentou a versão de que transportava as drogas por exigência de Russo. 
Asseguraram que não conheciam o acusado antes da data dos fatos. Astolfo, em seu interrogatório, realizado como 
último ato da instrução por requerimento expresso da defesa do réu, também confirmou que fazia o transporte da 
droga, mas alegou que somente agiu dessa forma porque foi obrigado pelo chefe do tráfico local a adotar tal 
conduta, ainda destacando que residia há mais de 50 anos na comunidade da Favela da Zebra e que, se fosse de lá 
expulso, não teria outro lugar para morar, pois sequer possuía familiares e amigos fora do local. Disse que nunca 
respondeu a nenhum outro processo, apesar já ter sido indiciado nos autos de um inquérito policial pela suposta 
prática de um crime de falsificação de documento particular. 
Após a juntada da Folha de Antecedentes Criminais do réu, apenas mencionando aquele inquérito, e do laudo de 
exame de material, confirmando que, de fato, a substância encontrada no veículo do denunciado era “cloridrato de 
cocaína”, os autos foram encaminhados para o Ministério Público, que pugnou pela condenação do acusado nos 
exatos termos da denúncia. 
Em seguida, você, advogado (a) de Astolfo, foi intimado (a) em 06 de março de 2015, uma sexta-feira. 
 
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça 
cabível, excluída a possibilidade de Habeas Corpus, no último dia do prazo, sustentando todas as teses jurídicas 
pertinentes. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: O examinando deve indicar todos os fundamentos e dispositivos legais cabíveis. A mera citação do dispositivo 
legal não confere pontuação. 
 
 
 
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QUESTÃO 1 
 
Fausto, ao completar 18 anos de idade, mesmo sem ser habilitado legalmente, resolveu sair com o carro do seu 
genitor sem o conhecimento do mesmo. No cruzamento de uma avenida de intenso movimento, não tendo atentado 
para a sinalização existente, veio a atropelar Lídia e suas 05 filhas adolescentes, que estavam na calçada, causando-
lhes diversas lesões que acarretaram a morte das seis. 
Denunciado pela prática de seis crimes do Art. 302, § 1º, incisos I e II, da Lei nº 9503/97, foi condenado nos termos 
do pedido inicial, ficando a pena final acomodada em 04 anos e 06 meses de detenção em regime semiaberto, além 
de ficar impedido de obter habilitação para dirigir veículo pelo prazo de 02 anos. 
A pena privativa de liberdade não foi substituída por restritivas de direitos sob o fundamento exclusivo de que o seu 
quantum ultrapassava o limite de 04 anos. No momento da sentença, unicamente com o fundamento de que o 
acusado, devidamente intimado, deixou de comparecer espontaneamente a última audiência designada, que seria 
exclusivamente para o seu interrogatório, o juiz decretou a prisão cautelar e não permitiu o apelo em liberdade, por 
força da revelia. 
Apesar de Fausto estar sendo assistido pela Defensoria Pública, seu genitor o procura, para que você, na condição de 
advogado(a), preste assistência jurídica. 
 
Diante da situação narrada, como advogado(a), responda aos seguintes questionamentos formulados pela família de 
Fausto: 
 
A) Mantida a pena aplicada, é possível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos? 
Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Em caso de sua contratação para atuar no processo, o que poderá ser alegado para combater, especificamente, 
o fundamento da decisão que decretou a prisão cautelar? (Valor: 0,60) 
 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
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QUESTÃO 2 
 
Lúcio, com residência fixa e proprietário de uma oficina de carros, adquiriu de seu vizinho, pela quantia de 
R$1.000,00 (mil reais) um aparelho celular, que sabia ser produto de crime pretérito, passando a usá-lo como 
próprio. Tomando conhecimento dos fatos, um inimigo de Lúcio comunicou o ocorrido ao Ministério Público, que 
requisitou a instauração de inquérito policial. A autoridade policial instaurou o procedimento, indiciou Lúcio pela 
prática do crime de receptação qualificada (Art. 180, § 1º, do Código Penal), já que desenvolvia atividade comercial, 
e, de imediato, representou pela prisão temporária de Lúcio, existindo parecer favorável do Ministério Público. A 
família de Lúcio o procura para esclarecimentos. 
 
Na condição de advogado de Lúcio, esclareça os itens a seguir. 
 
A) No caso concreto, a autoridade policial poderia ter representado pela prisão temporária de Lúcio? (Valor: 0,60) 
B) Confirmados os fatos acima narrados, o crime praticado por Lúcio efetivamente foi de receptação qualificada 
(Art. 180, § 1º, do CP)? Em caso positivo, justifique. Em caso negativo, indique qual seria o delito praticado e 
justifique. (Valor: 0,65) 
 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
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QUESTÃO 3 
 
Andy, jovem de 25 anos, possui uma condenação definitiva pela prática de contravenção penal. Em momento 
posterior, resolve praticar um crime de estelionato e, para tanto, decide que irá até o portão da residência de Josefa 
e, aí, solicitará a entrega de um computador, afirmando que tal requerimento era fruto de um pedido do próprio 
filho de Josefa, pois tinha conhecimento que este trabalhava no setor de informática de determinada sociedade. 
Ao chegar ao portão da casa, afirma para Josefa que fora à sua residência buscar o computador da casa a pedido do 
filho dela, com quem trabalhava. Josefa pede para o marido entregar o computador a Andy, que ficara aguardando 
no portão. Quando o marido de Josefa aparece com o aparelho, Andy se surpreende, pois ele lembrava seu falecido 
pai. Em razão disso, apesar de já ter empregado a fraude, vai embora sem levar o bem. 
O Ministério Público ofereceu denúncia pela prática de tentativa de estelionato, sendo Andy condenado nos termos 
da denúncia. 
 
Como advogado de Andy, com base apenas nas informações narradas, responda aos itens a seguir. 
 
A) Qual tese jurídica de direito material deve ser alegada, em sede de recurso de apelação, para evitar a punição 
de Andy? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Há vedação legal expressa à concessão do benefício da suspensão condicional do processo a Andy? Justifique. 
(Valor: 0,60) 
 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
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QUESTÃO 4 
 
Joana trabalha em uma padaria na cidade de Curitiba. Em um domingo pela manhã, Patrícia, freguesa da padaria, 
acreditando não estar sendo bem atendida por Joana, após com ela discutir, a chama de “macaca” em razão da cor 
de sua pele. 
Inconformados com o ocorrido, outros fregueses acionam policiais que efetuam a prisão em flagrante de Patrícia por 
crime de racismo (Lei nº 7.716/89 – Lei do Preconceito Racial), apesar de Joana dizer que não queria que fosse 
tomada qualquer providência em desfavor da pessoa detida. A autoridade policial lavra o flagrante respectivo, 
independente da vontade da ofendida, asseverando que os crimes da Lei nº 7.716/89 são de ação penal pública 
incondicionada. O Ministério Público opina pela liberdade de Patrícia porque ainda existiam diligências a serem 
cumpridas em sede policial. 
Patrícia, sete meses após o ocorrido, procura seu advogado para obter esclarecimentos, informando que a vítima foi 
ouvida em sede policial e confirmou o ocorrido, bem como o desinteresse em ver a autora dos fatos responsabilizada 
criminalmente. 
 
