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Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música

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TECNOLOGIAS
APLICADAS
AO ENSINO
DA MÚSICA
DANIEL LEMOS CERQUEIRA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA
NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO - UEMAnet
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - UAB
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA
TECNOLOGIAS APLICADAS AO 
ENSINO DA MÚSICA
Daniel Lemos Cerqueira
Cerqueira, Daniel Lemos
Tecnologias aplicadas ao ensino da música [e-Book]. 
Daniel Lemos Cerqueira. – São Luís: UEMA; UEMAnet, 
2019.
59 p.
ISBN:
1. Tecnologias. 2. Manipulação sonora. 3. Sons. 4. 
Música no computador. 5. Partituras. I. Título.
CDU: 78:004 
Os materiais produzidos para os cursos ofertados pelo UEMAnet/UEMA para o Sistema Universidade Aberta do Brasil - 
UAB são licenciados nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhada, podendo 
a obra ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins não comerciais, que seja 
atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença.
Reitor 
Gustavo Pereira da Costa
Vice-Reitor
Walter Canales Sant´ana
Pró-Reitora de Graduação
Zafira da Silva de Almeida
Núcleo de Tecnologias para Educação
Ilka Márcia Ribeiro S. Serra - Coordenadora Geral
Sistema Universidade Aberta do Brasil
Ilka Márcia R. S. Serra - Coord. Geral
Lourdes Maria P. Mota - Coord. Adjunta | Coord. de Curso
Coordenação do Setor Design Educacional
Cristiane Peixoto - Coord. Administrativa
Maria das Graças Neri Ferreira - Coord. Pedagógica
Professor Conteudista
Daniel Lemos Cerqueira
Revisão de Linguagem
Jonas Magno Lopes Amorim
Designer de Linguagem
Clécia Assunção Silva
Designer Pedagógico
Paulo Henrique Oliveira Cunha
Projeto Gráfico e Diagramação
Tonho Lemos Martins
Capa
Rômulo Coêlho
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
4Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Quando o assunto é tecnologia, os escritos sobre o tema ficam rapidamente desatualizados frente à rapidez com que novas ferramentas estão sendo desenvolvidas na atualidade. Tal 
fato levou à elaboração deste e-Book, pois nosso livro de 2013 já 
estava ultrapassado – principalmente por não abordar aplicativos para 
smartphones, cujo usufruto pela população superou o de computadores 
pessoais no Brasil, com base em pesquisa do DataFolha de 2018. Assim 
como antes, privilegiamos os programas livres por acreditarmos em seu 
potencial de desenvolvimento e acesso irrestrito ao conhecimento.
Entretanto, temos de ficar atentos para que as “maravilhas” da tecnologia 
não nos ofusquem, levando-nos a viver somente no futuro. Precisamos 
sempre olhar para o passado e compreender a tecnologia como um 
meio, e não como um fim. Todas as novas ferramentas provêm de 
conhecimentos consolidados há tempos, e de maneira geral, as inovações 
tecnológicas apenas facilitam nossas tarefas diárias, trazendo conforto 
– e com ele, a perigosa conformidade. Se hoje podemos ouvir música a 
todo instante, bastando ter apenas um fone de ouvido e uma playlist, é 
porque houve um extenso processo que envolveu computação, registro 
dos sons, composição musical, processo de captação e edição com 
ensaios exaustivos dos músicos, a indústria da música, o direito autoral 
e o embate entre produção artística e mercado. 
O fato de um teclado eletrônico fazer a transposição automática da 
tonalidade não exime o tecladista de saber transpor na prática. Aqui 
temos uma clara situação do perigo que envolve a tecnologia: ela não 
pode nos tornar menos humanos. Pense nisso!
Daniel Lemos
Pianista
APRESENTAÇÃO
5Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
SUMÁRIO
UNIDADE 1 – Tecnologias de manipulação sonora............... 6
1.1 Introdução........................................................................... 6 
1.2 Documentação e registro de ondas sonoras....................... 7
1.3 Síntese de sons................................................................... 15
 Referências......................................................................... 19
UNIDADE 2 – Sons e música no computador........................ 20 
2.1 Conceitos elementares........................................................ 20
2.2 O registro sonoro no computador........................................ 23
2.3 Programas para manipulação sonora................................. 27
2.4 Outros programas de áudio................................................. 35
 Referências.......................................................................... 44
UNIDADE 3 – Edição e manipulação de ondas sonoras....... 45 
 
3.1 Preparação.......................................................................... 45
3.2 Obtendo o áudio.................................................................. 46
3.3 Operações básicas.............................................................. 48
 Referências......................................................................... 52
UNIDADE 4 – Editoração de partituras................................... 53
4.1 Apresentação...................................................................... 53
4.2 Iniciando a editoração musical............................................ 54
4.3 Digitalização de melodias.................................................... 54
 Referências......................................................................... 59
SUMÁRIO
6Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
U
N
ID
A
D
E
TECNOLOGIAS DE 
MANIPULAÇÃO SONORA
1
OBJETIVOS
•	 Estudar os meios de registro e manipulação dos sons;
•	 Revelar os equipamentos eletroacústicos desenvolvidos desde o século XIX.
1.1 Introdução
Quando tratamos da palavra “tecnologia”, sempre nos vem à mente os produtos mais recentes que interferem em nosso dia a dia, como a televisão, internet, celulares com recursos cada vez mais sofisticados, 
drones, impressoras 3D e, inclusive, a possibilidade de fazer um curso superior 
de música a distância – algo impensável décadas atrás.
No entanto, precisamos recorrer à historicidade para compreender mais 
profundamente o sentido da tecnologia – termo derivado do grego techné, 
que se refere aos conhecimentos e habilidades do ser humano para realizar 
determinadas tarefas cotidianas. Nesse sentido, a tecnologia é um meio para 
a realização de uma atividade. Esse entendimento se relaciona ao conceito de 
“técnica” proposto por Oliveira:
A técnica é tão antiga quanto o homem, da 
mesma forma que a ‘sabedoria’. Ela aparece 
com a fabricação de instrumentos, o que nos faz 
concluir que surge com o aparecimento do homem 
na face da Terra. A fabricação da pedra lascada 
corresponderia a um saber fazer, a uma técnica. 
Esta fabricação e o aparecimento do homem são 
considerados fatos simultâneos. Seguindo esse 
raciocínio, a técnica é originalmente um saber 
fazer que caracteriza a presença de uma cultura 
humana (OLIVEIRA, 2008, p. 3).
Aqui, podemos estabelecer uma relação com os instrumentos musicais, que são 
os meios mais antigos de tecnologia voltada ao fazer musical. A voz e o corpo 
são os elementos básicos que o ser humano dispõe para a produção sonora, 
dos quais provêm os instrumentos musicais: sopros, cordas, teclas, percussão 
7Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
e, mais recentemente, os eletroacústicos. A priori, todos eles têm em comum a 
relação com o corpo humano – dando origem à técnica instrumental, que trata 
dos saberes e habilidades necessários para o fazer musical por meio de um 
determinado instrumento. Mais uma vez, entendemos a técnica como um meio, e 
não como um fim – essa última concepção serviu de alicerce para boa parte dos 
referenciais didáticos de Música durante o século XIX, nos quais se considerava 
o domínio técnico do instrumento como o objetivo final do aprendizado, em 
vez do fazer musical em si. Felizmente, essa problemática já foi superada nas 
escolas de música e conservatórios de hoje.
1.2 Documentação e registro de ondas sonoras
Retomando a discussão sobre tecnologia,temos como característica recorrente 
as mudanças cada vez maiores que elas proporcionam em nosso dia a dia. Em 
especial, uma delas modificou em definitivo a relação do ser humano com o fazer 
musical: a possibilidade de registrar e reproduzir ondas sonoras. Até então, a 
única maneira de ter contato com a produção musical era indo a eventos com 
música ao vivo ou aprendendo a cantar ou tocar um instrumento – evidenciando, 
assim, a música como um tipo de prática cultural.
Segundo Holmes (2008, p. 6), as primeiras tentativas de desenvolver o registro 
sonoro datam do século XIX, paralelamente à invenção do telégrafo e do telefone. 
O autor oferece destaque às experiências com instrumentos eletroacústicos, 
capazes de gerar sons artificiais a partir de ondas sonoras simples – os primeiros 
sintetizadores. Sobre a possibilidade de gravar sons, os meios de registro que 
obtiveram sucesso de repercussão na época foram, segundo Sá:
O primeiro deles é o fonógrafo de Thomas 
Edison, desenvolvido em 1877, que se utilizava 
de cilindros para gravação elétrica e reprodução 
sonora (ainda que não fizesse cópias). E 
o segundo é o gramofone (Figura 2) que, 
desenvolvido por Berliner em 1888, avançou em 
relação ao seu contemporâneo ao possibilitar a 
reprodução e a cópia através de discos feitos de 
goma-laca (shellac) reproduzidos numa matriz 
de cobre, permitindo a gravação de um só lado 
(SÁ, 2009, p. 57).
8Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Conforme podemos observar na Figura 1, o fonógrafo é composto por uma 
alavanca que gira um cilindro no qual estão registradas as ondas sonoras 
na forma de sulcos. Estes últimos servem de caminho para uma agulha que, 
no giro do cilindro, também vibra, estando ligada a um amplificador acústico 
natural – semelhante a um cano – que aumenta a intensidade das ondas, 
reproduzindo-as.
Figura 1 - Primeiro fonógrafo, construído em 1877 por Thomas Edison
Fonte: Museu de Inovação e Ciência de Schenectady, Nova York (KELLNER, 2018)
9Tecnologia Aplicada ao Ensino da Música
O gramofone, assim como os modernos toca-discos de goma-laca (78 rotações 
por minuto), vinil (45 rpm) e long-play (LP, de 33,3 rpm), baseia-se no mesmo 
mecanismo do fonógrafo, no qual a agulha acompanha o desenho das ondas 
sonoras registradas em um disco. Em ambos, é preciso haver um amplificador 
acústico, sendo nesse caso uma espécie de campana, semelhante a um 
instrumento do naipe de metais (Figura 2):
Figura 2 - Primeiro gramofone, exibido em 1888 por Emil Berliner
Fonte: (SARNOFF, 2019)
10Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Devido à possibilidade de gravar e não apenas reproduzir o som, o gramofone 
obteve ampla difusão comercial, favorecendo o estabelecimento de uma 
indústria ligada ao registro e comercialização de fonogramas – termo referente 
a qualquer tipo de suporte voltado ao armazenamento de sons. Segundo nos 
dizem Carvalho e Rios (2009, p. 75), a próxima inovação no suporte sonoro 
ocorreu somente na década de 1970 com as fitas cassete (K7), cujo registro 
das ondas ocorre por meio de magnetismo – um cabeçote induzido por corrente 
elétrica grava ou reproduz as informações em uma fita magnética ligada a dois 
rolos (Figura 3).
Figura 3 - Exemplo de fita cassete
Fonte: Acervo do Autor, em 2019
11Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Na década de 1980, surgiu outro tipo de suporte fonográfico: o compact disc 
(CD), também conhecido como disco a laser (Figura 4). Sua diferença em 
relação aos fonogramas mais comercializados de até então é a natureza digital 
do armazenamento de dados – em oposição ao registro analógico. No CD, as 
informações são registradas na superfície do disco através de furos que podem 
ser brilhantes (refletem a luz) ou escuros, sendo a leitura feita através de um feixe 
de laser. Trata-se de um sistema digital binário que, a grosso modo, armazena 
dois tipos de informação: zero (sem reflexão do feixe de laser) ou um (com o 
feixe refletido). Em Ciências da Computação, esse valor binário é denominado 
bit – abreviatura de Binary Digit (dígito binário).
Figura 4 - Exemplo de discos a laser (CD e mini CD)
 
