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Prévia do material em texto

Produção do conhecimento e 
Pesquisa Aplicada
MARIA ESTHER DE ARAÚJO OLIVEIRA
ANTONIO FERNANDO VIEIRA NEY 
1ª Edição
Brasília/DF - 2018
Autores
Maria Esther de Araújo Oliveira
Antonio Fernando Vieira Ney
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e 
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático....................................................................................................................................... 4
Introdução ............................................................................................................................................................................. 6
Capítulo 1
Ciência e Produção do conhecimento ................................................................................................................... 7
Capítulo 2
Tipos de Pesquisas ....................................................................................................................................................21
Capítulo 3
Projeto ............................................................................................................................................................................28
Capítulo 4
Instrumentos de Coleta de Dados ........................................................................................................................45
Capítulo 5
O Estudo de Caso ........................................................................................................................................................56
Capítulo 6
Ética na vida profissional .........................................................................................................................................83
Referências Bibliográficas .............................................................................................................................................92
4
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e 
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros 
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, 
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Indicado para ressaltar trechos importantes do texto.
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, 
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa 
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
5
OrgAnIzAçãO DO LIvrO DIDáTICO
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
6
Introdução
Este Livro Didático tem o objetivo de abordar as questões envolvidas na Produção do Conhecimento 
e da Pesquisa Aplicada. A intenção é facilitar o aluno/à aluna nos estudos com relação aos trabalhos 
de pesquisas profissionais e de soluções de problemas. A disciplina Produção de Conhecimento 
e Pesquisa Aplicada é eminentemente prática e tem que estimular os alunos/alunas para que 
busquem encontrar respostas os desafios do mercado de trabalho. Não aborda simples conteúdos 
a serem decorados pelo corpo discente e verificados em um dia de prova; trata-se de fornecer 
aos alunos/às alunas um instrumental indispensável para o estudo e a pesquisa; trata-se de 
aprender fazendo. 
O Livro Didático foi dividido nos seguintes assuntos: A ciência e a produção do conhecimento; 
Tipos de pesquisa; O Projeto; Os Instrumentos de coleta de dados; o Estudo de Caso (case) e a 
relatoria de apresentação de relatórios; e, por fim, a Ética na Vida Profissional. 
Nesse sentido, esta disciplina tem uma importância fundamental na formação do profissional. 
Destaca-se que a procura dos alunos/alunas pela academia tem o foco na busca do saber e é 
preciso compreender que a Produção do Conhecimento nada mais é do que a essência para uma 
formação do profissional de qualidade por meio do estudo dos caminhos para obter o “saber”.
Objetivos gerais 
 » Compreender a produção do conhecimento.
 » Entender quais são os caminhos genéricos para se fazer ciência.
 » Despertar a necessidade do rigor metodológico.
 » Uniformizar as formas de apresentação de trabalhos científicos.
 » Adotar metodologias mais adequadas à natureza dos problemas de investigação.
 » Desenvolver, projetar e apresentar trabalhos em conformidade com as normas da ABNT.
7
Apresentação
Neste primeiro capítulo serão apresentados dois temas básicos: a Ciência e o Conhecimento. No 
mundo inteiro, as universidades carregam consigo dois princípios fundamentais: a produção 
de conhecimentos e o ensino. De fato, na maioria dos países, a produção do conhecimento 
científico ocorre principalmente nas universidades. São elas que detêm grande concentração de 
pesquisadores responsáveis pela realização de pesquisas científicas e avanço do conhecimento. 
O ensino de ciências é defendido como uma das estratégias para a melhoria da qualidade da 
educação no Brasil. Defendido como essencial para habilitar os estudantes a aprenderem a 
solucionar os problemas atuais e a tratar das necessidades das organizações, utilizando as mais 
variadas formas de conhecimento científico e tecnológico. Em uma abordagem interdisciplinar, 
o ensino das ciências amplia e aguça a observação necessária à formação e atuação humana. 
Nesse sentido, a construção do conhecimento direciona-se a atender às necessidades sociais 
crescentes, sendo necessária uma formação educacional voltada para o natural e para o social. 
Objetivos 
 » Compreender a pesquisa científica e suas implicações.
 » Entender quais são os caminhos para se fazer ciência.
 » Compreender o uso e aplicabilidade dos dados, da informação e conhecimento no 
desenvolvimento da inteligência, competitividade e do espírito empreendedor.
1
CAPÍTULO
CIÊnCIA E PrODUçãO DO 
COnHECIMEnTO
8
CAPÍTULO 1 • CIÊnCIA E PrODUçãO DO COnHECIMEnTO
 A Ciência e a Produção do Conhecimento
Ao longo da história constata-se que a evolução humana está diretamente ligada ao desenvolvimento 
de sua inteligência. 
Nessa constatação, é possível destacar três grandes momentos que serviram de propulsores para 
a evolução humana e, como consequência, o desenvolvimento de sua inteligência dependente 
de sexo, religião, raça ou nível de renda.
1o momento: O MEDO
Na pré-história, por não compreender os fenômenos da natureza, os seres humanos apresentavam 
uma reação absolutamente natural e ainda experimentada: o medo. Por não compreender 
fenômenos como tempestades, terremotos, erupções vulcânicas,entre outros, suas reações 
eram sempre regidas pelo medo do desconhecido. Como não conseguiam compreender o que 
se passava diante de seus olhos, não lhes restava alternativa a não ser a fuga, movida pelo medo 
e pelo espanto diante do que presenciavam.
Na tentativa de buscar explicações para os fenômenos naturais e para o que ocorria em seu 
próprio corpo, a inteligência humana evoluiu do medo para as crenças e superstições. Por 
meio do pensamento mágico, da crença e das superstições, o ser humano buscava superar seus 
temores e suas dúvidas. Ainda que precariamente, buscava explicar o que via e vivia. Assim, as 
tempestades podiam ser fruto de uma ira divina, a boa colheita da benevolência dos deuses, as 
desgraças ou as fortunas eram explicadas como bênçãos ou maldições, pela troca do humano 
com o divino; com o mágico. Pode-se, portanto, considerar um enorme passo no desenvolvimento 
de sua inteligência, do inexplicável para o aceitável.
2o momento: O MISTICISMO
Como as manifestações místicas e mágicas não explicavam verdadeiramente ou, de forma 
satisfatória, os fatos e fenômenos, os seres humanos buscaram uma resposta por caminhos que 
pudessem ser comprovados. Na tentativa de compreender o que acontecia ao seu redor, os seres 
humanos finalmente evoluíram na sua inteligência e na busca pela ciência. 
Dessa forma nasceu a ciência metódica (sistematizada), que procura, com base na lógica, respostas 
que comprovem as causas e as consequências de fatos e fenômenos diversos; de respostas que 
lhe façam compreender o que anteriormente era inexplicável; a superação do medo debilmente 
controlado pela aceitação do divino, do místico, do mágico.
9
CIÊnCIA E PrODUçãO DO COnHECIMEnTO • CAPÍTULO 1
3o momento: A CIÊnCIA
Por possuir a capacidade de pensar e refletir sobre fatos e fenômenos, movido pela curiosidade 
natural, o ser humano conduz seus caminhos a novas descobertas e a formas de transmiti-las a seus 
descendentes. Dessa forma, o desenvolvimento do conhecimento humano está intrinsecamente 
ligado à sua característica de viver em grupo, ou seja, o saber de um indivíduo é transmitido a 
outro, que, por sua vez, aproveita-se desse saber para somar outros, perpetuando e alimentando 
novos saberes.
Do exposto, pode-se resumir o desenvolvimento do conhecimento com a evolução da Ciência, 
entretanto, mesmo ao longo da História, o conhecimento existiu nos três momentos: medo, 
místico e ciência.
Segundo Silva (2000), o conhecimento pode ser definido como o entendimento das coisas, sendo 
o corpo de coisas que deve saber o indivíduo segundo sua idade e seu grau de educação atingido. 
Há correlação com o termo saber, pois é um conjunto de saberes adquiridos mediante a instrução 
e a educação. Assim, é fácil concluir que não existe conhecimento sem experiência, bem como 
que a experiência se torna condutora de novos conhecimentos, que podem ser classificados em 
uma série de níveis/designações/categorias:
 » Conhecimento empírico/vulgar/popular: sua base é o cotidiano. É a forma de 
conhecimento tradicional (hereditário), da cultura, do senso comum, o acúmulo de 
vivências e experiências, resultantes da vivência dos indivíduos ou transmitidas por 
terceiros.
Não tem compromisso com uma apuração ou análise metodológica. Não pressupõe 
reflexão, é uma forma de apreensão passiva, acrítica e que, além de subjetiva, é superficial. 
Portanto, é adquirido pela observação sensível e casual da realidade cotidiana e 
circunstancial, sem método ou verificação sistemática, por meio de processos de 
tentativas e erros.
 » Conhecimento filosófico: lógico, ligado à construção de ideias e conceitos. Adquirido 
por meio da capacidade humana de reflexão mental. Procura interpretar a realidade 
tendo como tema central o homem e suas relações com o universo.
Busca as verdades do mundo por meio da indagação e do debate, do filosofar, tendo 
como único e exclusivo instrumento o raciocínio lógico.
Portanto, de certo modo, assemelha-se ao conhecimento científico – por valer-se de uma 
metodologia experimental –, mas dele se distancia por tratar de questões imensuráveis, 
metafísicas. A partir da razão do homem, o conhecimento filosófico prioriza seu olhar 
sobre a condição humana.
10
CAPÍTULO 1 • CIÊnCIA E PrODUçãO DO COnHECIMEnTO
 » Conhecimento teológico: religioso, místico, embasado preponderantemente na fé 
humana. Adquirido pela crença na existência de entidades divinas e superiores que 
controlam a vida e o universo. 
