Buscar

Processo do Trabalho (Aula 1 de 2)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROCESSO DO TRABALHO (Aula 1/2)
Princípios do Processo do Trabalho
Celeridade e concentração do atos: a justiça do trabalho tem por um de seus basilares a resolução dos dissídios relacionados à relações de emprego e trabalho, de forma mais célere possível, afastando-se atos processuais procrastinatórios.
Ultrapolação ou extrapolação: consiste na possibilidade do juiz conceder mais do que foi pleiteado na reclamatória, ou coisa diversa daquela que foi pedida; isto é, mesmo que o reclamante não tenha realizado pedido, pode o juiz, se possuir amparo legal, lhe conceder.
Iniciativa ex officio: não se trata tal princípio de simples impulso processual de ofício, é algo muito mais abrangente, os autores apontam como exemplo na aplicação deste princípio, a ação de anotação da Carteira de Trabalho, prevista no art. 39 da CLT, na qual recebendo o processo administrativo, o Juízo trabalhista providência ex officio a citação do empregador, transformando o procedimento administrativo em processo judicial.
Simplicidade: os atos processuais ocorrerão de forma a tornar a prestação jurisdicional cada vez mais célere; além disso, os procedimentos da Justiça do Trabalho, já que menos complexos, permitem ao Judiciário entregar o direito pretendido, mitigando o abuso de mecanismos processuais protelatórios pelo reclamado (réu).
Oralidade: a reclamação trabalhista poderá ser feita oralmente (sendo posteriormente reduzida a termo) pelo reclamante.
Subsidiariedade: este princípio fundamenta a aplicação subsidiária das normas de processo civil aos processos trabalhistas; isto porque as regras de processo trabalhista são insuficientes para o bom deslinde das demandas, cabendo subsidiariamente utilizar outras regras processuais que não contrariem as próprias do direito do trabalho e seus princípios.
“Jus postulandi”: é uma das exceções concedidas pela lei para que os próprios reclamantes e reclamados possam se socorrer do Poder Judiciário, isso sem a necessidade de um advogado os representando.
Primazia da realidade (verdade real): no Direito do Trabalho os fatos são mais importantes do que os documentos, pois muitas vezes o empregado assina documentos sem saber o que está assinando; por exemplo, se um empregado é rotulado como autônomo pelo empregador, possuindo contrato escrito de representação comercial com este, o que deve ser observado realmente são as condições fáticas que demonstrem a existência do contrato de trabalho (pessoa física, pessoalidade, subordinação, habitualidade e onerosidade).
Relação de trabalho
Relação de trabalho corresponde ao vínculo jurídico estipulado - expressa ou tacitamente -, entre um empregado e empregador, que irá remunerá-lo pelos serviços prestados.
A relação de trabalho ocorre quando estão presentes os requisitos do art. 3º da CLT, ou seja, quando há a prestação de serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Observação: hoje, com a reforma, havendo o fim da relação de trabalho, ou seja, extinguindo-se o contrato de trabalho, no tocante às verbas rescisórias, deve o empregador pagá-las no prazo de até 10 dias após o fim do contrato, sob pena de multa em valor equivalente ao seu salário. Isto depreende-se do art. 477 e §§, vejamos abaixo:
Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.
§ 6º A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até 10 dias contados a partir do término do contrato.
§ 8º A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora.
Pejotização
A “pejotização” é conhecida como uma prática do empregador em contratar um funcionário como pessoa jurídica (PJ) ou de dispensar um empregado e recontratá-lo na forma de PJ. Com isso, a empresa deixa de arcar com alguns encargos previdenciários e trabalhistas, tornando a contratação mais barata. Em qualquer dos casos, é necessário que o funcionário constitua formalmente uma PJ.
Ocorre que, na grande maioria dos casos, essa prática é considerada uma fraude e a reforma trabalhista não mudou isso. É importante lembrar que é considerado “empregado” o trabalhador que presta o serviço de forma habitual, com o recebimento de um salário, sem poder se fazer substituir por outro trabalhador e mediante subordinação, o que significa que ele tem seu trabalho dirigido pelo empregador. Assim, se o trabalhador presta o serviço com a presença de todos esses elementos, ele será um empregado, ainda que formalmente tenha sido contratado na forma de PJ (lembrar do princípio da primazia da realidade).