Fonte: Acervo do Autor, em 2019
12Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
O destaque do CD, e demais sistemas digitais de armazenamento, é a qualidade 
da reprodução, que não possui perdas de dados. No entanto, o registro consiste 
em uma aproximação do formato natural da onda sonora – em oposição 
aos sistemas analógicos, que armazenam sua forma original. A seguir uma 
aproximação de uma onda analógica ao ser convertida em sua equivalente 
digital (Figura 5):
Figura 5 - Ilustração de uma onda analógica convertida em sinal digital
 
Fonte: Elaborada pelo Autor (2019)
Assista ao vídeo Qual a diferença entre sinal analógico e 
digital?, do canal Nerdologia. Disponível em: <https://youtu.
be/p3IQU-PmJGU>.
13Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Elencamos os principais desdobramentos histórico-culturais do período de 
criação do suporte físico de registro sonoro até o final da década de 1980:
a) Registro da produção sonora e/ou musical de culturas diversas do mundo 
para fins de pesquisa, especialmente na atual subárea de Etnomusicologia;
b) Documentação de diferentes apresentações públicas (performances) e 
tomadas de decisões interpretativas de músicos no repertório ao longo do 
tempo;
c) Criação musical (Composição) a partir de sonoridades – objetos sonoros – e 
não mais restrita aos elementos da música tradicional (melodia, harmonia, 
orquestração, uso de instrumentos musicais e/ou sons naturais, entre outros);
d) Difusão da música acusmática – composta exclusivamente para audição 
através de mecanismos de reprodução sonora (alto-falantes, amplificadores, 
etc.), envolvendo a espacialização do som – percepção de distância, 
movimento e efeito surround, entre outros.
e) Acesso da população à produção musical por intermédio de equipamentos e 
não mais por músicos ou coletivos musicais;
f) Estabelecimento de uma “indústria da música”1 através da difusão de 
gravações nos meios de comunicação em massa;
g) Embate entre os responsáveis pelo processo criativo (músicos) e os detentores 
dos meios de divulgação e circulação da produção musical (gravadoras, 
emissoras, etc.), principalmente na questão de direito autoral.
Assista Curara II de Rodolfo Caesar, professor da Universidade Federal 
do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos principais compositores 
brasileiros da música acusmática. Disponível em: <https://
youtu.be/PumhWKNfjos>. Ouça com os fones de ouvido para perceber 
a espacialização do som!
_________________
1 Termo utilizado em estudos sobre música pertencentes à área de Comunicação Social.
14Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Há uma vasta literatura sobre a produção musical e o mercado durante o século XX, 
com discussões acerca da interferência estética das convenções mercadológicas 
no processo criativo2, a adaptação de repertório e da interpretação à duração dos 
programas de rádio e à capacidade dos tipos de suporte (os discos de goma-laca 
registram entre 2 e 3 minutos cada lado, discos a laser gravam até 70 minutos e 
fitas cassete têm versões para 30, 60 e 90 minutos, por exemplo), a relevância 
do álbum musical na indústria fonográfica da época, e questões do direito 
autoral e de royalties artísticos – dividendos de comercialização e circulação das 
gravações. Aqui, a tecnologia está diretamente inserida, especialmente nos tipos 
produção musical ligados ao mercado fonográfico – como, por exemplo, a música 
de concerto e a música popular urbana massiva. Para quem deseja se aprofundar 
no tema, recomendamos os livros de Perpétuo e Silveira (2009) e Bennett (2010).
Na década de 1990, dois fatores levaram a outra mudança sensível nas relações 
da sociedade com a produção musical:
a) O custo cada vez mais barato dos recursos tecnológicos voltados à produção 
musical, permitindo o estabelecimento de estúdios independentes – home studios; 
b) O sensível aumento da difusão e circulaçãoda música, inicialmente com 
a gravação de discos a laser e, depois, a partir do intercâmbio de arquivos 
digitais pela internet – principalmente no formato MP3.
Naturalmente, as corporações estabelecidas na indústria da música, que até então 
controlavam a difusão e comercialização do repertório, foram abaladas por esse novo 
cenário, passando por uma necessária reconfiguração. Plataformas de streaming 
de áudio – método que consiste na reprodução de arquivos sonoros através da 
internet3 – como Deezer e Spotify, entre outras, assumiram o papel de intermediar a 
produção musical e o público. Nesse contexto, o ouvinte4 pode escolher apenas as 
faixas que deseja ouvir – motivo que levou à abolição do álbum musical. Há, ainda, a 
volta do investimento em apresentações públicas ao vivo – retomando um contexto 
semelhante ao que vigorou até o século XIX. Destacamos o cenário favorável à 
produção musical independente, que pode promover a criação e a difusão sem 
ficar à mercê dos interesses comerciais corporativistas. Entretanto, esses últimos 
continuam dominando uma parcela significativa da indústria da música.
_________________
2 Um conhecido estudioso do tema é o filósofo alemão Theodor Adorno. Indicamos o livro “Indústria Cultural e 
Sociedade” para aprofundamento (ADORNO, 2009).
3 Essa técnica de difusão é semelhante ao broadcasting das emissoras de rádio durante a primeira metade do século 
XX, que contratavam músicos para as transmissões ao vivo. Depois que as rádios começaram a ter bibliotecas de 
gravações, não houve mais contratações.
4 Nas pesquisas de Comunicação Social sobre música, é corrente o uso do termo “consumidor” – palavra que ainda 
nos gera muito incômodo, pois ignora o lado simbólico da apreciação musical.
15Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
1.3 Síntese de sons
Em paralelo ao desenvolvimento dos mecanismos de registro e reprodução 
sonora, havia o desejo de tornar possível a criação de sons não existentes na 
natureza. E para esse fim, foram desenvolvidos os sintetizadores, equipamentos 
capazes de criar – sintetizar – ondas sonoras.
Segundo Holmes (2008, p. 6-8), o físico alemão Hermann von Helmholtz (1821-
1894) elaborou os primeiros estudos relevantes sobre ondas magnéticas, 
acústica e seus efeitos na percepção auditiva. Na década de 1890, o então 
estudante de música Thaddeus Cahill (1867-1934) se interessou pelo tema, 
e com base nos princípios para 
geração de ondas sonoras por 
meios elétricos, construiu em 
1897 o Telarmônio. Esse é um 
dos primeiros sintetizadores 
fabricados, capaz de produzir 
frequências fixas – que soam 
como notas musicais – a partir de 
um teclado sensitivo. No entanto, 
devido às limitações tecnológicas 
da época, o sistema de circuitos do 
Telarmônio era enorme e pesava 
cerca de 180 toneladas, fazendo 
com que ocupasse um quarteirão 
inteiro. A primeira imagem adiante 
mostra a localização do teclado 
(Figura 6), enquanto a seguinte 
apresenta parte do seu sistema de 
circuitos (Figura 7):
Assista Como funciona o mercado da música?, do canal Starge Music. 
Disponível em: <https://youtu.be/4ed3DGWw5V0>.
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9)
16Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Figura 7 - Parte do sistema de circuitos do Telarmônio
 Fonte: (CRAB, 2019)
Os primeiros sintetizadores se baseiam na síntese de ondas sonoras simples, 
a exemplo da senóide. Exemplos dessa última são as frequências geradas 
pelo telefone. Apresentamos os quatro tipos elementares de ondas sintetizadas 
(Figura 8):
Figura 8 - Os quatro tipos elementares de ondas sintetizadas
 
Fonte: (WIKIPEDIA COMMONS, 2019), com alterações do Autor
17Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
O equipamento que gera tais tipos de onda sonora se chama oscilador, sendo 
um componente básico dos sintetizadores. Esses últimos, por sua vez, podem 
gerar tipos variados de ondas através da combinação de osciladores, sendo um 
método de síntese sonora. Alguns deles são:
a) Síntese aditiva: quando osciladores com frequências, intensidades e formas 
de onda distintas são combinados para formar uma onda sonora mais 
complexa;
b) Síntese subtrativa: possui como fonte sonora ondas complexas, aplicando 
filtros – componentes que alteram altura, duração, intensidade e forma 
de onda (os elementos sonoros) – para remover ou silenciar determinados 
aspectos do som;
c) Modulação de frequência (Frequency Modulation – FM): parte de uma onda 
como base para modificar a frequência de outra onda, gerando um som com 
múltiplas frequências. É um método recorrentemente utilizado em ondas de 
rádio;
d) Tabela de ondas (Wavetable): utiliza como fonte sonora uma lista com várias 
formas de onda pré-definidas em que há apenas o registro de seu primeiro 
período, sendo a manipulação sonora feita através de filtros.
Somente no final da década de 1960 a tecnologia foi desenvolvida a ponto de 
tornar possível a fabricação de sintetizadores – que eram analógicos – em larga 
escala para fins comerciais. A partir da década seguinte, novos métodos de 
síntese foram sendo desenvolvidos, a exemplo da tabela de ondas (Wavetable). 
Com o aumento da memória dos sintetizadores, tornou-se possível gravar ondas 
sonoras completas através de um mecanismo semelhante ao Wavetable, dando 
origem ao sampler5 – equipamento que combina o registro de ondas sonoras 
naturais com a manipulação de elementos do som. A seguir, um modelo genérico 
desses equipamentos – sintetizadores e samplers (Figura 9):
Assista Tipos de onda e osciladores, do projeto 4i20. Disponível em: 
<https://youtu.be/pCn3MPugny8>.
_________________
5 Termo proveniente do anglicanismo sample, melhor traduzido como “amostra sonora” ou simplesmente “som”.
18Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Figura 9 - Modelo genérico para instrumentos musicais eletroacústicos
Fonte: Elaborada pelo Autor
 ATIVIDADE 1
Você conhece músicas que fazem uso apenas de instrumentos eletroacústicos? 
E de instrumentos acústicos? Procure na internet duas gravações de músicas 
que fazem uso somente de meios eletroacústicos, e duas que contemplam 
formações instrumentais acústicas.
Resumo
Esta Unidade abordou uma breve discussão sobre as relações da tecnologia com 
as práticas musicais, direcionando o tema para os processos de registro sonoro 
e síntese artificial do som. Posteriormente, foram apresentados os elementos 
básicos dos instrumentos musicais eletroacústicos voltados à manipulação 
sonora.
19Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
 
