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REVISÃO AV1 REDAÇÃO INSTRUMENTAL GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS - Narrativos: contar, dizer os fatos, os acontecimentos. ● Características: verbo de ação no pretérito, orações adverbiais temporais, causais, advérbios locativos. ● Exemplos: romance, conto, relato pessoal, notícia-crime, boletim de ocorrência, etc. - Descritivos: construir conhecimento classificatório sobre um indivíduo, um objeto. ● Características: verbo de estado: ser, estar, parecer; adjetivos e locuções adjetivas. ● Exemplos: anúncios, classificados, laudo técnico. Sequências descritivas são muito comuns em todos os gêneros narrativos. - Expositivo/dissertativo-expositivo: expor informações, conceituar. Explicar sobre determinado assunto. ● Características: linguagem clara e impessoal; verbos no presente do indicativo; terceira pessoa. ● Exemplos: seminário, reportagem, verbete de enciclopédia. - Dissertativo-argumentativo: convencer, persuadir por meio de argumentos lógicos e coerentes. ● Características: verbos no presente do indicativo; tese e argumentos. ● Exemplos: debate, editorial, dissertação de mestrado, artigo de divulgação científica. - Injuntivo: dizer a ação requerida, levar o outro a agir. ● Características: verbos no imperativo, infinitivo. ● Exemplos: manual de instrução, lei, decreto, intimação. ELEMENTOS CONSTRUTIVOS DA NARRATIVA O Autor celebrou contrato de locação com o réu, em 29 de setembro de 2014, por prazo indeterminado, do imóvel localizado na Rua Francisco Rocha, nº 49, em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, pagando aluguel de R$2000,00 (dois mil reais) com vencimento todo dia 20 de cada mês. O Réu deixou de pagar os aluguéis dos meses de abril, maio e junho de 2015, perfazendo o total de R$ 6.000,00 (seis mil reais), conforme demonstrativo em anexo. Nos parágrafos apresentados, podem ser destacados os seguintes elementos da narrativa: O quê? Contrato de locação. Quem? Partes processuais: Autor e Réu. Como? Modo como os fatos aconteceram: narrativa propriamente dita. Onde? Angra dos Reis (Rio de Janeiro). Quando? 29 de setembro de 2014. Por quê? Inadimplência do Réu. TIPOS DE NARRATIVA JURÍDICA Narrativa simples dos fatos: É uma narrativa sem compromisso de representar as partes. Deve apresentar todo e qualquer fato importante para a compreensão da lide, de forma IMPARCIAL. As narrativas simples, em que predomina a imparcialidade marcada pela exposição das duas versões, a do Autor e a do Réu, recebem o nome de RELATÓRIO. AUSÊNCIA DE POSICIONAMENTO, NÃO HÁ MODALIZAÇÃO. Ex.: Parecer, acórdão, sentença… A narrativa jurídica simples narra e descreve os fatos, as circunstâncias em que eles ocorreram, acompanhados das provas colhidas (polifonia), de maneira objetiva, com imparcialidade, em ordem cronológica ou linear. Deve apresentar as seguintes características: verbos no passado, terceira pessoa do singular, imparcialidade, cronologia dos fatos, polifonia em paráfrase (discurso indireto) e os elementos da narrativa que lhes são próprios: Quem?, O quê?, Onde?, Quando?, Como? Por quê?. Narrativa valorada dos fatos: É uma narrativa marcada pelo compromisso de expor os fatos de acordo com a versão da parte que representa em juízo. Por essa razão, recorre a MODALIZADORES. As narrativas valoradas receberão, dependendo da peça, nomenclaturas distintas, como na petição inicial em que a narração é conhecida por “DOS FATOS”. PRESENÇA DE MODALIZADORES E POSICIONAMENTO. Ex.: Petição inicial, contestação, apelação… Parcialidade Seleção dos fatos relevantes. Identificação dos elementos estruturais da narrativa forense: O Quê? Quem? Onde? Quando? Como? Por quê? Organização cronológica dos fatos. Verbos no pretérito. Foco narrativo em 3ª pessoa. Emprego da norma culta. Uso de modalizadores. Uso do discurso direto e indireto. Orações principais modalizadoras: é certo que..., é bom que..., é lamentável que..., é possível que..., é evidente que..., é provável que… SEQUÊNCIA LÓGICA E CRONOLÓGICA 1. Inicie a narrativa jurídica sempre pelo autor da Petição Inicial. Não há necessidade de qualificá- lo, pois as descrições do autor já foram feitas anteriormente, em outro momento (Qualificação das Partes). 