O que se verifica na “pejotização” fraudulenta é que a rotina de trabalho do PJ em nada difere de um empregado. O mesmo ocorre em relação ao trabalhador autônomo. Tanto na contratação de um autônomo quanto de uma PJ, não pode existir subordinação, o que significa que o seu trabalho não é dirigido por outra pessoa.
Por exemplo, podemos pensar em um motorista. Se ele é contratado como empregado, deverá comparecer ao seu trabalho todos os dias que seu contrato estipular e não poderá recusar serviço. Já se for contratado como autônomo, ele terá liberdade para executar o trabalho da forma que achar melhor e poderá recusar trabalho. O mesmo se dá com a contratação de uma PJ. Caso a empresa exija que compareça em determinados dias, ou, para citar outro exemplo, ordene as entregas que ele fará, estará caracterizada a fraude e haverá vínculo de emprego.
Aplicação subsidiária e supletiva do direito processual comum ao processo do trabalho
Dispõe o art. 15 do NCPC que "na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente".
A primeira parte do dispositivo é clara: as aplicações do NCPC serão aplicadas somente quando não houver normas que regulem os processos trabalhistas.
A novidade inserida é a aplicação supletiva, considerando que a aplicação subsidiária já era autorizada e prevista no art. 769 da CLT, que dispõe que "nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível".
A aplicação supletiva se dá de forma complementar, ou seja, é mais autônoma do que a aplicação subsidiária e visa aprimorar e suprir as falhas existentes no processo trabalhista.
O importante, todavia, é perceber os requisitos para a aplicação do direito processual comum ao processo do trabalho: omissão da legislação trabalhista (CLT) e compatibilidade.
Estrutura da Justiça do Trabalho
Varas do Trabalho
Nas Varas do Trabalho a jurisdição é exercida por juiz singular. Assim, tem-se um julgamento monocrático, culminando na sentença de 1º grau. A Vara do Trabalho é composta por 01 juiz do trabalho titular e 01 substituto.
As Varas de Trabalho são vinculadas ao TRT, que é quem define à qual jurisdição pertencem (a jurisdição abrange um ou alguns municípios). Nas Comarcas aonde não existe Vara do Trabalho, a lei atribui a função ao juiz de direito.
As Varas do Trabalho julgam apenas dissídios individuais (empregador X empregado) e essas controvérsias chegam às Varas através das reclamações trabalhistas.
Tribunal Regional do Trabalho
As vagas do TRT são preenchidas por juízes de carreira (escolhidos por promoção através dos critérios de antiguidade e merecimento), advogados (com mais de 10 anos de carreira, notório saber jurídico e reputação ilibada) e membros doMinistério Público do Trabalho (com mais de 10 anos de carreira).
Os TRT's são compostos de, no mínimo, 07 juízes do trabalho. 
Os TRT's poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras Regionais.
Por fim, os TRT's estão divididos em 24 regiões. Alguns TRT's abrangem a jurisdição de mais de um Estado. Além disso, o Estado de SP possui dois TRT's, o da 2ª e 15ª Região.
Tribunal Superior do Trabalho
O TST é composto por 27 ministros, escolhidos entre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da República, após prévia aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. Cumpre salientar que não há necessidade que sejam brasileiros natos, ou seja, estrangeiros naturalizados brasileiros também podem ser membros do TST.
Dos 27 membros, 06 deles serão escolhidos entre advogados e membros do Ministério Público (com mais de 10 anos de efetiva atividade e exercício profissional). Os outros 21 membros serão escolhidos entre juízes do trabalho dos TRT's.
Nos processos submetidos a julgamento nos TST's, haverá 01 ministro relator. Não existe revisor.
Os juízes que compõem os tribunais trabalhistas (TRT e TST) são vitalícios desde a posse.
Por fim, os TST's são divididos em: Pleno; Seção de Dissídios Individuais; Seção de Dissídios Coletivos e; Turmas.
Superior Tribunal Federal
Cabe ao STF julgar inconstitucionalidade.
Competência
Competência é a distribuição interna do exercício da atividade jurisdicional, ou seja, é a “medida” da jurisdição. Todo juiz tem jurisdição, entretanto só pode exercitá-la em determinadas matérias e em determinados espaços, segundo sua competência.
