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Pericia Contabil-Leis Precedentes-ORNELAS 06-08

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IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia 
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4.1
4
PERÍCIA NO CÓDIGO
DE PROCESSO CIVIL
CÓDIGO DE 1939
A perícia judicial surge, no âmbito do direito pátrio, de maneira ordenada e com regras básicas 
válidas para todo o território nacional, a partir do advento do Decreto-lei no 1.608, de 18-9-1939.
Na exposição de motivos que acompanhou o projeto à sanção presidencial, consta:
“A Constituição de 10 de novembro veio tornar possível, fortalecido o poder 
central, a realização da unidade processual, e, para dar-lhe maior expressão e 
coerência, unificou a Justiça.”
Para perceber o alcance que se pretendia assegurar à prova pericial, é pertinente ressaltar outro 
trecho da exposição de motivos, a saber:
“Outro característico do sistema processual consubstanciado no projeto e que 
se pode considerar como corolário da função ativa e autoritária do juiz, é, 
seguramente, o papel atribuído ao juiz em relação à prova”, na medida em que 
“no processo concebido como instrumento de distribuição da justiça, as 
testemunhas e os peritos passam a ser testemunhas e peritos do juízo. O seu 
dever é o de dizer e de investigar a verdade, sem as restrições que hoje incidem 
sobre elas.”
Referida exposição de motivos, datada de 24-7-1939, foi assinada por Francisco Campos, então 
Ministro da Justiça.
A perícia judicial foi tratada no CPC de 1939, no Título VIII – Das Provas, Capítulo I – Das 
Provas em Geral, cujo art. 208 assim dispunha:
“Art. 208. São admissíveis em juízo todas as espécies de prova reconhecidas nas 
leis civis e comerciais.”
Para perceber o alcance desse dispositivo, é pertinente fazer sua leitura conjugada com o 
conteúdo do art. 118, cujo teor é:
“Na apreciação da prova, o juiz formará livremente o seu convencimento, 
atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não 
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alegados pela parte. Mas, quando a lei considerar determinada forma como da 
substância do ato, o juiz não lhe admitirá a prova por outro meio.”
A prova pericial foi disciplinada no Capítulo VII – Dos Exames Periciais, do Título já declinado.
A admissão e a realização do exame pericial foram tratadas nos arts. 254 e seguintes. In verbis:
“Art. 254. Na perícia, para prova de fato que dependa de conhecimento 
especial, as partes poderão formular quesitos, nos cinco (5) dias seguintes à 
nomeação do perito, admitindo-se quesitos suplementares até a realização da 
diligência.”
A admissão do exame pericial, a teor do art. 255, tinha seus limites, visto que poderia ser negada, 
como se pode ver na redação dada ao mencionado artigo, assim:
“Art. 255. O juiz negará a perícia:
I – quando o fato depender do testemunho comum e não do juízo especial de 
técnicos;
II – quando desnecessária à vista das provas;
III – quando a verificação for impraticável, em razão da natureza transitória do fato.”
Por seu lado, a produção da prova pericial poderia realizar-se, de conformidade com o art. 117, 
cujo teor era:
“A requerimento, ou ex-officio, o juiz poderá, em despacho motivado, ordenar 
as diligências necessárias à instrução do processo e indeferir as inúteis em 
relação a seu objeto, ou requeridas com propósitos manifestamente 
protelatórios.”
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Quanto aos procedimentos a serem adotados pelo perito, o art. 256 dispunha:
“Para a realização dos exames o perito procederá livremente, podendo ouvir 
testemunhas e recorrer a outras fontes de informação.”
O exame pericial deveria consubstanciar-se em laudo escrito pelo perito, cujo conteúdo foi 
disciplinado pelo parágrafo único do artigo citado, assim:
“Parágrafo único. O perito responderá aos quesitos em laudo fundamentado, 
no qual mencionará tudo quanto ocorrer na diligência.”
O laudo deveria ser entregue pelo perito como disciplinado no artigo seguinte, a saber:
“Art. 257. O perito apresentará o laudo em cartório até cinco (5) dias antes da 
audiência de instrução e julgamento, ou, havendo motivo relevante, até à 
audiência.”