Conhecimento adquirido a partir da fé teológica é fruto da revelação da divindade. A 
finalidade do teólogo é provar a existência de Deus e que os textos bíblicos foram escritos 
mediante inspiração divina, devendo, por isso, ser realmente aceitos como verdades 
absolutas e incontestáveis. A fé não é cega, baseia-se em experiências espirituais, 
históricas, arqueológicas e coletivas que lhes dá sustentação.
Resulta, portanto, da acumulação de revelações transmitidas oralmente ou por textos 
sagrados, procurando dar respostas às questões que não sejam acessíveis aos outros 
níveis de conhecimento.
 » Conhecimento científico: metódico, preza pela apuração e constatação. Busca por leis 
e sistemas, no intuito de explicar de modo racional aquilo que se está observando.
Volta-se para as causas, consequências e constituições dos fenômenos. Buscando analisar, 
explicar, justificar; induzir ou aplicar leis e teorias; predizer, com a máxima segurança 
possível, eventos futuros. 
Sua realidade só é estabelecida após comprovação, com base nas demonstrações ou 
experimentações. Por isso, é mais restrito que os demais níveis de conhecimento, dada 
a necessidade de comprovação.
Não se contenta com explicações sem provas concretas; seus alicerces estão na metodologia 
e na racionalidade. Análises são fundamentais no processo de construção e síntese que 
o permeia, isso aliado às suas demais características faz do conhecimento científico 
quase uma antítese do empírico.
O Conhecimento Científico é...
 › certo, porque é passível de comprovação;
 › geral, porque deve ser real ou factual e universal, válido para todos os casos da mesma 
espécie;
 › sistemático, porque é elaborado por meio do conhecimento das leis e princípios.
Assim, a Ciência fundamenta-se no Conhecimento Científico. Segundo Barreto (2003), 
um sistema composto por proposições que são rigorosamente demonstradas com base 
em fatos e na realidade corresponde a uma ciência, ou seja, o conhecimento alcançado 
pela demonstração e experimentação.
11
CIÊnCIA E PrODUçãO DO COnHECIMEnTO • CAPÍTULO 1
Portanto...
 » Tudo aquilo que compõe a natureza é objeto de observação e experimentação para se 
obter novos conhecimentos.
 » Toda a matéria em qualquer forma e composição molecular pode ser objeto de estudo.
 » Todos os fenômenos relacionados à natureza social, biológica e tecnológica são objetos 
da ciência.
A classificação do conhecimento pode ser estruturada de acordo com o quadro 1.
Quadro 1. Classificação do conhecimento.
Conhecimento Origem ou fruto
Empírico Experiência
Filosófico razão
religioso Crença
Científico Comprovação (verificação)
Fonte: os autores.
A Evolução da Ciência
Para Trujillo (1974), entre todos os animais, o ser humano é o único capaz de criar e transformar o 
conhecimento; e, também, criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar 
suas próprias experiências e passar para outros seres humanos. 
A criação de um sistema de símbolos permitiu à humanidade o registro de sua existência e 
experiências e, por consequência, a ordenação e a previsão dos fenômenos que os cercava. 
Sabe-se que os egípcios possuíam um saber técnico evoluído, com destaque nas áreas de 
Matemática, Geometria e na Medicina, mas os gregos foram os primeiros a buscar o saber que 
não tivesse, necessariamente, uma relação com atividade de utilização prática. A preocupação 
dos precursores da filosofia [filo = amigo + sofia (sóphos) = saber (amigo do saber)] era buscar 
conhecer o porquê e o para que detudo o que se pudesse pensar.
A crença em algum poder além do mundo que habitamos é tão antiga quanto a raça humana, 
antecedendo o surgimento da ciência como explicação dos fenômenos observados. Dessa crença 
surgiu o reino obscuro do mito e das lendas. Narrativas de homens de passados remotos, de heróis 
terrenos, de palavras mágicas e histórias folclóricas transmitidas de geração a geração, povoam o 
imaginário humano. É o mundo da imaginação, criando, como que por encanto, símbolos para 
representar as verdades fundamentais e os mistérios da vida, apaziguando, assim, a angústia e 
o medo do ser humano frente ao desconhecido. 
12
CAPÍTULO 1 • CIÊnCIA E PrODUçãO DO COnHECIMEnTO
Contudo, a visão mítica é substituída, gradualmente, por uma visão cientificista. Vários foram 
os motivos condutores dessa mudança, entre eles o ressurgimento da escrita, o surgimento da 
moeda, o calendário, as navegações e a formulação das leis escritas. Essa visão científica que 
era tanto empírica como racional, perdurou até o fim da Idade Antiga, quando foi substituída 
no mundo ocidental, com o domínio do catolicismo e da Igreja Católica, por um conjunto de 
conhecimentos baseado no princípio da autoridade religiosa, em que a Bíblia era o texto sagrado, 
de onde todas as verdades deveriam ser retiradas, e em que o Papa era o supremo contato com 
Deus, representante deste na Terra. 
Na Idade Média, a Igreja Católica serviu de marco referencial para praticamente todas as ideias 
discutidas na época. O saber era retido por trás de seus muros, já que os documentos para consulta 
estavam presos nos mosteiros das ordens religiosas. Dessa forma, a população não participava 
da construção e acesso a esse saber. Esse foi um período em que o conhecimento científico, 
como hoje conhecemos, foi devidamente esmagado pelo poder da Igreja, já que qualquer novo 
conhecimento que divergisse das Sagradas Escrituras era considerado heresia e levava à pronta 
punição. Ainda assim, nada disso impediu que a ciência continuasse sua evolução. 
No final da Idade Média, tentou-se conciliar a fé com a razão grega, principalmente com os 
ensinamentos de Aristóteles, com o auxílio de São Tomás de Aquino. Antes dele, a razão era 
considerada um auxiliar para a fé, jamais podendo opor-se a esta, sendo o dogma a verdade 
revelada que não podia moldar-se aos princípios da razão. 
Após Tomás de Aquino, concluiu-se que era possível descobrir a verdade tanto por meio da razão 
quanto por meio da fé, sendo as mesmas complementares, não antagônicas (o que criou uma 
crise teológica). O poder de Deus foi limitado, sendo incapaz de contrariar as leis da lógica, assim 
como a razão, por sua vez, era incapaz de explicar os milagres, que só poderiam ser explicados 
pela fé. 
Esse momento crítico preparava o ambiente intelectual que contribuiu para a ascensão do 
humanismo e das ideias renascentistas, que trariam de volta a Ciência e a Filosofia como 
representantes maiores da produção do conhecimento. Os teólogos passaram a debater apenas 
as verdades ditas religiosas, separando-se dos filósofos e cientistas, que tentam compreender o 
nosso mundo físico, baseando-se na lógica em sua procura de conhecimento e certeza. 
Foi no período do Renascimento, aproximadamente entre os séculos XV e XVI (anos 1400 e 1500) 
que, segundo alguns historiadores, os seres humanos retomaram o prazer de pensar e produzir 
o conhecimento por meio das ideias. Nesse período, as artes, de forma geral, tomaram um 
impulso significativo. 
Nos séculos XVII e XVIII (anos de 1600 e 1700), a burguesia assumiu uma característica própria 
de pensamento, tendendo para um processo que tivesse imediata utilização prática. Com isso, 
surgiu o Iluminismo, corrente filosófica que propôs “a luz da razão sobre as trevas dos dogmas 
13
CIÊnCIA E PrODUçãO DO COnHECIMEnTO • CAPÍTULO 1
religiosos”. O pensador René Descartes mostrou ser a razão a essência dos seres humanos, 
surgindo a frase “penso, logo existo”. 
Se a Igreja trazia, até o fim da Idade Média, a hegemonia dos estudos e da explicação dos fenômenos 
relacionados à vida, a ciência tomou a frente desse processo, fazendo da Igreja e do pensamento 
religioso razão de ser dos estudos científicos. 
O Método Científico surgiu como uma tentativa de organizar o pensamento para se chegar ao 
meio mais adequado de conhecer e controlar a natureza. 
No século XIX (ano 1800), a Ciência passou a ter uma importância fundamental. Parecia que tudo 
só tinha explicação por meio da Ciência. Como se o que não fosse científico não correspondesse à 
verdade. Se Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Giordano Bruno, entre outros, foram perseguidos 
pela Igreja, em função de suas ideias sobre as coisas do mundo, o século XIX serviu como referência 
de desenvolvimento do conhecimento científico em todas as áreas: 
 » Na Sociologia: Augusto Comte desenvolveu sua explicação de sociedade, criando o 
Positivismo, seguido por outros pensadores;
 » Na Economia: Karl Marx procurou explicar as relações sociais por meio das questões 
econômicas, resultando no Materialismo Dialético; 
 » Na Antropologia: Charles Darwin revolucionou a Antropologia com a Teoria da 
Hereditariedade das Espécies ou Teoria da Evolução, ferindo os dogmas sacralizados 
pela religião.
 A Ciência passou a assumir uma posição quase que religiosa diante das explicações dos fenômenos 
sociais, biológicos, antropológicos, físicos e naturais. 
Historicamente, a Ciência desenvolveu-se sob o prisma de três concepções diversas: 
 » o racionalismo, cujo modelo de racionalidade é a Matemática; 
 » o empirismo, baseado na observação e experimentação dos fatos; 
 » o construtivismo, que vê a razão como construto de um conhecimento aproximativo. 
A concepção racionalista estende-se desde os gregos até o século XVII. Afirma que a Ciência 
é um conhecimento racional dedutivo e demonstrativo como Matemática, capaz de provar, 
portanto, a verdade universal e necessária de seus resultados, sem deixar qualquer dúvida 
possível. Dessa forma, as experiências científicas são realizadas apenas para verificar e confirmar 
as demonstrações teóricas e não para produzir conhecimento do objeto, pois este é conhecido 
somente pelo pensamento.