Competência absoluta e relativa
A competência é considerada absoluta quando fixada em razão da matéria, razão da pessoa ou pelo critério funcional. A competência absoluta é inderrogável, não podendo ser modificada.
A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção. 
Em regra, a incompetência absoluta é arguida como preliminar da contestação. 
Declarada a incompetência absoluta, os atos decisórios serão nulos, remetendo-se os autos ao juízo competente.
Por sua vez, a competência é considerada relativa quando fixada em razão do território ou razão do valor da causa.
A incompetência relativa é arguida por meio de exceção. Caso o réu não o faça, no momento oportuno, dar-se-á a prorrogação da competência e o juiz que era incompetente passa a ser competente.
O juiz não pode declarar a incompetência relativa de ofício, pois não pode ele conhecer de questões a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
Na Justiça do Trabalho, as competências em razão da matéria e em razão do critério funcional são absolutas, enquanto a competência territorial é relativa.
Competência material
A competência material da Justiça do Trabalho encontra-se disposta no art. 114 da CF/88, devendo processar e julgar:
I- ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta, autárquica e fundacional;
Observação: todos os trabalhadores vão para a Justiça do Trabalho, porém, de acordo com a decisão liminar do STF (ADI 3395-6), a exceção são os servidores estatutários e os de livre nomeação.
II- ações que envolvam exercício do direito de greve;
III- ações que envolvam conflito entre sindicatos, entre sindicato e empregados, entre sindicato e empregadores, ou representação sindical;
IV- mandado de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à jurisdição trabalhista;
V- conflito de competência entre órgãos de jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o" (STF) e art. 105, I, "d" (STF);
VI- ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
Observação: com relação ao dano extrapatrimonial (moral), é importante lembrar que foram incluídos pela reforma trabalhista os arts. 223-A ao 223-G ("Do Dano Extrapatrimonial”). Em suma, tais dispositivos afirmam que se aplica a reparação de danos extrapatrimoniais (danos à esfera moral ou existencial da pessoa, tanto física, quanto jurídica) decorrentes da relação de trabalho, sendo a honra, imagem, intimidade, liberdade de ação, autoestima, sexualidade, saúde, lazer e integridade física, bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física, e, por outro lado, a marca, nome, imagem, segredo empresarial e sigilo da correspondência, bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa jurídica. A reparação por danos extrapatrimoniais poderá ser pedida cumulativamente com a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo. Se julgar procedente o pedido de dano extrapatrimonial, o juízo fixará a indenização a ser paga de acordo com o parâmetro da natureza da ofensa, ou seja, leve (até 03 vezes o último salário do ofendido), média (até 05 vezes), grave (até 20 vezes) ou gravíssima (até 50 vezes). Agora, pós reforma, o parâmetro é único (limite máximo do Regime da Previdência Social); antes da reforma se utilizava o salário do empregado, mas muitas vezes o salário era alto e ficava complicado se basear neste dado.
VII- ações decorrentes das penalidades administrativas impostas pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
VIII- execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II;
IX- outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho.
Competência territorial
A regra geral contida no art. 651 da CLT é taxativa e dispõe que “a competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro”. Assim, a ação trabalhista deve ser proposta no último local da prestação de serviço do empregado, ainda que o empregador tenha sido contratado em outra localidade ou no estrangeiro.
O objetivo da lei é que o empregado possa propor a ação no local em que tenha condições de melhor fazer sua prova, que é no local onde por último trabalhou.
A regra prevista no art. 651 regulamenta o melhor local para o ajuizamento da ação laboral. Vale ressaltar que a lei ainda proporciona a faculdade de escolha do melhor foro em uma das suas exceções, prevista no § 3º do dispositivo: "Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos serviços". Assim, a lei oferece à parte hipossuficiente todas as condições necessárias para que o Poder Judiciário possa apreciar a ameaça ou a efetiva lesão ao seu direito.
Então, do que foi dito, temos que a competência territorial da Justiça do Trabalho é determinada de acordo com o local da prestação do serviço. Porém, há exceções: 1) Agente ou viajante comercial, no local da filial a que estiver vinculado, não havendo filial, será demandada no domicílio do empregado ou em local mais próximo; 2) Ser contratado em um local para prestar serviços em outro local, podendo entrar com a reclamação trabalhista no local que presta o serviço ou no local em que foi contratado; 3) Caso o empregado preste serviços em filial de empresa brasileira no estrangeiro, a ação deverá ser ajuizada no Brasil, mas há necessidade do empregado ser brasileiro e não pode haver acordo internacional em sentido contrário.