Na condição de advogado de Patrícia, esclareça: 
 
A) Agiu corretamente a autoridade policial ao indiciar Patrícia pela prática do crime de racismo? Justifique. (Valor: 
0,65) 
B) Existe algum argumento defensivo para garantir, de imediato, o arquivamento do inquérito policial? Justifique. 
(Valor: 0,60) 
 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
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30ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL Aplicada em 18/09/2016 
 ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
 Padrão de Resposta Página 1 de 1 
 Prova Prático-Profissional – XX Exame de Ordem Unificado 
PADRÃO DE RESPOSTA - PEÇA PROFISSIONAL - C005060 
Enunciado 
Astolfo, nascido em 15 de março de 1940, sem qualquer envolvimento pretérito com o aparato judicial, no dia 22 
de março de 2014, estava em sua casa, um barraco na comunidade conhecida como Favela da Zebra, localizada 
em Goiânia/GO, quando foi visitado pelo chefe do tráfico da comunidade, conhecido pelo vulgo de Russo. 
Russo, que estava armado, exigiu que Astolfo transportasse 50 g de cocaína para outro traficante, que o 
aguardaria em um Posto de Gasolina, sob pena de Astolfo ser expulso de sua residência e não mais poder morar 
na Favela da Zebra. Astolfo, então, se viu obrigado a aceitar a determinação, mas quando estava em seu 
automóvel, na direção do Posto de Gasolina, foi abordado por policiais militares, sendo a droga encontrada e 
apreendida. Astolfo foi denunciado perante o juízo competente pela prática do crime previsto no Art. 33, caput, 
da Lei nº 11.343/06. Em que pese tenha sido preso em flagrante, foi concedida liberdade provisória ao agente, 
respondendo ele ao processo em liberdade. 
Durante a audiência de instrução e julgamento, após serem observadas todas as formalidades legais, os policiais 
militares responsáveis pela prisão em flagrante do réu confirmaram os fatos narrados na denúncia, além de 
destacarem que, de fato, o acusado apresentou a versão de que transportava as drogas por exigência de Russo. 
Asseguraram que não conheciam o acusado antes da data dos fatos. Astolfo, em seu interrogatório, realizado 
como último ato da instrução por requerimento expresso da defesa do réu, também confirmou que fazia o 
transporte da droga, mas alegou que somente agiu dessa forma porque foi obrigado pelo chefe do tráfico local a 
adotar tal conduta, ainda destacando que residia há mais de 50 anos na comunidade da Favela da Zebra e que, se 
fosse de lá expulso, não teria outro lugar para morar, pois sequer possuía familiares e amigos fora do local. Disse 
que nunca respondeu a nenhum outro processo, apesar já ter sido indiciado nos autos de um inquérito policial 
pela suposta prática de um crime de falsificação de documento particular. 
Após a juntada da Folha de Antecedentes Criminais do réu, apenas mencionando aquele inquérito, e do laudo de 
exame de material, confirmando que, de fato, a substância encontrada no veículo do denunciado era “cloridrato 
de cocaína”, os autos foram encaminhados para o Ministério Público, que pugnou pela condenação do acusado 
nos exatos termos da denúncia. 
Em seguida, você, advogado (a) de Astolfo, foi intimado (a) em 06 de março de 2015, uma sexta-feira. 
 
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça 
cabível, excluída a possibilidade de Habeas Corpus, no último dia do prazo, sustentando todas as teses jurídicas 
pertinentes. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: O examinando deve indicar todos os fundamentos e dispositivos legais cabíveis. A mera citação do 
dispositivo legal não confere pontuação. 
 
Obs.: O examinando deve indicar todos os fundamentos e dispositivos legais cabíveis. A mera citação do 
dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL Aplicada em 18/09/2016 
 ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
 Padrão de Resposta Página 2 de 2 
 Prova Prático-Profissional – XX Exame de Ordem Unificado 
Gabarito Comentado 
 
O candidato deveria redigir Alegações Finais por memoriais ou Memoriais, com fundamento no Art. 403, § 3º, do 
Código de Processo Penal, aplicado subsidiariamente ao procedimento especial previsto na Lei 11.343/06, diante 
do disposto no Art. 394, §5º do CPP, sendo a peça endereçada a uma das Varas Criminais da Comarca de 
Goiânia/GO. 
No mérito, deveria o candidato pleitear, em um momento inicial, a absolvição do acusado por inexigibilidade de 
conduta diversa. Para que determinada conduta seja considerada crime, deve ela ser típica, ilícita e culpável. Um 
dos elementos da culpabilidade é a exigibilidade de conduta diversa, sendo, portanto, a inexigibilidade de 
conduta diversa uma causa de exclusão da culpabilidade. 
Deveria o examinando alegar que Russo, estando armado, ao exigir o transporte das substâncias entorpecentes 
por parte de Astolfo, um senhor de 74 anos de idade, sob pena de expulsá-lo de sua casa e da comunidade da 
Favela da Zebra, sem ele ter outro local para residir, praticou uma coação moral irresistível. Diante das 
circunstâncias e das particularidades do caso concreto, em especial considerando a idade de Astolfo e o fato de 
não ter familiares para lhe dar abrigo, não seria possível exigir outra conduta do acusado. Conforme previsão do 
Art. 22 do Código Penal, no caso de coação irresistível, somente deve responder pela infração o autor da coação. 
Assim, na forma do Art. 386, inciso VI, do Código de Processo Penal, deveria o réu ser absolvido. 
Caso se entenda que o fato foi típico, ilícito e culpável e que a coação foi resistível, o examinando, com base no 
princípio da eventualidade, deveria passar a enfrentar eventual sanção penal a ser aplicada. 
Inicialmente deveria solicitar a aplicação da pena base em seu mínimo legal, pois, na forma do enunciado 444 da 
Súmula de jurisprudência do STJ, a existência de inquéritos policiais ou ações penais em curso não são suficientes 
para fundamentar circunstâncias judiciais do Art. 59 do Código Penal como desfavoráveis. 
Na fixação da pena intermediária, deveria o examinando requerer o reconhecimento da atenuante do Art. 65, 
inciso I, do Código Penal, já que o réu era maior de 70 anos na data da sentença, e a atenuante da confissão, 
prevista no Art. 65, inciso III, alínea d, do Código Penal, cabendo destacar que a chamada confissão qualificada, ou 
seja, quando, apesar de confessar o fato, o acusado alega a existência de causa de exclusão da ilicitude ou da 
culpabilidade, vem sendo reconhecida pelo Superior Tribunal de Justiça como suficiente para justificar o seu 
reconhecimento como atenuante. Deveria, ainda, ser alegada a atenuante da coação resistível, já que o crime 
somente foi praticado por exigência de Russo (Art. 65, inciso III, c, do CP). 
Considerando que o acusado é primário, de bons antecedentes, e que não consta em seu desfavor qualquer 
indício de envolvimento com organização criminosa ou dedicação às atividades criminosas, cabível a aplicação do 
redutor de pena previsto no Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343. As circunstâncias da infração tornam até mesmo 
possível a aplicação da causa de diminuição em seu patamar máximo. 
Em sendo reconhecida a existência do tráfico privilegiado do Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06, cabível o 
requerimento de substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, pois não mais subsiste a 
 
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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ousituacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
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 Prova Prático-Profissional – XX Exame de Ordem Unificado 
vedação trazida pelo dispositivo. O Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade dessa vedação 
em abstrato, por violação ao princípio da individualização, além de a Resolução nº 05 do Senado, publicada em 
15/02/2012, suspender a eficácia da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direito” do parágrafo 
acima citado. 
Da mesma forma, o STF também reconheceu a inconstitucionalidade da exigência da aplicação do regime inicial 
fechado para os crimes hediondos ou equiparados trazida pelo Art. 2º, § 1º, da Lei nº 8072 por violação do 
princípio da individualização da pena, de modo que nada impede a fixação do regime inicial aberto de 
cumprimento da reprimenda penal. 
Diante do exposto, deveriam ser formulados os seguintes pedidos: 
a) absolvição do crime de tráfico, na forma do Art. 386, inciso VI, do Código de Processo Penal; 
b) subsidiariamente, aplicação da pena base no mínimo legal; 
c) reconhecimento das atenuantes do Art. 65, incisos I e III, alíneas “c” e “d”, do Código Penal; 
d) aplicação da causa de diminuição do Art. 33, § 4º da Lei nº 11.343; 
e) aplicação do regime inicial aberto de cumprimento da pena; 
f) substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 
A peça deveria ser assinada, além de constar como data 13 de março de 2015, pois o prazo só se iniciou na 
segunda-feira seguinte à intimação. 
 
DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS 
ITEM PONTUAÇÃO 
1) Endereçamento: Vara Criminal da Comarca de Goiânia/GO (0,10). 0,00/0,10 
2) Fundamento legal: Art. 403, §3º, do CPP OU Art. 404, parágrafo 
único, do CPP OU Art. 57 da Lei 11.343/06 c/c 403, §3º do CPP c/c 
394, §5º do CPP (0,10). 
0,00/0,10 
3) No mérito: Absolvição do crime imputado de tráfico de drogas 
(0,40), com fundamento na existência de coação moral irresistível 
(0,90), prevista no Art. 22 do Código Penal (0,10) 
0,00/0,40/0,50/0,90/1,00/1,30/1,40 
3.1) Ausência de culpabilidade em razão da inexigibilidade de 
conduta diversa (0,40) 
0,00/0,40 
4) Subsidiariamente, em caso de condenação: fixação da pena base 
no mínimo legal, pois a existência de inquérito policial não pode 
configurar circunstância judicial desfavorável (0,25), em atenção 
0,00/0,10/0,25/0,35 
 
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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
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ao Princípio da presunção de inocência (0,10). 
5) Reconhecimento de atenuante pelo fato de o réu ser maior de 70 
anos na data da sentença (0,15), nos termos do Art. 65, inciso I, 
do CP (0,10) 
0,00/0,15/0,25 
6) Reconhecimento da atenuante da confissão (0,15), nos termos do 
Art. 65, inciso III, alínea d, do CP (0,10) 
0,00/0,15/0,25 
7) Reconhecimento da atenuante da coação resistível (0,15), na 
forma do Art. 65, inciso III, alínea c, do CP (0,10). 
0,00/0,15/0,25 
8) Aplicação da causa de diminuição do Art. 33, § 4º, da Lei nº 
11.343 OU reconhecimento do tráfico privilegiado (0,30), pois o 
réu era primário, de bons antecedentes, não se dedicando a 
atividade criminosa nem integrando organização criminosa (0,10) 
0,00/0,10/0,30/0,40 
9) Substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de 
direitos (0,20), pois o STF reconheceu a inconstitucionalidade da 
vedação trazida pelo Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06 OU porque 
a Resolução 05 do Senado Federal suspendeu a eficácia dessa 
vedação (0,15). 
0,00/0,15/0,20/0,35 
10) Aplicação do regime inicial aberto para cumprimento de pena 
(0,15), pois a fixação do regime inicial fechado obrigatório para 
crimes hediondos e equiparados trazida pelo Art. 2º, § 1º, da Lei 
nº 8072 foi considerada inconstitucional pelo STF por violação do 
princípio da individualização da pena (0,10). 
0,00/0,10/0,15/0,25 
11) Pedidos: Absolvição (0,10), na forma do Art. 386, inciso VI, do CPP 
(0,10) 
0,00/0,10/0,20 
 
11.1) Subsidiariamente, aplicação da pena base no mínimo (0,10) 0,00/0,10 
11.2) Reconhecimento das atenuantes do Art. 65, incisos I e III, alíneas “c” 
e “d” do CP (0,10); 
0,00/0,10 
11.3) Aplicação da causa de diminuição do Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343 
(0,10); substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos (0,10); aplicação de regime inicial aberto (0,10). 
0,00/0,10/0,20/0,30 
12) Prazo: 13 de março de 2015 (0,10). 0,00/0,10 
13) Estrutura – Local, data, assinatura, OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
 
 
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 ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 1 - B005214 
Enunciado 
Fausto, ao completar 18 anos de idade, mesmo sem ser habilitado legalmente, resolveu sair com o carro do seu 
genitor sem o conhecimento do mesmo. No cruzamento de uma avenida de intenso movimento, não tendo 
atentado para a sinalização existente, veio a atropelar Lídia e suas 05 filhas adolescentes, que estavam na calçada, 
causando-lhes diversas lesões que acarretaram a morte das seis. 
Denunciado pela prática de seis crimes do Art. 302, § 1º, incisos I e II, da Lei nº 9503/97, foi condenado nos 
termos do pedido inicial, ficando a pena final acomodada em 04 anos e 06 meses de detenção em regime 
semiaberto, além de ficar impedido de obter habilitação para dirigir veículo pelo prazo de 02 anos. 
A pena privativa de liberdade não foi substituída por restritivas de direitos sob o fundamento exclusivo de que o 
seu quantum ultrapassava o limite de 04 anos. No momento da sentença, unicamente com o fundamento de que 
o acusado, devidamente intimado, deixou de comparecer espontaneamente a última audiência designada, que 
seria exclusivamente para o seu interrogatório, o juiz decretou a prisão cautelar e não permitiu o apelo em 
liberdade, por força da revelia. 
Apesar de Fausto estar sendo assistido pela Defensoria Pública, seu genitor o procura, para que você, na condição 
de advogado(a), preste assistência jurídica. 
 
Diante da situação narrada, como advogado(a), responda aos seguintes questionamentos formulados pela família 
de Fausto: 
 
A) Mantida a pena aplicada, é possível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos? 
Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Em caso de sua contratação para atuar no processo, o que poderá ser alegado para combater, 
especificamente, o fundamento da decisão que decretou a prisão cautelar? (Valor: 0,60) 
 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
Gabarito comentado 
A) Tratando-se de crime culposo, o fato de a pena ter ficado acomodada em mais de 04 anos, por si só, não 
impede a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, sendo certo que o encarceramento 
deve ser deixado para casos especiais, quando se manifestar extremamente necessário.O Art. 44, inciso I, do 
Código Penal, afirma expressamente que caberá substituição, independente da pena aplicada, se o crime for 
culposo. No caso, como o fundamento exclusivo do magistrado foi a penaaplicada, é possível afastá-lo e, 
consequentemente, buscar a substituição em sede de recurso. 
B) O fato de o acusado não ter comparecido ao interrogatório, por si só, não justifica o decreto prisional, devendo 
ser entendida a sua ausência como extensão do direito ao silêncio. Hoje, o interrogatório é tratado pela doutrina 
e pela jurisprudência não somente como meio de prova, mas também como meio de defesa. Por sua vez, o 
direito à ampla defesa inclui a defesa técnica e a autodefesa. No exercício da autodefesa, pode o acusado 
permanecer em silêncio durante seu interrogatório. Da mesma forma, poderá deixar de comparecer ao ato como 
extensão desse direito, sendo certo que no caso não haveria qualquer prejuízo para a instrução nesta ausência, já 
 
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 ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
 Padrão de Resposta Página 6 de 6 
 Prova Prático-Profissional – XX Exame de Ordem Unificado 
que a audiência seria apenas para interrogatório. A prisão, antes do trânsito em julgado da decisão condenatória, 
reclama fundamentação concreta da necessidade da medida, não podendo ser aplicada como forma de 
antecipação de pena. 
A banca examinadora considerou como adequada a alegação do não cabimento da prisão preventiva pelo fato de 
o crime praticado por Fausto ser culposo, não atendendo, assim, o requisito do art. 313, inc. I, do CPP. A mera 
alegação, em abstrato, de ausência dos requisitos da prisão preventiva foi considerada insuficiente, bem como a 
mera citação do dispositivo legal acima destacado. 
 
DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS 
ITEM PONTUAÇÃO 
A. Sim, é possível a substituição, tendo em vista que os crimes praticados 
foram culposos, logo é irrelevante a pena final aplicada (0,55), nos termos 
do Art. 44, inciso I, do Código Penal (0,10). 
0,00 / 0,55 / 0,65 
B. Poderá ser alegado que o não comparecimento para interrogatório é 
extensão do direito ao silêncio ou está no âmbito do exercício de sua 
autodefesa/ampla defesa OU que não cabe decretação de prisão 
preventiva em caso de crime culposo (0,60). 
0,00 / 0,60 
 
 
 
 
 
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PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL Aplicada em 18/09/2016 
 ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 2 - B005218 
Enunciado 
Lúcio, com residência fixa e proprietário de uma oficina de carros, adquiriu de seu vizinho, pela quantia de 
R$1.000,00 (mil reais) um aparelho celular, que sabia ser produto de crime pretérito, passando a usá-lo como 
próprio. Tomando conhecimento dos fatos, um inimigo de Lúcio comunicou o ocorrido ao Ministério Público, que 
requisitou a instauração de inquérito policial. A autoridade policial instaurou o procedimento, indiciou Lúcio pela 
prática do crime de receptação qualificada (Art. 180, § 1º, do Código Penal), já que desenvolvia atividade 
comercial, e, de imediato, representou pela prisão temporária de Lúcio, existindo parecer favorável do Ministério 
Público. A família de Lúcio o procura para esclarecimentos. 
 
Na condição de advogado de Lúcio, esclareça os itens a seguir. 
 
A) No caso concreto, a autoridade policial poderia ter representado pela prisão temporária de Lúcio? (Valor: 
0,60) 
B) Confirmados os fatos acima narrados, o crime praticado por Lúcio efetivamente foi de receptação qualificada 
(Art. 180, § 1º, do CP)? Em caso positivo, justifique. Em caso negativo, indique qual seria o delito praticado e 
justifique. (Valor: 0,65) 
 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
Gabarito comentado 
A) No caso concreto, a autoridade policial não poderia ter representado pela prisão temporária de Lúcio. De 
início, deve ser destacado que o crime de receptação, ainda que em sua modalidade qualificada, não está previsto 
no rol de delitos estabelecido pelo Art. 1º, inciso III, da Lei nº 7.960/89. Isso, por si só, já afastaria a possibilidade 
de ser decretada a prisão temporária. Ademais, os outros requisitos trazidos pelos incisos I e II do Art. 1º do 
mesmo diploma legal também não estão preenchidos, uma vez que Lúcio possui residência fixa e a medida não se 
mostra imprescindível para as investigações do inquérito policial. Ressalta-se que a prisão temporária não se 
confunde com a preventiva, de modo que a fundamentação com base nos artigos 312 e 313 do CPP será 
considerada insuficiente. 
B) O crime praticado por Lúcio foi o de receptação simples e não em sua modalidade qualificada. Prevê o Art. 180, 
§ 1º, do Código Penal, que a pena será de 03 a 08 anos, quando o agente “Adquirir, receber, transportar, conduzir, 
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em 
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de 
crime”. A ideia do legislador foi punir mais severamente aquele comerciante que se aproveita de sua profissão 
para ter um acesso facilitado ou maior facilidade na venda de bens produtos de crimes. Assim, para tipificar a 
modalidade qualificada, é necessária que a receptação tenha sido praticada pelo agente no exercício de atividade 
comercial ou industrial. Não basta que o autor seja comerciante. No caso concreto, apesar de comerciante, Lúcio 
não teve acesso ao celular produto de crime em razão de sua atividade comercial, pois o adquiriu de seu vizinho. 
Além disso, essa mesma atividade comercial não facilitaria eventual revenda do bem, já que sua intenção foi ficar 
com o celular para si. Dessa forma, configurado, apenas, o crime de receptação simples. 
 
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 ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
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 Prova Prático-Profissional – XX Exame de Ordem Unificado 
DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS 
ITEM PONTUAÇÃO 
A. Não poderia a autoridade policial ter representado pela prisão 
temporária, pois o crime de receptação não está previsto no rol de crimes 
que admitem essa modalidade de prisão (0,50), na forma do Art. 1º, 
inciso III, da Lei nº 7.960/89 (0,10). 
0,00 / 0,50 / 0,60 
B. Não, pois o crime praticado foi de receptação simples (0,35), tendo em 
vista que Lúcio não adquiriu o bem no exercício de atividade comercial 
(0,30). 
0,00 / 0,30 / 0,35 / 0,65 
 
 
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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 3 - B005222 
Enunciado 
Andy, jovemde 25 anos, possui uma condenação definitiva pela prática de contravenção penal. Em momento 
posterior, resolve praticar um crime de estelionato e, para tanto, decide que irá até o portão da residência de 
Josefa e, aí, solicitará a entrega de um computador, afirmando que tal requerimento era fruto de um pedido do 
próprio filho de Josefa, pois tinha conhecimento que este trabalhava no setor de informática de determinada 
sociedade. 
Ao chegar ao portão da casa, afirma para Josefa que fora à sua residência buscar o computador da casa a pedido 
do filho dela, com quem trabalhava. Josefa pede para o marido entregar o computador a Andy, que ficara 
aguardando no portão. Quando o marido de Josefa aparece com o aparelho, Andy se surpreende, pois ele 
lembrava seu falecido pai. Em razão disso, apesar de já ter empregado a fraude, vai embora sem levar o bem. 
O Ministério Público ofereceu denúncia pela prática de tentativa de estelionato, sendo Andy condenado nos 
termos da denúncia. 
 
Como advogado de Andy, com base apenas nas informações narradas, responda aos itens a seguir. 
 
A) Qual tese jurídica de direito material deve ser alegada, em sede de recurso de apelação, para evitar a 
punição de Andy? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Há vedação legal expressa à concessão do benefício da suspensão condicional do processo a Andy? 
Justifique. (Valor: 0,60) 
 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
Gabarito comentado 
A) A tese de direito material a ser alegada pelo advogado de Andy é que, no caso, não poderia ele ter sido punido 
pela tentativa, tendo em vista que houve desistência voluntária. Prevê o Art. 15 do CP que o agente que 
voluntariamente desiste de prosseguir na execução responde apenas pelos atos já praticados e não pela tentativa 
do crime inicialmente pretendido. Isso porque o agente opta por não prosseguir quando pode, ao contrário da 
tentativa, quando o agente não pode prosseguir por razões alheias à sua vontade. No caso, a execução já tinha 
sido iniciada, quando Andy empregou fraude. O benefício, porém, não foi obtido, sendo certo que o crime não se 
consumou pela vontade do próprio agente. Assim, sua conduta se torna atípica e deveria ele ser absolvido. 
B) Não há vedação legal, podendo Andy fazer jus ao benefício da suspensão condicional do processo. O crime de 
estelionato possui pena mínima de 01 ano, o que está de acordo com as exigências do Art. 89 da Lei nº 9.099/95. 
Ademais, prevê o dispositivo que não caberá suspensão se o agente já houver sido condenado ou se responder a 
outro processo pela prática de crime. Todavia, no caso, Andy havia sido condenado pela prática de contravenção 
penal, logo não há vedação à concessão do benefício. 
 