Não cumprindo com a sua obrigação, ou seja, a entrega do laudo a tempo e, não havendo motivo 
relevante, dizia o § 1o do artigo citado:
“§ 1o Se o laudo não for apresentado até a audiência, o juiz substituirá o perito 
e mandará que se produzam as demais provas.”
Destarte, como o MM. Juiz deveria formar livremente seu convencimento (art. 118), poderia o 
magistrado determinar nova perícia, como disposto no art. 258:
“O juiz não ficará adstrito ao laudo e poderá determinar nova perícia.”
O Código de 1939 determinava (art. 264) que o perito deveria comparecer à audiência para expor 
seu laudo e eventualmente oferecer esclarecimentos, como disposto no art. 267:
“Aberta a audiência, o perito fará um resumo do laudo, podendo o juiz, ex-
officio ou a requerimento, pedir-lhe esclarecimentos.”
No Título IX – Do Juiz e dos Auxiliares da Justiça, Capítulo III – Do Perito, foram inseridos 
diversos dispositivos que tratam de quem poderia realizar os exames periciais e demais posturas 
relativas à figura do perito judicial e assistentes técnicos das partes.
O art. 129 dizia, in verbis:
“Os exames periciais serão feitos por um perito, sempre que possível técnico, 
de livre escolha do juiz.”
Todavia, não era uma livre escolha absoluta, pois o nomeado poderia ser recusado, como 
disposto no parágrafo único do artigo mencionado, como segue:
“Parágrafo único. O perito poderá ser recusado pelas mesmas causas que 
justificam a recusa dos juízes e testemunhas e no caso do art. 131, no II.”
Diversas eram as penalidades impostas ao perito. A matéria foi tratada no art. 131, cuja redação 
dada foi:
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“Art. 131. Salvo prova de força maior, o perito ficará sujeito às seguintes penalidades, 
que serão impostas pelo juiz:
I – multa de […], em benefício da parte prejudicada, e cobrável como custas, se 
exceder prazos, ou não comparecer à audiência;
II – inabilitação para funcionar em outras perícias, no caso de recusa de nomeação 
anterior, podendo, se nomeado, ser destituído a requerimento de qualquer das 
partes.
§ 1o O perito que, por dolo ou culpa grave, prestar informações inverídicas, incorrerá 
nas penas dos nos I e II, sem prejuízo do disposto na lei penal.
§ 2o Na última hipótese, o juiz dará ciência ao órgão do Ministério Público.”
As partes poderiam valer-se da indicação de assistentes técnicos para acompanhar os trabalhos 
periciais e, se necessário, oferecer impugnações às conclusões do perito. Nesse sentido, dispunha o 
art. 132, assim:
“A cada uma das partes será lícito indicar, em petição, um assistente técnico, a quem 
incumbirá acompanhar as diligências do perito, cujas conclusões poderá impugnar.
Parágrafo único. Ao assistente serão facultados os mesmos meios de investigação 
que ao perito.”
O desembolso do custo dos trabalhos periciaisfoi disciplinado no Título VII – Das Despesas 
Judiciais, Capítulo I – Das Custas e Multas, art. 57, do seguinte teor:
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4.2
“As despesas relativas às perícias judiciais ficarão a cargo da parte que as 
houver requerido, ou do autor, quando determinadas pelo juiz.”
Esse era o quadro legal disciplinador quanto à realização da prova pericial, bem como das 
diretrizes a serem obedecidas pelo perito e assistentes técnicos, emanadas do CPC de 1939.
DECRETO-LEI No 8.570, DE 1946
Tal quadro legal, ao longo de sua vigência, sofreu alterações, em especial aquelas contidas no 
Decreto-lei no 8.570, de 8-1-1946, que passaremos a abordar, naquilo pertinente à prova pericial e ao 
perito.
Logo no início de 1946, veio à luz o Decreto-lei no 8.570, que alterou, significativamente, a 
forma da produção da prova pericial, bem como o papel do perito.
A partir do advento desse diploma legal, as partes passaram a poder indicar perito único, ou, 
havendo discordância, cada qual indica seu perito. Se necessário, o magistrado nomeava perito de sua 
confiança para eventual desempate. Para tanto, veja-se o conteúdo do art. 129, com a nova redação:
“Os exames periciais poderão ser feitos por um só louvado, concordando as 
partes; se não concordarem indicarão de lado a lado o seu perito e o juiz 
nomeará o terceiro para desempate por um dos laudos dos dois antecedentes, 
caso não se contente com um destes.”
