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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI 
FELIPE GROBA MONTEIRO 
PAREDE DIAFRAGMA ATIRANTADA E 
MOLDADA IN LOCO 
SÃO PAULO 
2009 
 
 
2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof.º Dr. Wilson Shoji Iyomasa 
 
 
 
 
FELIPE GROBA MONTEIRO 
PAREDE DIAFRAGMA ATIRANTADA E 
MOLDADA IN LOCO 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como exigência parcial 
para a obtenção do título de Graduação 
do Curso de Engenharia Civil da 
Universidade Anhembi Morumbi 
 
SÃO PAULO 
2009 
 
 
3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2009. 
 
______________________________________________ 
Prof. º Dr. Wilson Shoji Iyomasa 
 
______________________________________________ 
Prof. º Me. Cláudio Luiz Ridente Gomes 
 
SÃO PAULO 
2009 SÃO PAULO 2009 
FELIPE GROBA MONTEIRO 
PAREDE DIAFRAGMA ATIRANTADA E 
MOLDADA IN LOCO 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como exigência parcial 
para a obtenção do título de Graduação 
do Curso de Engenharia Civil da 
Universidade Anhembi Morumbi. 
 
Comentários:_________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
 
4
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus familiares e a minha 
namorada pelo apoio fundamental na realização do 
mesmo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
5
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço as empresas e a todos que colaboraram na elaboração deste trabalho. 
 
 Geofix fundações; 
 
 Geólº. Dr. Wilson Shoji Iyomasa; 
 
 Construtora Costa Fortuna; 
 
 SDI Empreendimentos Imobiliários; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6
RESUMO 
 
Este trabalho apresenta em detalhes o modo de contenção em parede diafragma 
atirantada moldada in loco, que é uma das soluções mais utilizadas hoje em 
contenção no Brasil. Na revisão bibliográfica foi apresentada a parede diafragma e 
tirantes em detalhes, suas fases de execução, equipamentos e materiais. 
Discutem – se também os fatores relevantes no colapso da parede diafragma 
moldada ‘’ in loco ‘’ na obra da Avenida Brigadeiro Faria Lima nº 4440 - Bairro Vila 
Olímpia – São Paulo e a solução adotada para recuperação do problema. 
 
Palavras - chave: contenções, parede diafragma, tirantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
7
ABSTRACT 
 
This paper presents in detail the method of containment wall diaphragm shaped 
cable-stayed on the spot, which is one of the solutions used today in contention in 
Brazil. In the literature review was presented to the diaphragm wall and tie in detail, 
their stages of implementation, equipment and materials. They argue - is also 
relevant factors in the collapse of the diaphragm wall shaped''spot''in the work of 
Avenida Brigadeiro Faria Lima n º 4440 - Bairro Vila Olimpia - Sao Paulo and the 
solution adopted for recovery of the problem. 
 
Keywords - Keywords: restraints, diaphragm wall, tie rods. 
 
 
 
 
 
8
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 5.1 – Diafragmadora....................................................................................... 21 
Figura 5.2 – Clamshell .............................................................................................. 21 
Figura 5.3 – Montagem das armaduras .................................................................... 22 
Figura 5.4 – Armadura das lamelas .......................................................................... 23 
Figura 5.5 – Tubo Tremonha e Funil ......................................................................... 24 
Figura 5.6 – Central da Lama Bentonítica ................................................................. 25 
Figura 5.7 – Fases de Execução da Parede Diafragma ............................................ 27 
Figura 5.8 – Mureta guia ........................................................................................... 28 
Figura 5.9 – Escavação da parede diafragma ........................................................... 28 
Figura 5.10 – Aplicação do polímero ......................................................................... 34 
Figura 5.11 – Processo de escavação com polímeros .............................................. 34 
Figura 5.12 – Tirante com barra ................................................................................ 37 
Figura 5.13 – Detalhe ancoragem tirante com barra ................................................. 37 
Figura 5.14 – Esquema em corte de tirante fios e cordoalhas .................................. 38 
Figura 5.15 – Detalhe tirante com cordoalha............................................................. 38 
Figura 5.16 – Perfuração de tirante ........................................................................... 39 
Figura 5.17 – Injeção da nata no tirante .................................................................... 40 
Figura 5.18 – Protensão do tirante ............................................................................ 41 
Figura 6.1 – Foto de satélite Vila Olímpia São Paulo.................................................43 
Figura 6.2 – Croqui Contenção e Divisa do terreno...................................................45 
Figura 6.3 – Locais da Primeira e Segunda Ocorrência............................................46 
Figura 6.2 – Abaulamento do painel da parede diafragma........................................48 
Figura 6.3 – Ruptura parcial do painel da parede diafragma.....................................49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 5.1 – Parâmetros da lama recomendados pela NBR 6122 ........................... 25 
Tabela 5.2 – Cargas em tirantes permanentes e provisórios ................................... 42 
 
 
 
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
EPI Equipamento de Proteção Individual 
FRANKI Fundações Infraestrutura e Construção Civil 
NBR Norma Brasileira Regulamentadora 
 
 
 
 
 
11
LISTA DE SÍMBOLOS 
 
cm centímetro 
cm³ centímetro cúbico 
g grama 
kg quilo 
MPa mega pascal 
m metro 
m³ metro cúbico 
ml milílitro 
mm milímetro 
tf tonelada força 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12
SUMÁRIO 
p. 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15 
2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 16 
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 16 
2.2 Objetivo Específico ...................................................................................... 16 
3. MÉTODO DE TRABALHO ................................................................................ 17 
4. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 18 
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 19 
5.1 Parede Diafragma .............................................................................................. 19 
 
5.1.1 Informações e Documentos Necessários para Execução da Parede 
Diafragma ............................................................................................................. 20 
 
5.1.2 Materiais e Equipamentos Necessários para Execução da Parede 
Diafragma ............................................................................................................. 20 
 
5.1.3 Documentos Necessários para Controle da Execução da Parede 
Diafragma .............................................................................................................26 
 
5.1.4 Fases de execução da parede diafragma ................................................ 26 
5.2 Problemas causados pela Lama Bentonítica .................................................. 32 
 
5.2.1 Saúde ........................................................................................................... 32 
 
5.2.2 Meio Ambiente ............................................................................................ 33 
5.3 Lama Bentonítica x Polímero ........................................................................... 33 
 
 
13
5.4 Tirantes .............................................................................................................. 36 
 
5.4.1 Tipos de Tirantes ........................................................................................ 36 
 
5.4.2 Fases de Execução dos Tirantes............................................................... 38 
6. ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 43 
6.1 Localização e Descrição da obra ..................................................................... 43 
6.2 Projetos .............................................................................................................. 44 
6.3 Ocorrências Relevantes .................................................................................... 45 
 
6.3.1 Primeira Ocorrência .................................................................................... 46 
 
6.3.2 Segunda Ocorrência ................................................................................... 47 
6.4 Danos causados pelas ocorrências................................................................. 48 
 
6.4.1 Primeira Ocorrência .................................................................................... 48 
 
6.4.2 Segunda Ocorrência ................................................................................... 49 
6.5 Projeto e recuperação dos trechos afetados. ................................................. 49 
 
6.5.1 Primeira Ocorrência .................................................................................... 49 
 
6.5.2 Segunda Ocorrência ................................................................................... 49 
7. ANÁLISE DOS FATORES DAS OCORRÊNCIAS ............................................... 51 
7.1 Laudo 1 – Construtora ...................................................................................... 51 
7.2 Laudo 2 – Incorporadora .................................................................................. 52 
8. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 54 
 
 
14
9. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................. 56 
APÊNDICE A .............................................................................................................. 1 
ANEXO A .................................................................................................................... 2 
ANEXO B .................................................................................................................... 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15
1. INTRODUÇÃO 
 
A parede diafragma atirantada tem como função conter a água do lençol freático e 
também o solo. 
 
