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AULA 1 - IMUNOLOGIA - 16-02 2

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AULA DIGITADA DE IMUNOLOGIA						NÚMERO: 01
PROFESSORA: ANA CLÁUDIA							DATA: 16/02/2017
INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA
Parte 1: Carol e Carina.
A imunologia é o estudo das defesas do organismo contra infecção, ou seja, da resposta imunológica. A resposta imunológica é o conjunto integrado e regulado de ações de defesa e ataque, executado pelo sistema imunológico contra agentes invasores potencialmente patogênicos, como bactérias, vírus, protozoários, fungos, quer sejam esses elementos químicos, como peçonhas, venenos, etc. Dentre as funções do sistema imune estão: defesa contra os micro-organismos infecciosos; “limpeza” do organismo; retirada de células mortas; renovação de determinadas estruturas; rejeição de enxertos; memória imunológica.
Mas quais são as duas formas de defesa que nosso corpo tem? A imunidade inata e a imunidade adaptativa. Como o corpo se defende? O nosso organismo possui algumas proteínas de defesa no combate aos micro-organismos invasores.
A resposta inata nasce com a gente, é a primeira linha de defesa, vai sempre responder da mesma forma, independente do micro-organismo que eu tenha no meu corpo. Por exemplo, a resposta imune inata responde frente a bactéria A, bactéria B, ao fungo C e ao vírus D, da mesma forma. O macrófago é um tipo de célula do sistema imune que gera uma resposta inata, ele reconhece o micro-organismo, fagocita e destrói. O mecanismo de fagocitose é o mesmo, independente de qual patógeno é invasor. Portanto, é uma resposta imediatamente disponível (horas), não específica e não conduz a imunidade duradoura.
Em contra partida, a resposta adaptativa é mais demorada, ativa após o 5º dia, é específica, forma a imunidade protetora. Um exemplo são os linfócitos B e T, que também nascem com a gente, porém são altamente específicos para um determinado patógeno. Por exemplo, o linfócito específico para o antígeno 1 da bactéria A, não vai responder à bactéria B. Portanto, é altamente específica, voltada para um “pedaço”, somente será ativada quando entrarmos em contato com o “pedaço 1” da bactéria A, e assim por diante. Esse “pedaço” é denominado antígeno, corpo estranho capaz de causar uma resposta imunológica, ativar mecanismos de resposta imune.
Então:
· Resposta imune inata / natural / inespecífica Linha de defesa inicial contra micro-organismos: mecanismos celulares e bioquímicos já existentes antes do contato; Padrão de resposta igual mesmo em infecções sucessivas; Receptores reconhecem antígenos comuns a várias moléculas de diversos micro-organismos (PAMPs – padrões moleculares associados a patógenos); Uma mesma célula pode possuir vários receptores.
· Resposta imune adaptativa / adquirida / específica Resposta desenvolvida após a exposição a determinado agente; É capaz de reagir de forma mais rápida e mais eficaz em contatos subsequentes (memória); Receptores celulares codificados após o processo de recombinação gênica: identificam especificamente determinada molécula e nenhuma outra mais (especificidade); Cada célula possui apenas um determinado receptor (expansão clonal).
Para ficar claro, vamos pensar no princípio da vacinação:
Qual a importância de tomar a vacina? Para a criação de anticorpos, para a geração de uma resposta duradoura. Se essa resposta não fosse duradoura, qual seria a importância de vacina? Se dentro de alguns meses esses anticorpos já fossem degradados não teria o porquê de se vacinar.
A vacina é um dos princípios que envolvem uma função do nosso sistema imune que é a memória e a função duradoura, uma vez que somos imunizados com o antígeno, nós vamos desenvolver uma resposta contra aquele antígeno e a resposta é longa, duradoura. Isso ocorre porque o nosso sistema imune possibilita determinada função. 