Exceção de incompetência
A exceção é um incidente, processado em separado, em autos apartados, que serve para acusar a incompetência relativa do juiz, bem como sua suspeição ou impedimento.
A CLT disciplina as exceções no art. 799, assim redigido: “Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência. § 1º. As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa”.
Somente a incompetência relativa (territorial - de acordo com o local da prestação de serviço) deve ser arguida por meiode exceção, pois a incompetência absoluta (material) deve ser alegada no próprio bojo da contestação, como matéria preliminar. 
Caso declarada a incompetência absoluta, os atos decisórios serão nulos, remetendo-se os autos ao juízo competente.
A competência territorial é relativa. Por isso, se não for arguida a exceção, no prazo para resposta, haverá preclusão da matéria, prorrogando-se a competência da Vara em que a reclamação foi proposta.
O juiz não poderá conhecer, de ofício, a incompetência relativa, pois não pode ele conhecer de questões a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
A reforma trabalhista, no entanto, trouxe algumas mudanças quanto à exceção de incompetência.
Já sabemos que a competência territorial na Justiça do Trabalho, ou seja, o local onde a ação trabalhista deve ser ajuizada, é definida pelo local da prestação dos serviços, com ressalva apenas às exceções relativas ao empregado agente ou viajante comercial e ao empregado que realiza suas atividades em localidade diversa da contratação.
Antes da reforma, a CLT dispunha sobre a possibilidade de apresentação da exceção de incompetência e sua forma de tramitação, mas era omissa com relação à forma de arguição, não especificava se a exceção devia ser apresentada na própria defesa ou em peça apartada e tampouco em que momento processual a arguição da incompetência deveria ocorrer. Assim, era aplicado o direito processual comum subsidiariamente ao processo trabalhista (conforme art. 15 NCPC que examinamos no início da aula/texto).
Dessa maneira, antes da reforma, com a aplicação subsidiária do NCPC, se observava o art. 64 do próprio NCPC, que dispõe que a incompetência, seja ela absoluta ou relativa, deve ser alegada como questão preliminar de contestação. 
Contudo, com a reforma trabalhista, a exceção de incompetência territorial (relativa) passou a ser apresentada antes da audiência, no prazo de 05 dias contados a partir do recebimento da notificação pela empresa reclamada, e em peça apartada, a qual deverá sinalizar explicitamente a existência da exceção.
Além disso, a reforma estabelece novo procedimento de tramitação da exceção de incompetência na esfera trabalhista. Uma vez apresentada a exceção de incompetência territorial, o processo será suspenso até que seja decidida a exceção, e o juiz procederá a intimação das demais partes para manifestação no prazo comum de 05 dias, inclusive designando audiência de instrução para produção de prova oral, se entender necessário.
Após a decisão sobre a exceção de incompetência territorial, o processo voltará a tramitar normalmente, com a designação de audiência e apresentação da defesa.
Diante da previsão de suspensão do processo até o julgamento da exceção, eventual arguição de incompetência relativa para fins meramente protelatórios poderá ser considerada litigância de má-fé, estando a empresa sujeita à aplicação de multa.
Nesse contexto, é de extrema importância que os empregadores/empresas atentem principalmente ao novo prazo para arguição da exceção de incompetência territorial, que é exíguo, e inicia-se com o recebimento da notificação da reclamação trabalhista pela empresa, a fim de evitar a preclusão da oportunidade de argui-la.
Competência para homologação de acordo extrajudicial
Já examinamos a competência material da Justiça do Trabalho, na qual foi referenciado o art. 114 da CF/88, que discorre acerca das matérias que são processadas e julgadas na justiça trabalhista. 
Por sua vez, o art. 652 da CLT, modificado com a reforma, dispõe também acerca de competências, todavia, trata especificamente da competência das Varas do Trabalho. De acordo com o art. 652, compete às Varas do Trabalho:
a) conciliar e julgar:
I- os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado;
II- os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de rescisão do contrato individual de trabalho;
III- os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice;
IV- os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho;
V- as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor, decorrentes da relação de trabalho;
b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave; 
c) julgar os embargos opostos às suas próprias decisões;
d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência;
f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho.
