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Queimaduras (2)

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Queimaduras
EPIDEMIOLOGIA
Crianças e idosos dentro da residência doméstica são o público mais comum para acidentes domésticos envolvendo queimaduras. Os óbitos, comumente, acontecem de forma bimodal: ou imediatamente após a lesão como na queimadura elétrica que pode ter parada cardíaca, queimar e cair de alguma altura podendo fazer traumas associados; ou pode morrer semanas após a lesão porque atinge inúmeros órgãos, vítima pode fazer septicemia, falência de múltiplos órgãos. 
O predomínio, geralmente, das queimaduras é por chamas ou escaldaduras. Em relação a esses acidentes, as crianças podem ser vítimas de maus tratos em que vemos diversos tipos de queimaduras tais como a queimadura de cigarro e outros tipos. Entre outras coisas, tem a curiosidade infantil que pode causar queimadura de choque elétrico ao colocar o dedo na tomada. A cozinha é o lugar onde mais acontece esse tipo de acidente. Nos idosos, ocorre diminuição de reflexos. Em adultos, acontece, normalmente, por líquidos inflamáveis – como álcool. O paciente adulto está relacionado com o uso de drogas ou alcoolismo. 
PELE
Epiderme + derme (superficial e profunda). Na camada profunda da derme, há a camada reticular onde tem os anexos – crescerá o epitélio. Lesões mais graves são as que atingem a epiderme ou a derme totalmente. As lesões menos graves atingem a epiderme e derme superficial. 
ETIOLOGIA DAS QUEIMADURAS
QUEIMADURAS
Lesões térmicas: cessam após remover o agente causal – normalmente, causadas por líquidos quentes. 
Lesões químicas: lesão progressiva até ser inativado por reação com o tecido. Aplicar grandes volumes de água para diluir o agente agressor. Como acidentes com pó químico. Durante o tratamento, há a necessidade de remover o agente causal para cessar a lesão. Não joga água no pó químico: é retirado, inicialmente, com uma escova e posteriormente é lavado com soro fisiológico.
Lesões elétricas: são causadas por fios de alta tensão. A magnitude da corrente é inversamente proporcional à resistência dos tecidos. Músculos, vasos e nervos sofrem mais danos por terem menos resistência, a corrente passa muito rápido pelos tecidos e esses pacientes têm uma peculiaridade, acontece a liberação de mioglobina na urina, caracterizando a urina do tipo “vinho do porto” – urina escura e com sangue. O depósito desses resíduos no rim pode causar a Insuficiência Renal se não for tratado adequadamente e por isso esse paciente tem que hidratar bem mais e manter a diurese. E esses pacientes podem cursar com arritmias e complicações cardíacas. Quando o paciente tiver uma queimadura elétrica, é necessária a realização de ECG na hora, verificar a presença de arritmia e manter monitorado durante 24h. Devido aos riscos de complicações como arritmias cardíacas ou convulsões, podem causar morte no local do acidente. Sinal de Jellinek: orifício de entrada e saída na pele.
Quando se tem a queimadura, tem a formação de 3 zonas: a zona de coagulação, que é a necrose. Abaixo tem a zona de estase que pode ou não se recuperar e, também, ocorre dano vascular e extravasamento de líquido. Zona de hiperemia que acontece a vasodilatação e recuperação. Ao acompanhar o paciente, é observada a recuperação, ou não, dessas zonas (apenas a zona de necrose que realmente não recupera). 
Se o paciente entrar num quadro de choque importante, quadro sistêmico muito grave, pode, também, ser perdido o tecido que se encontra na zona de hiperemia – infecção, sepse, desidratação, choque hipovolêmico, perda intensa de líquidos. 
Queimaduras de primeiro grau: 
· A lesão atinge apenas a camada mais superficial da pele (a epiderme).
· Vermelhidão local, ardência, inchaço e calor local. 
· Não perde as barreiras protetoras da pele, não tem desidratação importante, não ocorre perde de líquido. 
· A dor é importante. 
· Pode ocorrer em pessoas que se expõem ao sol por tempo prolongado e sem proteção.
