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TECNOLOGIA DE PROCESSAMENTO DE ÓLEOS E GORDURAS VEGETAIS E DERIVADOS Eng o Renato Dorsa 3 a edição Westfalia Separator do Brasil Ltda. 4 1 1 5 2 TECNOLOGIA DE PROCESSAMENTO DE ÓLEOS, GORDURAS VEGETAIS E DERIVADOS Relação de itens abordados:. Página Prefácio 3 Processo de Obtenção de Óleos e Gorduras Vegetais 4 Decanters para a Clarificação de Óleos de Prensagem 13 Planta para Extração de Óleo de Soja 22 Degomagem 28 Neutralização de Óleos Comestíveis 39 Cálculo de Dosagens no Refino - Sistemas de Dosagem 61 Redução do Consumo de Água de Lavagem 66 Winterização 76 Cisão de Borra 88 Perdas no Processo – Tratamento dos Efluentes 92 Branqueamento Contínuo 101 Desodorização 115 Recuperação de Calor em Desodorizadores 128 Recuperação de Ácidos Graxos - Tocoferóis 134 Sistemas de Vácuo não Poluentes 139 Hidrogenação 153 Fracionamento 170 Interesterificação 177 Lecitinas 202 Margarinas e Cremes Vegetais 211 Maionese 222 Proteína de Soja 228 Óleo de Soja Epoxidado 252 Estimativa de Custo para Processamento de Soja 257 Diversos - Dados Técnicos, Tabelas e Gráficos 274 3 PREFÁCIO DA 3A. EDIÇÃO A partir de 1993 a Westfalia Separator do Brasil, que já fornecia plantas completas de neutralização desde 1974, atendendo a solicitação do mercado brasileiro c, começou a atuar no fornecimento de refinarias completas na modalidade turn-key. Em função disto foram preparados artigos técnicos específicos para apresentação dos processos envolvidos. Este livro procurou agrupar o material de divulgação utilizado em palestras de treinamento e seminários dados pela Westfalia Separator. Esta é a terceira revisão deste trabalho onde tentamos incorporar os assuntos que mais despertam interesse dos clientes. Mais uma vez recomendamos a leitura do livro: Pratical Handbook of Soybean Processing and Utilization de D. R. Ericson, Editor - publicada em 1995 por AOCS PRESS e United Soybean Board, de onde alguns artigos tiveram origem. Agradecemos a colaboração e autorização dada pelo engenheiro Klauss Peter Eickhoff, responsável pela área de Óleos Vegetais da Westfalia Separator – Alemanha, pelo eng. Sérgio Bloch da Westfalia Separator Argentina, pelo eng. Frank Weldkamp, diretor técnico da Lochen, Klaus Weber, ex-diretor da Extraktionstechnik e Krupp e, mais recentemente, ao Eng. Holger Kirschbaum da LURGI - Life Science Division - Alemanha para a inclusão e divulgação de literatura técnica de autoria própria assim como material técnico interno destas tradicionais companhias. 4 TECNOLOGIA DE PROCESSAMENTO DE ÓLEOS E GORDURAS VEGETAIS PROCESSO DE OBTENÇÃO DE ÓLEOS E GORDURAS VEGETAIS I. Introdução: As sementes de modo geral contém maior ou menor quantidade de óleo em sua composição. Dada a importância dos óleos vegetais na dieta humana, além das inúmeras aplicações industriais dos mesmos, foram desenvolvidos processos de extração e purificação destes óleos. O processo completo consta de duas etapas: a.) extração; b.) refinação. Estas etapas podem ser executadas em unidades fabris conjugadas ou independentes, dependendo somente de aspectos econômicos relativos às fontes de matéria-prima e dos centros consumidores. O processo aqui descrito tem como base a soja, mas é válido para a maior parte das sementes oleaginosas comerciais (algodão, amendoim, palma, babaçu, milho, girassol, canola, etc.). II. O Processo de Extração: As sementes oleaginosas são constituídas por uma parte fibrosa e outra oleosa. Na soja, a fibra constitui cerca de 80%, e a parte oleosa 20%. Além disso, o grão de soja tem parcela de umidade de 12 a 15%. A unidade de extração é constituída de: II.1. Recebimento / Secagem / Estocagem: Visto que a colheita de grãos é sazonal, com época determinada pelo clima da região produtora, todo o produto a ser trabalhado no ano é recebido e armazenado durante um curto período do ano. 5 Para que o produto não sofra deterioração, deve ser seco até uma umidade pré- determinada, para ser armazenado sob condições controladas (para a soja: 12%). A secagem é feita normalmente em secadores verticais tipo cascata, com utilização de gás quente de combustão. Quando se recebem grãos muito úmidos, devido a chuvas na época da colheita, torna-se necessária a re-secagem ou seja o grão é seco, fica armazenado em silos verticais durante um determinado período para que se tenha uma migração da umidade para a superfície do grão e a mesma se estabilize. Em seguida o grão é novamente seco até a umidade desejada e só ai armazenado. II.2. Pré-limpeza: Dependendo do teor de impurezas presentes na semente, torna-se necessária a pré-limpeza antes da armazenagem, a fim de proteger os equipamentos da ação erosiva de areia e pedras, e eliminar contaminantes (por exemplo, sementes de gramíneas) que possam prejudicar a qualidade do produto. É também necessário remover os grãos quebrados para evitar aquecimento durante a armazenagem, decorrente da oxidação. A pré limpeza é feita nas denominadas peneiras catadoras de pedras (por diferença de peso) e nas peneiras classificadoras (por diferença de tamanho). II.3. Preparação: A preparação da semente para a extração pode variar bastante em função da matéria-prima. Vamos descrever o processo utilizado para soja em vista da relevância atual desta matéria-prima. A soja passa inicialmente por moinhos quebradores (similares aos utilizados para moagem de trigo), onde é reduzida, na primeira passagem a 1/2 grão, e na segunda passagem a 1/4 de grão. Quando se deseja produzir um farelo de alto teor protéico (HIPRO) ou para preparar o farelo para a produção de proteína isolada de soja, é feita a separação de casca entre a primeira e segunda quebra, através de separadores por aspiração tipo cascata e novamente, após a segunda quebra, uma nova separação de casca. A seguir, a soja quebrada passa por uma peneira com aspiração, onde são separados os finos (pó) e a casca residual (por aspiração). O grão partido é posteriormente aquecido em cozinhadores até 60o Celsius e após, laminado em lâminas com espessura de 0,2 mm. Este material já pode ser enviado à etapa de extração. 6 Para melhorar a capacidade de extração por solvente, é utilizada a técnica de expandir a massa laminada. Isto é feito com a utilização de um expansor de grão, baseado no equipamento da Andersen (desenvolvido inicialmente para gemem de milho). O equipamento consta basicamente de uma rosca extrusora com injeção de vapor. Esta rosca comprime a massa laminada contra uma placa perfurada, promovendo uma compactação seguida de expansão, transformando os flocos em pellets esponjosos. Esta massa tem maior densidade aparente e maior capacidade de percolação, aumentando pois a capacidade do extrator. A massa é a seguir seca e resfriada até a temperatura de 50o Celsius. II.4. Extração Propriamente Dita: II.4.1. - Extração por solvente: A extração por solvente é composta de: • Unidade de extração de óleo com solvente (hexana); • Unidade de evaporação do solvente da miscela (= óleo + solvente); • Unidade de dessolventização do farelo; • Unidade de condensação de hexana; • Unidades complementares. a.) Unidade de Extração: Atualmente as unidades de extração trabalham todas de forma contínua. Constam basicamente de uma tela filtrante sob a qual é depositada a massa, chuveiros de hexana/miscela na parte superior, e receptores na parte inferior para coleta da miscela. Os mais comuns atualmente são do tipo esteira contínua, com ou sem caçambas (Lurgi, De Smet, Crown), ou do tipoRotocel/Carrossel (EMI, Krupp, French). Para melhor efeito de extração, a miscela segue em contra corrente com a massa, ou seja, a miscela mais concentrada lava a massa com maior teor de óleo. A miscela com baixa concentração lava a massa com menor teor de óleo, sendo que a massa à saída do extrator é lavada com hexana pura. O farelo não deve conter mais que 1% de óleo após a extração. 7 b.) Unidade de Evaporação: A miscela concentrada passa pela unidade de evaporação, onde é feita a separação do óleo da hexana. É constituída de evaporadores tubulares verticais aquecidos a vapor. c.) Unidade de Dessolventização: O dessolventizador tem por finalidade eliminar toda a hexana absorvida pelo farelo, tostar o farelo de forma a diminuir sua atividade ureática, e finalmente resfriá-lo, estabilizando sua umidade (na faixa de 12%). É composto por diversos estágios sobrepostos, por onde o farelo passa em fluxo descendente ou em unidades separadas. Os estágios são dotados de camisa de vapor e fundos duplos, nas etapas de dessolventização, tostagem e secagem, além da injeção de vapor vivo e de injeção de ar frio na etapa de resfriamento. A passagem entre estágios é feita através de bocais, e a movimentação interna por eixo dotado de raspadores em todos os estágios. O processo é controlado de forma a evitar que o excesso de temperatura prejudique a qualidade do farelo, diminuindo o índice de proteína dispersável (IPD). d.) Unidade de Condensação de Hexana: Compõe-se de condensadores tubulares resfriados à água (ou a ar), que tem por função recuperar a hexana evaporada nos estágios de evaporação e dessolventização. A aspiração dos gases provenientes do extrator e do dessolventizador é feita por sistema de vácuo por ejetores a vapor situados após a unidade de condensação. O consumo de hexana no processo não deve superar 1 litro/ton. de soja. 8 FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DO PROCESSO DE EXTRAÇÃO