Do dispositivo citado acima, depreende-se do item “f”, que é da competência das Varas do Trabalho a homologação de acordo extrajudicial.
O procedimento/processo para homologação de acordo extrajudicial se encontra disposto nos arts. 855-B a 855-E da CLT.
O processo terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado, e as partes não podem ser representadas por advogado comum.
De antemão, cabe frisar que a petição de homologação de acordo extrajudicial suspende* o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados.
No prazo de 15 dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença.
O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.
Observação: quando ingressa com petição na esfera trabalhista (recordar do prazo prescricional de 02 anos, a contar da extinção do contrato) o prazo prescricional é interrompido, ou seja, será contado novamente do zero; por outro lado, conforme vimos neste tópico*, com o ingresso da petição de acordo o prazo prescricional é suspenso.
Prazos na Justiça do Trabalho
Antes de adentrarmos nos prazos, façamos menção ao art. 770 da CLT, que fala sobre ato processual na seara trabalhista. Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 06h00min às 20h00min.
Agora, vamos aos prazos. Uma das alterações mais significativas da reforma trabalhista reside na nova contagem de prazos no âmbito do processo do trabalho, em razão da alteração da redação do art. 775, in verbis:
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses:
I- quando o juízo entender necessário;
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada.
§ 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.
Assim, com a reforma, todos os prazos processuais da Justiça do Trabalho passam a ser contados em dias úteis e não mais corridos, como anteriormente.
É importante saber que o último dia de contagem do prazo contínuo ocorreu nos processos publicados na data de 09 de novembro de 2017, cuja contagem começou na data do dia 10 de novembro.
Já para os processos publicados ou disponibilizados no dia 10 de novembro de 2017, os prazos já serão contados em dias úteis. Afinal, a reforma trabalhista entrou em vigor no dia 11 de novembro de 2017, e no caso/exemplo do processo ser publicado no dia 10, haverá a exclusão do dia do começo (de acordo com a regra do novo art. 775), e o prazo se iniciaria no dia 11, ou seja, no dia da entrada em vigor da reforma. E é princípio de direito processual que as alterações relativas aos procedimentos atinjam os feitos em andamento.
Outra novidade quanto a contagem de prazo é a possibilidade de prorrogação dos prazos processuais caso o juízo assim o entenda necessário ou por motivo de força maior comprovada.
Vamos ilustrar com dois exemplos: no primeiro, uma reclamatória plúrima*, com diversos reclamantes e advogados, tratando-se de uma execução coletiva de diversos credores em desfavor de uma sociedade inadimplente, então podeo juiz alongar o prazo para manifestação; no segundo, a parte ou seu advogado estão a caminho de uma audiência e há um problema de enchente, alagamento ou acidente de veículo envolvendo uma das partes ou seu patrono, também pode o magistrado alongar o prazo.
O que é ação plúrima e qual a principal diferença entre a mesma e a ação coletiva?
Na ação plúrima há um litisconsórcio ativo facultativo e a cada trabalhador equivale o seu interesse próprio; o pedido poderá ser julgado procedente para um e improcedente para outro.
Já nas ações coletivas há uma coletividade indeterminada, porém determinável, como exemplo o reajuste salarial dos professores, no qual o sindicato dos professores de ensino superior entra com o dissídio coletivo pleiteando o reajuste para a categoria, sendo que essa decisão será igual para toda a classe de professores, perceba, portanto, que o pedido é indivisível.
Procedimentos
As reclamações trabalhistas estão sujeitas a 03 ritos processuais distintos e com características próprias: sumário (chamado também de rito de alçada), sumaríssimo e ordinário.
Não é escolha do advogado, tão pouco do Juiz, o rito processual pela qual a reclamatória será processada, em verdade, é determinado pelo valor dado à causa.
Deverão ser processadas no rito:
• Sumário as ações cujo valor não excedam 02 salários mínimos, ou seja, atualmente o valor de R$ 1.908,00.
• Sumaríssimo, de 02 até 40 salários mínimos, de R$ 1.908,00 até R$ 38.160,00.
•Ordinário, acima de 40 Salários mínimos, a partir de R$ 38.160,00.
Cada rito processual possui características próprias. As ações sujeitas ao rito sumário têm como característica principal a irrecorribilidade da sentença, ou seja, não cabe recurso da sentença proferida na reclamatória de rito sumário, salvo se a ação versar sobre matéria constitucional.
