Prévia do material em texto
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA – COLETÂNEA Características Físicas COR - Reflexão da luz em partículas minúsculas (coloides); - Também pode ser causada pelos sólidos dissolvidos, pela decomposição da matéria orgânica, ferro e manganês; - Matéria orgânica – Substâncias húmicas: conjunto de compostos orgânicos de elevado peso molecular, de origem predominantemente vegetal e de dimensões coloidais, constituindo-se de ácidos fúlvicos, ácidos himatomelânicos e ácidos húmicos; - Matéria orgânica – Substâncias não húmicas: proteínas, carboidratos, algas e seus produtos metabólicos, aminoácidos, ácidos carboxílicos e hidrocarbonetos; - Causas antrópicas: resíduos industriais e esgotos domésticos, lixiviação de vias urbanas e solos agricultáveis; - Em águas subterrâneas: ferro e manganês; - A cloração da água contendo matéria orgânica dissolvida pode formar trialometanos; - Os ácidos húmicos (maior peso molecular) formam complexos com metais (ferro), que são facilmente removidos por coagulação, porém formam maiores concentrações de THMs – Nesses casos, recomendam-se processos oxidativos; - Cor aparente: inclui uma parcela devida à turbidez (partículas suspensas); - Cor verdadeira: valor após centrifugação ou filtração com filtro de papel; - Valores inferiores a 5uC dispensam coagulação; - A cor é removida mais facilmente a pH mais baixo; - Geralmente são aceitáveis valores abaixo de 15 uC; - A cor verdadeira indica matéria orgânica, que pode ser mensurada pelo COT, oxigênio consumido, DBO, DQO e UV-254 nm. TURBIDEZ - Sólidos suspensos e contagem de partículas: mesma característica, porém de determinação mais cara); - Grau de interferência com a passagem da luz através da água, conferindo aparência turva; - Causas naturais: partículas de rocha, silte e argila (naturais ou por erosão antrópica), algas, microorganismos, matéria orgânica e inorgânica particulada; - Causas antrópicas: despejos domésticos e industriais, práticas agrícolas inadequadas; - Causas menos comuns: precipitação de carbonato de cálcio para águas duras, óxido de ferro e compostos de alumínio em águas tratadas; - Os sólidos em suspensão podem servir de abrigo para os microorganismos patogênicos, dificultando a desinfecção (efeito escudo); - Sólidos em suspensão também podem adsorver substâncias tóxicas como agrotóxicos e organoclorados; - Nos corpos d’água, a turbidez pode reduzir a penetração da luz, prejudicando a fotossíntese; - Valores abaixo de 20uT exigem apenas filtração lenta; - Limite máximo permissível: 1,0 uT (valores inferiores a 0,5 uT em 95% das amostras mensais). SABOR E ODOR - O sabor é a interação entre o gosto e o odor; - Causado por sólidos em suspensão, sólidos dissolvidos e gases dissolvidos, pela matéria orgânica em decomposição, microorganismos, despejos domésticos e industriais; - Águas superficiais: compostos orgânicos resultantes do metabolismo de alguns microorganismos, como algas, cianobactérias e actiniomicetos, decomposição de folhas e plantas aquáticas, lançamento de efluentes, lixiviação de solos agricultáveis; - Águas subterrâneas: geralmente por fenômenos naturais, ação bacteriana na decomposição anaeróbia de enxofre, sulfatos e sulfitos, gerando o ácido sulfídrico, além de redução de ferro e manganês, dissolução de sais minerais na percolação da água e intrusão da água do mar; - Compostos antrópicos: fenóis, nitrofenóis, cloro residual e resultante reação com compostos orgânicos, MTBE (aditivo misturado à gasolina); - Compostos naturais: MIB, geosmina (produzido por algas) – de difícil remediação, recaindo para a adsorção com carvão ativado; - Valores especialmente elevados podem indicar a presença de substâncias potencialmente perigosas; - Detecção empírica, Painel Sensorial e Limiar de Odor TEMPERATURA - Medição da intensidade de calor; - Causas naturais: transferência de calor por radiação, condução e convecção – clima e latitude; - Causas antrópicas: despejos industriais (indústrias de bebidas, águas de refrigeração de máquinas e caldeiras); - Elevadas temperaturas aumentam a taxa de reações físicas, químicas e biológicas, além de aumentar a solubilidade dos gases (oxigênio dissolvido); - Também está relacionada ao metabolismo dos organismos aquáticos, formação de subprodutos da desinfecção e à corrosão das tubulações; - Temperaturas elevadas