 Referências
ADORNO, T. Indústria Cultural e Sociedade. 5. ed. São Paulo: Paz e Terra, 
2009.
BENNETT, D. E. La Música Clásica como Profesión: Pasado, presente y 
estrategias para el futuro. Barcelona: Editorial Graó, 2010.
CARVALHO, A. T.; RIOS, R. O MP3 e o fim da ditadura do álbum comercial. In: 
PERPETUO, S. A. S.; MARINHO, I. F. O futuro da música depois da morte do 
CD. São Paulo: Momento Editorial, 2009. p. 75-90.
CRAB, S. 120 Years of Electroacoustic Music: The ‘Telharmonium’ or 
‘Dynamophone’ Thaddeus Cahill, USA 1897. Disponível em: <http://120years.
net/the-telharmonium-thaddeus-cahill-usa-1897>. Acesso em: 13 set. 2019.
HOLMES, T. Electronic and Experimental Music: Technology, Music, Culture. 
3. ed. Londres: Routledge, 2008.
KELLNER, T. Before The Grammys: How Thomas Edison Invented the Music 
Industry. Disponível em: <https://www.ge.com/reports/before-the-grammys-how-
thomas-edison-started-the-music-industry>. Acesso em: 28 jan. 2018.
OLIVEIRA, E. A. A técnica, a techné e a tecnologia. Itinerarius Reflectionis, 
v. 2, n. 5, p. 1-13, jul/dez-2008.
PERPETUO, S. A. S.; MARINHO, I. F. O futuro da música depois da morte do 
CD. São Paulo: Momento Editorial, 2009.
SÁ, S. P. O CD Morreu? Viva o vinil! In: PERPETUO, S. A. S.; MARINHO, I. F. 
O futuro da música depois da morte do CD. São Paulo: Momento Editorial, 
2009. p. 49-74.
SARNOFF, D. The Victor Talking Machine Company: chapter three – EmileBerliner. Disponível em: <http://www.davidsarnoff.org/vtm-chapter3.html>. 
Acesso em: 10 set. 2019.
WIKIPEDIA COMMONS. File: Waveforms.png. Disponível em: <https://commons.
wikimedia.org/wiki/File:Waveforms.png>. Acesso em: 13 set. 2019.
20Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
U
N
ID
A
D
E
SONS E MÚSICA NO 
COMPUTADOR
2
OBJETIVOS
• Compreender os conceitos elementares do processamento de sons em 
computadores;
• Conhecer programas de computador voltados a práticas sonoras e musicais.
2.1 Conceitos elementares
Antes dos computadores pessoais, as atividades de registro, manipulação e produção de sons eram árduas, restritas a profissionais especializados em estúdios com equipamentos complexos e caros. No entanto, eles 
são responsáveis por desenvolver os conceitos básicos que utilizamos até hoje 
em softwares (programas) de áudio.
A partir da segunda metade do século XX, houve um sensível movimento na 
música eletroacústica – aquela produzida por meios elétricos e/ou eletrônicos. 
Dentre os principais nomes, temos o francês Pierre Schaeffer (1910-1995), que 
propôs o “solfejo do objeto sonoro” – uma tentativa de analisar todos os aspectos 
físico-acústicos de um som – em parceria com o filósofo e teórico Abraham 
Moles (1922-1999).
Os quatros elementos do solfejo do objeto sonoro são: a) altura; b) duração; 
c) intensidade; d) timbre (SCHAEFFER, 2007, p. 16; HOLMES, 2008, p. 45-
46). Como técnica composicional, Schaeffer propôs três planos para o processo 
criativo:
1) Plano Espectral6: desenvolvimento do timbre nas frequências percebidas 
pelo ouvido humano ao longo do tempo;
2) Plano Dinâmico: condução das intensidades dos sons em função do tempo; 
3) Plano Melódico: organização de alturas (frequências) ao longo do tempo.
_________________
6 Optamos pelo termo “espectral” por melhor representar as propriedades desse plano – ao invés de “timbrístico”, que 
seria a tradução mais adequada.
21Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Moles apresentou esses conceitos em um gráfico tridimensional (Figura 10):
Figura 10 - Visualização tridimensional de um objeto sonoro por Abraham Moles
 
Fonte: (HOLMES, 2008, p. 46), adaptada pelo Autor
Vamos agora entender essa imagem complexa. O primeiro conceito, visível no 
Plano Dinâmico (intensidade x tempo), é o envelope ADSR ou simplesmente 
envelope, que delimita os quatro momentos de intensidade para as ondas 
sonoras. Ao tocarmos a tecla de um piano, por exemplo, temos no momento 
inicial o ataque (attack), caracterizado por uma rápida ascensão da intensidade 
do som; em seguida, ocorre o decaimento (decay) da dinâmica; se mantivermos 
a tecla pressionada, haverá a sustentação (sustain) do som; por fim, à medida 
que as cordas cessam de vibrar, ocorre o repouso (release).
No Plano Melódico (altura7 x tempo), temos a sucessão de alturas/frequências 
ao longo do tempo, indicando tanto o caráter melódico (horizontal) quanto 
harmônico (vertical) da sequência de sons. Eis um exemplo de gráfico nas 
dimensões frequência x tempo (Figura 11): 
_________________
7 Na área de Física, “altura” ou “amplitude” se referem ao que na Música entendemos por “dinâmica” ou “intensidade”.
22Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Figura 11 - Notação musical tradicional como gráfico de frequência x tempo
Fonte: Elaborada pelo Autor
Já no Plano Espectral (altura x intensidade), temos a curva de audibilidade, 
indicando que alturas/frequências são captadas pelo ouvido humano. O gráfico 
a seguir ilustra com maiores detalhes esse conceito (Figura 12):
Figura 12 - Curva de audibilidade
 