Algumas vacinas, por exemplo, a gente toma uma vez na vida, outras a gente tem que fazer doses de reforço. Por que tomamos algumas vacinas uma única vez na vida? Ex: BCG no RN. As células que são ativadas quando tomamos uma vacina, são os linfócitos B (imunidade adaptativa). Uma vez ativados, permanecem no nosso organismo para o resto da vida, combatendo antígenos. Ao entrarmos em conato com a doença, esses linfócitos estarão prontamente ativos para combate ao determinado patógeno. Então, uma das características da imunidade adaptativa é a resposta protetora, ou memória imunológica. Já outras vacinas, como a do tétano, possuem uma memória curta, portanto devemos tomar outra dose em 10 anos. Passam-se esses anos, as células produzidas contra o tétano, morrem, sofrem apoptose, sendo necessária a produção de novas células. A vacinação contra gripe é feita anualmente em decorrência da alta mutação viral. O vírus da gripe (Influenza) é altamente mutante o que faz com que a Organização Mundial da Saúde recomende, anualmente, a vacinação contra a gripe com as novas cepas. A vacina é desenvolvida de acordo com o “pool” de vírus mais comuns dos anos anteriores, e inoculada na população. Se no próximo ano o vírus modificar sua estrutura e apresentar novos antígenos, a vacina anterior não terá mais efeito significativo, não reconhecerá mais esse vírus, podendo causar novamente a doença no nosso organismo. (prova).
Atenção: toda vacina confere imunidade adaptativa!
	
A vacina é profilática e não terapêutica. Por isso as pessoas devem ser imunizadas antes de adquirir a doença. Um exemplo é a febre amarela, onde a imunização deve ocorrer cerca de 15 dias antes da pessoa viajar para as áreas de risco. Esse é o tempo que a vacina demora para desenvolver a resposta adaptativa para esse microrganismo. 
Alguns linfócitos sofrem diferenciação nos gânglios linfáticos, outros migram até os tecidos, por isso existem vacinas feitas em doses. A primeira dose seria para ativar o linfócito B, a segunda para torna-lo funcional e a terceira ele se encontra no seu pico de 100% de atividade, para gerar uma célula de memória eficiente. Portanto a célula sai do seu estado dormente e passa para o estado ativado, funcional. Dependendo da via de ativação, a memoria é curta ou longa.
Então qual é a importância da resposta imune inata? No processo inicial, na entrada do microrganismo, se eu não tiver a imunidade inata, esse microrganismo teria um descontrole, não existiria uma barreira controlando o crescimento desse patógeno. Ela é importante para termos um controle inicial. A resposta adaptativa começa a ser eficiente a partir do quinto dia da infecção, a imunidade inata, a partir do momento em que o microrganismo entra no nosso corpo ela já esta disponível imediatamente, dentro de poucas horas ela já inicia seu processo efetivo de eliminação desse microrganismo, por isso, que embora ela não seja específica e que não tenha uma eficiência comparada com a resposta adaptativa, ela é super importante, pois como são células que nasceram com a gente, estão prontas para combater qualquer processo de infecção sem gasto energético, como na adaptativa, que necessita ativar o linfócito. Quando a resposta inata não consegue matar o patógeno, pelo menos ela controla a proliferação do microrganismo. Então muitas vezes o nosso organismo não ativa a imunidade adaptativa, não se torna necessário, a inata é suficiente para controlar o crescimento do organismo.
E qual é a importância da resposta adaptativa? Ela é extremamente especifica, então se eu tiver um processo de infecção pela bactéria A, eu vou ter uma resposta direcionada para a bactéria A. Se a bactéria B infectar o nosso corpo, vai ser outro tipo de resposta para a bactéria B. É extremamente específica e gerada de acordo com o tipo de microrganismo que esta infectando o nosso corpo e, o fato dela ser especifica é que ela é extremamente eficiente, ela é muito mais fortemente ativada e, então se a imunidade inata não deu conta de controlar o processo de infecção inicial, a adaptativa, na maioria dos casos, vai ser eficiente em eliminar o microrganismo.
Quais são as células mais importantes do nosso sistema imune inato? Os fagócitos. Esses identificam, ingerem, englobam e destroem o microrganismo. A função final do fagócito,sempre é destruir o microrganismo, ele tem que identificar aquilo que é estranho ao nosso corpo, englobar ele e eliminar esse microrganismo. Dentro das células fagocíticas quais são as mais importantes? O fagócito principal é o macrófago. Os fagócitos profissionais são as células que tem a função primordial de fagocitose. Macrófagos a gente tem no tecido. Qual é a forma dele no sangue? Os monócitos, que são células eficientes que fazem parte do nosso sistema circulatório. 
Além dos monócitos, o que a gente tem no sangue que tem o papel de fagocitose? Qual é a célula mais predominante na nossa corrente sanguínea? O neutrófilo. O neutrófilo é outra célula bem importante no processo de fagocitose, faz parte da classificação dos fagócitos, pode também ir para os tecidos.