· Poucas repercussões clínicas, pois a barreira de água da pele não é danificada, não são consideradas superfície para reposição volêmica. 
· Orientar o paciente a passar hidratantes e tomar bastante líquidos via oral. As queimaduras de 1º grau (queimadura solar) são dolorosas, duram de 48 a 72 horas sem comprometimento hemodinâmico. Não justificam internamentos.
Queimadura de segundo grau: 
· A lesão atinge as camadas mais profundas da pele (a chamada derme). 
· Inchaço, dor intensa, bolhas. 
· Como ocorre perda da camada superficial da pele – perda da epiderme com formação de exsudato (líquido que fica embaixo da pele levantada) - que protege contra a perda excessiva de água, pode ocorrer perda intensa de água e sais minerais, levando a um quadro de desidratação grave. 
· Esse tipo de queimadura pode ser causado pela exposição a vapores, líquidos e sólidos escaldantes.
· Os elementos epiteliais viáveis a partir do qual ocorre regeneração epitelial são mantidos, ou seja, preservação dos anexos da camada reticular → a partir daí a reepitelização irá acontecer. O comum, na prática, é realizar o desbridamento – retirar a bolha – tirar o líquido e lavar. 
· Superficial: derme superficial - tecido está mais avermelhado.
· Profunda: derme mais profunda – tecido está mais esbranquiçado ou opaco.
Obs.: as queimaduras de 2º grau podem ser superficiais ou profundas conforme atinjam apenas a epiderme e o terço superior da derme, evoluindo geralmente de forma benigna, com formação de bolhas dolorosas e resolução em torno de 14 dias. Quando acomete a parte profunda derme, embora haja preservação dos folículos pilosos e glândulas sudoríparas, gera uma expectativa de reepitelização que é prolongada tornando precário o resultado estético. 
Queimadura de terceiro grau: 
· Lesão de toda a pele, anexos da pele e elementos epiteliais atingindo tecido celular subcutâneo. 
· Tem necrose, não tem mais a área avermelhada ou esbranquiçada. 
· Na queimadura de terceiro grau, queimou a epiderme, a derme e chegou no subcutâneo. 
· A conduta é fazer curativo e desbridar o tecido, retirando a área necrótica. 
· Não tem mais os anexos, então a reepitelização acontecerá pelas bordas – retração e contração da ferida e depende do tecido de granulação para fechar o ferimento gerando cicatrizes inestéticas. Quanto mais profunda a queimadura, mais destrói a inervação. 
· Pode não ser doloroso já que as terminações nervosas que geram a dor são destruídas junto com a pele. 
· Requer a realização de cirurgias com enxerto de pele retirado de outras regiões do corpo, pois a regeneração espontânea do epitélio não é possível. 
· Leva a alteração hemodinâmica na dependência da Área Total de Superfície Corporal Queimada (ATSQ), necessitando tratamento com intervenção cirúrgica para aproximação das bordas das feridas ou de enxertia cutânea.
Queimadura de quarto grau: 
· A queimadura, além da derme e epiderme, atinge o fáscia, músculos, tendões, articulações, ossos, cavidades. São gravíssimas. A cada 48h o curativo é refeito. É retirada a área de necrose. São pacientes que precisam de Centro Cirúrgico (CC) com frequência. Muitas vezes são pacientes graves que ficam entubados, ficam no Centro de Tratamento Intensiva (CTI). A própria anestesia gera resposta metabólica ao trauma, então é feito dia sim, dia não – sob efeito anestésico – até que fique viável a realização do enxerto. 
Extensão: Pequena (<10%). Média (10-25%). Grande (>25%) – Ideal que esses pacientes sejam transferidos para um Centro de Tratamento de Queimados (conseguir vaga é difícil). 
INDICAÇÕES DE REMOÇÃO PARA CENTRO ESPECIALIZADO: quando o paciente é pediátrico, o quadro apresenta grande instabilidade – não lida bem com alterações hemodinâmicas, assim como os idosos. É indicado internar com queimaduras de segundo ou terceiro grau já com 10% da área queimada. 
