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SISTEMAS PENITENCIÁRIOS Pena de prisão teve sua origem nos mosteiros da Idade Média, “como punição imposta aos monges ou clérigos faltosos, fazendo com que se recolhessem às suas celas para se dedicarem, em silêncio, à meditação e se arrependerem da falta cometida, reconciliando-se com Deus” a mesma ideia norteou a construção das primeiras prisões destinadas ao recolhimento de criminosos, no século XVI SISTEMAS PENITENCIÁRIOS Estabelecimentos penais precursores das modernas penitenciárias House of Correction, construída em Londres entre 1550 e 1552, servindo como modelo para várias prisões inglesas Casa de Correção de Gand, na Bélgica (1775) Hospício de San Michel, construído por ordem do Papa Clemente XI, em Roma, entre 1703 e 1704 SISTEMAS PENITENCIÁRIOS SISTEMAS PENITENCIÁRIOS Cesare Beccaria (Dos delitos e das penas) – aponta a iniquidade das penas capital, corporais, infamantes ou cruéis foi reconhecida, no final do século XVIII. O Marquês foi uma das mais importantes vozes que se levantou contra toda sorte de ignomínia e crueldade nos castigos até então institucionalizados. SISTEMAS PENITENCIÁRIOS John Howard (O estado das prisões) – apontado como responsável pelo impulso decisivo na construção de penas privativas de liberdade humanizadas. Esse autor, que chegou a ser, ele próprio, detento e, depois, tornou-se sheriff na Inglaterra, publicou, em 1777. Em sua obra relatava o estado dos estabelecimentos penais da época, em que se combatia a promiscuidade, a falta de higiene e de ordem reinantes nos presídios. SISTEMAS PENITENCIÁRIOS ● Sistema pensilvânico, da Filadélfia ou celular (1775) – Esse sistema foi adotado na prisão de Walnut Street Jail, com o objetivo de acabar com a promiscuidade que reinava no interior do estabelecimento. Se caracterizava pelo isolamento celular, em que o preso permanecia isolado numa cela, em silêncio absoluto, de modo a que pudesse refletir sobre seus atos e arrepender-se pela meditação e pela leitura de livros religiosos. Converteu-se em separate system, admitindo-se que o preso pudesse conversar não só com o capelão, mas também com funcionários da prisão e recebesse visitas. SISTEMAS PENITENCIÁRIOS Na Inglaterra, no início do século XIX, com a independência dos Estados Unidos e o processo de deportação da Austrália, houve a necessidade de enfrentar o problema do encarceramento, tendo os britânicos adotado a concepção de Jeremy Bentham, traduzida no sistema do panótico. Cuidava-se de uma penitenciária construída em raios, no qual os vigilantes permaneciam ao centro e possuíam visão de todo o conjunto arquitetônico, de modo a dominá-lo e manter a segurança. A primeira prisão a adotar o panótico foi a de Millibank (1816) SISTEMAS PENITENCIÁRIOS Jeremy Bentham (Teoria da penas legais e tratado dos sofismas políticos) - O panótico consistia num edifício circular ou polígono, “com seus quartos a roda de muitos andares, que tenha no centro um quarto para o inspetor poder ver todos os presos, ainda que eles não o vejam, e donde se possa fazer executar as suas ordens sem deixar seu posto”. SISTEMAS PENITENCIÁRIOS Jeremy Bentham (Teoria da penas legais e tratado dos sofismas políticos) - O panótico consistia num edifício circular ou polígono, “com seus quartos a roda de muitos andares, que tenha no centro um quarto para o inspetor poder ver todos os presos, ainda que eles não o vejam, e donde se possa fazer executar as suas ordens sem deixar seu posto”. SISTEMAS PENITENCIÁRIOS Sistema sistema auburniano ou silent system (1816) - adotado em Auburn (Estado de Nova York – EUA). O preso permanecia recolhido durante o período noturno em cela individual, mas, durante o dia, trabalhava em conjunto com os demais (congregate system), vedada, entretanto, a comunicação entre os presos, sob pena de inflição de castigos corporais. SISTEMAS PENITENCIÁRIOS Sistema espanhol de Montesinos (1834) - enfatizava um sentido reeducativo e ressocializador da pena. Foram suprimidos os castigos corporais e o preso que trabalhava recebia remuneração. SISTEMAS PENITENCIÁRIOS Sistema progressivo inglês - a duração da pena não era determinada tão somente pela sentença condenatória, “mas dependia do aproveitamento do preso, demonstrado no trabalho e pela boa conduta. Levava-se em conta, também, a gravidade do delito. O preso recebia marcas ou vales (daí o nome mark system) quando seu comportamento era positivo, e perdia ganhos quando se comportava de modo censurável”. Adotado em um presídio no condado de Narwich, na ilha de Norfolk, na Austrália. SISTEMAS PENITENCIÁRIOS Sistema progressivo irlandês - Irlanda, em 1857, o sistema de vales foi aperfeiçoado, caracterizado por promover, no primeiro período do encarceramento, a segregação absoluta, com progressiva emancipação, conforme o preso demonstrasse estar readaptado. Compunha-se de quatro etapas ou períodos: o penal, cumprido no interior de uma cela, o da reforma, com isolamento noturno, o intermediário, com trabalho comum, e o da liberdade provisória, tornada definitiva se houvesse a demonstração de bom comportamento SISTEMAS PENITENCIÁRIOS Brasil Constituição do Império: “As cadeias serão seguras, limpas e bem arejadas, havendo diversas casas para separação dos réus, conforme suas circunstâncias e a natureza de seus crimes” (art. 179, XXI). É bem verdade, contudo, que o dispositivo não passou, ao longo do século XIX, de simples enunciação de um sonho SISTEMAS PENITENCIÁRIOS Brasil O Código Penal de 1830 não adotara qualquer tipo de sistema penal, tendo havido esparsas tentativas, ao longo do Império, de se adotar um regime adequado. Em 1882, o regulamento da Casa de Correção acolhera o sistema auburniano. SISTEMAS PENITENCIÁRIOS Brasil Código Penal de 1890 - incorporou o sistema progressivo ou irlandês. O art. 50 previa que, depois de cumprida metade da pena (desde que superior a seis anos de prisão), se o sentenciado tivesse bom comportamento, seria transferido para a penitenciária agrícola. Se a boa conduta carcerária persistisse, poderia receber o livramento condicional (somente regulamentado em 1924) SISTEMAS PENITENCIÁRIOS Brasil Código Penal de 1940 - inspirou-se no sistema progressivo, do qual não mais perdemos a influência. O ápice da progressividade do cumprimento da pena privativa de liberdade reflete-se hoje em nosso CP e, sobretudo, na LEP. Sua ideia básica é que, com o passar do tempo, se o preso cumprir parte da pena e demonstrar-se digno de confiança, será premiado com a passagem para um sistema de cumprimento menos rigoroso, de modo a ser paulatinamente reinserido na sociedade. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17
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