Com efeito, desaparece a figura do assistente técnico, surgindo a do perito indicado pelas partes; 
surge, também, a possibilidade da presença de perito desempatador, este de nomeação do magistrado.
Como veremos, referida forma de produção da prova pericial não se constituiu numa forma ágil e 
viria a ser modificada pelo CPC de 1973.
A oportunidade do requerimento da prova pericial passou a ser disciplinada pelo art. 132, assim:
“O pedido de perícia deverá ser feito antes da conclusão para o despacho saneador, 
indicando as partes o perito único ou cada qual o seu.
Parágrafo único. Se requerido por uma só das partes, deverá a outra ser intimada 
para dentro de 24 horas dizer se concorda com o perito indicado, ou nomear o seu.”
Em função da produção plural da prova pericial, houve adaptação do art. 256, que passou a ter a 
seguinte redação:
“Para a realização dos exames os peritos procederão livremente, podendo ouvir 
testemunhas e recorrer a outras fontes de informação.”
Diante ainda da pluralidade de peritos, foi também adaptada a redação do art. 268, que passou a 
ter o seguinte teor:
“Procedida à exposição sobre o laudo, serão tomados, sucessivamente, os 
depoimentos do autor, do réu e das testemunhas, segundo o disposto no Título 
VIII, Capítulos IV e V deste Livro, podendo ser admitida discussão sobre o laudo 
por espaço não excedente a dez minutos para cada perito, se houver mais de 
um.”
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4.3
Esses foram os principais aspectos que sofreram modificações.
CÓDIGO DE 1973
Foi instituído pela Lei no 5.869, de 11-1-1973. Foi preparado pelo então Ministro da Justiça, 
Alfredo Buzaid.
Na parte que nos interessa, qual seja o campo da prova pericial, o CPC aborda a matéria no Livro 
I, Título VIII – Do Procedimento Ordinário, Capítulo VI – Das Provas, mais especificamente na 
Seção VII – Da Prova Pericial, arts. 420 a 439.
Antes, porém, é de bom alvitre abordarmos um dispositivo muitas vezes olvidado por quem tem 
relacionamento com a perícia judicial. Trata-se do art. 145.
Referido dispositivo apresenta a seguinte redação:
“Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou 
científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421.”
Embora as partes devam especificar as provas que pretendem produzir (art. 282), quando da 
petição inicial do autor e (art. 300) quando da contestação do réu, é no momento processual 
denominado saneamento do processo que o magistrado irá decidir sobre a necessidade da prova 
pericial, como disposto no art. 331. Assim é que, se as provas a serem produzidas dependerem de 
conhecimento técnico ou científico, o juiz aceitará a realização da prova pericial, nomeando, para 
tanto, perito de sua confiança e facultando às partes a indicação de seus assistentes técnicos. Note-se 
que a realização de perícia contábil, como já alertado em momento anterior, poderá ser decidida em 
audiência.
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4.4
Nota-se com muita facilidade que o Código de 73 retornou à prática original do Código de 39. 
Voltou o magistrado ao comando absoluto da produção da prova pericial, por intermédio de seu 
perito de confiança, cabendo às partes, se quisessem, indicar assistentes técnicos.
Em reforço ao que se acaba de afirmar, é importante lembrar que o CPC/1973 determinou papel 
fundamental ao magistrado, quanto à produção de provas, a teor do art. 130, cuja redação é:
“Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas 
necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou 
meramente protelatórias.”
O parágrafo único do art. 420 dá as diretrizes para o indeferimento da prova pericial. Referido 
dispositivo apresenta a seguinte redação:
“Parágrafo único. O juiz indeferirá a perícia quando:
I – a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico;
II – for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III – a verificação for impraticável.”
Pode também se valer do comando do art. 334, que tem a seguinte redação:
“Art. 334. Não dependem de prova os fatos:
I – notórios;
II – afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III – admitidos, no processo, como incontroversos;
IV – em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.”