Outra característica do rito sumário, não presente nos demais, é a faculdade/opção que tem o Juízo em fazer ou não constar na ata de audiência o resumo dos depoimentos, devendo constar apenas a solução da ação, ou seja, o julgamento do mérito dos pedidos.
Já as ações de rito sumaríssimo apresentam as seguintes peculiaridades: não é feita a citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado; serão ouvidas até 02 testemunhas de cada parte, que deverão comparecer à audiência independentemente de intimação; somente será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada pela parte (carta convite), deixar de comparecer; a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de 15 dias do seu ajuizamento; e, por fim, estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a administração pública direta, autárquica e fundacional (ou seja, sociedade de economia mista e empresa pública podem figurar em ações de rito sumaríssimo).
Por fim, temos o rito ordinário, como o procedimento mais completo que os demais.
Procedimento ordinário
O procedimento ordinário se inicia com a distribuição da reclamação trabalhista. Cumpre ressaltar que pode haver a reclamação trabalhista verbal, porém, deve o reclamante (autor), salvo por motivo de força maior, se apresentar ao cartório ou secretaria para reduzir a reclamação a termo no prazo de 05 dias, sob a pena do art. 731 (pena de perda, pelo prazo de 06 meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho).
Distribuída a reclamação trabalhista, expede-se a notificação, conforme o art. 841 da CLT, in verbis: “recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 horas, remeterá a segunda via da petição ou do termo ao reclamado (réu), notificando-o para comparecer à audiência do julgamento depois de 05 dias”.
A notificação será feita em registro postal. Se o reclamado (réu) criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, será feita a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
Uma das novidades da reforma se encontra no § 3º do art. 841. Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante (autor) não poderá desistir da ação sem o consentimento do reclamado (réu).
Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, e tratando-se de empregados da mesma empresa ou estabelecimento, poderão as reclamações ser acumuladas num só processo.
O art. 843 da CLT diz que na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante (autor) e o reclamado (réu), não sendo obrigatória a presença dos advogados. Reclamante (autor) e reclamado (réu) devem comparecer à audiência acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas.
Se o reclamante (autor) faltar à audiência de julgamento, haverá o arquivamento da reclamação. 
Já se o reclamado (réu) faltar à audiência de julgamento, haverá revelia e confissão quanto a matéria de fato.
Ocorrendo motivo relevante que justifique a ausência, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência.
Na hipótese de ausência do reclamante (autor), este será condenado ao pagamento das custas, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar/justificar, no prazo de 15 dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável. Ou seja, se arquivar, o reclamante (autor) tem 15 dias para apresentar justificativa.
Vimos acima que se o reclamado (réu) faltar à audiência de julgamento, haverá revelia e confissão quanto a matéria de fato. No entanto, mesmo que o reclamado (réu) falte à audiência de julgamento, não haverá revelia (lembrando que revelia é ausência de contestação) nas seguintes hipóteses: I- havendo pluralidade de reclamados (réus), algum deles contestar; II- o litígio versar sobre direitos indisponíveis; III- a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento indispensável à prova do ato; IV- as alegações de fato formuladas pelo reclamante (autor) forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.
Ainda que ausente o reclamado (réu), presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.
Na audiência de julgamento, é facultado ao empregador ser substituído pelo gerente ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, cujas declarações obrigarão o proponente. Não é necessário que o preposto seja da empresa, somente há necessidade da ciência dos fatos.
Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. Se houver acordo será lavrado o termo, consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento.
Não havendo acordo, o reclamado terá 20 minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.
Observação: uma das novidades trazidas pela reforma é que o reclamado (réu) poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência.
Terminada a defesa, segue-se à instrução do processo, podendo o juiz interrogar os litigantes. Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a instrução com o seu representante.
Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se houver.
Cumpre ressaltar que a audiência de julgamento será contínua, mas se não for possível concluí-la no mesmo dia, por motivo de força maior, o juiz marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 minutos para cada uma. Em seguida, o juiz renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
Simplificando: na prática, quais as etapas de um processo trabalhista?