Além dessas células, a gente tem células dendríticas que fazem parte da imunidade inata. Sua função principal não é fagocitose, mas pode atuar quando necessário. Qual é a função de uma célula dendrítica? Ela é tida como uma APC, célula apresentadora de antígeno, é ela que vai ser importante para fazer o link entre imunidade inata e a imunidade adaptativa e, nos temos também as células NK, células assassinas, também tem uma função crucial no processo de resposta imune inata.
Portanto, a função primordial de um fagócito é identificar, sequestrar, destruir e eliminar um patógeno. A própria presença de um patógeno leva ao recrutamento de fagócitos para o local da infecção, torna os macrófagos ativos. O sistema imune primeiramente se encontra em homeostase, quando ocorre a penetração de um patógeno, por exemplo no pé, tem-se uma infecção. No tecido, encontramos alguns macrófagos, que algumas vezes estão em quantidade muito pequena no local, nesse momento, o patógeno provoca a ativação dessas células e há recrutamento de outros macrófagos para combater a infecção. 
	Na resposta inflamatória podemos identificar alguns sinais como dor, rubor, calor, edema. Isso aumenta a permeabilidade endotélica vascular, há extravasamento de células de defesa, juntamente com proteínas e líquidos corporais, gerando edema. O vermelhidão é decorrente da vasodilatação e todos os sinais são resultantes desse recrutamento celular, células que estavam no sangue e vão para o tecido.
	O neutrófilo é uma célula polimorfonuclear (núcleo segmentado) de defesa muito rápida, altamente circulantes, pode ser sensibilizado logo no inicio do processo infeccioso. Da mesma forma que chega rapidamente na infecção, morre com facilidade em pouco tempo de ação. Porém esse tempo é suficiente para haver o recrutamento de outras células de defesa para o local de ação. Além da fagocitose, os neutrófilos possuem dois tipos de grânulos específicos que liberam substâncias para destruir patógenos extracelulares, principalmente bactérias e fungos. Estes grânulos são os específicos e azurófilos, que contêm substâncias nocivas para o patógeno. Os grânulos azurofilos são lisossomos que providos de enzimas e substâncias microbicidas (defensinas e catelicidinas, peptidios antimicrobianos, catiônicos, com carga positiva e se ligam com patógenos negativos). A degranulação do neutrófilo leva a morte celular.
	Além das funções fagocíticas, os macrófagos ativados secretam citocinas que permitem a comunicação entre células (TNF-α, principal citocina liberada); Atuam como APC (Células Apresentadoras de Antígenos); fazem reconhecimento de moléculas dos microrganismos ou do hospedeiro em resposta a uma infecção através de receptores específicos. Macrófago produz também IL-1, que é outra citocina chamada interleucina-1 também atuante na comunicação celular.
 	Esse macrófago ainda pode realizar outro papel no nosso corpo cujo é muito específico e iremos discutir mais para frente, que é de célula apresentadora de antígeno (APC) mas essa não é sua função primaria, sua função principal é fagocitose. A célula apresentadora de antígeno profissional são as células dendríticas. 
	Como é que o macrófago identifica o patógeno? O primeiro passo da fagocitose é a identificação sendo reconhecido seu material genético por meio dos receptores de superfície, endossômicos e citosólico, então em qualquer lugar da célula possui sensor. O patógeno do lado de fora eu tenho um monte de receptor que vai reconhecer esse patógeno, o patógeno entrou, está em uma vesícula endossomica eu continuo tendo vesículas ali. Então a gente já sabe que na interfase entre macrófago e patógeno nós temos uma gama de receptores que fazem essa sinalização, esse alerta para o macrófago que tem microrganismo ali.
	Eu falei para vocês que um fagócito circulante é um monócito sendo que ele está lá no sangue, no tecido ele é um macrófago, ele nada mais é que uma célula circulante no seu estado monócito e quando ele vai para o tecido sofre uma diferenciação e aí passa a ter características totalmente diferentes daquela célula circulante. 
Á medida que eu tenho o extravasamento e ele migra para o tecido ele vai virar o macrófago, mas o que é que faz ele virar esse macrófago? Citocinas, existem várias citocinas que vão fazer parte desse processo de diferenciação. Esse macrófago pode ser M1 qe é o que chamamos de classicamente ativado ou quando ele chega no tecido pode se diferenciar em M2 que é alternativamente ativado, que são dois perfis polarizados opostos. 