Na Seção que trata da prova pericial, o Código, art. 420, começa definindo o que seja prova 
pericial assim:
“Art. 420. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.”
Na fase de Execução de Sentença, surgem outras modalidades de produção de prova pericial: 
liquidação por arbitramento e liquidação por artigos. Na liquidação de sentença por arbitramento, 
quando requerida, ou determinada pelas circunstâncias, o magistrado, como previsto no art. 475-A, 
nomeará perito para apresentar laudo de arbitramento. A liquidação por artigos, art. 475-E, objetiva-
se quando, para determinar o valor da condenação, é necessário alegar ou provar algum fato novo.
Para a produção da prova pericial, art. 421, o juiz nomeará perito de sua confiança, enquanto as 
partes poderão indicar assistente técnico.
LEI No 8.455, DE 1992
Modificações significativas no desenvolvimento do trabalho pericial vieram à luz com a Lei no
8.455, de 24-8-1992.
Antes do advento dessa Lei, o perito e os assistentes técnicos eram intimados para prestar 
compromisso de “cumprir conscienciosamente o encargo que lhes for cometido”, como dispunha 
a redação original do art. 422. A nova redação dada a esse artigo retirou a obrigatoriedade do 
compromisso. Assim:
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“Art. 422. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, 
independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de 
confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição.”
Nem o perito, tampouco o assistente técnico são obrigados a assumir o encargo, já que, como 
disposto no art. 423, podem escusar-se, desde que aleguem motivo legítimo, em função do que consta 
do art. 146.
O perito e os assistentes técnicos, por força também do art. 423, poderiam ser recusados por 
impedimento ou suspeição.
Os motivos de impedimento ou suspeição aplicáveis são aqueles definidos nos arts. 134 e 135. 
Vejamos.
Os impedimentos aplicáveis ao perito e que também se aplicavam aos assistentes técnicos são:
“Art. 134. É defeso ao […] exercer as suas funções no processo contencioso ou 
voluntário:
I – de que for parte;
II – em que interveio como mandatário da parte, […] funcionou como órgão do 
Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha;
III – omissis;
IV – quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou 
qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até 
o segundo grau;
V – quando cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha 
reta ou, na colateral, até o terceiro grau.”
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A suspeição vem tratada no art. 135, cuja redação tem o seguinte teor:
“Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do […] quando:
I – amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;
II – alguma das partes for credora ou devedora do […], de seu cônjuge ou de parentes 
destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau;
III – herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;
IV – receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das 
partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do 
litígio;
V – interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.
Parágrafo único. Poderá ainda […] declarar-se suspeito por motivo íntimo.”
Na transcrição desses artigos, foi colocado um espaço entre colchetes pois, no texto original, 
consta a palavra juiz, mas aplicável também ao perito por força do art. 138, inciso III.
Ressalte-se que também o impedimento e a suspeição eram aplicáveis ao assistente técnico, mas 
a Lei no 8.455/92 deu nova redação ao inciso III, art. 138, CPC, retirando a expressão e assistentes 
técnicos, bem como reescreveu o art. 423, in verbis:
“Art. 423. O perito pode escusar-se (art. 146), ou ser recusado por impedimento 
ou suspeição (art. 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a 
impugnação, o juiz nomeará novo perito.”
Modificou também o inciso II e parágrafo único do art. 424, assim:
“Art. 424. O perito pode ser substituído quando:
I – omissis;
II – sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.
Parágrafo único. No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à 
corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada 
tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no 
processo.”
Mencionada lei fez surgir, também, a possibilidade da realização de prova pericial em juízo, por 
ocasião da audiência de instrução e julgamento, mediante oitiva do perito e dos assistentes técnicos 
sobre questões contábeis que tenham informalmente examinado ou avaliado, reescrevendo o § 2o, art. 
421, in verbis:
“§ 2o Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas 
na inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de 
instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente 
examinado ou avaliado.”
É espécie nova de perícia ainda pouco conhecida. Quanto à oitiva, nada de novo, pois já era 
exigida a presença dos peritos em audiência para esclarecimentos, por força do art. 435, CPC. A 
novidade envolve a questão de exames ou avaliações informais. Desconhece-se ainda que 
procedimentos poderão ser entendidos como informais, uma vez que os atos praticados no processo 
são sempre formais. Os procedimentos que vierem a ser determinados pelo magistrado, no futuro, 
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4.5
irão nortear a questão do que será entendido por informal quanto aos exames ou às avaliações assim 
realizadas.
