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Universidade Estadual de Feira de Santana Antropologia do Povos Indígenas - CHF166 Docente: Patrícia Navarro Discente: Anna Flavia Menezes da Silveira Lima Resenha: “Cultura - um conceito antropológico” (LARAIA, 1988) O livro “Cultura - um conceito antropológico” do autor Roque Laraia, foi publicado, pela primeira vez, no ano de 1988 e é dividido em duas partes. Na primeira parte têm-se o conceito de cultura e também como se deu o seu desenvolvimento, enquanto que na segunda parte encontra-se a influência da cultura no comportamento social humano, influenciando na diversidade existente. O início da primeira parte é marcado pelo refutamento de duas ideias sobre o conceito de cultura: determinismos biológicos e geográficos. Essas duas ideias sustentavam e apoiavam (claramente os verbos no passado não deixam que saibamos que isso, infelizmente, ainda acontece no mundo) que as particularidades biológicas e geográficas determinavam as diferenças culturais entre os povos. Então o autor apresenta algumas situações que refutam muito bem ambos os determinismos. Argumentando, por exemplo, que em um mesmo local, com condições geográficas parecidas ou até mesmo iguais, existem povos com culturas diferentes. E, no caso do determinismo biológicos, argumenta dizendo que as diferenças existentes entre povos não tem relação com a genética. Laraia diz ainda que as diferenças culturais entre os povos se dá por causa da história cultural dos grupos, um processo que ele chama de “endoculturação”. Endoculturação, de acordo com sua definição, nada mais é que o processo responsável por diferenciar os povos, ocasionando na constituição de diferentes culturas. Após tal definição, o ator busca conceituar, historicamente, o termo “cultura”. Ele, o autor, aborda o surgimento da cultura, dizendo que possuir cultura é um processo no qual acontece o acúmulo de inúmeras experiências que são passadas de geração em geração, o tempo todo, através do sistema de comunicação existente em cada povo. Concluindo a primeira parte, Laraia traz que a cultura evolui, se aprimora, cresce, de forma gradual e ainda as considerações da cultura para alguns autores: um considera como sistema adaptativo, outro como sistema cognitivo, outro como sistema estruturalista e outro como sistema simbólico. A segunda parte do livro existe para expor como a cultura é responsável por influenciar a visão do homem sobre o mundo, trazendo o riso como um exemplo de sua abordagem. Tomando esse e outros exemplos, coloca a ideia de que existe um certo repúdio ao que é diferente, estranho. Nesse sentido, traz ao texto a ideia de etnocentrismo. O autor também coloca que cada tipo de cultura possui sua própria coerência e que, para a análise e a busca pelo entendimento da cultura alheia, existe a necessidade de distanciamento da cultura de quem está analisando e procurando entender cada aspectos minucioso da diferença. No final da segunda e última parte, Laraia mostra a cultura como algo dinâmico, capaz de mudanças, independente do ritmo ao qual os povos estão aplicando essas mudanças. Ele ainda cita dois tipos de mudança: o que parte de dentro da própria cultura e o que parte da influência e contato com outra cultura. A princípio, a leitura parece cansativa e com palavras difíceis, mas a medida que há o aprofundamento do texto, usando o que se sabe sobre o tema e debates propostos em sala de aula, a leitura fica bem mais simples e prazerosa.
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