As primeiras paredes diafragma atirantadas surgiram no continente europeu na 
década de 50. No Brasil, a primeira parede diafragma atirantada foi feita em 1969 
em um edifício da Universidade de São Paulo, e esta obra foi executada pela 
empresa Franki. 
 
Desde então, o uso das paredes diafragma atirantada tem crescido na construção 
civil, por resolver problemas de difícil solução pelos métodos mais utilizados de 
contenção, principalmente onde houver água do lençol freático. A parede diafragma 
atirantada é executada ao longo do perímetro da divisa do terreno, com variação de 
espessura. 
 
Com o crescimento da verticalização, e a necessidade de um grande número de 
vagas de garagem por unidade nos empreendimentos comerciais e residenciais, a 
construção de subsolos com profundidades elevadas situados em áreas 
densamente ocupadas por diversas edificações, ficava cada vez mais difícil de ser 
realizada. Tendo em vista que essas edificações quase sempre antigas se 
encontravam em mau estado de conservação e preservação ou apoiadas em 
fundações diretas. Por este motivo, a parede diafragma atirantada tem sido muito 
utilizada dentre diversas soluções de contenção, visando a preservação da 
vizinhança das obras. 
 
Atualmente a parede diafragma atirantada é utilizada em obras, como: canalização 
de rios e córregos, estruturas de contenção, galerias do metrô dentre outras 
aplicações. 
 
 
 
16
2. OBJETIVOS 
 
O objetivo deste trabalho é apresentar a parede diafragma atirantada na construção 
civil. 
 
2.1 Objetivo Geral 
 
O objetivo geral do trabalho é demonstrar a parede diafragma atirantada na 
construção civil, por meio de revisão bibliográfica. 
 
2.2 Objetivo Específico 
 
O objetivo específico do trabalho é apresentar um estudo bibliográfico sobre a 
parede diafragma atirantada, métodos executivos, bem como suas vantagens e 
materiais usados na sua execução, e mostrar através de um estudo de caso a 
aplicação da parede diagrama atirantada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17
3. MÉTODO DE TRABALHO 
 
A pesquisa foi baseada em consultas a livros, artigos técnicos, normas ABNT, 
internet, e entrevistas técnicas com consultores. 
 
Para o desenvolvimento teórico, foi realizada pesquisa de material bibliográfico junto 
a empresas e consultores do ramo que englobam os métodos de execução da 
parede diafragma atirantada. 
 
A ilustração foi feita com fotos de obras que utilizaram o método de contenção em 
parede diafragma atirantada. 
 
Foram feitas consultas técnicas com profissionais envolvidos no processo de 
execução de parede diafragma atirantada utilizada no estudo de caso presente no 
trabalho. 
 
 
 
18
4. JUSTIFICATIVA 
 
O presente estudo foi escolhido por consequência do aquecimento do mercado da 
construção civil, proveniente de uma melhora na economia brasileira. Onde foi 
constatado um aumento no emprego da utilização da parede diafragma atirantada 
na construção civil. 
 
Portanto, neste trabalho será esclarecido o processo de execução da parede 
diafragma atirantada, bem como os cuidados a serem tomados neste processo para 
que se obtenha o resultado desejado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
5.1 Parede Diafragma 
 
Paredes moldadas no solo ou pré-moldadas, também conhecidas como paredes 
diafragma ou contínuas, são cortinas executadas enchendo-se com concreto ou 
outro material. Uma trincheira inicialmente aberta no terreno e mantida estável com 
auxílio da lama bentonítica. Embora seu desenvolvimento tenha ocorrido no final da 
década de 60, este processo teve grande impacto na técnica de escavação e 
fundações. 
 
Existem diferentes tipos de parede diafragma como: 
 
• Parede Diafragma Moldada in loco Atirantada; 
• Parede Diafragma Moldada in loco; 
• Parede Diafragma Pré-moldada; 
• Parede Diafragma Plásticas; 
 
A parede diafragma moldada “in loco” é um elemento de fundação e ou contenção 
moldada no solo, realizando no subsolo um muro vertical de concreto armado cuja 
espessura pode variar entre 30 e 120cm, e profundidade de até 50m (GEOFIX, 
2009). 
 
Este muro pode absorver empuxos, cargas axiais e momentos fletores, bem como 
ser utilizado como elemento de fundação absorvendo cargas normais, podendo ser 
executado com a presença ou não de lençol freático. 
 
Este tipo de fundação tem a vantagem de se moldar à geometria do terreno, sua 
execução não causa vibrações nem grandes descompressões no terreno, podendoser realizado muito próximo às estruturas vizinhas existentes sem ocasionar danos 
às mesmas. 
O emprego das paredes diafragma é muito difundido devido a grande gama de 
utilização. Podem-se utilizar as paredes diafragma como contenção de subsolo para 
construção de garagens subterrâneas, obras de canalização do leito de rios, cortinas 
impermeáveis, paredes de trincheiras enterradas, estações do metrô, execução de 
túneis, construção de poços dentre outras aplicações (GEOFIX, 2009). 
 
5.1.1 Informações e Documentos Necessários para Execução da Parede 
Diafragma 
 
 Projeto de Contenção: cotas de apoio e arrasamento das lamelas, espessura 
da parede diafragma, detalhamento da mureta guia, perímetro do local de 
execução, sequência e divisão executiva das lamelas, informações sobre o 
concreto, detalhamento e carga dos tirantes, detalhamento da escavação. 
 Projeto de Armação das Lamelas; 
 Sondagem; 
 
5.1.2 Materiais e Equipamentos Necessários para Execução da Parede 
Diafragma 
 
 DIAFRAGMADORA (Figura 5.1): conjunto composto por clamshell e 
guindaste mecânico ou hidráulico, a diafragmadora é utilizada para escavação 
dos painéis, deve estar sempre alinhado e balanceado, pois a qualidade da 
parede dependerá muito das condições do guindaste e do clamshell. O 
clamshell é içado pelo guindaste por meio de um cabo de aço, onde na ponta 
ligada ao clamshell se encontra um distorcedor, que impede à torção do 
clamshell pelo cabo de aço; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21
 
Figura 5.1 – Diafragmadora 
Fonte: Anson (2006). 
 
 CLAMSHELL (Figura 5.2): ferramenta de escavação, utilizado na escavação 
das lamelas da parede diafragma, acoplado as barras Kelly, a abertura e 
fechamento das pás de escavação pode ser por meio mecânico (cabos de 
aço), ou por meio hidráulico quando o solo for muito duro; 
 
 
Figura 5.2 – Clamshell 
Fonte: Anson (2006). 
 