aumentam a solubilidade de compostos que conferem sabor e odor, sendo a água assim rejeitada pelo consumidor; - Águas subterrâneas necessitam de unidades de resfriamento antes do abastecimento; - A etapa de coagulação é mais bem-sucedida a temperaturas mais altas. CONDUTIVIDADE ELÉTRICA - Capacidade que a água natural possui de transmitir corrente elétrica em função da presença de substâncias dissolvidas que se dissociam em ânions e cátions (usualmente ferro e manganês); - Relacionada à salinidade e a sólidos totais dissolvidos (STD); - Valores elevados de STD elevam a solubilidade dos precipitados de alumínio e ferro, o que influi na cinética da coagulação, além de afetar a formação e precipitação do carbonato de cálcio, favorecendo a corrosão; - Alta em regiões como elevadas taxas de evaporação e baixa intensidade pluviométrica; - Descargas elevadas de efluentes domésticos e industriais elevam a condutividade elétrica; - Soluções de compostos inorgânicos possuem condutividade elevada, enquanto compostos orgânicos não se dissociam em soluções aquosas; SÓLIDOS - Classificação quanto ao tamanho das partículas: sedimentáveis, em suspensão, colóides e dissolvidos (na prática – em suspensão e dissolvidos); - Sólidos em suspensão dividem-se em sedimentáveis e não sedimentáveis – retidos por um filtro de papel de tamanho arbitrário; - Sólidos dissolvidos: colóides e efetivamente dissolvidos – passam por um filtro de papel de tamanho arbitrário; - Classificação quanto a aspectos químicos: voláteis e não voláteis (fixos ou inertes); - Sólidos voláteis: fração orgânica que volatiliza a 550ºC; - Sólidos não voláteis: fração inorgânica que permanece. Características Químicas pH - Representa a concentração de íons hidrogênio, dando uma indicação sobre a condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade; - Causado por sólidos dissolvidos e gases dissolvidos, pela dissolução de rochas, absorção de gases da atmosfera, oxidação da matéria orgânica, fotossíntese e respiração de algas; - Origem antrópica: despejos domésticos (oxidação da matéria orgânica) e despejos industriais; - Influencia na solubilidade de diversas substâncias, e como consequência na cor e potencial de toxicidade; - Não implica na saúde humana, exceto valores extremamente elevados ou reduzidos (irritação da pele ou olhos); - Influencia a desinfecção: o pH governa a formação do ácido hipocloroso, que é mais eficiente na inativação dos microorganismos; - Influencia na coagulação com sais de ferro e alumínio; - A formação de trihalometanos é mais significativa a pH mais elevados; - pH baixo: corrosão; - pH elevado: incrustração; - Influenciam na vida aquática e microbiológica. ALCALINIDADE - Capacidade de neutralizar ácidos ou a capacidade de tamponamento; - Bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos; - Geralmente decorre de bicarbonatos, em especial, de cálcio e magnésio; - Causados por sólidos dissolvidos, da dissolução de rochas, reação de CO2 com a água ou despejos industriais; - Confere gosto amargo; - A redução do pH pode afetar microorganismos responsáveis pela depuração; - A alcalinidade, o pH e o teor de gás carbônicos estão inter-relacionados; - Processos oxidativos como a nitrificação tendem a consumir a alcalinidade, o que pode afetar a taxa de crescimento de microorganismos responsáveis pela oxidação; - Para o tratamento de água, a alcalinidade tem função primordial na coagulação, minimizando redução muito significativa do pH após a dispersão do coagulante. ACIDEZ - Capacidade de neutralizar bases e também tamponamento; - Devida principalmente à presença de gás carbônico livre; - De origem natural, como absorção de CO2 da atmosfera ouresultante da decomposição da matéria orgânica ou gás sulfídrico; - De origem antrópica, por despejos industriais ou passagem por minas abandonadas; - Pouco significado sanitário, mas desagradável ao paladar; - Corrosão das tubulações e materiais. DUREZA - Concentração de cátions multimetálicos em solução (cátions bivalentes como Ca+ e Mg2+); - Quando há supersaturação, esses cátions reagem com os ânions na água, formando precipitados; - Causada por sólidos dissolvidos pela dissolução de minerais contendo cálcio e magnésio ou despejos industriais; - Mais evidente em regiões de formação calcárea e menos evidente em terrenos arenosos ou argilosos; - Sem problemas sanitários, porém