DIRETA 1 - Secagem 2 - Armazenagem 3 - Pré-limpeza 4 - Moinhos quebradores 5 - Condicionador 6 - Laminador 7 - Extrator 8 - Dessolventizador tostador 9 - Destilação 10 - Degomagem 2 3 4 5 6 7 8 9 10 9 II.5. Unidades Complementares: Com a finalidade de melhorar a qualidade do óleo, existem unidades complementares à extração, como por exemplo as seções de filtração de miscela e degomagem do óleo bruto. A filtração de miscela tem por finalidade eliminar as farinetas que passam pelo piso ou esteira filtrante do extrator e ficam na miscela. Estas farinetas, durante a evaporação, se incrustam nos evaporadores o que dificulta o processo tornando necessário o aumento da temperatura dos mesmos. Isto, além de dar cor mis intensa ao óleo, faz com que a qualidade tanto do óleo como da lecitina seja piores. A degomagem tem por finalidade a extração da lecitina do óleo. A lecitina é um agente emulsificante que prejudica a qualidade do óleo e dificulta o processo de refinação do mesmo. Sua separação é feita por hidratação com água quente e separação por centrifugação sendo que o óleo degomado deve ser seco a vácuo e resfriado para armazenagem ou transporte. A lecitina extraída pode ser adicionada ao farelo ou seca em evaporadores de tambor rotativo ou de superfície raspada para utilização comestível ou farmacêutica. O teor de gomas no óleo, após degomagem, deve situar-se na faixa máxima de 10 a 15 p.p.m., dependendo do teor de fosfatídeos não hidratáveis contidos no óleos Nota: Em vista do trabalho com hexana na extração, é extremamente importante o aspecto de segurança na planta, que deve ser levado em conta em todas as fases, do projeto à operação. III. Processamento através de pré prensagem O método clássico de extração direta por solvente utiliza moinhos quebradores de eixo flutuante e moinhos laminadores para o pré tratamento antes da extração. Adicionalmente expanders são integrados ao processo de pré tratamento de forma a obter-se um aumento de capacidade de produção na planta. A aplicação de expander melhora a percolação do material no extrator e reduz a retenção de hexana após a extração. 10 Além disso, vapor direto que é injetado no expander deve ser condensado e subseqüentemente eliminado. Isto requer considerável consumo de energia e custos, que devem ser avaliados. Alto conteúdo de água na extração pode resultar em alto conteúdo de óleo no farelo. Para sementes com alto teor de óleo como girassol, algodão, canola, oliva, é utilizado o processo de pré prensagem onde boa parte do óleo é extraído mecanicamente. Mesmo para a soja este processo pode ser utilizado apesar da pouca quantidade de óleo que é extraída nesta etapa. A semente alimentada na prensa foi previamente limpa e pode ser aquecida a temperatura de 80oC. Na máquina a pressão e as forças do trabalho mecânico pré tratam de tal forma que a extração por solvente que se segue reduz o conteúdo de óleo para um valor mínimo. Além disso uma parte significativa do óleo é extraída mecanicamente no pré tratamento o que favorece os resultados do pré tratamento mecânico da semente. O processo não adiciona vapor na máquina. Pelo trabalho mecânico a semente que alimenta a máquina é aquecida e portanto a torta deve posteriormente ser resfriada a cerca de 60oC para que não produza evaporação de hexana no extrator. A geometria da rosca da prensa faz com que o produto conformado na saída da máquina tenha uma grande superfície. Uma parte da umidade presente nos grãos de soja é evaporada por descompressão na saída da rosca de forma que os poros das células são abertos para a subsequente extração por solvente. A temperatura da semente alimentada na máquina é decisiva para o consumo de potência (consumo específico por tonelada). Se a torta for usada como ração para aves (com alto teor de óleo – sem se efetuar a extração por solvente), a atividade ureática deve ser reduzida antes da prensa. A maior temperatura resultará também num menor consumo específico de potência. Se a prensa for utilizada como unidade de preparação substituindo os moinhos quebradores e laminadores, a semente deve ser alimentada levemente aquecida de forma a criar altas forças de cizalhamento e atingir um melhor grau de preparação. 11 FLUXO DE MATERIAL PARA PROCESSAMENTO EXTRAÇÃO DIRETA PRÉ PRENSAGEM EXTRAÇÃO DIRETA EXTRAÇÃO AO DESSOLVENTIZADOR EVAPORAÇÃO DE MISCELA PRÉ PRENSAGEM AO DESSOLVENTIZADOR EVAPORAÇÃO DE MISCELA EXTRAÇÃO PRENSA hexana material sólido óleo água DECANTER HEXANA PREPARAÇÃO 12 DECANTERS PARA A CLARIFICAÇÃO DE ÓLEOS DE PRENSAGEM I. Sistema de tratamento para óleos de prensagem Em plantas modernas a extração continua de óleos de sementes consiste normalmente de uma combinação de prensagem e extração por solventes. As sementes são inicialmente prensadas ate um certo teor de óleo e a seguir extraído por solvente até um teor residual de aproximadamente 1% de óleo no farelo. A aplicação do decanter para clarificação do óleo de prensagem atinge os objetivos de operação contínua e alta economia. Instalações de decanter para clarificação do óleo de prensagem cumprem sua tarefa de forma mais simples que instalações com filtros. Características das instalações com decanter Esta instalação para clarificação de óleo de prensagem com descarga contínua de sólidos oferece as seguintes vantagens: • Alta economia • Redução do volume de resíduo a ser disposto • Economia de espaço de estocagem para o bolo do filtro • Baixos custos de operação e manutenção • Drástica redução no espaço requerido quando da aplicação dos decanters • Menores períodosde retorno de investimento • Efeito de auto limpeza devido a descarga contínua de sólidos • Operação simples • Trabalho e custos de limpeza desnecessários • Rápido ajuste dos parâmetros da máquina em caso de alterações de produto e processo • Modo de operação contínuo e automático II. Extração e clarificação de óleos de prensagem Visão geral do processo A extração do óleo das sementes normalmente é feita em dois estágios: as sementes são inicialmente pré-prensadas seguido da extração do óleo residual da torta. Após descascamento, quebra e condicionamento, a semente oleaginosa é continuamente transportada para a prensa de operação continua. 13 EXTRAÇÃO POR PRENSAGEM E CLARIFICAÇÃO DO ÓLEO DE PRENSAGEM (*) torta enviada para a extração por solvente (**) material sólido retornado para o condicionador peneira silo moinho quebrador condicionador prensa tela vibratória trocador de calor trocador de calor tanque de retenção decanter trocador de calor secador sistema de vácuo sólidos do decanter ** óleo seco torta * sólidos ** água quente 14 O óleo extraído na prensa é inicialmente pré clarificado em uma tela vibratória. O material separado na tela (grosso) pode ser reenviado a prensa ou adicionado aos sólidos do decanter. Para facilitar a separação das impurezas remanescentes é vantajosa a adição de água quente. O volume depende basicamente do teor de sólidos do líquido que passou pela tela. É aproximadamente de 1% da vazão da bomba. A temperatura da água a ser adicionada deve ser de aproximadamente 95 graus centígrados. A bomba, com variação contínua de velocidade, protegida contra desgaste envia a mistura ao trocador de calor. Aqui a mistura é aquecida a uma temperatura de no mínimo 95 graus através de vapor. A mistura pré-tratada é enviada ao tanque de contato. A adição previa de água ajuda a separação dos sólidos finos que então podem ser separados a seguir no decanter. Os sólidos separados são normalmente transportados através de um transportador tipo rosca sem fim para a extração por solvente. O teor residual de sólidos no óleo clarificado é inferior a 0,5 % em volume. Afim de reduzir o conteúdo residual de água, a fase do óleo clarificado é enviada sob pressão em sistema fechado, através de um trocador de calor ao secador a vácuo. A secagem do óleo para subsequente estocagem é recomendada afim de prevenir a pós-separação das gomas residuais e o aumento excessivo da acidez. III. Máquinas e equipamentos para a clarificação de óleos de prensagem DECANTERS O decanter é uma centrífuga horizontal com transportador tipo rosca, com tambor cilindrico-cônico de parede fixa, para a separação contínua de sólidos em suspensão. O produto a ser processado entra na câmara de separação do tambor através do tubo central de alimentação; é então acelerado até a velocidade de operação. A força centrífuga faz com que as partículas solidas se depositem na parede do tambor em um tempo muito curto. O tambor tem uma forma cilindrico-cônica. Esta forma foi escolhida pois a seção cilíndrica é bastante adequada para a clarificação do líquido e a seção cônica do tambor é adequada a secagem dos sólidos. A rosca sem fim gira a uma velocidade que é ligeiramente superior a velocidade do tambor e transporta continuamente os sólidos separados para a extremidade mais estreita do tambor. Devido a forma cônica do tambor, os sólidos são 15 separados do líquido e todo líquido do sólido é removido quando os sólidos passam pela "zona de secagem" que não está em contato com o líquido. Os sólidos são finalmente descarregados na câmara de coleta da carcaça através de aberturas no fundo do tambor. O líquido flue através das espirais da rosca até a outra extremidade do tambor (em contra corrente). As impurezas leves, ainda remanescentes no líquido, são separadas por forca centrifuga no momento em que passam pela "zona de clarificação" e