 BARRAS KELLY: haste de metal que suporta e guia o clamshell; 
 
 
 
22
 LABORATÓRIO DE CAMPO: necessário para ensaio da lama bentonítica, 
deve ter os seguintes equipamentos: 
 
 Densímetro do tipo baroid; 
 Viscosímetro do tipo march; 
 Provetas e papéis de tornasol; 
 Balança; 
 
 GUINDASTE AUXILIAR: guindaste mecânico, utilizado na colocação da 
armadura dentro do painel escavado, e na movimentação dos equipamentos 
(tubos tremonha, funil, bombas, desarenadores) dentro do canteiro. Enquanto 
o guindaste da diafragmadora só trabalha mesmo na escavação dos painéis; 
 
 CABO DE MEDIDA: cabo de aço graduado de metro em metro, usado para 
medir a profundidade da escavação e do concreto; 
 
 ARMADURAS (Figura 5.3 e 5.4): ferragem dos painéis em barras de aço 
nervurado, montadas e armadas na dimensão do painel; 
 
 
Figura 5.3 – Montagem das armaduras 
Fonte: Construtora Bueno Neto (2009). 
 
 
 
23
 
 Figura 5.4 – Armadura das lamelas 
Fonte: Construtora Bueno Netto (2008). 
 
 ROLETE: são peças cilíndricas de plástico que são encaixadas nas 
armaduras, com função de fazer a armadura deslizar para dentro do painel 
escavado e também garantir o cobrimento da armadura; 
 
 CHAPA JUNTA: chapas metálicas colocadas nas extremidades dos painéis 
antes da concretagem e retirados quando se inicia a pega do concreto. 
Sempre se coloca a chapa junta onde tiver uma união de um painel com 
outro. 
 
 LIMPADOR DE JUNTA: ferramenta para limpeza das juntas fêmeas dos 
painéis, a fim de retirar qualquer resíduo de solo existente. Pois qualquer 
resíduo de solo na junta pode formar vazios no concreto e posteriormente o 
vazamento de água na parede por esses vazios. 
 
 TUBO TREMONHA E FUNIL (Figura 5.5): tubo metálico de diversos 
diâmetros, usado na concretagem dos painéis, seu comprimento deve ser 
maior que a profundidade do painel. Na ponta do tubo é colocado o funil onde 
será despejado o concreto que irá concretar o painel. O diâmetro mínimo é de 
10”. 
 
 
 
24
 
Figura 5.5 – Tubo Tremonha e Funil 
Fonte: Construtora Costa Fortuna (2008). 
 
 CHAPA ESPELHO: chapa de aço colocada como espelho na parte interna do 
painel antes da concretagem. Tem como função eliminar a perda de concreto 
pelos vazios do solo (overbreak) e melhorar o acabamento do concreto. 
 
 CENTRAL DA LAMA BENTONÍTICA (Figura 5.6): a central é composta por 
tanques, bombas, desarenadores e misturadores. Os tanques servem para 
armazenamento da água e da lama bentonítica (água + bentonita). As 
bombas têm como função levar a lama bentonítica até o local de utilização. 
Os desarenadores servem para separar a lama bentonítica da areia 
proveniente do solo depois da aplicação. E os misturadores fazem a mistura 
da bentonita com a água. 
 
 
 
25
 
Figura 5.6 – Central da Lama Bentonítica 
Fonte: Construtora Bueno Neto (2009). 
 
 LAMA BENTONÍTICA: Lama bentonítica ou lodo bentonítico é o nome dado à 
mistura da bentonita e água. A bentonita é uma argila composta por diversos 
minerais com uma concentração maior da montmorillonita. A lama bentonítica 
empregada é uma composição de bentonita (montmorilonita de sódio), que 
tem propriedades tixotrópicas, ou seja, tem um comportamento fluido quando 
agitada, mas é capaz de formar um gel quando em repouso. 
 
É recomendado o seguinte controle da lama bentonítica para fornecimento na 
trincheira, conforme descrito na Tabela 5.1. 
 
 Tabela 5.1 – Parâmetros da lama recomendados pela NBR 6122 
Parâmetros Valores Equipamento para ensaio
Peso específico
1, 025 a 
1,10 g/cm³ densímetro
Viscosidade 30 a 90 funil Marsh
pH 7 a 11 papel de pH
"Cake" 1,0 a 2,0mm "filter press"
Teor de areia até 3% "baroid sand content" ou similar 
Fonte: NBR 6122 – (ABNT,1996) 
 
Uma das funções básicas da lama é criar película impermeável nas paredes 
da escavação, o chamado “cake”, formado pela penetração da lama nos 
 
 
26
vazios do solo. Esta película permite que a lama exerça empuxo contra as 
paredes da escavação, para estabilizá-la. A espessura da penetração vai 
depender da diferença entre o nível da lama da trincheira e o nível da água no 
terreno (deve ser no mínimo 1,5m), da permeabilidade do solo e da 
viscosidade da lama. A penetração excessiva da lama é inconveniente para a 
estabilidade da trincheira e, em solos de permeabilidade muito alta, pode 
haver perda de lama, impossibilitando a utilização do processo das paredes 
moldadas nestes solos. Em argilas intactas, não há formação do “cake”, 
porém, sem prejuízo para o processo de estabilização. A lama tem por função 
ainda impedir o desprendimento de grãos de areia das paredes da trincheira. 
 
5.1.3 Documentos Necessários para Controle da Execução da Parede 
Diafragma 
 
 Boletim de controle de escavação 
 Boletim de controle da subida do concreto 
 Boletim de ensaio da lama 
 Boletim de acompanhamento da execução 
 
5.1.4 Fases de execução da parede diafragma 
 
Para execução da parede diafragma são realizadas várias operações que se 
interligam entre si e cada uma deve ser planejada para que não haja imprevistos. 
 
Podemos destacar as seguintes fases (Figura 5.7): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27
 
Figura 5.7 – Fases de Execução da Parede Diafragma 
Fonte: Anson (2008). 
 
• Mureta guia 
 
A execução da parede diafragma é precedida pela execução de muretas guias 
(Figura 5.8), que têm por objetivo definir o caminhamento da parede, servindo de 
guia para ferramenta de escavação “clamshell”, impedir o desmoronamento do 
terreno próximo à superfície devido à permanente variação do nível de lama 
bentonítica, devido à entrada e saída do “clamshell” na escavação, e garantir uma 
altura de lama compatível com o nível do lençol freático. 
 
 
Painel ou Lamela
Mureta Guia
Chapa Junta
1 - Mureta Guia
2 - Escavação do Painel
3 - Colocação da Armadura
4 - Concretagem
 
 
28
 
Figura 5.8 – Mureta guia 
Fonte: Ishikawa Engenharia (2005). 
 
• Escavação 
 
Utiliza-se para escavação (Figura 5.9) uma ferramenta denominada clamshell.Essa 
ferramenta pode executar paredes com espessura entre 30 e 120cm. A largura 
padrão de cada lamela é de 2,5m. 
 
 
Figura 5.9 – Escavação da parede diafragma 
Fonte: Anson (2008). 
 
A mureta guia serve como referência para faces de 3 a 4cm maior que a espessura 
da parede, servindo também como apoio das ferragens e tubo tremonha 
(GEOFIX,2009). 
 