Eu tenho o M1 e M2, o classicamente ativado (M1) recebe o nome de pró inflamatório sendo a favor da inflamação, então ele tem que ser uma célula capacitada para colaborar com o processo de inflamação, ele tem que ser pensando grosseiramente uma célula inflamatória e produz citocinas importantes para esse papel, que são a TNF-α e a IL-1 que vão dar continuidade a todo o processo inflamatório.
Agora vamos pensar aqui, chegou o macrófago M1 produzindo a inflamação para eliminar esse patógeno, ele está chamando o neutrófilo também, que tem como função fagocitose e pode também degranular. Vamos imaginar que esse neutrófilo esta degranulando, o que ele tem? Lisosinas, colagenase e elastase. Será que essas enzimas vão atuar só no patógeno ou podem atuar também no meu tecido saldável? Como é imunidade inata não é específica então meu tecido saudável ao redor pode estar sendo lesionado, como tenho colagenase e elastase elas podem degradar a minha matriz extracelular, então eu preciso ter uma célula que faz controle disso e que faça reparo do dano tecidual, pois 99,9% das respostas inflamatórias gera dano tecidual.
	Porque é tão ruim e temos que ter controle da resposta inflamatória? Pois ela é deletéria quando é exacerbada, quando temos um processo inflamatório contínuo muito persistente eu tenho que controlar, pois pode ser muito mais prejudicial ao meu corpo do que se ele não existisse. Essa resposta pró-inflamatória é sustentada pelo meu patógeno, que é ele que ativa meu fagócito, se eu estou diminuindo meu patógeno eu estou diminuindo o estímulo para manter meu macrófago pró-inflamatório. 
Agora eu começo a aumentar meu estimulo de qual resposta para entrar em homeostasia novamente? O anti-inflamatório, que é meu macrófago M2, então o macrófago alternativamente ativado, como falei para vocês, eles tem perfil oposto ao M1. Quais são as citocinas importantes de M2? IL-10 que é uma citocina reguladora, e TGF-β que é um fator de crescimento de fibroblasto, então ele ativa a produção de colágeno, ativa proliferação de fibroblasto e aí o que acontece? Se eu tive um dano tecidual eu tenho que ter esse reparo, esse reparo dependendo da extensão da lesão o tecido continua com sua função orgânica normal, mas se a extensão for muito grande vai ter troca de tecido por fibrose (TC), perdendo sua função orgânica. 
Quando pensamos em doenças respiratórias que acometem principalmente o pulmão, este não tem muita resposta pró inflamatória (porque é pior se tivesse muita do que não existir), tem aqueles macrófagos, proteínas surfactantes que funcionam como uma defesa. Vamos pensar lá no alvéolo, se houver alguma inflamação ele fecha e perde troca gasosa. Então no pulmão eu tenho um processo de inflamação que é difícilde ser combatido pela pouca resposta imune, aí quando elimina o patógeno e vai ter o reparo eu tenho uma fibrose imensa. Esse processo pode gerar insuficiência respiratória e acontece muito com doenças fungícas sistêmicas, pois é difícil de ser combatido.
Aqui temos algumas morfologias dos macrófagos, quando eles são superativados como chamados de células epitelióides por possuir semelhança com células epiteliais, um núcleo bem alongado, mas nada mais é do que um macrófago. Uma outra característica relacionada com o macrófago são essas células gigantes multinucleadas. Uma célula vai se fusionando com a outra na intenção de se tornar mais eficiente contra o patógeno, isso é um granuloma. No centro eu tenho o patógeno, o macrófago vem ao redor e circunda esse patógeno na tentativa de eliminar ele, enquanto ele não for eliminado o macrófago está ali ainda tentando combate-lo. Quem vem ao redor para sustentar esse perfil pró inflamatório? Linfócito.
O granuloma tem função de pró inflamação e de barreira física para conter o patógeno.
Uma outra classe da imunidade inata que em geral são os granulócitos, dentre eles:
· Mastócito: envolvido com resposta alérgica
· Basófilo: resposta não muito definida, tem envolvimento com resposta alérgica e contra elmintos.
· Eusinófilo: resposta contra elminto, que tem várias proteínas que são tóxicas e que facilmente atua contra ele.
