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Resumo Microbiologia P1- Odontologia UFPR Microbiologia estuda a atividade, o metabolismo, crescimento, morfologia e comportamento de microrganismos. Genética bacteriana: Gene é uma sequência de DNA que codifica um polipetídeo ou um RNA. As topisomerases ajudam no enovelamento do DNA e a duplicação é bidirecional; As bactérias vão expressar os genes de acordo com suas necessidades atuais; 4,6 milhões de pares de base. 20% do genoma da E. coli vem de outras bactérias ou vírus. Genes bacterianos são frequentemente encontrados em operons. Cada operon tem sequencias de DNA reguladoras, promovendo ou inibindo a transcrição. Alguns operons são induzíveis, outros são repressíveis. Operon Lac O operon lac é um operon, ou grupo de genes com um único promotor (transcrito na forma de um único RNAm). Os genes do operon codificam proteínas que permitem que as bactérias utilizem a lactose como fonte de energia.É um detector de lactose. detecta a lactose indiretamente, através do isômero alolactose. Operon Triptofano O operon trp se expressa (torna-se "ativo") quando os níveis de triptofano estão baixos e é reprimido (torna-se "inativo") quando os níveis estão altos. Se o triptofano estiver disponível no meio, a E. coli vai usá-lo para formar proteínas. No entanto, a E. coli também pode produzir seu próprio triptofano usando enzimas que são codificadas por cinco genes. Esses cinco genes estão localizados próximos uns aos outros e são chamados de operon trp. Célula Procariota As bactérias são unicelulares e a maioria se multiplica por fusão binária; O que diferencia a espécie de uma bactéria são: MORFILOGIA, COMPOSIÇÃO, NECESSIDADE NUTRICIONAIS, ATIVIDADE BIOQUÍMICA E FONTE DE ENERGIA. Na parede celular se encontram PROTEOGLICANOS, que por fornecer suporte rígido, protege contra pressão osmótica. É o sítio de ação das Penicilinas e é degradada com lisozima. Subunidade ribossomal: 50S e 30S (síntese de proteínas); Flagelo é importante na locomoção. Pilus/fímbria medeia adesão á superfícies. O pilus sexual medeia a ligação entre duas bactérias durante a conjugação. Plasmídeos: (DNA) genes para resistência à antibióticos, enzimas e toxinas, é o material genético fora do núcleo. Esporo tem alta resistência à desidratação, calor e substâncias químicas. Grânulos fazem o armazenamento de alimento. A cápsula protege contra fagocitose, composta de polissacarídeos. As arqueobactérias não tem peptídioglicano na parede celular e as micobactérias não tem parede celular! A membrana citoplasmática tem função de secreção de enzimas, substância para evitar o crescimento de outro microrganismo, processo de divisão celular, quimiotaxia, obtenção de energia... Plasmídeo e transposons Os elementos transponíveis facilitam a transmissão da resistência para alguns antibióticos, podem estar no DNA de uma bactéria. Plasmídeos são DNA´s separados do cromossomo, com capacidade de replicação e podem conter gene de resistência, uma função adptativa. Esses, podem migrar de uma célula para outra. Reprodução das bactérias Basicamente elas se reproduzem por bipartição, que seria 1 bactéria → 2 bactérias (clone) Qual o problema de ter clone no meio? Se houver alguma mudança, a chance deles sobreviverem são menores. Classificação quanto a capacidade de transferência: ➔ Conjugação Duplicação, forma de pilus ➔ Os não conjugativos não permitem o início da conjugação. Podem ser transferidos com a ajuda de um conjugativo. Os plasmídeos podem ainda ser classificados de acordo com a função que exercem na célula em cinco grupos: Plasmídeos de fertilidade (F): Promovem o início da conjugação; Plasmídeos de resistência (R): Garantem a resistência a antibióticos e outras substâncias que podem causar dano à bactéria; Plasmídeos de virulência: Tornam as bactérias capazes de provocar doenças; Plasmídeos Col: Garantem a produção de colicinas, que podem ser letais para outras bactérias; Plasmídeos de degradação: Garantem à célula a capacidade de produzir enzimas degradativas. Sequência de inserção: sai de uma região de codificação e se insere em outra. Pode sair de um cromossomo e entrar em um plasmídeo, formando um mega plasmídeo. Surge então, uma bactéria superforte. Quanto à classificação artificial das bactérias, podem ser de acordo com o