14
CAPÍTULO 1 • CIÊnCIA E PrODUçãO DO COnHECIMEnTO
A concepção racionalista é hipotético-dedutiva, isto é, define o objeto e as suas leis, e disso deduz 
propriedades, efeitos posteriores, previsões, ou seja, vai do geral para o particular. 
Na concepção empirista, que vai desde a Medicina grega e Aristóteles até o século XIX, a ciência 
é uma interpretação dos fatos baseada em observações e experimentos que permitem estabelecer 
induções e que, ao serem completadas, oferecem a definição do objeto, suas propriedades e leis 
de funcionamento. Nesse caso, a teoria deriva da experiência. 
A concepção empirista é hipotético-indutiva; apresenta suposições sobre o objeto, realizando 
experimentos e chega, assim, às suas propriedades e formula leis, efeitos posteriores e previsões, 
ou seja, vai do particular para o geral. 
Essas duas concepções possuem o mesmo pressuposto: ambas consideram a teoria como uma 
explicação verdadeira da realidade, tal como esta é em si mesma, sendo a ciência a alma da 
realidade. 
No século XX, vivenciamos o início da concepção construtivista, que considera a ciência como 
uma construção de modelos explicativos da realidade e não uma representação da própria 
realidade. A concepção construtivista mistura elementos das duas concepções anteriores: a 
racionalista e a empirista.
 » Da racionalista: exige que o método lhe permita estabelecer verdades, definições e 
deduções sobre o objeto científico.
 » Da empirista: exige que a experimentação guie e modifique verdades, demonstrações 
e definições. 
No entanto, como considera o objeto científico uma construção lógico-intelectual e uma 
construção experimental, o cientista não espera que seu trabalho apresente a realidade em si 
mesma, mas ofereça estruturas e modelos de funcionamentoda realidade, que possibilitem 
a explicação dos fenômenos observados. Dessa forma, não espera apresentar uma verdade 
absoluta e, sim, uma verdade relativa e aproximada, que possa ser corrigida, modificada e/ou 
abandonada por outra mais adequada. 
O progresso e os triunfos das civilizações modernas são, em grande parte, devidos ao desenvolvimento 
da ciência objetiva e da aplicação do método científico ao processo de descoberta e criação do 
conhecimento. 
Boaventura Sousa Santos (1990, p. 37) defende a existência “do paradigma de um conhecimento 
prudente para uma vida decente”. Como o próprio autor explica, essa noção não se circunscreve, 
simplesmente, a uma mudança científica, mas implica, também, uma revolução social.
15
CIÊnCIA E PrODUçãO DO COnHECIMEnTO • CAPÍTULO 1
Quadro 2. Evolução da ciência e sociedade
Etapa 1
Surgimento
Etapa 2
Valorização
Etapa 3
Identificação
Etapa 4
Consolidação
Etapa 5
Revisão
Grécia Antiga Idade Média Renascença Século XVIII Século XX
A produção do conhecimento, nos dias atuais, exige que a educação seja um meio eficaz e eficiente 
para a formação de cientistas, mas também dos profissionais que o mundo do trabalho espera. 
Esta formação profissional tem que ser desenvolvida nas três esferas do mundo do trabalho: 
superior, médio e operacional. O desenvolvimento rápido das tecnologias acaba afastando o 
profissional do seu mundo e exigindo a contínua ampliação da sua qualificação para conseguir 
se manter.
Uma qualificação na época atual não pode 
ser apenas como era na Antiguidade, na qual 
um mestre experiente da profissão ensinava 
o seu aluno com base apenas em relação à 
sua habilidade. Na Era do Conhecimento, é 
imprescindível que o aluno não só aprenda 
habilidades de sua profissão, mas também tenha 
escolaridade capaz de continuamente se manter 
no mercado de trabalho.
EMPREGABILIDADE representa a sua capacidade de se inserir (ter acesso) e se manter no 
mundo do trabalho. Não pense que basta o diploma para se garantir profissionalmente. O mais 
importante é o seu conhecimento.
PERFIL PROFISSIONAL representa as competências exigidas do mundo do trabalho. O perfil 
profissional é composto por conhecimentos, habilidades e atitudes.
Incorpore a empregabilidade a sua vida, pois as exigências de atualização do perfil profissional 
se tornaram e são imprescindíveis para a sobrevivência no mercado de trabalho. 
A busca pela qualidade da Educação Básica no Brasil tem sido foco de inúmeras propostas 
políticas. Nessa busca, várias estratégias são defendidas como, por exemplo, aprimorar a formação 
dos docentes, implantar o turno integral, utilizar as novas tecnologias da comunicação e da 
informação nas escolas e equipar os estabelecimentos de ensino. 
Todas são válidas e, certamente, se colocadas em prática, colaborarão para melhorar a educação. 
Contudo, existe uma alternativa de grande impacto que é pouco lembrada: o ensino de ciências 
desde os primeiros anos do Ensino Fundamental. Trata-se de uma alternativa plausível e 
relevante, pois habilita os estudantes a aprenderem a solucionar problemas atuais e a tratar 
Atenção
Antes de continuar, é importante colocar uma reflexão:
 » Qual a sua visão do mundo e do seu futuro? 
 » Aonde você quer chegar? 
 » Como se manter no trabalho?
16
CAPÍTULO 1 • CIÊnCIA E PrODUçãO DO COnHECIMEnTO
das necessidades da sociedade, utilizando as mais variadas formas de conhecimento científico 
e tecnológico. 
Em uma abordagem interdisciplinar, o ensino das ciências é capaz de conduzir a uma observação 
mais aguçada, estimulando a criatividade, inovação e crescimento.
Segundo Santos (1999), é fundamental que o pesquisador tenha o seu direcionamento para as 
coisas simples e para a capacidade de formular perguntas simples, semelhantes aquelas feitas 
por uma criança, mas que após elaboradas tais perguntas permitem trazer uma nova luz à nossa 
perplexidade. Barreto (op. cit) acrescenta que Einstein também defende a simplicidade para a 
resolução de problema.
Dados, Informação e Conhecimento
A curiosidade e a necessidade humanas foram e ainda são os principais condutores do conhecimento 
científico. Traçando uma linha do tempo, é possível verificar que o conhecimento científico 
acompanha as grandes mudanças sociais.
Tabela 1: Linha do Tempo
Mudanças Ano Observação
Agricultura 1750 Terra/Feudalismo
Artesanato 1860
Watt – 1764
Smith – 1776
Trabalho/propriedade privada
Industrial 1980
Taylor – 1911
Ford – 1914
Capital/burocracia
Computacional – 
Era do Conhecimento
Atual Público/cliente
Produto/marketing
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)
Fonte: os autores
Na atualidade, passamos por um “Período Computacional” até a “Era da Informação/
Conhecimento”. Pensadores diversos, desde a Antiguidade, procuraram organizar teorias e 
conceitos que fundamentassem o entendimento do que seria o conhecimento e de como o 
alcançamos. A história da Filosofia, desde a Grécia Antiga, é permeada pela busca da resposta 
do que seria o conhecimento.
Embora muitos ainda utilizem os termos informação e conhecimento como sinônimos, já há 
certo consenso sobre a diferenciação entre os significados de cada termo.
17
CIÊnCIA E PrODUçãO DO COnHECIMEnTO • CAPÍTULO 1
Normalmente, define-se informação como um conjunto de dados estruturados, carregados de 
sentido. Seguindo este raciocínio, pode-se definir informação como um agrupamento de dados 
organizados e dotados de sentido e capaz de reduzir incerteza.
Outra boa definição, respaldada por Silva e Ribeiro (2002), conduz à compreensão de informação 
como um conjunto estruturado de representações mentais (símbolos significantes), presentes 
em um contexto social, possíveis de serem registradas e comunicadas. Tal abordagem ressalta 
o aspecto social para a determinação de informação, ou seja, informação somente faz sentido 
como tal se inserida em um sistema sociocultural.
Diferenciando-se do conceito de informação, o conhecimento é identificado com a crença 
produzida (ou sustentada) pela informação, ou seja, a informação é um produto capaz de gerar 
conhecimento. Esse processo ocorre, já que a informação conduz a reflexões, análises e sínteses 
de determinado contexto. Aprendemos com as informações, conhecemos pela informação.
Diferenças entre dados, informação e conhecimento
Davenport (1998, p. 18) estruturou características das três primeiras categorias de informação 
(Quadro 2):
Quadro 2. Dados, informação e conhecimento
DADOS INFORMAÇÃO CONHECIMENTO
Simples observações sobre o 
estado do mundo.
 » Facilmente estruturado.
 » Facilmente obtido por máquinas.
 » Frequentemente quantificado.
 » Facilmente transferível.
Dados dotados de relevância e 
propósito.
 » requer unidade de análise.
 » Exige consenso em relação ao 
significado.
 » Exige necessariamente a 
mediação humana.
Informação valiosa da mente humana.
 » Inclui reflexão, síntese, contexto.
 » De difícil estruturação.
 » De difícil captura em máquinas.
 » Frequentemente tácito (implícito).
 » De difícil transferência.
Fonte: Davenport (1998).
Dados, embora relevantes, são estruturas sem significado, compreendem a categoria mais baixa 
de informação. São pequenas partes de informação, sinais não processados e carentes de sentido, 
e podem ser entendidos como elementos para a produção de informação. 
A Informação, por conseguinte, é criada a partir do agrupamento de dados, que depois de 
processados e analisados podem, dependendo da estrutura cognitiva do receptor, adquirir 
significado e representar alguma realidade. A produção de informação depende necessariamente 
de mediação humana, visto que o processo de atribuição de sentido a determinado agrupamento 
de dados está intrinsecamente relacionado à estrutura cognitiva do sujeito. O fato de ser facilmente 
18
CAPÍTULO 1 • CIÊnCIA E PrODUçãO DO COnHECIMEnTO
estruturada e comunicada representa um atributo substancial da informação, tornando-a passível 
de transmissão. 