confere sabor desagradável e pode ter efeitos laxativos; - Reduz a formação de espuma, implicando maior consumo de sabão; - Causa incrustação; - Dureza não permanente: cálcio se associa ao bicarbonato, formando o carbonato, que precipita. Essa reação ocorre quando há o aumento de temperatura ou elevação do pH; - Dureza permanente: íons metálicos divalentes ligam-se a sulfatos, cloretos ou nitratos. Não pode ser reduzida por ebulição. SALINIDADE - Presença de sais minerais dissolvidos formados por ânions (cloreto, sulfato e bicarbonato) e cátions (cálcio, magnésio, potássio e sódio); - A estimativa da salinidade utiliza apenas cloretos, que estão relacionados também à condutividade elétrica. Portanto este parâmetro é o indicador mais confiável da salinidade de um corpo d’água; - Causas: intrusão de água do mar no aquífero freático, intemperismo de rochas, despejos de efluentes industriais ou domésticos; - Redução da salinidade: osmose inversa (tipo de filtração em membrana), destilação solar e troca de íons. FERRO E MANGANÊS - O ferro e o manganês estão presentes nas formas insolúveis no solo (Fe+3, Mn+3 e Mn+4). Na ausência de oxigênio dissolvido (como águas subterrâneas), eles se apresentam nas formas solúveis reduzidas (Fe+2 e Mn+2). Caso a água contendo formas reduzidas seja exposta ao ar atmosférico, o ferro e o manganês voltam a se oxidar às suas formas insolúveis, que precipitam, podendo causar cor e manchar roupas durante a lavagem; - Existem as ferrobactérias, que oxidam compostos de ferro e manganês (transformam solúvel em insolúvel). Esses microorganismos estão presentes em águas subterrâneas e em condições favoráveis, em reservatórios e lagos. Nos sistemas de abastecimento de águas, causam severas incrustrações nas tubulações por conta da própria biomassa ou pelos precipitados; - Esses compostos podem-se apresentar complexados à matéria orgânica, podendo favorecer a formação de subprodutos quando se efetua a pré-desinfecção com compostos de cloro; - Também podem afetar a tomada de água quando há inversão térmica, pois os metais precipitados atingem as camadas superficiais; - O precipitado de hidróxido de ferro é facilmente sedimentado ou filtrado, porém o dióxido de manganês apresenta flocos muito pequenos; - A remoção de ferro pode ser realizada por aeração (para favorecer a oxidação à forma insolúvel), coagulação ou pré-desinfecção com compostos de cloro; CLORETOS - Todas as águas naturais contém íons resultantes da dissolução de minerais, sendo os cloretos advindos da dissolução de sais. NITROGÊNIO - Fontes naturais: decomposição e excreção do fitoplâncton (principalmente cianobactérias) e das macrófitas, lise celular, proteínas, clorofila e outros compostos orgânicos; - Fontes antrópicas: lançamento de despejos domésticos (nitrogênio orgânico e amônia), industriais e de criadouros, assim como fertilizantes (nitrato) lixiviados; - Nitrificação: oxidação da amônia em nitrito e nitrato, sob condições aeróbias pelas bactérias Nitrosomonas; - Desnitrificação: redução do nitrato a nitrogênio gasoso, realizada pelas bactérias Nitrobacter sob condições anóxicas (ausência de oxigênio livre) - O nitrato está associado a doenças como metemoglobulina; - Em excesso, causa o crescimento desordenado de algas; - Algas, plantas aquáticas e cianobactérias consomem nitrogênio na forma de amônio e nitrato; - A conversão da amônia em nitrito e de nitrito em nitrato consome oxigênio dissolvido; - Em águas com pH elevado, ocorre a conversão no gás amônia, tóxica aos peixes; - Poluição recente: nitrogênio ou amônia; - Poluição remota: nitrato. FÓSFORO - Mais abundante que o nitrogênio – principal fator limitante no desenvolvimento das algas e plantas aquáticas; - Quase sempre apresenta-se na forma de fosfato, na forma orgânica ou inorgânica, particulada ou dissolvida; - Fosfato orgânico: apresenta-se complexado à matéria orgânica dos organismos aquáticos; - Fosfato inorgânico: lixiviação de rochas fosfatadas, degradação do hidróxido de ferro; - Em áreas naturais, as águas subterrâneas apresentam mais fosfato do que as superficiais, por conta da percolação; - Ortofosfatos e polifosfatos também encontram-se nas águas por efluentes domésticos e industriais, fertilizantes e lixiviação de criadouros de animais; - Relacionado a eutrofização; - Nutriente essencial para crescimento de microorganismos