Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Genética Aula 1 – 10/09/2019 Mutações e Polimorfismo MUTAÇÕES É uma mudança na sequência dos nucleotídeos ou no arranjo de DNA (nuclear ou mitocondrial). Ocorrem aleatoriamente, não são direcionadas e podem ter um efeito benéfico, prejudicial ou neutro (as consequências são vistas depois). Mutações genômicas: Alterações que envolvem o número de cromossomos intactos. 44, 45, 47, 48 cromossomos em um cariótipo; Aneuploidias: alteram 1 ou 2 cromossomos para mais ou para menos. É o tipo de mutação mais frequente. Causa: não segregação meiótica (ou seja, erro na meiose – não ocorre separação dos cromossomos homólogos ou das cromátides irmãs). Taxa de erro: 1:25 ou 50 divisões celulares; Relacionado diretamente com a idade materna (acima de 35 anos é uma gravidez considerada de risco). Ex. Síndrome de Down: -Trissomia do cromossomo 21 (3 cópias dele no cariótipo); -Indivíduo tem 47 cromossomos; -Afeta tanto o sexo masculino quanto o sexo feminino; -Incidência geral: 1:800 nascidos vivos; -Quanto maior a idade materna, maior é a frequência de ter um filho com síndrome de Down. Fenótipo: -Aspectos faciais dismórficos (prega epicantal, ponte nasal baixa, língua protusa, e boca sempre aberta); -Hipotonia; -Estrutura baixa; -Prega simiesca. Mutações cromossômicas: Alteram a estrutura de cromossomos específicos. O número de cromossomos no cariótipo não sofre alterações (continuam 46 cromossomos). É a mais rara. Incidência: 1:700 Tem 4 tipos: Duplicações: Ocorre uma duplicação em uma região de um cromossomo; Aumenta a quantidade de genes e não o número de cromossomos. Deleções: -Ocorre uma perda de uma região de um cromossomo; -Perda de genes; -Deleção é sempre pior que a duplicação; -2 tipos: Deleção terminal: deleção de um fragmento / região da extremidade do cromossomo; Deleção intersticial: deleção de uma região central do cromossomo. Tem uma posterior união das partes onde essa deleção estava. Inversões: -O cromossomo sofre 2 quebras. A região entre as quebras sofre um giro de 180º e se insere novamente no cromossomo; -2 tipos: Inversão pericêntrica: centrômero faz parte da região entre as quebras; Inversão paracêntrica: centrômero não faz parte da região entre as quebras. Translocações: -Pareamento entra cromossomos não homólogos na meiose, acontecendo a troca de material genético entre esses cromossomos não homólogos; -Ex. Cromossomo com a maior quantidade de genes do cromossomo 4 é chamado derivado do 4. Cromossomo com a maior parte do 20 (com a maior quantidade do cromossomo menor) é chamado de derivado do 20. Mutações gênicas: Alteram a sequência de DNA dos genomas nucleares ou mitocondriais. Causas: -Erro na replicação do DNA (bases pareadas erradas, DNA polimerase não corrige o erro na revisão – cerca de 0,01% de erro); -Lesões do DNA (naturais ou fatores mutagênicos do ambiente) e falha no sistema de reparo (alteração permanece no DNA): Depurinação: perda de uma base púrica (A ou G); Desaminação: perda de um grupo amino (NH2 / NH3); Desmetilação: perda de um grupo metil (CH3). Tipos: Substituição de nucleotídeos (ocorre mutação pontual - troca de um nucleotídeo por outro): -Mutação de sentido errado: Na figura: ocorreu uma mutação de ponto na qual houve uma troca de A por C. Com isso, ao invés de formar uma valina, formou-se uma glicina na proteína final. Ocorreu a troca de aminoácidos, alterando a proteína (que não desempenha a função que deveria); Produzo uma proteína diferente da que eu queria produzir; Ex. Hemoglobinopatias (anemia falciforme). -Mutação de término de cadeia: Na figura: A mudou para T. Na hora de produzir o RNAm, a mutação de ponto criou um stop códon prematuro, produzindo uma proteína menor; ou depois, destruindo um stop códon e produzindo uma proteína maior; RNAm é menor, instável e é destruído. -Mutação no processamento de RNA: Mutações que ocorrem no splicing; A região da junção éxon-íntron é reconhecida por enzimas e é uma região de sítio de quebra para a retirada dos íntrons; Se ocorrer uma mutação de ponto nessa junção éxon-íntron, a enzima não reconhece mais esse sítio; Na figura: GG virou GC, as enzimas não reconhecem mais o sítio de quebra, com isso a sequência fica maior e com íntron no meio dela (não vai ser funcional); Pode ocorrer uma