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REDAÇÃO INSTRUMENTAL Narração Os elementos constitutivos da narrativa jurídica: · O quê? (fato ou ação) · Quem? (personagens) · Como? (modo como a ação/fato é desenvolvido) · Quando? (momento em que o fato ocorreu) · Onde? ( o lugar ocorrido) · Por quê? ( o motivo do acontecimento) · Por isso (o resultado da ação) · Nem sempre todos estes elementos estão presentes na narrativa. · São elementos indispensáveis: · QUEM? e O QUÊ? · A Narração gira em torno de todos os fatos. · · Toda narrativa refaz os fatos a partir do ponto de vista do autor. Uma das características da “verdade” jurídica é construir uma narrativa dos fatos, que podem ser descritos, por exemplo, por um tipo penal –da infração penal- que nada mais é do que a descrição do crime. Para construir a verdade de que um determinado fato é crime, o caso passa por uma transformação progressiva, daquilo que no início era uma “trama de vida” para um “fato jurídico”. · O tempo e a narrativa encontram-se imbricados (entrelaçados), pois tudo aquilo que pode ser contado em forma de histórias sucede-se no tempo, permanece no próprio tempo, desenvolve-se temporalmente; e o que se desenvolve temporalmente pode ser narrado. · ..... · A narrativa jurídica tem como ponto de partida a narração dos fatos que geram a situação fática, começando sempre pela causa de pedir mais remota (origem do negócio jurídico/ relação com o Direito material) e terminando com a causa mais próxima (descumprimento da obrigação pelo réu) indicando o porquê de seu pedido. · É importante lembrar que o advogado não pode esquecer de que da narrativa lógica dos fatos que advém a conclusão, ou seja, dos fatos narrados decorre logicamente o pedido. · No corpo da narrativa jurídica, basta identificar as partes como autor e réu, não havendo, pois, necessidade de escrever os seus nomes e prenomes, pois já constam do inicio da Petição Inicial no elemento chamado Qualificação das Partes. · A narrativa jurídica deve ser clara em relação ao pedido e a causa de pedir, pois somente, assim, o réu terá condições de compreender qual é a exata pretensão do autor e exercer o contraditório. · É preciso distinguir fato de importante de fato jurídico. · FATO JURÍDICO: são os fatos fundamentais dos quais decorre o direito de que pensa ter o autor; · FATO IMPORTANTE: são os fatos secundários que compõem o fato jurídico ou que auxiliam na comprovação da sua existência, propiciando maior clareza à situação fática. · · Toda narrativa consiste em uma sequência de fatos, ações ou situações envolvendo a participação dos personagens que e desenrolam em determinado lugar e momento, durante certo tempo. · Na narrativa jurídica é de grande importância a seleção dos fatos e a ordenação do tempo, antes de eles serem narrados; lembrando-se sempre de que a narração dos fatos deve ser concisa e eficaz, seguir sempre a ordem linear (fato anterior/causa x fato posterior/consequência) ou cronológica (=calendário, relógio), deter-se apenas no essencial, em um raciocínio lógico, coeso e coerente. · A narrativa jurídica tem estrutura que oscila entre a narração e a descrição. Apresenta fatos em sequência e decorrentes de uma relação de causa consequência, isto é, um fato causa uma consequência que dá origem a outro fato, e assim por diante. Isso significa dizer que entre uma ação e outra, entre um fato e outro, há um lapso temporal, e é a indicação de transcurso do tempo a tarefa principal do autor da narrativa, depois de selecionar os fatos narrados. Estágios Progressivos do Enredo: · Exposição · Complicação · Clímax · Desfecho Modos de narrar o Texto Jurídico · Sempre que o narrador apresenta a fala integral das partes, sem qualquer interferência, diz-se que ocorreu o uso do discurso direto. · O discurso direto se caracteriza-se pela presença de verbos dicendi, aqueles que servem para introduzir a fala da outra pessoa (dizer, afirmar, responder, declara, definir), de verbos da área semântica de perguntar (indagar, adquirir, questionar, interrogar) e de verbos sentiendi, os que expressam estado de espírito, reação psicológica da pessoa que fala, emoções (gemer, suspirar, lamentar(-se), queixar-se, explodir). Estes verbos podem vir implícitos ou explícitos. · Discurso indireto resulta em uma produção híbrida das palavras do sujeito que cita com as palavras do sujeito citado. · O discurso indireto caracteriza-se, geralmente, pela presença de verbos dicendi e sentiendi, pela conjunção integrante que ou se e pela alteração de tempos verbais, advérbios e pronomes. · Passagem do Discurso Direto para Discurso Indireto · DISCURSO DIRETO DISCURSO INDIRETO · 1ª pessoa 3ª pessoa · eu, me, mim, comigo ele (s), ela (s), se, si, consigo, o (s), a (s), lhe (s) · nós, nos, conosco eles, elas, os, as, lhes · meu, meus, minha, minhas, nosso, seu, seus, sua, suas, dele (a) (s) · nossos, nossa, nossas · · · Função dos Tempos Verbais: Narrativa Jurídica · No pretérito, “a concomitância do momento do acontecimento em relação · a um momento de referência pretérito pode exprimir-se tanto pelo pretérito · perfeito quanto pelo pretérito imperfeito” (FIORIN, 2010, p.155) e a diferença · entre eles está no fato de que cada um tem um aspecto. Enquanto o perfeito · marca algo limitado, acabado, dinâmico e pontual, o imperfeito marca algo · não limitado, inacabado, estático e durativo. E o pretérito mais-que-perfeito · assinala uma relação de anterioridade entre o momento do acontecimento e · o momento de referência pretérita com um aspecto sempre perfectivo.
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