Inicia-se a escavação por uma lamela primária de acordo com o projeto de 
fundações. Quando a escavação atingir de 1,0 a 1,5m de profundidade, inicia-se o 
 
 
29
bombeamento da lama bentonítica para dentro da escavação, a fim de estabilizar as 
paredes da cava. Durante o processo de escavação, faz-se necessário a constante 
verificação dos instrumentos que regulam a verticalidade da torre do equipamento 
para evitar desvios do “clamshell”. A velocidade de escavação é determinada pela 
resistência do solo e comprimento da parede. 
 
Na medida em que o solo vai sendo retirado, é introduzido simultaneamente mais 
lama. É fundamental para estabilidade das paredes que sempre seja mantido o nível 
da mesma dentro da escavação o mais alto possível. 
 
Se ocorrer uma perda acentuada da lama no solo, tal que não permita manter o nível 
estável da lama, a escavação deverá ser interrompida imediatamente para uma 
análise do motivo que está provocando a anormalidade constatada. 
 
A escavação deve ser levada até a profundidade prevista no projeto. 
 
• Montagem do painel 
 
Após o término da escavação, inicia-se a montagem das chapas-junta, colocação da 
armação no painel e do tubo tremonha para concretagem. 
 
As chapas-junta são montadas verticalmente nas laterais da escavação, com a 
seção trapezoidal virada para dentro da mesa, formando assim uma junta fêmea, 
que na concretagem do painel adjacente será preenchida, solidarizando-se com 
este. 
 
A armadura para parede diafragma é previamente montada e deve ser 
suficientemente rígida para ser içada por guindaste. Deve conter 6 alças em cada 
armadura: duas alças para içamento e quatro alças para travamento na mureta guia. 
O cobrimento da armadura deve ser de 5 a 7cm, para isso utiliza-se espaçadores 
circulares (roletes), com espessura de 5cm e diâmetro de 10 a 14cm, amarrados na 
armadura no sentido de sua largura, nas duas faces intercalados de acordo com o 
pedido do projeto (GEOFIX, 2009). 
 
 
 
30
Para os painéis iniciais, a largura da armação deve ser de 2,5m menos 20cm de 
cobrimento no sentido do comprimento (10cm para cada lado) e menos a altura das 
duas chapas-junta somadas. 
 
Para os painéis sequenciais a largura da armação deve ser de 2,5m menos 20cm de 
cobrimento no sentido do comprimento, e menos a altura de uma chapa- junta, visto 
que nestes painéis só utiliza-se chapa do lado em que se seguirá a escavação. 
 
As armaduras devem ficar imersas na lama bentonítica por no máximo 4 horas antes 
da concretagem. Um período superior a este faz com que as partículas de bentonita 
colem no aço da armação, prejudicando sua aderência ao concreto. 
 
Após a colocação da chapas-junta e armação no painel escavado, inicia-se a 
montagem da composição do tubo de concretagem. Colocado no centro da 
armação, consiste de uma composição de revestimentos metálicos, montado com 
seções de 1,0 e 2,0m com comprimento total 20cm menor que o comprimento da 
escavação. 
 
Na sua extremidade superior é rosqueado um funil, por onde é lançado o concreto 
diretamente da betoneira. 
 
• Concretagem 
 
Antes do início da concretagem do painel, observam-se as condições físicas da lama 
bentonítica. De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 1996) a lama bentonítica deve estar 
dentro de parâmetros determinados para que se possa iniciar a concretagem. Utiliza-
se para determinação desses parâmetros um laboratório portátil. 
 
A concretagem da parede diafragma é executada de baixo para cima, 
continuamente e, sendo o concreto mais denso que a lama bentonítica, expulsa-se a 
mesma sem que ambos se misturem. Enquanto o concreto vem subindo a lama é 
bombeada de volta aos reservatórios da central, e o tubo tremonha é levantado 
devendo a sua extremidade inferior ficar imerso pelo menos 1,5m dentro do concreto 
para garantir que não se formem juntas frias (GEOFIX, 2009). 
 
 
 
31
O concreto utilizado deve ter alta trabalhabilidade e fluidez para sair do tubo 
tremonha e se espalhar por toda a escavação, para cima e para o lado, e nesse 
movimento deslocar a lama bentonítica. 
 
O concreto deve ter alta trabalhabilidade, para ser capaz de executar a função 
descrita acima, e deve ter as seguintes características: 
 
 Consumo de cimento: 400kg/m³ 
 Fator água/ cimento: 0,60 
 Abatimento: 20± 2cm 
 Agregado: brita 1 
 
Para concretagem de painéis de grandes dimensões utiliza-se mais de um tubo 
tremonha e velocidades de lançamento superiores a 30m³/h. Para a maioria das 
concretagens, uma velocidade de 20m³/h é suficiente. O concreto tem que ser 
lançado ininterruptamente e a concretagem concluída no menor tempo possível. 
 
Após a concretagem, quando do início da pega do concreto, inicia-se lentamente a 
extração das chapas-junta, que se completará somente quando terminar a cura do 
concreto. 
 
O concreto do topo da parede vem misturado com lama bentonítica e deve ser 
removido. Essa camada geralmente é extraída quando retira-se no máximo 50cm do 
mesmo (GEOFIX, 2009). 
 
O volume de concreto lançado no painel deve ser sempre maior do que o volume 
teórico da escavação. De acordo com o tipo de terreno encontrado durante a 
escavação, vamos ter uma sobre consumação maior ou menor de concreto 
“overbreak”. Um volume lançado menor que o volume teórico sinaliza um 
estrangulamento da escavação. 
 
 
 
 
 
 
32
5.2 Problemas causados pela Lama Bentonítica 
 
5.2.1 Saúde 
 
Para que possa se explicar, os danos causados a saúde do trabalhador que mantém 
contato direto com a bentonita, primeiro é necessário conhecer um pouco sobre a 
sílica (SiO2) que é um dos componentes presentes na bentonita, em até 1% do 
peso. 
 
A sílica cristalina é um mineral que se apresenta abundantemente na natureza. Ela 
existe em três formas: quartzo, tridimita e cristobalita. O que provoca os danos a 
saúde é a poeira originada da bentonita que contém a sílica, e essa têm efeito 
fibrogênico nos pulmões (FIEP, 2008). 
 
A silicose é o nome dado a doença provocada por este contato, as partículas de 
poeira se depositam nos bronquíolos e alvéolos, causando um tipo de fibrose 
pulmonar. Além dessa fibrose, têm ainda efeitos carcinogênicos e genotóxicos. Após 
anos em contato constante com essa poeira é que o portador de alguma dessas 
doenças irá apresentar alguns sintomas: bronquite, tosse seca, dispnéia. Em um 
exame radiológico as alterações pulmonares podem aparecer após 20 anos de 
contato com o organismo para pessoas pouco expostas e em até 2 anos para 
exposição constante. A silicose é uma doença sem cura, e sem tratamento 
medicamentoso, podendo-se tratar apenas alguns dos seus sintomas. Em estágios 
mais avançados é comum o desenvolvimento de câncer no pulmão (CAMPOS, 
2005). 
 
 “Estima-se uma média de dois mil trabalhadores registrados ocupacionalmente no 
tratamento da sílica” (FIEP, 2008). 
 