O nível seguinte, o Conhecimento, representaa classe de “informação mais apurada”, o 
principal elemento da estrutura cognitiva do indivíduo. Dessa maneira, a informação está para 
o conhecimento da mesma maneira que o dado está para a informação, ou seja, a informação é 
matéria-prima para a construção do conhecimento.
Analisando isoladamente o atual Período Informacional, pode-se observar que a ciência evolui 
para um momento em que a competitividade e o empreendedorismo tendem a nos levar a um 
vasto horizonte.
Dados ou informes
Dados ou informes são registros sobre uma realidade.
Exemplo: 
 » o nível de desemprego aumentou;
 » o dólar está em baixa;
 » a Faculdade Unyleya oferece cursos de graduação a distância.
Informação
Os dados ou informes só se transformam em informação quando são capazes de gerar uma ação:
Exemplo:
 » O nível de desemprego aumentou.
Vou adiar a tentativa de trocar de emprego.
 » O dólar está em alta.
Vou vender meus dólares. 
 » A Faculdade Unyleya oferece cursos de graduação a distância.
Vou ligar para saber sobre o curso.
Conhecimento
Conhecimento é alcançado ao conseguirmos agrupar e analisar as informações, dentro de um 
contexto, durante um período de tempo.
19
CIÊnCIA E PrODUçãO DO COnHECIMEnTO • CAPÍTULO 1
Exemplos.: 
 » O nível de desemprego aumentou.
Esta é uma tendência mundial; vou me preparar para tornar-me um empreendedor.
 » O dólar está em alta.
Vou vendê-los devido às grandes oscilações de mercado que vêm ocorrendo e não 
quero correr riscos.
 » A Faculdade Unyleya oferece cursos de graduação a distância.
Vou logo me matricular, pois preciso de uma boa formação superior sem comprometer 
o horário do meu emprego.
Inteligência
A Inteligência é alcançada quando conseguimos utilizar o Conhecimento de forma diferenciada 
na obtenção de resultados.
Exemplos: 
 » O nível de desemprego aumentou.
Vou abrir meu negócio em Turismo, pois tenho experiência e é uma área promissora 
no estado.
 » O dólar está em alta.
Vou procurar o gerente de minha agência bancária que sempre me orienta bem em 
meus negócios.
 » A Faculdade Unyleya oferece cursos de graduação a distância.
Vou fazer um curso a distância porque é uma excelente opção para quem precisa 
estudar em uma instituição que ofereça uma boa proposta de Educação a Distância, 
já que meus horários de trabalho são instáveis.
O conhecimento forma-se por fases e a quantidade de informação transforma-se 
em qualidade do conhecimento. (GALLIANO, 1986, p. 53).
20
CAPÍTULO 1 • CIÊnCIA E PrODUçãO DO COnHECIMEnTO
Sintetizando
Vimos até agora que:
 » A evolução humana está diretamente ligada ao desenvolvimento de sua inteligência, passando do medo ao misticismo até 
transformar-se em ciência.
 » O conhecimento pode ser classificado pelo tipo, destacando-se o conhecimento empírico (fruto da experiência), o 
teológico (fruto da crença), o filosófico (fruto da razão) e o científico (fruto da comprovação).
 » A evolução da ciência está diretamente ligada à necessidade da sociedade, portanto, o progresso e os triunfos das 
civilizações modernas são, em grande parte, devidos ao desenvolvimento da ciência objetiva e da aplicação do método 
científico ao processo de descoberta e criação do Conhecimento.
 » Estamos na do “Era da Informação” ou na “Era do Conhecimento”.
 » Estudamos as diferenças no conceito de dados, informações e conhecimento.
 » Os dados ou informes são registros sobre uma realidade e estes só se transformam em informação quando são capazes de 
gerar uma ação.
 » O conhecimento é alcançado ao conseguirmos agrupar e analisar as informações, dentro de um contexto, durante um 
período de tempo.
A inteligência só é alcançada quando conseguimos utilizar o conhecimento de forma diferenciada na obtenção de 
resultados, produzindo uma competitividade saudável e empreendedora.
21
Apresentação
Neste segundo capítulo serão apresentados os diversos tipos de pesquisa e sua aplicabilidade 
na formação/atuação profissional. A pesquisa é apresentada como uma atividade racional 
e sistemática que tem como objetivo responder às questões/problemas. Os critérios para a 
classificação dos tipos de pesquisa variam, e a divisão obedece a interesses, condições, campos, 
metodologia, situações, objetivos, objetos de estudo. Buscando facilitar a compreensão, bem 
como seu exercício e aplicabilidade, a pesquisa é classificada quanto ao tipo, à coleta de dados/
informações e o método utilizado, ou seja, quanto aos objetivos, os procedimentos, o objeto e 
a forma de abordagem
Objetivos 
 » Compreender os diversos tipos de pesquisa.
 » Destacar a aplicabilidade da pesquisa na formação profissional.
2CAPÍTULOTIPOS DE PESQUISAS 
22
CAPÍTULO 2 • TIPOS DE PESQUISAS
O que é uma Pesquisa?
A pesquisa tem por finalidade tentar conhecer e explicar os fenômenos que 
ocorrem no mundo existencial, isto é, a forma como se processam as suas 
estruturas e funções, as mudanças que provocam, e até que ponto podem ser 
controlados e orientados. Por isso é que, de início, a pesquisa começa com 
interrogações. A finalidade da pesquisa não é só a acumulação de fatos, mas a 
sua compreensão, o que se obtém desenvolvendo e lançando hipóteses precisas, 
que se manifestam sob a forma de questões ou de enunciados. (FERRARI, 1974, 
p. 171).
Quando procuramos termos que possam ser associados ao ato de pesquisar, alguns são rapidamente 
referidos como “buscar” e “procurar”. 
Pesquisar, portanto, é buscar ou procurar resposta ou solução para algo ou alguma coisa. Quando 
associamos o termo pesquisar à ciência, entendemos que pesquisar é buscar solução para 
alguma questão de estudo ou problema, utilizando diferentes instrumentos para se chegar a 
uma resposta precisa. Pesquisar é o caminho para se chegar ao conhecimento.
O instrumento de pesquisa ideal deverá ser compatível com os resultados esperados, ou seja, 
o pesquisador ou profissional ou investigador definirá o instrumento ideal de acordo com os 
resultados que se pretende atingir. Sendo assim, é preciso definir o tipo de pesquisa antes de se 
escolher o instrumental a ser utilizado.
A tesoura não é o instrumento ideal para cortar um bolo, da mesma forma que a faca não seria 
recomendada para cortar um tecido.
Tipos de Pesquisa 
Inicialmente, na tentativa de descomplicar, definiremos as pesquisas quanto: 
Tipo/objetivo
A pesquisa pode ser definida de acordo com os tipos e objetivos:
 » Pesquisa Experimental: é toda pesquisa que envolve algum tipo de experimento.
Ex.: Mudar determinada estratégia de ação para observar o resultado. 
 » Pesquisa Exploratória: é toda pesquisa que busca constatar algo num fenômeno ou 
organismo.
Ex.: Saber como o organismo reage ao vírus da dengue. 
23
TIPOS DE PESQUISAS • CAPÍTULO 2
 » Pesquisa Social: é toda pesquisa que busca respostas de um grupo social. 
Ex.: Saber quais os hábitos de consumo de uma comunidade específica. 
 » Pesquisa Histórica: é toda pesquisa que estuda o passado. 
Ex.: Saber como surgiu a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
 » Pesquisa teórica: é toda pesquisa que analisa determinada teoria. 
Ex.: Saber o que é a Neutralidade Científica. 
Procedimentos/objetos pesquisados
A pesquisa pode ser subdividida ou classificada de acordo com os procedimentos/objetos 
pesquisados:
 » Pesquisa direta a sua principal característica é a busca de dados diretamente da fonte 
de origem. Nesse caso, o pesquisador investiga o fato ou fenômeno, utilizando métodos 
e instrumentos cientificamente comprovados para coleta de dados. 
A pesquisa direta subdivide-se, ainda, em:
 › Pesquisa de campo: sua principal característica é a observação de fatos e fenômenos, 
que pode ser seguida de coleta de dados ou registro do fato e fenômeno observado, 
sua análise e interpretação. 
A pesquisa de campo deve ter como base uma fundamentação teórica consistente, 
objetivando compreender e explicar o problema pesquisado. É uma pesquisa muito 
utilizada na área de Ciências Sociais e Saúde, para o estudo de indivíduos, grupos, 
comunidades,instituições, tendo como objetivo compreender os mais diferentes 
aspectos de determinada realidade.
Exemplos: 
• No caso de pesquisa no âmbito da saúde, os testes de percepção sonora, como os 
testes de localização sonora em campo livre, sofrem interferência do ruído externo 
competitivo, capazes de interferir na resposta ao estímulo utilizado para avaliação.
• No caso da pesquisa no âmbito social, na pesquisa de opinião/preferência, a 
escolha da roupa ou calçado pode sofrer influência do meio/contexto.
 › Pesquisa de laboratório. é uma pesquisa que tem como maior característica o 
fato de ocorrer em situações controladas, valendo-se de instrumental específico e 
preciso. Ressalta-se que, embora sejam realizadas em situações controladas, podem 
ser em recintos fechados ou ao ar livre, em ambientes artificiais ou reais, desde que 
24
CAPÍTULO 2 • TIPOS DE PESQUISAS
seja adequado ao estudo a ser realizado. Embora seja utilizada na Ciência Social, 
principalmente na Psicologia Social e na Sociologia, é importante ressaltar que os 
aspectos fundamentais do comportamento humano nem sempre podem, por questões 
de ética, ser estudados e/ou reproduzidos no ambiente controlado do laboratório.