Fonte: (MACHADO, 2019), adaptada pelo Autor
O ouvido humano é especializado em captar frequências na região da voz 
humana, isto é: entre 1 e 3 KHz. Sons com intensidade a partir de 120 dB, 
no geral, causam dor; se a exposição for prolongada, podem haver danos 
permanentes de audição.
23Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
O ouvido humano é especializado em captar frequências na região da voz 
humana, isto é: entre 1 e 3 KHz. Sons com intensidade a partir de 120 dB, 
no geral, causam dor; se a exposição for prolongada, podem haver danos 
permanentes de audição.
2.2 O registro sonoro no computador
Os primeiros computadores desenvolvidos no século XX eram restritos a 
empresas e laboratórios de pesquisa devido tanto a seu tamanho quanto ao 
alto custo. Foi apenas na década de 1980 que modelos voltados ao público em 
geral começaram a ser produzidos em larga escala, sob o nome de personal 
computer (PC). Como a capacidade de armazenamento e processamento era 
relativamente limitada, não havia possibilidade de registrar digitalmente as ondas 
sonoras. Logo, o primeiro formato de áudio para PC baseou-se no registro de 
informações dos quatro elementos descritos no solfejo do objeto sonoro de 
Schaeffer, sendo conhecido por Protocolo MIDI ou apenas MIDI – sigla para 
“Musical Instrumental Digital Interface”.
Resumidamente, os dados de um arquivo MIDI contêm as informações de altura 
(nota musical), duração, intensidade (volume), timbre (número do instrumento de 
0 a 127) e canal (máximo de 16 canais). Ele é, portanto, semelhante à partitura: 
baseia-se em instruções – indicações – para gerar sons. Esses últimos, por sua 
vez, precisam ser sintetizados, ou seja: um sintetizador interno do computador lê 
as informações do arquivo e as transforma em sonoridades. Os 128 instrumentos 
MIDI obedecem a uma ordem padrão estabelecida internacionalmente em 1991, 
chamada de General MIDI e presente em todos os equipamentos produzidos 
 No Maranhão, a cultura das radiolas e do som automotivo 
gera recorrentemente exposições prolongadas e danosas à 
audição, chegando a ser uma questão de saúde pública que, 
infelizmente, passa despercebida pela população. Portanto, nossos 
educadores musicais também têm a importante missão de conscientizar 
os estudantes sobre esse problema!
24Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
desde então. O quadro adiante oferece a numeração dos instrumentos disposta 
no referido padrão (Quadro 1):
Quadro 1 - Definições de instrumentação/timbres do padrão General MIDI
Numeração Instrumentação
1 a 8 Piano (de cauda, vertical, elétrico, cravo...)
9 a 16 Percussão cromática (celesta, vibrafone, marimba, dulcimer...)
17 a 24 Órgão (de tubos, acordeon, harmônica...)
25 a 32 Violão (de nylon, de aço, elétrico, distorcido, harmônicos...)
33 a 40 Contrabaixo dedilhado (acústico, elétrico, slap, sintetizado...)
41 a 48 Cordas, harpa e tímpano (violino, viola, violoncelo, naipe em tutti...)
49 a 56 Grupos de câmara (cordas, coro, voz, orquestra...)
57 a 64 Metais (trompete, trombone, tuba, trompa, naipe em tutti...)
65 a 72 Madeiras com palheta (saxofone, oboé, fagote, clarineta...)
73 a 80 Sopros de tubos (pícolo, flauta transversal, flauta doce, ocarina...)
81 a 88 Sintetizadores melódicos (synth lead)
89 a 96 Sintetizadores para acompanhamento harmônico (synth pad)
97 a 104 Efeitos sintetizados (chuva, cristal, atmosfera, goblins...)
105 a 112 Instrumentos étnicos (cítara, banjo, koto, kalimba...)
113 a 120 Percussão (agogô, claves, prato...)
121 a 128 Efeitos sonoros (respiração, marés, pássaros, helicóptero, aplausos...)
Fonte: Elaborado pelo Autor
À medida que a tecnologia computacional foi sendo aprimorada, aliada a um 
menor custo do hardware (dispositivos físicos e equipamentos do computador), 
o armazenamento das ondas sonoras reais se tornou acessível ao público 
em geral. O primeiro formato de arquivo com maior repercussão foi o Wave, 
da empresa Microsoft, e o AIFF da Macintosh. Ambos se baseiam no registro 
aproximado da onda sonora através da conversão das ondas analógicas, 
captadas por microfones, para o sinal digital. Posteriormente, formatos que 
envolvem métodos para compactação de dados se tornaram mais recorrentes, 
entre eles o FLAC (Free Audio Losless Codec) – o qual não gera perda de 
dados – o OGG (Ogg Vorbis) e o famoso MP3 (MPEG-1/2 Audio Layer 3), capaz 
de reduzir em cerca de 90% o tamanho do arquivo eque proporcionou uma 
revolução no compartilhamento musical através da internet.
Além da compressão dos dados, o tamanho dos arquivos varia conforme a 
precisão do armazenamento com base nos seguintes parâmetros:
25Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
a) Resolução horizontal da onda – velocidade de reprodução dos dados medida 
em frequência, chamada de Taxa de Amostragem, sendo as mais comuns 
11.025 Hz, 22.050 Hz e 44.100 Hz;
b) Resolução vertical da onda – medida como taxa de bits, sendo 8, 16 e 24 os 
valores mais recorrentes;
c) Quantidade de canais – em arquivos monofônicos (ou simplesmente mono), 
há apenas uma faixa de dados. Os estereofônicos (estéreo) possuem duas 
faixas, sendo uma para o canal esquerdo e o outro para o direito – chamados 
de binaural em referência a nossos dois canais auditivos. Arquivos com mais 
canais são chamados multitrilha, a exemplo dos sistemas de home theater 
denominados 5.1 por terem 6 canais – esquerdas frontal e traseira, direitas 
frontal e traseira, centrais normal e subwoofer;
d) Taxa de bits – utilizada em formatos com compactação de dados onde definimos 
uma quantidade de bits por segundo, indicada geralmente em kbps (kilobits 
por segundo). Na prática, esse parâmetro está ligado à resolução horizontal 
da onda. Por exemplo: um arquivo com 44,1 KHz e 16 bits gera uma taxa de 
705,6 kbps (44.100 bytes por segundo x 16, pois 1 byte corresponde a 8 bits). 
Para fins de comparação, a taxa de bits padrão para arquivos MP3 é de 128 
kbps – cerca de 18% menor que um arquivo WAV com a mesma resolução.
A seguir, uma ilustração de como cada um desses parâmetros influencia o sinal 
armazenado (Figura 13):
Figura 13 - Parâmetros para o armazenamento digital de ondas sonoras
 
Fonte: Elaborada pelo Autor
26Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Com a facilidade do armazenamento das ondas sonoras em computadores 
mais recentes, o protocolo MIDI passou a focar em outra de suas funções: a 
comunicação entre dispositivos e interfaces de áudio. Através de redes MIDI, 
podemos registrar apenas os ataques dos instrumentos musicais, sendo mais 
fácil modificá-los em caso de erros em comparação às edições feitas diretamente 
nas ondas sonoras. O MIDI também é utilizado em casos de performances ao 
vivo, pois a baixa quantidade de dados do seu protocolo permite um rápido 
intercâmbio das informações.
Além disso, um novo tipo de arquivo surgiu em substituição aos sintetizadores 
nativos dos computadores para a reprodução MIDI que, em geral, não dispunham 
de uma qualidade sonora desejável: os Soundfonts (“fontes sonoras” em tradução 
literal), cujos formatos mais conhecidos são SFZ e SF2. Esses arquivos trazem 
ondas sonoras pré-gravadas para cada instrumento, e durante a leitura dos 
arquivos MIDI, tais sons são reproduzidos com base nos parâmetros do ataque 
– transpostos para a altura da nota e amplificados ou reduzidos conforme a 
intensidade indicada. Trata-se, portanto, de um mecanismo semelhante à tabela 
de ondas (Wavetable) – vista na Unidade 1.
Outro tipo de arquivo baseado nesse mesmo princípio são os módulos, que 
podem possuir a extensão MOD, STM ou S3M (para o programa Scream Tracker), 
IT (para Impulse Tracker), RNS ou XRNS (para Renoise). A edição desses 
arquivos é feita nos chamados trackers, um tipo de sequenciador – programas 
voltados à edição de áudio semelhante ao protocolo MIDI. Estudaremos com 
mais detalhes os trackers na seção a seguir, que aborda os programas para 
manipulação de áudio para computadores.
Assista a esta breve comparação sonora entre gravações em 
8, 16, 32 e 48 KHz. Disponível em: <https://youtu.be/RBG--
ZuwOkA>.
27Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
2.3 Programas para manipulação sonora
Apesar da grande diversidade de interfaces de usuário – apresentação 
visual dos programas – dos aplicativos de áudio, todos eles se baseiam na 
manipulação dos mesmos elementos sonoros que estudamos até aqui. Cabe, 
então, descobrirmos como cada programa disponibiliza suas ferramentas.
Como o formato MIDI foi o primeiro tipo de registro sonoro a ser implementado 
em computadores pessoais, começaremos pelos editores voltados a esse tipo 
de arquivo: os sequenciadores. Eles possuem essa denominação por serem 
baseados na inserção de informações para a produção ou interrupção do som 
– em contraponto aos editores de ondas sonoras gravadas, que são lineares. 
A interface mais comum dos sequenciadores é chamada de piano roll – melhor 
traduzida como “piano vertical” – que possui um teclado à esquerda da tela 
(Figura 14):
Figura 14 - Interface elementar dos sequenciadores, baseada no MIDI Editor
Fonte: Elaborada pelo Autor
28Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Aqui, nessa peça que possui uma melodia com acordes, podemos perceber 
que as alturas são posicionadas verticalmente conforme o teclado de piano, as 
durações são representadas pela extensão dos retângulos e as cores destes 
últimos dizem respeito ao instrumento. Na parte inferior da tela, os gráficos 
representam a intensidade de cada som registrado. Esses são, portanto, os 
elementos visuais básicos dos sequenciadores.
Uma variação interessante da interface de sequenciadores é voltada para 
a criação de loops – estruturas musicais que se repetem com frequência, a 
exemplo da rítmica dos gêneros da música popular urbana, música eletrônica 
e do minimalismo8. De maneira intuitiva, essa interface apresenta faixas 
correspondentes a cada instrumento, com controles para “ativá-las” nos tempos 
desejados conforme a passagem do leitor. Ao final do trecho – limitado a poucos 
compassos, o leitor retorna ao início, gerando o loop (Figura 15):
Figura 15 - Exemplo de programa para criação de loops de bateria
Fonte: Santos, 2019
Atualmente, essa interface está presente em diversos programas de áudio, seja 
por meio de plug-ins (recursos/ferramentas que devem ser adicionadas a um 
programa) ou nos aplicativos conhecidos como Digital Audio Workstation (DAW), 
que agregam funcionalidades comuns a todos os tipos de interface e recursos 
de manipulação sonora.
_________________
8 O minimalismo é um movimento estético-musical em que elementos musicais são repetidos com alterações 
imediatas mínimas, deixando o ouvinte sem a sensação de mudanças. Só é possível perceber as variações entre 
grandes seções da peça.
29Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Destacamos que os programas para edição e editoração9 também consistem em 
um tipo de sequenciador. No entanto, fazem uso da notação musical tradicional 
como forma de representar os elementos musicais em sua interface. Os 
aplicativos desse tipo mais conhecidos são Finale, Sibelius e o antigo Encore, 
todos proprietários – ou seja: é necessário comprar uma licença para utilizá-los. 
Já o MuseScore, cuja versão 3 foi lançada em dezembro de 2018, é o principal 
programa livre de notação musical de hoje, e em setembro de 2019 sua comunidade 
virtual contava com 3.153 pessoas. Seu destaque evidente em relação ao 
LilyPond – outro conhecido programa livre de notação musical que faz uso de 
uma linguagem codificada para criar partituras – é possuir uma interface amigável, 
com ferramentas e comandos exibidos com clareza (Figura 16):
Figura 16 - Interface do MuseScore, versão 3.1.0
 
Fonte: Acervo do Autor
Utilizamos uma imagem do programa livre MIDI Editor, versão 
3.3.0. para Windows e Linux. Disponível em: <https://www.
midieditor.org>.
_________________
9 Alguns autores utilizam o termo “editoração” de maneira distinta à “edição” para se referir ao uso de programas de 
computador no processo editorial.
30Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Na parte de cima, temos os comandos de arquivo e reprodução da partitura, 
sucedidos daqueles voltados à entrada de notas, ritmos, acidentes e vozes. 
No menu à esquerda, encontram-se os demais símbolos da notação – claves, 
armaduras, andamento, dinâmica, linhas de crescendo e diminuendo, texto e 
opções de espaçamento, entre outros. Há também a possibilidadede exportar as 
partituras para o Music XML, formato de arquivo familiar entre vários programas 
de notação musical – inclusive o LilyPond. Abordaremos o MuseScore com 
mais detalhes na Unidade 4.
Outros tipos de programas para sequenciamento, baseado no mencionado 
formato de módulo – MOD, S3M, IT, RNS, entre outros – são os trackers, 
melhor traduzidos como “sequenciadores em trilhas”. Esses programas não se 
baseiam em síntese sonora, e sim na importação de sons gravados (samples) 
para a criação de instrumentos. Sua interface consiste na leitura vertical das 
informações, separadas por canais (Figura 17):
Figura 17 - Interface elementar dos trackers, com base no Schism Tracker
 