responsáveis pela estabilização da matéria orgânica. OXIGÊNIO DISSOLVIDO - De importância para os organismos aeróbios, que o utilizam para a estabilização da matéria orgânica; - Principal parâmetro de caracterização dos efeitos da poluição das águas por depejos orgânicos; - O OD de saturação é diretamente proporcional à pressão atmosférica, por isso regiões próximas ao nível do mar tendem a apresentar maiores concentrações de OD; - A salinidade também influencia no OD: quanto maior a salinidade, menor o valor de OD; - Cursos d’água de velocidade mais elevada favorecem o aporte do oxigênio da atmosfera; - Em lagos e reservatórios, o OD pode superar o de saturação em dias de intensa atividade fotossintética; - Redução do OD por causas naturais: respiração e degradação da matéria orgânica pelos organismos aquáticos, perdas para a atmosfera e oxidação de íons; - Em condições de anaerobiose, os compostos químicos são encontrados em suas formas reduzidas, solúveis no meio líquido. À medida que se eleva a concentração de OD, os compostos se precipitam, ficando armazenados no fundo. - Nos reatores anaeróbios o OD deve ser no mínimo de 1 mg/L. MATÉRIA ORGÂNICA - Proteína, carboidratos, gorduras e óleos; - Matéria carbonácea: divide-se em não biodegradável e biodegradável; - Não há necessidade de caracterizar a matéria orgânica em termos de proteínas, carboidratos, etc, utilizando-se assim métodos indiretos; - Principais categorias: Medição do consumo de oxigênio (DBO e DQO) e medição do carbono orgânico (COT); - A DBO e DQO indicam o potencial do consumo do oxigênio dissolvido. DEMANDAS QUÍMICA E BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO - Expressam a presença de matéria orgânica; - DBO: indica a intensidade do consumo de oxigênio necessário às bactérias na estabilização da matéria orgânica carbonácea, assim também indica a concentração do carbono biodegradável; - A determinação da DBO realiza-se com base na diferença na concentração de OD no período de 5 dias; - DQO: indica a intensidade do consumo de “todo o” oxigênio, ou seja, insere toda a matéria orgânica passível ou não de degradação bacteriana – determinada por titulação; - Valores elevados indicam efluentes domésticos e industriais ou lixiviação de criatórios de animais. CARBONO ORGÂNICO TOTAL - Indicam a concentração da matéria orgânica; - Fração dissolvida – COD; - Fração particulada – COP; - Águas subterrâneas possuem maior parcela de COD, enquanto mananciais superficiais possuem maior parcela de COP, pois estão susceptíveis a receber despejos em áreas urbanas e florações algais; - O COT (principalmente COD) é importante no desenvolvimento das algas – se insere na cadeia trófica destas e de bactérias e atua na fotossíntese, já que interfere na penetração das radiações solares na água; - Monitoramento do COT: importante para minimizar a formação dos THMs e outros subprodutos da desinfecção. MICROPOLUENTES INORGÂNICOS - Metais, principalmentearsênio, cádmio, cromo, chumbo, mercúrio e prata; - Tóxicos e bioacumulativos; - Cianetos, flúor e outros. METAIS PESADOS - Quase em sua totalidade apresenta algum grau de toxicidade aos organismos; - Fonte antrópica: efluentes, fertilizantes, mineração – possui o agravante de não conferir sabor ou odor; - Fontes naturais: intemperismos das rochas – geralmente associados à matéria orgânica, maximizando a sedimentação; - Potencialização na cadeia alimentar; - Quando a atividade fotossintética é muito alta, a concentração dos metais dissolvidos tendem a se reduzir na superfície da água; ARSÊNIO - Metaloide; - Forma mais tóxica: arsenito; - Mais concentrado em águas subterrâneas; - Fontes antrópicas: mineração, fungicidas, inseticidas, herbicidas, indústria madeireira, indústria de vidros e eletrônicos, queima de combustíveis fósseis e posterior arraste pelas chuvas; - É comumente denominado metal pesado devido a seu caráter cumulativo em seres humanos. AGROTÓXICOS - Organoclorados: BHC e DDT – mesmo proibidos, estão presentes em altas concentrações em rios e lagos, por serem persistentes em ciclos biológicos (são inertes e estáveis), além de serem solúveis em tecidos lipídicos; - Os agrotóxicos apresentam em geral baixa solubilidade da água, tendendo a se ligar fortemente ao solo; - Geralmente removidos por adsorção. MICROPOLUENTES ORGÂNICOS - Alguns compostos orgânicos são resistentes à degradação