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podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
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DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS 
ITEM PONTUAÇÃO 
A. Deveria ser alegada a ocorrência de desistência voluntária (0,40), o que torna a 
conduta do agente atípica OU o que faz com que responda apenas pelos atos já 
praticados (0,15), na forma do Art. 15, primeira parte, do CP (0,10). 
0,00 / 0,15 / 0,25/ 0,40 / 
0,50 / 0,55 / 0,65 
B. Não há vedação legal, tendo em vista que Andy ostenta condenação pela 
prática de contravenção penal e não de crime (0,50), sem violação ao Art. 89 da 
Lei nº 9.099/95 (0,10). 
0,00 / 0,50 / 0,60 
 
 
 
 
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podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 4 - B005227 
Enunciado 
Joana trabalha em uma padaria na cidade de Curitiba. Em um domingo pela manhã, Patrícia, freguesa da padaria, 
acreditando não estar sendo bem atendida por Joana, após com ela discutir, a chama de “macaca” em razão da 
cor de sua pele. 
Inconformados com o ocorrido, outros fregueses acionam policiais que efetuam a prisão em flagrante de Patrícia 
por crime de racismo (Lei nº 7.716/89 – Lei do Preconceito Racial), apesar de Joana dizer que não queria que 
fosse tomada qualquer providência em desfavor da pessoa detida. A autoridade policial lavra o flagrante 
respectivo, independente da vontade da ofendida, asseverando que os crimes da Lei nº 7.716/89 são de ação 
penal pública incondicionada. O Ministério Público opina pela liberdade de Patrícia porque ainda existiam 
diligências a serem cumpridas em sede policial. 
Patrícia, sete meses após o ocorrido, procura seu advogado para obter esclarecimentos, informando que a vítima 
foi ouvida em sede policial e confirmou o ocorrido, bem como o desinteresse em ver a autora dos fatos 
responsabilizada criminalmente. 
 
Na condição de advogado de Patrícia, esclareça: 
 
A) Agiu corretamente a autoridade policial ao indiciar Patrícia pela prática do crime de racismo? Justifique. 
(Valor: 0,65) 
B) Existe algum argumento defensivo para garantir, de imediato, o arquivamento do inquérito policial? 
Justifique. (Valor: 0,60) 
 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
Gabarito comentado 
A questão exige do examinando a diferenciação entre os delitos de racismo e injúria racial. 
A) Não agiu corretamente a autoridade policial ao indiciar Patrícia pela prática do crime de racismo, tendo em 
vista que o delito praticado foi de injúria racial, previsto no Art. 140, § 3º, do Código Penal. Enquanto a injúria 
racial consiste em ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou 
origem, o crime de racismo atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda a 
integralidade de uma raça, ainda que a discriminação tenha sido praticada em determinado momento contra 
apenas uma pessoa. Ao contrário da injúria racial, o crime de racismo é inafiançável e imprescritível. No caso, não 
houve discriminação de Joana em razão de sua cor. Não foi, em razão de sua cor, Joana proibida de frequentar 
determinado local ou adotar determinada conduta. Ocorre, por parte de Patrícia, uma ofensa à honra subjetiva 
de Joana, para tanto valendo-se de elementos referentes à sua cor, de modo que o delito praticado foi de injúria 
racial. 
B) O argumento defensivo é que o crime de injúria racial é de ação penal pública condicionada à representação e 
que, passados mais de 06 meses desde a data do fato e conhecimento da autoria, a vítima não teve interesse em 
ver a autora criminalizada, de modo que deve ser reconhecida a decadência e, consequentemente, o inquérito 
ser arquivado. 
 
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podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
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DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS 
ITEM PONTUAÇÃO 
A.Não agiu corretamente a autoridade policial, pois o delito praticado por Patrícia foi 
de injúria racial e não de racismo (0,40), conforme o Art. 140, § 3º, do Código Penal 
(0,10), pois a intenção da agente era ofender a honra de Joana (0,15). 
0,00/0,15/0,25/0,40/ 
0,50/0,55/0,65 
B. Sim, o argumento defensivo é de que houve decadência (0,35), já que o crime de 
injúria racial é de ação penal pública condicionada à representação (0,15), nos termos 
do Art. 145, parágrafo único, do Código Penal (0,10). 
0,00/0,15/0,25/0,35/ 
0,45/0,50/0,60 
 
SEU CADERNO
TEMPO
NÃO SERÁ PERMITIDO
INFORMAÇÕES GERAIS
Além deste caderno de rascunho contendo o 
enunciado da peça prático-profissional e das quatro 
questões discursivas, você receberá do fiscal de sala:
Ÿ um caderno destinado à transcrição dos textos 
definitivos das respostas.
Ÿ 5 horas é o tempo disponível para a realização da 
prova, já incluindo o tempo para preenchimento 
do caderno de textos defini�vos.
Ÿ 2 horas após o início da prova é possível re�rar-se 
da sala, sem levar o caderno de rascunho.
Ÿ 1 hora antes do término do período de prova é 
possível re�rar-se da sala levando o caderno de 
rascunho.
DIREITO PENAL
PROVA PRÁTICO - PROFISSIONAL
‘‘Qualquer semelhança nominal e/ ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência’’
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO
Ÿ Qualquer tipo de comunicação entre os examinandos.
Ÿ Levantar da cadeira sem a devida autorização do 
fiscal de sala.
Ÿ Portar aparelhos eletrônicos, tais como bipe, 
walkman, agenda eletrônica, notebook, netbook, 
palmtop, receptor, gravador, telefone celular, 
máquina fotográfica, protetor auricular, MP3, 
MP4, controle de alarme de carro, pendrive, fones 
de ouvido, Ipad, Ipod, Iphone etc., bem como 
relógio de qualquer espécie, óculos escuros ou 
quaisquer acessórios de chapelaria, tais como 
chapéu, boné, gorro etc., e ainda lápis, lapiseira, 
borracha e/ou corretivo de qualquer espécie.
Ÿ Usar o sanitário ao término da prova, após deixar 
a sala.
Ÿ Verifique se a disciplina constante da capa deste caderno 
coincide com a registrada em seu caderno de textos 
definitivos. Caso contrário, notifique imediatamente o fiscal 
da sala, para que sejam tomadas as devidas providências.
Ÿ Confira seus dados pessoais, especialmente nome, número 
de inscrição e documento de identidade e leia atentamente 
as instruções para preencher o caderno de textos definitivos.
Ÿ Assine seu nome, no espaço reservado, com caneta 
esferográfica transparente de cor azul ou preta.
Ÿ As questões discursivas são identificadas pelo número que se 
situa acima do seu enunciado.
Ÿ Não será permitida a troca do caderno de textos definitivos 
por erro do examinando.
Ÿ Para fins de avaliação, serão levadas em consideração 
apenas as respostas constantes do caderno de textos 
definitivos.
Ÿ A FGV coletará as impressões digitais dos examinandos na 
lista de presença .
Ÿ Os 3 (três) últimos examinandos de cada sala só poderão sair 
juntos, após entregarem ao fiscal de aplicação os documentos 
que serão utilizados na correção das provas. Esses examinandos 
poderão acompanhar, caso queiram, o procedimento de 
conferência da documentação da sala de aplicação, que será 
realizada pelo Coordenador da unidade, na Coordenação do 
local de provas. Caso algum desses examinandos insista em sair 
do local de aplicação antes de autorizado pelo fiscal de aplicação, 
deverá assinar termo desistindo do Exame e, caso se negue, será 
lavrado Termo de Ocorrência, testemunhado pelos 2 (dois) 
outros examinandos, pelo fiscal de aplicação da sala e pelo 
Coordenador da unidade de provas.
Ÿ Boa prova!
 