então transportadas pela rosca aos "orifícios de descarga de sólidos" juntamente com os sólidos coletados na região de admissão. O líquido clarificado é descarregado da câmara de separação através de um disco de regulagem intercambiável. O líquido é coletado por um rodete (bomba centrípeta) que mergulha no líquido em rotação em uma câmara separada do tambor e descarrega o líquido sob pressão. A capacidade do decanter depende da facilidade com que o produto pode ser clarificado, da concentração de sólidos contidos no produto, da umidade residual requerida na descarga de sólidos e o conteúdo máximo permissível de sólidos no líquido clarificado. A máquina pode ser ajustada para atingir o melhor das condições requeridas. O decanter é acionado por um motor trifásico de baixo nível de ruído. Um acoplamento hidráulico ajustável reduz a corrente de partida. Correias são utilizadas para a transmissão de potência. A rosca é acionada através de correias e engrenagem tipo ciclo (ciclo-redutor). O sistema de monitorização do ciclo-redutor de acionamento assegura operação livre de qualquer problema. O acionamento (motor e acoplamento) é instalado no decanter de forma compacta: é também isolado contra vibrações. Um tipo diferente de acionamento é utilizado dependendo do tipo de decanter e do tipo de aplicação. Isto pode ser ilustrado através de dois exemplos: O decanter com rosca de acionamento hidráulico é disponível como versão especial. Esta versão e recomendada quando uma concentração uniforme de sólidos deve ser atingida na fase de descarga de sólidos em conjunto com flutuações de produção. Com sistema de duplo acionamento o motor principal aciona o tambor e a carcaça do ciclo-redutor primário. Um ciclo-redutor secundário adicional e um motor secundário permitem medição automática do torque e controle da velocidade diferencial. 16 Este tipo de acionamento é recomendado: • Se a umidade residual na descarga de sólidos do decanter deve ser mantida num valor mínimo. • Se a instalação deve trabalhar próximo do valor máximo da capacidade de descarga de sólidos em conjunto com mínima velocidade diferencial. • Se um conteúdo uniforme de sólidos na descarga deve ser atingido em conjunto com flutuações de produção. • Se uma capacidade de produção maior que a conseguida com acionamento standard do decanter deve ser atingida. Dados da máquina: A escolha do desenho mais adequado do tambor depende da característica do produto, da eficiência requerida de clarificação, do grau de secagem e da capacidade de produção. Os seguintes fatores afetam a operação dos decanters: • Velocidade do tambor • Desenho do tambor (cone reto, tambor de cone escalonado) • Desenho da rosca (passo e número de fios) • Velocidade diferencial • Ajuste do diâmetro do disco de regulagem (zona de secagem longa ou curta) • Zona de alimentação (deslocamento do tubo de alimentação). DECANTER CLARIFICADOR 1 - Alimentação de produto a ser clarificado 2 - Saída da fase leve (líquida) 3 - Saída da fase pesada (sólida) TAMBOR ROSCA 1 2 2 3 3 17 SECADOR A VÁCUO Sistemas de secagem encontram aplicação na evaporação da umidade residual do óleo de prensagem clarificado. O coração da planta é um secador de filme fino em que o óleo a ser seco flue através de uma válvula de contra pressão. Esta válvula fecha imediatamente quando cessa o fluxo de óleo, afim de prevenir a queda do vácuo no secador. Afim de facilitar a evaporação otimizada da umidade do óleo, o mesmo flue em filme fino através de diversas cascatas. O óleo seco é descarregado do secador através de uma bomba auto escorvante em que parte do fluxo é reciclado. O secador é equipado com visor para inspeçãovisual do nível de óleo. O vácuo é produzido ou por um sistema de vácuo multi-estágio a vapor com condensador de contato direto ou por bomba de vácuo de anel líquido com pré-condensador de superfície. Características: • Operação contínua • Evaporação otimizada da umidade residual • Não há oxidação. IV. Clarificação de óleo de palma O óleo de palma é extraído de cachos de frutos frescos da palmeira existente principalmente na Malásia, África e América do Sul. A tecnologia de esmagamento envolve esterilizadores, digestores e prensas de rosca helicoidal. Nos últimos anos novas tecnologias baseadas em decantadores centrífugos tem sido introduzidas com o propósito de aumentar a tecnologia de extração no que diz respeito a eficiência, qualidade , simplicidade e poluição. Com a introdução do processo de clarificação direta o estágio de clarificação foi simplificado e adicionalmente a quantidade de água efluente reduzida assim como a DBO (demanda bioquímica de oxigênio) do efluente é drasticamente reduzida. VANTAGENS DO PROCESSO DE CLARIFICAÇÃO DIRETA O novo sistema oferece as seguintes vantagens: 1. Economia na operação e manutenção dos separadores de lodo visto estes não serem necessários. 2. Redução do tamanho do estágio de clarificação (economias no investimento em edificações e estruturas). 18 3. Redução em geral dos sólidos orgânicos no efluente. A DBO é reduzida por exemplo de 30.000 para 10.000. A quantidade de lodo em kg é drasticamente reduzida. Portanto uma significativa redução no investimento em tratamento de efluentes da planta pode ser esperada. 4. Operação simples no estágio de clarificação pois não são necessários tanques de decantação. 5. Não é necessário água de diluição no estágio de clarificação. 6. Diminuição das perdas por não necessidade de limpeza dos separadores. 7. tempo de contato entre o óleo de palma quente e o ar/água é reduzido, o que evita o aumento da acidez. DESCRIÇÃO DO SISTEMA Embora diferentes configurações sejam possíveis, nossa experiência e discussões com os maiores consultores sobre óleo de palma e técnicos de esmagamento resultaram no processo descrito abaixo. Veja descrito no fluxograma anexo: • óleo bruto vindo da prensa passa através de uma tela vibratória de onde é bombeado através de um hidrociclone separador de areia para o decanter de 3 fases. • decantes separa o óleo bruto em óleo e lodo e aos mesmo tempo remove uma quantidade substancial de sólidos. • óleo é purificado em centrifugas auto limpantes na forma usual e em seguida seco a vácuo e enviado aos tanques de estocagem. • No lodo apenas uma quantidade insignificante de óleo é transferido para o sistema de tratamento de água efluente passando antes por um tanque de segurança (para recuperar eventuais perdas de óleos de vazamentos ou limpeza da planta). • Os sólidos (torta) é transportada e adicionada ao resíduo sólido da extração para disposição. DECANTER WESTFALIA Os modelos Westfalia mais utilizados para óleo de palma são: • para 15 a 20 ton/h de cachos frescos • para 30 a 40 ton/h de cachos frescos As características dos decanters Westfalia permitem que os mesmo mantenham alta eficiência mesmo em baixas velocidades. Graças a isto, graças a sua construção reforçada e proteção contra desgaste é garantido um longo tempo de trabalho de 10 a 20 mil horas entre manutenções gerais. A proteção contra desgaste é do tipo soldado o que permite ser feito o reparo das roscas localmente. 19 Adicionalmente os decanters Westfalia podem ser fornecido com sistema de duplo acionamento o que faz com que o equipamento possa operar com maior eficiência em qualquer circunstância. DESEMPENHO DOS DECANTERS WESTFALIA • Lodo de saída do decanter contem menos de 1% de óleo o que significa que as perdas de óleo sejam inferiores a 0,5% com base na capacidade em cachos de frutos frescos. • Redução do conteúdo de sólidos na fase aquosa maior que 50%. • A torta contém menos que 80% de água e menos que 2% de óleo (menos que 10% base seca) o que significa menos de 0,15% com base na capacidade em cachos de frutos frescos. • A capacidade de cada decanter é suficiente para cobrir uma vazão de até duas vezes a vazão nominal ou seja, um decanter pode substituir duas máquinas se eventualmente necessário, no trabalho com eficiência reduzida. Isto significa que a plena capacidade de esmagamento pode ser mantida mesmo quando um dos equipamentos esteja em manutenção. CLARIFICAÇÃO DE ÓLEO DE PALMA Cachos de frutos tanque intermediário hidrociclone tela vibratória decanter óleo clarificado (para a secagem) centrífuga clarificadora água sólidos areia sólidos areia água óleo tanque aquecedor 20 QUALIDADE DA MATÉRIA PRIMA A concentração de impurezas do óleo bruto, assim como a dificuldade de sua remoção dependem da qualidade da matéria prima oleaginosa, das condições de estocagem da semente, das condições de extração e das condições de estocagem do próprio óleo bruto. De um modo geral, a deterioração oxidativa do óleo na semente evolui de forma paralela a sua degradação. Ambos os fenômenos são provocados por atividade enzimática que é intensificada em determinadas condições de manuseio e estocagem de matéria prima. É o que acontece por exemplo com umidade acima de 13% em temperatura elevada. Da mesma forma, grãos avariados e quebrados aumentam a atividade enzimática prejudicial à qualidade do óleo. Como resultado o óleo bruto apresentará elevada acidez livre, elevados índices oxidativos e elevado conteúdo de gomas não hidratáveis. Um óleo bruto com estas características é difícil de ser degomado. O óleo refinado resultante pode ter sua qualidade comprometida, especialmente a estabilidade. Em casos mais extremos de deterioração, são necessárias condições mais enérgicas de refinação que podem compensar