biológica, não integrando os ciclos biogeoquímicos e acumulando-se em determinado ponto. - Como origem natural, são destacados vegetais com madeira (tanino, lignina, celulose, fenóis) e como origem antrópica temos despejos, detergentes, hormônios e fármacos, processamento e refino do petróleo e defensivos agrícolas; - Não biodegradáveis, tóxicos. Características Biológicas BACTÉRIAS COLIFORMES - Indicadoras de fezes, indicadoras microbiológicas da qualidade da água; - Muito abundante nas fezes, por isso de fácil detecção; - Coliformes totais: amplo rol de bactérias capazes de sobreviver em meio aquático, fermentar lactose e produzir ácido ou aldeído à temperatura de 35 a 37ºC; - Coliformes termotolerantes: fermentam a lactose em temperaturas elevadas, por volta de 44,5ºC. Ex: E. coli; - Monitoramento da água bruta: E. coli – para indicar protozoários e organismos patógenos; - Monitoramento de efluentes das estações de tratamento: coliformes totais – devem ser isentos na água para abastecimento. ALGAS E CIANOBACTÉRIAS - Cianobactérias: possuem alta adaptabilidade mesmo em ambientes pobres em nutrientes, com metais pesados e baixas quantidades de OD, porém, em cursos d’água são pouco presentes, pela aeração natural, vazão e material em suspensão; - Algumas algas acarretam no aumento do consumo de produtos químicos, redução da sedimentabilidade dos flocos e das carreiras de filtração, elevação da demanda de cloro, com maior possibilidade de formação de THM; - Compostos orgânicos excretados por algas e cianobactérias conferem sabor e odor, e em grandes quantidades, toxicidade (cianotoxinas); - As cianotoxinas não são removidas por coagulação; - O controle da floração de algas consiste na pré-cloração ou aplicação de algicidas (permanganato de potássio). Porém, isso pode causar a liberação de toxinas devido ao rompimento da parede celular. PROTOZOÁRIOS - Gêneros: Giardia, Cryptosporidium, Toxoplasma, Entaboeba; - Os cistos e ooscistos explica a presença de protozoários em diversos ambientes e dificulta seu controle; - Apresentam maior resistência aos desinfetantes – considerados patógenos emergentes; VÍRUS ENTÉRICOS - Vírus da hepatite A e E, enterovírus, adenovírus, rotavírus; - Não é recomendado o monitoramento rotineiro. OUTROS INDICADORES MICROBIOLÓGICOS - A contagem de coliformes não é suficiente para monitorar outros patógenos, mais resistentes que as bactérias; - Principais preocupações: Giardia e Crypto, Campylobacter e diversos vírus entéricos; - A bactéria Clostridium perfringens tem sido utilizada como indicador bacteriológico fecal, pois são mais resistentes que a E. coli; - Os colifagos podem servir como indicadores da eficiência de remoção de enterovírus e outros vírus, como o da hepatite; - Bactérias heterotróficas: indicador de menor especificidade, indicando desinfecção ineficaz. COMUNIDADES HIDROBIOLÓGICAS - Plâncton: fitoplancton (algas, cianobactérias e bactérias) e zooplancton (microcrustáceos, larvas de insetos e de moluscos, vermes, protozoários e rotíferos). É a base da cadeia trófica, responsável pela degradação da matéria orgânica e produção de oxigênio; - Necton: comunidade ictiológica. Topo da cadeia trófica, são bons indicadores de qualidade da água; - Benton: os zoobentos são larvas de insetos e anelídeos que habitam o sedimento aquático. Atuam na solubilização do material sedimentado. Também realizam decomposição da matéria orgânica e servem de alimento para outros organismos aquáticos. São excelentes indicadores de qualidade da água por serem sensíveis a alterações ambientais. Os fitobentos inserem vegetais inferiores e algumas macrófitas. Sua distribuição no sedimento é governada pela penetração da luz. Características Radioativas - Radioatividade: desintegração espontânea, por unidade de massa e de tempo, de um elemento radioativo, como urânio, rádio, tório, césio – com emissão de radiação, corpuscular ou eletromagnética; - Radionuclídeos: átomos que se desintegram pela emissão de radiação; - Radiação natural: contato com solos e rochas – mais significativa em aquíferos profundos e fontes; - A interação da radiação com a água resulta na formação de uma série de espécies ionizadas e radicais livres, altamente reativos. Estes reagem com proteínas, desativam enzimas, inibem divisão celular, perturbam a formação de membranas celulares e podem ocasionar danos à célula.