Todo trabalhador tem direito a contestar e exigir revisão do que lhe foi pago no momento do desligamento da empresa empregadora. É de sua escolha a contratação ou não de um advogado para a entrada com um processo trabalhista, mas recomenda-se sempre ter um advogado especializado desde o começo do processo, já que em caso derecursos, será obrigatória a presença dele.
O trabalhador tem 02 anos a partir da data da rescisão par dar entrada no processo (prazo prescricional), fora desse prazo ele perde qualquer direito reclamatório. E mesmo dentro do prazo de reclame, o trabalhador só terá direito a reclamar os últimos 05 anos, a partir da data de entrada do processo.
Quando da entrada com o pedido processual, o reclamante junto com seu advogado, ou não, tem alguns passos a seguir: 
• Endereçamento: onde é endereçada à Vara do Trabalho, o Tribunal Regional do Trabalho ou Tribunal Superior do Trabalho a que se destina a ação. Nesta parte também se explicita a competência em razão da matéria, pela qual se define se o processo será de relação de trabalho, de dano moral ou de outras matérias processadas e julgadas na seara trabalhista;
• Qualificação das partes: reclamante e reclamado;
• Causa de Pedir: um breve resumo do que contém na causa pedida;
• Pedido: é o objeto da demanda, que pode ser classificado em imediato, mediato, certo e determinado, cumulado, alternativo, sucessivo e sucessivo eventual;
• Valor da Causa: através dele se classifica o tipo de procedimento em ordinário (CLT), sumário (até 02 salários mínimos) ou sumaríssimo (02 até 40 salários mínimos);
• Assinatura: um pedido de processo trabalhista sem assinatura não é válido, mas o juiz pode conceder o prazo de 10 dias para a assinatura da petição.
Com o pedido feito, ou seja, distribuída a reclamação trabalhista, se adentra no rito das etapas a seguir:
• Audiências: a primeira a ser marcada é uma audiência de conciliação, onde o juiz pergunta sobre a possibilidade de um acordo (esta pergunta é obrigatória). Em caso de acordo, o juiz o homologa e o reclamado passa a ter um prazo determinado para efetuar o pagamento. Caso não haja acordo, será marcada outra audiência (de instrução e julgamento), para ouvir testemunhas e o juiz dar a sua decisão, porém, em muitos casos, o magistrado adia o anúncio de sua decisão para outra audiência exclusiva;
Observação importante: conforme o art. 467 da CLT, em caso de rescisão do contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, na data do comparecimento à Justiça do Trabalho (ou seja, na audiência), a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de 50%. 
• Sentença: a ação pode ser procedente, parcialmente procedente ou improcedente. É na sentença que o juiz reconhece todos os pedidos do reclamante, apenas uma parte ou nenhum deles;
• Recursos: reclamante (autor) e reclamada (réu) possuem o direito de interpor recurso, que neste caso faz o processo migrar para Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Após nova decisão do TRT, denominada acórdão, as parte ainda podem recorrer ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. Em casos específicos, pode haver recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF), se envolver constitucionalidade;
• Liquidação de sentença e execução: após não haver mais espaço para recursos e a decisão for anunciada e transitada em julgado, um contador judicial será designado a calcular todos os valores devidos e fechar o processo. O passo seguinte é a homologação dos cálculos, decorrendo a formalização do prazo de pagamento, incorrendo em penalidades previstas em lei, caso haja o não cumprimento.
Provas
O objetivo das provas é conferir veracidade aos fatos alegados. Para melhor analisar as provas no Processo do Trabalho, se faz necessário dividi-las em categorias, pois elas serão valoradas no momento do juízo buscar a decisão de determinado processo. Nesse sentido, temos a prova documental, a prova testemunhal, a prova pericial e, por fim, a inspeção judicial.
No tocante ao ônus da prova, houve alterações com a reforma trabalhista. Antes da reforma, o art. 818 da CLT determinava que a prova das alegações incumbia à parte que as fizesse. Agora, após a reforma, o art. 818 da CLT dispõe que o ônus da prova incumbe: I- ao reclamante (autor), quanto ao fato constitutivo de seu direito; II- ao reclamado (réu), quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante.