 
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO PENAL 
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*ATENÇÃO: ANTES DE INICIAR A PROVA, VERIFIQUE SE TODOS OS SEUS APARELHOS ELETRÔNICOS FORAM 
ACONDICIONADOS E LACRADOS DENTRO DA EMBALAGEM PRÓPRIA. CASO A QUALQUER MOMENTO DURANTE A 
REALIZAÇÃO DO EXAME VOCÊ SEJA FLAGRADO PORTANDO QUAISQUER EQUIPAMENTOS PROIBIDOS PELO EDITAL, SUAS 
PROVAS PODERÃO SER ANULADAS, ACARRETANDO EM SUA ELIMINAÇÃO DO CERTAME. 
------------------------------------------------------------------------- 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
 
Gabriela, nascida em 28/04/1990, terminou relacionamento amoroso com Patrick, não mais suportando as 
agressões físicas sofridas, sendo expulsa do imóvel em que residia com o companheiro em comunidade carente na 
cidade de Fortaleza, Ceará, juntamente com o filho do casal de apenas 02 anos. Sem ter familiares no Estado e nem 
outros conhecidos, passou a pernoitar com o filho em igrejas e outros locais de acesso público, alimentando-se a 
partir de ajudas recebidas de desconhecidos. Nessa época, Gabriela fez amizade com Maria, outra mulher em 
situação de rua que frequentava os mesmos espaços que ela. 
No dia 24 de dezembro de 2010, não mais aguentando a situação e vendo o filho chorar e ficar doente em razão da 
ausência de alimentação, após não conseguir emprego ou ajuda, Gabriela decidiu ingressar em um grande 
supermercado da região, onde escondeu na roupa dois pacotes de macarrão, cujo valor totalizava R$18,00 (dezoito 
reais). Ocorre que a conduta de Gabriela foi percebida pelo fiscal de segurança, que a abordou no momento em que 
ela deixava o estabelecimento comercial sem pagar pelos bens, e apreendeu os dois produtos escondidos. 
Em sede policial, Gabriela confirmou os fatos, reiterando a ausência de recursos financeiros e a situação de fome e 
risco físico de seu filho. Juntado à Folha de Antecedentes Criminais sem outras anotações, o laudo de avaliação dos 
bens subtraídos confirmando o valor, e ouvidos os envolvidos, inclusive o fiscal de segurança e o gerente do 
supermercado, o auto de prisão em flagrante e o inquérito policial foram encaminhados ao Ministério Público, que 
ofereceu denúncia em face de Gabriela pela prática do crime do Art. 155, caput, c/c Art. 14, inciso II, ambos do 
Código Penal, além de ter opinado pela liberdade da acusada. 
O magistrado em atuação perante o juízo competente, no dia 18 de janeiro de 2011, recebeu a denúncia oferecida 
pelo Ministério Público, concedeu liberdade provisória à acusada, deixando de converter o flagrante em preventiva, 
e determinou que fosse realizada a citação da denunciada. Contudo, foi concedida a liberdade para Gabriela antes 
de sua citação e, como ela não tinha endereço fixo, não foi localizada para ser citada. 
No ano de 2015, Gabriela consegue um emprego e fica em melhores condições. Em razão disso, procura um 
advogado, esclarecendo que nada sabe sobre o prosseguimento da ação penal a que respondia. Disse, ainda, que 
Maria, hoje residente na rua X, na época dos fatos também era moradora de rua e tinha conhecimento de suas 
dificuldades. Diante disso, em 16 de março de 2015, segunda-feira, sendo terça-feira dia útil em todo o país, Gabriela 
e o advogado compareceram ao cartório, onde são informados que o processo estava em seu regular 
prosseguimento desde 2011, sem qualquer suspensão, esperando a localização de Gabriela para citação. 
Naquele mesmo momento, Gabriela foi citada, assim como intimada, junto ao seu advogado, para apresentação da 
medida cabível. Cabe destacar que a ré, acompanhada de seu patrono, já manifestou desinteresse em aceitar a 
proposta de suspensão condicional do processo oferecida pelo Ministério Público. 
 
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade de advogado(a) de Gabriela, a peça jurídica cabível, 
diferente do habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas de direito material e processual pertinentes. A 
peça deverá ser datada no último dia do prazo. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à 
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
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QUESTÃO 1 
 
Paulo e Júlio, colegas de faculdade, comemoravam juntos, na cidade de São Gonçalo, o título obtido pelo clube de 
futebol para o qual o primeiro torce. Não obstante o clima de confraternização, em determinado momento, surgiu 
um entrevero entre eles, tendo Júlio desferido um tapa no rosto de Paulo. Apesar da pouca intensidade do golpe, 
Paulo vem a falecer no hospital da cidade, tendo a perícia constatado que a morte decorreu de uma fatalidade, 
porquanto, sem que fosse do conhecimento de qualquer pessoa, Paulo tinha uma lesão pretérita em uma artéria, 
que foi violada com aquele tapa desferido por Júlio e causou sua morte. O órgão do Ministério Público, em atuação 
exclusivamente perante o Tribunal do Júri da Comarca de São Gonçalo, denunciou Júlio pelo crime de lesão corporal 
seguida de morte (Art. 129, § 3º, do CP). 
 
Considerando a situação narrada e não havendo dúvidas em relação à questão fática, responda, na condição de 
advogado(a) de Júlio: 
 
A) É competente o juízo perante o qual Júlio foi denunciado? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Qual tese de direito material poderia ser alegada em favor de Júlio? Justifique. (Valor: 0.60) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
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QUESTÃO 2 
 
No dia 03 de março de 2016, Vinícius, reincidente específico, foi preso em flagrante em razão da apreensão de uma 
arma de fogo, calibre .38, de uso permitido, número de série identificado, devidamente municiada, que estava em 
uma gaveta dentro de seu local de trabalho, qual seja, o estabelecimento comercial “Vinícius House”, do qual era 
sócio-gerente e proprietário. Denunciado pela prática do crime do Artigo 14 da Lei nº 10.826/03, confessou os fatos, 
afirmando que mantinha a arma em seu estabelecimento para se proteger de possíveis assaltos. Diante da prova 
testemunhal e da confissão do acusado, o Ministério Público pleiteou a condenação nos termos da denúncia em 
alegações finais, enquanto a defesa afirmou que o delito do Art. 14 do Estatuto do Desarmamento não foi praticado, 
também destacando a falta de prova da materialidade. 
Após manifestação das partes, houve juntada do laudo de exame da arma de fogo e das munições apreendidas, 
constatando-se o potencial lesivo do material, tendo o magistrado, de imediato, proferido sentença condenatória 
pela imputação contida na denúncia, aplicando a pena mínima de 02 anos de reclusão e 10 dias-multa. O advogado 
de Vinícius é intimado da sentença e apresentou recurso de apelação. 
 
Considerando apenas as informações narradas, responda na condição de advogado(a) de Vinicius: 
 
A) Qual requerimento deveria ser formulado em sede de apelação e qual tese de direito processual poderia ser 
alegada para afastar a sentença condenatória proferida em primeira instância? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Confirmados os fatos, qual tese de direito material poderia ser alegada para buscar uma condenação penal mais 
branda em relação ao quantum de pena para Vinicius? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
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QUESTÃO 3 
 
Mário foi surpreendido por uma pessoa que, mediante ameaça verbal de morte, subtraiu seu celular. No dia 
seguinte, quando passava pelo mesmo local, avistou Paulo e o reconheceu como sendo a pessoa que o roubara no 
dia anterior. Levado para a delegacia, Paulo admitiu ter subtraído o celular de Mário mediante grave ameaça, mas 
alegou que estava em estado de necessidade. O celular não foi recuperado e Paulo foi liberado em razão da ausência 
da situação de flagrante. Oferecida a denúncia pela prática do delito de roubo, Paulo foi pessoalmente citado e 
manifestou interesse em ser assistido pela Defensoria Pública. 
No curso da instrução, a vítima, única testemunha arrolada pelo Ministério Público, não foi localizada, assim como 
Paulo nunca compareceu em juízo, sendo decretada sua revelia. A pretensão punitiva foi acolhida nos termos do 
pedido inicial, tendo o juiz fundamentado seu convencimento no que foi dito pelo lesado e pelo acusado na fase 
extrajudicial, aumentando a pena-base pelo fato de o agente ter ameaçado de morte o ofendido e deixando de 
reconhecer a atenuante da confissão espontânea porque qualificada. 
 