Fonte: Elaborada pelo Autor
O MuseScore está disponível em <https://musescore.org>.
www
31Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Cada entrada contém os seguintes dados: 1) nota musical na nomenclatura 
norte-americana (A, A#, B, C, etc.); 2) região/oitava; 3) som ou instrumento 
utilizado; 4) intensidade, de 00 a 80; 5) efeito disponível na lista de presets – 
efeitos e filtros pré-definidos – do programa. Apesar da interface diferenciada, 
os sequenciadores em trilha não são utilizados com frequência. O formato de 
módulos teve considerável uso durante a década de 1990, principalmente na 
produção de trilhas sonoras para games (jogos de computador) por apresentarem 
melhor qualidade que os sintetizadores MIDI na época.
Existem inúmeros programas para gravação e manipulação de ondas 
sonoras, com opções bem variadas de efeitos, filtros, ferramentas e sistemas 
operacionais – o programa central de gerenciamento do computador, sendo mais 
comuns o Windows, o Macintosh OS, e o Linux e suas variações. Com relação 
aos programas livres, há opções que dispõem de recursos interessantes. O 
Wavosaur, apesar de antigo, é simples e fácil de usar: possui suporte multitrilha 
(vários canais), gráficos para análise sonora – em especial um espectrograma. 
 Nas ondas luminosas, 
a luz branca pode ser 
decomposta nas demais 
cores que a compõem, efeito que 
podemos ver em um arco-íris ou 
através de um prisma, gerando assim 
o espectro da onda (Figura 18):
O mesmo ocorre com as ondas 
sonoras, que podem ser decompostas 
em suas parciais, observadas em um 
espectrograma. As notas musicais 
(frequências fixas), por sua vez, têm 
uma frequência fundamental que 
é sucedida pelos harmônicos – 
ondas com frequências múltiplas da 
fundamental (Figura 19):
Figura 18 - Espectro da luz branca 
gerado através de um prisma
Fonte: Acervo do autor
Figura 19 - Espectrograma de um ataque 
do Dó central de um piano no Wavosaur
Fonte: Acervo do autor
32Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Recursos de análise sonora, a exemplo do sonograma (ou espectrograma), são 
úteis para a realização de estudos acadêmicos que abordam as propriedades 
do som. 
Em termos de efeitos e filtros, o Wavosaur apresenta poucas opções. Contudo, 
ele é compatível com plug-ins Virtual Studio Technology (VST), permitindo 
expandir consideravelmente as ferramentas disponíveis.
 Caso você deseje utilizar um programa capaz de decompor a 
onda e editar suas parciais, recomendamos o Spear, disponível 
em: <http://www.klingbeil.com/spear>.
www
Desenvolvida pela empresa alemã Steinberg Media 
Technologies GmbH no final da década de 1990, a Virtual 
Studio Technology (tradução: Tecnologia de Estúdio Virtual) 
consiste na simulação de equipamentos de estúdio por meio de extensões 
de aplicativo (plug-ins), permitindo aos programas compatíveis com essa 
tecnologia acrescentar funcionalidades. Há inúmeros tipos de extensões 
VST: geradores de efeitos (eco, reverberação, surround, equalizadores, 
etc.), metrônomos, pedaleiras de guitarra e baixo elétrico, sintetizadores 
e samplers – referenciados pela sigla VSTi – ferramentas para análise de 
ondas, comunicadores MIDI, reprodutores de Soundfonts e simuladores 
de mesas de som e/ou interfaces de áudio externas, entre as diversas 
possibilidades.
As extensões VST são instaladas em uma pasta comum no computador. 
Para acrescentá-las, basta configurar o programa desejado para 
ter acesso a essa pasta e ele fará a leitura automática dos plug-ins 
disponíveis.
33Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Acrescentamos, ainda, que o Wavosaur pode ler vários dos principais tipos de 
arquivo sonoro da atualidade: WAV, VOC, AIFF, MP3 e OGG. E para concluir, 
ele é compatível com o ASIO – sigla inglesa para Audio Stream Input-Output. 
Também criado pelo Steinberg GmbH, trata-se de um controlador de áudio 
que permite a comunicação do programa diretamente com a placa de som, 
sem intermédio dos controladores nativos do sistema operacional. Essa 
tecnologia permite reduzir consideravelmente a latência – o tempo de resposta 
do computador/equipamento ao comando – sendo muito útil nos casos de 
apresentações ao vivo. Apresentamos um modelo simples para explicar essa 
tecnologia (Figura 20):
Figura 20 - Percurso dos dados de áudio em computadores
 
Fonte: Elaborada pelo Autor
Outro editor livre com interface límpida e intuitiva (Figura 21) é o ocenaudio, 
criado pelo LINSE, grupo de pesquisa vinculado à Universidade Federal 
de Santa Catarina (UFSC). Assim como o Wavosaur, ele possui gravação 
multitrilha, espectrograma e suporte a extensões VST, além de já contar com 
efeitos e filtros. Entretanto, seu ponto forte é a edição não-destrutiva, ou 
seja: a manipulação do áudio, ao invés de ser gravada a cada alteração, é 
simulada em tempo real, tornando a edição mais rápida10. Esse recurso é 
particularmente útil em programas para edição de vídeo, devido ao grande 
tamanho dos arquivos.
_________________
10 Outro editor de áudio livre com essa característica é o WaveShop, que também possui uma interface límpida e 
intuitiva. Disponível em: <http://waveshop.sourceforge.net>.
34Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Figura 21 - Interface do ocenaudio
 