Em adultos, a superfície corporal com mais de 20% é recomendável a internação. Queimaduras de face, pés, mãos e períneo podem causar complicações, também é necessário internar. 
Na queimadura de face, pode causar queimadura de via aérea – inalação: broncoscopia e lavagemde via aérea. Em queimaduras de terceiro grau, mesmo que seja 5% de área queimada, é necessário enxerto. Trauma elétrico: arritmia e insuficiência renal. Queimaduras químicas: retirar resíduos (as vezes não consegue). 
Queimaduras superficiais do tórax – circunferenciais – incisões para liberar a pele que pode formar escara. DM, IR,
Imunodeprimidos: precisam ser internados e acompanhados. 
Quando o paciente chegar: fazer o ATLS, pois não se sabe como o paciente chegou, de onde veio e como aconteceu. É desconhecido se ele caiu de algum lugar, se queimou e caiu, se alguma coisa explodiu. 
Na avaliação da queimadura, é necessário o profissional saber avaliar de acordo com o grau de queimadura, profundidade e a superfície corporal queimada.
SQC (Superfície Corporal Queimada) 
· A forma clássica de se determinar a superfície corporal queimada é a regra dos nove. O corpo é dividido em segmentos com nove ou múltiplos de 9% de superfície. 
· Esquema da regra dos nove (ADULTO): cada membro superior 9% de superfície, cada membro inferior tem 18%, o tronco tem 36%, a cabeça tem 9% e o pescoço 1%. 
· Esquema da regra dos nove (CRIANÇAS): cada membro superior tem no total 9% de superfície, cada membro inferior tem 14%, o tronco tem 36% e a cabeça tem 18%.
· Para as crianças, devemos lançar mão da tabela de Lund-Browder ou comparar a palma da mão da criança, sem os dedos, à área queimada. 
· Como a palma da mão da criança tem aproximadamente 1% da sua superfície corpórea, podemos determinar desta forma a superfície queimada tanto em crianças como em situações onde a área queimada é irregular.
· É colocado a palma da mão da criança na do adulto para comparar. A palma da mão infantil corresponde a 01% da superfície corporal da criança. Assim, é visto qual é a proporção. Por exemplo, na palma da mão do adulto cabem 3 palmas da mão da criança, então, a palma da mão do adulto equivale a 03% da área corporal da criança. Nisso, compara a área da queimadura com a palma da mão do adulto e tem-se a área corporal da criança. 
Tabela de Lund-Browder para determinação da superfície corpórea queimada:
 
ATENÇÃO! No cálculo de superfície corporal queimado, para contabilizar a hidratação do paciente, não são incluídas as queimaduras de primeiro grau, mas as de segundo, terceiro e quarto grau. 
TRATAMENTO
Primeiro atendimento do paciente queimado: exame básico (ATLS).
A – Vias Aéreas
B – Boa Respiração 
C – Circulação 
D – Dano Neurológico
E – Exposição 
Cuidados imediatos: parar o processo da queimadura, retirando objetos que possam perpetuar o processo (relógio, pulseira, anéis, lentes de contato etc.).
Cuidados iniciais: 
· Remoção de roupas queimadas ou intactas nas áreas da queimadura; 
· Avaliação clínica completa e registro do agente causador, da extensão e da profundidade da queimadura; 
· Analgesia: oral (tramal ou morfina em alguns casos, com aplicação intravenosa) ou intramuscular no pequeno queimado e endovenosa no grande queimado; 
· Pesquisar história de queda ou trauma associado – rotina radiológia de radiografia cervical, tórax e pelve;
· Nunca esquecer de fazer a profilaxia de tétano no paciente;
· Hidratação oral ou venosa (dependendo da extensão da lesão) – realiza o cálculo para a hidratação ser satisfatória.
LESÃO INALATÓRIA
· Exposição excessiva a fumaça que leva à intoxicação por monóxido de carbono – paciente necessita de intubação e ventilação com oxigênio a 100% para a reversão do quadro e a hemoglobina se ligar ao oxigênio.