Considerando apenas as informações narradas, responda, na condição de advogado(a) de Paulo, aos itens a seguir. 
 
A) Qual a tese jurídica a ser apresentada nas razões de apelação de modo a buscar a absolvição de Paulo? 
Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Quais as teses jurídicas a serem apresentadas em sede de apelação de modo a buscar a redução da pena 
aplicada, caso mantida a condenação? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
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QUESTÃO 4 
 
Diana, primária e de bons antecedentes, em dificuldades financeiras, com inveja das amigas que exibiam seus 
automóveis recém-adquiridos, resolve comprar joias em loja localizada no Município de Campinas, para usar em 
uma festa de comemoração de 10 anos de formatura da faculdade. 
Em razão de sua situação, todavia, no momento do pagamento,entrega no estabelecimento um cheque sem 
provisão de fundos. Quando a proprietária da loja deposita o cheque, é informada, na cidade de Santos, pelo banco 
sacado, que inexistiam fundos suficientes, havendo recusa de pagamento, razão pela qual comparece em sede 
policial na localidade de sua residência, uma cidade do Estado de São Paulo, para narrar o ocorrido. 
Convidada a comparecer em sede policial para esclarecer o ocorrido, Diana confirma a emissão do cheque sem 
provisão de fundos, mas efetua, de imediato, o pagamento do valor devido à proprietária do estabelecimento 
comercial. 
Posteriormente, a autoridade policial elabora relatório conclusivo e encaminha o inquérito ao Ministério Público, 
que oferece denúncia em face de Diana como incursa nas sanções do Art. 171, § 2º, inciso IV, do Código Penal. 
 
Considerando a situação narrada, na condição de advogado(a) de Diana, responda aos itens a seguir. 
 
A) Existe argumento a ser apresentado em favor de Diana para evitar, de imediato, o prosseguimento da ação 
penal? Em caso positivo, indique; em caso negativo, justifique. (Valor: 0,65) 
B) De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, qual será o foro competente para julgamento do 
crime imputado a Diana? Justifique. (Valor: 0,60) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL Aplicada em 22/01/2017 
 ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
 Padrão de Resposta Página 1 de 11 
 Prova Prático-Profissional – XXI Exame de Ordem Unificado 
PADRÃO DE RESPOSTA - PEÇA PROFISSIONAL 
ENUNCIADO 
Gabriela, nascida em 28/04/1990, terminou relacionamento amoroso com Patrick, não mais suportando as 
agressões físicas sofridas, sendo expulsa do imóvel em que residia com o companheiro em comunidade carente 
na cidade de Fortaleza, Ceará, juntamente com o filho do casal de apenas 02 anos. Sem ter familiares no Estado e 
nem outros conhecidos, passou a pernoitar com o filho em igrejas e outros locais de acesso público, alimentando-
se a partir de ajudas recebidas de desconhecidos. Nessa época, Gabriela fez amizade com Maria, outra mulher em 
situação de rua que frequentava os mesmos espaços que ela. 
No dia 24 de dezembro de 2010, não mais aguentando a situação e vendo o filho chorar e ficar doente em razão 
da ausência de alimentação, após não conseguir emprego ou ajuda, Gabriela decidiu ingressar em um grande 
supermercado da região, onde escondeu na roupa dois pacotes de macarrão, cujo valor totalizava R$18,00 
(dezoito reais). Ocorre que a conduta de Gabriela foi percebida pelo fiscal de segurança, que a abordou no 
momento em que ela deixava o estabelecimento comercial sem pagar pelos bens, e apreendeu os dois produtos 
escondidos. 
Em sede policial, Gabriela confirmou os fatos, reiterando a ausência de recursos financeiros e a situação de fome 
e risco físico de seu filho. Juntado à Folha de Antecedentes Criminais sem outras anotações, o laudo de avaliação 
dos bens subtraídos confirmando o valor, e ouvidos os envolvidos, inclusive o fiscal de segurança e o gerente do 
supermercado, o auto de prisão em flagrante e o inquérito policial foram encaminhados ao Ministério Público, 
que ofereceu denúncia em face de Gabriela pela prática do crime do Art. 155, caput, c/c Art. 14, inciso II, ambos 
do Código Penal, além de ter opinado pela liberdade da acusada. 
O magistrado em atuação perante o juízo competente, no dia 18 de janeiro de 2011, recebeu a denúncia 
oferecida pelo Ministério Público, concedeu liberdade provisória à acusada, deixando de converter o flagrante em 
preventiva, e determinou que fosse realizada a citação da denunciada. Contudo, foi concedida a liberdade para 
Gabriela antes de sua citação e, como ela não tinha endereço fixo, não foi localizada para ser citada. 
No ano de 2015, Gabriela consegue um emprego e fica em melhores condições. Em razão disso, procura um 
advogado, esclarecendo que nada sabe sobre o prosseguimento da ação penal a que respondia. Disse, ainda, que 
Maria, hoje residente na rua X, na época dos fatos também era moradora de rua e tinha conhecimento de suas 
dificuldades. Diante disso, em 16 de março de 2015, segunda-feira, sendo terça-feira dia útil em todo o país, 
Gabriela e o advogado compareceram ao cartório, onde são informados que o processo estava em seu regular 
prosseguimento desde 2011, sem qualquer suspensão, esperando a localização de Gabriela para citação. 
Naquele mesmo momento, Gabriela foi citada, assim como intimada, junto ao seu advogado, para apresentação 
da medida cabível. Cabe destacar que a ré, acompanhada de seu patrono, já manifestou desinteresse em aceitar a 
proposta de suspensão condicional do processo oferecida pelo Ministério Público. 
 
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade de advogado(a) de Gabriela, a peça jurídica cabível, 
diferente do habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas de direito material e processual pertinentes. A 
peça deverá ser datada no último dia do prazo. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à 
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL Aplicada em 22/01/2017 
 ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
 Padrão de Resposta Página 2 de 11 
 Prova Prático-Profissional – XXI Exame de Ordem Unificado 
 
GABARITO COMENTADO 
 
Considerando a situação narrada, o(a) examinando(a) deve apresentar Resposta à Acusação, com fundamento no 
Art. 396-A E/OU Art. 396, ambos do Código de Processo Penal, em busca de evitar o prosseguimento do processo 
em desfavor de Gabriela. 
 
A peça deveria ser encaminhada para uma das Varas Criminais da Comarca de Fortaleza, Ceará, local onde foi 
praticado o último ato de execução. 
 
Diante das informações constantes do enunciado, caberia ao advogado da denunciada pleitear a absolvição 
sumária de sua cliente, tendo em vista que o fato evidentemente não constitui infração penal, que há causa 
manifesta de exclusão da ilicitude e causa de extinção da punibilidade. 
 
Em um primeiro momento, é possível perceber a existência de causa de extinção da punibilidade, qual seja, a 
ocorrência de prescrição da pretensão punitiva estatal. Isso porque os fatos ocorreram em 24 de dezembro de 
2010, ocasião em que Gabriela tinha apenas 20 anos, já que nascida em 28 de abril de 1990. Nos termos do Art. 
115 do Código Penal, o prazo prescricional do menor de 21 anos na data dos fatos deverá ser computado pela 
metade, sendo tal disposição aplicável ao caso concreto. 
Foi imputada a Gabriela a prática do crime de furto simples em sua modalidade tentada. A pena máxima em 
abstrato prevista para o delito imputado é de 04 anos (com a causa de diminuição, seria de 02 anos e 08 meses de 
reclusão); logo, o prazo prescricional de 08 anos, previsto no Art. 109, inciso IV, do CódigoPenal, cairá para 04 
anos na hipótese. Desde a data do último marco interruptivo do prazo prescricional, qual seja, o recebimento da 
denúncia em 18 de janeiro de 2011, já se passaram mais de 04 anos, de modo que se impõe o reconhecimento da 
prescrição da pretensão punitiva estatal, com a consequente extinção da punibilidade, com fulcro no Art. 107, 
inciso IV, do Código Penal. Menciona-se que o Código de Processo Penal trata a causa de extinção da punibilidade 
como hipótese de absolvição sumária, nos termos do Art. 397, inciso IV, do CPP. 
 