Nós vamos falar de basófilo hoje e só no final da disciplina porque sua representatividade no sangue é pequena, é menos de 1%, então embora ele tenha participação na resposta alérgica e contra parasito é pequena sua porcentagem. 
Vamos falar um pouquinho desse mastócito, ele possui a histamina que tem função vasodilatadora que tem como consequência o aumento daquele extravasamento, possui também citocinas e mediadores inflamatórios, como mediadores inflamatórios podem pensar em quimiocinas. O que é uma quimiocina? é uma citocina quimio atraente, vamos pensar assim a quimiocina sensibiliza, pega e orienta por meio de receptor até o lugar onde ela tem que estar.
	Já ouviram falar de choque anafilático? O que é o choque? É uma resposta alérgica que ocorre na segunda exposição ao antígeno. O mastócito para ser funcional ele possui receptores FC na sua superfície, esse receptor desse jeito não é funcional. Na primeira vez em que temos contato com o antígeno o nosso organismo lida como uma ameaça recrutando o linfócito B (resposta imune adaptativa) que começa a produzir anticorpos e libera esses anticorpos na circulação. O anticorpo possui duas regiões, os braços e o corpo (fica livre), o braço do anticorpo reage com o antígeno, ele vai interagir com aquela molécula que estimulou o linfócito B a produzir o anticorpo. Como o anticorpo é resposta adaptativa ele é especifico agindo exatamente no antígeno que desencadeou a resposta alérgica.
	O anticorpo interage pelos braços com o antígeno e pelo corpo ele se liga ao mastócito pelo corpo. Esse anticorpo que foi produzido lá no primeiro contagio foi para o mastócito o revestindo, quando entra em contato de novo com o estimulo, o antígeno A vai se ligar a superfície do mastócito que vai ativar o mastócito liberando todos aqueles grânulos (histamina, citocina e quimiocina). 
O indivíduo que tem propensão, que é muito alérgico ativa muito o sistema imune revestindo muitos mastócitos. Imagine um milhão de mastócitos degranulando todas ao mesmo tempo, a pessoa pode ter esse choque anafilático. Qual é a solução? Adrenalina, pois sua função é vasoconstritora (histamina é vasodilataora). O anti-histamínico não funciona nessa situação pois a carga é muito grande, ate que ela possa ir lá e bloquear os receptores a pessoa morreu. Já a adrenalina diminui o extravasamento, diminuindo o inchaço e libera as vias respiratórias.
Parte 2: Flávio e Fer
Os eosinófilos, como eles estão relacionados com a defesa contra helmintos, onde seria um bom local, um local estreatégico para a localização desses eosinófilos? No intestino, então, temos um monte de eosinófilos principalmente nas mucosas respiratória, gastrointestinal e genitourinária. Porque na mucosa respiratória? Por causa do ciclo de alguns helmintos, e também, os eosinófilos tem uma pequena atuação em respostas alérgicas, e a gente vai ver como funciona essa participação.
Agora vamos falar da célula apresentadora de antígeno (APC). Quando a gente pensa em APC, temos em mente as células dendríticas. Elas tem duas funções, a primeira, quando ela está fixa no tecido, é de captura de antígenos, uma vez que ela captura o antígeno, ela os apresenta para os linfócitos. Por isso, essa célula é protagonista da resposta inata e adaptativa. É uma célula da inata, mas funciona como estímulo para a resposta adaptativa. Então, ela funciona como uma ponte que liga a inata e a adaptativa. O antígeno que entrou no corpo pode ser capturado por essa célula dendrítica que está fixa no tecido (primeira função), agora, ela tem que apresentar esse antígeno para os linfócitos (segunda função). A célula dendrítica é o ponto central da inata e da adaptativa, não existiria resposta adaptativa sem a inata. É importante que a célula dendrítica tenha capacidade fagocítica, pois se não for gerado antígeno (da função do macrófago) ela pega o patógeno, quebra em pedaços e apresenta pro linfócito. Essa célula, é a que mais tem receptores do inato, isso facilita, pois qualquer patógeno pode sensibilizar o sistema imunológico.