Exemplos: 
• No caso de pesquisas no âmbito da saúde, estudos que analisam a acuidade 
auditiva em relação à inteligibilidade da fala, utilizando-se cabine acústica tratada 
e audiômetro adequadamente aferido. 
• No caso de pesquisas no âmbito social, estudo que identifique comportamento 
social de crianças de 24 a 48 meses, em sala previamente preparada. 
Com relação à pesquisa de campo ou de laboratório, de acordo com suas características, 
pode-se optar por diferentes métodos de pesquisa. Os tipos mais utilizados são o 
descritivo e o experimental.
 » Pesquisa indireta: caracteriza-se pela utilização de informações, conhecimentos e dados 
que já foram coletados por outras pessoas, em pesquisas anteriores, demonstrados em 
forma de documentos, leis, projetos, desenhos, livros, artigos, revistas, jornais etc. Esse 
tipo de pesquisa pode ser dividido em documental ou bibliográfico.
São muito utilizados em pesquisas históricas e em estudos que abordam as divergências 
teóricas de autores, consultando a bibliografia existente sobre o assunto.
Além disso, existem incubadoras de Empresas Culturais, de Design, entre outros. É o caso do 
Instituto Genesis da PUC- Rio que possui incubadoras nos segmentos de design de joias, cultural, 
social e tecnológica; ou do Projeto Incubadora Rio Criativo da Secretaria de Estado de Cultura 
do Estado do Rio de 
Métodos
Os métodos podem ser de pois tipos:
Método Descritivo
Tem como características a observação, o registro, a análise, a descrição e a correlação com o 
fato e o fenômeno selecionado, sem manipulação ou intervenção do pesquisador, procurando 
descobrir com precisão a frequência em que o fenômeno ocorre e sua relação com outros fatores. 
A pesquisa descritiva pode assumir algumas formas relacionadas com o enfoque que o pesquisador 
deseja dar para seu estudo. 
25
TIPOS DE PESQUISAS • CAPÍTULO 2
Cervo e Bervian (2002) classificam essas formas do método descrito da seguinte maneira:
 » Estudo exploratório: busca uma familiarização com o fenômeno com o propósito de 
ampliar ou obter uma nova percepção a respeito do fenômeno, identificando novas 
possibilidades ou hipóteses em relação ao objeto de estudo. 
 » Estudo descritivo: descreve as características, propriedades ou relações existentes no 
grupo ou da realidade em que foi realizada a pesquisa.
 » Pesquisa survey: utiliza-se principalmente do questionário ou entrevista como 
instrumento de coleta de dados, buscando descrever procedimentos, descobrir tendências 
e reconhecer interesses e outros comportamentos. Esses estudos podem ser feitos 
diretamente (frente a frente), por telefone ou pelo correio. Pode ser definida ainda 
como levantamento, sondagem, estudo de pesquisa de mercado (market research), 
que formula perguntas a fim de receber informação sobre atitudes, motivos e opiniões. 
Procura determinar práticas existentes ou opiniões de determinada população.
 » Estudo de caso (case): estuda determinado indivíduo, família ou grupo com o propósito 
de investigação de aspectos variados ou pontos específicos da amostra. Um único caso 
é estudado com profundidade para alcançar uma maior compreensão sobre outros 
casos similares.
Método Experimental
Caracteriza-se pela utilização direta das variáveis relacionadas com o objeto de estudo, 
proporcionando uma relação de causa e efeito e mostrando de que modo o fenômeno é produzido.
Esse tipo de pesquisa utiliza testagem, questionários e medidas para verificar as relações existentes 
entre as variáveis envolvidas na pesquisa. O exemplo a seguir permite compreender melhor esse 
tipo de pesquisa.
Exemplo:
Problema: Quais as condições ambientais adequadas para uma sala de atendimento/telemarketing?
Objetivo: Identificar aspectos ambientais e ergonômicos capazes de interferir na saúde e/ou 
qualidade de vida/atendimento dos profissionais/usuários do serviço de telemarketing.
 » Pesquisa documental: investiga fontes primárias, que se constituem de dados que 
não foram codificados, organizados e elaborados para os estudos científicos, como 
documentos, arquivos, plantas, desenhos, fotografias, gravações, estatísticas e leis. Seu 
propósito é descrever e analisar situações, fatos e acontecimentos anteriores comparando-
os com dados da realidade presente. 
26
CAPÍTULO 2 • TIPOS DE PESQUISAS
Muitas pessoas relacionam a pesquisa documental somente com estudos históricos, 
porém, nesse último, a finalidade é estudar e resgatar fatos que ocorreram no passado, 
por meio de documentos e registros; entretanto, observa-se que a extensão da pesquisa 
documental é mais ampla, como se constata no exemplo.
Exemplo.:
Problema: Quais são as diferenças, em relação às condições de trabalho e saúde, na 
década de 1930, com as atuais baseadas nas Normas Regulamentadoras (NR)?
Objetivos do Estudo: Analisar e comparar as condições de trabalho da década de 1930, 
com as atuais propostas pelas Normas Regulamentadoras (NR).
 » Pesquisa Bibliográfica: trata-se do primeiro passo de qualquer pesquisa científica, 
abrangendo a leitura, a análise e a interpretação de livros, periódicos, textos legais, 
documentos mimeografados ou xerocopiados, mapas, fotos, manuscritos, entre outros. 
Normalmente é a mais utilizada em trabalhos de conclusão de curso de Graduação e 
Pós-graduação lato sensu (monografia), por recolher e selecionar conhecimentos prévios 
e informações acerca de um problema ou hipótese, já organizados e trabalhados por 
outro autor (ANDRADE, 2003; GIL, 1999).
Deve ser feita uma leitura atenta e sistemática, acompanhada de anotações e fichamentos 
que poderão servir à fundamentação teórica do estudo, colocando o pesquisador em 
contato com materiais e informações que já foram escritos anteriormente sobre o 
assunto determinado. 
É uma pesquisa que dá suporte às demais, uma vez que auxilia na definição do problema, na 
determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação da justificativa da 
escolha do tema e na elaboração do relatório final. Deve ser uma rotina tanto na vida profissional 
de professores e pesquisadores quanto na dos estudantes. Isso porque a pesquisa bibliográfica 
tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado 
tema.
Exemplo::
Problema: Há relação entre hábitos de consumo e cultura? 
Objetivos do Estudo: Avaliar se os valores culturais interferem nos hábitos de consumo.
Em uma investigação científica, as etapas precisam ser bem planejadas, de forma a se obter êxito 
e alcançar os objetivos, desde a escolha do tema à divulgação dos resultados finais. Para isso, 
o pesquisador deve ser um bom planejador e capaz de iniciar, conduzir e concluir a pesquisa. 
27
TIPOS DE PESQUISAS • CAPÍTULO 2
Tem que ser o responsável pelo levantamento dos dados e informações, buscandoo conhecimento 
já produzido sobre o tema na literatura científica, direcionando os tópicos de pesquisa, ciente 
de que o trabalho científico é um conjunto de processos de estudos, de pesquisa e de reflexão, 
pois a pesquisa científica deve ser planejada, antes de ser executada. 
Possivelmente, uma das maiores dificuldades de quem se inicia como pesquisador seja a de 
acreditar que um bom roteiro é capaz de garantir o sucesso da pesquisa. 
Na verdade, o roteiro existe e são as diversas fases do método, porém, por si só não garante que a 
pesquisa será concluída com sucesso, já que não se trata de um simples resultado automático de 
normas cumpridas ou roteiro seguido. São necessárias a criatividade e a intuição do pesquisador 
para que sua pesquisa seja realmente original, tanto no empreendimento quanto na comunicação.
Ainda que a criatividade tenha seu valor, vale lembrar que a pesquisa científica não é resultado 
exclusivo da intuição do pesquisador, sendo necessária uma boa definição e submissão tanto 
aos procedimentos dos métodos como aos recursos da técnica. O método é o caminho a ser 
percorrido, do começo ao fim da pesquisa
Sintetizando
Vimos até agora que:
 » Pesquisar é o mesmo que buscar ou procurar resposta ou solução para algo ou alguma coisa. Pesquisar é o caminho para 
se chegar à ciência, ao conhecimento.
 » A escolha do tipo de pesquisa e de instrumentos de pesquisa deverá ser compatível com os resultados esperados.
 » É preciso definir o tipo de pesquisa antes de se escolher o instrumental a ser utilizado.
 » Existem diversos tipos de pesquisa para objetivos e problemas diversos.
 » O domínio das técnicas e dos procedimentos de elaboração e apresentação dos resultados de estudos e pesquisas garante 
a qualidade dos resultados e o sucesso do pesquisador.
 » O sucesso profissional está totalmente vinculado a uma boa formação acadêmica e em pesquisa.
28
Apresentação
Neste capítulo será abordada a pesquisa aplicada e projeto. A elaboração de trabalhos e relatórios 
são habilidades a ser desenvolvidas e aprimoradas durante a formação do futuro profissional. O 
domínio das técnicas e dos procedimentos de elaboração, além de sua apresentação, garante a 
qualidade formal do trabalho produzido. Neste capítulo pretende-se, a partir de algumas diretrizes 
operacionais, desenvolver um instrumental de apoio às atividades científicas do profissional, 
buscando desenvolver competências específicas durante sua formação. Sabe-se que a questão 
da competência supõe não apenas o domínio de conteúdos e técnicas próprios à especificidade 
da atividade profissional como, também, o domínio de aspectos relacionados à forma e à 
sistematização do próprio pensar. Embora o planejamento não assegure, por si só, o sucesso 
do trabalho, com certeza, é um bom começo para se ter qualidade. Qualquer atividade deve 
ser planejada antes de ser executada. Isso se faz por meio de uma elaboração que se denomina 
“projeto de pesquisa”. Portanto, o projeto de pesquisa é um documento que descreve os planos, 
fases e procedimentos de um processo de investigação a ser realizado. 
