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AULA 05 - Formas de Governo de Aristóteles (Informações Adicionais sobre a demagogia) (2019 1)

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CEDERJ - UFRRJ 
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS 
INSTITUIÇÕES DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO 
PROFESSOR: Afranio Faustino de Paula Filho 
 
 
AULA 05 - NOTA DE AULA COMPLEMENTAR: 
 
FORMAS DE GOVERNO PROPOSTAS POR ARISTÓTELES 
(INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE A DEMAGOGIA) 
 
O professor Nagib Slaibi Filho (in “Direito Constitucional”. Rio de Janeiro: Fo-
rense, 2004, p.609), sobre o assunto, ensina que: 
 
“Aristóteles (na Política) invocou a distinção que, antes dele, Heró-
doto e depois Platão (na República) fizeram quanto ao modo de governo: 
governo de um só (monarquia), de poucos (aristocracia) e de muitos (demo-
cracia). 
 
Tais formas puras podem ser contrastadas pelas formas impuras, 
que se manifestam com o desvio da finalidade do exercício do poder (tira-
nia, oligarquia e demagogia, a qual, aliás, foi dita por Platão ser a forma 
de governo de muitos, mas sem se vincular à lei)”. 
 
Do exposto pelo prof. Nagib e das considerações por mim feitas no caderno di-
dático, podemos concluir que as formas puras, eternizadas por Aristóteles, objetivam a 
satisfação dos interesses públicos, dos interesses da sociedade, enquanto as formas 
impuras caracterizam uma atuação do governante buscando a satisfação dos seus pró-
prios interesses. 
 
As formas puras caracterizam os bons governos; as impuras, os maus governos. 
 
Sobre a demagogia, como forma impura que se contrapõe à democracia (termo 
grego) ou à república (termo latino), explicam os professores José Pedro Galvão de 
Sousa, Clóvis Lema Garcia e José Fraga Teixeira de Carvalho, no “Dicionário de Política” 
(São Paulo: Queiroz, 1998, p.156-157) que: 
 
A demagogia, “fiel ao sentido etimológico - "condução do povo" -, é 
um termo que foi empregado durante algum tempo, entre os gregos, para 
caracterizar a liderança de personagens importantes da política, como Só-
lon (640-552 a.C.) e Demóstenes (384-322 a.C.). Esvaziou-se, porém, de 
sua honorabilidade original, adquirindo caráter pejorativo, quando Cléon, 
falecido em 422 a.C., e que sucedera a Péricles (499-429 a.c.), no governo 
de Atenas, ao ser retratado por Tucídides (380-322 a.c.) e especialmente 
por Aristófanes (445-388 a.C), foi considerado reles demagogo, em razão 
da vaidade e falácia com que exercia o poder”. Como se sabe, falácia 
é um termo latino que tem o sentido de trapaça. 
 
“Modernamente”, continuam eles, “o termo é usado segundo a 
deterioração semântica sofrida na Grécia antiga. E assinala a ação 
política que se desenvolve na linha da lisonja das massas popula-
res, a fim de cativá-las, explorando-lhes a credulidade e conquis-
tando-lhes a simpatia ou os votos, com vistas à escalada do poder, 
à permanência neste, ao mero carreirismo político. 
Expedientes diversos configuram o demagogo: a loquacidade 
encharcada de promessas de realização fácil do bem-estar geral, a propo-
sição de planificações redentoras de todos os males sociais, o pregão de 
utopias salvacionistas, as soluções oportunistas dos problemas, os arrou-
bos ilusionistas arrimados na desinformação intencional, as encenações 
populistas. 
Nos regimes de massa, a demagogia depara campo fértil para vice-
jar. Por sua mesma natureza, esses regimes deixam o homem à mercê da 
prestidigitação dos demagogos, que lhe açulam os instintos e, em nossos 
dias, encontram nos meios de comunicação, especialmente o audiovisual, 
condições altamente favoráveis ao domínio político”. 
(grifos meus) 
 
Com base nas explicações acima podemos concluir, como fazem vários autores, 
que hoje em dia o termo demagogia está associado à arte de iludir e de enganar o 
povo. 
Acredito que, com estes esclarecimentos, fique mais fácil a compreensão do 
termo demagogia como forma impura da democracia. 
 
Bons estudos! 
Prof. Afranio Faustino 
Coordenador de IDPP

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