apenas parcialmente a qualidade inferior do óleo bruto, com as correspondentes perdas adicionais de refino. Também as condições climáticas desfavoráveis podem levar a colheita de soja imatura: o óleo bruto correspondente se caracteriza por um alto conteúdo de ferro, clorofila e ácidos graxos oxidados e é muito difícil de ser degomado. As impurezas contaminantes da soja – gramíneas em geral – também contribuem para o aumento das impurezas do óleo bruto, particularmente a clorofila e produtos de oxidação. O quadro abaixo apresenta um resumo dos vários fatores acima mencionados que influem na qualidade do óleo bruto. FATORES Aumento de: Impurezas produtos de oxidação, clorofila Grãos imaturos clorofila, ferro Grãos avariados ou quebrados (carga, transporte, descarga) acidez, gomas não hidratáveis, produtos de oxidação Estocagem (tempo, temperatura, umidade) acidez, gomas não hidratáveis, produtos de oxidação 21 PLANTA PARA EXTRAÇÃO DE ÓLEO DE SOJA 1. Introdução A planta descrita neste capítulo (ver Fig. 1) é projetada para produzir óleo bruto, farelo de alto teor protéico, lecitina bruta e cascas torradas de soja O óleo de soja bruto é fornecido a refinarias; o óleo refinado é usado na culinária, saladas e em margarinas, maionese e gorduras. Farelo de alto teor protéico é fornecido para fabrica de rações e utilizado em ração animal. Farelos de alto índice de proteína dispersável e baixa contaminação bacteriológica podem ser usados para produção de proteína texturizada, concentrada ou isolada que são formuladas em alimentos para consumo humano. A lecitina é utilizada como emulsificante em margarinas, chocolates, biscoitos, achocolatados e outros produtos. Cascas são vendidas para fábricas de rações e incorporadas como fibras em rações. 2. Tamanhodo mercado O consumo anual de óleo de soja se situa entre 26 kg/capita nos Estados Unidos, 17 kg/capita no Brasil, até 6 kg/capita na China. (A produção de soja nos Estados Unidos na safra 93/94 foi de quase 50 milhões de toneladas e o consumo de óleo de aproximadamente 6 milhões. A produção de óleo de soja no Brasil neste mesmo período foi de pouco mais de 24 milhões de toneladas). 3. Considerações Econômicas Uma planta de extração de óleo com capacidade de 2.000 ton/dia tem um custo operacional de aproximadamente US$15/ton; representa um alto custo de investimento, pois requer que todo o equipamento elétrico seja a prova de explosão devido aos vapores altamente explosivos de hexana, sempre presentes na área de processo. Todos os equipamentos devem atender a NFPA Classe II, Divisão 1 ou NP65 Standards. O custo dos equipamentos é apresentado na Tabela 2. A planta requer operadores treinados e um bom sistema de controle para minimizar o perigo do uso do solvente (hexana) e para garantir que os consumos e garantias necessários à operação econômica da planta e custo de produção sejam atingidos. 22 Os pontos chave que afetam a lucratividade na operação são: - preço da soja - custo do transporte - preço da eneregia elétrica - custo do combustível - custo da hexana As utilidades requeridas são óleo combustível, água e energia elétrica, como mostrado na Tabela 3. O processo gera 2.000 m3 de efluente líquido por dia, a 50oC. A água se apresenta com cor acastanhada e pode conter 100 mg/l de sólidos em suspensão, 50 mg/l de óleo e 500 mg/l de DBO5. Este efluente é tratado no sistema de tratamento de água incluído no projeto. Tabela 1. Custo da planta Edificações e instalações auxiliares* 10.000.000 Instalações de estocagem 15.000.000 Equipamentos e instalações equipamentos (custo CIF) 8.100.000 Fretes 100.000 montagem mecânica 400.000 instalações hidráulicas 800.000 instalações elétricas 600.000 Detalhamento do projeto fluxogramas e lay-out de equipamentos 400.000 especificações e desenhos eletromecânicos 250.000 comissionamento e treinamento 150.000 engenharia civil e gerenciamento da construção 50.000 gerenciamento do projeto 150.000 Custo total da planta, exceto terreno 36.000.000 *Incluindo: subestação elétrica, tratamento de água, gerador de vapor, tratamento de efluentes, estocagem de combustível, oficinas de manutenção, laboratório de controle de qualidade. O custo dos equipamentos principais (US$ 8.100.000) está descrito e valorizado individualmente na tabela 2, apresentada a seguir. 23 Tabela 2. Custo dos equipamentos Item Equipamento Preço US$ 1 tombador de caminhões 150.000 2 secagem 900.000 3 pré-limpeza 900.000 4 ressecagem 700.000 5 limpeza 150.000 6 quebra 150.000 7 descascamento 800.000 8 condicionamento 150.000 9 laminação 500.000 10 extração 700.000 11 recuperação de solvente 650.000 12 dessolventização/secagem/resfriamento 700.000 13 peletização de farelo 400.000 14 carregamento a granel de farelo 150.000 15 degomagem do óleo 300.000 16 secagem de lecitina 250.000 17 equipamento de transporte 200.000 Total F.O.B. 7.750.000 Frete até porto de embarque + containers 100.000 Frete marítimo e seguro 250.000 Total CIF no destino 8.100.000 Os custos mais elevados de operação são os relativos à própria soja e ao óleo combustível como mostrado na Tabela 4. A planta requer uma construção de aproximadamente 3.000 m2, e um terreno não urbano de aproximadamente 50.000 m2. 4. Impacto social Esta planta irá empregar na área produtiva cerca de 63 pessoas: 30 operadores não especializados 6 operadores especializados 13 mecânicos e eletricistas de manutenção 3 técnicos de controle de qualidade 9 supervisores 1 gerente 1 superintendente mais o pessoal administrativo e de contabilidade requerido pela empresa. 24 5. Bases do projeto da planta Esta planta foi projetada para processar 2.000 ton de soja/dia contendo 18% de óleo, 12% de umidade, 15% de grãos danificados. Irá produzir 1.600 ton/dia de farelo com 44% de proteína ou 1.440 ton/dia de farelo com 49% de proteína ou o equivalente a 1.200 ton/dia de proteína concentrada a 85%, 340 ton de óleo bruto de soja, 14 ton de lecitina bruta, 160 ton de cascas. Tabela 3. Utilidades Item Equipamento Água Combustível Solvente Energia m3/h (óleo) (hexana) (elétrica) 20oC MJ/h kg/h kWh 1 caldeira 60,0 66.500 2 torre resfriam. 3 extração 100 4 processo 0.8 Total 60,8 66.500 100 2.500 Tabela 4. Custos de operação - Base: 7.200 horas por ano; capacidade anual de processamento de 600.000 ton. de soja. Item Consumo por hora Custo $ / ano Custo $ / ton soja soja 83,4 t 144.000.000 240 combustíveis 66.500 MJ 4.800.000 8,0 energia elétrica 2.500 kW 1.800.000 3,0 água 60 m3 432.000 0,7 hexana 100 kg 216.000 0,3 peças de manutenção 600.000 1,0 tratamento efluente 500.000 0,8 materiais auxiliares 320.000 0,5 mão de obra 1.800.000 3,0 Total de custos diretos de operação 154.468.000 257,3 6. Descrição do processo Esta planta para processamento de soja consiste das seguintes etapas: 1. Sistema de descarga de caminhões 2. Sistema de estocagem para 90 dias de esmagamento com a planta operando a 90% de sua capacidade máxima. Isto inclui secagem, pré-limpeza, ressecagem e limpeza. 3. Equipamento de preparação: quebra, descascamento, condicionamento e laminação. 25 4. Equipamentos de extração para produzir óleo bruto e farelo por extração por solvente e recuperação do solvente para re-uso. 5. Tratamento e equipamento para carregamento a granel e/ou ensaque de farelo peletizado. 6. Equipamento para degomagem do óleo bruto, incluindo secagem de lecitina e secagem e resfriamento do óleo degomado. A soja recebida na planta é removida dos caminhões através de um tombador para uma moega de recepção. Desta, a soja é transferida para um silo pulmão do qual os grãos são levados a uma seção de pré-limpeza onde as impurezas são removidas. Subseqüentemente, as sementes são secas, se necessário, antes de serem transferidas aos silos de estocagem. A soja vinda dos silos é ou: a) seca e aquecida, se forem descascadas para obter- se farelo de alta proteína, ou b) diretamente enviada à preparação. Na seção de preparação a soja é pesada e limpa em separadores gravimétricos, por peneiramento e removidas as partículas metálicas através de separador magnético. No caso da produção de proteína para uso humano, os grãos quebrados são removidos por equipamento específico e transferidos para silo intermediário de forma a ser processado posteriormente para ração animal . Em seguida, os grãos são quebrados em moinhos de rolos estriados. Na produção de farelo de alta proteína, as cascas são separadas dos grãos após a quebra por meio de separadores por aspiração, e as cascas, após moídas, são enviadas a uma seção de tostagem, resfriadas e transportadas a um silo de casca. A soja descascada é condicionada e laminada. No processo de extração, o óleo é extraído da soja laminada em um extrator contínuo por percolação, usando hexana como solvente. A solução de óleo em solvente, chamada miscela gorda, é então transferida a um sistema de recuperação de solvente, no qual o solvente é removido, deixando o óleo totalmente livre do mesmo; os vapores de solvente são condensados e retornam ao processo. O farelo com solvente é enviado ao sistema de dessolventização no qual ou por aquecimento com vapor direto e indireto ou por flasheamento e tratamento a quente sob vácuo, o solvente é removido do farelo. Durante a dessolventização o índice de proteína dispersávelé controlado. O farelo dessolventizado é seco e resfriado e transferido para a seção de tratamento onde é moído, estocado em silos e finalmente ensacado e embarcado. 