Objetivos 
 » Conhecer o que é uma pesquisa aplicada.
 » Compreender como pode ser trabalhado um projeto.
 » Aplicar as metodologias mais adequadas à natureza dos problemas em investigação.
 » Compreender o desenvolvimento, a elaboração e a apresentação dos relatórios acadêmicos 
em conformidade com as normas da ABNT.
3CAPÍTULOPrOJETO
29
PrOJETO • CAPÍTULO 3
Pesquisa e desenvolvimento
A atividade científica se inicia pela Pesquisa Básica ou Fundamental e pela Pesquisa Aplicada de 
um processo integrado no sistema científico e tecnológico na busca da invenção, novos produtos 
e processos. Esta fase é criativa e, em parte, aleatória.
A segunda fase, caracterizada pelo desenvolvimento tecnológico (planejado e produtivo), é 
aquela em que os objetivos na fase anterior são incorporados ao processo produtivo. Destaca-
se o surgimento da inovação tecnológica (primeiras aplicações do invento). A seguir, a difusão 
tecnológica promoverá a absorção e a adoção das novas técnicas no sistema produtivo, implicando 
a redução dos custos de produção sob forma de poupança dos meios de produção e da mão de 
obra. Na realidade, a segunda fase se caracteriza pela inovação e difusão tecnológica. 
Vamos passar para o entendimento da descrição das etapas mencionadas acima.
A Pesquisa Básica ou Fundamental é aquela em que se busca compreender cientificamente 
os fenômenos naturais, humanos ou sociais, são aquelas que efetivamente permitem obter 
conhecimentos novos.
A Pesquisa Aplicada é a pesquisa em que de posse do conhecimento alcançado na Pesquisa 
Básica se procura a aplicação à realidade. 
O Desenvolvimento se refere ao conjunto de estudos específicos para tornar as invenções 
aplicáveis ao mercado, ou seja, são estudos que objetivam a inovação e a adaptação aos processos 
de produção ou produtos. 
Figura 1: resumo das fases de Pesquisa e Desenvolvimento
Pesquisa e Desenvolvimento
Fases
Pesquisa Básica ou Fundamental
Pesquisa Aplicada
Desenvolvimento
Fonte: os autores.
Não existem limites claros e definidos para separar o que é pesquisa básica, pesquisa aplicada 
ou desenvolvimento. 
30
CAPÍTULO 3 • PrOJETO
A Pesquisa Básica ou Fundamental é realizada, na maioria dos casos, pelas universidades com 
recursos e gastos por conta do Estado. 
A Pesquisa Aplicada que trata da transformação do conhecimento em propriedade privada e em 
instrumento de monopólio, geralmente, é da incumbência das empresas, embora financiada 
pelos fundos públicos. 
É importante deixar clara a diferença entre invenção e inovação. 
A invenção é um produto essencialmente intelectual, pois ela procura as mudanças tecnológicas, 
afetando o processo produtivo ou alterando equipamentos, produtos ou a organização produtiva.
A inovação é um fenômeno econômico e aparece no momento em que uma empresa incorpora 
uma invenção à produção. 
Baumgartem (apud CATTANI; HOLZMANN, 2006, p.260) define tecnologia como: atividade 
socialmente organizada, baseada em planos e de caráter essencialmente prática. A autora 
acrescenta que existe a articulação entre a tecnologia e a inovação. e complementa a sua concepção 
quando afirma: “Tecnologia é, pois, o conhecimento científico transformado em técnica, que, 
por sua vez, irá ampliar a possibilidade de produção de novos conhecimentos científicos”. 
Em resumo, vemos que as inovações estão articuladas com as tecnologias, enquanto as tecnologias 
são conhecimentos científicos transformados em técnica. Pergunta-se: Quais são as relações 
que vamos encontrar entre as inovações tecnológicas e o trabalho?
A resposta que pode ser dada corresponde ao fato que a tecnologia é imprescindível ao processo 
organizacional e estrutural das organizações e do trabalho. Assim, a pesquisa aplicada se torna 
elemento para a contínua busca das inovações e soluções de problemas não só na esfera estratégica 
das organizações, mas também do cotidiano. Os princípios da pesquisa aplicada devem ser 
seguidos por um bom profissional
Projeto
O Projeto compreende propostas de serviço ou intervenção contextualizada em uma dada realidade 
institucional, acompanhada pela ação adequada ao atendimento das demandas verificadas. 
O produto a ser alcançado pode ser um serviço, um produto ou uma tecnologia aplicada ao 
contexto analisado.
Não se pode confundir um projeto com as atividades de rotina de uma empresa. Para facilitar 
veja o quadro abaixo onde registramos as diferenças entre rotinas operacionais e projetos:
31
PrOJETO • CAPÍTULO 3
Quadro 3: Diferenças entre rotinas operacionais e Projetos
Rotinas operacionais Projetos
Executa e mantém padrões Altera e cria novos padrões
Duração indetermina Duração definida
Produtos previsíveis Incerteza sobre resultados
Atividade repetitiva Atividade inovadora
Baixo risco Alto risco
Domínio ao executar tarefas Tarefas complexas
Elevado nível de automação Baixo nível de automação
Planejamentofixo Planejamento dinâmico
Problemas previsíveis Problemas imprevisíveis
Aprende antes de executar Aprende durante a execução
visão completa do processo visão incompleta do processo
Desempenho conhecido Desempenho variável
Processos estáveis Criação de novos processos
Conhecimento específico Conhecimento multidisciplinar 
Tarefas muito detalhadas Atividades com pouco detalhes
Fraca reação as mudanças Forte reação à mudanças
Técnicas de controle simples Técnicas de controle complexas
Equipe permanente várias equipes.
Fonte: Moura e Barbosa, 2006, p.26
Constata-se que o projeto não é para atividades rotineiras, tem prazo definido, é complexo e 
visa criar, inovar, mudar, mudanças etc., ou seja, em resumo o projeto tem o objetivo de reunir 
esforços para atingir objetivos predeterminados com qualidade, prazo e custo.
Repare que em engenharia, por exemplo, a mudança está intimamente ligada a projeto. Não se 
constrói nada sem projeto, principalmente quando sabemos que os mercados globalizados, a 
evolução tecnológica e a informação difundida têm provocado mudanças significativas e velozes, 
gerando consequências que impacta o “status quo”. 
As zonas de conforto de empresas, industrias, comércio, serviços, lojas, profissionais etc são 
continuamente testadas com relação à própria sobrevivência. Não há como ficar parado e não 
se arriscar na busca de novos conhecimentos, mercados e produtos. 
Os ganhos são gerados com o aumento da produtividade e o medo do risco pelo “novo” 
(criatividade), pela inovação e pela invenção tem que ser vencido, mas também não adianta 
empreender sem possuir um projeto consistente de forma a planejar e controlar a busca por 
esse novo conhecimento.
32
CAPÍTULO 3 • PrOJETO
O Projeto
Não adianta ser empreendedor se a pessoa não tem a competência para conceber um bom 
negócio. Do mesmo modo, o gestor, deve possuir a competência para projetar um negócio ou 
as suas funções no sentido de onde que chegar e crescer na organização.
O projeto, em todos os sentidos, permite se alcançar metas e objetivos. Não só no campo individual, 
mas também profissional, alinhado com os interesses das organizações.
O Projeto do Negócio deve ser pensado e conter o planejamento com os seguintes itens:
 » Mercado, marca e clientes.
 » “Benchmarking” (observação das empresas de excelência buscando as boas práticas).
 » Estratégia competitiva.
 » Parceiras.
 » Logística e produção.
 » Franquias.
 » Gestão e equilíbrio econômico-financeiro.
Como exemplo, imagine que será lançado uma nova bTV no mercado. Para que isto aconteça é 
imprescindível um projeto que contemple:
a. Uma pesquisa de mercado para responder se o produto tem mercado, qual o seu público-
alvo, preços, requisitos de mercado etc.
b. O Projeto do Produto, ou seja como é a sua estrutura, o seu design, o seu desenho de 
concepção, as suas especificações técnicas etc.
c. O Projeto de Fabricação, ou seja, como cada componente será fabricado ou comprado, 
os desenhos de fabricação etc.
d. A Organização para marketing e venda.
e. As Provas e testes finais com relação ao desempenho esperado. 
A seguir são desenvolvidas as questões sobre projeto de pesquisa que tem aplicação no cotidiano 
profissional. Adote como metodologia para seus projetos, 
Cassarotto Filho et all (2006) apontam os seguintes itens para um Plano Sumário de Projeto:
 » Escopo.
 » Objetivos (técnicos, financeiros, outros).
33
PrOJETO • CAPÍTULO 3
 » Métodos (técnicos e administrativos).
 » Requisitos contratuais.
 » Especificsções finais Tarefas programadas.
 » Recursos necessários.
 » Principais colaboradores.
 » Limitações financeiras e possíveis problemas.
 » Áreas de risco (técnicos, financeiros, penalidades).
O Projeto de Pesquisa 
O projeto de pesquisa é o instrumento pelo qual o profissional vai viabilizar a solução de um 
problema identificado. É o planejamento de uma pesquisa, ou seja, a definição dos caminhos 
para abordar certa realidade.
A figura a seguir apresenta um resumo que envolve processo de planejamento. Para a realização 
de qualquer projeto é imprescindível que haja um planejamento para detalhar as atividades do 
projeto com os seus recursos e um cronograma para a sua realização. 