Como qualquer outro tipo de poeira, o contato com o pó de bentonita também pode 
provocar irritação e coceira nos olhos e na pele. Neste caso lava-se a região com 
água e sabão. Caso ingerida pode provocar bloqueio intestinal (CASQUÍMICA, 
2008). 
 
 
33
Para minimizar e até eliminar estes riscos a saúde, o trabalhador deve estar sempre 
fazendo uso dos EPI’s adequados, como a máscara com filtro, óculos de proteção e 
luvas (CASQUÍMICA, 2008). 
 
5.2.2 Meio Ambiente 
 
Os procedimentos de controle ambiental se referem à proteção de corpos d’água, da 
vegetação e do solo. O impacto ambiental causado pela bentonita misturada com 
água, por se tratar de um produto coloidal e plastificante,provoca a diminuição da 
permeabilidade do solo. Alguns cuidados devem ser tomados: 
 
• As áreas utilizadas devem ser isoladas para que o produto não seja carreado 
para os cursos d’água. 
• Todo material usado deve ser recolhido e destinado ao depósito de material 
excedente previamente aprovado. 
• É proibido o escoamento da lama bentonítica no sistema de drenagem, 
provisório ou definitivo, e nos corpos d’água 
• A área afetada pelas operações de construção e execução deve ser 
recuperada, mediante a limpeza do canteiro de obras, e efetuando a 
recomposição ambiental (DER/SP, 2006). 
 
5.3 Lama Bentonítica x Polímero 
 
Por culpa de uma restrição crescente pelos órgãos ambientais ao uso de lama 
bentonítica, gerou-se uma necessidade por uma nova tecnologia de estabilização de 
escavações. O uso dos polímeros em substituição à bentonita está associada ao fato 
do polímero ser um produto biodegradável, facilitando a disposição dos materiais 
provenientes das perfurações. 
 
O Polímero (Figura 5.10) é uma longa molécula formada pela soma da simples 
repetição de grupos denominados monômeros, que se unem pelas extremidades, de 
forma parecida as ligações dos elos de uma corrente. 
 
 
 
34
 
Figura 5.10 – Aplicação do polímero 
Fonte: Construtora Costa Fortuna (2007). 
 
A água em contato com o polímero (Figura 5.11) faz com que suas moléculas fiquem 
presas pelas longas cadeias do polímero, fazendo com que sua estrutura aumente o 
volume, o que caracteriza uma maior viscosidade ao material. 
 
 
Figura 5.11 – Processo de escavação com polímeros 
Fonte: Construtora Costa Fortuna (2007). 
 
Atualmente, existem vários tipos de polímero disponíveis no mercado mundial, mas 
para que se tenha uma boa eficiência na estabilização de escavações, podem-se 
utilizar dois ou mais elementos na mistura com a água. 
 
O fluído geralmente é constituído por dois produtos, um em pó (sólido) e uma 
emulsão (líquido). O primeiro produto é composto de um poliacrilato de sódio 
sintético-orgânico em solução e descrito como um copolímero de acrilamida com 
 
 
35
grupos acrilate, que tem função de agente estabilizador auxiliar em perfurações e 
limpezas de furos. O segundo produto é composto de um poliacrilato de sódio 
sintético orgânico e descrito como um copolímero de acrilamida com grupos acrilate, 
tendo como função de estabilizar auxiliarmente, lubrificar e deslizar nas perfurações. 
 
No início do uso do polímero no Brasil, conheciam-se obras que apenas o utilizaram 
para execução de estacas escavadas circulares, sendo as escavações dos 
elementos lamelares evitadas por insucessos precedentes. Isso ocorreu 
principalmente por culpa de uma dificuldade maior de estabilização de furos de 
seção transversal retângular, pela menos favorável e diferente distribuição das 
tensões internas neste tipo de perfuração. Mas atualmente já existem empresas 
pioneiras no uso desse material, que o utilizam com sucesso o polímero em 
escavações de seção retangular e circular profunda, como parede diafragma e 
estaca barrete, inclusive em solos de grande complexidade como areias e argilas 
marinhas, muito encontradas no subsolo da cidade de Santos (SP). 
 
Como vantagens do uso do polímero em relação à bentonita, pode-se destacar: 
 
• Produto biodegradável podendo ser utilizado onde há restrições ao uso da 
bentonita, viabilizando obras; 
• Descarte de baixo custo, podendo ser realizado em qualquer tipo de bota-
fora; 
• Necessita apensas de uma pequena área para estoque e seu frete é mais 
barato; 
• Fácil preparo e dispersão em água; 
• Aplicação após aproximadamente 15 minutos de mistura; 
• Alto índice de reaproveitamento da mistura (3,5 a 5 vezes); 
• Elimina ou minimiza a necessidade de desarenação antes da concretagem; 
• Obra mais limpa, promovendo a possibilidade de visualizar com boa definição 
as características do material escavado; 
• Desgaste menor de equipamentos e ferramenta, proporcionando menos 
paralisações por quebra de equipamentos; 
• Menor formação de borra de concretagem na cabeça da estaca ocasionando 
em média menores quebras para arrasamento. 
 
 
36
Como desvantagens em relação a bentonita, pode-se destacar: 
 
• Custo unitário do fluído maior do que o da bentonita; 
• Necessidade de monitoramento contínuo de suas propriedades já que a 
contaminação por cloretos ou matéria orgânica pode ser desastrosa. 
 
5.4 Tirantes 
 
O tirante é um elemento linear capaz de transmitir esforços de tração entre suas 
extremidades: a extremidade que fica fora do terreno é a cabeça e a extremidade 
que fica enterrada é conhecida como trecho ancorado, e designada por comprimento 
ou bulbo de ancoragem. O trecho que liga a cabeça ao bulbo é conhecido por trecho 
livre ou comprimento livre (NBR-5629/96). 
 
Os tirantes podem ser provisórios ou definitivos, os definitivos devem receber 
tratamento especial para corrosão, com pinturas especiais anti-corrosão no aço, de 
vem ser monitorados quanto a perda ao longo do tempo devido à corrosão do aço. 
 
5.4.1 Tipos de Tirantes 
 
Tirante com barra (Figura 5.12 e 5.13): tem como elemento principal uma barra única 
laminada a quente de até 12m, com uma rosca contínua com passo de rosca grossa. 
Tem como vantagem a eliminação do desperdício de aço, sendo que após ser 
protendido pode-se cortar a barra no comprimento desejado. 
 
 
 
 
37
 
 Figura 5.12 – Tirante com barra 
Fonte: Dywidag (2009). 
 
A protensão é aplicada através de um macaco hidráulico apoiado na ancoragem. A 
bomba tensiona o aço através do macaco hidráulico até se obter a tensão desejada 
de projeto. Durante este processo a porca é girada com uma chave para que fique 
sempre encostada na ancoragem e manter a tensão aplicada. 
 
 
Figura 5.13 – Detalhe ancoragem tirante com barra 
Fonte: Dywidag (2009). 
 
Tirante com fios ou cordoalhas (Figura 5.14 e 5.15): os tirantes de fios têm como 
elemento principal o aço CP 150 RB, e as cordoalhas o aço CP 190 RB tendo como 
metodologia executiva o mesmo processo. Os tirantes de fios e cordoalhas apenas 
se diferem pela resistência do aço de acordo com a carga do tirante. 
 