	Existem duas classes de células dendríticas: convencional e plasmocitóide. Toda vez que falarmos em célula dendrítica como APC é a convencional. A plasmocitóide estão relacionadas a resposta imunológica viral, pois ela consegue reconhecer material genético dos vírus. Essa célula produz várias citocinas, que em grupo são chamadas interferons do tipo 1, que estão relacionados ao estado antiviral. Quando uma célula é infectada, ela produz interferons do tipo 1, as células vizinhas internalizam os interferons e ficam em um “estado antiviral”, estando protegidas contra o vírus. A célula dendrítica plasmocitóide faz isso, quando ela identifica a infecção viral, produz interferons para evitar a multiplicação do vírus.
	Além da célula dendrítica e o macrófago, existe outra celula que tem função apresentadora de antígeno, o linfócito B. Porém, macrófagos e linfócitos B só fazem isso em situações especiais.
	Os basófilos, mastócitos, eosinófilo, dendrítica, macrófago e neutrófilo são de origem mielóide. A única célula da resposta inata que vem de progenitor linfóide é a NK. 
	Progenitor linfóide da origem aos linfócitos B, linfócitos T e NK. Se olharmos a função e a morfologia de uma célula NK ela é muito parecida com um linfócito, a diferença é a especificidade, NK não é específica, e linfócito é específico. A NK é muito importante para a destruição de células infectadas, principalmente quando estão infectadas por vírus. Pois o vírus entra em uma célula qualquer do nosso corpo, quando essa célula é do sistema imune, ela tem a capacidade de “ver” o vírus, mas quando ela é qualquer outra célula (como os hepatócitos infectados pelo vírus da hepatite), ela não tem maquinaria para matar microorganismos, por isso, as células NK reconhecem essas células, degranulam e liberam enzimas para digerir a célula infectada (isso é chamado beijo da morte).
	Agora sobre a resposta adaptativa. O linfócito, ao contrário das células do sistema inato, é específico. Cada linfócito reconhece uma coisa diferente. Por exemplo, a albumina, uma proteína, que se dividida em várias partes representa vários antígenos, cada linfócito vai ser específico para um antígeno. Então, quando esses linfócitos são gerados no nosso corpo, eles são destinados a reconhecerem antígenos específicos, e eles vão morrer reconhecendo esses antígenos. Linfócitos são todos diferentes um do outro, é claro que não temos somente um linfócito para o antígeno 2,3,4 (exemplo), imaginem que tem dez exemplares, eles vão dar conta da resposta adaptativa? Não, eles precisam proliferar, isso se chama expansão clonal, aquela uma célulaexpecífica para um antígeno, reconhece o antígeno e se multiplica de forma clonal, até formar milhões de células. 
	Os linfócitos B, que tem função de produzir anticorpos. Em seres humanos, a produção de linfócitos B se dá na medula óssea. Ele está envolvido com a imunidade humoral quando há produção de anticorpos (então eu tenho la na resposta adaptativa duas divisões, a humoral, que é mediada por linfócitos B via anticorpos, e a imunidade celular, que está relacionada com os linfócitos T). 
Os linfócitos T tem todo o processo de maturação no timo. Ativação de linfócito T causa uma resposta imune celular, mediada por células. Linfócitos T tem algumas terminologias: cluster de diferenciação (CD) - é uma molécula que tem no linfócito T, que se ele a possui podemos afirmar com certeza qual linfócito T é. Portanto, é um identificador. Quando se fala em T CD4, há dois tipos: o auxiliar (helper) e o regulador (reg). Por exemplo T CD4+ (T helper, relacionado ao HIV) e T CD8 (T regulador).
O TCD8 é conhecido como T citotóxico, e tem a mesma função da NK: “killer”, que identifica a célula infectada, joga grânulos e mata a célula; a diferença é que seu reconhecimento é específico, e a NK não.
Quando o linfócito sai da medula (Linf. B) e do timo (Linf. T), ele está sob uma forma dormente. Então dependendo do estado de exposição ao antígeno, existem classificações da célula: 
- célula T naive (“virgem”, pois não encontrou, não reconheceu o antígeno)
- célula T efetora (já reconheceu o antígeno e pode desempenhar sua função. Já está ativa)
- célula T memória (ela está dormente, mas já conhece o antígeno e quando entra em contato com o mesmo, já está pronta para destruí-lo. Isso acontece quando já houve exposição anterior ao antígeno. É o princípio da VACINA).