· Hipóxia: taquipneia, agitação, podendo evoluir para parada respiratória e coma.
· Diagnóstico: exame físico, broncoscopia, concentração de carboxiemoglobina no sangue.
· Tratamento: oxigênio à 100% ou intubação e ventilação mecânica para deslocar o monóxido de carbono firmemente ligado à molécula de hemoglobina.
· Dentro das primeiras 48 horas da lesão, pode ocorrer obstrução das vias aéreas superiores em pacientes com queimaduras de cabeça e pescoço, por edema dos tecidos moles da orofaringe e cordas vocais consequente à exposição de gases quentes. 
· Apresentam aumento da frequência respiratória e rouquidão progressiva.
· Confirmação da lesão inalatória: 
· Broncoscopia: laringite e traqueobronquite edematosa grave e presença de fuligem em moderada quantidade, caracterizando lesão inalatória grave. Deve ser entubado precocemente. Não retirar o tubo antes de 3 dias.
Cuidados locais:
· Aplicação de compressas úmidas com soro fisiológico até alívio da dor. 
· Remoção de contaminantes.
· Verificar lesões de córnea. 
· Resfriar agentes aderentes (ex. piche) com água corrente, mas não tentar a remoção imediata. 
· Em casos de queimaduras por agentes químicos, irrigar abundantemente com água corrente de baixo fluxo (após retirar o excesso do agente químico em pó, se for o caso), por pelo menos 20 a 30 minutos. 
· Não aplicar agentes neutralizantes, pois a reação é exotérmica, podendo agravar a queimadura. 
· Após a limpeza das lesões, os curativos deverão ser confeccionados. 
*Pode evoluir para pneumonia. Geralmente tem queimadura de face associada.
Após a analgesia, pegar o acesso venoso para começar a lavagem do local. Para grandes queimados, leva-se direto para o CC, anestesia geral e, depois de sedado, o paciente começa a receber o tratamento dessas áreas queimadas. Pega-se a escova de lavagem de centro cirúrgico e começa a escovar o paciente até nas áreas bolhosas. Depois disso, aplicar por toda área queimada pomadas de ação tópica. Caso tenha, lavar bastante com soro fisiológico. Usar clorexidina para fazer a escovação do paciente. Após a lavagem, corta as bolhas com uma pinça. Seca o paciente. Passa sulfadiazina de prata em pomada. Curativos com gaze e crepom.
Tratamento clínico:
· Evitar Hipotermia: crianças, ambiente/sol. Aquecidas. Cuidado com crianças e a hipotermia porque em à lavagem com muito soro ele não pode estar muito frio; ter cuidado com o ambiente se ele não está muito gelado. 
· Aparelho digestivo: vômito, íleo, úlcera de Curling – esquemia da mucosa gástrica, causando úlcera. Grandes queimados usam sonda nasogástrica, fazem íleo paralítico. O abdome fica distendido pelo extravasamento de líquidos. Proteger o estomago com Omeprazol. 
· Alimentação precoce. Dieta oral e enteral
· Profilaxia do tromboembolismo – esse paciente ficará parado, pode acontecer TVP ou TEP. 
HIDRATAÇÃO VENOSA
· Líquidos e eletrólitos
Há a necessidade de hidratar bem esse paciente, pois as alterações são respostas metabólicas ao trauma da queimadura e são liberadas substâncias que aumentam a permeabilidade capilar. O líquido intravascular e extracelular sai e entra no intracelular. O paciente pode fazer hipotensão, taquicardia e insuficiência renal. Tem que fazer hidratação para manter a hidratação e manter a função renal – isso demora de 24 a 48 horas – nessa fase se faz o soro Ringer Lactato. Após 48h, a permeabilidade capilar começa a voltar ao normal, então pode ser feito: plasma, glicose etc.