Ademais, deveria o(a) advogado(a) alegar que o fato narrado evidentemente não constitui crime, porque 
adequado ao caso o reconhecimento da atipicidade material da conduta pela aplicação do princípio da 
insignificância. 
 
A jurisprudência e a doutrina pátrias, de maneira absolutamente majoritárias, reconhecem que a tipicidade é 
formada por um caráter formal e por um caráter material. A tipicidade formal é adequadação da conduta 
praticada àquela prevista no tipo. No caso, Gabriela subtraiu coisa alheia móvel; logo, sua conduta é formalmente 
típica. Já a tipicidade material seria a significativa lesão ao bem jurídico protegido pela norma. Nesse contexto, as 
lesões ínfimas, insignificantes, não seriam suficientes para atingir o bem jurídico protegido e, com base no 
princípio da lesividade, tais condutas sequer seriam materialmente típicas. Como conclusão, a aplicação do 
princípio da bagatela leva ao reconhecimento da atipicidade da conduta. 
 
Gabriela subtraiu dois pacotes de macarrão que totalizavam R$ 18,00 (dezoito reais). O valor subtraído por 
Gabriela permite a aplicação do princípio da bagatela, afastando a tipicidade material da conduta e justificando 
sua absolvição sumária com base no Art. 397, inciso III, do CPP. Cabe mencionar as circunstâncias do caso: 
poderia Gabriela subtrair mais bens; o valor era ínfimo para um grande supermercado da cidade; e a autora 
nunca praticara tais fatos anteriormente. 
 
Se isso não fosse suficiente, ainda deveria o advogado destacar a existência de manifesta causa de exclusão de 
 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL Aplicada em 22/01/2017 
 ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
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 Prova Prático-Profissional – XXI Exame de Ordem Unificado 
ilicitude, qual seja, o estado de necessidade. Prevê o Art. 24 do Código Penal que atua em estado de necessidade 
aquele que pratica fato descrito como crime para salvar de perigo atual, que não causou por sua conduta, direito 
próprio ou alheio, cujo sacrifício não era razoável exigir naquelas circunstâncias. Claramente, Gabriela estava com 
seu direito e de seu filho em situação de risco atual e concreto, em especial porque a criança estava ficando 
doente em razão da ausência de alimentação. Ademais, a situação de perigo não fora por ela criada, já que 
expulsa do imóvel por seu ex-companheiro que lhe agredia, além de não conseguir emprego ou ajuda financeira 
de outras pessoas. Por fim, não era razoável exigir que Gabriela sacrificasse a integridade física de seu filho em 
detrimento de lesão de ínfimo valor para grande supermercado da região. 
 
Assim, diante do estado de necessidade, deve ser formulado pedido de absolvição sumária com fundamento no 
Art. 397, inciso I, do CPP. Após os pedidos, deve o(a) examinando(a) apresentar rol de testemunhas, indicando 
Maria para o caso de não acolhimento do requerimento de absolvição sumária. 
 
O prazo para elaboração da peça processual, nos termos do Art. 396 do CPP, é de 10 dias, sendo que a 
citação/intimação da ré e de seu advogado ocorreu em 16 de março de 2015, iniciando-se o prazo em 17 de 
março de 2015 e terminando em 26 de março de 2015. 
 
A petição deverá ter indicação de local, data, assinatura e número de inscrição na OAB. 
DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS 
ITEM PONTUAÇÃO 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
1. Endereçamento: Vara Criminal da Comarca de Fortaleza, Ceará (0,10) 0,00/0,10 
2. Fundamento legal: Art. 396-A OU Art. 396, ambos do Código de Processo Penal 
(0,10) 
0,00/0,10 
Teses jurídicas de direito processual e material: 
3. Reconhecimento da causa de extinção da punibilidade (0,25), em razão da 
ocorrência de prescrição da pretensão punitiva estatal (0,30). Citação do art. 107, IV, 
do CP (0,10) 
0,00/0,25/0,30/ 
0,35/0,40/0,55/0,65 
3.1. Prescrição em razão de entre a data do recebimento da denúncia e a 
manifestação do advogado ter sido ultrapassado o prazo prescricional de 04 anos 
(0,20), já que Gabriela era menor de 21 anos na data dos fatos, devendo o prazo ser 
computado pela metade (0,15). Citação do art. 109, IV E do art. 115 do CP (0,10) 
0,00/0,15/0,20/0,25/ 
0,30/0,35/0,45 
4. Arguição de que a conduta narrada evidentemente não constituir crime em razão 
da atipicidade (0,40), diante da aplicação do princípio da bagatela/insignificância 
(0,80) 
0,00/0,40/0,80/1,20 
5. Arguição da existência de manifesta causa de exclusão da ilicitude (0,40), pois 
Gabriela agiu em estado de necessidade diante da situação de fome e risco para a 
saúde de seu filho (0,70), nos termos do Art. 24 do Código Penal (0,10). 
0,00/0,40/0,50/0,70/ 
0,80/1,10/1,20 
Pedidos: 
6. Absolvição Sumária (0,50), com fundamento no Art. 397, inciso I, (0,10), no Art. 
397, inciso III, (0,10) e no Art. 397, inciso IV, todos do CPP (0,10). 
0,00/0,50/0,60/ 
0,70/0,80 
7. Rol de testemunhas (0,30) 0,00/0,30 
Fechamento 
8. Prazo: 26 de março de 2015 (0,10) 
0,00/0,10 
9. Local, data, advogado(a) e OAB (0,10) 0,00/0,10 
 
 
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XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL Aplicada em 22/01/2017 
 ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
 
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 Prova Prático-Profissional – XXI Exame de Ordem Unificado 
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 1 
ENUNCIADO 
Paulo e Júlio, colegas de faculdade, comemoravam juntos, na cidade de São Gonçalo, o título obtido pelo clube de 
futebol para o qual o primeiro torce. Não obstante o clima de confraternização, em determinado momento, 
surgiu um entrevero entre eles, tendo Júlio desferido um tapa no rosto de Paulo. Apesar da pouca intensidade do 
golpe, Paulo vem a falecer no hospital da cidade, tendo a perícia constatado que a morte decorreu de uma 
fatalidade, porquanto, sem que fosse do conhecimento de qualquer pessoa, Paulo tinha uma lesão pretérita em 
uma artéria, que foi violada com aquele tapa desferido por Júlio e causou sua morte. O órgão do Ministério 
Público, em atuação exclusivamente perante o Tribunal do Júri da Comarca de São Gonçalo, denunciou Júlio pelo 
crime de lesão corporal seguida de morte (Art. 129, § 3º, do CP). 
 
Considerando a situação narrada e não havendo dúvidas em relação à questão fática, responda, na condição de 
advogado(a) de Júlio: 
 
A) É competente o juízo perante o qual Júlio foi denunciado? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Qual tese de direito material poderia ser alegada em favor de Júlio? Justifique. (Valor: 0.60) 
 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
GABARITO COMENTADO 
A) O(A) examinando(a) deve concluir pela incompetência do Juízo, tendo em vista que o crime praticado não é 
doloso contra a vida. Nos termos do Art. 74, § 1º, do Código de Processo Penal (ou Art. 5º, inciso XXXVIII, alínea d, 
da CRFB), ao Tribunal do Júri cabe apenas o julgamento dos

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