 
 
38
 
Figura 5.14 – Esquema em corte de tirante fios e cordoalhas 
Fonte: Fundesp (2009). 
 
 
Figura 5.15 – Detalhe tirante com cordoalha 
Fonte: Geofix (2009). 
 
5.4.2 Fases de Execução dos Tirantes 
 
 Perfuração 
 
Após a locação dos tirantes e com drenagem para água, inicia-se a perfuração 
(Figura 5.16) com equipamento devidamente nivelado e ancorado no terreno na 
inclinação especificada em projeto, geralmente com ângulo de 20° a 25°, o ângulo 
reduz a possibilidade de atingir alguma interferência no vizinho. As bombas d’ água 
injetam água sob pressão para limpeza do furo. Os diâmetros de perfuração serão 
aqueles que garantam como mínimo os cobrimentos normalizados. A atividade será 
desenvolvida com utilização de sonda rotativa ou equipamento de extração de 
amostras de concreto para o trecho em concreto e perfuratriz sobre esteiras para o 
trecho em solo. Essa perfuratriz é capaz de perfurar em qualquer ângulo e direção 
com torque e força de avanço suficientes para perfurações revestidas em solo a 
 
 
39
profundidades superiores a 40 metros com diâmetro maior ou igual a 4" 
(GEOFIX,2009). 
 
 
Figura 5.16 – Perfuração de tirante 
Fonte: Geofix (2009). 
 
 Instalação do tirante 
 
Após a perfuração, inicia-se o processo de transporte do tirante. No momento de 
chegada do tirante ao local de instalação e tendo o operador da perfuratriz concluído 
a limpeza do furo, terá início a introdução do tirante no interior do orifício. Os 
cuidados necessários são: não ferir a proteção anticorrosiva, não deslocar 
acessórios (válvulas e espaçadores) e posicionar a cabeça na altura correta do 
projeto. 
 
 Injeção 
 
Após a instalação do tirante, prepara-se a nata de cimento nos misturadores. A 
injeção da bainha é feitaimediatamente após a instalação do tirante no furo e 
consiste no preenchimento do mesmo com calda de cimento. Esta operação é 
realizada através de um tubo de PVC, deixado para esta finalidade, em cujo interior 
passa a composição de injeção (Figura 5.17) composta de haste rígida e obturador. 
Decorrido um intervalo de tempo não superior a duas horas, o tubo de PVC é lavado 
internamente para mantê-lo limpo e apto a receber, novamente, a composição para 
as injeções secundárias. Decorrido um prazo de 12 horas após a injeção de bainha, 
terão início as injeções de consolidação do terreno, com pressões e volumes 
 
 
40
controlados. A injeção, a exemplo da fase de bainha, é realizada com a introdução 
da composição de injeção no interior do tubo PVC, iniciando-se, a partir da última 
válvula localizada na extremidade do tirante o processo de injeção no trecho de 
ancoragem. Os volumes de calda e pressões de injeção serão aqueles que 
garantam a perfeita ancoragem do tirante ao terreno. Os critérios de injeção deverão 
ter por base as características do subsolo local e poderão ser revisados durante a 
execução, em função das condições locais. 
 
 
Figura 5.17 – Injeção da nata no tirante 
Fonte: Geofix (2009). 
 
 Protensão 
 
Após um tempo mínimo de 3 a 4 dias de cura da calda de cimento da última etapa 
de injeção realizada, será feita a protensão (Figura 5.18), com utilização de macacos 
hidráulicos, ocasião em que será testado o tirante de acordo com as cargas de 
projeto (Tabela 5.2). Nesta etapa serão colocadas as peças que compõem a 
“cabeça” do tirante, ou seja, a cunha de grau, em aço, a placa de apoio, também em 
aço e as porcas ou clavetes para fixação do mesmo. 
 
 
 
41
 
Figura 5.18 – Protensão do tirante 
Fonte: Geofix (2009). 
 
Na fase de protensão dos tirantes, corre o risco do tirante não suportar a carga 
(Tabela 5.2) e ser arrancado durante a protensão. Se ocorrer será efetuada nova 
injeção de nata e posterior cura da nata. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42
Tabela 5.2 – Cargas em tirantes permanentes e provisórios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Roca Fundações (2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tirantes 
provisórios 
Tirantes 
permanentes 
Tipo Aço Quantidade 
Carga (tf) Carga (tf) 
12 10 Barra CA50 1 Ø 7/8” 
15 13 Barra CA50 1 Ø 1” 
16 14 Barra 1045 1 Ø 231mm 
16 14 Fios CP-150RB 1 Ø 8mm 
24 21 Barra CA50 1 Ø 1. 1/4” 
24 21 Barra GEWI 1 Ø 1. 1/4” 
24 21 Fios CP-150RB 6 Ø 8 mm 
33 28 Fios CP-150RB 8 Ø 8 mm 
41 35 Fios CP-150RB 10 Ø 8 mm 
41 35 Barra DYWIDAG 1 Ø 1. 1/4” 
49 41 Fios CP-150RB 12 Ø 8 mm 
61 53 Cordoalha CP-190RB 6 Ø 1/2” 
81 69 Cordoalha CP-190RB 8 Ø 1/2” 
121 87 Cordoalha CP-190RB 10 Ø 1/2” 
122 104 Cordoalha CP-190RB 12 Ø 1/2” 
 
 
43
6. ESTUDO DE CASO 
 
O estudo de caso tem como objetivo analisar e discutir os fatores que levaram ao 
problema da obra em questão. 
 
6.1 Localização e Descrição da obra 
 
Trata-se de uma obra de grande porte, que consiste na construção de um edifício 
destinado ao uso comercial (escritórios), com projeto aprovado na PMSP com cerca 
de 41.007,89 m² de área construída em um terreno de aproximadamente 7.212,41m² 
sendo uma única torre com 4 pavimentos de escritório (zona baixa), 11 pavimentos 
de escritório zona alta e 3 subsolos e está localizada à Av. Brigadeiro Faria Lima nº 
4440 - Bairro Vila Olímpia – São Paulo. Vale ressaltar que se trata de uma região 
densamente ocupada como mostra a foto do satélite do entorno da obra (Figura 6.1). 
 
LOCA
L
 
Figura 6.1 – Foto de Satélite Vila Olímpia São Paulo 
Fonte: Google (2009). 
 
. 
 
 
 
 
44
6.2 Projetos 
 
Para o projeto de fundação e contenção, foram solicitadas sondagens para 
reconhecimento do solo, levando em conta o tipo de edificação a ser construída no 
local (edificação de com 15 pavimentos + 3 subsolos). Foram executadas 10 pontos 
de sondagens à percussão, nas quais foram usados tubos 2 ½ “ de diâmetro 
nominal como revestimento, e atingindo um total perfurado de 241,50m. Na 
sondagem encontrou-se uma camada superficial de aterro de argila, sobreposta a 
uma camada de argila orgânica siltosa, na qual encontram-se as cabeças da 1º linha 
de tirantes. Abaixo uma camada de areia fina. O nível d’ água esta à uma 
profundidade aproximada de 2,5m. 
 