A quantidade de líquido é calculada pelas fórmulas, sendo a mais utilizada que é a de administração de 2 a 4 mL de líquido por quilo por superfície corporal queimada. Posso colocar de 2 a 4, não vou começar alto com um paciente que tenha insuficiência cardíaca, pois posso congestionar o paciente. Multiplica-se o mL pelo kg e depois multiplica-se pela porcentagem de superfície corporal que você encontrou. É feito metade do volume nas primeiras 8h (Y/2) e a outra metade se administra nas 16h restantes. Ex.: paciente com 70kg: 2 a 4 x 70kg x superfície corporal queimada = Y (quantidade em litros de soro ringer lactato administrado em 24h). Tem que administrar glicose para ter energia e cicatrização; plasma e manter diurese horaria adequada (principalmente por corrente elétrica). Em relação a diurese: 
· > 1 a 2 ml/ kg/ h em crianças
· > 50 ml/ h em adultos
· > 100 ml/ h em caso de acidentes elétricos 
INFECÇÃO
Nas queimaduras, além da destruição da barreira epitelial, a presença de proteínas degradadas e tecidos desvitalizados proporcionam um excelente meio parao desenvolvimento e proliferação de microrganismos. A obstrução vascular por lesão térmica dos vasos dificulta a chegada de antibióticos e de componentes celulares do sistema imune na área. 
Bactérias causadoras de sepse: Staphylococcus aureus (46,5%), Staphylococcus coagulase negativo (20,7%), Acinetobacter baumannii (12,1%), Enterobacter cloacae (12,1%), Klebsiella pneumoniae (8,6%), e Pseudomonas aeruginosa (6,9%).
Ao administrar o antibiótico na veia, por causa da lesão, muitas vezes a medicação não chega, pois, os vasos estão em necrose, destruídos. Por esse motivo não deve ser administrado inicialmente. Então, foi visto que há uma grande melhora desses pacientes quando utilizamos os antibióticos tópicos. Antes era usado vaselina. Foi visto, também, que os metais ajudam a carrear esse antibiótico, então vocês vão ver sendo utilizadas muita prata, nitrato de cério – atuam de forma eficaz.
Só é usado o antibiótico (Cefalosporina de primeira e segunda geração) se houver sinal sistêmico da infecção ou secreção purulenta. Como tratamento profilático não se usa. 
Tratamento: 
· Limpeza
· Tricotomia: raspagem dos pelos que estiverem no local
· Banho com sabão líquido (clorexidina degermante)
· Desbridamento: Retirar com uma pinça, tesoura ou bisturi todas as bolhas
· Curativo
· Fisioterapia respiratória / motora 
· Posicionamento adequado
Queimadura em áreas de dobras podem perder funcionalidade, por isso é necessário fisioterapia. Se a lesão foi na orelha, cuidar para o paciente não ficar por cima dela. Se foi nos dedos, lembrar de colocar gaze entre eles para não grudarem e cicatrizarem juntos. Na face nós deixamos em método de exposição, não cobrimos a face.
Tratamento local: 
· Curativo Método Exposição (Wallace,1949): caracterizados pela aplicação do agente tópico. Utilizado em pacientes críticos com mobilidade limitada e em locais de difícil oclusão, como face e orelha. Método de exposição é deixar aberto. Passa pomada, mas não cobre com compressas e gazes.
· Vantagem: visualização da área queimada, facilidade na mobilização de articulações, baixo custo e simplicidade na aplicação. 
· Desvantagens: risco de hipotermia, sobretudo em grandes queimados, requerendo maior temperatura externa, necessidade de diversas aplicações diárias e dificuldade de manipulação do paciente.
· Curativo Método Oclusão: é colocado a pomada, enrola com algodão e, depois, crepom. 
· Vantagem: diminuir a perda de calor e fluidos por evaporação pela superfície da ferida, além de auxiliar no desbridamento e absorção do exsudato presente, sobretudo na fase inflamatória da cicatrização. Entretanto, pode proporcionar redução da mobilidade de articulações e limitar o acesso à ferida somente durante o período de troca de curativos. 
 
Agentes tópicos: solução fisiológica 0,9% (Hipertônica); Colagenase; Nitrato de prata 0,5% (Moyer, 1965); Sulfadiazina de prata 1% (Fox, 1968); Nitrato de cério 2,2% + Sulfadiazina de prata 1% - SUS: sulfadiazina de prata. 