26 O óleo bruto é misturado com uma determinada percentagem de água quente para flocular os fosfatideos, que são a seguir removidos em uma centrífuga; o óleo é então seco e resfriado e transferido ao tanque de estocagem de óleo. A lecitina bruta separada é seca, sob vácuo e aquecimento suave e então resfriada e embalada em latões ou tambores. Fig. 1 Fluxograma de processo 27 DEGOMAGEM OS DIFERENTES PROCESSOS DE DEGOMAGEM A maior parte dos óleos contem fosfolipídeos, também conhecidos como fosfatídeos ou simplesmente gomas. Estes fosfatídeos são excelentes agentes emulsificantes e também aumentam as perdas durante o processo de refino. Os fosfatídeos também estão ligados com parte dos metais existentes no óleo bruto. Por esta razão, ambos os constituintes, gomas e metais, são responsáveis pela baixa estabilidade dos óleos desodorizados ou refinados fisicamente. Existem dois tipos de gomas, as hidratáveis e as não hidratáveis. Os diferentes tipos de óleos e gorduras contém quantidades variáveis de fosfolipídeos. Alguns óleos com seus conteúdos típicos de gomas são listados na tabela 1. Quando da determinação do conteúdo de fosfatídeos, é analisado o conteúdo de fósforo no óleo e expresso em ppm. Este valor multiplicado pelo fator 25,4 nos dá o conteúdo de fosfatídeos no óleo. Este fator é derivado da relação entre o peso específico do fósforo e dos fosfatídeos. Tipo de óleo Fosfatídeos (ppm P) Óleo de soja 700 - 1000 Óleo de canola 450 - 500 Óleo de milho 250 - 300 Óleo de girassol 300 - 1000 Óleo de arroz 450 - 700 Óleo de palma 20 - 30 A composição típica dos fosfatídeos do óleo de soja bruto é mostrada na tabela 2. Fosfolipídeo Porcentagem Fosfaditil colina (PC) 22 Fosfaditil etanolamina (PE) 23 Fosfaditil serina (PS) 2 Fosfaditil inositol (PI) 20 Ácido fosfatídeo (PA) 5 Fitoglicolipídeos (PGL) 13 Outros fosfolipídeos 15 Os fosfatídeos hidratáveis podem ser facilmente removidos pela adição de um volume de água equivalente ao volume de gomas. As gomas hidratáveis são insolúveis no óleo e podem ser separadas. Tabela 1: Conteúdo típico de gomas de alguns óleos brutos. Tabela 2: Composição dos fosfatídeos (sem o óleo) para óleo de soja. 28 Os fosfatídeos não hidratáveis são sais de ferro, sódio e magnésio do ácido fosfatídico e somente podem ser condicionados a uma fase hidratável e portanto insolúvel no óleo, por tratamento com um ácido concentrado. O conteúdo de gomas não hidratáveis é muito diferente nos diversos óleos e também depende da qualidade das sementes das quais o óleo foi extraído. O conteúdo de fosfatídeos não hidratáveis cresce, por exemplo, durante a estocagem nas sementes danificadas ou úmidas. Dependendo do método de refino aplicado, diferentes métodos de degomagem são utilizados. O refino físico, em particular, requer quase 100% de remoção dos fosfatídeos. Por este motivo, alguns processos, bastante complicados foram desenvolvidos. Em seguida serão descritos os diferentes processos que podem ser oferecidos pela Westfalia. 1 . DEGOMAGEM COM ÁGUA A degomagem com água é a forma mais simples de redução de fosfatídeos. Entretanto, apenas as gomas hidratáveis podem ser removidos com este método. Se o óleo for a seguir refinado quimicamente, este processo é normalmente adequado pois os fosfatídeos não hidratáveis são removidos com a borra durante a neutralização dos ácidos graxos livres com soda cáustica. Complementarmente, a degomagem com água deve sempre ser aplicada se a lecitina deve ser recuperada o que é o caso normal do óleo de soja. óleo bruto água quente óleo degomado gomas Fig, 1 – Instalação de degomagem com água 29 A figura 1 é uma ilustração esquemática de uma instalação contínua de degomagem com água. O óleo bruto que pode ser um óleo somente de extração ou uma mistura de óleo de prensagem e extração, é inicialmente aquecido até a temperatura ótima de processo. Aqui um compromisso deve ser atingido com respeito à temperatura ótima de degomagem e de separação. Uma baixa temperatura irá produzir uma melhor degomagem, mas, a custa de maiores perdas de óleo nas gomas. A uma alta temperatura as perdas serão reduzidas, mas mais gomas permanecerão em solução e não serão separadas no processo. A temperatura ótima de processo demonstrou ser na faixa de 70 a 80oC. Um volume de água quente correspondente ao conteúdo de gomas é adicionado ao óleo aquecido e de e ser intensivamente misturado com o óleo. A Westfalia Separator desenvolveu um misturador centrífugo para esta finalidade com excelentes resultados. Ele mistura tão intensamente que ocorre a hidratação expontânea dos fosfatídeos como resultado da fina dispersão da água no óleo. Por esta razão, o tanque de hidratação mostrado na figura 1 entre o misturador e o separador não é normalmente requerido. Se solicitado pelo cliente, ou se for utilizado um misturador menos intensivo, o tanque com agitação pode ser utilizado com um tempo de residência de aproximadamente 10 a 30 minutos. As gomas hidratadas, uma pasta muito viscosa, é agora separada do óleo em um separador de pratos. Modernamente são aplicadas centrífugas auto limpantes, que, se dotadas de sistema clean-in-place, praticamente nunca necessitam de limpeza manual. Esta máquina oferece ainda a vantagem de que os sólidos separados no tambor podes ser descarregados separadamente das gomas através das descargas parciais. Isto é uma vantagem se as gomas devem ser secas e vendidas como lecitina, pois serão mais puras e portanto mais valiosas. Se as gomas forem adicionadas ao farelo no tostador, centrífugas de parede fixa serão uma solução mais econômica. Fornecendo um óleo de boa qualidade com não mais de 0,1% de sólidos, estas máquinas podem funcionar por 1 a 2 semanas antes de ser necessária a limpeza manual. As gomas viscosas arrastam a maior parte dos sólidos com elas. Se o óleo degomado for para venda ou estocagem, é recomendado a secagem do mesmo. Após a separação, o conteúdo de água pode ainda chegar a 0,3 - 0,4% o que pode resultar numa subsequente hidratação de parte das gomas durante um longo período de estocagem. Com a degomagem aquosa somente os fosfatídeos hidratáveis podem ser removidos. Não é possível remover os não hidratáveis. Como já foi mencionado, seu conteúdo depende da qualidade do óleo bruto, não é possível definir ou prever o conteúdo absoluto do residual de gomas no óleo degomado. No caso do óleo de soja ele irá flutuar entre 80 e 250 ppm de fósforo. O primeiro número, porém, somente é atingível com óleo de sementes de primeira linha, 30 como o encontrado normalmente na América do Norte e também na América do Sul. A tabela 3 mostra alguns óleos com seu conteúdo típico de gomas após a degomagem com água. Estes dados se baseiam em refinarias européias. Tipo de óleo Fosfatídeos (ppm P) Óleo de Soja 150 - 200 Óleo de colsa 150 - 200 Óleo de girassol 80 - 120 2. DEGOMAGEM ÁCIDA Como mencionado anteriormente, somente os fosfatídeos hidratáveis podem ser removidos com instalações de degomagem com água. Se quisermos remover também gomas não hidratáveis, estas devem ser condicionadas para uma forma hidratável. Isto significa que os complexos metal/fosfatídeo são cindidos através de ácidos em sais metálicos insolúveis em óleo e ácido fosfatídico. O ácido fosfórico demonstrou ser a melhor alternativa entre os vários ácidos. Deve-se ressaltar que somente ácidofosfórico recuperado termicamente é usado pois contém menor quantidade de cloretos e portanto é menos corrosivo. Ácido clorídrico e sulfúrico são comparativamente mais agressivos e causam reações secundárias indesejáveis no óleo. Se for utilizado ácido cítrico para a degomagem, as gomas separadas podem ser utilizadas como lecitina em certas condições. A seguir são apresentadas as descrições de diferentes processos de degomagem ácida. 2.1 DEGOMAGEM ÁCIDA SIMPLES O processo de degomagem ácida simples ilustrado na figura 2 é somente aplicado atualmente para óleos que tem conteúdo de fosfatídeos relativamente baixo, porém contém outras impurezas, como pigmentos coloridos, proteínas, etc. Óleo de palma, óleo de coco, palmiste e oliva são os que pertencem a esta categoria, porém, gorduras animais também são representadas. Antes do refino físico ou hidrólise, estes produtos devem ser degomados com ácido e lavados de forma a serem processados economicamente no estagio subsequente de branqueamento. Dependendo do produto e requerimentos, este tratamento pode reduzir o consumo de terra de branqueamento em até 30% o que significa um rápido retorno do investimento. É de conhecimento geral que os custos de operação de plantas de branqueamento são altos tanto devido ao custo de aquisição das terras como o custo para dispor do material exaurido. É também demostrado que a Tabela 3 Conteúdo típico de gomas de alguns óleos degomados com água 31 estabilidade à oxidação de óleos pré-tratados desta forma é substancialmente melhor do que os degomados via seca. Fig. 2: Instalação de degomagem ácida simples O óleo bruto é inicialmente aquecido a 80 - 90oC com vapor saturado e a seguir é adicionado 0,1 a 0,3% em volume de ácido fosfórico concentrado, usualmente a 75%. Após intensiva mistura do ácido com o óleo em um misturador centrífugo, segue-se um tempo de reação de cerca de 5 minutos. Finalmente é adicionada ao óleo 2 a 5 % de água quente e intensivamente misturada em um segundo misturado centrífugo. Óleos e gorduras com um conteúdo baixo de fósforo podem ser alimentados diretamente ao