fenótipo, morfologia e fisiologia. A classificação natural baseia-se nas relações filogenéticas das bactérias (sequência de várias moléculas ou genes); Moléculas como ribossomos, lipídeos e proteínas sofreram pequena variabilidade durante a evolução e são utilizados como marcadores taxonômicos. Se baseando na sequência nucleotídica do RNA ribossomal, podem ser divididas em dois grupos: Eubactéria e Archea. A unidade taxonômica básica é a espécie, embora existam subespécies com variações fenotípicas menores. As categorias de cada espécie são, em sequência: gênero, família e ordem. Espécie Conjunto e bactérias que compartilham características fenotípicas e uma história evolutiva comum. A melhor divisão é aquela baseada nos valores de homologia de DNA, devendo ser de 70% ou mais. Variabilidade genética Duas fontes: Mutação e Recombinação A mutação é a fonte básica para a variabilidade genética. Mutação é a matéria prima para a Evolução de Darwin, onde o mais forte sobrevive. A recombinação é a mistura de genes de dois indivíduos diferentes, que ocorre durante a reprodução assexuada. Ocorre por três tipos de mecanismos: A transformação é a incorporação de DNA livre pela célula bacteriana, deixa mais resistente. Podem ser competente e não competentes. Ex: E. coli não é competente porque não faz transformação natural. A conjugação é o processo de transferência de DNA de uma bactéria para outra, envolvendo o contato entre as duas células. produz pilus. O processo inicia com a formação de uma união específica doador-receptor. Em uma segunda fase, ocorre a preparação para transferência do DNA. Após a transferência do DNA, forma-se um plasmídio funcional replicativo no receptor. Linhagem F+ e F-, onde F- não tem o fator de fertilidade e é a receptora, que recebe uma parte do F e uma parte do cromossomo, mas não gera F+. 1- A transdução é a transferência de material genético é mediada por bacteriófagos que infectam, multiplicam e invadem a célula bacteriana, passando a disseminar o material genético do vírus. Ele acaba levando o material genética de uma bactéria para outra. Produz capsídio. Temos o ciclo lítico (lise da célula) e ciclo lisogênico (prófago) onde não ocorre lise. Transferência vertical: A + B = C Transferência horizontal: A → B Resistência Bacteriana Ser ou não sensível a drogas. Natural/ intrínseca: o alvo para a droga não existe na célula. Adquirida: ocorre mutação cromossômica- plasmídeo R. O uso incorreto de antibióticos, os procedimentos de controle de infecção hospitalar falhos e antibióticos para a nutrição animal são fatores preocupantes, pois dissemina a bactéria, deixando-a mais resistente. Nutrição, crescimento e metabolismo bacteriano Fonte de carbono, água, meio de cultura Bactérias autotróficas: utilizam CO2 (matéria orgânica) para gerar glicose, através da fotossíntese ou da quimiossíntese; As bactérias heterotróficas se alimentam de moléculas orgânicas oriundas de outros seres vivos e dependendo da procedência de tais moléculas, as bactérias podem ser classificadas em sapróbias, ou decompositoras, e parasitas. Sapróbias: conseguem alimento a partir da decomposição de matéria orgânica. Juntamente com fungos, atacam cadáveres, plantas, etc. Saprofitas- FITA: vegetal, PRÓFITO: animal Parasitas: São aquelas bactérias que conseguem alimento a partir de seres humanos, causando-lhes doenças como sífilis, gonorreia, cólera, coqueluche.... Dentre as bactérias parasitas encontramos as da Flora normal e asPatógenas. ENDOFÍTICAS E EPIFÍTICAS: vegetal, FITOPATOGÊNICAS: causam mal. Imunorreguladoras: não faz papel nutricional, tem papel na imunorregulação. Imunotolerância: bactérias da flore normal parecidas com as patogênicas. São reconhecidas como antígeno. A boca é uma grande sinalizadora de quando tem algo de errado com o hospedeiro, quando o sistema imune está afetado. Meio de cultura Fonte de carbono; Sais minerais (pressão osmótica- pH ótimo de 6,5- 7,0); Fonte de nitrogênio (síntese de a.a, proteínas, enzimas); Aeração (determina o tipo de metabolismo) qual caminho metabólito; Temperatura: 0 a 12ºC psicrófita / 12 a 36ºC mesofílica / à cima de 36ºC termofílica O H é um regulador, ele livre determina a capacidade de oxirredução da solução. Aeração Aeróbicas> utiliza O2 com aceptor final de elétrons na cadeia respiratória. Precisam