Figura 2: Processo de Planejamento
PrOJETOPLAnEJAMEnTO
PrOCESSO
PrODUTO
 
Fonte: os autores
O planejamento do projeto deve atender a uma fórmula inglesa simples: 5W2H e deve ser 
construído de maneira clara e resumida, planejando cada atividade: 
What - O que pesquisar? (Tema/Problema). 
Why - Por que pesquisar? (Justificativa).
Para que pesquisar? (Objetivos).
Who – Quem são os responsáveis e envolvidos?
34
CAPÍTULO 3 • PrOJETO
When - Quando pesquisar? (Cronograma de todas as atividades).
Where – Onde obter dados e informações? (Locais).
How - Como pesquisar? (Metodologia).
How much – Quanto irá custar?
Então, o projeto de pesquisa é o plano de trabalho 
do trabalho a ser realizado, visando à definição dos 
caminhos a serem adotados de acordo com o propósito 
e natureza específica da futura pesquisa, de modo a 
facilitar sua execução.
O planejamento de um trabalho é a previsão racional 
do evento, atividade, comportamento ou objeto que 
se pretende realizar a partir da perspectiva científica 
do pesquisador. Como previsão, deve buscar 
antecipar as ações necessárias atendendo a uma racionalidade informada pela perspectiva 
teórico-metodológica da relação entre o sujeito e o objeto. Deve, ainda, prever as rotinas de 
pesquisa que tornem possível atingir os objetivos definidos, de tal forma que se consigam os 
melhores resultados com menor custo (BARRETO; HONORATO, 1998, p. 59).
Os elementos básicos para a elaboração desses projetos são:
 » Título.
 » Justificativa.
 » Problema. 
 » Formulação de hipóteses. 
 » Objetivos. 
 » Revisão da literatura. 
 » Metodologia.
 » Cronograma. 
 » Resultados esperados, 
 » Orçamento.
 » Referências.
Atenção
Embora o texto esteja utilizando e abordando a 
expressão PESQUISA, isto não significa que no 
cotidiano de trabalho, ao receber uma missão 
ou executar um trabalho complexo, você não 
possa usar o que está aqui apresentado.
Em qualquer trabalho funcional se busca um 
novo conhecimento e resultados.
35
PrOJETO • CAPÍTULO 3
Escolha do tema 
A definição do tema pode surgir de observações no trabalho, de determinações de chefes, de 
leituras ou mesmo de conversas. Na escolha do tema devem ser levados em consideração sua 
atualidade e relevância, o conhecimento, bem como aspectos práticos (tempo disponível, recursos 
existentes, facilidade de acesso a material ou bibliografia).
O tema deve ter relação direta com uma área de conhecimento do profissional, pois é preciso 
ter um conhecimento prévio sobre o tema a ser abordado. Sendo assim, o profissional partirá de 
alguma leitura específica sobre o tema, aprofundando os conhecimentos que, de alguma forma, 
serão vinculados à sua carreira profissional – planejando para um futuro.
O título parte do tema é o “cartão de apresentação” 
do projeto. Ele expressa a delimitação e a abrangência 
temporal e espacial do que se pretende resolver. O tema 
de pesquisa é, na verdade, uma área de interesse a ser 
abordada. É uma primeira delimitação, ainda ampla. Essa 
escolha deve representar a delimitação de um campo de 
estudo no interior de uma grande área de conhecimento, 
sobre o qual se pretende aprofundar construindo um 
objeto de pesquisa, ou seja, selecionando uma fração da 
realidade a partir do referencial teórico-metodológico 
escolhido. 
Exemplo: Tema: Cultura Organizacional
Existem dois fatores principais que interferem no trabalho e que devem ser levados em consideração 
nesta escolha: fatores internos e externos.
Fatores Internos (relacionados ao profissional).
a. Afetividade ou interesse pessoal.
Para se trabalhar uma investigação é preciso ter um mínimo de prazer nessa atividade, ou 
seja, trabalhar um assunto que não seja do seu agrado tornará a pesquisa num exercício 
de tortura e sofrimento.b. Tempo disponível para a realização do trabalho. 
Na definição do trabalho, é preciso levar em consideração o tempo disponível para 
a investigação e a quantidade de atividades que teremos de cumprir para executar o 
trabalho. Portanto, programe-se lembrando do tempo destinado ao estudo, ao trabalho 
e ao lazer.
Saiba mais
Delimitar é indicar a abrangência do estudo, 
estabelecendo os limites do tema. Seguindo 
um princípio lógico, a delimitação evita que 
um tema seja abordado de forma superficial, 
salientando-se que, quanto maior a extensão 
conceitual, menor a sua compreensão e, 
inversamente, quanto menor a extensão 
conceitual, maior a sua conceitual. 
A delimitação temática possibilita uma 
abordagem detalhada dentro de uma área de 
conhecimento / tema / objeto / contextoT
36
CAPÍTULO 3 • PrOJETO
Exemplo: você recebe a determinação para elaborar um orçamento para um serviço tendo 
em vista que a sua empresa, para competir em uma concorrência, tem até uma data 
determinada para entregar a proposta. Não adianta terminar a proposta orçamentária 
após a data fixada, por melhor que tenha ficado seu trabalho, pois o prazo está perdido.
c. O limite das capacidades do profissional em relação ao tema pretendido. 
É preciso que o profissional tenha consciência de sua limitação de conhecimentos para 
desenvolver determinadas atividades e não entrar num assunto fora de sua área. 
Uma das virtudes do profissional de qualquer área é a humildade. Reconheça suas limitações, 
propondo desenvolvimento do trabalho em tempo hábil e dentro da sua capacidade intelectual.
Fatores Externos (relacionados à sua aplicabilidade e às condições de 
oferta).
a. A significação do tema escolhido, sua novidade, sua oportunidade e seus valores. 
O valor e interesse social devem ser considerados no planejamento de uma pesquisa. 
Se o trabalho será feito, que ele seja importante para a sociedade em geral. 
Ao executar um trabalho é preciso estar atento para não propor algo que não interessará 
a ninguém e que não o determinado pelo chefe.
b. O limite de tempo disponível para a conclusão do trabalho. 
Quando a instituição determina um prazo para a entrega do relatório final, não é 
possível enveredar por assuntos que não nos permitirão cumprir esse prazo. Associe 
sua disponibilidade de tempo com os prazos designados pela instituição. 
Lembre-se de que você terá que cumprir prazos!
c. Material de consulta e dados necessários. 
Muitas vezes, o tema é pouco trabalhado por outros autores e não existem fontes 
secundárias para consulta. A falta dessas fontes obriga o profissional a buscar fontes 
primárias e isso acarretará um trabalho maior, gerando a necessidade de um tempo 
maior para a realização dele. 
Atenção para a disponibilidade de material para consulta. 
Exemplo:
Tema: Cultura Organizacional.
37
PrOJETO • CAPÍTULO 3
 › Delimitação do estudo: o estudo pretende abordar relação entre o fator cultural, o 
poder e o desenvolvimento organizacional. Para tanto, será estudada uma amostra 
previamente definida do corpo funcional da empresa. 
 › Levantamento ou Revisão da Documentação: o levantamento da documentação é a 
localização e obtenção de documentos para avaliar a disponibilidade de material que 
subsidiará o trabalho. É a verificação do que existe sobre o trabalho a ser abordado. 
Nessa etapa, como o próprio nome indica, analisam-se as obras e documentos 
disponíveis que tratem do assunto ou que deem embasamento teórico e metodológico 
para o desenvolvimento do trabalho. É aqui, também, que são explicitados os principais 
conceitos, definições e termos técnicos a serem utilizados na pesquisa. 
Portanto, a revisão da literatura visa apresentar os estudos sobre o tema ou especificamente 
sobre o problema, já realizados por outros autores e pela organização. 
O referencial teórico (marco teórico) visa também:
 » permitir maior clareza na formulação do problema de pesquisa;
 » facilitar a formulação de hipóteses ou de suposições;
 » sinalizar para o método mais adequado à solução do problema;
 » identificar qual o procedimento mais adequado para a pesquisa de campo;
 » referência para interpretação de dados que foram coletados e tratados.
Sugestões para o Levantamento de Literatura:
a. Determine com antecedência que bibliotecas, agências governamentais ou particulares, 
instituições, indivíduos ou acervos deverão ser procurados. 
Selecione os locais de coletas: esteja preparado para copiar os documentos, seja por 
meio de reproduções, fotografias ou outro meio qualquer. 
b. Faça o registro de documentos.
c. Separe os documentos recolhidos de acordo com os critérios de sua pesquisa.
d. Organize a revisão de literatura, pois esta difere de uma coletânea de resumos ou de 
uma “colcha de retalhos” de citações.
38
CAPÍTULO 3 • PrOJETO
Problema 
O problema é a mola propulsora de qualquer trabalho. Depois de definido o tema, levanta-se a 
principal questão a ser respondida por meio de hipótese, que será confirmada ou negada pelo 
trabalho. 
Sendo assim, a formulação mais frequente de um problema ocorre, de maneira geral, em forma de 
uma questão ou interrogação, ou seja, o problema, geralmente, é feito sob a forma de pergunta(s). 
Aconselha-se a não fazer muitas perguntas, para não incorrer no erro de não serem apresentadas 
as devidas respostas. Sem problema não há trabalho.
Problema é uma interrogação que o pesquisador faz à realidade.
Exemplo:
Tema: Cultura Organizacional
Problema: Qual a influência das relações de poder no desenvolvimento organizacional da 
Empresa “X”? 
Sendo assim, pode-se definir “Problema” como questão não resolvida e objeto de discussão.
Hipótese
Tal como o problema, a formulação de hipóteses prioriza a clareza e a distinção da pesquisa. 
As hipóteses são possíveis respostas ao problema da pesquisa e orientam a busca de outras 
informações. A hipótese pode, também, ser entendida como possível solução para o problema.