separador centrífugo; no caso de óleos com um conteúdo alto de fosfatídeos, é recomendado incorporar-se um tanque de residência com cerca de 20 minutos de tempo de retenção e agitação, após a adição da água. A centrífuga utilizada na separação das gomas deve ser preferivelmente uma centrífuga auto limpante, pois os sólidos do óleo bruto e os produtos precipitados pelo ácido (por exemplo proteínas) podem rapidamente bloquear os tambores dos separadores de parede fixa. Antes da estocagem ou de processamentos subsequentes, o óleo degomado deve ser seco a vácuo. A disposição das gomas ácidas deve ser discutida para cada caso individual. Em alguns casos, é possível adicionar-se ao farelo, isto é, o destinado a ração animal, se a plantas for equipada com uma instalação de extração e a legislação específica assim o permitir. óleo degomado óleo bruto Goma s água quente Dosagem de ácido fosfórico 32 2.2 DEGOMAGEM ESPECIAL O processo de degomagem especial (que as vezes é chamado de degomagem intensiva ou refino ácido) foi desenvolvido para óleos com altos teores de fosfatídeos como óleo de soja, de colsa, girassol ou milho. O processo foi inicialmente descoberto por acaso. Posteriormente as reações químicas foram investigadas mais extensivamente. A grande vantagem deste processo é que instalações deste tipo podem ser utilizadas tanto para a degomagem intensiva como para o refino alcalino convencional. Esta instalação é ilustrada esquematicamente na figura 3. Fig. 3: Processo de degomagem especial O óleo bruto é inicialmente aquecido até a temperatura de 70oC. Em seguida é adicionado 0,1 a 0,3% em volume de ácido concentrado que deve ser distribuído no óleo tão finamente quanto possível. Tanto ácido fosfórico a 75 - 85% como ácido cítrico a 50% produzem ótimos resultados. Misturadores centrífugos Westfalia provaram ser excelentes para misturar o ácido com o óleo. Para intensificar a reação entre o ácido e os fosfatídeos, segue-se um tempo de reação de 3 a 5 minutos em um tanque simples. Neste caminho, os fosfatídeos/ complexos metálicos são cindidos em sais de metais insolúveis e fosfatídeos em sua forma ácida. Subseqüentemente, uma pequena quantidade de soda cáustica diluída é adicionada para neutralizar o ácido adicionado. Desta forma são produzidos os componentes hidratáveis que podem ser precipitados pela adição de 2% de água e então separados em centrífugas. O grau de neutralização do ácido dosado é de decisiva importância para o funcionamento e eficiência da planta. Se o grau de neutralização é muito baixo, a Ácido Soda Vácuo Água Óleo bruto Água 33 viscosidade das gomas é tão alta que a descarga contínua dos separadores centrífugos é freqüentemente problemática. Se o grau de neutralização é muito alto, parte dos ácidos graxos serão neutralizados. Os sabões formados facilitam a descarga das gomas da centrífuga mas aumentam drasticamente as perdas devido à emulsificação. Um grau de neutralização de 70% provou ser excelente para o funcionamento da instalação. Um misturador centrífugo deve ser usado novamente para misturar óleo e soda. Um misturador estático pode ser usado para adicionas água de hidratação. A hidratação se processa em cerca de 20 minutos em um tanque de retenção equipado com agitadores e bafles. Tanto centrífugas de parede fixa como auto limpantes são usadas para separar as gomas, embora a última seja a mais indicada. Como o óleo que sai da centrífuga ainda contém 0,3 a 0,5% de umidade, este deve ser seco a vácuo antes da estocagem. Se o óleo for imediatamente branqueado, isto não é sempre necessário. As gomas separadas não podem ser usadas como lecitina para consumo humano visto que são desnaturadas devido aos produtos químicos adicionados. Entretanto, é possível adicioná-las ao farelo. Se a planta existente é uma linha combinada com um refino alcalino, então o último estágio de lavagem é integrado. Neste caso, ele pode ser utilizado para lavar o óleo degomado pois isto pode reduzir substancialmente o conteúdo de fósforo. De um lado, isto é atribuído à lavagem das partículas muito finas de fosfatideos que não são separadas no separador centrífugo e de outro lado, devido a remoção do elemento fósforo devido a incompleta separação do ácido fosfórico. A análise dos fosfatídeos não pode precisar o motivo desta redução. Neste processo, um conteúdo de fósforo residual abaixo de 30 ppm pode ser atingido se o óleo não degomado de soja ou colsa for processado. No caso de óleo de girassol e de milho valores consideravelmente melhores foram alcançados. 2.3 SUPER/UNI DEGOMAGEM A remoção dos fosfatídeos pode também ser alcançada pelo processo de super/uni degomagem, patenteado pela UNILEVER ou pela top-degomagem, patenteado pela VANDEMOORTELE. Estes processos tem as seguintes características: 34 • Refinação alcalina simplificada com considerável redução na poluição ambiental. • Mínimo uso de terra clarificante para o refino físico. • Hidrogenação sem prévio refino. Após o aquecimento do óleo bruto com vapor, é possível, no caso particular de óleos de baixa qualidade, adicionar fosfatídeos especialmente modificados que promoverão subseqüentemente a hidratação das gomas. Com óleo de qualidade normal, ácido cítrico concentrado é usado diretamente. Após mistura intensiva, o óleo é alimentado em um primeiro tanque de retenção. Após resfriamento e adição de água para hidratação. O óleo é alimentado em um tanque agitado para umectação das gomas. É, então, aquecido e enviadoao separador para remoção das mesmas. O óleo tratado desta forma tem ainda um conteúdo residual de fósforo, o que não é o suficiente para o refino físico. Se um conteúdo inferior de fósforo for desejado, o óleo é resfriado imediatamente após a separação e uma pequena quantidade de soda cáustica é adicionada. Após um certo tempo de reação forma-se um aglomerado que pode ser removido por centrifugação após aquecimento. Adicionalmente à remoção das gomas, as ceras (por exemplo, no caso do óleo de girassol) podem ser removidas se o óleo não for aquecido antes da separação. Fig. 4: Processo super-uni degumming (patenteado pela Unilever) Ácido Vácuo Soda Óleo bruto Lecitina modificada Água quente 35 2.4 TOP DEGOMAGEM Neste processo, o óleo bruto ou degomado com água é intensivamente misturado com uma pequena quantidade de ácido diluído. Após um certo tempo de reação, é efetuada a neutralização parcial do ácido admitido, com soda diluída. Os fosfatídeos então hidratados são separados em um primeiro separador, com perda de óleo tão pequena quanto possível. Para a separação das partículas residuais finais de fosfatídeos, o óleo é alimentado em uma segunda centrífuga após adição de uma pequena quantidade de água. Uma centrífuga auto-limpante de alta eficiência é usada para esta aplicação. As gomas separadas com alto teor de óleo são recicladas através do óleo bruto ou alimentadas diretamente no primeiro separador. Após secagem final, é obtido um óleo que tem baixa umidade residual, baixo conteúdo de fósforo e ferro. Este processo oferece a vantagem de alto rendimento, baixos custos de operação e investimentos, além de eliminar problemas de poluição. Ácido Soda Vácuo Água Óleo bruto Fig. 5: Processo top-degumming (patenteado pela VANDEMOORTELE) 36 2.5 – DEGOMAGEM ENZI MAX No processo de degomagem contínua EnziMax, patenteado pela Lurgi, são utilizados ácido cítrico e solução de soda cáustica para serem adicionados ao óleo previamente degomado, ajustando-se o pH para 5. o óleo passa a seguir por um misturador intensivo na temperatura de 606C. A conversão dos fosfolipídeos não hidratáveis em hidratáveis é obtida pelo efeito da enzima fosfolipase A2 que, após a separação das gomas e da água de processo em uma centrífuga, é reciclada. O óleo degomado desta forma pode ser refinado fisicamente desde que passe antes pela etapa de branqueamento contínuo. Este processo pode ser utilizado param todo tipo de óleo fornecendo um óleo antes do refino físico com conteúdo de fósforo extremamente baixo (~5 p.p.m.). Fig. 6: Degomagem EnzyMax Dosagem de soda diluída Dosagem de ácido cítrico Dosagem de Enzima Reator de Enzima Óleo bruto Óleo degomado Vapor 37 DADOS DE PERFORMANCE NO PROCESSO DE DEGOMAGEM DEGOMAGEM COM ÁGUA • Garantia para o conteúdo de fósforo residual: Máximo 0,1% dos fosfatídeos hidratáveis + todos os fosfatídeos não hidratáveis. Obs.: Quando da determinação do conteúdo de fosfatídeos, é analisado o conteúdo de fósforo no óleo é expresso em ppm. Este valor multiplicado por 25,4 nos dá o conteúdo de fosfatídeos no óleo. • Garantia nas perdas de óleo: Mínimo 65% de insolúveis em acetona na gomas (base seca) ou Máximo de 35 % de óleo nas gomas (base seca). • Dados de processo: O óleo é aquecido a 70 – 80oC. É adicionado ~2% de água quente desmineralizada e misturada em um misturador centrífugo. Após a mistura o óleo é enviado diretamente à centrífuga separadora. Tempo de contato: alguns clientes preferem utilizar em lugar do misturador centrífugo, um tanque de hidratação após a adição da água. O tempo de residência deve ser de 20 minutos. O tanque deve ser dotado de agitador para evitar a decantação das gomas hidratadas. DEGOMAGEM – COMPARATIVO DE RESULTADOS • Degomagem com água: redução até 150 - 200 ppm P em um estágio tempo de retenção de 5 a 20 min • Degomagem ácida simples: redução até 80 ppm P em um estágio tempo de retenção de ~ 5 + 20 min • Degomagem especial: redução até 30 ppm P em dois