neutralizar o efeito do oxigênio, produzindo peroxidase (enzima catalítica, faz a quebra de H2O2 liberando H2O e O2) Anaeróbicas> quando o aceptor final de hidrogênio não é o oxigênio, é uma outra matéria orgânica, como o Nitrogênio. Não é fermentação! Bactéria Catalase positiva: peroxidase- é aquela que decompõem o H2O2 em 2H2O e O2. A água oxigenada degrada, atrapalhando a cicatrização, produzindo queloide. Bactéria Catalase negativa: Não produz peroxidase em seu citoplasma Bactéria anaeróbica facultativa: Pode vivem tanto na presença como na ausência de oxigênio. Não utiliza o O2 como aceptor final, mas tolera a presença dele. Tem peroxidase induzida pelo O2, e se jogar H2O2 ela morre, porque é catalase negativa. Apena produz peroxidase para se livrar do H2O2. O Stafilococcus áureus é uma bactéria facultativa Bactéria anaeróbica facultativa fermentadora: a fermentação é um processo alternativo, uma forma de obter energia. Os elétrons do ácido pirúvico, quando em altas concentrações orgânicas são desviados para a molécula orgânica, depois matéria orgânica reduzida e então matéria inorgânica. Ex.: ácidos, álcool, acetona, C02. O S mutans é uma bactéria anaeróbica facultativa fermentadora. Curva de crescimento Bacteriano Essa flutuação acontece para todas as espécies de bactérias, mesmo aquelas que nos colonizam. Mesmo sendo resisdentes, elas passam por esse ciclo! Quem seleciona a flora normal permanente é a característica genética do hospedeiro. Essa flora só irá mudar se mudar as características endógenas do hospedeiro mudarem. É um indicativo de doença. dependendo da flora que está presente, você sabe se está normal ou não. Dentro da flora permanente existem microrganismos indígenas: é aquele que é próprio de um determinado tecido e/ou hospedeiro. Ex.: o S epidermides está presente na pele dos seres humanos, sendo ele um microrganismo indígena da espécie humana. S. mutans também é um exemplo O termo indígena não pode ser usado apenas para a flora normal, existem algumas bactérias patogênicas indígenas de determinadas espécies, como as bactérias causadoras da sífilis. Aderência: as bactérias que conseguem se aderir serve de sítio de ligação para outros microrganismos se ligarem, a esse evento, chamamos de agregação, formando o BIOFILME; Na boca, predominam cocos e bacilos Gram Positivos, sendo os cocos, 60 a 70% da microbiota bucal. Nos adultos ocorre predomínio de bactérias anaeróbias facultativas, seguida dos aeróbios e anaeróbios restritos. Fase Lag: sem divisão celular, onde ocorre adaptação Fase exponencial: crescimento exponencial, muita divisão celular Fase estacionária: a fase de crescimento é igual a taxa de morte Fase de decaimento: declínio de crescimento. Mais morte do que divisão No intestino predominam as bactérias anaeróbicas restritas ou facultativas Gram Negativas. Exemplos microbiota normal: ➔ Pouco numerosa: pele, uretra, duodeno, jejuno. ➔ Moderada: couro cabeludo, axilas, face, fossas nasais ➔ Muito numerosa: saliva, trato intestinal, trato respiratório superior Microbiota normal do olho é controlada pelo fluxo de lágrimas, que contém lisozimas. Mecanismo Microbiano de Patogenicidade Para causar doença, o microrganismo precisa obter acesso e invadir os tecidos do hospedeiro, penetrar ou evadir suas defesas e causar lesões. Alguns microrganismos não causam doenças pelas lesões, e sim pelo acúmulo de produtos tóxicos. As portas de entrada são mucosas, pele e via parenteral. A maioria penetra através do trato respiratório e gastrointestinal, além de aberturas na pele, folículos pilosos e glândulas sudoríparas também serem uma boa via. A via parenteral, quando as barreiras da pele são diretamente lesadas e penetradas, com punções, agulhamento, picadas, cortes e ferimentos. Uma vez que o patógeno penetra no hospedeiro, ele tende a se fixar no tecido por meio de adesinas ou ligantes complementares de superfície. As adesinas podem estar no glicocálice do patógeno, como em suas fímbrias, pili e flagelos. Portas de entrada Membranas mucosas Penetração ou evasão das defesas do hospedeiro Lesão as células do hospedeiro Trato respiratório Cápsula Causam efeitos TGI Parede celular Citopáticos Trato Geniturinário Enzimas Lesão direta Conjuntivo Toxinas Pele Hipersensibilidade Via parenteral A propriedade de se aglomerar, aderir