· Hidrocolóide: é uma cobertura composta por gelatina, pectina e carboximeticelose sódica e espuma de poliuretano. Mantém a umidade local interagindo com a lesão; produz um gel que favorece o desbridamento autolítico. 
· Hidrogéis: são compostos de polivinilpirrolidona e água, sendo que algumas coberturas contêm ainda propilenoglicol, cloreto de sódio que promovem o desbridamento autolítico. É indicado para queimaduras de espessura parcial com exsudação abundante.
Enxertos: o tratamento de lesões extensas de espessura total é extremamente complexo.
· Auto enxertos- doador e receptor são os mesmos indivíduos - O melhor por ser do mesmo indivíduo.
· Enxertos de pele de doadores vivos ou cadáveres da mesma espécie – os Aloenxertos ou Homoenxertos. 
· Enxertos de pele animal viva, ou preparada adequadamente em laboratório: são os chamados Xenoenxertos ou Heteroenxertos.
Escarotomia: tórax, cervical e membros – incisões na pele endurecida pela queimadura que é denominado escara, pois ficou muito dura igual couro. Essa situação chama-se síndrome compartimental, que é quando você tem um edema intenso que comprime o sistema venoso/arterial e deixa de chegar sangue; nesses casos você deve fazer o que chamamos de escaratomia, que é abrir a pele de cima a baixo e esse tecido edemaciado vai ser aliviado por essas incisões com o objetivo de diminuir a pressão dentro do membro e o pulso volta a aparecer. No tórax você também pode ter essa restrição respiratória, por conta do tecido edemaciado por toda circunferência, então você pode abrir nas laterais, na parte superior e inferior do abdome (como está na imagem). Mas, às vezes, pode fazer a escaratomia e o pulso não voltar (isso acontece muito em queimadura elétrica, porque o músculo ainda está tão edemaciado e preso pela fáscia, então também deve ser feito uma fasciotomia). 
Obs.: nem com ventilador em pressão positiva esse paciente respira, pois não tem como expandir o pulmão.
RESUMÃO
Ocorre em crianças, adultos e idosos. Nas crianças tem predomínio maior e está muito ligado a maus tratos, curiosidade, baixas condições socioeconômicas. Em idosos acontece por diminuição de reflexos e em adultos por líquidos inflamáveis. A queimadura ocorre mais por chamas e escaldaduras (líquidos ferventes). Os óbitos têm um padrão bimodal, ou seja, podem acontecer imediatamente após a lesão ou semanas após ela por falência múltipla de órgãos. 
A pele tem epiderme e derme (papilar – mais superficial; e reticular). Na camada reticular estão os anexos da pele, como folículos pilosos, glândulas sudoríparas, e é a partir dessa camada que há reepitelização, portanto, se essa camada for destruída, a cicatrização vai depender da contração da ferida. Quando destrói a derme e a epiderme, é necessário enxerto. As queimaduras podem ser térmicas (líquidos quentes), por substâncias químicas e por corrente elétrica. A térmica cessa após remover o agente causal. As químicas são progressivas até ser inativado por reação com o tecido, ou seja, enquanto o agente estiver em contato, a lesão estará progredindo. Deve-se aplicar grandes volumes de água para diluir o agente agressor. As lesões elétricas têm sua magnitude diretamente relacionada a quantidade de corrente elétrica, magnitude da corrente e inversamente proporcional a resistência dos tecidos. Os músculos, vasos e nervos sofrem mais danos. Há liberação de mioglobina, urina “vinho do porto”. Devido a riscos de complicações como arritmias cardíacas ou convulsões podem causar morte no local do acidente. Observa-se sinal de Jellineck.