estágios tempo de retenção de ~ 5 + 20 min • Super/Uni Degomagem: redução até 30 ppm P com um estágio redução até 10 ppm com dois estágios tempo de retenção de ~ 5,5 horas • Top Degomagem: redução até 10 ppm P com dois estágios tempo de retenção de ~ 5 + 6 min 38 O PROCESSO DE NEUTRALIZAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS A neutralização alcalina do óleo vegetal consiste em fazer reagirem os ácidos graxos livres, responsáveis pela acidez do óleo, com uma solução de soda cáustica. Estes ácidos graxos serão então transformados em sabões que serão removidos do óleo neutro por processo físico. Neste processo consegue-se também uma remoção de fosfatídeos não hidratáveis. A separação dos sabões, a princípio realizada por simples decantação em tachos, hoje é feita em separadores centrífugos e de forma contínua. O processo básico (utilizando o óleo de soja como exemplo) consiste em um aquecimento do óleo até cerca de 85C, pré-tratamento com ácido fosfórico (85% de concentração) para possibilitar a eliminação dos fosfatídeos remanescentes, a neutralização com soda cáustica diluída (16 a 20 Bé) e a separação dos sabões. A quantidade de ácido a ser utilizada pode variar entre 0,05 e 0,2%, dependendo da qualidade o óleo de soja (degomado) ou seja, do teor de fósforo residual. A quantidade de soda a ser dosada é calculada de forma a neutralizar a acidez mineral (do ácido fosfórico), os ácidos graxos livres e ainda de um excesso de soda necessária a formação de eletrólito que favorece a separação dos sabões e evita a formação de emulsões. O excesso de soda pode variar entre 15 a 30% para os óleos de baixa acidez (até 1%) e de 30 a 50% para os óleos de alta acidez. A mistura de ácido fosfórico assim como a da soda com o óleo é feita em misturadores dinâmicos intensivos de curto tempo de contato. Para o óleo de soja, onde é desejado um tempo de contato maior, devido à baixa acidez, é utilizado um tanque de contato após o misturador, com permanência de 5 a 7 minutos em agitação lenta. Com referência ao excesso de soda podemos citar que para um óleo de soja com ~1% de acidez neutralizado com soda cáustica na concentração de ~20 Bé: a) excesso de 0 a 5%: O óleo não é neutro; há tendência a formação de emulsão; o controle de processo é difícil havendo tendência de quebra de selagem na centrífuga. A acidez da matéria graxa da borra é da ordem de 50% ou menos (baixa). b) excesso de 5 a 15%: O óleo é neutro (acidez menor que 0,07%); a borra apresenta superfície dura e lisa com reação neutra à fenolftaleina. A acidez da matéria graxa se situa entre 60 e 70%. 39 c) excesso de 15 a 30%: A borra apresenta consistência pastosa não completamente fluida reagindo lentamente à fenolftaleina com coloração vermelha. A acidez da matéria graxa se situa próximo a 70%. d) excesso de 30 a 50%: A borra apresenta uma consistência bastante fluida reagindo rapidamente à fenolftaleina (vermelho intenso). A acidez da matéria graxa se situa entre 80 a 90% e o teor de sabões no óleo neutro se apresenta elevado. e) excesso maior que 50%: Aparece a formação da terceira fase (solução concentrada de eletrólitos). O teor de sabões no óleo neutro é alto. No caso de óleos de alta acidez como por exemplo do óleo de algodão ou do milho, é recomendada uma menor temperatura de neutralização, da ordem de 65oC, maior concentração na soda e maior excesso sendo neste caso desnecessário o uso do tanque de contato. Após a neutralização óleo neutro possui ainda alto conteúdo de sabões que devem ser removidos (400a 700 ppm de sabões). Dependendo do conteúdo residual de sabões requerido, um ou dois estágios de lavagem, serão necessários. Em caso de óleo bruto com cor elevada, como óleo de semente de algodão, o primeiro estágio pode também ser usado como um estágio de pré-refino para clarear o óleo. Neste caso, um segundo tratamento com lixívia é necessário. Quando os óleos neutralizados forem diretamente hidrogenados, constatou-se ser particularmente indicado o uso de acidificação (fraca) da água de lavagem, o que permite a remoção quase total do sabão residual (que prejudica o catalisador de hidrogenação). O óleo neutro tem ainda uma umidade residual (0,5%) após a separação final, que é reduzida no secador à vácuo. 40 INSTALAÇÃO CONTÍNUA DE REFINO WESTFALIA Descrição do funcionamento As instalações de refinação da Westfalia são plantas de funcionamento contínuo em todas as etapas do processo, nas quais se podem trabalhar todos os tipos de óleos e gorduras vegetais ou animais, excetuando-se o óleo de rícino (mamona). O óleo ou a gordura passam pelas seguintes etapas de processo: 1a Etapa: Condicionamento e neutralização 2a Etapa: Segunda refinação ou primeira lavagem 3a Etapa: Primeira ou segunda lavagem e secagem O fluxograma anexo (Fig. 1) ilustra o desenvolvimento do processo. A condição imprescindível para o funcionamento normal de toda instalação contínua de refinação é que o produto se encontre limpo e seco. Os filtros de entrada da instalação não tem por objetivo limpar a matéria prima, porém apenas evitar danos aos equipamentos e instrumentos de dosagem e medição incorporados à instalação. 1a Etapa: Condicionamento e neutralização: O óleo bruto a neutralizar é retirado do depósito de armazenagem através de um filtro duplo reversível mediante uma bomba positiva de vazão ajustável através de variador de freqüência. A vazão de produto pré determinado é medido e controlado através de um medidor de vazão mássico instalado na linha de óleo bruto. A vazão de entrada é indicada digitalmente e totalizada no sistema de controle. O óleo é aquecido até a temperatura requerida ao processo através de um trocador de calor a placas e por meio de vapor saturado a 3 bar, 133C. O controle da temperatura é feito através de um transmissor de temperatura, controlador e válvula controladora de vazão de vapor, o que garante uma temperatura constante em todo o processo. a) Condicionamento A bomba de alimentação da planta é projetada de forma a levar o óleo através do trocador a placas até o primeiro misturador. Este equipamento é um misturador centrífugo que funciona segundo o princípio de rodete centrípeto, projetado por Westfalia especificamente para este processo. Seu volume reduzido garante uma ótima distribuição do agente precipitante no óleo ou gordura. 41 Para o condicionamento pode ser empregado o ácido fosfórico concentrado que é pressurizado através de uma bomba positiva do tanque de armazenagem ao ponto de dosagem com sistema de retorno a pressão constante. Um medidor de vazão indutivo e uma válvula controladora de agulha controlam com precisão a dosagem do ácido proporcionalmente à vazão de produto. Através do sistema de controle a vazão de ácido pode ser ajustada instantaneamente com a planta em operação. Este sistema propicia uma dosagem segura e contínua visto que qualquer alteração nas condições de dosagem é detectada através do medidor indutivo. O ácido (aproximadamente 0,05 a 0,3% do fluxo de óleo bruto) é misturado com o óleo no misturador que o envia ao tanque de contato aonde permanece por 3 a 5 minutos. b) Neutralização O óleo passa do tanque de contato ao misturador da etapa de neutralização. A soda cáustica necessária à neutralização é dosada através de sistema similar ao de dosagem de ácido e injetada na tubulação de entrada do misturador de soda. A soda cáustica utilizada é normalmente concentrada (50%) e sua diluição até a concentração adequada é feita em linha. A água de diluição também é controlada através por uma válvula de agulha e a mistura da soda concentrada com a água de diluição é feita através de um misturador estático tipo Sulzer. Desta forma podemos não só controlar a concentração da soda, sua vazão e o excesso necessários a cada tipo de óleo e acidez como alterá-los instantaneamente com a planta em operação. A solução se mistura com o óleo no misturador centrífugo igual ao misturador utilizado na etapa de condicionamento sendo enviado a um tanque de contato óleo-soda (para o caso de óleos de baixa acidez) ou diretamente para a centrífuga. Esta centrífuga é equipada com tambor de pratos para alta vazões e foi especialmente projetada para a separação de substâncias pastosas (borras, lecitinas) dos óleos comestíveis, dispondo também de rodetes (bombas centrípetas) especiais. Tanto as borras (sabões) separadas do óleo como o próprio óleo purificado saem do tambor sob pressão, pressionados pelos rodetes centrípetos. Graças a estes dispositivos o óleo centrifugado não entra praticamente em contato com o ar externo, pois o rodete estacionário forma um selo hidráulico ao submergir no líquido que gira com o tambor. 