em superfícies e absorver nutrientes é chamada de biofilme. As cápsulas também aumentam a virulência; e As paredes bacterianas de certas bactérias contém substâncias químicas que contribuem para a virulência. Ex.: proteína M e proteína Opa A produção de enzimas extracelulares, EXOENZIMAS, que podem dissolver os materiais entre as células e formar ou dissolver coágulos sanguíneos. As coagulases coagulam o fibrinogênio no sangue, protegendo a bactéria da fagocitose. As quinases degradam a fibrina e dissolvem o coágulo para isolar a infecção. A hialuronidase degrada o ácido hialurônico (mantém unidas as Nº de micróbios invasores Aderência células no corpo) provendo sua disseminação. As colagenases rompem o colágeno do tecido conjuntivo. As hemolisinas degradam hemácias. Endotoxinas: são enzimas/proteínas de natureza tóxica que não são excretadas. Exotoxinas: produz toxinas no meio em que está. Ex.: toxina butulínica. *febre de hora marcada. A variação antigênica é a alteração do antígeno de superfície, inibindo a ação das células do sistema imunológico. Isso se dá pela ativação de genes alternativos. A penetração no citoesqueleto das células do hospedeiro através das evasina, que são proteínas que se fixam na membrana celular, promovendo sua entrada. Como os patógenos lesam as células? 1. Usando seus nutrientes 2. Causando lesão direta as vizinhanças imediatas da lesão; 3. Produzindo toxinas, transportadas pelo sangue e linfa, se disseminando; 4. Induzindo reações de hipersensibilidade. Microrganismos Indígenas: maioria pertence à flora normal- transitória; Doenças de interesse clínico e odontológico Streptococcus Grupos de Lancefield: 23 sorogrupos, diferentes respostas Grupo A, Beta hemolisina (S. pyogenes) Grupo B, Alfa hemolisina (S. agalactie) Grupo C, Alfa ou Gama hemolisina (S. pneumoniae) diferentes linhagens Grupo D, bactérias bucais (S. mutan) Streptococcus pyogenes É uma bactéria Gram Positiva que pode ser encontrada naturalmente nas pessoas, principalmente na boca, garganta e sistema respiratório. Pode ser facilmente transmitido de pessoa para pessoa. São cocos que pertencem ao Grupo A de Lancefield. É P RINCIPAL REPRESENTANTE DO GRUPO DOS BETA HEMOLÍTICOS! Promove inflamação, é sensível à Bacitracina (antibiótico, polimixina). 99% das amigdalites estão associadas a essa bactéria. Faringites também são frequentes. Os principais sintomas da faringite bacteriana são dor de garganta intensa, aparecimento de carocinhos doloridos no pescoço,dificuldade para engolir, perda do apetite e febre alta Coccus Gram Positivos: anaeróbicos facultativos, catalase negativa, hemolíticos (total e parcial) Hemólise: total→ Beta / parcial→ Alfa / ausente→ Gama (cresce no meio do sangue, mas não produz halo) A amigdalite por S. pyogenes causa dor de garganta, dificuldade para engolir, perda de apetite e febre, presença de pontos brancos na garganta, sendo indicativo de inflamação por bactéria ➔ Síndrome do choque tóxico: Há febre, mal-estar e outros sintomas inespecíficos seguidos de hipotensão, choque séptico e insuficiência de múltiplos órgãos. A taxa de mortalidade é alta, chegando a 50%; uma das complicações da doença estreptocócica, é a febre reumática. Após resolução da doença infecciosa, há inflamação do coração e articulações. Julga-se que a causa é a semelhança de alguns antígenos do S.pyogenes com moléculas presentes no coração e articulações. Após a resposta vigorosa contra a infecção pelo microrganismo, o sistema imunológico ataca suas próprias estruturas do indivíduo. ➔ Febre reumática: “reuma”: pus, “ismo”: sangue → reumatismo ASO: Anti- streptolisina do tipo “O” é um exame, quanto maior o ASO, maior quantidade de Proteína C gerando fator reumatoide → aumento de infecções/ reações cruzadas, como as cardiovasculares. A proteína C é reativa. Reage com o Carboidrato C. Fator reumatoide é um anticorpo relacionado ao Fator M, que também é uma proteína. Streptpcoccus pneumoniae É um coco Gram Positiva (altamente dependente se peptídeoglicanos), se apresenta aos pares ou em pequenas cadeias. Quando aos pares, lembram uma chama de vela. Não produz catalase e são usados Beta Lactâmicos para o tratamento- Penicilinas, Cefalosporinas, Tienamicinas e Aztionam. No segundo dia de tratamento ocorre pico de febre, causada pelas toxinas perante à lise