No que se diz respeito ao projeto de fundações, foi projetado para o corpo do edifício 
estacas escavadas de grande diâmetro (estacões) e na estrutura de periferia 
sapatas. 
 
Quanto ao projeto de contenção (Figura 6.2), foi projetada uma parede diafragma 
atirantada provisoriamente, com espessura de 40cm, 14m de altura e 132m de 
comprimento, que corresponde ao desnível entre o pavimento térreo e o 3º subsolo, 
acrescidos de 3,80m de altura de ficha. Foi especificado um concreto com 
resistência característica maior ou igual a 20MPa e consumo de 400kg de cimento 
por metro cúbico de concreto. 
 
 
 
45
 
Figura 6.2 – Croqui Contenção e Divisa do terreno 
 
No atirantamento provisório, foram projetados 3 linhas de tirantes provisórios, sendo 
a primeira e segunda linha à 2,0 e 3,6m respectivamente, do topo da parede, com 
carga de trabalho de 60tf na primeira linha, 90tf na segunda linha e 100tf na terceira 
linha e com inclinações de 20º à 25º na primeira linha, 15º à 20º na segunda linha e 
10 à 15º na terceira linha todas com relação à horizontal. Foi especificado o uso de 
cordoalhas de aço CP 190 RB, para a composição dos tirantes, sendo variado o 
número de cordoalhas de 6 a 10 cordoalhas com diâmetro de 12,5cm cada. 
 
6.3 Ocorrências Relevantes 
 
Ocorreram dois episódios, que seram relatados a seguir (Figura 6.3). 
 
 
 RUA ELVIRA FERRAZ
 RUA CHIPRE 
 
 
46
 
Figura 6.3 – Locais da Primeira e Segunda Ocorrência 
 
6.3.1 Primeira Ocorrência 
 
O primeiro episódio ocorreu em um dos trechos da parede. Sendo que nessa 
primeira ocorrência houve abaulamento no painel conforme ilustrado na (Figura 6.2). 
 
 
 RUA ELVIRA FERRAZ
 RUA CHIPRE
 
 
47
 
Figura 6.4 – Abaulamento do Painel da Parede Diafragma. 
Fonte: SDI (2009). 
 
A primeira ocorrência, ocorreu no dia 30 de Julho de 2009, durante a execução e foi 
informado ao engenheiro residente no dia. O fato ocorreu devido ao aparecimento 
de um obstáculo durante a escavação, impedindo a ferramenta de escavação 
“clamshell“ em escavar o trecho. O procedimento foi acompanhado pelo engenheiro 
residente e o mestre de obras no momento, onde foi tomada a decisão de deslocar a 
execução da lamela da parede diafragma em mais ou menos 30cm para desviar da 
obstrução que impedia o prosseguimento da execução. O que provavelmente 
poderia ser o agente causador desse impedimento é a existência de formações de 
rochas. Depois de tomada a decisão o procedimento de execução foi retomado e 
pode ser concluído. 
 
Tendo como resultado uma diferença de alinhamento dos painéis, o que caracteriza 
o abaulamento contrário na parede conforme ilustrado na (Figura 6.2). 
 
6.3.2 Segunda Ocorrência 
 
O segundo episódio (Figura 6.3) ocorrido foi precedido de uma forte precipitação 
pluviométrica no fim do dia 11 de agosto de 2009. Chegando na obra por volta das 
 
 
48
7:00 hs do dia 12 de Agosto o mestre pode visualizar o problema, onde por 
percolação da água pelo piso de concreto, provocando um vazio no solo na parte 
posterior da parede diafragma justamente no local onde sua seção estava 
estrangulada, ocorreu a ruptura parcial do painel devido a carga depositada sobre o 
piso. 
 
 
 
Figura 6.5 – Ruptura Parcial do Painel da Parede Diafragma 
Fonte: SDI (2009). 
 
6.4 Danos causados pelas ocorrências. 
 
6.4.1 Primeira Ocorrência 
 
Na primeira ocorrência, não houve danos a imóveis vizinhos e a terceiros na obra, 
visto que esse incidente, não pode ser tratadocomo um acidente, e sim um ônus da 
solução tomada no momento. 
 
 
 
 
 
49
6.4.2 Segunda Ocorrência 
 
Na segunda ocorrência houve alguns danos na obra e aos imóveis vizinhos, pelo 
fato da parede diafragma nessa lateral da obra não estar alinhada à divisa do 
terreno (. O dano para a obra, no caso do segundo acidente foi o afundamento do 
piso localizado atrás da parede diafragma e perda do material que se encontrava 
sob o piso de concreto. 
 
6.5 Projeto e recuperação dos trechos afetados. 
 
6.5.1 Primeira Ocorrência 
 
No caso da primeira ocorrência, foi consultado o projetista da fundação e contenção 
com relação ao problema de deslocamento da lamela, que resultou no abaulamento 
contrário, o mesmo atestou que o problema é apenas estético sem nenhum impacto 
na funcionabilidade da parede. Sendo assim o problema será resolvido com o 
revestimento da parede. 
 
6.5.2 Segunda Ocorrência 
 
No caso da segunda ocorrência, a obra finalizou a escavação, para cota de 
execução da terceira e última linha de tirantes de baixo para cima. 
 
Após a verificação dos engenheiros atuantes na obra, projetista da parede diafragma 
e fundações, engenheiro fiscal da empresa executora, engenheiro residente e 
engenheiro coordenador técnico da obra, em conjunto, tomaram a decisão de 
verificar a carga de protensão dos tirantes no local da segunda ocorrência, e 
deslocar a execução dos serviços de escavação para o local e remanejar o material 
retirado da escavação para aterrar o trecho da parede com ruptura parcial (segunda 
ocorrência). 
 
No trecho onde ocorreu o colapso parcial (segunda ocorrência) foi projetada uma 
nova parede, composta por estacas tipo raiz com diâmetro de 40cm, justapostas em 
linha ao longo da extensão da parede e travadas ao nível do piso do último subsolo, 
 
 
50
e essa solução ainda conta as duas linhas de tirantes já executadas e mais a 
terceira linha de tirantes que será executada, posteriormente após a escavação no 
nível da terceira linha de tirantes. Essas estacas foram executadas susbstituindo a 
lamela (parede) danificada, sendo executadas por trás da lamela. 
Todo esse processo de reforço foi acrescido da reprotensão dos tirantes próximos a 
nova parede executada, e colocação de longarinas metálicas horizontais de perfis de 
aço W 250 x 80 no atirantamento dos tirantes existentes com a parede e a linha de 
estacas, o que distribui melhor as tensões de tração ao longo das paredes. 
 
O processo de recuperação e todo seu projeto foi uma solução sugerida pelo 
projetista de fundações e contenção, aceita de comum acordo pelos profissionais da 
incorporadora e construtora que está executando a obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51
7. ANÁLISE DOS FATORES DAS OCORRÊNCIAS 
 
7.1 Laudo 1 – Construtora 
 
São apresentados na sequência, dados dos relatórios feitos pela construtora e pela 
incorporadora, com a análise que possa ter contríbuido para a ocorrência dos fatos. 
 
O responsável pelas análises foi um engenheiro da construtora. Em seu laudo, foram 
analisados os requisitos geotécnicos estruturais sobre as condições do empuxo 
atuante e do dimensionamento da parede diafragma. 
 
