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1 Pós-Graduação On-Line Tema: COISA JULGADA EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA Prof. Fernanda Drummond Parisi PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS o O termo “coisa julgada” já indica a ideia de julgamento, de decisão da lide mediante a prestação jurisdicional. Outrossim, revela status de certa imutabilidade decorrente da norma individual e concreta: a decisão. o Antes de adentrarmos ao estudo da “coisa julgada” propriamente dita, é preciso ponderar que existem diferentes formas de julgamento, conforme o estado do processo. São elas: 1. Julgamento e extinção do processo sem a resolução do mérito; 2. Julgamento e extinção do processo com a resolução do mérito; 3. Julgamento antecipado da lide; e 4. Saneamento do processo. JULGAMENTO SEM A RESOLUÇÃO DO MÉRITO o Cuida-se da extinção do processo que não reúne condições de procedibilidade, em especial as condições da ação: pedido lícito e possível, interesse de agir e legitimidade das partes. o Constatada a ausência dos pressupostos da ação ou qualquer outra nulidade insanável, cabe ao Magistrado extinguir o feito de ofício, independentemente de provocação pela outra parte. Pode acontecer, no entanto, de a nulidade não ser percebida quando recebida a inicial, mas somente após a ocorrência de alguns trâmites e atos processuais. o Comumente a extinção do processo sem julgamento de mérito, é fundamentada nos artigos 485, do CPC/15. ART. 485, do CPC/15 Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I - indeferir a petição inicial; II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; VIII - homologar a desistência da ação; IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e X - nos demais casos prescritos neste Código. CONTINUAÇÃO DO ART. 485, CPC/15 § 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. § 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. § 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. § 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. § 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. § 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu. § 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. JULGAMENTO COM A RESOLUÇÃO DO MÉRITO o Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. Conceito de coisa julgada - Helenilson Cunha Pontes: A imutabilidade da norma jurídica consubstanciada na sentença judicial refere-se à situação (fática e jurídica) diante da qual a mesma foi proferida. Se tal situação sofrer alterações, cessa a eficácia da coisa julgada. Esta é, a rigor, uma característica geral de todas as sentenças de mérito e não apenas daquelas proferidas nas chamadas relações jurídicas continuativas. AINDA, o JULGAMENTO COM MÉRITO NO CPC/15 Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida. § 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se: I - dessa resolução depender o julgamento do mérito; II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. § 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial. Art. 504. Não fazem coisa julgada: I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença. COISA JULGADA NAS RELAÇÕES CONTINUATIVAS o Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo: I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença; II - nos demais casos prescritos em lei. o Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. o Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão. o Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar- se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido. DEFINIÇÕES E EFEITOS DA COISA JULGADA o Limitações conceituais da coisa julgada: 1. Garantia processual contra a persistência dos litígios; e 2. Garantia constitucional de irretroatividade das leis. o Efeitos Fundamentais da coisa julgada: 1. Imutabilidade da decisão transitada em julgado; 2. Definitividade (função prática para garantir a estabilidade da tutela jurisdicional); e 3. Limite da identificação da causa de pedir ventilada pelas partes na medida judicial. SÚMULAS o STJ: Súmula n° 344: A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada. o STF: Sumula 239: decisão que declara indevida a cobrança do imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores. Súmula 304: decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria. Súmula vinculante nº 35: a homologação da transação pena prevista no art. 76 da lei nº 9.099/95 não faz coisa julgada material, e descumpridas as suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao MP a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. A
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