celular. Os principais fatores de virulência incluem a cápsula (mais preocupante), parede celular e várias proteínas na superfície da célula ou no seu citoplasma. Na vacina, a técnica mais usada é a de intumescimento capsular. São bactérias da flora normal (sem cápsula), encontrada na orofaringe e nasofaringe. É comum haver casos de otite média aguda e pneumonia. Em crianças de até 2 anos, é o segundo nos casos de meningite. Staphylococcus Gram Positivos, aeróbicos- cachos+ cocos Gram. Habitam na pele e mucosas, em determinadas circunstâncias toleram ambiente sem O2; Espécies patogênicas: são invasores Alfa e Beta Hemolíticos, possuem coagulase, produzem pigmento amarelo, induzem respostas inflamatórias. Ex.: S. áureus. Flora normal: não são hemolíticos, são coagulase negativa, produzem pigmento branco. Estão presentes nas infecções oportunistas, como espinhas. Ex.: S. epidermides. As duas espécies citadas à cima são oportunistas, a diferença é a patogenicidade. A evolução clínica irá dizer qual é a bactéria. Patogênese: Superficiais ➔ Hordéolo: infecção das glândulas que margeiam as pálpebras, o processo inflamatório gera pus. Conhecida como viúva. ➔ Foliculite: infecção de um único folículo piloso (pelo encravado) +comum: S. epidermides. ➔ Furúnculo: infecção do folículo piloso e dos tecidos adjacentes. + comum: S. áureus ➔ Impetigo: são lesões ulcerativas em mucosas associadas as toxinas de duas bactérias: Staphylococcus áureus + Streptococcus pyogenes. É uma doença infectocontagiosa e a cicatrização se dá de 15 a 20 dias. Se atingir a cronicidade podem se tornar crostrozes. É bastante comum em crianças com leucemia, anemia e diabetes. ➔ Escarlatina: é tóxica na corrente circulatória. Provoca resposta imunológica, desenvolvendo erupções cutâneas e inflamatórias. Curiosidade: quem desenvolve escarlatina não desenvolve febre reumática. ➔ Erisipela: ulcerações na superfície da pele, onde ocorre acúmulo de líquidos. Estão associados às varizes, podendo levar a necrose. Corynebacterium diphiteriae É um bacilo Gram Positivo em forma de clava, tende a formar arranjo que lembram letras chinesas. Facultativo anaeróbio. Faz parte da flora natural. É classificado em três tipos: mitis (formas leves), intermedium (intermediárias) e gravis (graves) de acordo com a doença difteria. Nos países que praticam a vacinação, ela é controlada de maneira regular. Sendo a vacina, toxóide- tríplice-bacteriana. A toxina dessa bactéria pode levar a necrose tecidual, e quando cai na corrente circulatória, compete no ciclo da acetil-colina. A difteria acontece justamente por conta da toxina, e a porta de entrada desse micróbio são as vias aéreas. A região orofaringe é seu o local preferido, causa uma resposta imunológica no indivíduo, NECROSE+LÍQUIDO= fechamento da glote/ parada respiratória. O bacilo pode causar infecção em diferentes órgãos. Mas a forma clínica mais importante da difteria é a faríngea, pela inalação de aerossóis, uma vez que a toxina atinja a corrente sanguínea, ela pode atingir o caração, rins e nervos. Os que não produzem toxina podem colonizar a garganta e causar uma faringite local, sem maiores consequências. A difteria é mais comum em crianças com idade inferior a dez anos. O tratamento ácido impede a ligação no receptor; produção de anticorpos pela vacina tríplice bacteriana. Quando ocorre uma janela imunológica muito longa, a memória vai embora por falta de interação com o patógeno. Tratamento e controle: neutralizar as toxinas e erradicar as bactérias dos focos de infecção, sendo o primeiro objetivo é atingido pelo emprego do roso antidiftérico preparado em cavalos e o segundo pelo emprego de antibióticos, como a penicilina. A profilaxia com a vacina com o toxóide pode ser realizada nos primeiros meses de vida. Clostridium Tetaniae São bactérias anaeróbica restritas, catalase negativa. Se apresentam na forma de bacilos, Gram Positivos e esporulados. A formação de esporos está vinculada à presença de oxigênio. Ela vive no intestino de animais vertebrados, como caprinos, bovinos, animais domésticos e humanos. Através da defecação, quando essa bactéria cai na natureza, ela esporula, circulando no solo e na água. Pode entrar em contato com o hospedeiro humano através de um ferimento em contato com o solo ou água contaminados, nessa hora