As queimaduras são classificadas de acordo com a causa e a profundidade. As causas podem ser chama/fogo, escaldadura, contato (materiais sólidos quentes ou frios), químicas e eletricidade. A profundidade pode ser de primeiro grau (epiderme), segundo grau superficial (epiderme e derme superficial), segundo grau profundo (epiderme até derme profunda), terceiro grau (epiderme, derme e gordura subcutânea) e quarto grau (até ossos e músculos). A queimadura de primeiro grau apresenta hiperemia, ardência, então precisa hidratar (não precisa ser venoso), inchaço e calor local, é doloroso e ocorre principalmente por causa do sol. A de segundo grau causa dor, inchaço e bolhas por perda da camada superficial, as células se regeneram a partir de folículos pilosos ou glândulas sudoríparas, precisa fazer reposição volêmica de acordo com o tamanho da superfície queimada. Ela pode ser um pouco mais superficial ou atingir uma derme mais profunda, tendo um aspecto mais esbranquiçado. A reepitelização é muito boa e estética. A de terceiro grau atinge o tecido celular subcutâneo, não é doloroso, gera cicatriz e requer enxerto. Tem áreas necróticas, precisa desbridar essas áreas para reepitelização, mas normalmente evolui para enxerto. Também tem que calcular a superfície queimada para fazer a reposição volêmica, assim como a de segundo grau. A de quarto grau pega epiderme, derme, subcutâneo, músculos e ossos. Então precisa desbridar grandes áreas e normalmente perde membro com isso. 
Quando queima,normalmente tem a formação de 3 zonas: zona de coagulação (onde fica necrótico), zona de estase (pode ou não se recuperar, tem dano vascular, e alguma parte dessa zona se recupera e outras não), depois tem a zona de hiperemia (com vasodilatação, que se recupera).
Em relação à extensão da queimadura pode ser pequena (menos de 10% da superfície corporal queimada), média (entre 10 a 15%) e grande queimado (acima de 25% de superfície queimada). Com 20%, interna todos os pacientes (criança e idoso com menos de 10% já interna, pois são mais sensíveis), mas em face, vias aéreas, mãos e pés (que podem ter muita infecção), períneo, articulações, internam mesmo com menos de 20, assim como pacientes com patologias associadas (DM, cardiopatia e doença renal). O mais corriqueiro é fazer a regra dos 9, em que cada parte do corpo é dividido em múltiplos de 9. Para crianças, essa regra não é igual, as numerações mudam. Pode também usar a tabela de Lund-Browner (superfície corporal por idade) ou a palma da mão, em que vale 1% da superfície corporal da criança.
O primeiro atendimento do paciente queimado é feito com o exame básico (ATLS). Ele é tratado como um politraumatizado. A significa vias aéreas, B de boa respiração, C de circulação, D de dano neurológico e E de exposição (cuidados imediatos para interromper a exposição que está causando a queimadura). Os cuidados iniciais são remoção de roupas queimadas ou intactas nas áreas da queimadura, avaliação clínica completa e registro do agente causador da extensão e da profundidade da queimadura, analgesia VO ou IM no pequeno queimado e IV no grande queimado, pesquisar historia de queda ou trauma associado, profilaxia de tétano e hidratação VO ou IV dependendo da extensão da lesão. Uma lesão inalatória apresenta sinais de hipóxia, ou seja, taquipneia, agitação, podendo evoluir para parada respiratória e coma, então tem que entubar, colocar no ventilador pra tentar tirar o monóxido de carbono e colocar oxigênio. O paciente também começa a ficar rouco há lesão inalatória. Tem que sedar e entubar antes que o edema aumente e ele faça insuficiência respiratória. Na cavidade oral tem fuligem e na broncoscopia aspira a via área, sai bastante secreção. Não retirar o tubo antes de 3 dias, porque se retirar pode fazer edema ainda. O diagnóstico é feito com EF, broncoscopia, concentração de carboxiemoglobina no sangue. Então o tratamento é oxigênio a 100% ou entubação e ventilação mecânica para deslocar o monóxido de carbono da Hb.
Os cuidados locais são complicações de compressas úmidas com soro fisiológico até alívio da dor, remoção de contaminantes, verificar lesões de córnea (ocluir o olho depois de lavar), resfriar agentes aderentes, como piche, com água corrente, mas não tentar a remoção imediata, em casos de queimaduras por agentes químicos, irrigar abundantemente com água corrente de baixo fluxo (após retirar o excesso do agente químico em pó, se for o caso), por pelo menos 20 a 30 minutos, não aplicar agentes neutralizantes, pois a reação é exotérmica, podendo agravar a queimadura. Após a limpeza, confeccionar curativos. 