LEI No 8.952, DE 1994
Acréscimo significativo no que se refere aos honorários do perito quando em função judicial veio 
a lume com a Lei no 8.952, de 13-12-1994.
Trata-se do parágrafo único acrescido ao art. 33, com a redação seguinte:
“Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo 
pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente 
a essa remuneração. O numerário, recolhido em depósito bancário à ordem do 
juízo e com correção monetária, será entregue ao perito após a apresentação 
do laudo, facultada a sua liberação parcial, quando necessária.”
Esse dispositivo tem ensejado ao magistrado, quando do despacho ou decisão de nomeação do 
perito, determinar a este que ofereça orçamento ou estimativa do custo do trabalho pericial a ser 
realizado.
Essa possibilidade de fixar o custo do trabalho pericial contábil antes da apresentação do laudo é 
deveras salutar. Liberta o perito de eventuais impugnações à sua remuneração decorrentes do 
conteúdo do laudo. Amplia sua independência, além do que melhor garante sua remuneração, pois, às 
vezes, entregue o laudo, a parte responsável não cumpre com o depósito da quantia fixada, causando 
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prejuízo ao perito, ensejando ter de executar os honorários periciais, arcando com as respectivas 
despesas. Não se pode olvidar que honorários periciais são essencialmente verba alimentar, de 
sustento familiar.
Por certo, pode até evitar requerimento das partes de prova pericial contábil desnecessária, 
apenas com intuito procrastinatório; portanto, do ponto de vista processual, é extremamente salutar a 
aplicação pelo magistrado do parágrafo único do art. 33, CPC.
LEI No 10.358, DE 2001
Clarificação significativa quanto ao prazo de entrega do parecer pericial sob a responsabilidade 
do assistente técnico foi resolvida com a edição da Lei no 10.358, de 27-12-2001, que modificou a 
redação do parágrafo único, art. 433, CPC, verbis:
“Parágrafo único. Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no prazo 
comum de 10 (dez) dias, após intimadas as partes da apresentação do laudo.”
Data venia, o texto anterior era incompatível com as práticas periciais, agora sanado com a nova 
redação dada ao dispositivo.
O diploma legal acrescentou dois artigos ao Código de Processo Civil, de interesse da perícia. 
Trata-se dos arts. 431-A e 431-B. O primeiro dispõe sobre o disciplinamento da realização da prova 
pericial, a saber, verbis:“Art. 431-A. As partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou 
indicados pelo perito para ter início a produção da prova.”
Como já comentado no Capítulo 3, trata-se de um novo dever que, conforme o caso, deverá ser 
cumprido pelo perito judicial.
O segundo acréscimo – art. 431-B – reconhece que a prova pericial, em face da própria 
complexidade dos fatos jurídicos objeto da lide, poderá envolver mais de uma área de saber; por isso, 
o dispositivo permite a nomeação e a indicação de
mais de um profissional, verbis:
“Art. 431-B. Tratando-se de perícia complexa, que abranja mais de uma área de 
conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e a parte 
indicar mais de um assistente técnico.”
Note-se que é o magistrado que tem a iniciativa, seja por decisão dele próprio, seja provocado 
pelas partes; de qualquer modo, o dispositivo não é impositivo, já que consta a palavra poderá.
A produção de prova técnica é cada vez mais complexa, porque mais complexo é o mundo dos 
negócios e a vida das pessoas naturais ou jurídicas. A realização de perícias mistas já é uma realidade 
nos Foros, como, por exemplo, em processos judiciais nos quais é determinada a apuração de 
haveres, o que, ordinariamente, envolve a avaliação de imóveis – tarefa incumbida a perito 
engenheiro – que vai instruir a avaliação patrimonial de sociedades para efeito de apuração dos 
haveres de sócio – tarefa de perito contador; outro exemplo pode ser constatado em processos 
judiciais que envolvem a comprovação de pirataria, de embalagens similares de produtos de marcas 
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4.7
4.8
diferentes – tarefa de perito engenheiro – e a constatação dos correspondentes danos emergentes e 
lucros cessantes e sua mensuração monetária – tarefa de perito contador.