se inicia a germinação do esporo. Hospedeiro → ferimento → contato com solo ou água contaminada → invasão no tecido lesionado → germinação do esporo → processo inflamatório → diminuição da contração de O2 Como proceder em casos assim? Lavar bem o ferimento, dar uma dose da vacina para evitar a proliferação da toxina e administrar antibiótico. Mas nem sempre seguir esse protocolo pode dar certo, pois a vacina do paciente pode não estar em dia, ou pode não dar tempo de produzir anticorpo, pode haver muita concentração de células, e quando ocaso clínico já está bastante avançado. Não se deve administrar água oxigenada, pois ela induz queloide. No processo inflamatório, os esporos ficam em condições vegetativas, produzindo toxina tetânica, que cai na corrente circulatória, chega nos tecidos mais irrigados e se liga nos receptores da Acetilcolina nos músculos, responsáveis pelo relaxamento muscular. Quando essa toxina se ligar, vai ocorrer a contração e o músculo não relaxa mais. Quando atingidos, os músculos faciais, pode atingir o peitoral e o abdômen, causando morte. Bordella pertusis É um cocobacilo, aeróbio estrito que possui flagelos (ag H) e cápsula (ag K), libera enzimas com atividade proteolítica. É o causador da coqueluche. Ele rpodus uma série de fatores d evirulência como adesinas com a capacidade de aglutinar hemácias, e toxinas (não há evidência de que ela participe da manifestação da coqueluche), Seu modo de invasão se dá pela inalação da célula por aerossóis, adesão as células ciliadas e aos fagócitos do epitélio respiratório e produção de toxinas. Após o período de incubação, vem a fase catarral, que durade 2 a 4 semanas. Seu habitat são as mucosas humanas, possuindo preferência pela região orofaríngea. Pode acometer o trato respiratório chegando no tecido pulmonar. A grande migração de células de defesa produz pus. O indivíduo começa a tossir para expulsar o catarro. É chamada de tosse comprida, ou tosse violenta. Ocorre dificuldade para respirar, o que acaba culminando em vômito, gerando uma parada respiratória. Vacina Tríplice Bacteriana (DPaT): ➔ É constituída de antígenos protetores contra a difteria, coqueluche e tétano; ➔ É composta por dois toxóides: tetênico e diftérico e antígenos purificados da bactéria morta que causa coqueluche ➔ O princípio das vacinas conjugadas é que não necessita de reforço, pois ocorre a indução a uma resposta duradoura. ➔ Difteria – Doença grave que causa infecção na garganta com o surgimento de placas na orofaringe, podendo atingir também o coração, o sistema nervoso central, os rins e o fígado. Os sintomas principais são causados pelo toxoide diftérico produzido pela bactéria. ➔ Coqueluche – Doença grave, responsável por grande mortalidade entre lactentes. Causa infecção do trato respiratório e caracteriza-se por acessos de tosse intensos, com prejuízo significativo do estado geral. Muito grave em crianças, especialmente nos menores de 1 ano, ocorre também em adultos, na maioria das vezes com quadros de tosse seca prolongada. ➔ Tétano – virtualmente inexistente em países desenvolvidos graças à vacinação. Ocasiona quadro grave de hipertonia e espasmos musculares que podem levar ao óbito. Ocorre após ferimentos profundos ou, após o nascimento, com contaminação do coto umbilical em filhos de mães não imunizadas. ➔ A vacinação básica consiste na aplicação de três doses, a partir dos 2 meses de idade, com intervalos de dois meses entre as doses. O primeiro reforço deve ser aplicado 12 meses após a última dose da vacinação básica e o segundo reforço após 18 meses do primeiro reforço. A partir daí os reforços devem ser dados a cada dez anos. Clostridium botulinium Vive no solo, em anaerobiose produz a toxina botulínica, que é bem menos agressiva que a toxina tetênica. A intoxicação se dá por alimentos enlatados e diretos do solo. Quando a toxina se liga no receptor, a músculo relaxa e não contrai mais. Pode iniciar nos músculos faciais e ir para o peitoral, causando problemas respiratórios. Ele é muito resistente a altas temperaturas, onde a toxina permanece ativa. É de total importância fazer a pasteurização imediatamente após a colheita dos alimentos. É comum encontrar latas estufadas, sinal de que a bactéria está metabolizando. Ex.: palmitos, ervilhas, feijões enlatados. Clostridium bactérim