O tratamento clínico é evitar hipotermia, principalmente em crianças, manter a pessoa aquecida, no aparelho digestivo pode ter úlcera de estresse (úlcera de Curling. Usar bloqueador H2), vômito, íleo paralitico, introduzir alimentação precoce (oral e enteral), profilaxia de tromboembolismo. 
Depois da queimadura, a pessoa começa a edemaciar, em que tomar cuidado pra não chocar já que o líquido que estava no vaso saiu. No início usa-se uma substância cristalóide (soro – ringer lactato), porque se colocar água ela vai sair do vaso. Depois de 24h pode usar plasma pra puxar líquido para o vaso e reduzir o edema. Para saber a quantidade de líquido a ser administrado no adulto em 24h é feita a conta de Parkland, que é de 2 a 4ml x kg x % de superfície corporal queimada dividido por 24. Metade desse resultado tem que ser dado nas primeiras 8 horas das 24 e ¼ nas 8 horas seguintes. Após 24h, usa-se solução de glicose e solução de colóide (plasma) para manter o volume plasmático.
Para impedir infecção é indicado antibióticos tópicos, não os venosos, apenas se tiver febre e leucocitose. O tratamento inclui limpeza, tricotomia (raspar pelos envolvidos com a queimadura), banho com sabão líquido, desbridamento, curativo, fisioterapia respiratória/motora, posicionamento adequado (não deixar coçar, proteger os dedos para não cicatrizar grudado). O tratamento local (curativo) possui método exposição e oclusão. O método de exposição consiste em aplicar agentes tópicos, deixando a ferida aberta para observar, mas ter cuidado para não ter perda de líquido por isso e contaminação. As vantagens desse método são visualização da área queimada, facilidade na mobilização de articulações, baixo custo e simplicidade na aplicação. As desvantagens são risco de hipotermia, sobretudo em grandes queimados, necessidade de diversas aplicações diárias e dificuldade de manipulação do paciente. O método oclusão tem vantagens como diminuir a perda de calor e fluidos por evaporação pela superfície da ferida, além de auxiliar no desbridamento e absorção do exsudato presente, sobretudo na fase inflamatória da cicatrização. Entretanto, pode proporcionar redução da mobilidade de articulações e limitar o acesso à ferida somente durante o período de trocas de curativos. O método de oclusão dificulta o acompanhamento da ferida. Os agentes tópicos que existem são a solução fisiológica 0,9% (hipertônica), colagenase (está em desuso), nitrato de prata 0,5%, sulfadiazina de prata 1% (é o mais utilizado hoje, porque o SUS disponibiliza. O metal carreia o antibiótico para o tecido com mais facilidade), nitrato de cério associado à sulfadiazina de prata (é melhor, mas não tem no SUS), hidrocoloide e hidrogéis.
As queimaduras mais superficiais e de 2º grau são tratadas com curativos e sulfadiazina de prata, mas os de 3º e 4º graus evoluem para enxerto, mas antes tem que fazer desbridamento a cada 24/48h, porque o enxerto só pode ser colocado quando o tecido estiver granulado (vermelho e sem área de necrose). O mais ideal é o autoenxerto por ter menor índice de rejeição.
O edema causado pela queimadura pode comprimir a circulação para uma parte do corpo, predispondo necroses. Portanto, a escarotomia descompressiva é indicada quando um membro está edemaciado com sinais isquêmicos na extremidade distal, como cianose ou diminuição do enchimento capilar periférico. Além disso, o aspecto duro e sem elasticidade da pele com queimadura de 3º grau restringe os movimentos respiratórios, podendo causar insuficiência respiratória. Nesse caso, é indicada a escarotomia descompressiva torácica para que o paciente consiga respirar. Ao examinar um queimado, observar pulsos dos MMII e MMSS, temperatura, se está pálido.

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