Outra novidade da reforma é que, nos casos previstos em lei, ou diante de peculiaridades da causa que impossibilitem ou dificultem excessivamente o cumprimento do ônus da prova, ou mesmo no caso de maior facilidade de obtenção da prova, poderá o Juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso. No entanto, é necessário que o Juízo o faça por decisão fundamentada, sendo concedida à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
Prova documental
A prova documental é todo material real que possa ser demonstrado em juízo, podendo ser corpóreo (exemplo as fotocópias) ou incorpóreo (exemplo as gravações). Podem ser divididas em documentos públicos e particulares, sendo o documento público aquele que possui fé pública (seja na forma como no conteúdo), e o documento particular aquele que não possui participação de um oficial público.
O Direito do Trabalho possui alguns documentos próprios, que são utilizados por excelência em uma demanda trabalhista, tais como a CTPS, recibos de pagamento e quitação da rescisão contratual, cartões de ponto e de jornada de trabalho.
O reclamante (autor) instrui a petição inicial (reclamação trabalhista) com os documentos. Já o reclamado (réu) apresenta os documentos em sua defesa.
No entanto, cabe ressaltar que, no tocante ao momento de apresentação das provas, existe a Súmula Nº 8 do TST, que tem a seguinte redação: "A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença". Ou seja, é permitido juntar as provas até o recurso, porém, somente nas seguintes circunstâncias: justo impedimento que comprove a juntada somente naquele momento ou quando houver fato posterior à sentença (documento ou fato novo).
O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. Caso seja impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada para apresentar o documento original ou cópias autenticadas.
Depoimento pessoal
O depoimento pessoal ocorre à requerimento do juiz ou das partes, sempre de forma intermediada (ou seja, na seara trabalhista, não vigora o sistema da prova cruzada ou sistema adversarial vigente no NCPC, no qual as perguntas à testemunha são feitas diretamente pelo advogado).
As partes, testemunhas ou qualquer interveniente não podem mentir. Isto depreende-se do art. 793-A da CLT, que diz que "responde por perdas e danos aquele que litigar de má fé como reclamante, reclamado ou interveniente". Cumpre salientar que litigante de má fé é aquele que: I- deduz pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II- altera a verdade dos fatos; III- utiliza-se do processo para conseguir objetivo ilegal; IV- opor resistência injustificada ao andamento do processo; V- proceda de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; VI- provoque incidente manifestamente infundado; VII- interponha recurso com intuito manifestamente protelatório.
De ofício ou a requerimento, o Juízo condenará o litigante de má fé a pagar multa, que deverá ser superior a 01% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, para que a parte contrária seja indenizada pelos prejuízos que sofreu, bem como para arcar com os honorários e despesas que efetuou.
Testemunhas
Diferentemente do que ocorre no processo civil (no qual o número de testemunhas arroladas não pode ser superior a dez, sendo três, no máximo, para a prova de cada fato; e no qual o juiz poderá limitar o número de testemunhas levando-se em conta a complexidade da causa e dos fatos), no processo trabalhista, admite-se o arrolamento de apenas 03 testemunhas ou, no caso de procedimento sumaríssimo, apenas 02 testemunhas. Tratando-se de inquérito para apuração de falta grave, admite-se06 testemunhas.
De acordo com a CLT, são impedidos de ser testemunha: amigos íntimos, inimigos e parentes até 3º grau. Além dessas, estão impedidas de depor como testemunhas aquelas pessoas enumeradas no NCPC: incapazes, impedidos e os suspeitos para deporem na qualidade de testemunhas.
A testemunha será convidada a comparecer à audiência. Caso não compareça, será intimada e caso não compareça novamente, será levada coercitivamente.
Prova pericial
A perícia será obrigatória nos casos de periculosidade e de insalubridade, salvo na hipótese de se tratar de bombeiro civil.
Quem custeia a perícia é quem sucumbe na pretensão objeto da perícia, ou seja, quem perde o pedido relativo à perícia, ainda que beneficiário da justiça gratuita.
Não haverá pagamento antecipado da perícia.
Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em Juízo (em outras ações) créditos capazes de suportar a despesa, ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo.
Inspeção judicial
Por fim, temos a inspeção judicial, que tem como finalidade a inspeção de coisas ou pessoas, realizadas pessoalmente pelo juiz, deslocando-se de sua sede, ou seja, a Vara de Trabalho, até o local provocador da controvérsia. Não há o momento determinado para esta verificação, ficando a mercê do Juízo, que percebe tecnicamente ou pela experiência, qual é a hora certa desta realização.

Continue navegando