perfinges Também vive no ambiente, como solo e água, sendo bastante comum em ambientes silvestres. Por isso deve-se cuidar com ferimentos nas florestas, pois pode causar necrose na área lesionada. A bactéria segue uma trajetória na placa muscular pela corrente circulatória, necrosando pela ação da toxina, através da fermentação da bactéria. É muito comum em abortos clandestinos, onde usa-se materiais não esterilizados. Neisséria Diplococos Gram Negativos, sendo semelhantes a grãos de feijão. Algumas espécies apresentam cápsula. Todas são oxidase positiva e catalase positiva. Todas são aeróbicas, tendo a temperatura ideal entre 35 a 37ºC. as espécies patogênicas só crescem em ambientes enriquecidos. Incubação de atmosfera úmida e contendo 5% de CO2 auxilia no seu cultivo. Com exceção de N. gonorrrhoeae e N. meningitidis, as espécies de Neisséria não são patogênicas, fazem parte da microbiota humana da naso faringe e oro faringe. Reramente podem causar infecções em outros órgãos. N. gonorhroeae É sempre considerada patogênica, podendo infectar a mucosa genital, anal e da orofaringe, e conjuntiva de recém-nascido. As diferentes associações com as mucosas são pelo fato de existirem diferentes formar de transmissão. É um diplococo Gram Negativo e não apresenta cápsula. É bastante sensível as condições ambientais adversas, sofrendo autólise facilmente. Não secreta toxinas, mas tem fatores de virulência relacionados a adesão e invasão. A gonorreia primária coloniza região orofaríngea, mucosa ocular e região urogeniral, quando evolui para a secundária, ela atinge as meninges, podendo haver cegueira irreversível. Nas infecções urogenitais pode haver infecções no útero, ovário e peritônio. Após o contato sexual, os sintomas podem aparecer já nas primeiras 8 horas. As respostas inflamatórias produzem granulomas e pus em alta quantidade. O primeiro estágio ocorre pela aderência as microvilosidades do epitélio ciliado. Após essa adesão, ocorre outra, mais íntima e forte. O segundo estágio é a entrada do patógeno na célula epitelial por endocitose. O terceiro estágio é a continuação da sua proliferação, causando danos celulares observados na infecção, estimulando TNF+ proteases e fosfolipases. Promove o crescimento de anticorpos. É importante saber que a bactéria não atravessa a barreira placentária, mas no momento do parto, pode atingir os olhos do bebê, causando oftalmite neonatal (cegueira irreversível). As sequelas que a doença pode causar sâo: esterilidade, principalmente em mulheres. N meningitidis Também conhecidos como meningococos, diplococos Gram Negativos, apresenta as mesmas características dos gonococos, porém, apresentam cápsula polissacarídica, antifagocitária, sendo importante na virulência. É uma bactéria muito dependente de peptídeoglicanos. Essas bactérias podem causar meningite. Elas possuem deficiência no transporte de elétrons, tendo o potencial de oxirredução limitada- enzima citocromo oxidase. As vacinas contra essa bactéria podem ser tipadas em sorogrupos, sorotipos e subtipos. Inicialmente ele se adere a mucosa da nasofaringe e promove sua adesão, permitindo que ele atinja a corrente circulatória. Pode secretar endotoxina na corrente sanguínea, ocorrendo choque séptico na meningoccemia; Quando a meningite é causada por bactérias, a inflamação produz um líquido amarelo. Quando causada por vírus, produz um líquido com a cor de água de arroz. Na corrente circulatória, causa vasodilatação, fazendo aparecer manchas vermelhas no corpo. Seguido dos sintomas: rigidez na nuca, e vômito (causada pelo bloqueio de sinapse). Possui grande diversidade de sorotipos, sendo no Brasil mais comum a A, B e C. nos adultos A e B, nas crianças o C. a vacina aintimeningocócica do tpo B é produzida com extrato de células mortas, e um fato interessante é que de cada 100 crianças, 60 não ficam imunizadas. Mesmo assim, a vacinação em massa diminui o índice da doença A penicilina é escolhida para tratar meningite, mas ela não é tão capaz de atravessar a barreira hematoencefálica integra, mas uma vez a infecção instalada ela atravessa rapidamente. As cefalosporinas podem ser utilizadas como segunda opção de tratamento. É COMUM ACOMETER CRIANÇAS NA FASE ESCOLAR. Haemophylus influenzae Atinge crianças à cima de 4 anos, causando somente infecções de garganta