42 De outro lado, o grau de separação pode ser otimizado durante o processo, estrangulando a válvula incorporada na linha de saída de óleo (para as máquinas de parede fixa) ou alterando a posição do rodete (nas máquinas de descarga automática dotadas de “fine tuner”). Tanto o estrangulamento efetuado na linha de saída como o ajuste do rodete não alteram a pressão de alimentação da centrífuga, sendo pois desnecessário o uso de bombas compensadoras de pressão. A Westfalia possui para esta etapa de processo dois diferentes tipos de centrífugas (de parede fixa e a auto deslodante). Na maioria dos caso é recomendada uma centrífuga de descarga automática (auto deslodante), principalmente para óleos que devam sofrer condicionamento devido a presença de fosfatídeos (gomas). O princípio de funcionamento do tambor é ilustrado no esquema anexo (Fig. 2). O tambor é equipado com um pistão interno de deslocamento axial, que é pressionado durante o serviço contra a junta da tampa pelo líquido de fechamento (água), obtendo-se desta forma o fechamento hermético do tambor. Deve-se praticar uma descarga parcial quando o material precipitado que não se descarrega com a borra, ou as impurezas do óleo bruto encham o espaço de acumulação de lodos, até o ponto de obstruir a descarga continua dos sabões. Nas descargas parciais, o pistão axial desce rapidamente e deixa livre os orifícios para a descarga de sólidos. Imediatamente são expulsas as partículas mais pesadas, assim como uma parte mínima dos sabões. Nestas descargas não ocorrem perdas de óleo. Por esta razão também não se interrompe o processo durante as descargas parciais. A freqüência com que se efetuam as descargas parciais depende do tipo e das características do produto, assim como das condições de processo. A totalidade do ciclo de descarga é controlado mediante um programador. Os tempos ajustados neste último para separação e descarga parcial podem adaptar- se sem dificuldade às necessidades específicas, com ajuda dos correspondentes temporizadores. Naturalmente, também pode ser executada uma descarga total do tambor acionando-se o circuito correspondente. Porém antes de se provocar uma descarga total é necessário interromper a alimentação, visto que, como seu próprio nome indica, durante a descarga total se expulsa todo o conteúdo do tambor. 43 Especificamente nas máquinas dotadas de rodete com ajuste fino (fine tuner) esta operação é substituída pelo reposicionamento automático do rodete antes da descarga de forma a que o óleo refinado ocupe apenas uma pequenaporção do tambor e então executada a descarga (de forma a eliminar a perda do óleo contido no tambor). O programador de descargas faz parte integrante do fornecimento da centrífuga. A borra separada no processo é enviada a um tanque depósito de onde se envia através de uma bomba positiva ao tratamento posterior. O óleo neutro separado é bombeado pela própria centrífuga, através do rodete, à segunda etapa do processo. Quando se processa unicamente óleos que não necessitam de condicionamento ácido (óleo de coco, palma, palmiste) também pode ser utilizada uma centrífuga do tipo parede fixa mostrada no esquema anexo (Fig. 3). Nas centrífugas deste tipo os componentes pesados dos óleos são lançados contra a parede do tambor. Uma vez cheia a câmara de lodos, esta obstrui a saída da borra, sendo necessário parar a centrífuga, desmontar o tambor e limpá-lo manualmente. As centrífugas deste tipo vem dotadas de um dispositivo de diluição de borras com a finalidade de facilitar, durante a operação a expulsão dos sabões separados e afim de diluir o excesso de lixívia que pode acumular-se na parte periférica do tambor. Com uma válvula de agulha manual e um medidor de vazão se dosa a quantidade de água quente a ser enviada à parte periférica do tambor, antes do prato separador, sem que isto afete a eficiência dos pratos separadores. 2a Etapa: Segunda refinação ou primeira lavagem Este estágio pode ser usado tanto para re-refino como para lavagem. a) Re-refino O óleo bruto quando de alta acidez ou cor (por exemplo, óleo de algodão) algumas vezes requer o re-refino ou seja, um segundo tratamento com solução de soda cáustica. O óleo é aquecido até a temperatura requerida no trocador a placas. A temperatura é mantida constante através do sistema de controle da mesma forma como na etapa de neutralização. Do aquecedor, o óleo vai ao misturador onde a mistura com a solução alcalina tem lugar. Este misturado envia o óleo à segunda centrífuga. O sistema de dosagem de solução alcalina é idêntico ao das etapas de condicionamento e neutralização. Os sabões separados são enviados para o tanque de borra . O óleo é bombeado pelo rodete da centrífuga ao próximo estágio. 44 b) Lavagem A grande maioria dos óleos não requer o re-refino de forma que o segundo estágio pode ser usado como lavagem. Neste caso o óleo e aquecido no trocador a placas até a temperatura de lavagem. A água de lavagem abrandada (máximo 6 graus ingleses de dureza) é dosada na linha de óleo através de sistema similar ao utilizado para o ácido/soda e vai ao misturador. O misturador envia a mistura óleo/água a centrífuga onde a água e os sabões são separados do óleo. Esta solução pode ser utilizada para diluir a borra ou enviada a um tanque de decantação. O óleo lavado é bombeado pelo rodete da centrífuga para o estágio seguinte. 3a Etapa: Primeira ou segunda lavagem e secagem a) Primeira ou segunda lavagem O óleo vindo do estágio anterior sofre processo idêntico ao descrito no item 2b, recebendo uma dosagem de água, passando pelo misturador e pela centrífuga. O óleo lavado é bombeado pelo rodete da centrífuga para o estágio seguinte. Um segundo medidor de vazão mássico mede a vazão de óleo antes da etapa seguinte (secagem) de forma a possibilitar o acompanhamento do rendimento da planta. b) Secagem O óleo lavado é enviado ao secador a vácuo. Nesta linha existe uma válvula de contra-pressão de forma a impedir que o óleo seja aspirado pelo vácuo existente no secador. Um distribuidor especial no secador faz com que o óleo flua em sentido descendente em cascata. Desta forma a evaporação da água é acelerada. O óleo coletado no fundo do secador é bombeado para o tanque de óleo semi- refinado ou para o processo subseqüente através de uma bomba. Um controle de nível incorporado ao secador garante um nível constante de óleo no mesmo. O vácuo necessário a secagem é produzido por um sistema de ejetores a vapor de múltiplos estágios. Para atingir-se um nível ótimo de operação econômica, o sistema é dimensionado para as condições específicas de cada planta (pressão de vapor, temperatura da água). Condicionamento ácido Neutralização 1a. Lavagem Secagem a vácuo 2a. Lavagem 45 NEUTRALIZAÇÃO DO ÓLEO BRUTO (NÃO DEGOMADO) Este processo começou a ser utilizado no refino do óleo de soja, principalmente, nos Estados Unidos. O processo é uma combinação de degomagem e neutralização e apresenta bons resultados principalmente com óleo de soja de baixa acidez. A adição de uma pequena quantidade de ácido fosfórico (0,1% @ 50% de concentração) no tanque de estocagem de óleo bruto da planta é recomendado para melhor remoção dos fosfatídeos. Em alguns casos, o ácido é dosado no óleo antes do tanque de estocagem dotado de agitação. Entretento um método mais efetivo é adicionar o ácido no óleo e passá-lo através de um misturador centrífugo. A mistura intensiva irá reduzir o tempo de contato necessário para alguns minutos. O óleo bruto é colocado diretamente em contato com a soda cáustica para neutralização dos ácidos graxos livres e remoção das gomas. Após certo tempo de reação (de 6 a 15 min. dependendo das características do óleo). Segue-se um aquecimento até a temperatura de separação ( = 80oC), o sabão gerado é, então, separado na centrífuga. O óleo neutro é, então, aquecido até a temperatura de lavagem ( = 95oC) e misturado com a quantidade requerida de água quente (5 a 10%) no estágio seguinte de lavagem. A umidade residual do óleo é reduzida em um secador a vácuo. Neutralização Lavagem Secagem a vácuo 46 NEUTRALIZAÇÃO FASE MISCELA O refino na fase miscela é um tipo especial de neutralização projetado primariamente para óleos de algodão. Entretanto, é atualmente utilizado para alguns outros tipos de óleos. Devido ao alto conteúdo de gossipol, o óleo de algodão é muito difícil de refinar. Se o óleo e excessivamente aquecido, o gossipol pode fazer com que o óleo fique quase negro e esta cor para ser removida trará um grande grau de dificuldade e perdas significativas de rendimento. Na refinação fase miscela, o óleo está dissolvido na hexana e a neutralização é feita na instalação de extração, ou seja, antes de o óleo ser aquecido no estágio de evaporação do solvente. Um fato importante para este processo e particularmente, no ajuste da centrífuga é manter a concentração da miscela constante. O usual é atingir-se uma concentração de 50 - 60 de óleo na miscela.. Existem dois métodos para se fazer este ajuste. Se a planta for refinar exclusivamente o óleo obtido por extração ou o processo for a extração direta, a planta de refino é instalada após o primeiro evaporador do estágio de destilação. Este e operado de forma que a miscela seja obtida na concentração adequada. Se o óleo for obtido também por prensagem, este pode ser misturado na proporção adequada com a miscela diretamente obtida do extrator, antes do estágio de destilação. A miscela bruta é resfriada (ou aquecida) até a temperatura ideal, abaixo do ponto de ebulição da hexana. Se o conteúdo de fosfatídeos no óleo for muito alto, uma pequena quantidade de ácido fosfórico deverá ser adicionada e misturada com a miscela através de um misturador dinâmico intensivo. Devido à hexana, somente misturadores na versão hermética podem ser usados para este caso. Normalmente não é necessário um tempo de retenção após esta mistura intensiva. Em seqüência deve ser adicionada a quantidade de soda requerida para a neutralização dos ácidos graxos livres do óleo. Misturadores estáticos são geralmente adequados para este estagio. Após a mistura, a miscela passa por um ou mais tanques de retenção dotados
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