Esses são apenas alguns exemplos conhecidos; é óbvio que no futuro muitas outras 
possibilidades surgirão; assim, os profissionais da contabilidade terão que desenvolver e assumir 
procedimentos éticos e profissionais de convivência com profissionais de outras áreas do 
conhecimento.
LEI No 10.406, DE 2002
Com vigência a partir de meados de janeiro de 2003, o novo Código Civil trouxe consigo uma 
gama de dispositivos que o expert contábil deverá dominar para bem desempenhar sua função 
pericial, seja como perito, seja como assistente técnico.
Preliminarmente, cabe destacar que, pelo art. 2.045 do novo diploma legal, foi revogada a Parte 
Primeira do Código Comercial, Lei no 556, de 25-6-1850; nessa parte revogada, estavam 
disciplinadas, entre outros aspectos, as obrigações do comerciante quanto aos registros contábeis, 
livros, balanços, exibição judicial dos livros.
Essas matérias, no novo Código Civil, estão contidas na Parte Especial, Livro II – Do Direito de 
Empresa, Título IV – Dos Institutos Complementares, Capítulo IV – Da Escrituração, arts. 1.179 a 
1.195.
Esse temário, de interesse da perícia contábil, está tratado no Capítulo 5.
LEI No 11.232, DE 2005
Esta lei federal, de 22-12-2005, alterou diversos dispositivos do Código de Processo Civil de 
1973, especialmente a numeração dos dispositivos relativos à liquidação de sentença, por 
arbitramento e por artigos.
IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser 
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4.9
A liquidação de sentença por arbitramento ficou, então, disciplinada como segue:
“Art. 475-C. Far-se-á a liquidação por arbitramento quando:
I – determinado pela sentença ou convencionado pelas partes;
II – o exigir a natureza do objeto da liquidação.
Art. 475-D. Requerida a liquidação por arbitramento, o juiz nomeará o perito e fixará 
o prazo para a entrega do laudo.
Parágrafo único. Apresentado o laudo, sobre o qual poderão as partes manifestar-se 
no prazo de dez dias, juiz proferirá decisão ou designará, se necessário, audiência.”
Por sua vez, a liquidação de sentença por artigos foi disciplinada assim:
“Art. 475-E. Far-se-á a liquidação por artigos, quando, para determinar o valor da 
condenação, houver necessidade de alegar e provar fato novo.
Art. 475-F. Na liquidação por artigos, observar-se-á, no que couber, o procedimento 
comum (art. 272).”
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015
O CPC vigente foi instituído pela Lei no 13,105, de 16-3-2015, e entrou em vigor em 18-3-2016.
Na parte que nos interessa, qual seja o campo da prova pericial, o CPC aborda a matéria na Parte 
Especial, Livro I – Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença, Título I – Do 
Procedimento Comum, Capítulo XII – Das Provas, mais especificamente na Seção X – Da Prova 
Pericial (arts. 464 a 480). Há interesse pericial também no disposto no Capítulo XIV – Da Liquidação 
de Sentença (arts. 509 a 512).
No Título III – Dos Procedimentos Especiais, têm interesse para a prova pericial contábil os 
Capítulos que seguem:
– Capítulo II – Da Ação de Exigir Contas (arts. 550 a 553);
– Capítulo V – Da Ação de Dissolução Parcial de Sociedade (arts. 599 a 609);
– Capítulo VI – Do Inventário e da Partilha (arts. 610 a 673);
– Capítulo VII – Dos Embargos de Terceiro (arts. 674 a 681);
– Capítulo X – Das Ações de Família (arts. 693 a 699);
– Capítulo XI – Da Ação Monitória (arts. 700 a 702).
E do Livro II – Do Processo de Execução, há interesse no Título III – Dos Embargos à Execução 
(arts. 914 a 920).
Como já ficou evidente nos capítulos anteriores e também será observado nos próximos, o 
Código de Processo Civil, vigente a partir de março de 2016, é portador de importantes inovações no 
campo do desenvolvimento da prova pericial e no agir do perito oficial e dos assistentes técnicos.
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