TECIDOS LINFOIDES (sist. Linfático)
“Para otimizar as interações celulares necessárias para as fases de reconhecimento e ativação das respostas imunológicas específicas, os linfócitos e as APCs se concentram em tecidos ou órgãos anatomicamente definidos, para os quais os antígenos estranhos são transportados e concentrados. Essa compartimentalização anatômica não é fixa, pois muitos linfócitos se movem constantemente entre os tecidos e circulação”. ABBAS, p. 56
Sist. Linfático é dividido em um próprio para o desenvolvimento da célula e outro para a ativação celular. 
Ex.: desenvolvimento da célula B é na medula, e da célula T é no timo. Esses dois órgãos são divididos em órgão linfoide central ou órgão linfoide primário, onde tem as etapas de desenvolvimento e maturação das células. 
De acordo com ABBAS, os tecidos linfoides são classificados em órgãos geradores ou primários, onde os linfócitos expressam inicialmente os receptores de antígenos e atingem a maturidade, e em órgãos periféricos ou secundários, onde as respostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são iniciadas (p.57).
O linfócito B, principalmente, sai maduro. O linfócito T em alguns casos ainda está imaturo. Mas via de regra: desenvolveu e maturou! Saem pra corrente sanguínea prontos pra encontrar o antígeno.
O órgão onde há ativação por contato com o antígeno – órgãos linfoides secundários ou periféricos: baço, nódulo ou gânglio linfático ou linfonodo e mucosas (sist. imunológico cutâneo). A célula sai do timo e da medula como T naive e é ativada nesses locais. Ex. íngua: nódulo linfático inchado; é provocada por uma infecção e fica inchada pelo excesso de produção de células de defesa. 
Entendendo o porquê de a resposta imune adaptativa ser demorada (5 a 9 dias): o linfócito T sai do timo, cai na corrente sanguínea e vai passar por um órgão linfoide periférico. No gânglio periférico, o linfócito T naive se transforma em T efetor quando entra em contato com o antígeno. Quem apresenta o antígeno ao linfócito é a célula dendrítica (é fixa no tecido e faz a captura e internalização do antígeno para apresentar o mesmo ao linfócito). Do timo para o tecido periférico, a passagem é pelo sistema sanguíneo; do local de infecção para o tecido periférico, passa pelo sistema linfático; e do tecido periférico para o local de infecção passa pelo sistema sanguíneo. Então, pelo sangue vem a célula (linfócito) e pela linfa vem a cel. dendrítica com o antígeno, e ambas convergem no gânglio. No gânglio, a cel. dendrítica vai apresentar o antígeno ao linfócito, e após o reconhecimento desse antígeno, ocorre proliferação dos linfócitos, ocasionando inchaço. Então, depois do reconhecimento a célula entra na corrente sanguínea e vai ao local da infecção. Devido a todo esse trajeto é que a resposta adaptativa é tão demorada.
Entendendo como as células do timo e da medula (linfócitos) e o antígeno entram e conseguem ficar no mesmo lugar: 
As células (T e B) entram pelo sangue, através da vênula endotelial alta (presente no gânglio). 
Quando o linfócito entra no gânglio, ele precisa passar pelo tecido e para isso ocorrer é preciso uma identificação, uma sinalização – quimiocinas do tecido. OBS. Esse sistema de funcionamento do gânglio é o mesmo do baço!
Existem quimiocinas específicas para cada linfócito (T e B). Através de seus receptores, os linfócitos são atraídos pelas quimiocinas e vão para o meio do órgão: zona de célula T (na região medular) e zona de célula B ou região de folículo (mais periférico). Para a célula dendrítica específica poder chegar na zona T ou B e apresentar o antígeno é preciso que a mesma tenha os receptores de quimiocinas. 
A célula dendrítica, no tecido perto da infecção, é fixa e tem como função a captura do antígeno; depois ela precisa fazer a apresentação desse antígeno, e para isso se torna móvel devido à ação das quimiocinas (quando a cel. dendrítica está fixa, ela não possui o receptor; mas quando captura o antígeno ela aumenta sua expressão de receptores de quimiocinas, o que permite que ela seja atraída para o gânglio). CCL e CXC – quimiocinas. CCR – receptor. 
CCR7 – receptor de quimiocina do linfócito T e da dendrítica
CCL19 e CCL21 – quimiocinas importantes! 
NÃO ESQUECER: dendrítica e linfócito T têm o MESMO RECEPTOR. Se não tiver o mesmo receptor, não tem como apresentar o antígeno no local correto.

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