Fonte: Elaborada pelo Autor
Um interessante editor de áudio livre é o Hya-Wave, que funciona em nuvem, 
através do navegador. Ele possui as principais ferramentas de edição – recortar, 
colar, misturar/agregar (paste mix), silenciar e manter o áudio selecionado (crop) 
– além de diversos filtros e efeitos. 
 O ocenaudio está disponível para baixar gratuitamente em 
<https://www.ocenaudio.com>.
www
35Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Por fim, vamos ao programa livre para manipulação de áudio mais conhecido da 
atualidade: o Audacity. Apesar de possuir uma interface não muito familiar, ele é 
bastante estável, possuindo suporte multitrilha e gravação segura – fragmentando 
arquivos para não haver perda de dados. No entanto, ele não é compatível com 
extensões VST e ASIO, pois as licenças de uso dessas tecnologias não são 
compatíveis com a licença pública do Audacity (GNU/GPL)11.
2.4 Outros programas de áudio
Existem inúmeros aplicativos de áudio além daqueles voltados à manipulação 
sonora, para diversos fins. Alguns deles são: reprodução de gravações com 
biblioteca digital – as conhecidas playlists; reprodução via streaming; instrução 
e aprendizagem musical; jogos musicais; digitalização de partituras através 
de OCR (sigla para Optical Character Recognition – reconhecimento ótico de 
caracteres12); medição de intensidade sonora (semelhante ao decibilímetro13); 
criação automática de acompanhamentos musicais; conversão e edição em lote 
de arquivos sonoros e análise de temperamentos, entre outros. Com a ascensão 
dos smartphones – celulares com capacidade semelhante à de computadores 
– as opções disponíveis aumentaram consideravelmente. Em seguida, 
apresentaremos uma relação de programas que julgamos interessantes.
• GNU Solfege
Programa livre para treinamento auditivo, solfejo, ditado rítmico e análise 
musical compatível com Windows, Linux e Macintosh OS. Possui tradução para 
o português. Há, ainda, a possibilidade de o usuário criar suas próprias lições. 
 Os arquivos podem ser salvos tanto no computador quanto na 
nuvem, estandoo programa disponível em <https://wav.hya.io>.
www
_________________
11 Sigla inglesa correspondente a “General Public License”. GNU se refere ao projeto homônimo criado em 1983 por 
Richard Stallman contra o fato da grande maioria dos programas da época pertencerem a proprietários que evitavam 
colaboração entre usuários.
12 É comum encontrar a sigla OMR (Optical Music Recognition) em referência à detecção de caracteres da notação musical.
13 Equipamento para medição da potência sonora que faz uso do decibel (db) como unidade de medida.
36Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
• Synthesia
Jogo virtual para instrumentos de teclado, semelhante ao popular Guitar Hero, 
mas que funciona perfeitamente para o aprendizado musical. Baseia-se em 
seguir as notas musicais que “caem” no tempo, sendo recomendado o uso de um 
controlador MIDI ou teclado eletrônico que disponha de saída MIDI. O programa 
já conta com um considerável repertório adaptado, desde peças didáticas a 
sonatas do período clássico, e recursos para o estudo de mãos separadas. Há 
uma versão livre e outra paga, com maiores recursos. 
• Instrument Tuner
Aplicativo de afinação cromática para Android, com opções de instrumento a 
ser afinado, tipo de temperamento e definição de comas. Além de ser livre, não 
possui anúncios, ofertas ou quaisquer solicitações de informações pessoais – 
um problema recorrente em aplicativos para o Android. 
 O GNU Solfege está disponível em: <http://www.gnu.org/
software/solfege>.
www
 O Synthesia está disponível em língua inglesa para Windows, 
Macintosh OS, Linux e Android14 em: <https://synthesiagame.com>.
www
 River flows on you, composição do sul-coreano Yiruma que ficou 
conhecida na série de televisão O Crepúsculo, convertida para 
o Synthesia. Disponível em: <https://youtu.be/8imco3WgeTk>.
_________________
14 Android é o sistema operacional utilizado na maioria dos smartphones.
37Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
• Master Ear Training
Voltado para o treinamento de ouvido absoluto e/ou relativo, melódico e 
harmônico, em inglês para Android. Permite criar novos exercícios. 
• Solfege Chords
Programa para treinamento do ouvido harmônico – reconhecimento de intervalos 
e acordes, em inglês, para Android. 
• Soundbrenner
Metrônomo personalizável com opção de sincronizar até cinco celulares – para 
ensaio de bandas e demais grupos musicais. Inclui também um afinador. 
O Instrument Tuner está disponível, somente para a língua 
inglesa, em: <https://apkpure.com/br/instrument-tuner/
instrument.tuner>.
 O programa está disponível em: <https://apkpure.com/br/
master-ear-training/com.computing.mastermind.eartraining>.
 O programa está disponível em: <https://apkpure.com/
solfege-chords/com.devjockeys.solfegechords>.
 O programa está disponível em: <https://apkpure.com/br/the-
metronome-by-soundbrenner/com.soundbrenner.pulse>.
www
www
www
www
38Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
• Auphonic Edit
Apesar das diversas opções de editores de áudio para Android, esse é o único 
aplicativo que encontramos sem quaisquer anúncios, ofertas ou compras. É 
capaz de realizar gravações e possui recursos elementares para edição, no 
entanto, não oferece efeitos ou filtros. 
• WaveSurfer
Editor de áudio livre voltado para análise de ondas sonoras, especialmente no 
campo da fonética acústica. É capaz de produzir espectrogramas, gráficos de 
pressão sonora e alteração de frequência, entre outros. Possui recursos básicos 
de edição, mas não oferece efeitos e filtros.
• Levelator
Programa livre em inglês para equilibrar a intensidade do áudio gravado em 
eventos, palestras ou comunicações orais, entre outras situações. 
 O programa está disponível na língua inglesa em: <https://apk 
pure.com/auphonic-edit/com.auphonic.auphonicrecorder>.
 O programa está disponível em: <http://www.speech.kth.
se/wavesurfer>.
 O programa está disponível em: <http://www.conversation 
snetwork.org/levelator>.
www
www
www
39Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
• fre:ac
Conversor de áudio em lote. Muito útil para quem trabalha com bibliotecas 
sonoras, nas situações onde é necessário converter centenas ou até milhares 
de arquivos com um comando apenas.
• Linux MultiMedia Studio (LMMS)
Principal Estação de Trabalho Digital – Digital Audio Workstation (DAW) – em 
código aberto (livre) disponível na atualidade. Este tipo de programa agrega 
os principais recursos, interfaces e extensões de diversos aplicativos de áudio, 
desde sequenciadores, editores de partituras, manipuladores de ondas sonoras, 
sintetizadores, samplers até pedaleiras virtuais. Situa-se, portanto, na mesma 
categoria de programas como Fruit Loops Studio, Studio One, Sonar, Ableton 
Live, Reason, Pro Tools, Cubase, Logic e REAPER.
 O programa está disponível em: <https://www.freac.org>.
 O programa está disponível em: <https://lmms.io>, na língua 
portuguesa.
www
www
 Breve tutorial introdutório sobre o LMMS. Disponível em: 
<https://youtu.be/P4J8p3eyjOw>.
40Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
• Mixxx
Programa livre de discotecagem para Disc-Jóqueis (DJs), com detecção 
automática de andamento ou BPM (batidas/pulsações por minuto), 
tonalidade, geração imediata de efeitos, controle virtual de vinil e suporte 
para pick-ups USB.
• Audiveris
Programa voltado à digitalização de partituras com detecção ótica de caracteres 
musicais (OMR), desenvolvido na linguagem de programação Java – e, por isso 
mesmo, compatível com diversos sistemas operacionais. 
 O programa está disponível em: <https://www.mixxx.org>.
 O programa está disponível em língua inglesa no GitHub, 
repositório de programas livres, em: <https://github.com/
Audiveris/audiveris>.
www
www
 Breve explicação sobre alguns recursos do Mixxx. Disponível 
em <https://youtu.be/1DCjl0kuJCU>.
41Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
• ToneLib GFX
Simulador virtual de pedaleiras de efeitos e distorção para violão e/ou guitarra 
elétrica. Pode ser instalado como um programa (standalone) ou na forma de 
uma extensão VST. 
• ToneLib JAM
Programa de autoaprendizagem para guitarra elétrica. Possui instruções para 
estudo e aprendizado de partituras, tablaturas e posições no instrumento.
• Tuhu Musical
Aplicativo gratuito para Android e iOS15 com quatro jogos musicais (ensaio, 
concerto, memória musical e pentagrama) para crianças, com repertório de 
música brasileira. Desenvolvido através do programa Brasil de Tuhu, com apoio 
da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro e do antigo Ministério da Cultura. 
 O programa está disponível em: <https://tonelib.net>.
 O programa está disponível em: <https://tonelib.net>.
 O programa está disponível em: <https://apkpure.com/br/
tuhu-musical/com.weway.tuhu>.
www
www
www
_________________
15 iOS é o sistema operacional da Apple (mesma empresa que mantém o Macintosh OS) para os smartphones de sua 
linha – o iPhone.
42Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
• Jogo da Memória Musical
Disponível na internet por um portal especializado em jogos, é um ditado melódico 
no qual devemos digitar a sequência das notas musicais ouvidas.
• Qual é a Música
Jogo para Android no qual temos de ouvir trechos de peças da música popular 
urbana brasileira e indicar seu título – trata-se, portanto, de conteúdos de história 
da música brasileira.
• Música Jogos Online
Portal com cerca de 80 jogos musicais para treinamento auditivo, solfejo, ditado, 
história da música, composição e prática instrumental em Flash para acesso 
pelo navegador, na língua portuguesa, mantido por Serge Mikhailov. 
 O programa está disponível em: <https://rachacuca.com.br/
jogos/memoria-musical>.
 O programa está disponível em:<https://qual-e-a-musica.
br.aptoide.com>.
 O programa está disponível em: <http://flashmusicgames.
com/pt>.
www
www
www
Demonstração do Programa Brasil de Tuhu. Disponível em 
<https://youtu.be/1sldu3TmZXY>.
43Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
• Sheep Beats
Jogo baseado nainterface de sequenciador para criação de loops na linguagem 
Flash11, pode ser acessado do navegador. Veber e Rosa (2012, p. 94-97) 
oferecem ideias interessantes sobre como utilizá-lo para o ensino musical nas 
escolas por meio de um projetor e uma caixa de som, realizando atividades em 
grupo com improvisação e arranjo. 
• Jogos Musicais
Blog com diversos jogos virtuais de música para uso educacional ou diversão, 
mantidos pela Prof.ª Dr.ª Andréia Veber e com desenvolvimento do Prof. Dr. 
Tiago Brizolara da Rosa. Há também relatos sobre a aplicação de determinados 
jogos em aulas de música para crianças. 
Caso você queira conhecer mais programas, recomendamos a leitura do livro 
Informática Musical Livre (CERQUEIRA, 2013), que pode ser encontrado para 
acesso em uma breve pesquisa na Internet.
 O programa está disponível em: <https://www.jogos360.
com.br/sheep_beats.html>.
 O blog está disponível em: <http://jogosmusicais.blogspot.com>.
www
www
_________________
16 O Flash é um reprodutor multimídia para navegadores que funciona como uma extensão.
44Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
 ATIVIDADE 2
Qual tipo de programa de áudio lhe interessou mais? Faça uma busca na 
internet por aplicativos semelhantes aos de seu interesse. Em seguida, elabore 
uma pequena lista com um breve resumo de cerca de três linhas sobre cada 
programa que você localizou, juntamente com o endereço (link) de acesso.
Resumo
Nesta Unidade, foram abordados os princípios do armazenamento sonoro 
em computadores pessoais. Posteriormente, foram indicados vários tipos 
de programas de áudio em código aberto (open source) voltados à edição, 
manipulação, notação, afinação e instrução musical, entre outras finalidades.
 Referências
CERQUEIRA, D. L. Informática Musical Livre. São Luís: EDUFMA, 2013.
MACHADO, N. Aulas de Física e Química: espectro e nível sonoro. Disponível 
em: <http://www.aulas-fisica-quimica.com/8f_07.html>. Acesso em: 10 set. 2019.
SANTOS, João. Drumbit: online drum machine. Disponível em <https://drumbit.
app>. Acesso em 14 set. 2019.
SCHAEFFER, P. Solfejo do Objecto Sonoro. Tradução de António de Sousa 
Dias. Paris: Groupe de Recherches Musicales, 2007.
VEBER, A.; ROSA, T. B. Jogos digitais online e ensino de música: propostas 
para a prática musical em grupo. MÚSICA na educação básica, v. 4, n. 4, p. 
86-99, 2012.
45Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
U
N
ID
A
D
E
EDIÇÃO E MANIPULAÇÃO 
DE ONDAS SONORAS
3
OBJETIVOS
• Familiarizar-se com os procedimentos de edição e manipulação de sons;
• Iniciar o manuseio do programa ocenaudio.
3.1 Preparação
Para não ficarmos restritos somente à teoria, teremos experiências práticas de edição e manipulação de áudio, iniciando a partir do registro de ondas sonoras. Para esse fim, o Audacity tem sido o mais utilizado mundialmente, 
figurando entre os principais programas em código aberto da atualidade (ELLIS; 
TURNER, 2019). Contudo, conforme informamos anteriormente, ele apresenta 
algumas questões superadas por outros aplicativos da mesma categoria como, por 
exemplo: a) interface mais simples e amigável; b) possuir compatibilidade com as 
tecnologias VST e ASIO; c) ausência de recursos elementares para edição, como a 
ferramenta paste mix17; d) o meio de salvamento dos arquivos e projetos, feito a partir 
de diretórios específicos que só podem ser lidos pelo próprio Audacity18– reduzindo 
a compatibilidade geral. Assim, optamos em fazer uso do ocenaudio. Apesar de 
ainda estar em fases iniciais de desenvolvimento, trata-se de um programa livre 
promissor, especialmente pela interface simples e o fácil acesso aos comandos.
_________________
17 Para realizar essa tarefa no Audacity, é necessário criar uma faixa/trilha extra, demandando um trabalho árduo. 
Surpreende o fato de seus desenvolvedores não terem criado uma função mais simples.
18 Há diversos manuais e tutoriais direcionados ao Audacity na internet, rapidamente encontrados através de uma busca 
simples. Caso você se interesse em utilizar esse programa, indicamos o trabalho de Araújo (2010). O manual oficial do 
Audacity está disponível em <https://manual.audacityteam.org>, somente na língua inglesa.
 Caso você prefira, é possível assistir aos tutoriais sobre o uso do 
ocenaudio presentes na Internet. Como exemplo, indicamos o canal 
Vartroy Tecnologia, disponível em: <https://youtu.be/mawJucQnlfk>.
46Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
3.2 Obtendo o áudio
Para começar, será necessário abrir um arquivo de som que você deseje editar 
ou gravar um breve áudio para o experimento. Caso você deseje abrir um 
arquivo, basta clicar no item “Arquivo” no menu principal acima, clicando depois 
em “Abrir” para localizar o arquivo de som a ser editado.
Se você preferir gravar, basta clicar no botão de gravação na barra de ferramentas 
que a janela com as configurações de captação será aberta, com base nos 
parâmetros que estudamos na Unidade anterior (Figura 20):
Figura 22 - Botão e janela de gravação
 