que geralmente vem após resfriados. Ele circula na população e em bebês de 0 a 2 anos pode causar sintomas brandos, deixando no estado febril. E após 15 dias de infecção outros sintomas aparecem com força. A vacina é Anti HB, sendo a mais circulante no Brasil. Bactérias do gênero treponema Todos são bacilos espiralados altamente dependentes de peptidioglicano. São anaeróbicos facultativos, fazem parte da nossa flora normal, principalmente no biofilme dental. A flora patogênica: treponema palidum- causador da sífilis pode ser transmitida via placentária e via parietal. Pode entrar no organismo através de relações sexuais. Sendo seus sintomas, no homem: a fase primária- de centro, aparecimento de cancro sifilítico; na mulher: afetam os tecidos endovaginais, clinicamente nãoaparente. A lesão primária tem evolução expontânea e dura entre 2 a 3 semanas, depos DESAPARECE. A bactéria cai na corrente circulatória e se dissemina, buscando seus tecidos preferenciais: mucosas. A reação tecidual contra os antígenos causam lesões eruptivas na pele, chamadas de rosáceas sifilíticas, aparecendo principalmente em tórax e região costal. A fase secundária dura de 8 a 15 semanas, com aparecimento de lesões em todas as mucosas. Agora, sendo possível observar em homens e mulheres. Nessa fase, é uma doença fácil de se tratar, pois responde muito bem à antibióticos. Logo, as lesões desaparecem expontaneamente, mas fica circulando no corpo. Mais ou menos 8 anos depois, começam a aparecer os sintomas clínicos terciários, havendo comprometimento cardiovascular e esquelético. Quando uma mãe é portadora, a criança gerada já irá nascer com a doença na fase terciária, e com problemas encefálicos. Característica dos principais grupos de antibacterianos Antibacterianos B-Lactâmicos Inibem a síntese da parede celular bacteriana ao se ligarem e inativarem uma enzima chamada proteína ligadora de penicilina (PBP penicillinbindingproteina). São eles: Penicilinas, Cefalosporinas, Carbapenêmicos, Monobactâmicos, Inibidores de B-Lactâmicos. As bactérias gram-positivas possuem uma parede celular simples, composta por várias camadas de peptidioglicano, já as bactérias gram-negativas possuem uma parede celular mais complexa, formada por lipopolissacarídeos, fosfolipídios, proteínas e uma camada menor de peptidioglicano. Um ponto importante a ser lembrado é que com o passar do tempo algumas bactérias desenvolveram a capacidade de produzir enzimas capazes de provocar a hidrólise dos medicamentos antes que eles atinjam seu sítio ativo, um exemplo são as beta-lactamases, elas destroem o anel beta-lactâmico dos antibióticos, causando resistência. Penicilinas É um dos melhores antibacterianos disponíveis se considerarmos sua alta atividade e baixa toxicidade em humanos. Ele inibe a síntese da parede celular das bactérias em multiplicação. A elevada pressão osmótica intracelular não consegue se manter sem a parede. A entrada de água faz com que a célula sofra ruptura. Ela é ativa contra cocos e bacilos Gram +, cocos Gram – e espiroquetas. Não apresenta atividade satisfatória contra bacilos Gram Negativos (explicada pela dificuldade da Benzilpenicilina atravessar a membrana). As penicilinas podem ser usadas no tratamento de infecções causadas pelos: Streptocccus Pyogenes; Streptococcus Agalactie; Streptococcus Pneumoniae; Neisseria Meningitidis; Neisseria Gonorreae; Corynebacterium spp; Treponemas, borrelias, leptospiras Anaeróbios: Veillonela spp, Actinomyces spp e Clostridium spp. Cefalosporinas As cefalosporinas são frequentemente prescritas na prática clínica, elas possuem amplo espectro de ação, são facilmente administradas, possuem baixa toxicidade e, além disso, apresentam perfil farmacocinético favorável. Apesar de apresentarem extensa e diversificada farmacologia suas principais características podem ser descritas de forma sucinta e clara. A presença do anel é essencial para a atividade antimicrobiana. São frequentemente prescritas para tratar as seguintes doenças: infecções de pele, partes moles, faringite estreptocócica, infecção urinária e profilaxia de várias cirurgias. As cefalosporinas são classificadas em gerações (1°, 2°, 3° e 4°) de acordo com a atividade antimicrobiana. Não atravessam a barreira hematoencefálica.
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