O resultado da verificação da capacidade de carga dos tirantes, teve como resultado 
as mesmas 60 toneladas na primeira linha de tirantes, e 90 toneladas na segunda 
linha de tirantes, que era exatamente a carga de projeto, e verificou ainda, os 
comprimentos da ancoragem e posicionamento dos bulbos, concluindo também que 
estavam em conformidade. 
 
Por fim, o engenheiro concluiu que a parede diafragma, foi executada conforme o 
projeto original, além de apresentar os resultados das análises, as seguintes 
normalidades: 
 
• As paredes foram executadas conforme o projeto apresentado no que se 
refere às dimensões, cotas da mureta guia e de fundo, espessura e comprimento 
total; 
 
• O concreto empregado corresponde ao projetado: slump 200mm ± 20mm, 
com consumo de 400kg/m³ e resistência de 20MPa previstos no projeto; 
 
• Os tirantes apresentaram resultados dentro da normalidade, sendo ensaiados 
conforme a norma NBR/5629; 
 
Concluindo que o sistema de contenção projetado, constituído de parede diafragma 
atirantada provisoriamente, foi adequado e bem dimensionado ao tipo de solo e 
profundidade da escavação de projeto. Quanto ao trecho (segunda ocorrência) o 
 
 
52
engenheiro da construtora julgou não ser possível apontar o conjunto de causas que 
levaram a ocorrência. 
 
Diante das conclusões do laudo da construtora, a incorporadora realizou um novo 
laudo, tendo como responsável um profissional de sua confiança. 
 
7.2 Laudo 2 – Incorporadora 
 
O engenheiro responsável da incorporadora analisou as mesmas premissas 
verificadas pela construtora, os tirantes a partir da parede diafragma e os empuxos 
fornecidos pela empresa responsável pelo projeto da mesma, além de verificar os 
comprimentos da ancoragem e posicionamento dos bulbos. 
 
Nas análises feitas, o engenheiro da incorporadora concluiu que os tirantes foram 
dimensionados com uma certa folga, a mesma conclusão feita pelo engenheiro da 
construtora. 
 
Após as verificações o engenheiro da incorporadora concluiu que o projeto da 
parede diafragma está dentro da normalidade. 
 
Foi analisada pelo engenheiro da incorporadora, uma hipótese não levantada no 
laudo da construtora, que seria o controle dos processos de execução da parede 
diafragma. O mesmo então, solicitou relatórios de acompanhamento de execução da 
parede diafragma junto a construtora, que tinha por obrigação acompanhar a 
execução mediante a estes relatórios com a empresa contratada que executou os 
serviços. 
 
O relatório foi rastreado pela construtora referente ao dia da execução da lamela em 
questão (segunda ocorrência), e apresentado a incorporadora. O documento 
apresentava indícios de adulteração, que foi percebida após análise da 
incorporadora, o que reforça a hipótese de contratempo ou problema, durante a 
execução do referido trecho da parede diafragma. Outro documento que foi 
analisado, após a descoberta do fato relatado anteriormente, foram as notas fiscais 
da empresa fornecedora do concreto no dia da execução do trecho em questão. O 
intervalo excessivo entre o horário de carga das betoneiras, constatados nas notas 
 
 
53
fiscais do concreto usado na concretagem da lamela, reforça a hipótese de que 
houve uma interrupção prolongada no fornecimento do concreto, que possibilitou a 
decantação de siltes e areia fina presentes na lama, acima da superfície do concreto 
já lançado. Em contato com a lama bentonítica contaminada pelo cimento, essas 
partículas formam uma espécie de borra, que se desloca pelo concreto fresco, 
quando do reinício da concretagem ou recobertas por ele. 
 
O engenheiro da incorporadora conclui por fim que diante dos fatos possa ter 
ocorrido um estrangulamento da seção da parede diafragma no trecho em questão. 
Mesmo diante da demora para apresentar o relatório de acompanhamento da 
execução, o que gerou a hipótese de fraude, não houve como comprovar de fato o 
que aparentemente aconteceu. 
 
 
 
 
 
 
54
8. CONCLUSÕES 
 
A técnica de contenção apresentada neste trabalho, a parede diafragma atirantada, 
vem sendo cada vez mais utilizada, por ser a melhor solução para execução de 
contenção em obras com subsolos profundos em áreas densamente ocupadas. 
Podendo ser executada na presença de água, evitando assim a descompressão do 
solo pelo rebaixamento do lençol freático e formação de vazios no solo e posterior 
recalque da fundação o que pode comprometer a integridade da edificação. 
 
No processo de execução da parede diafragma, a lama bentonítica já vem sendo 
substituída pela aplicação de polímeros por algumas empresas. Devido ao fato de 
seu componente principal a bentonita, causar problemas a saúde de quem a 
manuseia ao longodo tempo. Porém por uma questão de custo, ainda há uma certa 
resistência na substituição da bentonita pelos polímeros. 
 
Com relação ao estudo de caso, e a primeira ocorrência na execução da parede 
diafragma, concluiu – se que a decisão tomada pelo corpo técnico da construtora no 
momento da execução, foi a solução mais correta a ser tomada no momento 
gerando apenas uma diferença notada visualmente no alinhamento das lamelas da 
parede diafragma, o que pode ser resolvido posteriormente no revestimento da 
contenção utilizada. 
 
Na segunda ocorrência, a metodologia proposta pelo projetista para recuperação do 
trecho, atendeu a contento as condições impostas pela incorporadora na ocasião. 
Visto que, após a execução da parede composta por estaca raiz, com longarinas 
metálicas em todos os tirantes com reprotensão, foi satisfatório. E depois de 
executada, com posterior travamento pelas lajes de periferia na contenção não 
apresentará mais qualquer risco. Podendo ser retiradas as longarinas dos tirantes 
provisórios. 
 
Em vista das diversas análises, fatores e hipóteses intervenientes na segunda 
ocorrência, levantadas neste trabalho, concluiu-se que o colapso da estrutura da 
parede diafragma pode não estar ligado só ao fator da execução falha e falta de 
controle, e sim, a soma de diversos pequenos fatores. 
 
 
 
55
O estudo mostrou um insucesso na execução de uma parede diafragma atirantada, 
servindo este caso como um alerta para a engenharia, quanto aos riscos em obras 
geotécnicas, e o problema causado na falta de acompanhamento e controle da 
execução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56
9. RECOMENDAÇÕES 
 
Diante das ocorrências fica a recomendação para que se tenha um 
acompanhamento técnico mais rigoroso durante a execução de todas as fases da 
obra, e não apenas da fase de contenção, que é relativa ao tema do trabalho em 
questão. E que seja seguido rigorosamente os procedimentos estabelecidos na 
norma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57
REFERÊNCIAS 
 
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http://www.buenonetto.com.br Acesso em: 10 de Outubro de 2009. 
 
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Parede Diafragma – Controle Ambiental. Disponível em: http://www.der.sp.gov.br 
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Paulo: IPT – INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO 
PAULO, 2002. p.82 
 
 
 
 
 
APÊNDICE A 
 
 
 
 
 
 
2
ANEXO A 
 
 
 
 
 
3
ANEXO B

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