Fonte: Elaborada pelo Autor
Geralmente, os dispositivos para entrada (microfone embutido, conector de 
entrada) e saída (alto-falantes internos, fone de ouvido, conector de saída) de 
áudio são pré-configurados pelo sistema operacional. Caso você tenha uma 
interface de áudio USB e/ou deseje alterar os dispositivos utilizados, acesse 
o item “Editar” do menu, clicando depois em “Preferências”. Na janela que 
aparecerá, três elementos principais serão mostrados:
47Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
a) Mixer Backend: é o controlador principal que o programa irá utilizar. Podemos 
escolher entre os controladores nativos do sistema operacional ou o driver 
ASIO, conforme estudamos na Unidade anterior;
b) Dispositivo e Opções de Reprodução: permite trocar a saída de som/áudio 
do computador, exibindo os dispositivos detectados;
c) Dispositivo e Opções de Gravação: modifica a entrada de som/áudio do 
computador, listando os dispositivos disponíveis.
Um aspecto fundamental antes de iniciar a gravação é atentar para os níveis 
de captação, configurando os controles – ou mixer – de áudio do computador, 
conforme o sistema operacional em uso. A seguir, uma imagem de como ajustar 
o nível de captação no Windows 10:
Figura 23 - Janelas de controle da captação no Windows 10
 
Fonte: Elaborada pelo Autor
Conforme as indicações na Figura 23, clique primeiro com o botão direito do 
mouse no ícone de som da Barra de Tarefas, clicando depois em “Dispositivo 
de Gravação”. Na janela que abrir, clique com o botão direito no dispositivo de 
entrada operante, e depois vá em “Propriedades”. Outra janela será aberta, na 
qual você deve clicar na aba “Níveis”, que mostrará os reguladores de captação 
do seu dispositivo de entrada. Procure ajustar o nível de captação para o áudio 
48Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
não “estourar” – isto é, para que a intensidade do som não ultrapasse o nível 
máximo de registro no computador. Você pode, eventualmente, fazer gravações 
para testar se o áudio está estourando, abrindo o arquivo para verificar o sinal 
(Figura 24):
Figura 24 - “Estouro” do sinal em relação à onda sonora captada
 
Fonte: Elaborada pelo Autor
É possível visualizar no gráfico da onda os locais em que a intensidade do 
som foi superior ao registro, gerando o “estouro”. Tal fato gera uma distorção 
não desejada no sinal – salvo os casos em que o editor está ciente e deseja 
justamente esse resultado.
3.3 Operações básicas
Com o arquivo sonoro de prontidão, ilustraremos adiante os comandos básicos 
de manipulação no ocenaudio pelo teclado do computador, inicialmente para 
apenas um canal (Quadro 2):
49Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Quadro 2 - Teclas de atalho padrão para os comandos básicos do ocenaudio
Fonte: Elaborada pelo Autor
Comando Tecla(s) 
Movimento curto da barra de navegação 
Movimento longo da barra de navegação 
Mover a barra de navegação para o início ou fim 
Aumentar visualização/zoom 
Reduzir visualização/zoomReproduzir (apenas o trecho visualizado) 
Selecionar um trecho curto 
Selecionar um trecho longo 
Selecionar tudo 
Copiar (seleção) 
Recortar (seleção) 
Colar (na seleção ou após a barra de 
navegação) 
Colar Especial (incluindo sobrepor/paste mix) 
 
→ ← 
→ ← Ctrl 
End Home 
= Shift Ctrl 
- Shift Ctrl 
Espaço 
→ ← Shift 
→ ← Shift Ctrl 
A Ctrl 
C Ctrl 
X Ctrl 
V Ctrl 
V Shift Ctrl 
50Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
A seguir, encontraremos explanações sobre os efeitos elementares de 
manipulação sonora do ocenaudio, acessíveis no item “Efeitos” do menu 
principal (Quadro 3):
Abaixo, temos os efeitos e filtros avançados do ocenaudio, também disponíveis 
no item “Efeitos” do menu principal:
a) Amplitude: amplificar/aumentar ou diminuir a intensidade do som, com fade in 
(crescendo) e fade out (diminuendo) que podem ser personalizados19. Há também 
opções de especificar uma intensidade máxima para a normalização e de remover 
a diferença de intensidade gerada por ruído da corrente elétrica (DC Offset);
b) Filtros: equalizadores passa-baixa (remove sons agudos, deixando os 
graves), passa-alta (o oposto), passa-faixa (personalizado) e rejeita-faixa 
(remove os sons na frequência/altura especificada);
c) Equalização: filtro de frequências com maior customização, com opções de 
11 ou 31 faixas/bandas;
d) Atraso (delay): efeitos baseados na repetição do sinal após certo período 
de tempo. Se este último for curto, podemos ter uma reverberação (reverb); 
caso seja mais longo, teremos um eco (echo); se houver pequenas variações 
na frequência com repetições curtas, teremos um flanger; e se nesse mesmo 
Efeito Explanação Tecla(s) 
Silêncio Silencia o trecho selecionado ou todo o arquivo (caso não haja seleção) 
Reverter Faz uma retrogradação (de trás para frente) da seleção ou de todo o arquivo 
Inverter Inverte a polaridade (formato da onda) na seleção ou em todo o arquivo 
Suavizar Reduz os extremos de frequência na seleção ou em todo o arquivo 
Remover 
DC 
Remove o ruído da corrente elétrica, caso 
exista, na seleção ou em todo o arquivo 
Normalizar Amplifica a seleção ou todo o arquivo com base no pico de intensidade do sinal 
 
S T Alt 
R T Alt 
I T Alt 
S T Alt 
D T Alt 
N T Alt 
_________________
19 No Audacity, os efeitos de fade foram traduzidos como “suavização”.
51Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
caso o intervalo dos sinais repetidos for longo, haverá um coro (chorus). 
Recomendamos testar cada efeito e ouvir o resultado sonoro, pois para os 
músicos é mais interessante conhecer a sonoridade gerada; 
e) Processamento de dinâmica: efeitos para alterar a intensidade/amplitude 
do som. O compressor mantém o sinal sob um limite restrito de intensidade 
(os níveis mínimo e máximo da onda se aproximam), enquanto o expansor 
faz o contrário. O limitador (limiter) reduz os trechos de intensidade máxima 
do sinal, porém, preservando a forma da onda – sendo mais eficiente em 
termos estéticos do que a normalização. Já o noise gate remove todo o sinal 
que estiver abaixo de uma determinada intensidade; 
f) Time and pitch (tempo e altura): quando mudamos a duração de uma onda 
sonora, ela também tem sua frequência/altura modificada. Basta observarmos 
a equação das ondas, na qual v é a velocidade (taxa de amostragem), f a 
frequência (altura) e t o tempo:
V = f
t
 Qualquer alteração na altura (frequência) irá gerar, necessariamente, uma 
mudança na duração, na mesma proporção. Logo, é preciso alterar a taxa 
de amostragem para que seja possível alterar somente a altura ou apenas a 
duração. E esta é a função do efeito em pauta;
g) Redução de ruído: esse filtro permite atenuar ou eliminar interferências 
indesejadas no sinal, com base na seleção de um trecho da onda que contém 
somente o ruído que se pretende excluir. Ele também oferece diferentes níveis 
de remoção, para ajustarmos o trabalho de áudio, caso algum som que se 
desejava manter tenha sido excluído.
h) Especiais: por fim, o ocenaudio oferece os efeitos de quantização – gera 
mudanças na resolução horizontal da onda, em bits – e geração de ruídos. 
O ruído branco é um sinal composto por todas as frequências passíveis 
de registro (de 0 a 22.050 Hz nos arquivos com taxa de amostragem de 
44,1 KHz), ocupando todas as linhas verticais de um espectrograma. Já o 
ruído rosa consiste em adaptar o ruído branco para a curva de audibilidade 
(conceito que vimos na Unidade anterior) para melhor percepção pelo ouvido 
humano. O ruído marrom, por sua vez, baseia-se nas frequências mais 
graves do espectro auditivo.
52Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
 ATIVIDADE 3
Como foi sua experiência na edição e manipulação de sons? Compartilhe seu 
arquivo com os colegas através do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), 
indicando os procedimentos e efeitos que você utilizou.
Resumo
Nesta Unidade, apresentamos o programa livre ocenaudio para edição e 
manipulação de ondas sonoras. Os principais comandos, efeitos elementares e 
avançados disponíveis no aplicativo em questão foram explanados.
 Referências
ARAÚJO, M. Introdução ao Audacity: Criação de Podcasts. Montemor-o-Velho: 
Associação Ensino Livre/Open Lab ESEV, 2010.
ELLIS, C.; TURNER, B. Best open source software of 2019. Disponível em <https://
www.techradar.com/best/best-open-source-software>. Acesso em <03 jul. 2019>.
 No link a seguir, você verá exemplos práticos do som produzido 
por alguns efeitos de áudio, em inglês. Ordem dos efeitos 
demonstrados: EQ (equalizador), reverb (reverberação) nos 
tipos dry (seco) e wet (molhado), delay (atraso) nos tipos short (curto) 
e long (longo), gates (o que explicamos como noise gate), distortion 
(distorção de timbre – diferente daquela que ocorre por problemas 
de captação), tremolo (vibrato), flangers (um tipo de atraso) e limiters 
(limitadores). Disponível no canal Music Sequencing, em: <https://
youtu.be/LrzPMKg4dyU>.
53Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
U
N
ID
A
D
E
EDITORAÇÃO DE 
PARTITURAS
4
OBJETIVOS
• Utilizar um programa voltado à editoração de partituras;
• Apresentar as principais funções e recursos do MuseScore.
4.1 Apresentação
Os aplicativos voltados à notação musical mais conhecidos são o Finale e o Sibelius. O primeiro, lançado em 1988, possui versões lançadas com periodicidade praticamente anual, e em 2019, chegou à versão 
26. É utilizado por marcas conhecidas, como a Alfred Publishing Company, Hal 
Leonard Corporation, G. Henle Verlag (todas são editoras de música), New 
England Conservatory, Juilliard School e Berklee College of Music (instituições 
de ensino musical). Tem como destaque a extensão Garritan Orchestra, que 
visa melhorar a qualidade do sequenciamento MIDI – a exemplo dos Soundfonts 
(WIKIPÉDIA, 2019a).
O Sibelius, criado em 1993, é o programa de editoração musical mais vendido 
da atualidade, possuindo diversas extensões (plug-ins) e símbolos para a 
notação da música contemporânea. Em 2012, após a aquisição da empresa e 
do programa pela Avid, produtora do Pro Tools, esta última fechou o escritório 
de produção onde o programa era produzido, fato que gerou muitos protestos 
na Internet. No entanto, a Avid retomou sua produção, que em 2018 chegou à 
versão 8. Outro de seus destaques é uma extensão para visualizar e reproduzir 
partituras em navegadores (WIKIPÉDIA, 2019b).
Conforme mencionamos anteriormente, o MuseScore é atualmente o programa 
de editoração musical em código aberto mais utilizado e com desenvolvimento em 
plena atividade. A novidade da versão 3, em relação à anterior, é o alinhamento 
automático dos elementos da partitura, facilitando bastante a editoração. Esse 
será, portanto, o programa que estudaremos nesta Unidade.
54Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
4.2 Iniciando a editoração musical
Conforme vimos na Unidade 2, a interface do MuseScore é límpida e bastante 
intuitiva. Sendo assim, vamos diretamente aos elementos básicos paraa edição 
de uma partitura. Ao iniciar o programa ou clicar no item “Arquivo” no menu principal 
e depois em “Novo”, surge a janela para criação de um novo documento. As 
informações a serem inseridas são as seguintes: a) título, subtítulo, compositor, 
letrista e direitos autorais; b) instrumentação – bastando selecionar as vozes e 
instrumentos que constarão na partitura; c) armadura de clave; e d) fórmula de 
compasso, quantidade dos mesmos e anacruse – se necessário.
Para iniciar, sugerimos que você escolha uma melodia simples para digitá-
la no MuseScore. Aconselhamos que sua opção seja preferencialmente por 
uma música de compositores locais e/ou que circule apenas em sua região, 
preocupando-se em documentar a produção musical de sua localidade. Após ter 
em mãos, ou na memória, a melodia, vamos à digitação.
4.3 Digitação de melodias
O MuseScore possui dois modos principais: 1) o Modo Normal; 2) o Modo 
Digitação (note input). Apresentamos adiante os demais comandos com suas 
respectivas teclas (Quadro 4):
Quadro 4 - Alguns comandos para inserção de melodias do MuseScore
Tecla(s) Comando Tecla(s) Comando 
 