O trabalho pode confirmar ou refutar a(s) hipótese(s) levantada(s).
Saiba mais
Hipótese é sinônimo de suposição. Nesse sentido, hipótese é uma afirmação categórica (uma suposição) que tenta responder 
ao problema levantado no tema escolhido para pesquisa. O trabalho de pesquisa, então, irá confirmar ou negar a hipótese 
(ou suposição) levantada. 
É preciso não confundir hipótese com pressuposto, com evidência prévia. Hipótese é o que se pretende demonstrar e não 
o que já se tem demonstrado evidente, desde o ponto de partida. [...] nesses casos não há mais nada a demonstrar, e não se 
chegará a nenhuma conquista e o conhecimento não avança. (SEVERINO, 2000, p. 161)
Em uma pesquisa exploratória, alguns autores utilizam a “questões norteadoras” em vez de 
hipóteses.
39
PrOJETO • CAPÍTULO 3
Exemplo:
Assunto Relações humanas
Tema Cultura Organizacional
Delimitação do tema e 
título provisório
A influência das relações de poder nas organizações
Problema Qual a influência das relações de poder no desenvolvimento organizacional da Empresa “X”?
Hipótese(s)
O componente cultural “poder” influenciar de forma significativa o 
desenvolvimento de uma organização, ao passo que representa as formas 
de interações entre as pessoas, as quais respondem, quando eficazes, pela 
produtividade e, portanto, desempenho operacional. 
Justificativa: 
É um item fundamental de qualquer trabalho. Como o próprio nome indica, é nessa etapa que 
você convence o leitor (demais interessados no assunto) de que seu projeto deve ser feito. Para 
isso, é importante lembrar que o tema escolhido pelo pesquisador e a hipótese levantada devem 
ser de suma importância (científica, social, econômica, financeira).
Para tanto, ela deve abordar os seguintes elementos: 
 » a delimitação; 
 » a relevância e 
 » a viabilidade.
Delimitação: como é impossível abranger em um único trabalho todo o conhecimento de uma 
área, é estratégica a definição de recortes a fim de focalizar o tema, ou seja, selecionar uma parte 
num todo. 
Relevância: deve ser evidenciadaa contribuição do trabalho para o conhecimento e para a 
sociedade.
Viabilidade: a justificativa deve demonstrar a viabilidade financeira, material (equipamentos) 
e temporal, ou seja, o pesquisador mostra a possibilidade de o projeto ser executado com os 
recursos disponíveis.
Deve-se tomar o cuidado, na elaboração da justificativa, de não se tentar justificar a hipótese 
levantada, ou seja, tentar responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. 
Lembre-se de que a justificativa é a parte mais importante de um trabalho já que é nessa parte 
que se formularão todas as intenções do profissional, exaltando a importância do tema a ser 
estudado, ou justifica a necessidade imperiosa de se levar a efeito tal empreendimento. Estabelece 
o “porquê” da escolha do assunto e da realização do trabalho, mostrando sua relevância dentro 
do campo da ciência principalmente.
40
CAPÍTULO 3 • PrOJETO
A justificativa é o convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental e deve ser executado.
Exemplo:
Problema: Qual a influência das relações de poder no desenvolvimento organizacional da 
Empresa “X”?
Justificativa: a qualidade total representa uma nova forma de se gerenciar eficazmente uma 
organização frente ao desafio da acirrada concorrência no mercado. Os conflitos nas relações 
humanas dentro de uma organização podem ser um entrave ao alcance das metas e da qualidade 
organizacional. Detectar as barreiras que impedem a implementação de sistemas da qualidade 
representa o primeiro e mais importante passo para o sucesso do modelo. Por isso, esse estudo 
assume relevância ao fornecer os mecanismos que auxiliam nessa etapa difícil do processo e 
essencial para o seu bom desempenho.
Objetivos: 
Nessa parte, o profissional formula as suas pretensões com o trabalho. Ele define, esclarece e 
revela os focos de interesse do trabalho. A definição dos objetivos determina o que se quer atingir 
com a realização do trabalho. Objetivo é sinônimo de meta, fim. 
Os objetivos dividem-se em geral e específicos.
Objetivo Geral: relaciona-se diretamente ao problema. Ele esclarece e direciona o foco central 
do trabalho de maneira ampla, utilizando frase com verbo no infinitivo.
O verbo deve indicar os resultados pretendidos (ex.: identificar, levantar, descrever, analisar, 
avaliar, compreender, explicar...).
Objetivos Específicos: definem os diferentes pontos a serem abordados, visando confirmar 
as hipóteses e concretizar o objetivo geral. Assim como o objetivo geral, os verbos devem ser 
utilizados no infinitivo.
Os verbos devem indicar as metas/etapas que levarão à realização do objetivo geral (ex.: classificar, 
aplicar, distinguir, enumerar, exemplificar, selecionar...). 
Os objetivos devem sintetizar o que se pretende realizar com o trabalho, o “para quê”.
Exemplo:
Tema: Cultura Organizacional
Problema: Qual a influência das relações de poder no desenvolvimento organizacional da 
Empresa “X”?
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PrOJETO • CAPÍTULO 3
Objetivo Geral: Compreender o impacto do aspecto cultural “Poder”, de forma a prover uma 
metodologia gerencial que propicie, senão contribua, para o desenvolvimento organizacional. 
Objetivos Específicos:
 » Enumerar aspectos motivacionais.
 » Distinguir as diferenças conceituais de cultura organizacional.
Metodologia 
Como já foi dito, a palavra método deriva do 
grego e quer dizer “modo de proceder ao longo 
de um caminho”. Método, então, no nosso caso, 
é a ordenação de um conjunto de etapas a serem 
cumpridas na busca de uma verdade ou para se 
chegar a determinado fim (GALLIANO, 1986).
A metodologia deve indicar a amostragem 
(população a ser pesquisada), o local, os elementos 
relevantes, o planejamento do experimento, os 
materiais a serem utilizados, a análise dos dados, enfim, tudo aquilo que detalhe o caminho que 
você trilhará para concretizar o seu trabalho – O Universo e Amostra. Trata-se da definição da 
população e da amostra a ser estudada.
Saiba mais
As expressões abaixo, podem e devem ser revistas no material de ESTATÍSTICA.
População é o conjunto de elementos que possuem as características que serão objeto de estudo.
Amostra é a parte representativa da população que será estudada.
Tratamento dos dados: trata-se da descrição de como serão tratados os dados coletados, justificando por que tal tratamento 
é adequado aos propósitos do projeto. Os dados podem ser tratados das seguintes formas
Forma quantitativa: por meio de procedimentos estatísticos;
Forma qualitativa: por meio de apresentação, codificação, interpretação e análise estruturada dos dados coletados;
Ambas (quantitativa e qualitativa): por meio, por exemplo, do uso da estatística descritiva para apoiar interpretações e/ou 
conclusões firmadas a respeito da análise dos dados coletados.
A importância da utilização da ESTATÍSTICA é constatada nesse momento.
Em suma:
“Método: caminho para se chegar a um determinado fim.”
“Técnica: como percorrer o caminho indicado pelo método.”
Saiba mais
Metodologia é o conjunto de métodos e técnicas 
utilizados para a realização de uma pesquisa; é o 
estudo dos caminhos a serem seguidos dentro de 
um ramo do saber ou da ciência. Neste item, devem 
ser definidos o tipo de pesquisa, os procedimentos, 
a população e sua amostragem, os instrumentos 
de coleta de dados e a forma como os dados serão 
tabulados e analisados.
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CAPÍTULO 3 • PrOJETO
A metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida 
no método (caminho) do trabalho de pesquisa. 
É a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista), do 
tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e 
tratamento dos dados: enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa. 
Cronograma: 
Refere-se à discriminação e prazos das etapas do trabalho. No cronograma você dimensiona 
cada uma das etapas do desenvolvimento da pesquisa, no tempo disponível para sua execução. 
O cronograma é a previsão de tempo que será gasto na realização do trabalho, de acordo com as 
atividades a serem cumpridas. As atividades e os períodos serão definidos a partir das características 
de cada pesquisa e dos critérios determinados pelo autor do trabalho. 
Os períodos podem estar divididos em dias, semanas, quinzenas, meses, bimestres, trimestres... 
estes serão determinados a partir dos critérios de tempo adotados pelo pesquisador. 
Cuidado! Só estabeleça etapas que possam ser executadas no prazo disponível.
recursos: 
Serão incluídos quando o projeto exigir apresentação para a sua execução ou obtenção de 
financiamento. 
Os recursos financeiros podem estar divididos em Material Permanente, Material de Consumo 
e Pessoal, sendo que essa divisão vai ser definida a partir dos critérios de organização de cada 
um ou das exigências da instituição em que está sendo apresentado o projeto. 
Material Permanente: é aquele material que tem durabilidade prolongada. Normalmente, é 
definido como bem durável que não é consumido durante a realização da pesquisa. 
Podem ser: geladeiras, ar refrigerado, computadores, impressoras etc. 
Material de Consumo: é aquele material que não tem durabilidade prolongada. Normalmente, 
é definido como bem que é consumido durante a realização da pesquisa. 
Podem ser: papel, tinta para impressora, gasolina, material de limpeza, caneta etc. 
Pessoal: é a relação de pagamento com pessoal, incluindo despesas com impostos. 
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PrOJETO • CAPÍTULO 3
Anexos ou apêndices: 
Este item também só é incluído caso haja necessidade de juntar ao projeto algum documento 
que venha dar algum tipo de esclarecimento ao texto. A inclusão, ou não, fica a critério do autor 
da pesquisa. 
referências: 
Utilizadas para a elaboração do projeto e devem ser indicadas em ordem alfabética e de acordo 
com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
As referências dos documentos consultados para a elaboração do projeto é um item obrigatório.

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