substituição de bases no meio do íntron também, podendo criar um sítio de quebra. -Hotspots: Pontos quentes de mutação; Transição: troca entre bases nitrogenadas da mesma classe; Transversão: troca entre bases nitrogenadas de classes diferentes; Na teoria, a transversão deveria ser mais frequente, porém na prática é a transição; A mutação do par CG compreende 30% de todas as mutações do DNA: >Quando tenho um par CG (citosina seguida de guanina) na fita de DNA, esse par é um ponto quente de mutação; >A C sofre um processo de metilação, ou seja, adiciona-se um grupo metil e ela se transforma em 5-metilcitosina; >A 5-metilcitosina perde o grupo amino e se transforma em uma timina. Deleções e inserções: -Pequenas deleções e pequenas inserções: Mutações por mudança da matriz de leitura; Deleção ou inserção não múltiplo de 3, levando a uma leitura errada da fita, pois sempre tem que ler de 3 em 3 bases; Se ocorrer uma deleção ou inserção múltiplo de 3, é menos prejudicial, pois altera uma trinca só. -Grandes deleções e grandes inserções: Muitos pares de base deletados ou duplicados; Ex. Deleções dentro do gene da distrofina (maior gene dentro do nosso corpo): >Distrofia muscular de Duchenne: gene DMD – distrofina localizada no cromossomo X; >Fenótipo: hipotonia, hipertrofia da panturrilha (por gordura), 1/3 dos pacientes podem ter comprometimento intelectual. -Efeito de recombinação / crossing over: Envolve deleção ou duplicação mediada por recombinação entre sequências de DNA idênticas ou similares; Ex. Recombinação de membros da família Alu no gene LDLR. Quando genes LDLR vão se parear e tem muitos membros da família Alu, eles se pareiam errado (membro 1 da família Alu pareia com o membro 3 da família Alu, por exemplo) e ocorre o crossing-over, e depois um cromossomo tem deleção e o outro cromossomo tem uma duplicação desse gene (erro no crossing-over); Causa hipercolesterolemia familiar (aumento hereditário do colesterol). Mutações dinâmicas: Amplificação de sequências de repetição de trinucleotídeos; Alguns genes são formados por trinucleotídeos. Com isso, tenho que ter a quantidade exata, se tiver uma quantidade maior, pode levar a uma doença; Correlaciona-se o número de sequências e a gravidade do fenótipo, ou seja, quanto mais sequências repetidas, maior é o agravo da doença; Tende a aumentar de tamanho de uma geração para outra; Tem outras doenças que a idade da manifestação da doença depende diretamente da quantidade de sequências repetidas; Para cada doença tem um tipo de trinucleotídeos; -Ex. Síndrome do X frágil: Gene FMR1 – tem o trinucleotídeos CGG (normal); Principalmente na gametogênese paterna, ocorre uma amplificação da sequência CGG; Normalmente com 50 cópias, a pessoa desenvolve essa doença; Afeta mais meninos do que meninas; Todo X frágil tem autismo, deficiência intelectual e não são sociáveis. POLIMORFISMO GENÉTICO A mutação se torna um polimorfismo genético quando uma variante é tão comum que é encontrada em mais de 1% de cromossomos na população geral/mundial. Quando a mutação surge, mas não atinge esse 1% ela é chamada de variante rara. São classificados de acordo com a sequência de DNA que varia entre os diferentes alelos. Polimorfismo de nucleotídeo único (SNP): É o tipo mais comum e simples. Possui 2 alelos: um normal/selvagem e um alelo que surgiu por mutação do alelo normal. A única coisa que muda entre eles é uma base nitrogenada. Causado por uma mutação de substituição de nucleotídeos. Polimorfismo por inserção-deleção (indels): Causado por deleção ou inserção/adição de 2 a 100 nucleotídeos. Dividido em: Indels simples: tem 2 alelos; presença ou ausência do segmento inserido ou deletado. Indels multialélica: tem vários alelos; dentro dessa classe tem um número variáveldo segmento de DNA que é repetido em tandem. É dividido em microssatélites (STRP – polimorfismo por curtas repetições em tandem) e minissatélites (VNTR – polimorfismo por número variável por repetições em tandem). Análise por microssatélite por PCR: Polimorfismo no número de cópias (CNPs ou CNVs): É uma variação do número de cópias de grandes segmentos (de 200 a 2 mil pares de bases). Não da para ser visto por sequenciamento e nem por cariótipo. Podem ter 2 ou múltiplos alelos, dependendo da quantidade de cópias presentes.
Compartilhar