Liga ou desliga o 
Modo Digitação 
Volta para o 
Modo Normal 
 Lá 
Semifusa 
 Si 
Fusa 
 Dó 
Semicolcheia 
 Ré 
Colcheia 
 Mi 
Semínima 
 Fá 
Mínima 
 Sol 
Semibreve 
 Pausa 
Insere um ponto de 
aumento 
 
Apaga a nota/pausa 
anterior 
Repete a nota e insere 
uma ligadura de tempo 
 
Sobe a nota um 
semitom (♯) 
Vai para a nota/pausa 
anterior 
 
Desce a nota um 
semitom (♭) 
Vai para a nota/pausa 
posterior 
 
Troca a nota por outra 
enarmônica 
Inverte a direção da 
haste 
 Sobe a nota uma oitava 
Insere uma ligadura de 
expressão na nota 
 Desce a nota uma oitava 
Move a ligadura de 
expressão à direita 
 
Torna o elemento visível 
ou invisível 
Move a ligadura de 
expressão à esquerda 
 Insere uma acicatura
20 
Insere um staccato 
 Insere um acento 
Insere um tenuto 
 
Adiciona um compasso 
antes do selecionado 
Exclui o compasso 
selecionado 
 
Adiciona um compasso 
ao final da partitura 
Diminui os espaços do 
compasso 
 
Apaga o(s) elemento(s) 
selecionado(s) 
Aumenta os espaços 
do compasso 
 
N Esc 
A 1 
B 2 
C 3 
D 4 
E 5 
F 6
 
G 7
 
0 . 
Backspace + 
↑ ← 
↓ → 
J X 
↑ Ctrl S 
↓ Ctrl → Shift 
V ← Shift 
/ S Shift 
V Shift N Shift 
Ins De
 
Ctrl 
B Ctrl [ Shift 
De
 
] Shift 
55Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Tecla(s) Comando Tecla(s) Comando 
 
Liga ou desliga o 
Modo Digitação 
Volta para o 
Modo Normal 
 Lá 
Semifusa 
 Si 
Fusa 
 Dó 
Semicolcheia 
 Ré 
Colcheia 
 Mi 
Semínima 
 Fá 
Mínima 
 Sol 
Semibreve 
 Pausa 
Insere um ponto de 
aumento 
 
Apaga a nota/pausa 
anterior 
Repete a nota e insere 
uma ligadura de tempo 
 
Sobe a nota um 
semitom (♯) 
Vai para a nota/pausa 
anterior 
 
Desce a nota um 
semitom (♭) 
Vai para a nota/pausa 
posterior 
 
Troca a nota por outra 
enarmônica 
Inverte a direção da 
haste 
 Sobe a nota uma oitava 
Insere uma ligadura de 
expressão na nota 
 Desce a nota uma oitava 
Move a ligadura de 
expressão à direita 
 
Torna o elemento visível 
ou invisível 
Move a ligadura de 
expressão à esquerda 
 Insere uma acicatura
20 
Insere um staccato 
 Insere um acento 
Insere um tenuto 
 
Adiciona um compasso 
antes do selecionado 
Exclui o compasso 
selecionado 
 
Adiciona um compasso 
ao final da partitura 
Diminui os espaços do 
compasso 
 
Apaga o(s) elemento(s) 
selecionado(s) 
Aumenta os espaços 
do compasso 
 
N Esc 
A 1 
B 2 
C 3 
D 4 
E 5 
F 6
 
G 7
 
0 . 
Backspace + 
↑ ← 
↓ → 
J X 
↑ Ctrl S 
↓ Ctrl → Shift 
V ← Shift 
/ S Shift 
V Shift N Shift 
Ins De
 
Ctrl 
B Ctrl [ Shift 
De
 
] Shift 
_________________
20 A acicatura é uma apojatura rápida, indicada por um traço que corta a bandeirola da figura rítmica.
Fonte: Elaborado pelo Autor
56Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Você também pode fazer uso de um controlador MIDI para inserir as notas no 
MuseScore, desde que o tenha conectado antes de iniciar o programa. Lembre-
se ainda que as notas são inseridas conforme a figura rítmica selecionada, 
portanto, escolha esta última antes de inserir a nota. Além disso, o MuseScore 
dispõe de um piano/teclado virtual onde podemos clicar na tecla correspondente 
à nota desejada. Ele fica disponível ao pressionarmos a tecla “P”.
Para inserir os demais elementos da notação – andamento, dinâmica, marcas 
de expressão, agógica, articulações, mudanças de clave e/ou armadura, 
entre outros – é preciso ter em mente que o MuseScore sempre alinha essas 
indicações a uma nota, pausa ou ponto no pentagrama como forma de orientar 
o posicionamento. Podemos selecionar os elementos desejados através das 
paletas, disponíveis na lateral da tela. Há dois grupos de paletas: a) Básico, que 
traz as indicações mais comuns; b) Avançado, que contém todos os elementos 
disponíveis no programa. A seguir, um exemplo de como utilizar a aba de paletas 
para adicionar um elemento na partitura:
Figura 25 - Adição de um elemento da Paleta no MuseScore
 Fonte: Elaborada pelo Autor
57Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Na imagem anterior, selecionamos primeiro o elemento a ser referência para 
a indicação de mezzoforte – no caso, uma nota (1). Depois, fomos à aba das 
paletas e escolhemos “Dinâmicas”, clicando duas vezes no elemento desejado 
(2). O mesmo procedimento pode ser feito para as demais indicações. No caso 
de indicações para compassos, devemos selecionar o compasso desejado 
(Figura 26):
Figura 26 - Adição de um ritornelo no MuseScore
 
Fonte: Elaborada pelo Autor
58Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
Por fim, destacamos que a organização espacial da partitura é coordenada pelos 
elementos da paleta “Quebras e Espaçamentos”, havendo opções também na 
paleta “Molduras e Compassos” do grupo Avançado. São eles (Quadro 5):
Quadro 5 - Elementos e seus significados
Fonte: Elaborado pelo Autor 
Outras opções de espaçamento estão disponíveis no item “Formatar” do menu 
principal, em “Configurações de Página”.
Elemento(s) Significado 
 
Quebra de sistema (linha): faz o próximo compasso ir para 
o sistema posterior 
 
Quebra de página: faz o próximo compasso ir para a 
página seguinte 
 
Quebra de seção: faz com que o próximo compasso inicie 
uma nova seção na peça como, por exemplo, um novo 
movimento 
 Espaçamento inferior e superior do sistema/linha 
 Distância entre sistemas/linhas 
 Insere um espaço vertical entre sistemas/linhas 
 Insere um espaço horizontal entre compassos 
 
 
 Caso você deseje maiores esclarecimentos sobre a editoração 
no MuseScore, recomendamos a leitura do manual do 
programa, mantido pela comunidade colaborativa e disponível 
na língua portuguesa em: <https://musescore.org/pt-br/handbook>.
59Tecnologias Aplicadas ao Ensino da Música
 ATIVIDADE 4 
O que você achou do processo de editoração de partituras? O programa utilizado 
atendeu a todas as suas necessidades de indicações e símbolos? Compartilhe 
a peça que você transcreveu no AVA para que seus colegas tenham acesso. 
Veja se você passou por questões semelhantes durante a editoração.
Resumo
A Unidade atual abordou a editoração de partituras através do MuseScore. 
Foram apresentadas informações sobre os comandos básicos do programa e a 
inserção de indicações na partitura, com vistas à digitalização de uma melodia. 
Questões sobre organização dos elementos e espaçamento também foram 
abordadas.
 Referências
WIKIPÉDIA. Finale (software). In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Wikimedia, 
2019a.
WIKIPÉDIA. Sibelius (scorewriter). In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. 
Wikimedia, 2019b.

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