2. Não faça uma narrativa jurídica confusa, ora usando o nome civil das partes, ora usando as nomenclaturas autor e réu. Esse procedimento afeta a clareza textual. 3. Na narrativa jurídica, a repetição da nomenclatura autor e réu faz-se necessária à clareza do texto. 4. Se usar Autor com a primeira letra maiúscula ou todo ele em caixa alta, ou até negritado, adotar o mesmo critério para a parte contrária. 5. No primeiro parágrafo, aponte os seguintes elementos: o quê, quem, onde e quando. A partir do segundo, o como. Procure narrar a cada parágrafo apenas um (1) fato, sempre que possível acompanhado de uma prova ou de um indício, e as circunstâncias em que o fato ocorreu. POLIFONIA E INTERTEXTUALIDADE Sempre que o narrador apresenta a fala integral das partes, sem qualquer interferência, diz-se que ocorreu o uso do discurso direto. As narrativas costumam marcar o discurso direto com o uso de travessões ou aspas para identificar a fala da personagem. Ex.: 1) O Réu declarou: “Eu sou inocente”. 2)“Eu sou inocente” – declarou o Réu. Deve-se evitar o uso do discurso direto na narrativa jurídica porque o advogado deve mostrar, em seu texto, a sua competência linguística por meio de uma linguagem própria, autônoma, narrando e descrevendo com sua própria linguagem o que a parte lhe relatou sobre o caso concreto, buscando maior veracidade para os fatos narrados. Quando o advogado, em lugar de apresentar a fala da (s) parte (s) em seu texto, as reconstrói por meio da sua linguagem, tem-se a ocorrência do discurso indireto. Ex.:1) O Réu declarou que era inocente. 2) Na audiência de instrução e julgamento, realizada em 29/08/2013 (quinta-feira), foram ouvidas duas testemunhas de acusação que, cada uma a seu turno, disseram ter visto Diogo pular o muro da residência da vítima e de lá sair, cerca de vinte minutos após, levando uma mochila cheia. O discurso indireto caracteriza-se, geralmente, pela presença de verbos dicendi e sentiendi, pela conjunção integrante que ou se e pela alteração, de tempos verbais, advérbios e pronomes. A narrativa jurídica é profundamente influenciada pelo texto do outro; não é um texto puro, mas sim um intertexto. Intertextualidade a relação de um texto com outros textos previamente existentes, isto é, efetivamente produzidos. Ex.: Música Monte Castelo (Legião Urbana) cita a Bíblia e Camões. Emprega-se o termo polifonia para caracterizar um certo tipo de texto, em que se deixam entrever muitas vozes. Toda intertextualidade é um exemplo de polifonia. Entretanto, nem toda voz em um texto é considerada uma intertextualidade. As vozes de testemunhas em uma narrativa jurídica é uma polifonia (vozes), mas não é uma intertextualidade. Para ser intertextualidade precisa ser um texto (uma voz) previamente conhecido dentro de outro. Elementos linguísticos que têm o papel de marcar a polifonia Conjunções conformativas: segundo, conforme, como etc. Verbos introdutores de vozes (dicendi): dizer, falar, (verbos mais neutros); enfatizar, afirmar, advertir, ponderar, confidenciar, alegar. Discurso jurídico: descritivo, valorativo, normativo DESCRITIVO (FATO): O cliente de um determinado hotel fica ferido porque, enquanto ele dormia, soltou-se do teto um pedaço de gesso. VALORATIVO (INTERPRETAÇÃO/ QUALIFICAÇÃO DO FATO/ FONTES DO DIREITO): A queda do gesso foi causada por negligência do hotel. NORMATIVO (ENQUADRAMENTO LEGAL/JUSTIFICATIVA/ESTRUTURA DO ARGUMENTO SEM DESENVOLVIMENTO): A administração do hotel se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar o cliente.
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